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A SOCIALIZAÇÃO DA CRIANÇA
SURDA NA ESCOLA INCLUSIVA
São Paulo
2018
ANDRÉA CRISTINA JARINA
FÁTIMA CARVALHO
VALDICLEI VITAL
São Paulo
2018
Aos nossos familiares pelo apoio e
paciência durante a realização deste
trabalho.
A todos aqueles que passaram por
nossas vidas e que de alguma forma
contribuíram para o nosso crescimento.
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 08
2 A ESCOLA INCLUSIVA NO BRASIL.................................................................. 11
2.1 A história da escola inclusiva......................................................................... 11
2.2 Inclusão............................................................................................................ 13
2.3 Integração......................................................................................................... 17
3 SURDEZ E PERDA AUDITIVA............................................................................ 20
3.1 Estudos clínicos sobre a surdez.................................................................... 20
3.2 Surdez e suas implicações clínicas e fisiológicas....................................... 22
3.2.1 Classificação de perdas auditivas: conceitos de tipo, grau, entre outros....... 23
3.3 Acões preventivas na escola.......................................................................... 26
4 LIBRAS - LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS E BILINGUISMO......................... 28
4.1 LIBRAS - Língua Brasileira de sinais na educação de alunos surdos...... 28
4.2 Bilinguismo na educação escolar.................................................................. 29
4.3 A aprendizagem da criança surda.................................................................. 29
4.3.1 Métodos de desenvolvimento de linguagem para surdos............................... 32
4.3.2 Especificidades dos alunos surdos na leitura e na escrita............................. 33
5 A ATUAÇÃO DO PROFESSOR E O INTÉRPRETE DE LIBRAS....................... 35
5.1 O professor....................................................................................................... 35
5.2 Intérprete de LIBRAS: aspectos situacionais............................................... 38
5.3 O intérprete Educacional (IE) ......................................................................... 40
6.PROCEDIMENTO DE PESQUISA....................................................................... 42
6.1 A pesquisa........................................................................................................ 42
7 PROCEDIMENTO DE ANÁLISE.......................................................................... 45
7.1 Procedimento de observações....................................................................... 45
7.1.1 Há diferença na construção do planejamento pedagógico do aluno surdo
oralizado e do aluno profundo? .............................................................................. 46
7.1.2 Há participação efetiva dos gestores, coordenadores professores e todos os
funcionários na diversidade da escola quando há um aluno surdo? ...................... 49
7.1.3 Qual a estratégia adotada pelo professor no ensino da Língua Portuguesa
segunda língua do aluno surdo? ............................................................................. 51
7.1.4 Qual a Interação do aluno surdo com os alunos ouvintes?............................ 53
7.1.5 Como é a relação do Professor e o Intérprete de LIBRAS - Língua Brasileira
de Sinais no aprendizado do aluno em sala de aula? ............................................ 54
7.1.6 Como é a estrutura física?............................................................................. 55
CONCLUSÃO.......................................................................................................... 57
REFERÊNCIAS....................................................................................................... 65
8
1 INTRODUÇÃO
diversidade e a igualdade.
Essa interação do alunado com surdez implica na inserção social e
educacional no ambiente da escola. Inclusão requer compromisso do professor, para
que não haja turmas homogêneas, é necessário que a escola também se
comprometa com práticas pedagógicas indo além da deficiência.
Conforme Sacks (1998), os estudos sobre surdos mostram-nos que boa
parte do que é distintamente humano em nós – nossas capacidades de linguagem,
pensamento, comunicação e cultura não se desenvolvem de uma forma automática,
não se compõe apenas de funções biológicas, mas também tem origem social e
histórica.
Por esta origem social é que se julga necessário integrar no cotidiano da
escola inclusiva a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), desde a formação do
professor com mais responsabilidade, pois se trata de uma língua visual, e o
conteúdo da língua para os alunos desde o ensino infantil. O processo, no entanto, é
falho, não há incentivo governamental para que os professores na sua atuação
busquem aperfeiçoamento em LIBRAS e obviamente, não há em todas as escolas
intérprete de LIBRAS, as demais crianças (ouvintes) também não sabem a língua,
sendo assim, continua a existir uma criança surda apática nos intervalos das
escolas. É necessário se valer da Legislação, é imprescindível que as diretorias de
ensino e seus profissionais invistam na inclusão social, pois a integração do
professor ouvinte com o intérprete de LIBRAS, envolvendo inclusive, o planejamento
de aula baseado em todos os alunos, permite que a escola se faça inclusiva.
