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aviso importante

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SUMÁRIO

DIREITO PROCESSUAL CIVIL.................................................................................................4

DIREITO ADMINISTRATIVO................................................................................................ 56

DIREITO AMBIENTAL...........................................................................................................109

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RAIO-X – RETA FINAL TJ/SP

DIREITO PROCESSUAL CIVIL1


Pessoal, desde o advento do CPC/2015, o que a gente vem observando nas provas de concurso em geral é
uma cobrança da “lei seca”! Então vamos fazer uma leitura atenta do Código, sem esquecer dos INFORMATIVOS e
SÚMULAS nos pontos indicados no decorrer do raio-x, pois é uma matéria que não costuma conter tantos pontos
“doutrinários” nas provas.

Nas últimas provas objetivas para ingresso na Magistratura do TJSP, a tendência se confirma. Maior parte
das questões podem ser resolvidas com o conhecimento da letra da lei. Para ajudar, trouxemos em cada um deles
quadro com os dispositivos legais mais importantes e que devem ser priorizados.

PONTOS 1 e 2: 1. Princípios constitucionais e infraconstitucionais do processo civil. Garantias


constitucionais do processo. Autonomia do Direito Processual. Institutos e normas fundamentais do
processo civil. Direito Processual Constitucional. 2. Interpretação da norma processual. Norma processual
no tempo e no espaço. Efetividade do processo e acesso à Justiça. Escopos do processo. Instrumentalidade
do processo.

Sugiro o estudo doutrinário da Teoria Geral do Processo para compreender a sistemática do Novo Código de
Processo Civil, sobretudo o seu conteúdo principiológico (arts. 1º ao 12). Lembre-se que a interpretação da norma
processual civil se dá à luz destas normas jurídicas. Atente-se para a aplicação da lei processual (art. 13 a 15 do
CPC/15).

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL


Art. 2º Art. 10 Art. 1.046
Art. 3º Art. 13 Art. 1.047
Art. 9º Art. 14

#RAPIDINHAS: 10 COISAS QUE VOCÊ NÃO PODE ESQUECER:

1. Art. 14.  A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados
os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.
-Isolamento dos atos processuais: A lei nova deve respeitar os atos processuais já realizados e consumados.
O processo deve ser considerado um encadeamento de atos isolados: os que já foram realizados na vigência da
lei antiga persistem, já os que ainda serão praticados deverão respeitar a lei nova.

1  Por Marília Cavalcanti.

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2. NEOPROCESSUALISMO – indica que o processo civil deve ser interpretado segundo as normas e valores da
Constituição Federal. Decorrência do neoconstitucionalismo. Forte presença no CPC/2015 – ao trazer as normas
fundamentais do processo civil (ART. 1º)

3. ATENÇÃO para a VEDAÇÃO DA DECISÃO-SURPRESA, contida no art. 10º, vedando que o juiz se valha de
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes OPORTUNIDADE DE SE MANIFESTAR, ainda que se
trate de matéria cognoscível de ofício (ainda que sejam matérias de ordem pública. Ex: prescrição e decadência.
Obs: antes de julgar improcedente de forma liminar o pedido – art. 332, CPC, é preciso que o autor seja ouvido,
sem que haja a necessidade, entretanto, de citação do réu.)

4. Princípio da Ação ou Inafastabilidade do Controle Judicial (art. 3º do CPC):


Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
Esse princípio comporta exceções constitucionais previstas nos artigos 142, § 2º e 217, § 1º, da CF. No caso da
justiça desportiva, por ser um órgão administrativo, deve-se primeiro esgotar as instâncias da justiça desporti-
va, para o poder judiciário admitir as ações relativas à disciplina.

5. A solução consensual dos conflitos deve ser, sempre que possível, promovida pelo Estado, devendo a con-
ciliação, a mediação e outras formas de solução consensual ser estimuladas por juízes, advogados, defensores
públicos e membros do Ministério Público. O magistrado tem o dever de, a qualquer tempo, buscar conciliar as
partes (art. 139, V, do CPC 2015).

6. Sistema multiportas de justiça: ante a integração de mediação e da conciliação como etapas do procedi-
mento comum no CPC/15, pode-se afirmar que a nova ordem processual civil brasileira adotou um SISTEMA
MULTIPORTAS DE JUSTIÇA. Os antes denominados “meios alternativos” de solução de conflitos agora são consi-
derados como meios integrados à Jurisdição, compondo um sistema de múltiplos meios de solução de conflitos.

7. Princípio da Cooperação (art. 6º do CPC/15)


Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão
de mérito justa e efetiva.
Há três modelos de processo: inquisitivo, dispositivo e cooperativo. O Princípio Cooperativo baseia-se nos prin-
cípios do devido processo legal, da boa-fé processual e do contraditório.
Objetivando definir o modo de como o processo civil estrutura-se, o Princípio da Cooperação redimensiona o
princípio do contraditório e inclui o Estado-juiz como sujeito do diálogo processual e não como um espec-
tador do litígio entre as partes.

8. A regra do art. 489, §1º, VI, do CPC segundo a qual o juiz, para deixar de aplicar enunciado de súmula, juris-
prudência ou precedente invocado pela parte, deve demonstrar a existência de distinção ou de superação,
somente se aplica às súmulas ou precedentes vinculantes, mas não às súmulas e aos precedentes apenas per-

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suasivos, como, por exemplo, os acórdãos proferidos por Tribunais de 2º grau distintos daquele a que o julgador
está vinculado.
O art. 489, §1º, VI, do CPC/2015, dispõe: “Art. 489. São elementos essenciais da sentença: (...) §1º Não se con-
sidera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: (...) VI dei-
xar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a exis-
tência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento”.
STJ. 3ª Turma. REsp 1698774-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 01/09/2020 (Info 679).

9. Princípio do duplo grau de jurisdição: #OLDBUTGOLD


Examinando o texto constitucional, vemos que não há nenhum dispositivo que preceitue, de forma expressa, o
duplo grau de jurisdição em todos os processos. O que se pode dizer, no entanto, é que a Constituição Federal,
ao criar juízos e Tribunais, estabeleceu um sistema em que, normalmente, há o duplo grau, que serve para pro-
mover o controle dos atos judiciais quando houver inconformismo das partes, submetendo-os à apreciação de
um órgão de superior instância, composto, em regra, por juízes mais experientes.
Vale lembrar que há hipóteses previstas no CPC/15 em que não existe o duplo grau de jurisdição e, nem por isso,
ocorre a inconstitucionalidade. Ex: competência originária do STF.

10. Princípio da obediência à ordem cronológica dos processos


Não há necessidade de se observar a ordem cronológica em todos os pronunciamentos judiciais (mas o dis-
positivo menciona a palavra “preferencialmente”). O art. 12 faz expressa referência à sentença e a acórdãos. O
dispositivo não se aplica, portanto, aos despachos e decisões interlocutórias, bem como às decisões proferidas
monocraticamente nos Tribunais, já que nestas não há acórdão.
O rol das exceções do § 2º do art. 12 não é taxativo, mas meramente exemplificativo.

PONTOS 3 e 4: 3. Jurisdição. Elementos conceituais. Características. Espécies. Organização judiciária.


Distinção em relação às demais funções do Estado. Jurisdição estatal e arbitral. Poderes do juiz e do
árbitro. Impedimento e suspeição. 4. Competência. Critérios de determinação e de modificação.
Incompetência absoluta e relativa. Conflito de competência. Cooperação internacional.

Quanto ao tema jurisdição, importante o conhecimento da letra seca da lei dos arts. 16 a 41 do CPC, bem
como de conhecimentos doutrinários acerca do assunto com ênfase para condições da ação, classificação das
ações, e elementos identificadores da ação.

Competência é um tema importantíssimo para a prova da magistratura, principalmente a competência inter-


na (arts. 42 a 66 do CPC). É possível a cobrança do seu conteúdo através de questões práticas ou pela literalidade
de lei.

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Atenção para as hipóteses de modificação de competência (arts. 54 a 63 do CPC) e fixação de competência


previstas no art. 45 a 53 do CPC do CPC.

#OBS: atenção para as súmulas e julgados acerca do tema “competência”.

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL


Art. 17 Art. 36 Art. 55
Art. 18 Art. 43 Art. 56
Art. 20 Art. 45 Art. 59
Art. 21 Art. 46 Art. 62
Art. 22 Art. 47 Art. 63
Art. 23 Art. 48 Art. 64
Art. 24 Art. 53 Art. 65

#RAPIDINHAS: 10 COISAS QUE VOCÊ NÃO PODE ESQUECER:

1. Jurisdição EXCLUSIVA da justiça brasileira.


Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à
partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha do-
micílio fora do território nacional;
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no
Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.

2. Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a autori-
dade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições
em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.
Parágrafo único.  A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de sentença
judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil.

3. O órgão jurisdicional, mesmo sem competência, tem jurisdição. É a aplicação do princípio Kompetenz-Kom-
petenz, que atribuiu ao órgão incompetente a competência, ao menos, para declarar sua própria incompetência.

4. A perpetuatio jurisdictionis, também conhecida como perpetuação da jurisdição, vem prevista no art. 43
do CPC. Conforme o mencionado dispositivo, a competência é determinada no momento do registro ou da
distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as alterações posteriores do estado de fato ou de direito, salvo
se suprimirem o órgão jurisdicional ou alterarem a competência absoluta.

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Assim, a competência do órgão jurisdicional, uma vez determinada, permanece até o final da decisão da lide.
Exceções à perpetuação: Há dois fatos que autorizam a mudança de competência:
(i) Supressão do órgão judiciário: a vara deixou de existir. Nesse caso, os processos serão redistribuídos.
(ii) Mudança superveniente de competência absoluta: qualquer que seja a competência absoluta em caso de
mudança. Isso ocorreu quando a EC n. 45/2004 mudou a competência da Justiça Estadual para a Justiça do Tra-
balho; só houve a redistribuição de processos que não tinham sido julgados (Súmula 367 STJ – A competência
estabelecida pela EC n. 45/2004 não alcança os processos sentenciados).

5. Competência absoluta x Competência relativa

ABSOLUTA RELATIVA
Funcional/hierárquico e material (regra Valorativo e territorial
CRITÉRIOS
geral) (regra geral)
Art. 65, CPC (mas, o art. 64, §2º a
PREVISÃO LEGAL Art. 64, CPC §4º também valem para a com-
petência relativa)
INTERESSE PROTEGIDO Público Privado
De ofício, em qualquer momento e grau Só mediante alegação da parte
CONHECIMENTO PELO
de jurisdição, observando o art. 10 do ou do MP (Súmula 33, STJ e art.
JUIZ
CPC 65, parágrafo único, CPC)
NÃO
SIM: Foro de eleição e conexão e
DERROGABILIDADE (#ATENÇÃO: inaplicabilidade do art. 190, continência
CPC)
MOMENTO E MODO Preliminar de contestação ou a qualquer Preliminar de contestação, sob
PARA ALEGAÇÃO momento. pena de prorrogação
Remessa ao Juiz competente que delibe-
Validade dos atos praticando, ha-
rará sobre os atos praticados. Cabe res-
VIOLAÇÃO vendo prorrogação de compe-
cisória. #ATENÇÃO: Não há extinção do
tência. Não cabe rescisória.
processo.

6. Foro comum (art. 46, CPC): o foro comum previsto pelo ordenamento brasileiro, em regra, é o do domicílio
do réu. Segundo o art. 46 do Novo CPC, essa regra somente se aplica aos processos fundados em direito pessoal
e direito real sobre bens móveis.

7. Direito real imobiliário (art. 47, CPC): o dispositivo legal criou uma regra de competência absoluta, de-
terminando o foro do local do imóvel como o absolutamente competente para conhecer ações reais imobiliárias
que tenham por objeto os direitos de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e nun-
ciação de obra nova.

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8. Inventário, partilha, arrecadação, cumprimento de disposições de última vontade, impugnação ou


anulação de partilha extrajudicial e ações em que o espólio for réu (art. 48, CPC): Trata-se de regra de foro
especial, na qual o foro preferencial será o do autor da herança, ainda que o óbito tenha ocorrido no estran-
geiro. No caso de o autor da herança não ter domicílio certo, o foro competente será o da situação dos bens.
Finalmente, apenas se o autor da herança não tiver domicílio certo e possuir bens em lugares diferentes, o foro
competente será do local de qualquer dos bens do espólio.

9. Ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união está-


vel (art. 53, I, CPC): #ATENÇÃO a Lei nº 13.894/2019 acrescentou a alínea “d” ao inciso I.
Art. 53. É competente o foro:
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável:
a) de domicílio do guardião de filho incapaz;
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal;
d) de domicílio da vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei
Maria da Penha);            (Incluída pela Lei nº 13.894, de 2019)

10. O STF conferia interpretação restritiva ao art. 102, I, “r”, da CF/88 e afirmava que ele (STF) somente seria
competente para julgar as ações em que o próprio CNJ ou CNMP figurassem no polo passivo. Seria o caso de
mandados de segurança, habeas corpus e habeas data contra os Conselhos. No caso de serem propostas ações
ordinárias para impugnar atos do CNJ e CNMP, a competência seria da Justiça Federal de 1ª instância, com base
no art. 109, I, da CF/88. Houve, no entanto, mudança de entendimento. O que prevalece agora é o seguin-
te: Nos termos do artigo 102, inciso I, alínea ‘r’, da Constituição Federal, é competência exclusiva do
Supremo Tribunal Federal processar e julgar originariamente todas as decisões do Conselho Nacional
de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público proferidas no exercício de suas competências
constitucionais respectivamente previstas nos artigos 103-B, parágrafo 4º, e 130-A, parágrafo 2º, da
Constituição Federal. STF. Plenário. ADI 4412, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/11/2020.

#JÁCAIU

Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2018 - TJ-SP - Juiz Substituto
Em matéria de competência, é correto afirmar:2
A) a regra de competência estabelecida para quando o réu for incapaz, conforme critério territorial, é inderrogá-
vel e sua inobservância gera incompetência absoluta.
B) para ação fundada em direito real, em regra, será competente o foro da situação da coisa, móvel ou imóvel.
C) no cumprimento de precatória, se o juiz deprecado reconhecer sua incompetência territorial, deverá devolver
a carta ao juiz deprecante.

2  Gabarito: letra D.

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D) na execução fundada em título extrajudicial, é concorrentemente competente o foro da situação dos bens
sujeitos a constrição.

PONTOS 5 e 8 - 5. Funções essenciais à Justiça. Magistratura. Advocacia Pública e Privada. Assistência


judiciária. Taxa judiciária. Ministério Público. Órgãos auxiliares da justiça. Conciliadores e mediadores. 8.
Partes e terceiros no processo civil. Conceitos. Litisconsórcio, assistência e modalidades de intervenção
de terceiros. Amicus curiae. Incidente de desconsideração da personalidade jurídica.

Com relação ao “ponto 5”, basta a leitura dos arts. 139 a 187 do CPC. #ATENÇÃO especial para os artigos
referentes ao “juiz” (poderes, deveres, responsabilidade do juiz, hipóteses de impedimento e suspeição, etc). Afinal,
vocês serão futuros(as) magistrados(as)!

Quanto ao “ponto 8”, leitura dos arts. 70 a 138 do CPC + jurisprudência. Litisconsórcio e intervenção de ter-
ceiros são temas que merecem atenção na preparação. Costumam sempre aparecer em prova!

#OBS: o tema “litisconsórcio” exige certo conhecimento doutrinário acerca das classificações (necessário, facultati-
vo, unitário, etc).

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL


Art. 70 Art. 119 Art. 144
Art. 72 Art. 123 Art.145
Art. 73 Art. 125 Art. 178
Art. 74 Art. 128 Art. 180
Art.77 Art. 129 Art.183
Art. 78 Art. 130 Art. 185
Art. 80 Art. 134 Art. 186
Art. 104 Art. 135 Art. 187
Art. 109 Art. 138
Art. 113 Art. 140
Art. 115 Art. 143

#RAPIDINHAS: 10 COISAS QUE VOCÊ NÃO PODE ESQUECER:

1. Impedimento x Suspeição

IMPEDIMENTO SUSPEIÇÃO
Ao juiz é vedada a participação no processo, porque
É conveniente que o juiz se afaste, pois, ainda há o
mais intensa a possibilidade de que não venha a per-
potencial risco de falta de isenção.
manecer isento e equidistante ao conduzi-lo.

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Hipóteses que apresentam cunho PESSOAL (SUBJE-


As hipóteses são todas OBJETIVAS.
TIVO).
a) ter intervindo como mandatário da parte, oficiado
como perito, funcionado como órgão do Ministério
Público ou prestado depoimento como testemunha;
b) ter participado dele em outro grau de jurisdição,
nele proferindo decisão;
c) funcionar como defensor público, advogado ou
membro do Ministério Público o seu cônjuge ou
Haverá a suspeição do juiz quando:
companheiro ou qualquer parente, consanguíneo
a) ele for amigo íntimo ou inimigo de qualquer das
ou afim, em linha reta, ou na linha colateral até ter-
partes ou seus advogados;
ceiro grau, inclusive.
b) alguma das partes for credora ou devedora do
d) figurar como parte no processo o próprio juiz, seu
juiz, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes
cônjuge ou companheiro, parente, consanguíneo ou
destes, em linha reta ou colateral até o terceiro grau,
afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau,
inclusive;
inclusive;
c) receber presentes de pessoas com interesse na
e) figurar o juiz como sócio ou membro de direção
causa antes ou depois de iniciado o processo, acon-
ou de administração de pessoa jurídica parte no pro-
selhar alguma das partes acerca do objeto da
cesso;
causa ou subministrar meios para atender à despesas
f ) ser herdeiro presuntivo, donatário ou empregador
do litígio;
de qualquer das partes;
d) ele for interessado no julgamento da causa em
g) figurar como parte instituição de ensino com a
favor de uma das partes;
qual tenha relação de emprego ou decorrente de
contrato de prestação de serviço; e) houver razões de foro íntimo.
h) figurar como parte cliente do escritório de advo-
gado de seu cônjuge, companheiro ou parente, con-
sanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral,
até terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado
por advogado de outro escritório;
i) promover ação contra a parte ou seu advogado.

2. Poderes do juiz
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
I - assegurar às partes igualdade de tratamento;
II - velar pela duração razoável do processo;
III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir postulações meramente protela-
tórias;
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para asse-
gurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária;

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V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de conciliadores e mediadores


judiciais;
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessida-
des do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito;
VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além da segurança interna dos
fóruns e tribunais;
VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las sobre os fatos da causa,
hipótese em que não incidirá a pena de confesso;
IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios processuais;
X - quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério Público, a Defensoria
Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se referem o art. 5º da Lei nº 7.347, de 24 de julho de
1985 , e o art. 82 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 , para, se for o caso, promover a propositura da ação
coletiva respectiva.
Parágrafo único. A dilação de prazos prevista no inciso VI somente pode ser determinada antes de encerrado o
prazo regular.
CPC
Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando:
I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;
II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício ou a requerimento da
parte.
Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente serão verificadas depois que a parte requerer ao juiz
que determine a providência e o requerimento não for apreciado no prazo de 10 (dez) dias.

