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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
Curso de Graduação em Engenharia Mecânica

ENGENHARIA ECONÔMICA
(EC 335)

Jorge Palma Carrasco - Dr. Eng.


jorge_palma_c@yahoo.com.br
Sala F2
TEMA 3
MÉTODOS DE ANÁLISE E SELEÇÃO DE
ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTO
MÉTODOS DE ANÁLISE DE ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTO

DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS
Também chamados de Demonstrações Contábeis, são uma representação
estruturada da posição patrimonial e financeira de uma entidade em
determinada data, e das transações realizadas por ela no período findo
nessa data. Eles contêm informações importantes, como:
 Receitas, despesas, dívidas, contas a pagar e receber;
 Lucros, movimentações no caixa, etc.
Os Demonstrativos mais importantes são:
 Balanço Patrimonial
 Demonstrativo de Resultados (DRE)
 Demonstrativo do Resultado Abrangente (DRA)
 Demonstrativo de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)
 Demonstrativo das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)
 Demonstrativo do Fluxo de Caixa (DFC)
 Demonstrativo do Valor Adicionado (DVA)
 Notas Explicativas
MÉTODOS DE ANÁLISE DE ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTO (Cont...)

De acordo com a legislação brasileira estes documentos devem ser


elaborados pelas empresas ao final de cada exercício de forma obrigatória.
 Dependendo do porte, toda empresa deve entregar os demonstrativos
que aparecem no quadro.
MÉTODOS DE ANÁLISE DE ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTO (Cont...)

Como as demonstrações financeiras fornecem informações sobre a


posição patrimonial e financeira, sobre o resultado e o fluxo
financeiro de uma entidade, são úteis para uma ampla variedade de
usuários na tomada de decisões.
 Para os acionistas das empresas, que podem verificar os resultados
do gerenciamento dos recursos que são confiados à
administração;
 Para acionistas/administradores tomarem decisões sobre novos
investimentos na empresa;
 Para interessados em investir na empresa, que podem prever se
as tendências obtidas a partir dos demonstrativos irão se manter;
 Para as autoridades do país, que precisam verificar se as empresas
estão desenvolvendo atividades conforme a Legislação Vigente;
 Para análise de projetos de investimento, construindo e
projetando alguns desses demonstrativos a fim de obter
indicadores financeiros com uso de ferramentas específicas.
MÉTODOS DE ANÁLISE DE ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTO (Cont...)

Na Engenharia Econômica são utilizadas as metodologias de


construção de três desses demonstrativos:
 Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE)
Evidencia o lucro ou prejuízo líquido do exercício, mostra em
sequência lógica e ordenada os fatores que influenciaram,
aumentando ou diminuindo, o resultado do período.
 Demonstrativo de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR)
Também denominado de Fluxo de Fundos, é a demonstração da
movimentação da entrada e saída de recursos dentro da empresa.
Até 2007 a sua elaboração e apresentação era obrigatória. Nesse
ano foi substituído pelo Demonstrativo do Fluxo de Caixa.
 Demonstrativo do Fluxo de Caixa (DFC)
Evidencia a origem de todo o dinheiro que entrou no
caixa/banco da empresa e também o destino de todo o que saiu.
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Demonstrativo de Resultados - DRE


O Demonstrativo de Resultados (ou Demonstrativo do Resultado do
Exercício) é um documento contábil cujo objetivo é estabelecer o
Resultado Líquido ou seja o Lucro ou o Prejuízo Líquido de um
exercício pela confrontação das receitas, custos e despesas de uma
empresa.
 Todas essas contas devem ser apuradas segundo o princípio
contábil do regime de competência (receitas e despesas devem ser
incluídas na operação do resultado do período em que ocorrem).
IMPORTANTE!
NESTE DEMONSTRATIVO SERÁ MOSTRADO
APENAS SE HOUVE LUCRO OU PREJUÍZO NO
PERÍODO, NÃO SE A EMPRESA OU PROJETO
TEM LIQUIDEZ
MÉTODOS DE ANÁLISE DE ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTO (Cont...)