O objetivo geral dessa pesquisa é conhecer os processos de inclusão
oferecidos aos alunos surdos no ambiente da escola pública, em que a maioria dos
alunos são ouvintes com línguas distintas, mas que pertencem a todos.
São objetivos específicos: observar como ocorre a comunicação do surdo na
escola, investigar como se dá o processo de interlocução entre os alunos surdos e
alunos ouvintes, analisar como funciona nas adaptações curriculares voltadas para a
questão linguística e pedagógica do aluno surdo, bem como conhecer como ocorre à
relação professor-aluno, intérprete-professor.
Muitas outras questões influenciam as possibilidades de socialização do
aluno surdo na escola inclusiva remetendo a própria incidência de surdez no Brasil,
a falta de prevenção e informação por parte da sociedade.
Este trabalho segue a metodologoia de pesquisa exploratória descritiva de
10
2.2 Inclusão
educativas especiais.
Segundo Coll, Palácios e Marchesi (1984), a Educação Especial é uma
educação organizada para atender específica e exclusivamente alunos com
determinadas necessidades especiais (termo usado na época). Algumas escolas
dedicam-se apenas a um tipo de necessidade, enquanto que outras se dedicam a
vários. O ensino especial é mais frequente em instituições destinadas a acolher
deficientes, isto tem sido alvo de críticas, por não promoverem o convívio entre as
crianças especiais e o restante das crianças. No entanto, é necessário admitir que a
escola regular nem sempre está capacitada para oferecer uma resposta que atenda
as diversas necessidades destas crianças. A Educação Especial consiste em
fenômenos de ensino e aprendizagem diferentes da educação regular, são vários os
profissionais que podem/devem trabalhar na educação especial, como por exemplo,
o educador físico, professor, psicólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional.
Segundo Coll (1984), a escola direcionada para a educação especial conta
com materiais, equipamentos e professores especializados. O sistema regular de
ensino precisa adaptar-se, caso deseje ser inclusivo. Hoje, é possível encontrarmos
mais facilmente escolas adaptadas e que se tornaram inclusivas. A criança com
necessidades educativas especiais ou a sua família já podem optar sobre onde
pretende inserir o educando em questão.
Dessa forma, há uma tendência em “centralizar a ação educativa na
utilização de recursos comunicativos, deixando-se em segundo plano a prática
pedagógica, que se transforma assim, em uma prática comunicativa” (COLL, 1984
p.38).
Para Mantoan (2006), na escola tradicional, o aluno é necessariamente o
mesmo, uma reprodução do sujeito da razão e da consciência, determinado por
quadros de referência que o mantém estável no mundo escolar. O aluno da escola é
outro sujeito, que não tem identidade fixa, permanente, essencial. Esse aluno
contesta os dispositivos que regularizam a escola, que decretam e naturalizam as
repetências, as exclusões, e legalizamos espaços marginais da educação, como é o
caso do ensino especial e de outras modalidades que ainda se mantém na maior
parte dos sistemas de ensino em todo o mundo.
No entendimento da autora, infelizmente, ainda vigora a visão conservadora
de que as escolas de qualidade são as que enchem as cabeças dos alunos com
datas, fórmulas, conceitos justapostos e fragmentados. A qualidade desse ensino
15
2.3 Integração
18
3 SURDEZ CLÍNICA
intenso pode até ficar sem saber que as palavras existem e que as coisas têm um
significado a ser exteriorizado. A linguagem será sempre um obstáculo à
aprendizagem e essa terá que ser feita com esforço. Os sons sempre chegarão à
criança de forma filtrada e distorcida, mesmo que ela tenha uma inteligência criativa,
seu desenvolvimento será bloqueado pelas limitações da comunicação.
3.2.1 Classificação das perdas auditivas: conceito de tipo e grau entre outros
A fala precisa ser expressa em intensidade mais forte para ser compreendida. É
preciso falar bem perto da orelha. Necessita de amplificação sonora com ajuda da
prótese auditiva. Já no caso de grau profundo de perda auditiva representa que
quase não existe audição, há somente alguns aniquilamentos auditivos que podem
ser melhorados com a prótese auditiva. A criança busca por outros meios a
comunicação quando não há amplificação sonora.
Vale ressaltar que a anacusia representa a ausência total de respostas. Não
há nenhuma audição.
Determina-se, usualmente, o tempo de aquisição da perda auditiva, definindo:
perda pré-natal, a que ocorre antes do nascimento (ainda na barriga da mãe); perda
perinatal, a que ocorre no decorrer do parto (nascimento); perda pós-natal, a que
decorre de problemas e/ou doenças adquiridas durante o seu desenvolvimento. É
importante observar que as perdas podem acometer ambos os ouvidos
(bilateralmente) ou apenas um: unilateralmente.
Para Ceschin e Roslyn-Jensen (2002), a criança que apresenta surdez,
independente do seu grau, sente a perda desse sentido; ela busca por ela mesma,
meios de compensá-la. Desde pequena, sozinha, ela descobre que é preciso se
comunicar de alguma forma e busca meios que facilitem a comunicação, tais como a
leitura labial e a comunicação gestual.
Os autores destacam que por meio da perda auditiva, há uma dificuldade no
desenvolvimento da compreensão, nos atos sociais e na sua relação com o meio
(quando está longe da mãe), acarretando dificuldades no aprendizado e no próprio
crescimento deste ser. A perda ou diminuição da audição implica perda de
parâmetros da vida, gera conflitos e, muitas vezes, leva ao afastamento na relação
com outras pessoas. Desenvolver a linguagem e aprender a se comunicar é
fundamental para o ser humano. A linguagem é o instrumento mais econômico que o
ser humano possui. É a pedra fundamental para contínua aquisição de informações
e conhecimentos de uma existência – uma vez adquirida permanece por toda vida.
Um dos temas principais na obra de Foucault, e um dos fios
centrais que permitiram percorrer a maior parte da obra é
justamente o tema da visibilidade. E a visibilidade é, para Foucault,
qualquer forma de sensibilidade, qualquer dispositivo de percepção.
O ouvido e o tato na medicina, o exame na pedagogia, a
observação sistemática e sistematizada em qualquer aparato
disciplinar, a disposição dos corpos nos rituais penais, etc.(...).
Poderíamos formular o problema de Foucault, como o determinar,
em um mesmo movimento, o que é visível e o olho que vê o sujeito
26
imagina, não são universais, são nacionais, diferentes em cada nação sofrendo as
influências da cultura de seu país, com expressões e gírias diferindo em cada região
legitimando-a em sua versátil característica de regionalidade, cada vez mais como
língua.
As línguas de sinais viabilizam o acesso dos surdos aos conceitos e aos
conhecimentos existentes na sociedade em que ele vive. A LIBRAS (língua brasileira
de sinais) é a língua materna dos surdos brasileiros regulamentada por lei, a
datilologia é um recurso usado pelos surdos para expressar alguma palavra nova, ou
nome próprio que ainda não tenha um sinal, em que cada sinal corresponde a uma
letra.
É chamada de datilologia a maneira de soletrar as palavras com as mãos,
usando um alfabeto manual. A criação das palavras mediante o alfabeto datilológico
faz parte das línguas de sinais. Para Skliar (2004) a linguagem de sinais é
denominada facilitadora, ao constituir-se como conhecimento do mundo facilitando
que a criança adquira a capacidade de ler e escrever de forma contextualizada e
não como mera decodificadora de uma língua que não entende.
O âmbito escolar tem ignorado as especificidades dos alunos surdos,
oferecendo uma educação homogênea, descontextualizada sem levar em conta
suas singularidades submetendo-os a um processo de ensino de língua escrita por
meio de uma prática engessada, conservadora, inflexível, sem sentido e significado
que não os representa e nem alcança, resultando numa aprendizagem restrita,
estereotipada e parcial de vocabulário.
Que há dificuldade para solução de problemas para os quais já há tecnologia
disponível. Com isso retarda-se ou impede-se a melhoria das condições de vida da
maioria da população e em especial daqueles que dependeriam de maiores
investimentos para sua inserção social (BIANCHETTI, 1998, p.48 apud ALBRES,
2010, p. 39).
Segundo o que foi exposto acima por Oliveira, Omote e Giroto (2008, p.26):
“[...] a leitura labial é suma capacidade inata em todas as pessoas, mas apenas
aquelas que têm perda auditiva desenvolvem esta habilidade”.
De acordo com Oliveira, Omote e Giroto (2008) há vários métodos para o
desenvolvimento da linguagem de deficientes auditivos empregados no Brasil.
O método oral une a capacidade sensorial: usa apenas a pista auditiva. Por
meio do aparelho auditivo, integra a audição a personalidade da criança com parada
auditiva; não enfatiza a leitura labial, nem utiliza a língua de sinais.
O método oral multissensorial usa todos os sentidos: audição com apoio de
aparelhos auditivos, visão com apoio da leitura labial, tato, etc.; também não utiliza a
língua de sinais.
Já o método de comunicação total corresponde a uma filosofia, não
simplesmente outro método, cuja premissa básica é utilizar tudo o que seja
necessário para o indivíduo com deficiência auditiva como meio de comunicação,
como por exemplo: oralização, prótese auditiva, gestos naturais, linguagens de
sinais expressão facial, alfabeto digital labial, leitura escrita e tudo aquilo que sirva
de meio para ajudar a desenvolver o vocabulário, linguagem e conceito de ideias do
surdo.
5. 1 O professor
originalmente concebida.
Ainda Lacerda (2009), afirma que é possível considerar que o tradutor e o
intérprete são profissionais pontes, ou seja, favorecem que uma mensagem cruze a
“barreira linguística” entre duas comunidades. Desse modo, tradução e interpretação
tem muito em comum, pois são dois modos de alcançar esse mesmo objetivo. Outro
aspecto comum é que ambas as atividades são fundamentais para dominar os
idiomas envolvidos, sendo que o tradutor precisa ter domínio da forma escrita da
forma oral.
Muitas vezes nasceram traduções relativamente boas feitas de
línguas que os tradutores não falavam. Muitas vezes estes têm da
língua de partida apenas um estudo livresco, sem conhecerem o país
onde ela é falada. [...] E no caso de obras gregas e latinas, o
conhecimento da língua-fonte, por mais sólido que seja é quase
sempre apenas passivo. (LACERDA, 2009, p.17)
6.PROCEDIMENTO DE PESQUISA
6.1 A pesquisa
conhecimento.
A análise de um texto, de acordo com as autoras, refere-se ao processo de
conhecimento de determinada realidade e implica o exame sistemático dos
elementos. É a análise que vai nos permitir observar os componentes de um
conjunto e perceber suas possíveis relações.
Para Lakatos e Marconi (2016), a pesquisa aponta problemas, para qual se
deve encontrar solução. Definir um problema significa especificá-lo em detalhes
precisos e exatos, depende da importância dos objetivos e da eficácia das
alternativas.
Para as autoras há a necessidade a formulação de hipóteses que poderão
ser comprovadas ou rejeitadas, mas servirá como material de investigação, pois
proporciona a orientação e a busca de outras informações.
Portanto, toda pesquisa implica o levantamento de dados, com métodos e
técnicas empregadas, trazendo conhecimentos que servem para o campo de
interesse. Levanta hipóteses e orienta para fontes de coleta. A pesquisa recolhe
informações prévias levantando dados.
46
7 PROCEDIMENTO DE ANÁLISE
há alunos ouvintes e surdos (em sala de aula alunos que tenham outras deficiências
- Autismo e Surdez, Síndrome de Down e Surdez) todos os alunos interagem em
havendo alguns alunos que acabam protegendo o outro aluno. Na sala de aula o
Professor e Intérprete falam LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais. As intervenções
são lúdicas o professor desenha na lousa e as crianças participam.
Há uma característica inusitada em sala de aula: os alunos surdos
participam muito e não é ruim ou importuno o aluno se expressar no momento que o
professor está explicando. As metodologias da escola bilíngue e planejamento são
diferenciados, como por exemplo, nas provas, os alunos são separados, pois, o
aluno neste ciclo ainda não tem o domínio da Língua Portuguesa, sua escrita é mais
lenta e precisa de mais tempo, assim não prejudica nenhum aluno (ouvinte ou
surdo).
Embasamento teórico
Alunos surdos quando entram na escola e são inseridos no trabalho de
leitura e escrita, não dispõem dos mesmos recursos linguísticos que os ouvintes,
alguns, filhos de país surdos, podem ter adquirido a Língua de Sinais, mas, a
maioria, conta com apenas com alguns fragmentos dela, e a grande maioria conta
apenas com a Língua Portuguesa oral, usada pela família (PMSP, 2009).
Mesmo que tenha adquirido linguagem oral na interação com os familiares,
dificilmente as crianças surdas chegam à escola com conhecimento da Língua
50
gestão em relação ao estado de saúde e laudos dos alunos PCD`s - Pessoas com
Deficiência.
Escola 2 - Sim, os gestores, professores e funcionários falam LIBRAS -
Língua Brasileira de Sinais, para que haja a participação efetiva de todos. Os cursos
de LIBRAS são oferecidos gratuitamente pela escola caso tenha funcionário que
seja transferido de outra escola.
Embasamento teórico
Para Mantoan (2006) um ensino de qualidade se faz a partir de saberes e de
relações de trabalho pedagógico que implicam formação de redes de saberes e de
relações por caminhos imprevisíveis para chegar ao conhecimento; existe ensino de
qualidade quando as ações educativas se pautam pela solidariedade, pela
colaboração e pelo compartilhamento do processo educativo com todos os que
estão direta ou indiretamente envolvidos.
Cabe ao diretor cumprir e fazer cumprir a legislação vigente maior, a
Fim de garantir a efetivação da matrícula da pessoa surda na escola
regular. Além disso, criar procedimentos mais flexíveis de gestão
para eliminação de barreiras nas comunicações, mobilizando os
demais administradores da comunidade local na agilização e
solidificação de recursos e materiais específicos para os alunos
(ALBRES, 2010, p.65).
52
Embasamento teórico
De acordo com Oliveira, Omote e Giroto (2008), há vários métodos
empregados no Brasil para o desenvolvimento da linguagem de deficientes
auditivos. No capítulo 4 deste trabalho explicitamos três destes: método oral, método
oral multisenssorial e o método comunicação total que transcende a metodologia de
linguagem configurando-se numa filosofia.
Na abordagem de comunicação total se pretende que ambas as línguas – os
sinais (LIBRAS, a Língua Brasileira de Sinais) e a oral (português) – sejam
ensinadas e usadas sem que uma interfira ou prejudique a outra. Elas se
destinariam a situações diferentes. De acordo com Skiliar (2004), adquirida a língua
de sinais, será favorecida a compreensão significativa de uma segunda língua
ultrapassando a mera decodificação da escrita.
Embasamento teórico
Oliveira, Omote e Giroto (2008), afirmam que o objetivo central da educação
infantil é favorecer o desenvolvimento físico, motor, emocional, cognitivo e social de
55
Embasamento teórico
Lacerda (2009) afirma que o trabalho do intérprete tradutor será o de dar
uma nova forma ao sentido percebido, garantindo os seguintes aspectos: toda
mensagem original deve ser contemplada inclusive em seus detalhes e neste
trabalho as características da língua de chegada precisam ser respeitadas. O
processo de tradução e interpretação não pode estar focalizado apenas no nível
linguístico, mas precisa levar em conta aspectos culturais, e situacionais, e é por
isso que a ênfase deve estar na passagem dos sentidos.
O propósito principal tanto da tradução quanto da interpretação é
fazer com que uma mensagem expressa um determinado idioma
seja transposta para outro, a fim de compreendida por uma
comunidade que não fale o idioma em que essa mensagem foi
originalmente concebida (PAGURA, 2003, p. 223 apud LACERDA,
2009, p. 16).
com pincéis, as carteiras são de ótima qualidade, o refeitório é amplo com duas
entradas uma com escada e a outra piso de acesso (térreo), e o pátio também é
espaçoso, sala de vídeo, sala de leitura, sala recurso, sala de informática com
computadores novos. As salas de aula estão divididas nos dois andares. A parte
externa tem duas piscinas e teatro também com banheiros acessíveis e banheiros,
quadras poliesportivas, rampas e escadas em todas as entradas/saídas, garagem
para carros dos professores.
CONCLUSÃO
capacitar a pessoa com surdez para a utilização de duas línguas, o que segundo
Quadros (2004), passa a ser assegurado no Decreto nº 5626/05 que regulamentou a
Lei de Libras (Língua Brasileira de Sinais). O autor tece algumas criticas ao uso
somente de LIBRAS, ressaltando que sem o enfoque do bilinguismo muitas crianças
surdas acabam tendo uma aprendizagem segregada (isolada).
Em contrapartida, ou talvez por esta razão, muitos pais são contrários a
aprendizagem de LIBRAS na equivocada tentativa de normatizar a criança surda.
Vale ressaltar que a LIBRAS é a língua materna dos surdos brasileiros e foi
aprovada pela Lei nº. 10436, de 24 de abril de 2002. Outros métodos de
comunicação são apresentados por Oliveira, Omote e Giroto (2008), neste capitulo
como a datilologia (recurso usado soletrando as palavras com as mãos, usando um
alfabeto manual) e a leitura labial e o método oral (quando a perda auditiva em grau
menor permite que amplificando o som a criança escute). Destaque se dá ao método
e filosofia de comunicação total, cuja premissa básica é utilizar tudo o que seja
necessário para o indivíduo com deficiência auditiva como meio de comunicação:
oralização, prótese auditiva, gestos naturais, linguagens de sinais expressão facial,
alfabeto digital labial, leitura escrita, enfim, tudo aquilo que sirva de meio para ajudar
a desenvolver o vocabulário, linguagem e conceito de ideias do surdo.
No capítulo 5, abordou-se a atuação do professor e o intérprete de libras,
focou-se n a importância do comprometimento e dialogicidade entre os profissionais.
Com base nos estudos de Becker (2004), Mantoan (2011 - 2015), Freire (2011),
Vygotsky (2000) discutiu-se o sentido da aprendizagem e do trabalho docente, a
importância de uma postura inclusiva não fragmentada e instrucional e a valorização
da educação inclusiva. O trabalho do intérprete de Libras deve estar vinculado e
sintonizado ao do professor. É importante que o professor regente da classe se
esforce para conhecer a língua de sinais e favoreça a aprendizagem dos demais
alunos da sala para que o aluno surdo possa se socializar; não deixando toda a
responsabilidade da comunicação com os alunos surdos para o intérprete, visto que
seu papel principal é interpretar. A responsabilidade é do professor. A ausência de
uma língua comum entre o professor ouvinte e o aluno surdo traz dificuldades para o
aluno em relação a seu desempenho e participação em sala de aula, não se
relacionando com o professor compromete a proposta bilíngüe.
O capítulo 6, o mais breve deste trabalho ocupou-se de tratar do
procedimento de pesquisa explicando seu caráter e importância. Segundo Severino
62
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Surdos & Inclusão Educacional, 2. Ed. Rio de Janeiro: Arara Azul, 2010.
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Inclusão Educacional, 2. Ed. Rio de Janeiro: Arara Azul, 2010.
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VIEIRA MM, ÁVILA CRB, PEREIRA LD – Orgs. Fonoaudiologia e Saúde Pública.
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SACKS, O. Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos. São Paulo: Cia das
Letras, 1998.
70
TOVAR, L. A. La Lengua escrita como segunda lengua para el niño sordo. In:
Revista El Bilingüismo de los sordos, V. 1, nº 4. Santa Fe de Bogotá: INSOR,
2000. In PREFEITURA DA CIDADE DE SÃO PAULO SECRETARIA DE
EDUCAÇÃO. Projeto Toda Força ao 1º Ano: Contemplando as Especificidades dos
Alunos Surdos. São Paulo, 2007.