3. LITISCONSÓRCIO
CLASSIFICAÇÃO:
a) Quanto aos sujeitos – Ativo, Passivo e Misto;
b) Quanto ao momento – Inicial e Ulterior;
c) Quanto aos efeitos – Simples e Unitário.

4. LITISCONSÓRCIO MULTITUDINÁRIO: litisconsórcio formado por um número excepcionalmente grande de


litigantes, sempre que, em razão de sua formação, possa ocorrer o comprometimento da defesa, ou do cumpri-
mento de sentença, ou a rápida solução do litígio. Por motivos atinentes à paridade de armas e à efetividade do
processo, portanto, é possível desmembrar o litisconsórcio.

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5. #SELIGA:

LEGITIMIDADE ORDINÁRIA LEGITIMIDADE EXTRAORDINÁRIA


No caso de legitimidade extraordiná-
No campo da legitimidade ordinária, ria, há lei autorizando que a coisa ou
haverá a formação de um litiscon- direito, conquanto uno, incindível e
sórcio necessário — porque a rela- com vários titulares, possa ser defen-
ção pertence a todos — e unitário, dido por só um legitimado, surgem
UNITARIEDADE DE LIDE duas opções: (i) defendê-la indivi-
porque, sendo incindível, a sentença
(PROCESSOS QUE VER- dualmente, caso em que não haverá
tem de ser igual para todos os litis-
SAM litisconsórcio; ou (ii) defendê-la em
consortes.
SOBRE COISAS OU DI- grupo, caso em que haverá a forma-
São exemplos: as ações declaratórias ção de um litisconsórcio facultativo e
REITOS QUE SÃO UNOS,
de nulidade de casamento, de dis- unitário. Essa combinação é excep-
INCINDÍVEIS E COM
solução de sociedade e anulação de cional, e só existe no plano da legi-
VÁRIOS TITULARES)
contrato. Como a legitimidade ordi- timidade extraordinária. O exemplo
nária é a regra, o mais comum é que mais importante é o das ações pos-
a unitariedade de lide gere litiscon- sessórias e reivindicatórias de bens
sórcio necessário e unitário. em condomínio, que podem ser ajui-
zadas por qualquer dos condôminos.

6. Regra 1: A CONDUTA DETERMINANTE DE UM LITISCONSORTE NÃO PREJUDICA O OUTRO, NEM NO UNITÁ-


RIO, NEM NO SIMPLES. No unitário, a conduta determinante só será eficaz se todos consentirem. No simples, a
conduta determinante só é eficaz para o litisconsorte que a praticou.
Regra 2: NO LITISCONSÓRCIO UNITÁRIO, A CONDUTA ALTERNATIVA DE UM BENEFICIA O OUTRO.

7. ASSISTÊNCIA

ASSISTÊNCIA
Simples Litisconsorcial
A parte ingressa em juízo para auxiliar uma das
Sempre que a sentença influir na relação jurídica entre
partes por possuir interesse jurídico no deslinde da
ele e o adversário do assistido.
demanda.
O assistente é um coadjuvante no processo (ativi-
O assistente recebe tratamento de parte.
dade subordinada).

8. Chamamento ao processo e fornecimento de medicamento. Nas ações para fornecimento de medicamentos,


apesar de a obrigação ser solidária entre Municípios, Estados e União, caso o autor tenha proposto a ação ape-
nas contra o Estado-membro, não cabe o chamamento ao processo da União, medida que apenas iria protelar
a solução da causa. STJ. 1ª Seção. REsp 1203244-SC, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 9/4/2014 (recurso
repetitivo) (Info 539).

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9. DENUNCIAÇÃO DA LIDE
Hipóteses de denunciação da lide:
-ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que
possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam;
-àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for
vencido no processo.
Feita a denunciação pelo réu:
-se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo prosseguirá tendo, na ação principal, em
litisconsórcio, denunciante e denunciado;
-se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua defesa, eventualmente oferecida,
e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva;
-se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o denunciante poderá prosseguir
com sua defesa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a procedência da ação de regresso.

10. AMICUS CURIAE:


Terceiro que, espontaneamente, a pedido da parte ou por provocação do órgão jurisdicional, intervém no pro-
cesso para fornecer subsídios que possam aprimorar a qualidade da decisão.
Autoriza-se o amicus curiae quando envolver matéria relevante, tema específico ou repercussão social da con-
trovérsia
O amicus curiae poderá opor embargos de declaração e interpor recursos que julgue os incidentes de resolução
de demandas repetitivas.

PONTOS 6 e 7 - 6. A ação. Conceito e natureza. Condições da ação. Elementos da ação. Ação e tutela
jurisdicional. Cumulação de ações. Classificação da tutela jurisdicional. Processo. Conceito e natureza.
Espécies. Pressupostos processuais. Procedimento e relação jurídica processual. 7. Atos processuais.
Forma, tempo e lugar. Regime de invalidades processuais. Preclusões. Comunicação dos atos processuais.
Atos processuais eletrônicos. Convenção das partes em matéria processual.

Os temas ação, processo e pressupostos processuais, classificação, natureza jurídica e princípios, relação
processual e suas características podem ser estudados sob um viés doutrinário. Atenção para a diferença dos pres-
supostos processuais, das condições da ação e do mérito.

Leitura dos artigos 188 a 293 do CPC para o estudo dos atos processuais.

#ATENÇÃO: para os artigos do CPC que tratam sobre Negócio Jurídico Processual: a eleição negocial do
foro (artigo 47 e 63); a suspensão do processo por convenção das partes (artigo 313, II); a desistência da ação (arti-

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RAIO X

gos 90 e 200); a desistência do recurso (artigo 998). Todavia, a maior novidade em matéria de negócios processuais
está na cláusula geral dos negócios processuais atípicos (art. 190) e previsão do calendário processual contida no
art. 191.

Atente-se para o papel do juiz ao controlar a validade das convenções processuais, de ofício ou a reque-
rimento, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão
ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL


Art. 189 Art. 214 Art. 231
Art.190 Art. 215 Art. 237
Art. 191 Art. 219 Art. 239
Art. 200 Art. 220 Art. 246
Art. 203 Art. 224 Art. 247
Art. 212 Art. 229 Art. 252
Art. 213 Art. 230 Art. 256

#RAPIDINHAS: 10 COISAS QUE VOCÊ NÃO PODE ESQUECER:

1. Os pressupostos processuais são todos os elementos de existência, os requisitos de validade e as


condições de eficácia do procedimento. É uma expressão consagrada na doutrina que engloba os PRES-
SUPOSTOS DE EXISTÊNCIA e os REQUISITOS DE VALIDADE.
Para que a relação jurídica processual exista (pressupostos de existência), basta que alguém (capacidade
de ser parte) postule (demanda) perante um órgão investido de jurisdição ( juiz).

2. Nem toda falta de pressuposto processual de validade leva ao juízo de inadmissibilidade do processo
(ex.: reconhecida a incompetência, os autos vão para o juiz competente).
Nem toda falta de pressuposto processual de validade pode ser conhecida de ofício (ex.: incompetência
relativa, existência de convenção de arbitragem etc.).
Nem toda falta de pressuposto processual de validade pode ser conhecida a qualquer tempo ou grau de
jurisdição (ex.: convenção de arbitragem, incompetência relativa – são matérias passíveis de preclusão).
Nem toda falta de pressuposto processual de validade é defeito que não pode ser corrigido (sempre
deve se buscar a correção do defeito processual).
Nem toda falta de um pressuposto processual de validade impede a decisão de mérito. Nesse sentido:
Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a
quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485.

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RAIO X

3. Pressupostos processuais de existência

4. Pressupostos processuais de validade

5. #NÃOCONFUNDA

CAPACIDADE DE SER PARTE CAPACIDADE PROCESSUAL LEGITIMIDADE AD CAUSAM


Pressuposto de EXISTÊNCIA gené- Requisito de VALIDADE objeti-
Requisito de VALIDADE subjetivo.
rico e abstrato. vo extrínseco positivo.
É a PERSONALIDADE JURIDICIÁRIA:
É a capacidade para ESTAR EM JU- É a pertinência subjetiva da
Aptidão genérica a absoluta dos
ÍZO: toda pessoa que se acha no ação: capacidade para CON-
sujeitos de direito para ser sujeito
exercício dos seus direitos tem ca- DUZIR UM PROCESSO em que
de uma relação jurídica ou assumir
pacidade para estar em juízo (art. se discuta uma determinada
uma situação jurídica processual.
70). relação jurídica.

Depende do que está sendo


Depende do que está sendo discu-
É ABSOLUTA, não depende do que discutido em juízo (vínculo en-
tido em juízo. Pode existir para um
está sendo discutido em juízo. tre os sujeitos do processo e a
ato e não existir para outro.
situação jurídica afirmada).
Polo ativo e passivo.
Polo ativo (a incapacidade de ser Polos ativo e passivo.
parte do réu é caso de formulação A legitimidade pode ser ORDI-
Pode ser suprida pela representa-
incorreta da demanda). NÁRIA ou EXTRAORDINÁRIA
ção e curadoria especial.
(substituição processual).

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RAIO X

6.

POLO ATIVO POLO PASSIVO


O cônjuge necessita da CONSENTIMENTO do outro Ambos os cônjuges serão necessariamente CITA-
para PROPOR AÇÃO que verse sobre DIREITO REAL DOS (caso de litisconsórcio passivo necessário):
IMOBILIÁRIO, salvo em caso de separação absoluta
- DIREITO REAL IMOBILIÁRIO, salvo em caso de se-
de bens.
paração absoluta;
Atenção: não é caso de litisconsórcio ativo necessário.
- Fato que diz respeito a ambos os cônjuges ou de
Um pode ir sozinho, desde que o outro consinta. ato praticado por eles;
‘Direito real imobiliário’ deve ser interpretado de for- - Dívida contraída por um dos cônjuges a bem da
ma ampla para abranger outras ações relacionadas família;
com aqueles direitos (ex.: ações envolvendo hipoteca,
- Que tenha por objeto o reconhecimento, a consti-
a demolitória, a divisória, a nunciação etc.).
tuição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou
O consentimento pode vir de qualquer forma, por es- de ambos os cônjuges.
crito, por outorga da procuração, pela subscrição da AÇÕES POSSESSÓRIAS
inicial.
O consentimento pode ser suprido judicialmente
quando for negado por um dos cônjuges sem justo A participação do cônjuge do autor (consentimen-
motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo. to, polo ativo) ou do réu (litisconsórcio necessário,
polo passivo) somente é indispensável nos casos de
O pedido de suprimento judicial da outorga será pro- COMPOSSE ou de ATO POR AMBOS PRATICADO.
cessado de acordo com as regras da jurisdição volun-
tária.
A falta de consentimento, quando necessário e não
suprido pelo juiz, invalida o processo. Assim, o juiz
deve intimar pessoalmente o cônjuge supostamente
O cônjuge não ouvido poderá ingressar no processo
preterido para, querendo, manifestar-se sobre a ques-
e pedir a anulação dos atos até então praticados,
tão.
ajuizar ação rescisória, se já houver trânsito em jul-
O cônjuge pode ratificar os atos praticados ou negar gado ou, ainda, ajuizar querela nullitatis, se não tiver
expressamente o consentimento (o processo poderá sido citado em ação real ou possessória imobiliária
ser extinto sem exame do mérito, em razão da inva- proposta contra seu cônjuge.
lidação).
Se ficar em silêncio, haverá consentimento tácito.
#NOVIDADE: Tudo isso se aplica à UNIÃO ESTÁVEL COMPROVADA NOS AUTOS.
Comprovada = registrada por escritura pública ou reconhecida por decisão judicial.
Não se pode aceitar a aplicação do dispositivo à união estável comprovada por qualquer modo. O terceiro
ficaria desprotegido, em razão da ausência do registro. Embora o convivente possa estar de boa-fé, deve-se
prestigiar o terceiro.

7. Pressupostos processuais negativos: indicam circunstâncias que devem estar ausentes, para a validade do
processo, como a litispendência, a coisa julgada, a perempção e o compromisso arbitral.

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RAIO X

8. De acordo com a doutrina, quando o acordo processual interferir em poderes, deveres ou faculdades
do magistrado, será necessário que este concorde com seus termos, com base em juízo discricionário.
O negócio jurídico processual que transige sobre o contraditório e os atos de titularidade judicial se aperfeiçoa
validamente se a ele aquiescer o juiz. STJ. 4ª Turma. REsp 1810444-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
23/02/2021 (Info 686). #ATENÇÃO!

9. CPC
Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos
contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de
requerimento.
§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por apenas um
deles.
§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.
É inaplicável a contagem do prazo recursal em dobro quando apenas um dos litisconsortes com procuradores
distintos sucumbe. Nesse sentido existe, inclusive, uma súmula do STF, cujo entendimento continua válido com o
CPC/2015: Súmula 641-STF: Não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um dos litiscon-
sortes haja sucumbido. Ex: ação de cobrança proposta contra Pedro e Tiago. Na sentença, o juiz julga proce-
dente quanto a Pedro e improcedente no que tange a Tiago. Pedro, única parte sucumbente, não terá direito
a prazo em dobro. STJ. 3ª Turma. REsp 1709562-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 16/10/2018 (Info 636).

10. Negócios jurídicos processuais


Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes
estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus
ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo,
recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em
que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.
O CPC 2015 admite que as partes e o juiz, de comum acordo, fixem calendário para a prática dos atos proces-
suais, quando for o caso. Esse calendário é útil quando o processo envolva questões que se submetem a provas
em foros distintos ou a perícias mais complexas; haja prazos comuns; etc. O calendário cumpre significativo
papel na implementação do princípio de duração razoável do processo e de emprego de meios que acelerem
sua conclusão (CF, art. 5º, LXXVIII), pois, uma vez estabelecido, os atos processuais se realizarão nos momentos
predeterminados, sem depender de novas intimações.

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RAIO X

#JÁCAIU

Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2018 - TJ-SP - Juiz Substituto

Relativamente à comunicação dos atos processuais, é correto afirmar:3

A) se não for comunicada modificação de endereço da parte, a lei presume válida a intimação feita naquele cons-
tante dos autos, exceto quando se tratar de mudança temporária.

B) a lei faculta ao advogado promover a intimação do colega adversário, desde que o faça pelo correio.

C) a intimação feita ao ensejo da retirada dos autos de cartório é inválida se a carga for feita por quem não seja
advogado investido de mandato.

D) é vedado que, na intimação dirigida ao advogado, figure apenas o nome da sociedade a que pertença

PONTO 9 - 9. Tutela provisória. Tutela de urgência e tutela de evidência. Estabilização da tutela antecipada.

O tema “antecipação de tutela” é de extrema importância para as provas da magistratura. Ler artigos 294
a 311 atentando-se para formação os seguintes temas: tutela antecipada requerida em caráter antecedente; esta-
bilização da tutela antecipada; tutela cautelar em caráter antecedente; tutela da evidência.

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Art. 295 Art. 300 Art. 304

Art. 296 Art. 302 Art. 308

Art. 299 Art. 303 Art. 311

#RAPIDINHAS: 10 COISAS QUE VOCÊ NÃO PODE ESQUECER:

1. TUTELA ANTECIPADA x TUTELA CAUTELAR x LIMINAR:


- A tutela cautelar é uma tutela conservativa. Exemplo de cautelar: arresto. O devedor está dilapidando o patri-
mônio. O credor pode fazer um pedido cautelar de arresto a fim de conservar o estado inicial de coisas, apenas
para garantir que o direito de crédito eventualmente venha a ser satisfeito.
Já a tutela antecipada é uma tutela satisfativa. Exemplo de antecipada: eu promovo ação para obter medicamen-
to pelo Poder Público. Se o juiz concede, meu direito está satisfeito.
Liminar: a medida liminar não se refere, necessariamente, a uma tutela de urgência, mas a um pronunciamento
judicial que ocorre no início do processo, sem ouvir a parte contrária.

3  Gabarito: letra B.

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RAIO X

2. PROVISORIEDADE DAS TUTELAS DE URGÊNCIA:


- Essa é uma característica das tutelas de urgência, espécies do gênero tutela provisória. As tutelas
de urgência subsistem enquanto houver risco, daí sua provisoriedade.
Art. 296.  A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer tempo, ser
revogada ou modificada.
Parágrafo único.  Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a eficácia durante o período
de suspensão do processo.

3. FUNGIBILIDADE:
- As tutelas antecipada e cautelar são espécies do gênero tutelas de urgência. Embora essas medidas sejam es-
pécies, são fungíveis, na medida em que uma pode ser substituída pela outra.

4. REQUISITOS PARA TUTELA DE URGÊNCIA:

FUMUS BONI IURIS PERICULUM IN MORA


Perigo de dano ou risco ao processo (na cautelar)
Probabilidade do direito
ou ao direito material (na tutela antecipada)

5. PROCEDIMENTO DA TUTELA CAUTELAR ANTECEDENTE (art. 305, 310)


a) Petição inicial: com indicação da causa de pedir e do pedido principais. (O NCPC utiliza os termos lide e seus
fundamentos), o fumus boni iuris e o periculum in mora, indicação do valor da causa para o cálculo das custas,
conforme o pedido principal.
b) Réu citado: para contestar em 5 dias, já indicando as provas que pretende produzir. Se houver revelia haverá
confissão ficta e o juiz decidirá em 5 dias. Se, no entanto, o réu contestar, segue-se o procedimento comum.
c) Efetivada a medida cautelar, o autor deve formular o pedido principal no prazo de 30 dias, contados a partir
da efetivação da cautelar, podendo aditar a causa de pedir (sem novas custas, porque não se trata de um novo
processo).
d) Formulado o pedido principal, as partes serão intimadas pessoalmente ou por seus advogados, para a audiên-
cia de conciliação ou de mediação. É possível que não haja a audiência quando se trate de direitos indisponíveis
ou quando ambas as partes não desejarem a autocomposição.
e) Não havendo autocomposição, conta-se o prazo de 15 dias para a contestação ao pedido
principal (porque a cautelar ou antecipatória, já foi contestada). A contagem é feita na forma do art. 335, NCPC.

6. Art. 309.  Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se:


I - o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal;
II - não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias;

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RAIO X

III - o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem resolução de
mérito.