Estrutura do Demonstrativo de Resultados


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 Receita Bruta – É a soma de todas as receitas brutas de vendas


de produtos e/ou serviços da empresa;
 Receita Líquida – É a receita bruta deduzida das devoluções de
vendas, dos abatimentos, dos descontos comerciais cedidos e os
impostos (ICMS, PIS, Cofins);
 Custo de Mercadorias Vendidas – É a soma dos custos em que se
incorre para comprar ou produzir (e armazenar) as mercadorias
até que a venda seja realizada. Representa quanto o revendedor,
distribuidor ou fabricante precisou gastar desde a compra até a
venda do produto.
 Para o caso de empresas do setor produtivo é denominado de
Custo de Produção, e é totalmente recuperado no momento
da venda. Divide-se em:
– Custo Fixo de Produção
– Custo Variável de Produção
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Custo Fixo de Produção


 Salários pessoal de produção não involucrado diretamente no
processo (Gerente de produção, motorista, etc.);
 Água e energia do setor produtivo não utilizadas no processo
(iluminação, limpeza, banheiros dos operários, etc.);
 Depreciação quando o bem é utilizado na produção e o sistema
adotado é linear.
Custo Variável de Produção
 Mão de obra;
 Matérias-Primas;
 Insumos produtivos;
 Água e Energia empregados na produção;
 Depreciação (quando o bem é depreciado pelo nº de horas de
trabalho ou pelo nº de unidades produzidas);
 Manutenção corretiva;
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 Lucro Bruto – É a diferença entre a Receita Líquida e o Custo das


Mercadorias Vendidas. O lucro bruto é muito importante porque
dele dependerá que possam ser pagas as despesas da empresa ou
projeto;
 Margem Bruto – Também denominado de Margem de
Contribuição, é a relação entre o Lucro Bruto e a Receita Líquida.
Estabelecer a Margem de Contribuição é de grande importância
porque permite estabelecer se ele é compatível com as margens
de contribuição de outras empresas do setor;
 Despesas - São os recursos alocados para funcionamento da
empresa ou projeto, independentemente de ocorrer ou não
produção e/ou comercialização dos produtos;
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Despesas
 Despesas Administrativas
 Despesas com Limpeza e Manutenção
 Depreciações de ativos do setor administrativo (edifícios, veículos,
computadores, móveis, etc.);
 Despesas com Vendas
 Despesas Financeiras
 ...
Depreciação
É a perda de valor econômico que sofrem os bens, por uso,
obsolescência ou desgaste natural. De acordo com a legislação
brasileira, os períodos de depreciação dos bens são:
 Imóveis – 25 anos Maquinaria - 10 anos
 Veículos – 05 anos Móveis - 5 anos
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 Resultado Operacional – É a diferença entre o Lucro Bruto e as


Despesas. Este resultado indicará se há lucro ou prejuízo
operacional, é dizer, se o lucro bruto é suficiente ou não para pagar
as despesas da empresa.
 Margem Operacional – É a relação entre o Resultado Operacional
e a Receita Líquida;
 Resultado Líquido – É o Resultado Operacional descontado dos
impostos. Este resultado indicará se há lucro ou prejuízo
 Margem Líquido – É a relação entre o Resultado Líquido e a
Receita Líquida;
MÉTODOS DE ANÁLISE DE ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTO (Cont...)

Exemplo 01
Dadas as informações que seguem, encontre o resultado do período
e determine se a empresa teve lucro o prejuízo, indicando o motivo.
Dados referentes ao exercício de 2016
Vendas Líquidas: R$ 480.530,00
Custo de vendas: R$ 283.760,00
Gastos administrativos: R$ 135.000,00
Depreciações: R$ 33.000,00
Custo financeiro: 18.000,00
Carga tributária: R$ 3.000,00
MÉTODOS DE ANÁLISE DE ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTO (Cont...)
MÉTODOS DE ANÁLISE DE ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTO (Cont...)

Métodos de Depreciação
Existem diversos métodos de depreciação. Os mais conhecidos e
utilizados são:
 Método linear;
 Método exponencial;
 Método da soma dos dígitos.

