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[Todos os textos deste simulado são fábulas creditadas a Esopo, escritor grego do século VI a.C.)
TEXTO I
O gato e o galo
Um gato, ao capturar um galo, ficou imaginando como achar uma desculpa para
justificar o seu desejo de devorá-lo.
Acusou-o então de causar aborrecimentos aos homens, já que cantava à noite e não
deixava ninguém dormir.
O galo se defendeu dizendo que fazia aquilo em benefício dos homens, e assim eles
podiam acordar cedo para não perder a hora do trabalho.
O gato respondeu: "Apesar de você ter uma boa desculpa e até razão, a verdade é que
eu não posso ficar sem meu jantar...".
E, dito isso, comeu o galo.
1- Pode-se afirmar corretamente que esta fábula tem como moral a seguinte alternativa:
(A) Por trás das grandes muralhas, sempre se esconde um pequeno indivíduo.
(B) A qualidade do maquiador pode ser mensurada pelo tamanho da verdade que ele é capaz
de ocultar por meio de uma mentira.
(C) O mau-caráter sempre vai achar uma desculpa para tornar legítimas suas más ações.
(D) A solução de um problema nas mãos de um sábio é capaz de se transformar em muitas
outras soluções.
(E) Um sábio nunca transforma uma solução em um novo problema.
(A) No segmento “ficou imaginando como achar uma desculpa para justificar o seu desejo de
devorá-lo”, a oração iniciada pelo “como” modifica o sentido do verbo “imaginar”,
acrescentando-lhe uma ideia de modo.
(B) No segundo parágrafo, com exceção do verbo “dormir”, o sujeito oculto de todas as formas
verbais tem o mesmo referente.
(C) Haverá desvio gramatical de concordância se o verbo “perder” (3º parágrafo) for
flexionado no plural: perderem.
(D) Há quatro orações dentro da última fala do gato: uma principal e três subordinadas (duas
adverbiais e uma substantiva).
(E) A locução conjuntiva causal “já que” (2º parágrafo) poderia ser substituída, sem qualquer
implicação, por qualquer um destes conectivos: porque, porquanto, pois.
TEXTO II
As lebres e as rãs
As lebres, animais tímidos por natureza, sentiam-se muito oprimidas pelo próprio
acanhamento.
E, como na maior parte do tempo viviam com medo de tudo e de todos, temendo até a
própria sombra, frustradas e cansadas, resolveram dar um fim às suas angústias existenciais.
Então, combinaram entre si que iriam por fim às próprias vidas. Entre elas, era
consenso que esta seria a única saída... a solução para tão emblemático embaraço. Esperavam
assim resolver definitivamente todos os seus problemas e limitações.
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3- Pode-se afirmar corretamente que esta fábula tem como moral a seguinte alternativa:
(A) Julgar que nossos problemas são os mais importantes do mundo é a maior das ilusões.
(B) Bom senso não é uma qualidade que se conquista a partir das más escolhas.
(C) Além de insensato, todo ganancioso é um míope das próprias posses.
(D) Assim como não existe o agrado que seja gratuito, também não existe boa intenção sem
um dissimulado intuito.
(E) Quem não está atento ao presente tropeça no futuro.
(A) Têm a mesma função as vírgulas separando os termos “animais tímidos” (1º parágrafo) e
“frustradas e cansadas” (2º parágrafo), pois eles exercem a mesma função sintática.
(B) A crase é obrigatória no trecho “resolveram dar um fim às suas angústias existenciais”.
(C) A oração destacada em “Entre elas, era consenso que esta seria a única saída” tem função
de complemento do substantivo “consenso”.
(D) O vocábulo “que”, em “várias rãs que descansavam escondidas sob a grama” e em “Ao ver
o pavor que sentiam as rãs em fuga”, tem papel coesivo referencial e sequencial.
(E) Deveria haver mesóclise no trecho a seguir, pois o verbo se encontra no futuro do
pretérito: “Combinaram então que se jogariam do alto de um penhasco”.
TEXTO III
O urso e as abelhas
Um urso procurava entre as árvores pequenos frutos silvestres para sua refeição
matinal, quando deu de cara com o tronco oco de uma árvore caída, dentro do qual um
enxame de abelhas guardava seu precioso favo de mel.
O urso, com bastante cuidado, começou a farejar em volta do tronco tentando descobrir
se as abelhas estavam em casa.
Nesse exato momento, uma das abelhas, que voltava do campo onde fora coletar
néctar das flores para levar à colmeia, deu de cara com o matreiro e curioso visitante.