7. PROCEDIMENTO DA TUTELA ANTECIPADA ANTECEDENTE


Concedida a tutela, o autor aditará a petição em 15 dias, ou prazo maior fixado pelo juiz, a depender da comple-
xidade da causa, complementando a causa de pedir, confirmando o pedido e juntando documentos, sem novas
custas. Se não houver o aditamento, o processo será extinto sem resolução de mérito.

8. ESTABILIZAÇÃO DA TUTELA ANTECIPADA ANTECEDENTE (ART. 304, CPC)


- Concedida a tutela antecipada antecedente, se não houver a interposição de recurso, o processo será extinto
e a tutela se estabiliza.

9. #DIVERGÊNCIA
O CPC/2015 inovou na ordem jurídica ao trazer, além das hipóteses até então previstas no CPC/1973, a possi-
bilidade de concessão de tutela antecipada requerida em caráter antecedente, a teor do que dispõe o seu art.
303. Uma das grandes novidades trazidas pelo novo CPC a respeito do tema é a possibilidade de estabilização
da tutela antecipada requerida em caráter antecedente, instituto inspirado no référé do Direito francês, que
serve para abarcar aquelas situações em que ambas as partes se contentam com a simples tutela antecipada,
não havendo necessidade, portanto, de se prosseguir com o processo até uma decisão final (sentença), nos
termos do que estabelece o art. 304, §§ 1º a 6º, do CPC/2015. Assim, segundo o art. 304, não havendo recurso
contra a decisão que deferiu a tutela antecipada requerida em caráter antecedente, a referida decisão será es-
tabilizada e o processo será extinto, sem resolução de mérito. No prazo de 2 anos, porém, contado da ciência
da decisão que extinguiu o processo, as partes poderão pleitear, perante o mesmo Juízo que proferiu a decisão,
a revisão, reforma ou invalidação da tutela antecipada estabilizada, devendo se valer de ação autônoma para
esse fim. Divergência: Como interpretar a palavra “recurso” prevista no art. 304 do CPC? Em outras palavras, a
mera contestação é suficiente para impedir a estabilização? Para a 3ª Turma do STJ: SIM. A leitura que deve ser
feita do dispositivo legal, tomando como base uma interpretação sistemática e teleológica do instituto, é que a
estabilização somente ocorrerá se não houver qualquer tipo de impugnação pela parte contrária, sob pena de
se estimular a interposição de agravos de instrumento, sobrecarregando desnecessariamente os Tribunais, além
do ajuizamento da ação autônoma, prevista no art. 304, § 2º, do CPC/2015, a fim de rever, reformar ou invali-
dar a tutela antecipada estabilizada. No caso concreto analisado pelo STJ, a empresa ré não interpôs agravo de
instrumento contra a decisão que deferiu o pedido de antecipação dos efeitos da tutela requerida em caráter
antecedente, mas apresentou contestação, na qual pleiteou, inclusive, a revogação da tutela provisória concedi-
da. Diante disso, o Tribunal considerou que não houve a estabilização da tutela antecipada, devendo, por isso,
o feito prosseguir normalmente até a prolação da sentença. A ideia central do instituto é que, após a concessão
da tutela antecipada em caráter antecedente, nem o autor nem o réu tenham interesse no prosseguimento do
feito, isto é, não queiram uma decisão com cognição exauriente do Poder Judiciário, apta a produzir coisa jul-
gada material. Por essa razão, é que, apesar de o caput do art. 304 do CPC/2015 falar em “recurso”, a leitura que
deve ser feita do dispositivo legal, tomando como base uma interpretação sistemática e teleológica do instituto,

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RAIO X

é que a estabilização somente ocorrerá se não houver qualquer tipo de impugnação pela parte contrária. Logo,
a interpretação da palavra “recurso” deve ser de maneira sistemática e teleológica, de modo que há requisitos
cumulativos para o cabimento da estabilização da tutela deferida em caráter antecedente: i) a não interposição
de agravo de instrumento; e ii) a não apresentação de contestação. STJ. 3ª Turma. REsp 1760966-SP, Rel. Min.
Marco Aurélio Bellizze, julgado em 04/12/2018 (Info 639). Para a 1ª Turma do STJ: NÃO. A não utilização da via
própria – agravo de instrumento – para a impugnação da decisão mediante a qual deferida a antecipação da
tutela em caráter antecedente, tornaria preclusa a possibilidade de revisão, excepcionando a utilização da ação
autônoma prevista no art. 304, § 2º, do CPC/2015. Desconsiderou-se o argumento de que a estabilidade apenas
seria alcançada caso não houvesse nenhuma resistência (ex: apresentação de contestação), pois caracterizaria
o alargamento da hipótese prevista na lei, podendo acarretar um esvaziamento do instituto da estabilização e a
inobservância da preclusão. Isso porque, embora a apresentação de contestação tenha o condão de demonstrar
a resistência em relação à tutela exauriente (mérito do processo principal), tal ato processual não se revelaria
capaz de evitar que a decisão proferida em cognição sumária seja alcançada pela preclusão, considerando que
os meios de defesa da parte ré estão arrolados na lei, cada qual com sua finalidade específica, não se revelan-
do coerente a utilização de meio processual diverso para evitar a estabilização, porque os institutos envolvidos
– agravo de instrumento e contestação – são inconfundíveis. Ademais, a interpretação ampliada da palavra
“recurso” caracterizaria indevida extrapolação da função jurisdicional, já que durante a tramitação legislativa do
Novo CPC, houve modificação de uma impugnação mais genérica por um termo mais restritivo. Assim, deve-se
fazer uma interpretação restritiva da palavra “recurso”, não podendo a mera contestação impedir os efeitos da
estabilização. STJ. 1ª Turma. REsp 1797365-RS, Red. acórdão Min(a). Regina Helena Costa, julgado em 03/10/2019
(Info 658).

10. TUTELA DE EVIDÊNCIA


A evidência é uma tutela antecipada sem periculum in mora, mas com alto grau de probabilidade. É um adian-
tamento dos efeitos práticos da sentença de mérito, sem a necessidade do requisito do periculum in mora.

PONTO 10 - 10. Petição inicial. Requisitos. Juízo de Admissibilidade. Audiência de conciliação e mediação.
Defesa do réu. Contestação e reconvenção. Providências preliminares. Julgamento conforme o estado do
processo. Audiência de saneamento e organização do processo.

Os arts. 319 a 331 do CPC tratam sobre a petição inicial, sendo obrigatória a sua leitura.

O julgamento liminar do processo possui previsão no artigo 332 do CPC, dando ênfase para o cabimento de
apelação (§3º) e tratamento diferenciado da prescrição e decadência (1º).

No tocante a matéria “defesa do réu” é importante a leitura dos 335 a 346 do CPC.

É de suma importância relacionar a resposta do réu com os efeitos que a revelia pode gerar com as providên-
cias preliminares ao saneamento (arts. 347 a 349 do CPC), o julgamento conforme o estado do processo (art. 354
a 357 do CPC), a extinção do processo sem resolução de mérito (art.485 do CPC). Não ocorrendo nenhuma das
hipóteses previstas no capítulo X, dá-se a organização do processo pelo magistrado, segundo previsão expressa
do art. 357 do CPC, dando continuidade a marcha processual.

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RAIO X

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL


Art. 319 Art. 332 Art. 345
Art. 321 Art. 334 Art. 355
Art. 324 Art. 335 Art. 356
Art. 327 Art. 337 Art. 357
Art. 329 Art. 339
Art. 330 Art. 343
Art. 331 Art. 344

#RAPIDINHAS: 10 COISAS QUE VOCÊ NÃO PODE ESQUECER:

1. HIPÓTESES DE INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL


Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:
I - for inepta;
II - a parte for manifestamente ilegítima;
III - o autor carecer de interesse processual;
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321 .
§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando:
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico;
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.
§ 2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de financiamento ou
de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações
contratuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito.
§ 3º Na hipótese do § 2º, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo contratados.
#NÃOESQUEÇA: Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco) dias,
retratar-se. Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso.

2. IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO


Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará
liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;

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RAIO X

II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento
de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de com-
petência;
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de
decadência ou de prescrição.
§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 241 .
§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.
§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se não
houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.

3. Cumulação própria: regida pela partícula “E”.


Própria simples: Quero B e A.
Própria sucessiva: Quero B (alimentos), se conseguir A (paternidade)  Resulta em um litisconsórcio
sucessivo.
Cumulação imprópria: regida pela partícula “OU”.
Imprópria alternativa (“tanto faz”): Quero A ou B  Resulta em um litisconsórcio alternativo.
Imprópria eventual/subsidiária: Quero B só se não conseguir A  Resulta em um litisconsórcio eventual.
Assim, na cumulação imprópria, por lógica, se o autor consegue um dos pedidos, o outro não será de-
ferido.
O art. 322 e o art. 324 do CPC determinam que o pedido seja certo e determinado. Certo é aquele que permite
a identificação do bem da vida pretendido. E determinado é aquele que indica a quantidade postulada. Excep-
cionalmente, porém, o pedido poderá ser genérico, isto é, certo, mas não determinado. O autor indica o bem da
vida pretendido, mas não a quantidade.
Art. 324. (...)
§ 1o É lícito, porém, formular pedido genérico:
I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados;
II - quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato;
III - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu.

24 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


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RAIO X

4. Recurso cabível

JUÍZO SINGULAR TRIBUNAL

DECISÃO INTERLOCUTÓRIA SENTENÇA ACÓRDÃO DECISÃO DE RELATOR

Indeferimento parcial
Indeferimento monocrá-
Indeferimento parcial. Indeferimento total. ou total pelo cole-
tico parcial ou total.
giado.
Cabe AGRAVO DE INSTRU- Cabe RO, RE ou Cabe AGRAVO INTER-
Cabe APELAÇÃO.
MENTO. REsp. NO.

Assim, ensejam o juízo de retratação do art. 331 a apelação, o agravo de instrumento e o agravo interno

5. O art. 356 do CPC permite o julgamento antecipado parcial do mérito se um dos pedidos ou parte deles
mostrar-se incontroverso ou estiver em condições de imediato julgamento. Diante disso, não haverá óbice a que
o juiz se valha da mesma regra para prolatar a improcedência liminar parcial do pedido, desde que, havendo
cumulação de pedidos na inicial, em relação a alguns deles, estejam presentes as hipóteses do art. 332.
Nesse caso, não haverá sentença de improcedência liminar, mas decisão interlocutória de improcedência liminar,
contra a qual caberá agravo de instrumento.

6. AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO: Trata-se de fase indispensável nos processos de procedimento comum.


O Juiz só a dispensará em duas hipóteses:
(i) Quando não for possível a autocomposição ou;
(ii) Quando ambas as partes manifestarem, expressamente, o seu desinteresse na composição. O autor deverá
fazê-lo na inicial e o réu com no mínimo dez dias de antecedência, contados da data marcada para a audiência.

7. Art. 327.  É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre
eles não haja conexão.
#ATENÇÃO: Não há necessidade de que os pedidos sejam conexos. É possível que o credor cumule dois ou
mais pedidos de cobrança contra o mesmo réu no mesmo processo, ainda que as dívidas sejam independentes
entre si e não guardem nenhuma relação umas com as outras, o que se justifica pelo princípio da economia pro-
cessual. Conquanto desnecessária a conexão, é preciso que os pedidos sejam compatíveis entre si, que o Juízo
seja competente para conhecê-los todos e que o procedimento para todos seja o mesmo, ou, quando não, que
todos possam processar-se pelo “procedimento comum” (CPC, art. 327, §§ 1º e 2º).

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RAIO X

8. Não confundir com a cumulação imprópria alternativa, em que há mais de um pedido formulado.

Pedido alternativo Cumulação imprópria alternativa de pedidos


01 PEDIDO + cumprimento de mais de um modo:
DOIS OU MAIS PEDIDOS (tanto faz).
OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA.

9. Com o CPC/15, expressamente prevê a possibilidade de se oferecer reconvenção em face do substituto pro-
cessual, desde que este seja autorizado a atuar tanto no polo passivo e ativo (§5º do art. 343) , bem como per-
mite, expressamente, a ampliação dos limites subjetivos da demanda, trazendo para o processo pessoas que até
então nele não figuravam (art. 343, §§ 3º e 4º).
Princípio da impugnação específica dos fatos (CPC, art. 341): segundo o art. 341 do CPC/15, serão presumi-
dos verdadeiros os fatos que não sejam impugnados especificamente pelo réu em sua contestação. A impugna-
ção específica é um ônus do réu de rebater pontualmente todos os fatos narrados pelo autor com os quais não
concorda, tornando-os controvertidos e em consequência fazendo com que componham o objeto da prova.
O momento de tal impugnação, ao menos em regra, é a contestação, operando-se preclusão consumativa se
apresentada essa espécie de defesa o réu deixar de impugnar algum(ns) do(s) fato(s) alegado(s) pelo autor.
Ressalte-se que o ônus da impugnação específica não se aplica ao advogado dativo, curador especial e ao
defensor público, que podem elaborar a contestação com fundamento em negativa geral, instituto que permite
ao réu uma impugnação genérica de todos os fatos narrados pelo autor, sendo tal forma de reação o suficiente
para tornar todos esses fatos controvertidos (art. 341, parágrafo único, do CPC)
É possível a reconvenção da reconvenção?
Sim. Apesar da omissão legislativa, tanto doutrina quanto jurisprudência, construídas à luz do CPC/73, a admi-
tem. O entendimento deve prevalecer, já que a reconvenção pode ser formulada, também, quando é conexa
com o fundamento de defesa apresentado pelo réu.
É possível a reconvenção da reconvenção, salvo na ação monitória (art. 702, §6º: § 6o Na ação monitória admite-
se a reconvenção, sendo vedado o oferecimento de reconvenção à reconvenção).

10. DO JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO.


Podem assumir 05 (cinco) variações:
• extinção do processo sem exame de mérito (art.485 do CPC):
• extinção do processo pela autocomposição (art. 487, III):
• extinção do processo pelo reconhecimento da prescrição ou da decadência (art. 487, II):
• julgamento antecipado do mérito (art.355 do CPC/2015).
• decisão de saneamento e organização do processo (art.356 do CPC/2015).

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RAIO X

#JÁCAIU

Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2018 - TJ-SP - Juiz Substituto

Se o réu não ofertar contestação,4

A) a sentença de mérito não se submeterá à eficácia preclusiva da coisa julgada.

B) o juiz não poderá alterar de ofício o valor da causa.

C) a revelia imporá o julgamento antecipado do mérito.

D) a revelia implicará aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral.

PONTOS 11 e 12 - 11. Provas. Objeto, fonte e meios. Prova atípica e prova ilícita. Ônus da prova.
Antecipação da prova. Provas em espécie e sua produção. Audiência de instrução e julgamento. 12.
Sentença. Elementos e requisitos. Vícios das sentenças. Coisa julgada formal e material. Limites
subjetivos, objetivos e cronológicos. Eficácia preclusiva da coisa julgada. Coisa julgada e resolução de
questão prejudicial. Relativização da coisa julgada

#ATENÇÃO1: “das provas” é um tema com grandes chances de aparecer na sua prova! #VAICAIR

Façam a leitura dos artigos 369 a 512 do CPC. O tema ônus da prova e coisa julgada merecem bastante
atenção, com o estudo da letra de lei, doutrinário e jurisprudencial sobre o assunto.

Para “audiência de instrução e julgamento”, basta a leitura dos arts. 358 a 368 do CPC.

#ATENÇÃO2: sentença também é tema que merece destaque. Afinal, faz parte do dia-a-dia do juiz. Então, aqui
é necessário ler o material de base (ou FUC) + artigos 485 a 508 do CPC + jurisprudência.

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL


Art. 369 Art. 425 Art. 486
Art. 370 Art. 430 Art. 487
Art. 373 Art. 435 Art. 489
Art. 374 Art. 442 Art. 492
Art. 376 Art. 443 Art. 493
Art. 379 Art. 444 Art. 494
Art. 381 Art. 447 Art. 495

4  Gabarito: letra D.

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RAIO X

Art. 388 Art. 451 Art. 496


Art. 390 Art. 448
Art. 392 Art. 455
Art. 393 Art. 459
Art. 397 Art. 464
Art. 400 Art. 471
Art. 404 Art. 479
Art. 406 Art. 483
Art. 420 Art. 485

1. Produção antecipada de provas:

• NÃO PREVINE a competência do juízo!


• O juiz a homologa por sentença.
• Os autos vão para a parte (não ficam arquivados no juízo).
- Hipóteses de cabimento:
Art. 381.  A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que:
I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de certos fatos na pen-
dência da ação;
II - a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio adequado de solução de
conflito;
III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação.

2. CARGA DINÂMICA DA PROVA:


Art. 373. § 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou
à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do
fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamenta-
da, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
§ 2º A decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela
parte seja impossível ou excessivamente difícil. [a chamada “prova diabólica”]

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RAIO X

3. SENTENÇA

CLASSIFICAÇÃO DA SENTENÇA:

Sentença constitutiva É aquela que cria, modifica ou extingue uma relação jurídica.

Aqui, busca-se a existência ou a inexistência, bem como o modo de ser, de uma


Sentença declaratória
relação jurídica de direito material.

O seu conteúdo, além da indispensável declaração de existência do direito mate-


Sentença condenató- rial, é a imputação ao réu do cumprimento de uma prestação de fazer, não fazer,
ria entregar coisa ou pagar quantia certa, com o objetivo de resolver a crise jurídica
do inadimplemento.

4. O órgão julgador não está obrigado a responder a questionamentos das partes, mas tão só a declinar as
razões de seu convencimento motivado. Isto é, não há obrigação de responder a todas as questões suscitadas
pelas partes, quando já tenha encontrado motivo suficiente para proferir a decisão, desde que firme sua convic-
ção em decisão devidamente fundamentada. STJ. 3ª Turma. AgInt no REsp 1920967/SP, Rel. Min. Marco Aurélio
Belizze, julgado em 03/05/2021. STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 1382885/SP, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado
em 26/04/2021.

