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Tal teoria não faz qualquer distinção entre autoria e participação, instigação e
cumplicidade. Assim, quem concorre para o crime causa-o em sua totalidade, respondendo
integralmente, permanecendo indivisível. Essa postura é cômoda, visto que evita questões
polêmicas, e a reforma de 1984, de início, teria adotado a mesma direção teórica agora
atenuada, pois faz distinção entre autor e partícipe (art. 29 e parágrafos do CP). Para
Mastieri, o legislador pátrio teria adotado no concurso de pessoas uma TEORIA UNITÁRIA
TEMPERADA.
No mesmo sentido de Mastieri, Fragoso, Mirabete, Delmanto, Paulo José da Costa Junior,
Prado, com o reforço do princípio constitucional da individualização da pena ( na medida da
sua culpabilidade) e com o corolário da TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS
ANTECEDENTES CAUSAIS, ensinam que o CPB não faz, em princípio, a distinção entre
autor, co-autor e partícipe
4. Autoria
c) Teoria do domínio do fato (objetivo-subjetiva) – autor é quem tem o domínio final dos
fatos, ou seja, aquele que decide quando, como ou onde realizar a conduta criminosa.
Obs. Segundo orientação da maioria dos doutrinadores, o CP teria adotado a teoria
restritiva: autor, portanto, será aquele que praticar a ação nuclear; co-autores, os que
cooperarem na execução do delito; partícipes, por fim, todas as pessoas que auxílio moral
(induzimento ou instigação) ou material. A doutrina, contudo, prefere a Teoria do Domínio
do Fato.
Esta teoria eclética, nem puramente objetiva nem puramente subjetiva, é o melhor caminho
para delimitar a AUTORIA DIRETA e a PARTICIPAÇÃO e, em um síntese doutrinal, a
resultante é a TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO. O ponto de partida para a solvência da
questão é o conceito restritivo de autor e a conexão com o tipo legal, sendo, pois, errôneo
formular um conceito unitário de autor com base na causação, visto que o conteúdo da
autoria deve ser distinto nos fatos dolosos e culposos.
4.1 Autoria Mediata – O autor utiliza terceiro, manipulando sua vontade ou aproveitando-
se de sua inimputabilidade.
5. Participação: é o auxílio material ou moral, sem a concorrência na execução do
crime.
Teorias sobre a punibilidade da participação:
a) Teoria da Acessoriedade mínima: a conduta do autor deve ser apenas típica;
b) Teoria da Acessoriedade limitada: exige que a conduta do autor seja típica e
antijurídica;
c) Teoria da Acessoriedade extrema: a conduta do autor deve ser típica, ilícita e culpável;
d) Teoria da hiperacessoriedade: sustenta que o fato deve ser típico, ilícito, culpável e
punível.
6. Homogeneidade de elemento subjetivo – Não existe participação dolosa em
crime culposo.
7. Participação de menor importância e participação dolosamente distinta (erro na
participação) – art. 29, §§, 1º e 2ª.
8. Autoria Colateral e Incerta
Colateral: quando duas pessoas concorrem para um mesmo resultado, sem que haja
vínculo subjetivo.
Incerta: quando, diante de uma hipótese de autoria colateral, não se pode determinar quem
foi o responsável pelo resultado.