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Disponível em:
http://colegiomaanaim77.blogspot.com.br/2012/06/contos.html.
Acesso em: 29/03/22.
1. Observe que o texto seguinte está numa linguagem oral (de um homem do campo). Reescreva-o fazendo as
alterações necessárias para que ele atenda à norma culta da nossa Língua Portuguesa.
MENTIROSO CONTRARIADO
O Furquim era bicharêdo bom pra contar mentira. Certa feita, contou essa:
Furquim – Eu tava no meio do mato, quando de repente me apareceu uma onça duns 10 metros de
cumprimento. Naquela hora, vendo aquela bitelona de onça, eu carpi nos pé. Eu corria e a onça corria atrais. Até que
eu cheguei na bêra do Rio Sapucaí. O jeito era caí n’água e saí nas braçada. A sorte é que eu nado muito bem. E num
instante travessei o rio. Graças a Deus.
Estudante (contrariando) – Espera um pouco, sêo Furquim. Se o senhor nada bem, a onça também sabe nadar e
até melhor que o senhor. Seria natural que ela nadasse também, atrás.
Furquim – Foi isso mêmo que se deu. Eu caí n’água e a mardita caiu em riba, sempre nos meu carcanhá. Eu saí
do outro lado do rio e ela também. E toca eu correr, até que me deparei com uma grande pedra, muito arta e lisa. Ah,
dei um galeio no corpo e pumba: pulei pra riba da pedra. Graças a Deus.
Estudante (pegando no pé) – Mas espera aí. Se o senhor pula bem, a onça pula melhor.
Furquim – Pois foi. Eu pulei e a desgramada pulou também. Eu saí de lá e continuei na carreira. Ah, mas a
minha sorte se deu foi agora. Uma grande moita de espinhêro, daquelas bem fechada. Meti os peito, travessei a moita
e ó... Graças a Deus.
Estudante (de novo contraria) – Mas se o senhor que é humano, tem a pele macia, atravessou o espinheiro,
imagina uma grande onça que tem couro duro. Ela tem que atravessar e continuar correndo atrás do senhor.
Furquim (perdendo a paciência) – Óia aqui, moço. O sinhô qué sabê de uma coisa? A onça me comeu... Tô na
barriga dela... E o sinhô vá pros quinto dos inferno, tá bão?