5. O que foi decidido como motivação não faz coisa julgada material e pode ser rediscutido em outros processos.
#OLHAOSUPERGANCHO: O assistente submete-se à JUSTIÇA DA DECISÃO, ou seja, aos fundamentos
da decisão.
Aquele que ingressa em Juízo formula sempre uma ou mais pretensões. Ao proferir a sua sentença, o Juiz exa-
minará os fundamentos de fato e de direito do pedido e os fundamentos da defesa, após o que acolherá, ou
desacolherá, no todo ou em parte, os pedidos formulados. Assim, no dispositivo da sentença, que o juiz decide
se a pretensão do autor será ou não acolhida: se ele condenará, constituirá ou desconstituirá uma relação jurídica
ou declarará a sua existência ou inexistência, ou se, ao contrário, não acolherá os pedidos, julgando-os improce-
dentes. A coisa julgada material é a imunização dos efeitos da sentença, isto é, a impossibilidade de rediscutir em
outro processo o que foi decidido naquele. A coisa julgada impede que as mesmas partes rediscutam o mesmo
objeto, isto é, o mesmo pedido fundado nos mesmos fatos.
Nesse contexto, só sofrerão os efeitos da coisa julgada as pessoas que podem ser atingidas pelos efeitos diretos
da sentença, isto é, da condenação, da constituição ou declaração. Por isso, o assistente simples não será
afetado pela coisa julgada material. Esta, porém, não se estende aos fundamentos, como deixam expressos os
arts. 504 e seus incisos do CPC. Aquele que interveio como assistente simples sofrerá uma consequência
que não atinge as partes: não poderá mais discutir os fundamentos da sentença proferida no processo
em que ele participou.
#COLANARETINA: Enquanto que, para as partes, fica imutável o que foi decidido no dispositivo, para o assis-
tente simples, não pode mais ser discutida a fundamentação.

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RAIO X

Embora os fundamentos da decisão proferida contra o assistido se tornem indiscutíveis (mais rigorosa
que a coisa julgada), pode ser afastada com mais facilidade através da EXCEPTIO MALE GESTI PROCES-
SUS (menos rigorosa que a coisa julgada – não necessitando de ação rescisória). Veja os incisos do art. 123:
Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não poderá, em proces-
so posterior, discutir a justiça da decisão (leia-se: os fundamentos!), salvo se alegar e provar que:
I - Pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido, foi impedido de produzir
provas suscetíveis de influir na sentença;
II - Desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu.

6. Princípio da congruência.
Segundo o art. 492, caput do NCPC, o Juiz não pode conceder diferente ou a mais do que for pedido pelo
autor. Trata-se do chamado princípio da congruência, também conhecido como princípio da correlação ou
da adstrição. Assim, é nula a sentença que concede a mais ou diferente do que foi pedido, como também há
nulidade na sentença fundada em causa de pedir não narrada pelo autor, na sentença que atinge terceiros que
não participaram do processo ou que não julga a demanda relativamente a certos demandantes.
Nem toda decisão proferida sem a observação do princípio da congruência é nula, admitindo-se a extrapolação
no tocante ao pedido em situações expressamente previstas em lei. São exceções:
a) nos chamados pedidos implícitos (ex: honorários advocatícios): é admitido ao juiz conceder o que não
tenha sido expressamente pedido pelo autor;
b) a fungibilidade permite ao Juiz que conceda tutela diferente da que foi pedida pelo autor, verifican-
do-se nas ações possessórias (permite-se concessão de tutela possessória diferente da pedida pelo autor) e nas
ações cautelares (permite-se a concessão de tutela cautelar diferente da pedida pelo autor);
c) nas demandas que tenham como objeto uma obrigação de fazer e/ou não fazer, o Juiz pode conceder
tutela diversa da pedida pelo autor, desde que com isso gere um resultado prático equivalente ao do adimple-
mento da obrigação (art. 497do Novo CPC e art. 84, caput, do CDC).

7. Limites objetivos da coisa julgada


Consiste no problema de identificar o que efetivamente não pode mais ser discutido em outros processos. A
princípio, a coisa julgada é qualidade dos efeitos da decisão de mérito. É o que decorre do disposto no art. 502
do CPC.
Mas nem todo o conteúdo da decisão tornar-se-á indiscutível, mas tão somente aquilo que ficar decidido a res-
peito da pretensão formulada. A sentença tem três partes: o relatório, a fundamentação e o dispositivo. É neste
que o juiz acolhe ou rejeita a pretensão, e só isso ficará acobertado pela autoridade da coisa julgada material.
Por outro lado, o art. 504 do CPC dispõe que não fazem coisa julgada: a) os motivos, ainda que importantes
para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença; e b) a verdade dos fatos, estabelecida como fun-
damento da sentença.

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RAIO X

8. Caso haja duas sentenças transitadas em julgado envolvendo as mesmas partes, mesma causa de pedir e
mesmo pedido, qual delas deverá prevalecer? Existiam duas correntes na doutrina e no STJ:
1ª) Prevalece a 1ª coisa julgada.
- Posição da 3ª Turma do STJ.
- Na doutrina: Arruda Alvim, Nelson Nery Jr. e Rosa Nery, Araken de Assis, Teresa Wambier, Sérgio Gabriel Porto,
Sálvio de Figueiredo Teixeira.
- A segunda sentença seria inexistente, porque foi proferida numa demanda em que o autor era carente de ação
(por falta de interesse jurídico). A coisa julgada também é um pressuposto processual negativo (ou extrínseco),
de forma que a segunda ação foi proposta em afronta a esse pressuposto, o que também conduz à inexistência
da segunda sentença.
- Para essa corrente, a partir do momento em que se entende que a segunda sentença é inexistente, não há ne-
cessidade de ação rescisória, podendo-se obter a declaração de inexistência perante o próprio juízo de origem,
por meio de ação ou objeção, esteja ou não transcorrido o prazo decadencial da rescisória. Vale ressaltar, no
entanto, que o lesado poderá perfeitamente alegar o vício por meio de rescisória.
2ª) Prevalece a 2ª coisa julgada, a não ser que ela seja desconstituída por ação rescisória.
- Posição da 2ª Turma do STJ.
- Na doutrina: Pontes de Miranda, Vicente Greco Filho, Barbosa Moreira, Cândido Rangel Dinamarco, Humberto
Theodoro Jr.
- Havendo conflito entre duas coisas julgadas, prevalecerá a que se formou por último, enquanto não descons-
tituída mediante ação rescisória. Assim, em regra, prevalece a segunda sentença transitada em julgado, a não
ser que ela seja desconstituída por meio de ação rescisória. Enquanto não for, ela é que vale. Se passar o prazo
de 2 anos da rescisória, a segunda valerá para sempre. - Havendo conflito entre duas coisas julgadas, prevale-
cerá a que se formou por último, enquanto não se der sua rescisão para restabelecer a primeira. A exceção de
pré-executividade não serve no caso para substituir a ação rescisória. STJ. 3ª Turma. REsp 1.354.225-RS, Rel. Min.
Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 24/2/2015 (Info 557). STJ. 2ª Turma. REsp 1.524.123-SC, Rel. Min. Herman
Benjamin, julgado em 26/5/2015 (Info 565).
Em 2019, o STJ pacificou o tema, mas o julgamento ficou restrito ao âmbito processual penal. Não se
pode afirmar, portanto, que tal entendimento aplica-se ao direito processual civil, eis que não há um
posicionamento expresso da Corte. Vejamos:
Diante do duplo julgamento do mesmo fato, deve prevalecer a sentença que transitou em julgado em primeiro
lugar. STJ. 6ª Turma. RHC 69.586-PA, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado
em 27/11/2018 (Info 642).
STF
Existe um precedente da 1ª Turma do STF no mesmo sentido do que foi explicado, ou seja, sustentando que, em
caso de dupla sentença transitada em julgado, deverá ser anulada a segunda, prevalecendo a primeira. Isso por-
que o segundo processo nasceu de forma indevida, considerando que já existia o primeiro. Logo, a instauração

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

do segundo processo violou a litispendência (se o primeiro feito ainda estava em curso) ou a coisa julgada (se o
primeiro processo já havia encerrado). Nesse sentido:
Os institutos da litispendência e da coisa julgada direcionam à insubsistência do segundo processo e da segun-
da sentença proferida, sendo imprópria a prevalência do que seja mais favorável ao acusado. STF. 1ª Turma. HC
101131, Rel. Min. Luiz Fux, Rel p/ Acórdão Min. Marco Aurélio, julgado em 25/10/2011.

9. Relativização da coisa julgada


Trata-se da possibilidade de, em situações excepcionais, afastar a coisa julgada, mesmo que já tenha
sido ultrapassado o prazo de rescisória. O fundamento teórico é a existência de direitos e garantias funda-
mentais tão ou mais importantes do que a coisa julgada, que não poderia prevalecer se confrontada com eles.
São exemplos:
a) Ações de investigação de paternidade, quando posterior realização de exame científico de material ge-
nético comprova que o resultado do processo não retrata a verdade dos fatos. Se, de um lado, há o direito
à segurança jurídica, de outro, há o direito individual das pessoas de figurarem como filhos ou pais de quem
efetivamente o são. Nesse caso, mesmo que já ultrapassado o prazo da ação rescisória, será possível rediscutir
a questão;
b) Indenizações a que foi condenada a Fazenda Pública, em relação a imóveis desapropriados, tendo sido
constatada a superestimação dos valores, do que decorreria prejuízo aos cofres públicos.
Por outro lado, segundo as lições de Daniel Amorim Assumpção Neves, atualmente há duas atípicas formas de
relativização da coisa julgada:
a) Coisa julgada inconstitucional: se pretende afastar a coisa julgada de sentenças de mérito transitadas em
julgado que tenham como fundamento norma declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal.
b) Coisa julgada injusta inconstitucional: o pretendido afastamento da imutabilidade própria da coisa julgada
se aplicaria às sentenças que produzam extrema injustiça, em afronta clara e inaceitável a valores constitucionais
essenciais ao Estado democrático de direito.
Seriam assim sentenças juridicamente impossíveis de gerar efeitos aquelas que contrariam valores jurídicos es-
senciais ao sistema, tais como as que representarem:
(i) afronta à razoabilidade e proporcionalidade;
(ii) ofensa à moralidade administrativa (absurda lesão ao Estado);
(iii) afronta ao valor justo da indenização por desapropriação;
(iv) afronta aos direitos fundamentais do homem;
(v) afronta ao meio ambiente equilibrado.

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

10. Não há que falar em julgamento extra petita quando o órgão julgador não afronta os limites objetivos da
pretensão inicial, tampouco concede providência jurisdicional diversa da requerida, respeitando o princípio da
congruência. Não se configura julgamento extra petita quando o julgador, adstrito às circunstâncias fáticas e ao
pedido constante nos autos, procede à subsunção normativa com amparo em fundamentos jurídicos diversos
dos suscitados pelas partes. Aplicação dos princípios da mihi factum dabo tibi ius (dá-me os fatos que te darei o
direito) e iura novit curia (o juiz é quem conhece o direito). STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 1692558/AL, Rel. Min.
Antonio Carlos Ferreira, julgado em 23/11/2020.

PONTOS 13 a 15 - 13. Recursos. Princípios gerais. Pressupostos de admissibilidade. Efeitos. Ações


autônomas de impugnação. Ação rescisória. Reclamação.
14. Recursos em espécie: apelação, agravo de instrumento, embargos de declaração, recursos
extraordinário e especial, embargos de divergência, agravo interno. Julgamento estendido em caso de
divergência.
15. Precedentes judiciais. Incidente de resolução de demandas repetitivas. Julgamento de recursos
repetitivos nos tribunais superiores. Assunção de competência. Súmula Vinculante. Controle concentrado
de constitucionalidade.

Atenção! Tema importante nas provas de magistratura. Aqui é importante fazer a leitura do material de base (ou
FUC) ao menos na parte introdutória (princípios, efeitos dos recursos, pressupostos). Além disso, a leitura dos dis-
positivos do CPC e da jurisprudência. #VAICAIR

Leitura de todo o livro III do Código de processo Civil, sobretudo dos artigos 926 a 946 e arts. 994 a 1.044
do CPC.

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Art. 932 Art. 996 Art. 1.026

Art. 937 Art. 997 Art. 1.030

Art. 938 Art. 998 Art. 1.035

Art. 942 Art. 1.001 Art. 1.036

Art. 947 Art. 1.003 Art. 1.037

Art. 948 Art. 1.007 Art. 1.040

Art. 953 Art. 1.009

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

Art. 963 Art. 1.012

Art. 966 Art. 1.013

Art. 967 Art. 1.015

Art. 972 Art. 1.016

Art. 976 Art. 1.021

Art. 982 Art. 1.022

Art. 988 Art. 1.024

Art. 995 Art. 1.025

#RAPIDINHAS: 10 COISAS QUE VOCÊ NÃO PODE ESQUECER:

1. Técnica de julgamento substitutiva dos embargos infringentes 


Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser
designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no regi-
mento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às
partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores.
A técnica de julgamento ampliado do art. 942 do CPC aplica-se aos aclaratórios opostos ao acórdão de
apelação quando o voto vencido nascido apenas nos embargos for suficiente para alterar o resultado
inicial do julgamento, independentemente do desfecho não unânime dos declaratórios (se rejeitados ou
se acolhidos, com ou sem efeito modificativo). STJ. 3ª Turma. REsp 1786158-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel.
Acd. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 25/08/2020 (Info 678). Deve ser aplicada a técnica de julgamen-
to ampliado nos embargos de declaração toda vez que o voto divergente possua aptidão para alterar o
resultado unânime do acórdão de apelação. STJ. 4ª Turma. REsp 1910317-PE, Rel. Min. Antônio Carlos Ferreira,
julgado em 02/03/2021 (Info 687).

2. PREPARO DO RECURSO
Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinen-
te, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção.
§ 1º São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, os recursos interpostos pelo Ministério
Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que
gozam de isenção legal.
§ 2º A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, implicará deserção se o recor-
rente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 3º É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em autos eletrônicos.

34 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

§ 4º O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive
porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em
dobro, sob pena de deserção.
§ 5º É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, inclusive porte de remessa e de
retorno, no recolhimento realizado na forma do § 4º.
§ 6º Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de deserção, por decisão irrecorrível,
fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o preparo.
§ 7º O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena de deserção, cabendo
ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de 5
(cinco) dias.

3. #ATENÇÃO: Teoria da causa madura.


Art. 1013. § 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o
mérito quando:
I - reformar sentença fundada no art. 485;
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir;
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.

4. A extensão do efeito devolutivo da apelação é definida pelo pedido do recorrente e qualquer julgamento
fora desse limite não pode comprometer a efetividade do contraditório, ainda que se pretenda aplicar a teoria da
causa madura. STJ. 4ª Turma. REsp 1909451-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 23/03/2021 (Info 690).

5. Não é admissível, nem excepcionalmente, a impetração de mandado de segurança para impugnar decisões
interlocutórias após a publicação do acórdão em que se fixou a tese referente ao tema repetitivo 988, segun-
do a qual “o rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso admite a interposição de agravo de
instrumento quando verificada a urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão no recurso de
apelação”. Caso concreto: juiz indeferiu pedido de designação da audiência de conciliação prevista no art. 334
do CPC, ao fundamento de “dificuldade de pauta”. Essa decisão foi proferida em 07/02/2019, ou seja, após a pu-
blicação do acórdão do STJ que definiu a tese da taxatividade mitigada (Tema 998 - REsp 1.704.520-MT - DJe
19/12/2018). Logo, neste caso, essa decisão interlocutória somente seria impugnável por agravo de instrumento,
não cabendo, portanto, mandado de segurança. STJ. 3ª Turma. RMS 63202-MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze,
Rel. Acd. Min. Nancy Andrighi, julgado em 01/12/2020 (Info 684).

6. INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS (IRDR):


- O requerimento é dirigido ao Presidente do TJ (ou TRF), mas é o RELATOR que suspende os processos (isso
porque a suspensão pressupõe a instauração e a admissibilidade do incidente).

35 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

Art. 982.  Admitido o incidente, o relator:


I - suspenderá os processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitam no Estado ou na região, conforme
o caso;
II - poderá requisitar informações a órgãos em cujo juízo tramita processo no qual se discute o objeto do incidente,
que as prestarão no prazo de 15 (quinze) dias;
III - intimará o Ministério Público para, querendo, manifestar-se no prazo de 15 (quinze) dias.

7. INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA


- Há um deslocamento de competência (como ocorre no incidente de arguição de inconstitucionalidade).
- Cabível também quando ocorrer relevante questão de direito a respeito da qual seja conveniente a prevenção
ou a composição de divergência entre câmaras ou turmas do tribunal.
- Legitimidade: de ofício/partes/MP/Defensoria Pública.

8. Nos termos do art. 1.030, § 2º, do Código de Processo Civil, contra a decisão que nega seguimento ao recurso
extraordinário, observando a sistemática da repercussão geral, cabe agravo interno e não agravo em recurso
extraordinário para o Supremo Tribunal Federal. Assim, pacificou-se nos Tribunais Superiores o entendimento
de que a interposição do recurso incorreto contra a decisão que nega seguimento ao recurso extraordinário
configura erro grosseiro, impedindo a aplicação do princípio da fungibilidade. STJ. Corte Especial. ARE-RE-ED-
cl-AgInt-AREsp 939.065/RS, Rel. Min. Jorge Mussi, DJE 18/12/2020. STF. 1ª Turma. HC 154737/SP, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgado em 29/06/2020.

9. Admite-se a conversão do embargos de declaração em agravo interno quando houver nítido pleito de
reforma do julgamento, em atenção aos princípios da fungibilidade recursal e da instrumentalidade das for-
mas, com base no artigo 1024, §3º, do CPC. STJ. Corte Especial. EDcl no RE nos EDcl no AgInt no AREsp 926.632-
PB, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 12/05/2020. STF. 1ª Turma. Rcl-ED-ED 39.695-MA,
Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 24/08/2020.
#FAZOGANCHO
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: O conceito de “dúvida objetiva”, para a aplicação do princípio da fungibili-
dade recursal, pode ser relativizado, excepcionalmente, quando o equívoco na interposição do recurso cabível
decorrer da prática de ato do próprio órgão julgador. STJ. 2ª Seção. EAREsp 230.380-RN, Rel. Min. Paulo de Tarso
Sanseverino, julgado em 13/09/2017 (Info 613).

10. CPC
Art. 1.021, § 4º: “Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em
votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado
multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa”.

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

§ 5º: “A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da multa prevista
no § 4º, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao
final”.

#JÁCAIU

Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2018 - TJ-SP - Juiz Substituto

Se a parte desiste de recurso que interpôs contra sentença que julgou o mérito,5

A) fica prejudicado o julgamento do mérito da causa.

B) a desistência não impedirá a análise de questão objeto de julgamento de recurso especial repetitivo.

C) para que a desistência seja homologada, é necessária concordância da parte recorrida.

D) a situação equivale, em termos práticos, à renúncia ao direito em que se funda a demanda.

