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RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

ESTUDO DOS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DE UM PRAD –


DIAGNÓSTICO AMBIENTAL / AIA / OBJETIVOS / USO FUTURO
/ PROPOSIÇÕES
(v 1.11)
(Esse material é de uso exclusivo junto à disciplina – Recuperação de Áreas Degradadas do
curso de Engenharia Ambiental da FTC – Feira de Santana)

PROF. : JOSÉ RODRIGUES COSME


1 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL (principais parâmetros para estudo)
MEIO FÍSICO:
Climatologia – classificação do tipo climático; pluviometria; balanço hídrico;
temperatura e ventos; qualidade do ar (gases, partículas, poluição sonora).
Geologia – classificação (identificação / descrição de unidade geológica); ocorrências
minerais; analisar aspectos e características dos geoambientes suscetíveis a processos de
degradação.
Geomorfologia - classificação (identificação / descrição de unidade geomorfológica);
avaliar sistema de drenagem; formas de relevo; declividade; características dinâmicas
do relevo (propensão à erosão, assoreamento, inundações).
Pedologia / Edafologia – classificação e descrição das unidades de solos;
potencialidades e limitações de uso; presença de processos de degradação.
Hidrologia / Hidrogeologia – identificação / caracterização da bacia hidrográfica;
identificação de áreas de recargas; usos da água; qualidade da água; identificação
geológica dos aqüíferos; “status” de manutenção dos corpos d’água (turbidez,
assoreamento, contaminação, ausência de vegetação ciliar).

MEIO BIÓTICO:
Flora – classificação das formações; descrição das formações (aspectos quali-
quantitativos); identificação espécies raras, ameaçadas de extinção, de interesse
econômico; delimitação / caracterização áreas de APP e reserva legal; usos dos
ecossistemas; relações com fauna (sítio de reprodução, nidificação, refúgio de fauna);
outras tensões sobre o ecossistema; “status” de manutenção.
Fauna – identificação principais classes; identificação espécies raras, ameaçadas de
extinção, econômicas e veiculadoras de doenças; influências entre espécies;
identificação de espécies endêmicas; grupo de produtores que mais contribui para a
comunidade; ambientes mais utilizados (ambientes de transição, bordas); hábitos
alimentares (herbívoros, frugívoros, animalívoros, carnívoros, hematófagos); atividades
antrópicas desestabilizadoras do sistema de fauna; presença de sítios de reprodução,
nidificação e refúgio de fauna; “status” de manutenção do sistema de fauna.
MEIO SÓCIO-ECONÔMICO:
Uso e ocupação dos solos; dinâmica populacional; estrutura econômica (base
produtiva); identificação de valores culturais, históricos, arqueológicos e paisagísticos;
ações institucionais.
2 PROGNÓSTICO (avaliação de impactos ambientais)
Deve observar a identificação, previsão e avaliação dos impactos previstos.
. Identificação dos impactos – os impactos podem ser identificados à partir do
diagnóstico ambiental ou à partir da análise criteriosa do empreendimento e de analogia
com situações e iniciativas similares. Deve revelar as interações entre o
empreendimento e o meio ambiente.
. Previsão dos impactos – busca revelar as tendências mais prováveis de alguns
indicadores ambientais, buscando informar sobre sua magnitude (por exemplo: o teor de
mercúrio passará de 0,001 para 0,010 mg/l). Um indicador ambiental é um parâmetro
que possibilita uma medida da magnitude do impacto.
. Avaliação dos impactos – nos dá informações sobre as conseqüências do impacto
previsto (no exemplo anterior: a previsão de mudança no teor de mercúrio,
confirmando-se, a avaliação é de que poderá haver tais danos para a saúde humana). É
uma etapa que requer juízo de valor.

3 OBJETIVOS DA RAD
O Decreto Nº 97.632 / 89, dispõe que “a recuperação deverá ter por objetivo o retorno
do sítio degradado a uma forma de utilização, de acordo com um plano preestabelecido
para o uso do solo, visando a obtenção de uma estabilidade do meio ambiente”.
Objetivos específicos podem contribuir para o desenvolvimento de pequenos programas
acessórios, junto à recuperação.

4 USO FUTURO
De acordo com o decreto nº 97.632 / 89, a recuperação deve se dar ”... de acordo com
um plano preestabelecido para o uso do solo...”.
Vale ressaltar que o planejamento de uso futuro para a área é de vital importância, uma
vez que deverá determinar a forma de intervenção na recuperação (diretrizes e
procedimentos). Desta forma, deve ser elaborada uma proposição de reocupação
planejada de toda a área (baseado no conceito de uso seqüencial do solo), visando
inclusive as instalações futuras, levando em conta os parâmetros ecológicos e
ambientais.
Alguns possíveis usos futuros do solo:
. Reflorestamento comercial (florestas homogêneas);
. Reflorestamento para manutenção de vida selvagem (florestas heterogêneas);
. Implantação de áreas alagáveis;
. Instalação de agro-ecossistemas para alimentação humana / animal;
. Implantação de pastagens;
. Implantação de áreas de parque (lazer);
. Implantação de tanques para acúmulo de água (dessedentação animal, piscicultura);
. Implantação de empreendimentos industriais / urbanos;
. Depósito de resíduos;
. Perpetuação da área como empreendimento mineiro;
. Reintegração da área ao perfil das áreas circunvizinhas.
A definição de uso futuro é importantíssima, uma vez que para usos distintos, distintos
serão também as diretrizes e procedimentos que serão utilizados na recuperação.

5 PROPOSIÇÕES
As proposições envolvem o estabelecimento das ações ou medidas de recuperação a
serem desenvolvidas. Como essas medidas podem variar no tempo, no tipo (em função
do tipo de lavra ou do fator ambiental a ser tratado) e mesmo no objetivo, essas devem
ser tratadas em blocos homogêneos, que permitam um entendimento pleno das ações.
A recuperação consiste, basicamente, de um conjunto de técnicas ou práticas de manejo
de alguns recursos considerados chave, citando-se: água, solo/relevo, vegetação e
paisagem, sendo que outros segmentos acabam também tratados e/ou influenciados pelo
tratamento destes.

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