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MÓDULO 1
Introdução à
origem dos
defensivos
agrícolas
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Você toma os devidos cuidados com os defensivos
agrícolas? Procura se informar antes de manipular
esses produtos? Nesse curso serão abordadas as
maneiras mais adequadas e seguras de manipulação.
Você conhecerá a origem, os princípios legais de sua
utilização, as formas de exposição, as informações de
segurança contidas em rótulos e bulas, quais as medidas
higiênicas mais recomendadas e os procedimentos
práticos para aplicação de defensivos agrícolas.
Programa Gestão de Riscos em Saúde
e Segurança no Trabalho Rural
SENAR, 2021
Estrutura Organizacional
Presidente do Conselho Administrativo
José Mário Schreiner
Apresentação
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Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7
Mas, para evitar as intoxicações, é preciso antes conhecer o que é risco, se-
gurança, toxicidade e exposição.
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Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7
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Prevenção de Acidentes com Agrotóxicos NR31.7
Módulo 1
Introdução à Origem dos Defensivos Agrícolas
Seja bem-vindo ao primeiro módulo do curso Prevenção de acidentes com defensivos agrícolas
NR.31.7. Nesta etapa de estudo, você conhecerá como e quando surgiram os agrotóxicos, além de
ter noções básicas da sua classificação. Ao final deste módulo, você estará apto a entender o surgi-
mento dos produtos fitossanitários e classificar os agrotóxicos quanto a sua utilização e toxicidade.
Fonte: Shutterstock
Antes de começar, é importante destacar que usaremos o termo “agrotóxicos” sempre que esti-
vermos citando uma lei ou parte dela. Nas demais situações, usaremos sinônimos, tais como de-
fensivos agrícolas, produtos fitossanitários, pesticidas e agroquímicos, sendo os dois primeiros
os termos mais atuais.
Aula 1
Século XX:
Ocorre um aumento na utilização desses produtos e
são desenvolvidos comercialmente produtos à base
de flúor, cádmio, chumbo, mercúrio, zinco e cobre.
Esses produtos constituíam a primeira geração dos
defensivos agrícolas, e possuíam em sua maioria
metais pesados. Hoje, eles não são mais utilizados
devido à comprovação de sua alta toxicidade para o
meio ambiente, animais e seres humanos.
Década de 1940:
Durante a segunda Guerra Mundial acontece a
grande disseminação dos produtos fitossanitá-
rios, com o desenvolvimento da indústria quími-
ca, que através de processos ou alterações de
matérias-primas, conseguia sintetizar vários
produtos em escala comercial. Nesse período,
ocorreu a descoberta do extraordinário poder
inseticida do organoclorado DDT (Dicloro Difenil
Tricloroetano) que foi um marco na tecnologia de produtos para o controle de insetos.
Esse produto foi muito utilizado no controle de vetores que causavam grandes proble-
mas de saúde pública. No mesmo período foi desenvolvido também o BHC (Hexacloro-
-ciclohexano) com propriedades inseticidas e o organofosforado SHARADAM, inicial-
mente utilizado como arma de guerra. Nesse período não haviam estudos sobre os
impactos para a saúde humana e ao meio ambiente. Esses estudos somente ocorreram
nas décadas seguintes e a partir de 1970 vários produtos sintéticos foram banidos ou
tiveram seu uso restringido.
Década de 1960:
Os produtos fitossanitários passam a ser ampla-
mente difundidos como parte fundamental da
agricultura moderna. No Brasil, a introdução dos
defensivos agrícolas foi acompanhada de pacotes
tecnológicos, que se baseavam em utilização de
sementes modificadas através do melhoramento
genético e também da mecanização, além da
utilização de insumos industriais como fertilizan-
tes e controle químicos. Neste período o foco estava no aumento da produtividade e
pouco se considerava os riscos à saúde ou ao meio ambiente. Os defensivos agrícolas
estavam entre os mais importantes fatores de risco para a saúde da população, particu-
larmente para a saúde dos trabalhadores expostos e para o meio ambiente.
Estudo de caso
É importante destacar que, durante todo esse tempo, ficou claro que os produtos fitos-
sanitários podem causar diversas doenças se não forem usados de maneira correta:
dermatoses, congestionamento das vias respiratórias, ardor na garganta e nos pulmões,
tosse, rouquidão, irritação da boca e da garganta, dor no peito, náuseas, diarreia, trans-
piração anormal, dores de cabeça, fraqueza, câimbra a até câncer e sequelas neurocom-
portamentais.