PONTOS 16, 17, 25 A 28 - 16. Procedimentos especiais de jurisdição contenciosa. Ação de consignação
em pagamento; ação de exigir contas; ações possessórias, ações de divisão e demarcação. Ação de
dissolução parcial de sociedade.
17. Procedimentos especiais de jurisdição contenciosa: inventário e partilha, embargos de terceiro,
oposição, ações de família, habilitação, restauração de autos, ação monitória, homologação de penhor
legal, regulação de avaria grossa.
25. Procedimento dos Juizados Especiais Cíveis e Juizados Especiais da Fazenda Pública. Juizados
Especiais Federais.
26. Procedimentos Especiais de Jurisdição Voluntária. Características. Notificação e interpelação.
Alienações Judiciais. Testamento e Codicilo. Herança Jacente. Bens dos Ausentes. Coisas Vagas. Tutela e
curatela. Organização e Fiscalização das Fundações.
27. Ações locatícias. Ação de Despejo. Ação Renovatória. Ação Revisional. Ação Consignatória.
28. O processo da recuperação judicial e da falência.

Quanto aos procedimentos especiais, basta a leitura dos arts. 539 a 718 do CPC. #ATENÇÃO especial para
os seguintes: ações possessórias, ação de dissolução parcial, oposição, embargos de terceiro e monitória. Nestes,
façam também a leitura da jurisprudência #AJUDAMARCINHO.

5  Gabarito: letra B.

37 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

No ponto 25, ATENÇÃO total ao tema “Juizados Especiais Cíveis” (leitura dos arts. 1º a 59 da lei nº 9.099/95;
lei nº 12.153/09 – na íntegra; lei nº 10.259/01 – na íntegra) + jurisprudência. É tema de alta incidência em provas
de magistratura! Excelente custo benefício. Tema de estudo rápido e com grandes chances de aparecer na prova!

No tocante aos procedimentos especiais de jurisdição voluntária, basta a leitura dos arts. 719 a 770 do CPC.

Ações de despejo, Consignação de Aluguel e acessórios da locação, Revisional de aluguel, Renovatória: lei-
tura dos arts. 58 a 75 da lei nº 8.245/91 + jurisprudência.

#OBS: o ponto “processo de recuperação judicial e falência” será visto no edital de direito empresarial.

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Art. 554 Art. 617 Art. 669

Art. 555 Art. 618 Art. 671

Art. 557 Art. 626 Art. 694

Art. 558 Art. 633 Art. 695

Art. 561 Art. 639 Art. 698

Art. 565 Art.640 Art. 731

Art. 567 Art. 644 Art. 733

Art. 610 Art. 653 Art. 734

Art. 614 Art. 656

Art. 616 Art.664

LEI 9.099

Art. 3º Art. 14 Art. 38

Art. 4º Art. 18 Art. 41

Art. 8º Art. 20 Art. 43

Art. 12 Art. 27 Art. 49

Art. 12-A Art. 30 Art. 51

Art. 13 Art. 32 Art. 52

38 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

LEI 8.245

Art. 58 Art. 63 Art. 68

Art. 59 Art. 64 Art. 71

Art. 61 Art. 67 Art.72

#RAPIDINHAS: 10 COISAS QUE VOCÊ NÃO PODE ESQUECER:

1. EMBARGOS DE TERCEIRO
Possui natureza de processo de conhecimento, que vai ter como premissa fundamental a ideia da constrição
judicial sobre bem de terceiro ou de parte a ele equiparada.
Objetivo: desfazer e ou evitar a constrição judicial.
É possível a oposição de embargos de terceiro preventivos, isto é, antes da efetiva constrição judicial
sobre o bem. STJ. 3ª Turma. REsp 1726186/RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 08/05/2018
#JÁCAIU
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2018 - TJ-SP - Juiz Substituto
Quanto aos embargos de terceiro, assinale a alternativa correta.6
A) Na fase de conhecimento, eles podem ser opostos até o trânsito em julgado e, no cumprimento ou execução,
no mesmo prazo para impugnação ou para embargos à execução.
B) Para obtenção de medida liminar, o embargante tem o ônus de apresentar prova pré-constituída de sua posse
ou domínio.
C) No caso de embargos opostos por credor com garantia real, a lei estabelece um limite de cognição horizontal
ou em extensão.
D) Eles serão distribuídos livremente e caberá ao juízo que ordenou a constrição, tanto que comunicado do
ajuizamento da medida, eventualmente suspender o processo até julgamento dos embargos.

2. AÇÕES POSSESSÓRIAS
Em ação possessória entre particulares é cabível o oferecimento de oposição pelo ente público, alegando-se
incidentalmente o domínio de bem imóvel como meio de demonstração da posse. STJ. Corte Especial. EREsp
1134446-MT, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 21/03/2018 (Info 623)

3. O terreno do proprietário foi invadido por inúmeras pessoas de baixa renda. O proprietário ingressou com
ação de reintegração de posse, tendo sido concedida a medida liminar, mas nunca cumprida mesmo após vários
anos. Vale ressaltar que o Município e o Estado fizeram toda a infraestrutura para a permanência das pessoas
no local. Diante disso, o juiz, de ofício, converteu a ação reintegratória em indenizatória (desapropriação

6  Gabarito: letra C.

39 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

indireta), determinando a emenda da inicial, a fim de promover a citação do Município e do Estado para
apresentar contestação e, em consequência, incluí-los no polo passivo da demanda. O STJ afirmou que isso
estava correto e que a ação possessória pode ser convertida em indenizatória (desapropriação indireta)
- ainda que ausente pedido explícito nesse sentido - a fim de assegurar tutela alternativa equivalente
(indenização) ao particular que teve suas térreas invadidas. STJ. 1ª Turma. REsp 1442440-AC, Rel. Min. Gurgel
de Faria, julgado em 07/12/2017 (Info 619).

4. AÇÃO MONITÓRIA
O correio eletrônico (e-mail) pode fundamentar a pretensão monitória, desde que o juízo se convença da veros-
similhança das alegações e da idoneidade das declarações. STJ. 4ª Turma. REsp 1381603-MS, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, julgado em 6/10/2016 (Info 593).

5. SÚMULA 339 STJ: É cabível ação monitória contra a Fazenda Pública.

6. Lei nº 9.099/95
Art. 12-A. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, para a prática de qualquer ato proces-
sual, inclusive para a interposição de recursos, computar-se-ão somente os dias úteis.                 (Incluído pela Lei
nº 13.728, de 2018)

7. O Juizado Especial Cível é competente para o processamento e o julgamento de ação proposta por associa-
ção de moradores visando à cobrança de taxas de manutenção de loteamento em face de morador não asso-
ciado. STJ. 3ª Turma.RMS 53602-AL, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/06/2018 (Info 627).

8. No âmbito estadual, o autor pode escolher se deseja ajuizar a ação no Juizado Especial ou na Justiça Co-
mum, sendo essa uma decisão da parte. STJ. 2ª Turma. RMS 53.227/RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
27/06/2017.

9. Não é cabível reclamação, tampouco pedido de uniformização de jurisprudência ao STJ contra acórdão de
Turma Recursal do Juizado Especial da Fazenda Pública sob a alegação de que a decisão impugnada diverge
de orientação fixada em precedentes do STJ. STJ. 1ª Seção. Rcl 22033-SC, Rel. Min. Mauro Campbell Marques,
julgado em 8/4/2015 (Info 559). Não cabe reclamação contra decisões proferidas em demandas que tramitam no
Juizado Especial da Fazenda Pública (Lei 10.253/2009) ou nos Juizados Especiais Federais (Lei 10.259/2001), uma
vez que o recurso cabível, nesses hipóteses, é o Pedido de Uniformização Nacional. STJ. 1ª Seção. Rcl 37.694/SE,
Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 09/12/2020.

10. A ação de despejo não exige a formação de litisconsórcio ativo necessário. STJ. 3ª Turma. REsp 1737476-
SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 04/02/2020 (Info 664).

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

PONTOS 18 E 19 - 18. Arbitragem. Compromisso arbitral e cláusula compromissória. Tutelas de urgência


antes, durante e depois do processo arbitral. Impugnação judicial da sentença arbitral. Meios alternativos
de solução de conflito. Instauração da Arbitragem. Ação para obtenção do compromisso arbitral.
Impedimento e Substituição do Árbitro. Responsabilidade do Árbitro. Cooperação do Poder Judiciário
com a Arbitragem.
19. O Poder Público em juízo. Mandado de segurança. Ação Popular. Habeas data. Ação de improbidade
administrativa. Execução fiscal e execução contra a Fazenda Pública. Suspensão de segurança.

Quanto ao ponto 18, é importante a leitura da lei nº 9.307/96 (arbitragem), bem como da jurisprudência
correlata.

É muito importante conhecer os procedimentos da Ação Civil Pública (7.347/85), do Mandado de Segurança
(12.016/2009), Ação Popular (4.717/65), Mandado de Injunção (13.300/2016), Habeas Data (9.507/97). #OBS: ação
de improbidade administrativa será vista no edital de direito administrativo.

#ATENÇÃO especial para a execução fiscal! Leitura da lei nº 6.830/80 (na íntegra) + jurisprudência. #VAI-
CAIR

Por fim, quanto à suspensão da segurança, façam a leitura da lei nº 8.437/92 (na íntegra).

LEI 9.307

Art. 1º Art. 18 Art. 27

Art. 2º Art. 19 Art. 31

Art. 3º Art. 20 Art. 32

Art. 4º Art. 22-A Art. 33

Art. 8º Art. 22-B

Art. 9º Art. 22-C

Art. 13 Art. 23

Art. 16 Art. 26

41 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

DIPLOMAS NORMATIVOS DISPOSITIVOS

Lei 4.717/65
Artigos: 1º, 2º, 3º, 5º, 6º, 7º, 8º, 9º, 11, 13, 15, 16, 18, 19 e 21.
Lei da Ação Popular

Lei 7.347/85
Artigos: 1º, 2º, 5º, 8º, 10, 11, 12, 13, 15, 17, 18, 21.
Lei de Ação Civil Pública

Lei 8.078/90 (CDC) Artigos: 6º, 81 a 100; e 103 a 104.

Lei 9.507/97 Artigos: 4º, 7º, 8º e 15.

Lei 12.016/09 Artigos: 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 7º, 8º, 10, 14, 15, 16, 18, 20 e 25.

Lei 13.300/16 Artigos: 2º, 3º, 4º, 5º, 8º, 9º, 10, 11, 12 e 13.

1. A declaração de nulidade da sentença arbitral pode ser pleiteada, judicialmente, por duas vias: a) ação de-
claratória de nulidade de sentença arbitral (art. 33, § 1º, da Lei nº 9.307/96); ou b) impugnação ao cumprimento
de sentença arbitral (art. 33, § 3º, da Lei nº 9.307/96). O § 1º do art. 33 verá que ele fala em um prazo de 90 dias
para ajuizar a ação declaração de nulidade. O § 3º do mesmo artigo não prevê prazo. Diante disso, indaga-se:
o prazo de 90 dias do § 1º do art. 33 também se aplica para a hipótese do § 3º? A impugnação ao cumprimento
de sentença arbitral também deve ser apresentada no prazo de 90 dias? Depende: • se a parte executada quiser
alegar algum dos vícios do art. 32 da Lei nº 9.307/96: ela possui o prazo de 90 dias. Assim, se já tiver se passado
90 dias da notificação da sentença, ela não poderá apresentar impugnação alegando um dos vícios do art. 32.
• mesmo que já tenha se passado o prazo de 90 dias, a parte ainda poderá alegar uma das matérias do § 1º
do art. 525 do CPC. STJ. 3ª Turma. REsp 1900136/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 06/04/2021 (Info 691).

2 Arbitragem é jurisdição?
Prevalece que sim. Nesse sentido:
A atividade desenvolvida no âmbito da arbitragem tem natureza jurisdicional, sendo possível a existência de
conflito de competência entre juízo estatal e câmara arbitral.
STJ. 2ª Seção. CC 111.230/DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 08/05/2013.
 
(...) Sobressai evidente o propósito legislativo de a tudo equiparar, mormente em relação aos efeitos, a sentença
arbitral à sentença judicial, o que decorre, naturalmente, do reconhecimento de que a atividade desenvolvida
no âmbito da arbitragem possui a natureza jurisdicional. Nessa medida, o atributo da executibilidade conferido
a determinado tipo de sentença judicial também deverá estar presente, necessariamente, na sentença arbitral
com idêntico conteúdo. (...)
STJ. 3ª Turma. REsp 1735538/SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 06/10/2020.

42 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

3. É possível a penhora no rosto dos autos de procedimento de arbitragem para garantir o pagamento de dívida
cobrada em execução judicial. A penhora no rosto dos autos consiste apenas numa averbação, cuja finalidade
é atingida no exato momento em que o devedor do executado toma ciência de que o pagamento - ou parte
dele - deverá, quando realizado, ser dirigido ao credor deste, sob pena de responder pela dívida, nos termos do
art. 312 do Código Civil. Assim, é possível aplicar a regra do art. 860 do CPC, ao procedimento de arbitragem,
a fim de permitir que o juiz oficie o árbitro para que este faça constar em sua decisão final, acaso favorável ao
executado, a existência da ordem judicial de expropriação. Ex: a empresa “A” ajuizou execução de título extraju-
dicial contra a empresa “B”; a exequente sabia que a empresa “B” estava em procedimento de arbitragem com
a empresa “C” discutindo um contrato; diante disso, a exequente pediu e o juiz decretou a penhora dos direitos,
bens e valores que a empresa “B” eventualmente venha a receber caso seja vencedora no procedimento arbitral;
assim, se a empresa “C” perder a arbitragem ela irá pagar os valores não para a empresa “B”, mas sim para a
empresa “A”. STJ. 3ª Turma. REsp 1.678.224-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 07/05/2019 (Info 648).

4. #ATENÇÃO #VAICAIR
Não cabe mandado de segurança contra atos de gestão comercial praticados por administradores de empresas
públicas, sociedades de economia mista e concessionárias de serviço público. É constitucional o art. 1º, § 2º da
Lei nº 12.016/2019.
O juiz tem a faculdade de exigir caução, fiança ou depósito para o deferimento de medida liminar em mandado
de segurança, quando verificada a real necessidade da garantia em juízo, de acordo com as circunstâncias do
caso concreto. É constitucional o art. 7º, III, da Lei nº 12.016/2019.
É inconstitucional ato normativo que vede ou condicione a concessão de medida liminar na via mandamental.
É inconstitucional o art. 7º, § 2º da Lei nº 12.016/2009.
É constitucional o art. 23 da Lei nº 12.016/2009, que fixa o prazo decadencial de 120 dias para a impetração de
mandado de segurança.
É constitucional o art. 25 da Lei nº 12.016/2009, que prevê que não cabe, no processo de mandado de segurança,
a condenação em honorários advocatícios.
STF. Plenário. ADI 4296/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes julgado em
9/6/2021 (Info 1021).

5. O incidente da suspensão de liminar e de sentença, por não ser sucedâneo recursal, é inadequado para
a apreciação do mérito da controvérsia. STJ. Corte Especial. AgInt na SLS 2.564/SP, Rel. Min. Humberto Martins,
julgado em 27/10/2020. Tal instituto não tem natureza jurídica de recurso, razão pela qual não propicia a devo-
lução do conhecimento da matéria para eventual reforma. Sua análise deve restringir-se à verificação de possível
lesão à ordem, à saúde, à segurança ou à economia públicas, nos termos da legislação de regência, sem adentrar
o mérito da causa principal.

43 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

6. Teoria da encampação
Súmula 628-STJ: A teoria da encampação é aplicada no mandado de segurança quando presentes, cumulativa-
mente, os seguintes requisitos: a) existência de vínculo hierárquico entre a autoridade que prestou informações
e a que ordenou a prática do ato impugnado; b) manifestação a respeito do mérito nas informações prestadas;
e c) ausência de modificação de competência estabelecida na Constituição Federal.

7. O art. 782, §3º, do CPC é aplicável às execuções fiscais, devendo o magistrado deferir o requerimento
de inclusão do nome do executado em cadastros de inadimplentes, preferencialmente pelo sistema SERA-
SAJUD, independentemente do esgotamento prévio de outras medidas executivas, salvo se vislumbrar alguma
dúvida razoável à existência do direito ao crédito previsto na Certidão de Dívida Ativa - CDA. STJ. 1ª Seção. REsp
1807180/PR, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 24/02/2021 (Recurso Repetitivo – Tema 1026) (Info 686).

8. É possível o redirecionamento da execução fiscal contra o sócio-gerente da pessoa jurídica originalmente


executada pela suposta prática de crime falimentar mesmo que não tenha havido ainda o trânsito em julgado da
sentença penal condenatória. Se há indícios e/ou provas de prática de ato de infração à lei (penal), a hipótese se
subsume ao art. 135 do CTN. Importante acrescentar que mesmo a eventual absolvição em ação penal não con-
duz necessariamente à revogação do redirecionamento, pois o ato pode não constituir ilícito penal, e, mesmo
assim, continuar a representar infração à lei civil, comercial, administrativa, etc. (independência das esferas civil,
lato sensu, e penal). É por essa razão que caberá ao juiz natural, competente para processar e julgar a execução
fiscal, analisar, caso a caso, o conteúdo da denúncia pela prática de crime falimentar e decidir se cabe ou não o
redirecionamento. Não é necessário, portanto, aguardar o trânsito em julgado da sentença penal condenatória
para que o Juízo da Execução Fiscal analise o pleito de redirecionamento da execução contra o sócio. STJ. 2ª
Turma. REsp 1792310-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 04/02/2020 (Info 678).

9. A lógica de mercado não se aplica às execuções fiscais, pois o Poder Público já é dotado, pela Lei nº 6.830/80,
de privilégios processuais. Assim, são excessivas as medidas atípicas aflitivas pessoais, tais como a suspen-
são de passaporte e da licença para dirigir, quando aplicadas no âmbito de execução fiscal. STJ. 1ª Turma. HC
453.870-PR, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 25/06/2019 (Info 654). O entendimento acima é
diferente no caso da execução “comum”. O STJ possui julgados dizendo que, na execução “comum”, é possível a
adoção de meios executivos atípicos desde que, verificando-se a existência de indícios de que o devedor possua
patrimônio expropriável, tais medidas sejam adotadas de modo subsidiário, por meio de decisão que contenha
fundamentação adequada às especificidades da hipótese concreta, com observância do contraditório substan-
cial e do postulado da proporcionalidade (STJ. 3ª Turma. REsp 1788950/MT, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
23/04/2019).

10. Deve ser afastada a exigência da garantia do juízo para a oposição de embargos à execução fiscal, caso
comprovado inequivocadamente que o devedor não possui patrimônio para garantia do crédito exequendo. STJ.
1ª Turma. REsp 1487772/SE, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 28/05/2019 (Info 650).

44 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

PONTO 20 - 20. Tutela dos interesses transindividuais. Direitos e interesses difusos, coletivos e individuais
homogêneos.

