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O sistema carcerário no Brasil

O Brasil é o terceiro país do mundo com o maior número de detentos . Em todo o
território brasileiro, 687.546 pessoas estão presas, enquanto o sistema penitenciário
nacional tem apenas 440.530 vagas em presídios. Cerca de 40 mil presos entraram na
população carcerária brasileira no último ano, sendo o tráfico de drogas o crime que
mais prende no Brasil.

Lei de Execução Penal


A Lei de Execução Penal (LEP), discorre sobre as condições para o cumprimento da
sentença e meios para a reabilitação social do condenado e do internado. A finalidade
exposta pela Lei 7.210/84 está já no artigo 1º: “a execução penal tem por objetivo
efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a
harmônica integração social do condenado e do internado.

As garantias da Lei de Execução Penal

As assistências previstas na Lei de Execução Penal são: assistência material, à saúde,


jurídica, educacional, social e religiosa. Todas elas especificadas nos incisos I a VI do
artigo 11 da Lei de Execução Penal.

. Assistência material

Os direitos assegurados na assistência material da LEP consiste no fornecimento de


fatores cruciais para a sobrevivência do indivíduo. Além disso, conforme o artigo 12 e
13 da Lei de Execução Penal, o Estado deve garantir que os prisioneiros detidos
recebam alimentação, roupas, instalações sanitárias adequadas, serviços que atendam
aos presos nas suas necessidades pessoais, além de locais destinados à venda de
produtos e objetos permitidos e não fornecidos pela Administração.

. Assistência à saúde

Conforme o artigo 14 da Lei de Execução Penal, “a assistência à saúde do preso e


do internado de caráter preventivo e curativo, compreenderá atendimento médico,
farmacêutico e odontológico”, caso tal atendimento não seja suficiente no
estabelecimento prisional, haverá prestação dele em centro equipado. Ademais , a
inclusão do último parágrafo desse artigo em questão declara: “será assegurado
acompanhamento médico à mulher, principalmente no pré-natal e no pós-parto,
extensivo ao recém-nascido” tem por objetivo dar cumprimento ao disposto no artigo
5º, L, da Constituição Federal: “às presidiárias serão asseguradas condições para que
possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação”.
Portanto, prevê a Lei de Execução Penal que a vigilância médica das presas deverá
ser garantida ao longo de toda a gestação e na fase do pós-parto, incluindo o
atendimento ao recém-nascido.

. Assistência jurídica
A assistência judicial está prevista na Lei de Execução Penal no artigo 15 e 16, que
preceitua a concessão de assistência jurídica aos presos e internados hipossuficientes.
“Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados sem recursos
financeiros para constituir advogado
Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência jurídica, integral
e gratuita, pela Defensoria Pública, dentro e fora dos estabelecimentos penais”.
Apesar de reconhecer que a LEP é avançada quanto a essa previsão, o processo é
demorado e conhecido como lento para os detentos que aguardam a justiça.

. Assistência educacional
Outrossim, outro eminente avanço da Lei de Execução Penal é a assistência
educacional, com a previsão do ensino fundamental obrigatório, oferecimento de ensino
profissionalizante e exigência de biblioteca no sistema prisional.

“Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e a formação


profissional do preso e do internado.
Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se no sistema escolar da
Universidade Federativa.
Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de iniciação ou de
aperfeiçoamento técnico.
Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional adequado à sua condição.
Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de convênio com entidades
públicas ou particulares, que instalem escolas ou ofereçam cursos especializados.
Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada estabelecimento de uma
biblioteca, para uso de todas as categorias de reclusos, provida de livros instrutivos,
recreativos e didáticos.”

. Assistência social
Os direitos assegurados na assistência social são fundamentais para a boa qualidade
de vida do preso, assim como para a resolução de problemas sociais.

“Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o internado e
prepará-los para o retorno à liberdade.
Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:
I – conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;
II – relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os problemas e as dificuldades
enfrentadas pelo assistido;
III – acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas temporárias;
IV – promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a recreação;
V – promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento da pena, e do
liberando, de modo a facilitar o seu retorno à liberdade;
VI – providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da Previdência Social e do
seguro por acidente no trabalho;
VII – orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do internado e da
vítima.”

. Assistência religiosa
De acordo com o art. 5.º, VI, da Constituição Federal, os presos devem ter a
oportunidade de participar de cultos, ter ampla liberdade de crença, incluindo nenhuma
crença, bem como direito de ter consigo livros referentes à religião adotada conforme
artigo 24 da Lei de Execução Penal.

“Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada aos presos e aos
internados, permitindo-se lhes a participação nos serviços organizados no
estabelecimento penal, bem como a posse de livros de instrução religiosa.”

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