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RESUMO
A continua exploração dos recursos energéticos provenientes da terra tem
levado a cabo um movimento de reação aos efeitos colaterais e os negativos
impactos que estes têm sobre o nosso ecossistema. Por isso tornou-se necessário
criar novas formas e estabelecer novas estratégias para reverter este processo.
Deste modo, procurar tirar proveito das fontes limpas de criação de energia
tornou-se numa das maiores demandas do século XXI, de modo a promover a
qualidade de vida e a sustentabilidade dos nossos edifícios, das nossas cidades e,
por conseguinte, do nosso planeta.
Assim, a disciplina da Arquitectura tem um papel fundamental na procura
pelo desenvolvimento e aperfeiçoamento das novas técnicas e tecnologias aliadas á
qualidade construtiva da nossa envolvente e dos espaços que habitamos.
Deste modo, a demanda pela reversão deste processo manifestou-se através da aliança da
tecnologia á produção de energia limpa, provenientes de fontes renováveis num movimento reacionário
à indústria e aos consequentes impactos negativos da utilização de combustíveis fósseis, sobre o
nosso ecossistema.
Assim, a produção de energia limpa e os diferentes meios desenvolvidos para a sua captação,
armazenamento e aproveitamento estabeleceram um novo paradigma para o desenvolvimento
sustentável do nosso planeta. Como, não obstante, a disciplina da Arquitectura tornou-se num cadinho
experimental voltado para a aplicação da sustentabilidade numa perspetiva prática, na qual é possível
observar e analisar em tempo real o desempenho e aplicabilidade das soluções projetadas e assimilar
as suas variações diacríticas e sincrónicas tanto a nível do objeto arquitectónico, quanto da sua relação
com os utilizadores.
Um dos exemplos das tecnologias desenvolvidas para a captação e geração de energia limpa
trata-se dos painéis fotovoltaicos. Criados para converter a energia da luz solar para criar uma
diferença de potencial elétrico, produzindo uma corrente elétrica contínua.
Esta fonte de energia representa, hoje, em Portugal 3,9% de um total de 66,5% da energia
renovável consumida (Fonte: APREN), sendo a mais adoptada para aplicações em menor escala como
residências, edifícios de equipamento, prédios etc., procurando a longo prazo aumentar a eficiência
energética do edifício e reduzir os gastos de consumo.
Por isso, de maneira a procurar estabelecer uma simbiose entre o desenho arquitectónico e os
novos ideais de sustentabilidade energética, evidencia-se indispensável elaborar soluções integradas
destes elementos e a própria arquitectura, que resultem num melhor aproveitamento das condições de
exposição e posicionamento alinhados ao desenho arquitectónico, tornando a obra e a eficiência em
elementos indissociáveis.
Este sistema, responde a duas vertentes funcionais aquando da sua aplicação: enquanto “pele
do edifício”, na medida em que substitui os materiais convencionais utilizados na elaboração de
fachadas; e como gerador de energia, respondendo com eficiência á sua função primordial de
produção de energia limpa.
Evidentemente, mesmo optando por estes sistemas integrados, no qual é possível manter o
controlo da qualidade do desenho estético do edifício, existem alguns condicionantes que devem ser
tidos em consideração de modo a obter o melhor resultado possível, tanto da aplicação do sistema
quanto da sua capacidade de geração de energia. Isto pelo facto da sua utilização maior ser em
edifícios desenvolvidos em altura, a impossibilidade de satisfazer a inclinação necessária das células
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FLASH REPORT #01
fotovoltaicas para maior captação de energia solar (aproximadamente 30º), deve ser compensada com
a dispersão dos painéis numa área significativa de ocupação da fachada, se for o caso, ou optar por
alinhar o sistema em paralelo em elementos tais como palas e brise-soleil.
E é nesse desenvolvimento aprofundado que encontramos uma das mais recentes soluções
para a integração dos sistemas fotovoltaico na arquitectura, criando uma ligação ténue entre os
materiais convencionais e estas novas vertentes.
O vidro solar é parte integrante das tecnologias BIPV e é desenhado para substituir o vidro
comum por um sistema que o torne (ao vidro) um elemento gerador de energia eficiente.
O ponto positivo deste novo “material” é que, ao contrário dos painéis fotovoltaicos de uso recorrente,
este faz parte da própria estrutura construída.
Atualmente existem dois tipos de vidro solar. O primeiro é produzido em módulos de filme fino
e apresenta uma coloração alaranjada pelo facto de ser produzido com recurso a silicone amorfo,
possibilitando um nível de transparência que ronda os 20%; o segundo, de aparência escura ou quase
negra, atingindo os 50% de transparência. Ambos podem ser utilizados em elementos construtivos tais
como, fachadas, claraboias ou em conjunto com janelas convencionais de modo a equilibrar a
incidência solar no interior dos edifícios.
Tal como nos já conhecidos painéis fotovoltaicos, o vidro solar tem como finalidade a captação
e transformação da energia solar em energia útil que possa ser utilizada por todos no dia-a-dia.
Contudo o virão solar não apresenta características visíveis significativas, podendo, a olho nu,
indiferenciar-se de um vidro comum. Isto deve-se, á utilização de células transparentes feitas de
materiais semicondutores. Neste caso, estas células são introduzidas entre duas lâminas de vidro,
permitindo a incidência solar através do material ao mesmo tempo que gera energia da mesma fonte.
Por sua vez a condução elétrica é executada através de fios inseridos no vidro. Os níveis de
transparência estão diretamente ligados com a quantidade e espaçamento entre as células, ou seja,
quanto maior a eficiência do vidro, menor a quantidade de luz atravessada.
3. APLICAÇÕES EM PROJETO
Tendo em conta as vastas potencialidades do vidro solar. Este demonstra-se uma tecnologia
aliada á qualidade do desenvolvimento de propostas arquitectónicas que, por conseguinte, potencializa
decisões voltadas para a qualidade e eficiência energética dos edifícios.
Deste modo estas soluções ajudam a melhor não só a qualidade de vida dos utilizadores a curto prazo,
como permitem reduzir o impacto ambiental da construção durante o seu tempo expectável de vida.
exposição solar com a possibilidade de ter fachadas principais voltadas a sul, e a desobstrução da
envolvente por não estar rodeada por outras edificações de altura significativa, permite pensar em
soluções de integração deste elemento no desenho arquitectónico do objeto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS