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O Estado novo

A ascensão de Salazar:
Após a queda da primeira república e a instauração da ditadura militar em Portugal, continuou-se a viver
um período de instabilidade política, financeira e econômica. Em 1928, António de Oliveira Salazar, fica
responsável pela pasta das Finanças exigindo gerir as despesas de todos os ministérios. Com isto, Portugal
apresentou saldo positivo no Orçamento, conseguindo equilibrar as contas do Estado.

Em junho de 1932, reconhecido como o “mago das finanças”, Salazar é convidado para assumir o cargo de
Presidente do Conselho de Ministros/Primeiro Ministro.

Com o objetivo de instaurar uma nova ordem política, Salazar empenhou-se na criação das necessárias
estruturas institucionais. Em 1933, foi aprovada uma nova Constituição que pôs fim ao período da Ditadura
Militar e dava início ao Estado Novo, que só viria a terminar em 25 de abril de 1974.

Principais alicerces do Estado novo:


- Ato Colonial (1930)
- Organização da União Nacional (1930)
- Estatuto do Trabalho Nacional (1933)
- Constituição (1933)
- Secretariado de Propaganda Nacional (1936)

Principais princípios ideológicos do Estado Novo:


Antipartidarismo, Antiparlamentarismo e Antiliberalismo:
- Rejeição dos direitos individuais e da soberania popular.
Autoritarismo:
- Supremacia do Poder Executivo.
Antidemocrático e Repressivo:
- PIDE e Censura, limitação da liberdade.
Colonialismo:
- Criação do Império Ultramarino,
Conservadorismo:
- Defesa da Ordem e da Moral.
Nacionalismo:
- Apelo à Pátria.
Corporativismo:
- Intervenção do Estado na economia e na ligação entre os patrões e trabalhadores, pelas
corporações.

As organizações repressivas e os mecanismos de controlo da população


Com o intuito de enquadrar as massas, surgiram em 1936:

A Mocidade Portuguesa:
- Idade: 7-14 anos;
- Géneros: Rapazes e raparigas
- Objetivos:
- Combater as ideias comunistas
- Valorizar a Pátria e o chefe de estado
- Preparar os jovens para a vida adulta
- Caráter: Obrigatório

A Legião Portuguesa:
- Idade: 14-22 anos;
- Género: Rapazes;
- Objetivos:
- Combater as ideias comunistas;
- Valorizar a Pátria e o chefe de estado ;
- Defender a Pátria do ponto de vista militar;
- Caráter: opcional.

Quanto ao aparelho repressivo do Estado Novo, este assentava em dois organismos principais: PIDE e a
censura prévia

PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado)


- Criada no início do estado novo;
- Objetivos:
- Garantir a segurança de Salazar e dos ministros
- Vigiar e prender os opositores do regime
- Assegurar a ordem política
- Sede: Aljube-Lisboa;
- Principais prisões:
- Peniche;
- Tarrafal;

Censura Prévia:
Criação no início do Estado Novo
Objetivos:
- Controlar a imprensa;
- limitar a opinião pública;
- controlar a produção cultural;
Ação:
- O lápis azul censurava a informação que não podia ser publicada

Política de Obras Públicas


Salazar mandou construir grandes obras públicas, seja em Portugal seja nas colônias. Destacaram-se:
- Construídas e recuperadas estradas;
- Reconstruídos e conservados os monumentos nacionais;
- Construídos hospitais;
- Construídos bairros operários em Lisboa e no Porto;
- Melhoradas as condições de higiene e transportes nas cidades do país.

A oposição ao Estado Novo:


Após a 2ª Guerra Mundial terminar, esperou-se a democratização de Portugal. No entanto, a liderança do
Estado Novo permanecia forte e reprimiu várias tentativas de oposição:
- O Partido Comunista Português, na clandestinidade, combatia o regime fascista;
- Em 1945 foi constituído o MUD (Movimento de Unidade Democrática), que concorreu às eleições
para a Presidência da República. Em 1948, o general Norton de Matos concorreu pela oposição,
mas foi pressionado a desistir.
- Em 1958 foi a vez do general Humberto Delgado concorrer pela oposição e congregou muito apoio
popular. No entanto, as eleições foram fraudulentas e deram a vitória ao almirante Américo
Tomás, candidato de Salazar, saindo derrotado Humberto Delgado

O isolamento internacional de Portugal

Devido à ausência do regime democrático em Portugal, o país ficou afastado do cenário político
internacional. O mesmo aconteceu no nível econômico e o Estado Novo não acompanhou o crescimento
dos países mais desenvolvidos.

A agricultura era a principal atividade econômica e o seu principal destinatário eram as famílias
portuguesas.

A partir dos anos 50, o Estado criou os Planos de Fomento Econômico, de modo a promover o
desenvolvimento industrial e a modernização do país. Os dois primeiros planos permitiram o surgimento
de novas indústrias, sobretudo a química e a siderúrgica. No terceiro plano, iniciado em 1967, foi acelerado
o crescimento industrial, auxiliado por uma expansão da rede de transportes e construção de barragens.

Nos anos 60, houve um aumento das exportações e os mercados nacionais estavam em modernização.
Contudo, com a Guerra Colonial, muito do financiamento do Estado foi canalizado para operações militares
no Ultramar.

A decadência do Estado Novo:


- Guerra do Ultramar (1961-1974);
- Oposição da Igreja Católica no contexto do Concílio Vaticano II;
- Pressão da ONU e da CEE para a democratização de Portugal;
- Crescimento da oposição interna(Igreja, Partido Comunista, contestação estudantil, etc)
- Afastamento de Salazar do Governo no final dos anos 60 e transição do poder para Marcello
Caetano.

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