Receosa e apreensiva com as pretensões do urso, voou até ele e deu-lhe uma ferroada,
para desaparecer em seguida no interior oco da árvore caída.
O urso, tomado de dor pela ferroada, ficou furioso e, incontrolável, pulou em cima do
tronco com unhas e dentes, atacando a tudo e a todas, disposto a destruir o ninho das abelhas
como vingança. Mas isso apenas o fez provocar uma reação em cadeia de toda a colmeia.
Assim, ao pobre Urso restou apenas fugir o mais depressa que pôde em direção a um
pequeno lago, onde, depois de nele mergulhar e permanecer imerso por um bom tempo,
finalmente se pôs a salvo.
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5- Pode-se afirmar corretamente que esta fábula tem como moral a seguinte alternativa:
(A) Em “uma das abelhas, que voltava do campo onde fora coletar néctar das flores”, deduz-se
que havia mais de um campo na região habitada pelas abelhas.
(B) A expressão “dentro do qual” apresenta uma falha de concordância nominal, uma vez que
o referente do pronome relativo é a palavra “árvore”, de modo que deveria ser “dentro da
qual” ou “na qual”.
(C) O ditongo aberto na palavra “colmeia” não recebe acento gráfico em virtude de ser uma
palavra paroxítona não terminada em “r”, como destróier, ou ditongo, como esferóideo.
(D) Todos os termos destacados a seguir mantêm relação com o mesmo referente textual:
“Receosa e apreensiva com as pretensões do urso, voou até ele e deu-lhe uma ferroada, para
desaparecer em seguida no interior oco da árvore caída”.
(E) O vocábulo “incontrolável” tem como base um verbo (controlar) a que se ligam afixos (in-
e -vel), formando um adjetivo.
TEXTO IV
Os viajantes e a árvore
Dois viajantes, exaustos, após caminharem sob o escaldante sol do meio-dia, decidiram
descansar à sombra de uma frondosa árvore à beira da estrada.
Assim, depois de acomodados sob aquela refrescante e oportuna sombra, já relaxados
e aliviados do escaldante calor, um dos viajantes, ao reconhecer que tipo de árvore era
aquela, disse para o outro em tom de menosprezo:
"Como é inútil esse Plátano*, além de não produzir nenhum fruto, ainda se presta a
sujar o chão com suas folhas..."
"Criaturas ingratas!", disse uma voz vindo da árvore. "Vocês estão aqui sob minha
refrescante e acolhedora sombra, e ainda se atrevem a dizer que sou inútil e improdutiva?"
7- Pode-se afirmar corretamente que esta fábula tem como moral a seguinte alternativa:
(A) O conectivo “e”, na última frase, está corretamente antecedido de vírgula por ter valor
semântico equivalente ao “mas”.
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(B) Em “Dois viajantes, exaustos,... decidiram descansar...”, a retirada das vírgulas não
implicará alteração de sentido.
(C) O acento grave em “descansar à sombra de uma frondosa árvore à beira da estrada” é
usado por distintas razões.
(D) O termo destacado em "Como é inútil esse Plátano...” tem a mesma classificação
morfológica que o destacado em “Lá havia bastante plantio de árvores”.
(E) Sem alteração de sentido e incorreção gramatical, o trecho “um dos viajantes, ao
reconhecer que tipo de árvore era aquela, disse para o outro em tom de menosprezo” pode ser
reescrito assim: um dos itinerantes, ainda que reconhecesse qual tipo de árvore era aquela,
disse ao outro em tom de desdém.
TEXTO V
9- Pode-se afirmar corretamente que esta fábula tem como moral a seguinte alternativa:
(A) Se o trecho “pedaço de carne bem maior que o seu” fosse reescrito com “menor” no lugar
de “maior”, ainda assim haveria um comparativo de superioridade.
(B) O conectivo “com a intenção de” tem o mesmo valor semântico e função coesiva que “a
fim de”.
(C) No primeiro parágrafo, a forma verbal “acabara” poderia ser substituída por “tivera
acabado” sem que isso implicasse desvio gramatical.
(D) Infere-se do trecho “tomar aquela porção de carne que julgava ter o dobro do tamanho da
sua” que a porção de carne que estava na imagem não era maior que a real.
(E) O último parágrafo do texto poderia ser reescrito, sem prejuízo do sentido e da correção
gramatical, assim: “Por agir assim, acabou perdendo os dois: o que tentou pegar na água,
dado que se tratava apenas de um simples reflexo, e o seu próprio, haja vista que, ao largá-lo
nas águas, a correnteza acabou por levar para longe, fora do seu alcance”.
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