Reflexão
Intoxicações
Mesmo com o surgimento e o desenvolvimento de produtos de menor toxicidade, em 2005 a
Organização Internacional do Trabalho (OIT), em conjunto com a Organização Mundial da Saúde
(OMS), divulgou por meio de um comunicado uma estimativa de ocorrência de 7 milhões de ca-
sos de intoxicações agudas e de longo termo e 70 mil óbitos provocados por agrotóxicos anual-
mente no mundo, sobretudo nos países em desenvolvimento.
Para conseguir realizar uma prevenção eficiente, o primeiro passo é conhecer os produtos fitos-
sanitários, as formas de utilizá-los e a sua toxicidade. Esse será o assunto da nossa próxima aula,
vamos lá?
Aula 2
Fonte: Shutterstock
Inseticidas
Fungicidas
Herbicidas
Combatem ervas daninhas. Grupo com maior crescimento quanto à utilização na agricultura.
Seus principais grupos químicos são as glicinas substituídas, os derivados de ácido
fenóxiacético, os dinitrofenóis e os pentaclorofenóis.
Os agrotóxicos podem ser classificados também quanto a sua toxicidade para o ser humano e a
sua periculosidade ambiental. A classificação de periculosidade pode variar da classe I à classe
IV. Para o meio ambiente, a classificação ocorre da seguinte forma:
• Classe I – Altamente perigoso ao meio ambiente;
• Classe II – Muito perigoso ao meio ambiente;
• Classe III – Perigoso ao meio ambiente;
• Classe VI – Pouco perigoso ao meio ambiente.
Já a classificação para o ser humano é baseada no DL50, que é a dosagem letal (DL) estabelecida
em metade da população testada em laboratórios. Por meio da Resolução da Diretoria Colegia-
da - RDC Nº 294, de 29 de julho de 2019, a ANVISA reclassificou as classes toxicológicas dos agro-
tóxicos para cinco categorias mais uma: “não classificado” (seis classes no total: 5 categorias +
“não classificado”). Veja quais são essas classes abaixo:
Classe de Perigo
Oral Fatal se ingerido Fatal se ingerido Tóxico se ingerido Nocivo se ingerido Pode ser perigoso -
se ingerido
Fatal em contato Fatal em contato Tóxico em contato Nocivo em contato Pode ser perigoso em
Dérmica com a pele com a pele com a pele com a pele contato com a pele
-
Recapitulando
Chegamos ao final deste primeiro módulo. Com o conteúdo apresentado até aqui, você teve a
oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a origem histórica dos produtos fitossanitários e
sua classificação. Essas informações serão essenciais para o entendimento dos módulos a seguir,
especialmente para a aula de rotulagem. No próximo módulo você terá importantes informações
sobre os princípios legais para a utilização de defensivos agrícolas no Brasil. Agora, é a hora de
exercitar seus conhecimentos nas atividades de aprendizagem.
A seguir, você realizará algumas atividades relacionadas ao conteúdo estudado neste módulo.
Preparado? Leias as orientações e, em seguida, responda às questões.
1. Por que devemos nos preocupar com a prevenção de acidentes com defensivos agrícolas?
Considerando os conteúdos apresentados no módulo 1, assinale a alternativa que tem o moti-
vo mais adequado para a realização da prevenção de acidentes nas condições atuais do setor
agrícola brasileiro.
a) A OIT, em conjunto com a OMS, estima que ocorrerem 7 milhões de casos de intoxica-
ções agudas e de longo termo e 70 mil óbitos provocados por agrotóxicos anualmente
no mundo.
b) Nos últimos dez anos, o mercado mundial de agrotóxicos cresceu 93% e o mercado
brasileiro cresceu 190%.
c) No ano de 2008, o Brasil passou os Estados Unidos e assumiu o posto de maior merca-
do mundial de agrotóxicos.
d) Não classificado.
3. Vários estudos foram realizados na tentativa de identificar os principais fatores que influen-
ciam as intoxicações. De acordo com o conteúdo apresentado no módulo 1, assinale a al-
ternativa que melhor identifica quais os fatores relativos ao indivíduo exposto foram mais
percebidos nesses estudos.
a) Produtos extremamente tóxicos para o ser humano e para o meio ambiente.