#ATENÇÃO: tema de excelente custo-benefício. Pode aparecer em outras matérias, tais como, direito constitucio-
nal e administrativo. É tema de interesse do examinador (1º suplente) Gilson Delgado. #VAICAIR

Tema que exige certo conhecimento doutrinário (leitura do material de base ou FUC de processo coletivo),
bem como jurisprudencial (#AJUDAMARCINHO). Quanto à leitura da legislação, destaca-se que as leis referentes
ao processo coletivo são estudadas de forma espaçada no decorrer do edital. As leis de Ação Civil Pública e ação
popular, por exemplo, já foram mencionadas no ponto 19 (processo civil). Além disso, no edital de direito do con-
sumidor, também será abordado o tema “Defesa do consumidor em juízo”, abrangendo o ponto aqui mencionado.

#RAPIDINHAS: 10 COISAS QUE VOCÊ NÃO PODE ESQUECER:

1. I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza
indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza
indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por
uma relação jurídica base;
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum.

2. Muita atenção para os limites objetivos e subjetivos da coisa julgada (arts. 103 e 104, CDC). Os limites va-
riam de acordo com a procedência ou improcedência da ação, bem como em decorrência da espécie de direito
coletivo (lato sensu) envolvido. Fiquem atentos aos julgados do STJ acerca do tema.

3. COISA JULGADA

SENTENÇA DIFUSOS COLETIVOS INDIVIDUAIS HOMOG

Fará coisa julgada Fará coisa julgada Fará coisa julgada


PROCEDENTE
erga omnes. ultra partes. erga omnes.

Fará coisa julgada Fará coisa julgada


Impede nova ação cole-
erga omnes. ultra partes. tiva.
IMPROCEDENTE COM Impede nova ação cole- Impede nova ação cole- O lesado pode propor
EXAME DAS PROVAS tiva. tiva. ação individual se não
participou da ação co-
O lesado pode propor O lesado pode propor
letiva.
ação individual. ação individual.

45 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

Não fará coisa julgada Não fará coisa julgada Impede nova ação cole-
erga omnes. erga omnes. tiva.
IMPROCEDENTE POR
Qualquer legitimado Qualquer legitimado O lesado pode propor
FALTA DE PROVAS pode propor nova ação pode propor nova ação ação individual se não
coletiva, desde que haja coletiva, desde que haja participou da ação co-
prova nova. prova nova. letiva.

4. O art. 87 do CDC prevê: Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este código não haverá adiantamento de
custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora,
salvo comprovada má-fé, em honorários de advogados, custas e despesas processuais. A isenção de custas e
emolumentos judiciais prevista no art. 87 da Código de Defesa do Consumidor visa a facilitar a defesa dos di-
reitos dos consumidores, não sendo aplicável às ações, ainda que coletivas, propostas por sindicato em defesa
dos sindicalizados. STJ. Corte Especial. AgInt nos EREsp 1623931/PE, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 27/08/2019.

5. Competência territorial (art. 93, CDC):


a) Se o dano for local - a competência é do juízo do local do dano.
b) Se o dano for regional – o foro é o da capital do Estado
c) Se o dano for nacional - possuem competência concorrente alternativa os foro do Distrito Federal e da
capital de quaisquer dos Estados envolvidos.
I - É inconstitucional o art. 16 da Lei nº 7.347/85, alterada pela Lei nº 9.494/97. II - Em se tratando de ação civil
pública de efeitos nacionais ou regionais, a competência deve observar o art. 93, II, da Lei nº 8.078/90
(CDC). III - Ajuizadas múltiplas ações civis públicas de âmbito nacional ou regional, firma-se a prevenção do
juízo que primeiro conheceu de uma delas, para o julgamento de todas as demandas conexas. STF. Plenário.
RE 1101937/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 7/4/2021 (Repercussão Geral – Tema 1075) (Info 1012).

6. Para o autor da ação individual já proposta aproveitar o transporte in utilibus da coisa julgada coletiva, deverá
requerer a suspensão da sua ação individual em 30 dias, a contar da data em que o autor é avisado, nos autos
da ação individual, de que há uma ação coletiva (art. 104, CDC).

7. O prazo de 5 (cinco) anos para o ajuizamento da ação popular não se aplica às ações coletivas de consumo.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.736.091-PE, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 14/05/2019 (Info 648). Obs: há inúmeros
julgados em sentido contrário: Inexistindo a previsão de prazo prescricional específico na Lei nº 7.347/85, apli-
ca-se à Ação Civil Pública, por analogia, a prescrição quinquenal instituída pelo art. 21 da Lei nº 4.717/65. STJ. 1ª
Turma. AgInt no AREsp 814391/RN, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 27/05/2019. STJ. 2ª Turma.
REsp 1660385/RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 05/10/2017. STJ. 3ª Turma. REsp 1473846/SP, Rel. Min.
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 21/02/2017.

46 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

8. A alienação de terrenos a consumidores de baixa renda em loteamento irregular, tendo sido veiculada pu-
blicidade enganosa sobre a existência de autorização do órgão público e de registro no cartório de imóveis,
configura lesão ao direito da coletividade e dá ensejo à indenização por dano moral coletivo. STJ. 4ª Turma. REsp
1539056/MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 06/04/2021 (Info 691).

9. 3ª Turma do STJ: SIM O interesse individual homogêneo é um direito individual que acidentalmente se torna
coletivo e, pois, indisponível, quando transcender a esfera de interesses puramente particulares, envolvendo
bens, institutos ou valores jurídicos superiores, cuja preservação importa à comunidade como um todo. A grave
lesão de interesses individuais homogêneos acarreta o comprometimento de bens, institutos ou valores jurídicos
superiores, cuja preservação é cara a uma comunidade maior de pessoas, razão pela qual é capaz de reclamar
a compensação de danos morais coletivos. STJ. 3ª Turma. REsp 1586515/RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
22/05/2018. 4ª Turma do STJ: NÃO O dano moral coletivo é aferível in re ipsa, ou seja, sua configuração decorre
da mera constatação da prática de conduta ilícita que, de maneira injusta e intolerável, viole direitos de conteúdo
extrapatrimonial da coletividade, revelando-se despicienda a demonstração de prejuízos concretos ou de efetivo
abalo moral. Independentemente do número de pessoas concretamente atingidas pela lesão em certo período,
o dano moral coletivo deve ser ignóbil e significativo, afetando de forma inescusável e intolerável os valores e
interesses coletivos fundamentais. O dano moral coletivo é essencialmente transindividual, de natureza coletiva
típica, tendo como destinação os interesses difusos e coletivos, não se compatibilizando com a tutela de direitos
individuais homogêneos. A condenação em danos morais coletivos tem natureza eminentemente sancionatória,
com parcela pecuniária arbitrada em prol de um fundo criado pelo art. 13 da LACP - fluid recovery - , ao passo
que os danos morais individuais homogêneos, em que os valores destinam-se às vítimas, buscam uma condena-
ção genérica, seguindo para posterior liquidação prevista nos arts. 97 a 100 do CDC. STJ. 4ª Turma. REsp 1610821/
RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 15/12/2020.

10. I - É inconstitucional o art. 16 da Lei nº 7.347/85, alterada pela Lei nº 9.494/97. II - Em se tratando de ação
civil pública de efeitos nacionais ou regionais, a competência deve observar o art. 93, II, da Lei nº 8.078/90 (CDC).
III - Ajuizadas múltiplas ações civis públicas de âmbito nacional ou regional, firma-se a prevenção do juízo que
primeiro conheceu de uma delas, para o julgamento de todas as demandas conexas. STF. Plenário. RE 1101937/
SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 7/4/2021 (Repercussão Geral – Tema 1075) (Info 1012).

PONTOS 21 -24 - 21. Cumprimento de sentença e execução. Classificações. Pressupostos. Título executivo:
espécies e requisitos. Liquidação.
22. Cumprimento de sentença para pagamento de quantia, para obrigação de fazer, não fazer e dar coisa
certa. Cumprimento de sentença na obrigação de alimentos.
23. Execução por quantia certa contra devedor solvente. Procedimento. Penhora, avaliação e expropriação.
Satisfação do credor.
24. Defesa do executado no cumprimento de sentença e na execução de título extrajudicial. Ações
autônomas de impugnação à execução. Exceção de pré-executividade.

47 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

Em relação ao cumprimento de sentença, basta a leitura dos arts. 513 a 538 do CPC + jurisprudência. Além
disso, ler os arts. 509 a 512, relativos à liquidação de sentença.

Para a execução de título extrajudicial, leitura do Livro II (dos arts. 771 a 925 do CPC), sempre fazendo uma
correlação com o cumprimento de sentença (art. 771, parágrafo único). Aqui também é provável a cobrança da
jurisprudência dos tribunais superiores.

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Art. 509 Art. 538 Art. 823

Art. 513 Art. 774 Art. 825

Art. 515 Art. 775 Art. 833

Art. 517 Art. 778 Art. 835

Art. 520 Art. 781 Art. 876

Art. 521 Art. 784 Art. 914

Art. 523 Art. 792 Art. 917

Art. 524 Art. 794

Art. 525 Art. 798

Art. 528 Art. 799

Art. 529 Art. 803

Art. 531 Art. 806

Art. 535 Art. 810

Art. 536 Art. 814

Art. 537 Art. 816

#RAPIDINHAS: 10 COISAS QUE VOCÊ NÃO PODE ESQUECER:

1. O contrato eletrônico de mútuo com assinatura digital pode ser considerado título executivo extrajudicial.
Neste caso, não será necessária a assinatura de 2 testemunhas, conforme exige o art. 784, III, do CPC/2015.
Na assinatura digital de contrato eletrônico, uma autoridade certificadora (terceiro desinteressado) atesta que
aquele determinado usuário realmente utilizou aquela assinatura no documento eletrônico. Como existe esse
instrumento de verificação de autenticidade e presencialidade do contratante, é possível reconhecer esse con-
trato como título executivo extrajudicial. STJ. 3ª Turma. REsp 1495920-DF, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino,
julgado em 15/05/2018 (Info 627).

48 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

2. A alegação da Fazenda Pública de excesso de execução sem a apresentação da memória de cálculos com a
indicação do valor devido não acarreta, necessariamente, o não conhecimento da arguição. STJ. 2ª Turma. REsp
1887589/GO, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 06/04/2021 (Info 691).

3. #ATENÇÃO
Na fase de cumprimento de sentença não se pode alterar os critérios de atualização dos cálculos estabe-
lecidos na decisão transitada em julgado, ainda que para adequá-los ao entendimento do STF firmado
em repercussão geral. Sem que a decisão acobertada pela coisa julgada tenha sido desconstituída, não é cabí-
vel ao juízo da fase de cumprimento de sentença alterar os parâmetros estabelecidos no título judicial, ainda que
no intuito de adequá-los à decisão vinculante do STF. STJ. 2ª Turma. REsp 1.861.550-DF, Rel. Min. Og Fernandes,
julgado em 16/06/2020 (Info 676)

4. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento deve se dar nos moldes do regramento do cum-
primento de sentença:
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer,
de não fazer ou de entregar coisa;
II - a decisão homologatória de autocomposição judicial;
III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores
a título singular ou universal;
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por
decisão judicial;
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;
VII - a sentença arbitral;
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal
de Justiça;

5. Competência: em regra, o cumprimento de sentença é feito nos mesmos autos do processo de conhecimen-
to, no modelo do processo sincrético. O local do cumprimento de sentença é o local da ação, mas há exceções.
o cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
I - os tribunais, nas causas de sua competência originária;
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença
estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo.

49 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

O art. 516, §único, do CPC afirma que o exequente poderá optar por ingressar com o cumprimento de sentença:
a) no juízo do atual domicílio do executado; b) no juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução;
c) no juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer. É possível que o exequente
faça a opção de que trata o parágrafo único do art. 516 do CPC/2015 mesmo após já ter sido iniciado o cum-
primento de sentença? SIM. O credor pode optar pela remessa dos autos ao foro de domicílio do executado,
mesmo após o início do cumprimento de sentença. STJ. 3ª Turma. REsp 1.776.382-MT, Rel. Min. Nancy Andrighi,
julgado em 03/12/2019 (Info 663).

6. IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA


- Mera petição.
- É um incidente.
- Prazo: 15 dias (do fim do prazo para pagamento).
É desnecessária a garantia do juízo para ofertar impugnação ao cumprimento de sentença (art.525 do CPC).
Qual é o recurso cabível contra o pronunciamento que julga a impugnação ao cumprimento de sentença?
• Se o pronunciamento judicial extinguir a execução: será uma sentença e caberá APELAÇÃO.
• Se o pronunciamento judicial não extinguir a execução: será uma decisão interlocutória e caberá AGRAVO DE
INSTRUMENTO. Assim, o recurso cabível contra a decisão que acolhe impugnação ao cumprimento de sentença
e extingue a execução é a apelação.
STJ. 4ª Turma. REsp 1.698.344-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 22/05/2018 (Info 630).

7. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela
incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado
intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.
Tal prazo para o cumprimento voluntário da obrigação possui natureza processual, devendo ser contado em
dias úteis.

8. Fraude à execução consiste no ato do devedor de alienar ou gravar com ônus real (ex.: dar em hipoteca) um
bem que lhe pertence, em uma das situações previstas nos incisos do art. 792 do CPC. Além de causar prejuízo
ao credor, configura ato atentatório à dignidade da Justiça (art. 774, I, do CPC).
São hipóteses de fraude à execução:
I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão reipersecutória, desde que a
pendência do processo tenha sido averbada no respectivo registro público, se houver;
II - quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de execução, na forma do art. 828 ;
III - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de constrição judicial origi-
nário do processo onde foi arguida a fraude;

50 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação capaz de reduzi-lo à
insolvência;
V - nos demais casos expressos em lei.

9. Como regra, os embargos à execução não possuem efeito suspensivo. Excepcionalmente, o art. 919, § 1º, do
CPC/2015 prevê que o magistrado poderá atribuir efeito suspensivo aos embargos à execução quando presen-
tes, cumulativamente, os seguintes requisitos: a) requerimento do embargante; b) relevância da argumentação;
c) risco de dano grave de difícil ou incerta reparação; e d) garantia do juízo.
A caução prestada em ação conexa pode ser aceita como garantia do juízo para a concessão de efeito suspen-
sivo a embargos à execução. STJ. 3ª Turma. REsp 1.743.951-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 06/10/2020
(Info 681).
#DEOLHONAJURIS
A desistência da execução antes do oferecimento dos embargos independe da anuência do devedor. A apre-
sentação de desistência da execução quando ainda não efetivada a citação do devedor provoca a extinção dos
embargos posteriormente opostos, ainda que estes versem acerca de questões de direito material. O credor não
responde pelo pagamento de honorários sucumbenciais se manifestar a desistência da execução antes da cita-
ção e da apresentação dos embargos e se não houver prévia constituição de advogado nos autos. STJ. 2ª Turma.
REsp 1682215/MG, Rel. Min. Ricardo Vilas Bôas Cueva, julgado em 06/04/2021 (Info 692).
#ATENÇÃO: possibilidade de parcelamento do débito na execução.
Art. 916.  No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de trin-
ta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executado poderá
requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção
monetária e de juros de um por cento ao mês.
OBS: Possibilidade de parcelamento nas execuções de título extrajudicial não se estende às hipóteses de cum-
primento de sentença (art. 916, §7º do CPC).

10. IMPENHORABILIDADE
O art. 5º, XXVI, da CF/88 e o art. 833, VIII, do CPC prevêem que é impenhorável a pequena propriedade rural,
assim definida em lei, desde que trabalhada pela família. Assim, para que o imóvel rural seja impenhorável, são
necessários dois requisitos: 1) que seja enquadrado como pequena propriedade rural, nos termos definidos pela
lei; e 2) que seja trabalhado pela família. Quem tem o encargo de provar esses requisitos? Quem tem o encargo
de provar os requisitos da impenhorabilidade da pequena propriedade rural? 3ª Turma do STJ: o devedor. Para
o reconhecimento da impenhorabilidade, o devedor tem o ônus de comprovar que além de pequena, a pro-
priedade destina-se à exploração familiar. STJ. 3ª Turma. REsp 1843846/MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado
em 02/02/2021. 4ª Turma do STJ: • Requisito 1: comprovar que o imóvel se trata de pequena propriedade rural:
trata-se de ônus do executado (devedor). • Requisito 2: comprovar que a propriedade rural é trabalhada pela
família: não é necessário que o executado faça prova disso. Existe uma presunção juris tantum (relativa) de que a

51 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

pequena propriedade rural é trabalhada pela família. STJ. 4ª Turma. REsp 1408152-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salo-
mão, julgado em 1/12/2016 (Info 596). STJ. 4ª Turma. AgInt no REsp 1826806/RS, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira,
julgado em 23/03/2020.

#JÁCAIU

Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2018 - TJ-SP - Juiz Substituto

Quando a sentença contiver condenação ilíquida ao pagamento de quantia,

A) será inviável ao credor promover o cumprimento de sentença, ainda que parte da decisão seja líquida.

B) terá lugar liquidação por cálculo, caso o credor não apresente o demonstrativo do débito atualizado.

C) terá lugar o arbitramento, se assim exigir a natureza do objeto da liquidação.

D) a decisão será inválida porque a condenação deve ser sempre líquida, ainda que o pedido do autor seja gené-
rico.

#STALKERDOSEXAMINADORES

São desembargadores integrantes da Seção de Direito Privado:

Francisco Eduardo Loureiro (titular)

Paulistano, nasceu em 1959 e é formado em Direito pela Universidade de São Paulo, turma de 1982. Ingressou na
Magistratura em 1985, na 3ª Circunscrição Judiciária, com sede na Comarca de Santo André. Também judicou em
Cândido Mota, Franco da Rocha e na Capital. Passou a integrar o quadro de desembargadores do TJSP em 2011.

Produção bibliográfica:

- Direito de Superfície e Laje, por Francisco Eduardo Loureiro » Artigo: Direito de Superfície e Laje, por Francisco
Eduardo Loureiro Blog do 26 (26notas.com.br)

- A Propriedade Como Relação Jurídica Complexa. Livro: A Propriedade Como Relação Jurídica Complexa - Fran-
cisco Eduardo Loureiro | Estante Virtual

#ATENÇÃO para os temas relacionados à responsabilidade civil. O examinador participou dos seguintes livros:

-Responsabilidade civil na internet e nos demais meios de comunicação. Editora Saraiva.

-Responsabilidade civil e suas repercussões nos Tribunais. Editora Saraiva.

52 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

-Responsabilidade civil na área da saúde. Editora Saraiva.

