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Contribuições de Pistrak, Gramsci, Thompson e Williams para a

Educação de Jovens e Adultos

A Educação de Jovens e Adultos é um tema complexo e de relevância onde é


necessário examinar e discutir propostas para desenvolver este objeto de estudo. Com
base em quatro autores de grande renome, analisaremos suas principais proposta para a
EJA. Dentre eles estão Moisey Pistrak com sua teoria, Edward Thompson com o
materialismo humanista, Antonio Gramsci com um estudo sobre o intectual e a escola
ativa e Raymound Williams com a educação tutorial e o cinema como ferramenta
pedagógica.
Iniciamos com Pistrak onde em sua obra pontua que a maior parte dos
professores se apaixonam pela parte prática de sua função e contraposição observa que a
teoria pode deixar os docentes frios e indiferentes, entretanto é necessário encontrar o
equilíbrio entre pratica e teoria. Moiseu apresenta a pedagogia marxista como uma
teoria de pedagogia social onde desenvolve fenômenos sociais sobre a interpretação do
ponto de vista marxista.
Alguns pontos da pedagogia social são: 1) sem teoria da pedagogia
revolucionaria, não haverá pratica da pedagogia revolucionaria, 2) a teoria marxista
como arma transformadora da escola e 3) a teoria da pedagogia comunista é eficaz
quando o próprio professor assumir os valores de um militante social ativo. Em a escola
do trabalho de transição o autor expõe que a base de orientação deve ser a) relação com
a realidade atual e b) auto-organização dos alunos. Pistrak acredita que o objetivo da
escola é estudar a realidade atual e o marxismo é a ferramenta de transformação da
ordem existente.
Thompson trabalha com o “materialismo humanista” ou “humanismo socialista”
em seu estudo ressalta que a analise da experiencia gerada na vida material, contribui
para o entendimento das diversas formas de organização da vida social e do sentido
histórico dos trabalhadores. Através de seu trabalho nos anos de 1940-60, o autor aponta
que o estudante adulto é a experiencia que traz pra a relação. E a experiencia anterior do
mesmo modifica sutil ou radicalmente a influência dos métodos de ensino. A obra do
autor se baseio na atenção e interesse dado as pessoas comuns, pensamento
revolucionário para sua época. Edward pensava ter aprendido tanto quanto seus alunos
aprendiam.
Partindo para o terceiro autor Antonio Gramsci estuda o intelectual, em seus
cadernos aponta que em primeiro lugar, todo grupo social cria para si uma cada de
intelectuais que lhe dão homogeneidade e consciência de sua própria função. Gramsci
apresenta todo grupo social como “essencial”, no entanto nascendo na história a partir
da estrutura econômica anterior e como expressão do desenvolvimento desta estrutura.
Para o autor a escola é o instrumento para elaborar os intelectuais de diversos
níveis. Gramsci é a favor da democratização do ensino com a acesso a escola, criação de
uma escola especialista e a divisão da escola em clássica e profissionalizante, onde vai
discorrer sobre o intelectual urbano e industrial. Uma solução progressista para crise das
escolas é uma escola única inicial de cultura geral humanista e formativa com o
equilíbrio entre o trabalho manual e trabalho intelectual.
Antonio propõe uma escola publica onde o jovem seja inserido na atividade
social, um ambiente com estrutura adequada e financiada pelo Estado. Um ambiente de
tempo integral, com acesso a cultura erudita, dispondo de creches, ensino fundamental e
médio. Uma escola criadora e ativa onde o professor tem a função de acelerar o
conhecimento do aluno e disciplinar o mesmo.
Para finalizar, Raymond Wiliams faz uma crítica aos órgãos governamentais que
regulam ou participam da educação de adultos, todavia não fazem separação das classes
de tutorias e ensino superior. O autor em sua obra faz a diferenciação das palestras,
aulas de extensão das universidades e o ensino focado no estudante, próprio das tutorias.
Onde o autor especializa o seu trabalho, uma educação tutorial nas comunidades.
Em seu trabalho desenvolveu uma nova disciplina “Estudos Culturais”,
responsável por fortalecer a educação de jovens e adultos. Ao utilizar a análise de filmes
o autor fazia uso da sociologia. Trabalhando áreas como: publico, percepção, ambientes
e contextos sociais e políticos. O cinema é muito importante nos estudos de Williams,
pois o mesmo viveu em uma sociedade pós-guerra e a luta para aprender, descrever,
compreender neste momento histórico era grande. Foi nos filmes onde o autor
encontrou um instrumento crítico e primordial.
Através deste estudo podemos perceber como cada autor teve sua contribuição
na educação de jovens e adultos. Em diferentes áreas, analisamos como este campo de
estudo é fértil e precisa ser explorado. Cada adulto que se permite voltar a estudar é
como uma pedra preciosa que precisa ser trabalhada a partir de suas referências de vida.
BIBLIOGRAFIA:

GRAMSCI, A. Caderno 12 (1932). In: Cadernos do Cárcere.

PISTRAK, M. Teoria e Prática e A escola do trabalho na fase de transição. In:


Fundamentos da Escola do Trabalho.

THOMPSON, E. P Educação e experiência. In: THOMPSON, E. P. Os Românticos: a


Inglaterra na era revolucionária. (p.11-47) e o Prefácio de A formação da classe operária
inglesa (p. 9-14)

Raymond Williams, cultura e extensão universitária.


Em:https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/resgate/article/view/8657391/22735

Pacheco, H. (2014). O PENSAMENTO DE E.P. THOMPSON E A “EXPERIÊNCIA”


COMO MEDIAÇÃO NECESSÁRIA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
TRABALHADORES EM ITABORAÍ/RJ. Revista Trabalho Necessário, 12(19).
https://doi.org/10.22409/tn.12i19.p8608

Raymond Williams, cultura e extensão universitária.


https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/resgate/article/view/8657391/22735

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