É importante ter em conta que, se uma máquina ou equipamento


for utilizado em mais de um turno de trabalho, a legislação
permite que sejam utilizados fatores de aceleração da depreciação.
 No caso de dois turnos, o fator de correção é 1,5;
 No caso de três turnos o fator é 2.
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 Método Linear
O valor a ser depreciado anualmente ou cota de depreciação anual é
calculado em função do valor original do ativo, da vida útil estimada e
do valor residual que o ativo apresentará no final de sua vida útil. É
dada por:
d = quota anual de depreciação;
V0 = valor original do ativo;
VR = valor residual do ativo ao final da vida útil;
N = vida útil do ativo

A taxa anual de depreciação é dada por:

O valor contábil do ativo em um


período n é:
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 Método Exponencial
Este método se caracteriza por apresentar uma quota anual de
depreciação decrescente ao longo da vida útil do ativo.
 A quota de depreciação anual é calculada incidindo-se sobre o
valor contábil do ativo uma taxa fixa, dada por:

N VR
T=1−
V0

A quota de depreciação é dada por:

n é o período para o qual está se


calculando a quota de depreciação
MÉTODOS DE ANÁLISE DE ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTO (Cont...)

 Método da Soma dos Dígitos


Nesse método, a quota anual também tem um valor decrescente ao
longo da vida útil do ativo. Ela é dada por:

Onde SD é a soma dos algarismos de cada um dos anos da vida útil


do ativo (soma dos dígitos), dada por:
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Exemplo 02
Uma empresa adquiriu um bem pelo valor de $60.000. Estimam-se
uma vida útil de cinco anos e um valor residual, ao final desse
período, de $10.000.
Calcule a quota anual de depreciação e o valor do bem ao final de
cada ano utilizando os métodos linear, exponencial e de soma dos
dígitos:
Solução
a) Linear
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b) Exponencial
Inicialmente, calculamos a taxa anual de depreciação:

N VR
T=1−
V0

A quota anual de depreciação é:

O valor contábil no fim de cada ano é:


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c) Soma dos dígitos


Inicialmente, calculamos a soma dos dígitos:

A quota anual de depreciação é:

O valor contábil no fim de cada ano é:


MÉTODOS DE ANÁLISE DE ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTO (Cont...)
MÉTODOS DE ANÁLISE DE ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTO (Cont...)

Projeção do Demonstrativo do Resultado


Com propósito de prever se o projeto de investimento será rentável no
futuro, é necessário projetar o DRE, construído para o primeiro ano do
investimento, para os anos seguintes até completar toda a sua vida útil.
Para isso, devem ser feitas hipóteses sobre:
 Evolução das vendas para projetar as receitas futuras;
 Realização de novos investimentos para substituir máquinas e
equipamentos pelo desgaste destes;
 Realização de novos empréstimos;
 Ajustes nas despesas administrativas;
 Projetar custos associados ao lançamento de novos produtos;
 ...
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Exemplo 03
Determine o resultado de todos os períodos de um projeto
produtivo com uma vida útil prevista de 10 anos.
Considere que foram realizados os seguintes investimentos iniciais:
 Instalações industriais: R$ 700.00,00
 Máquinas e equipamentos: R$ 180.000,00
 Veículos: R$ 45.000,00
 Do total investido, 60% foi financiado com crédito bancário a um
prazo de 8 anos, com prestações semestrais à taxa de juros
simples de 12% a.a.
Considere também que a depreciação dos ativos será linear em todos
os casos e que o valor residual estimado seja 10% do valor inicial.
MÉTODOS DE ANÁLISE DE ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTO (Cont...)

Considere que a receita bruta para o primeiro período seja de R$


1.800.000,00 e que é prevista uma evolução positiva de 12%, 15%, 18%, 22% e
25% para os primeiros cinco anos.
Também é previsto um declínio das vendas do 10% sustenido para os últimos
cinco anos.
Sabe-se também, para cada período:
 ICMS: 18%
 Comissões por vendas: 0,5%
 Custo fixo de produção: R$ 117.300,00
 Custo variável de produção: R$ 1.011.800,00
 Despesas administrativas: R$ 90.000,00
 Despesas com limpeza e manutenção setor administrativo: R$ 4.600,00
 Despesas com vendas: R$ 66.300,00
 Carga tributária anual: IRPJ: 15% do lucro operacional
CSLL: 9% do lucro operacional

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