Gilson Delgado Miranda (1º suplente)

Nasceu em 1965 na cidade de São Paulo. É bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo,
turma de 1988, e mestre desde 1998 e doutor desde 2005 pela mesma universidade. Integra o Tribunal de Justiça
de São Paulo desde 1981, quando era menor colaborador eventual no Gabinete da Corregedoria Geral da Justiça.
Posteriormente se tornou escrevente e em 1990 ingressou na Magistratura, nomeado para a 13ª Circunscrição Judi-
ciária, com sede em Araraquara. Em sua carreira passou também pelas comarcas de Piratininga, Avaré e São Paulo.
Na Capital, foi juiz auxiliar (a partir de 1992) e titular da 25ª Vara Cível Central de 2005 a 2012, quando assumiu o
posto de juiz substituto em 2º grau. Na Escola Paulista da Magistratura (EPM) e na Escola Judicial dos Servidores
(EJUS) proferiu diversas palestras e aulas e coordenou cursos. Integrou o Conselho Consultivo e de Programas –
Juiz de Entrância Final da EPM no biênio 2018/2019. Ocupa a vaga deixada pela aposentadoria do desembargador
Hamid Charaf Bdine Júnior.

-Livro “Direito Processual Civil: Recursos”. Editora Atlas.

-Artigo: “Responsabilidade civil na informática”.

-Líder do grupo de pesquisas “Tutela jurisdicional dos Direitos Coletivos”.

-Mestrado em Direito. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC/SP, Brasil. Título: Procedimento Sumário,
Ano de Obtenção: 1998. Orientador: Nelson Nery Junior. Grande área: Ciências Sociais Aplicadas Setores de ativi-
dade: Educação Superior.

-Doutorado em Direito. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC/SP, Brasil. Título: ENSAIO SOBRE A PE-
NHORA NA EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE, Ano de obtenção: 2005. Orienta-
dor: Nelson Nery Junior. Grande área: Ciências Sociais Aplicadas. Setores de atividade: Educação Superior.

-Algumas produções bibliográficas:

MIRANDA, Gilson Delgado; PIZZOL, Patricia Miranda . A tutela de urgência como instrumento de acesso à justiça.
REVISTA DE PROCESSO, v. 302, p. 175-218, 2020.

MIRANDA, Gilson Delgado. A extinção do processo de execução no CPC/15. Revista Jurídica Eletrônica, v. 1, p.
59-97, 2017.

MIRANDA, Gilson Delgado. Prescrição intercorrente na Lei n. 13.105/2015 [CPC] e a Justiça do Trabalho. Revista
Eletrônica - Tribunal Regional do Trabalho do Paraná, v. 1, p. 27-34, 2015.

53 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

MIRANDA, Gilson Delgado. Sistema Cautelar Brasileiro e Sistema Cautelar Italiano. Revista de Informação e De-
bates, São Paulo, v. 3, 1997.

MIRANDA, Gilson Delgado. Responsabilidade Civil na Informática. Revista do Instituto de Pesquisa e Estudos da
Faculdade de Direito de Bauru, Bauru-SP, v. 14, 1996.

MIRANDA, Gilson Delgado. Código de Processo Civil Anotado e Comentado. 1. ed. São Paulo: Rideel, 2020. v. 1.
1408p .

MIRANDA, Gilson Delgado; PIZZOL, Patricia Miranda . Processo Civil: Recursos. 6ª. ed. São Paulo: Atlas, 2009. v.
1. 221p .

MIRANDA, Gilson Delgado. Procedimento Sumário. 1. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000. v. 1. 279p .

Cláudia Grieco Tabosa Pessoa (2º suplente)

Paulistana, nascida em 1964, concluiu o curso de Direito pela Universidade de São Paulo no ano de 1987. Sua car-
reira na magistratura teve início no ano seguinte, como juíza substituta da 48ª Circunscrição Judiciária, com sede
em Guaratinguetá. Ao longo da carreira, judicou também em Quatá, Taboão da Serra e na capital. Foi removida ao
cargo de juíza substituta em 2º grau em 2010.

Possui Especialização e Mestrado em Direito pela Universidade de São Paulo (1996). Atualmente é professora da
Universidade Paulista e Coordenadora da Área Cível da Escola Paulista da Magistratura. Desembargadora do Tribu-
nal de Justiça do Estado de São Paulo.

Mestrado em Direito. Universidade de São Paulo, USP, Brasil. Título: EFEITOS PATRIMONIAIS DO CONCUBINATO,
Ano de Obtenção: 1996. Orientador: ALVARO VILLAÇA AZEVEDO.

Produção bibliográfica:

PESSOA, C. G. T.. Efeitos Patrimoniais do Concubinato. 01. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 1997. v. 01. 283p .

PESSOA, C. G. T.. União Estável e União Homoafetiva. 2017. (Apresentação de Trabalho/Conferência ou palestra).

PESSOA, C. G. T.. Gestão nos cartórios da Infância e Juventude. 2015. (Apresentação de Trabalho/Conferência ou
palestra).

54 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

PESSOA, C. G. T.; PESSOA, C. G. T. ; PESSOA, C. G. T. . Separação e Divórcio. 2015. (Apresentação de Trabalho/


Conferência ou palestra).

PESSOA, C. G. T.. Curso de Gestão Judiciária. 2014. (Apresentação de Trabalho/Conferência ou palestra).

PESSOA, C. G. T.. Separação e Divórcio. 2013. (Apresentação de Trabalho/Conferência ou palestra).


 

55 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

DIREITO ADMINISTRATIVO
#SELIGA! Vamos conferir os temas cobrados nas últimas provas do TJ/SP?

Como se trata de banca própria, é possível que as temáticas cobradas sejam um pouquinho diferente dos
temas normalmente cobrados pelas bancas contratadas.

Assuntos Percentual de cobrança


1. Agentes públicos e Lei 8.112 de 1990 12  %
2. Licitações e Lei 8.666 de 1993. 12 %
3. Bens Públicos na Administração Pública 10 %
4. Intervenção do estado na propriedade 10 %
5. Atos administrativos 8 %
6. Organização da Administração Pública 8 %
7. Princípios Administrativos 8 %
8. Poderes Administrativos 6 %
9. Responsabilidade Civil do Estado 6 %
10. Contratos administrativos 4 %
11. Improbidade administrativa - Lei 8.429/92 4 %
12. Processo Administrativo - Lei 9.784/99 4 %
13. Serviços Públicos 4 %
14. Controle da Administração Pública 2 %
15. Parceria Público Privada 2 %

Pessoal, o TJ/SP tem um edital bem amplo de direito administrativo e os pontos abrangem diversas legisla-
ções administrativas. É, de fato uma das maiores matérias para estudar.

Além do que, no TJ/SP a cobrança maior é de legislação, contemplando 48% das questões do TJ/SP. Dessa
forma, nos estudo do reta final, a preocupação principal deve ser a leitura da lei e do material.

#SELIGA Veja como foram cobradas as últimas questões do TJ/SP:

Fundamento Porcentagem
Legislação 48 %
Doutrina 32 %
Jurisprudência 20 %

56 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

Mas nada de se preocupar, porque nesse raio X vamos destrinchar o edital e identificar os principais pontos
para vocês focarem o estudo! #VAMOSJUNTOS

Na última prova do TJSP houve a cobrança de 10 questões de direito administrativo. Por ser banca própria
a cobrança aqui foca mais em letra de lei e doutrina. Há a tradição de também ser pedido conceito e teoria sobre
algum instituto. Mas, por algumas vezes, vemos a cobrança da jurisprudência também, principalmente, no tópico
referente a responsabilidade civil do Estado.

O edital de São Paulo trouxe no ponto a expressa previsão da nossa querida Nova Lei de Licitações!!

Também trouxe a novidade de um ponto específico sobre a Pandemia, isso mesmo, a pandemia! #TÁPAS-
SADA?

Ela tem sido a personagem principal das nossas apostas e fiquem atentos: O TJ/SP gosta muito do tema lici-
tações! Então devemos nos jogar na nova lei e aprender tudo o que for possível sobre ela. Um detalhe, nas últimas
questões do TJSP o tema licitação foi pedido através de questões com fundamento na letra da lei, somente em duas
outras questões que forma cobradas a jurisprudência e a doutrina. #APOSTACICLOS

PONTO 1. Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.

Pessoal, como vocês sabem, recentemente a LINDB sofreu alterações que alteraram o regime jurídico admi-
nistrativo. Dessa forma, nesse ponto, é de suma importância que a LINDB seja lida do art. 20 ao art. 30.

Para esse ponto, sugerimos a leitura do seu material próprio ou da FUC (FUC 0 de Direito Civil) a partir da
página 38.

É importante que o aluno faça a leitura dos artigos de forma a fixar o disposto nesses, tendo em vista que em
muitas vezes, a banca só troca, acrescenta ou suprime expressões para tornar a questão certa ou errada.

#ATENÇÃOMÁXIMA para os seguintes dispositivos:

LINDB
Art. 20 Art.21 Art. 24
Art. 28 Art. 29

#RAPIDINHAS: 10 COISAS QUE VOCÊ NÃO PODE ESQUECER:

1) A alteração do nome de LICC para LINDB teve por objetivo deixar claro que ela se aplica para todos os ra-
mos do direito. O seu conteúdo interessa à Teoria Geral do Direito e não apenas ao Direito Civil.
2) Arts. 20 a 30: normas sobre segurança jurídica e eficiência na criação e na aplicação do direito público
(acrescentados pela Lei nº 13.655/2018).

57 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

3) A interpretação dos arts. 20 a 30, portanto, deve ser a de que eles se aplicam para temas de direito público,
mais especificamente para matérias de Direito Administrativo, Financeiro, Orçamentário e Tributário. Tais regras
não se aplicam, portanto, para temas de direito privado.
4) Esfera administrativa: Consiste na instância que se passa dentro da própria Administração Pública, normal-
mente em um processo administrativo.
Esfera controladora: Aqui a Lei está se referindo precipuamente aos Tribunais de Contas, que são órgãos de
controle externo.
Esfera judicial: São os processos que tramitam no Poder Judiciário.
5) Não se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências
práticas da decisão. Isso vale para decisões proferidas nas esferas administrativas (ex: em um PAD), controlado-
ra (ex: julgamento das contas de um administrador público pelo TCE) e judicial (ex: em uma ação civil pública
pedindo melhores condições do sistema carcerário).
6) Todas as decisões, sejam elas proferidas pelos órgãos administrativos, controladores ou judiciais, devem ser
motivadas. Isso significa que o administrador, conselheiro ou magistrado, ao tomar uma decisão, deverá indicar
os motivos de fato e de direito que o levaram a agir daquela maneira.
7) Critérios a serem considerados na aplicação das sanções:
a) Natureza e gravidade da infração cometida;
b) Danos causados à Administração Pública;
c) Agravantes;
d) Atenuantes;
e) Antecedentes.
8) Requisitos para a aplicação do regime de transição:
a) A decisão administrativa, controladora ou judicial deve estabelecer uma interpretação ou orientação nova;
b) Essa interpretação nova deve recair sobre uma norma de conteúdo indeterminado;
c) Por conta dessa interpretação, será imposto novo dever ou novo condicionamento de direito;
d) O regime de transição mostra-se, no caso concreto, indispensável para que o novo dever ou condiciona-
mento de direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente;
e) A imposição desse regime de transição não pode acarretar prejuízo aos interesses gerais.
9) Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de
dolo ou erro grosseiro. #VAICAIR
10) Os magistrados, na sua função típica, continuam regidos pelo art. 143, I, do CPC e art. 49, I, da LOMAN.
Contudo, caso o magistrado esteja agindo na sua função atípica de administrar, ou seja, enquanto gestor pú-
blico, aí sim se mostra possível a aplicação do art. 28 da LINDB. É o caso, por exemplo, do Presidente de um
Tribunal que conduz uma licitação.

PONTO 2. Princípios Constitucionais da Administração Pública.


PONTO 3. Função pública. Conceito. Divisão de competências. Delegação e avocação de competências.

58 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

O tópico de princípio é bem doutrinário, mas é comum que o tem a seja cobrado também através da apli-
cação dos princípios nas decisões do STF e do STJ. Dessa forma, cabe aqui um estudo da doutrina conjugada com
a jurisprudência.

As últimas questões do TJ/SP referentes a esse tema foram todas doutrinárias, mas não descartaria a cobran-
ça de questão jurisprudencial relacionando princípios administrativos e pandemia COVID-19.

Estudem pelo material próprio ou pela FUC (FUC 1 e 2 de Direito Administrativo).

#DEOLHONALEI Não deixem de ler o art. 37 da CF/88.

#DEOLHONAJURIS Não deixem de fazer a leitura das 37 ementas de julgados sobre princípios administra-
tivos do buscador do dizer o direito.

Quanto ao ponto 3, estudem temas doutrinários das noções iniciais de administrativo e não deixem de olhar
os conceitos de delegação e avocação.

#DEOLHONALEI Para o ponto 3, ler dos arts. 11 a 26 da lei 9784/99.

#RAPIDINHAS: 10 COISAS QUE VOCÊ NÃO PODE ESQUECER:

1) FUNÇÕES DO ESTADO
A cada um dos Poderes de Estado foi atribuída determinada função. Assim, ao Poder Legislativo foi cometida a
função normativa; ao Executivo, a função administrativa; e, ao Judiciário, a função jurisdicional. Entretanto, não
há exclusividade no exercício das funções pelos Poderes, mas uma preponderância.
Segundo ensina José dos Santos Carvalho Filho, para a identificação da função administrativa, os autores têm
se valido de critérios de três ordens:

CRITÉRIO SUBJETIVO (ORGÂNICO) Avaliado a partir do sujeito/agente da função

CRITÉRIO OBJETIVO (MATERIAL) Examina o conteúdo da atividade exercida

CRITÉRIO FORMAL Examina o regime jurídico aplicável

59 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

2) CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

CRITÉRIO LEGALISTA É o conjunto de legislação administrativa.


CRITÉRIO DO PODER
É o complexo de leis que disciplinam o exercício do Poder Executivo.
EXECUTIVO
CRITÉRIO DAS RELAÇÕES É a disciplina das relações jurídicas travadas entre a Administração Pública e
JURÍDICAS os particulares.
CRITÉRIO DO SERVIÇO
É a disciplina jurídica dos serviços públicos.
PÚBLICO
CRITÉRIO FINALÍSTICO É o conjunto de atividades voltadas a executar os fins do Estado.
Identifica o Direito Administrativo a partir de um critério residual ou por ex-
CRITÉRIO NEGATIVISTA
clusão.
Direito Administrativo é o ramo jurídico que estuda a disciplina normativa da
função administrativa, independentemente de quem esteja encarregado de
exercê-la: Executivo, Legislativo, Judiciário ou particulares mediante delega-
CRITÉRIO FUNCIONAL ção estatal.
A doutrina majoritária tem apontado no sentido de utilizar o critério funcio-
nal como o mais eficiente na definição da matéria.
3)

COSTUME SOCIAL COSTUME ADMINISTRATIVO

Na dicção de Matheus Carvalho: “o costume ad-


De acordo com Matheus Carvalho, “os costumes ministrativo é caracterizado como prática reitera-
sociais se apresentam como um conjunto de re- damente observada pelos agentes administrativos
gras não escritas, que são, todavia, observadas de diante de determinada situação concreta. A prática
modo uniforme por determinada sociedade, que comum na Administração Pública é admitida em
as considera obrigatórias. Ainda se considera fonte casos de lacuna normativa e funciona como fon-
relevante do Direito Administrativo, tendo em vista te secundária de Direito Administrativo, podendo
a deficiência legislativa na matéria”. gerar direitos para os administrados, em razão dos
princípios da lealdade, boa-fé, moralidade admi-
nistrativa, entre outros”.

4) SISTEMAS DE CONTROLE DA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA


- Modelo inglês de jurisdição una: todas as causas são apreciadas pelo Poder Judiciário, ainda que envolvam
como parte a Administração Pública. É o modelo adotado pelo Brasil, consubstanciado no art. 5º, XXXV, da
Constituição Federal (princípio da inafastabilidade da jurisdição);
- Modelo francês de contencioso administrativo: ao Poder Judiciário cabe a apreciação das chamadas
causas comuns, ao passo que aos tribunais administrativos são atribuídas as causas que envolvam interesses
da Administração Pública. Essas últimas são de competência do Conselho de Estado. Por fim, cabe ao Tribunal
de Conflitos julgar os conflitos de competência entre as duas jurisdições.

60 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

5) Pedras de toque do Direito Administrativo (Celso Antônio Bandeira de Melo)


O interesse público pode ser primário ou secundário:
Primário que é a vontade do povo (é o interesse público propriamente dito) ou;
Secundário que é definido pelos anseios do Estado considerado como pessoa jurídica.
De acordo com Celso Antônio, as pedras de toque são a supremacia do interesse público e a indisponibilidade
do interesse público.
Supremacia do interesse público: Visa satisfazer o interesse público propriamente dito, concedendo à Admi-
nistração Pública algumas prerrogativas. Alguns autores, de forma minoritária, criticam o princípio sustentando
que este legitima os abusos e as arbitrariedades. Outros defendem que, na verdade, há incorreção na sua
aplicação.
Indisponibilidade do interesse público: É consequência da própria supremacia do interesse público. O in-
teresse público não está à livre disposição do administrador, não há liberalidade. É um contrapeso/limitação
ao princípio da supremacia do interesse público. O administrador exerce função pública, significando que a
atividade é exercida em nome e no interesse do povo.

6) PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Para o Direito Público, a legalidade significa cumprir o que determina ou autoriza a lei, assim o administrador
só pode realizar o que previsto na lei (critério de subordinação à lei).
Para o Direito Privado, o particular pode tudo, salvo o que está vedado pela lei (critério de não contradição à
lei).
EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
a) Medida provisória
b) Estado de defesa
c) Estado de sítio
Nesses três casos, deve a Administração atuar, mesmo que não haja lei regulamentando sua atuação, o que
revela a mitigação da obrigatoriedade do princípio da legalidade.

7) NEPOTISMO
Relacionado ao princípio da moralidade.
Súmula Vinculante nº 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica in-
vestido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança
ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola
a Constituição Federal.
#DEOLHONAJURIS O STF tem afastado a aplicação da SV 13 a cargos públicos de natureza política, como são
os cargos de Secretário Estadual e Municipal. Mesmo em caso de cargos políticos, será possível considerar a
nomeação indevida nas hipóteses de: • nepotismo cruzado; • fraude à lei e • inequívoca falta de razoabilidade
da indicação, por manifesta ausência de qualificação técnica ou por inidoneidade moral do nomeado. STF. 1ª
Turma. Rcl 29033 AgR/RJ, rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 17/9/2019 (Info 952).

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

8) PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA


#SELIGANASÚMULA: Súmula Vinculante nº3. Nos processos perante o tribunal de contas da união asse-
guram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato
administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de
aposentadoria, reforma e pensão.
A SV possuía uma exceção A jurisprudência do STF, antes do RE 636553/RS (Tema 445), havia construído uma
exceção à SV 3: se o Tribunal de Contas tivesse demorado mais do que 5 anos para analisar a concessão inicial
da aposentadoria, ele teria que permitir contraditório e ampla defesa ao interessado. Essa exceção deixou de
existir com o julgamento do RE 636553/RS. O STF passou a dizer que, se o Tribunal de Contas demorar mais
que 5 anos para julgar a aposentadoria, reforma ou pensão, o ato é considerado definitivamente registrado.
9) PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA
#SELIGANAJURIS Poder Executivo não pode ser incluído nos cadastros de inadimplentes da União por irregu-
laridades praticadas pelos outros Poderes ou órgãos autônomos. A imposição de sanções ao Poder Executivo
estadual em virtude de pendências de órgãos dotados de autonomia institucional e orgânico-administrativa,
tais como o Ministério Público estadual, constitui violação do princípio da intranscendência, na medida em que
o Governo do Estado não tem competência para intervir na esfera orgânica dessa instituição autônoma. O
Poder Executivo não pode ser impedido de contratar operações de crédito em razão do descumprimento dos
limites setoriais de despesa com pessoal por outros poderes e órgãos autônomos (art. 20, II, e 23, § 3º, da Lei
de Responsabilidade Fiscal). STF. Plenário. ACO 3072, Rel. Ricardo Lewandowski, julgado em 24/08/2020 (Info
991 – clipping).
Súmula 615 – STJ: Não pode ocorrer ou permanecer a inscrição do município em cadastros restritivos fundada
em irregularidades na gestão anterior quando, na gestão sucessora, são tomadas as providências cabíveis à
reparação dos danos eventualmente cometidos.
10) OBSOLETISMOS DO REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO
Pessoal, nesta previsão do edital, busquem focar em críticas relacionadas do regime jurídico administrativo.
- Superação da Divisão entre Direito Público e Privado
- Ideia atual de interesse público, que também engloba o interesse das coletividades.
- Crítica ao princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado: “Deste modo, a emergência
de um modelo de ponderação, como critério de racionalidade do direito (e do próprio Estado democrático de
direito), servirá de instrumento para demonstrar a inconsistência da ideia de um princípio jurídico (ou um pos-
tulado normativo aplicativo) que preconize a supremacia abstrata e a priori do coletivo sobre o individual ou
do público sobre o privado. BINENBOJM, Gustavo. Uma teoria do direito administrativo: direitos fundamentais,
democracia e constitucionalização. 3ª ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2014, pp. 29-33.

PONTO 4. Poder de Polícia. Limites e Fundamentos. Adoção de mecanismos consensuais no exercício do


poder de polícia. Termos de ajuste de conduta administrativos. Termos substitutivos de sanção. Limites
à delegabilidade do poder de polícia.
PONTO 5. Ato administrativo. Elementos, requisitos, espécies. Controle formal e controle de mérito do
ato administrativo.
PONTO 8. Discricionariedade: limites e fundamentos. Abuso e desvio de Poder.

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

Supreendentemente, no TJ/SP há uma maior incidência de questões de atos administrativos do que de po-
deres administrativos. Isso porque é bem comum em outras provas de magistratura a cobrança do tópico de poder
de polícia, tema este que está na moda. Juntamos os temas de poderes administrativos e atos administrativos, pois
são dois pontos bem doutrinários.

No TJ/SP, o poder de polícia foi tema de ponto específico e por isso devemos ter mais atenção. Foco total
no estudo sobre o poder de polícia, principalmente nos julgados recentes sobre a delegação do poder de polícia!

Termos de ajuste de conduta administrativos e termos substitutivos de sanção são dois temas novos que
quase não são comentados na doutrina e na jurisprudência, mas como estão destacados pelo edital, não custa
procurar o conceito e dar uma lida nesses institutos.

Sobre atos administrativos, saibam seus elementos e atributos, bem como as formas de extinção e o controle
dos atos!

Estudem pelo material próprio ou pela FUC (FUC 4 e 5 de direito administrativo).

#RAPIDINHAS: 10 COISAS QUE VOCÊ NÃO PODE ESQUECER:

1) #SELIGANADIFERENÇA: Excesso x Desvio.


O excesso de poder ocorre em casos nos quais a autoridade pública atua fora dos limites de sua competên-
cia, ou seja, exorbita ou extrapola a competência que lhe foi atribuída, praticando atos que não estão previa-
mente estipulados por lei.
O desvio de poder estará presente sempre que o agente do Estado praticar o ato, até mesmo dentro dos
limites da competência a ele conferida, mas visando a alcançar outra finalidade que não aquela prevista em lei.
2) PODER VINCULADO X PODER DISCRICIONÁRIO
a) Poder vinculado é aquela situação em que o administrador não tem liberdade, juízo de valor, conveniên-
cia e oportunidade. Preenchidos os requisitos a autoridade tem que praticar o ato. Ex.: licença para construir,
licença para dirigir, concessão de aposentadoria. Não seria necessariamente um poder, como o discricionário,
pois não confere qualquer prerrogativa ao agente administrativo.
b) Poder discricionário – no poder discricionário há a conveniência e oportunidade do administrador. Essa
discricionariedade tem de estar dentro dos limites da lei, sob pena de se tratar de conduta arbitrária, sendo
considerada ilegal. Conveniência: modo de atuação, oportunidade, momento.

63 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

3) Poder hierárquico: É a prerrogativa que garante ao administrador estruturar, escalonar e hierarquizar os


seus quadros. Ele vai organizar, estabelecendo a relação hierárquica de subordinação.
Poder disciplinar: O poder disciplinar é a prerrogativa reconhecida à Administração para investigar e punir,
após o contraditório e a ampla defesa, os agentes públicos, na hipótese de infração funcional, e os demais
administrados sujeitos à disciplina especial administrativa. O poder disciplinar é exercido por meio do Processo
Administrativo Disciplinar (PAD).
Poder normativo: O poder normativo ou regulamentar é a prerrogativa reconhecida à Administração Pública
para editar atos administrativos gerais para fiel execução das leis.

4)

ESPÉCIES DE REGULAMENTO
São aqueles editados para a fiel execução da lei. Este regulamento não pode
Regulamentos executi-
inovar o ordenamento jurídico, mas somente pode complementar a lei. Art.
vos
84, IV da CF.
São Regulamentos que atuam substituindo a lei e têm o condão de inovar o
ordenamento jurídico, determinando normas sobre matérias não disciplinadas
em lei.
Em consonância com o entendimento majoritário da doutrina e jurisprudência
Regulamentos Autôno- brasileiras, só são admissíveis duas espécies de Regulamentos Autônomos no
mos ordenamento jurídico pátrio, quais sejam, as duas situações previstas no art.
84, VI da Carta Magna. São exceções à regra geral de que o chefe do Poder
Executivo edita decretos para fiel execução da lei, sem o caráter de inovação
da ordem jurídica (organização e funcionamento da administração federal,
quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos
públicos).

5) PODER DE POLÍCIA
É a prerrogativa que tem o Estado de restringir, frenar, limitar a atuação do particular em razão do interesse
público. É fruto da compatibilização do interesse público em face do privado.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA
É possível a delegação do poder de polícia – inclusive da possibilidade de aplicação de multas – para pessoas
jurídicas de direito privado?
É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado inte-
grantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem exclusiva-
mente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial. STF. Plenário. RE 633782/
MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 23/10/2020 (Repercussão Geral – Tema 532) (Info 996).

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

6) ATOS ADMINISTRATIVOS X ATOS DA ADMINISTRAÇÃO


ATOS ADMINISTRATIVOS: O que os peculiariza no âmbito do gênero “atos jurídicos” é o fato de serem ma-
nifestações ou declarações da administração pública, agindo nesta qualidade, ou de particulares investidos em
funções públicas, que estejam exercendo prerrogativas públicas. O fato de serem praticados no exercício de
atribuições públicas faz com que sejam os atos administrativos submetidos a regime de direito público.
- É a manifestação de vontade do Estado ou de quem o represente. Ex.: concessionária.
- Vai criar, modificar ou extinguir direitos, tendo por objetivo satisfazer o interesse público.
- Regime jurídico público.
- É complementar e inferior à lei.
- Sujeito a controle de legalidade.
ATOS DA ADMINISTRAÇÃO: Atos que a administração pública pratica quando está despida de prerrogativas
públicas, quando está atuando em igualdade jurídica com os particulares, o que decorre, por exemplo, quando
ela atua como agente econômico. Os “atos da administração” são regidos predominantemente pelo direito
privado.

7) ELEMENTOS OU REQUISITOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS:


- Competência
Delegação e avocação – são excepcionais e motivadas. Art. 11 a 15 da Lei 9784/99. Não pode ser objeto de
delegação: competência exclusiva; decisão de recurso administrativo; competência normativa.
- Finalidade
A finalidade é um elemento sempre vinculado. Nunca é o agente público quem determina a finalidade a ser
perseguida em sua atuação, mas sim a lei.
- Forma
A forma é o modo de exteriorização do ato administrativo.
Silêncio Administrativo: Fernanda Marinela assim relata: “Para a doutrina majoritária, o silêncio administrativo
não produz nenhum efeito, salvo quando a lei – reconhecendo o dever da Administração de agir, atribui esse
resultado, admitindo-se, nesse caso, a possibilidade de uma anuência tácita, ou até, de efeito denegatório do
pedido, contrariando o interesse de peticionário. Nessas hipóteses – em que a lei atribui efeito ao silêncio – o
mesmo não decorre do silêncio, e sim da previsão legal.
Segundo essa orientação, o silêncio não é ato jurídico e, por conseguinte, não é ato administrativo, porque
ambos dependem de uma declaração jurídica, de uma manifestação, faltando, assim, a condição para a sua
existência, que é a exteriorização da vontade.” (Direito Administrativo, 11 ed., pág. 344)
- Motivo
É a causa imediata do ato administrativo. É a situação de fato e de direito que determina ou autoriza a prática
do ato, ou, em outras palavras, o pressuposto fático e jurídico (ou normativo) que enseja a prática do ato.
Motivação “aliunde”: ocorre todas as vezes que a motivação do ato remete à motivação de ato anterior que
o ensejou.
- Objeto
O objeto é o próprio conteúdo material do ato.

65 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

8) ATOS DISCRICIONÁRIOS
A doutrina tradicional só reconhece a existência de discricionariedade quando a lei explicitamente a confere.
A doutrina mais moderna, entretanto, reconhece a existência de discricionariedade nesses casos e, também,
quando a lei usa CONCEITOS JURÍDICOS INDETERMINADOS na descrição do motivo que enseja a prática do
ato.
9)

Elementos Ato Vinculado Ato Discricionário


Competência Vinculado Vinculado
Finalidade Vinculado Vinculado

Forma Vinculado Vinculado

Motivo Vinculado Discricionário


Objeto Vinculado Discricionário

10) EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS


Retirada do ato pelo poder público = Revogação, anulação, caducidade, cassação e contraposição.
Cassação – retirada do ato pelo poder público em razão do descumprimento das condições inicialmente
impostas.
Caducidade – retirada de um ato administrativo em razão da superveniência de uma norma jurídica
que é com ele incompatível.
Contraposição – dois atos administrativos que decorrem de competências diferentes, em que o segundo
eliminar os efeitos do primeiro.
Anulação: é a retirada de um ato administrativo que é ilegal. Pode ser anulado pela própria administração
pública, como pelo Poder Judiciário. Anulam-se atos vinculados e discricionários. É um controle de legalidade.
A Adm. quando anula está exercendo o poder de autotutela, previsto nas sumulas 346 e 473 do STF.

PONTO 6. Processo Administrativo. – A processualidade administrativa. O processo administrativo


como instrumento de ação administrativa. Princípios do processo administrativo. Finalidades do
processo administrativo. Leis gerais de processo administrativo. Mecanismos de controle do processo
administrativo. Procedimentos em espécie. Processo administrativo no Estado de São Paulo (Lei estadual
no 10.177/1998).

No TJ/SP não é um assunto de alta incidência. Todavia, pontos aqui estudados podem ser cobrados junta-
mente com a matéria referente a atos administrativos e princípios da administração pública.

No âmbito federal, a lei que regula o processo administrativo é a lei 9.784/99. Em regra, ela é apenas apli-
cável no âmbito da Administração Pública Federal, podendo ser usada apenas supletivamente pelos Estados e
Municípios.

66 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

O Estado de São Paulo possui uma lei própria sobre processo administrativo, qual seja, a lei estadual
10.177/1998. Observem que no edital de São Paulo, a lei de processo administrativo foi um tema específico do
ponto 6.

Neste ponto, indicamos que você estude pelo material próprio ou pela FUC (FUC 15 de Direito Administra-
tivo).

#FOCONALEI: Façam a leitura da lei estadual 13.800/01 e da lei 9.784/99.

#ATENÇÃOMÁXIMA para os seguintes dispositivos:

9.784/99
Art. 2º Art. 11 Art. 12
Art. 13 Art. 15 Art. 29, §2º
Art. 45 Art. 50 Art. 53
Art. 54 Art. 55 Art. 57
Art. 59 Art. 66

Observem que a lei estadual reproduz muitos dispositivos da legislação federal! Então o material que vocês
tiverem sobre processo administrativo poderá ser usado neste ponto... Durante a leitura da legislação fiquem aten-
tos ao que a lei estadual diferente e acrescenta em relação à lei federal!

Fiquem atentos porque a lei de processo administrativo de São Paulo é anterior a lei Federal e dessa forma,
pode acontecer de conter dispositivo revogado ou desatualizado pela lei de âmbito federal.

DIPLOMA OBSERVAÇÕES
Lei Estadual 10.177/1998 Processo Administrativo no âmbito Estadual
Lei 9.784/99 Processo Administrativo no âmbito Federal

#RAPIDINHAS: 10 COISAS QUE VOCÊ NÃO PODE ESQUECER:

1) A lei 9.784/99 estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Fe-
deral direta e indireta e aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de
função administrativa. Portanto, trata-se de uma lei administrativa federal e não nacional, por isso, não obriga
estados, municípios ou Distrito Federal.
A competência para legislar sobre processo administrativo é de cada ente da federação, caso não tenha apli-
ca-se a lei federal.
2) #DEOLHONASÚMULA
Súmula 633/STJ: “A Lei 9.784/1999, especialmente no que diz respeito ao prazo decadencial para a revisão de
atos administrativos no âmbito da Administração Pública federal, pode ser aplicada, de forma subsidiária, aos
estados e municípios, se inexistente norma local e específica que regule a matéria.”

67 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

3) #ATENÇÃOMÁXIMA #DEOLHONAJURIS
Em regra, o prazo decadencial para que a Administração Pública anule atos administrativos inválidos é de 5
anos, aplicável a todos os entes federativos, por força do princípio da isonomia
É inconstitucional lei estadual que estabeleça prazo decadencial de 10 (dez) anos para anulação de atos admi-
nistrativos reputados inválidos pela Administração Pública estadual. STF. Plenário. ADI 6019/SP, Rel. Min. Marco
Aurélio, redator do acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 12/4/2021 (Info 1012).
4)

PRINCÍPIOS EXPRESSOS PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS


9 Legalidade
9 Impessoalidade
9 Finalidade
9 Publicidade
9 Motivação
9 Atipicidade
9 Razoabilidade
9 Lealdade e boa-fé
9 Proporcionalidade
9 Gratuidade
9 Moralidade
9 Economia Processual
9 Ampla defesa
9 Oficialidade
9 Contraditório,
9 Devido processo legal
9 Segurança jurídica
9 Formalismo moderado (ou informalismo)
9 Interesse público
9 Instrumentalidade das formas
9 Eficiência.
5) DELEGAÇÃO
A competência administrativa é irrenunciável e deve ser exercida pelo órgão legalmente habilitado para seu
cumprimento, exceto nos casos de delegação e avocação.
Na delegação, um órgão administrativo ou seu titular transferem temporariamente parte da sua competência
a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for con-
veniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.

Não podem ser objeto de delegação


I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

6) AVOCAÇÃO
Na avocação o órgão ou seu titular chamam para si, em caráter excepcional e temporário, competência atri-
buída a órgão hierarquicamente inferior.

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RAIO X

7) CONTAGEM PRAZOS
Art. 66, §2º, da Lei 9.784/99: Os prazos expresso em dias contam-se de modo contínuo.

8) Convalidação: Diante da existência de vício no ato, surge a discussão sobre a obrigatoriedade de sua anu-
lação. Há quem defenda que todo ato viciado é nulo. Se o ato é nulo não cabe convalidação. No entanto, há
casos em que a anulação resulta em prejuízo maior ao interesse público, que a própria manutenção do ato.
São os casos de atos anuláveis, de vícios sanáveis, em que a decisão não acarrete lesão ao interesse público
nem prejuízo a terceiros, poderão ser convalidados pela própria Administração. A convalidação gera efeito EX
TUNC, pois retroage à data da edição do ato anulável.
Conversão: é quando um ato nulo, vício insanável, e por isso não cabe convalidação, pode ser substituído por
ato de categoria distinta, e por isso a nulidade deixa de existir.

9) Recurso Administrativo:
O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa.
Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo.
Possibilidade de reformatio in pejus em recurso no processo administrativo: é uma das peculiaridades que o
diferencia do processo judicial. Permite-se a reformatio in pejus porque se busca a verdade material, não de-
vendo o julgador se limitar ao pedido do recorrente. Se houver possibilidade de reformatio in pejus deve ser
dado ao recorrente apresentar suas alegações

10) Após o julgamento do último recurso cabível, será proferida a decisão final da administração pública. No
entanto, caso o processo administrativo resulte em sanções, poderão estas ser revistas, a qualquer tempo, a
pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inade-
quação daquela aplicada.
#CUIDADO: Da revisão do processo administrativo não poderá resultar agravamento da sanção. Não cabe
Reformatio in pejus. É diferente do recurso administrativo, que admite o agravamento.

PONTO 7. Bens públicos. Natureza jurídica. Bens públicos no Código Civil. Aplicação do regime
público a bens do domínio privado. Espécies de bens públicos. Inalienabilidade, impenhorabilidade,
imprescritibilidade dos bens públicos. Afetação e desafetação. Aquisição e alienação de bens públicos.
Diferentes tipos de uso. Uso privativo pelo particular. Concessão, permissão e autorização de uso.
Concessão de direito real de uso.
PONTO 10. Consórcios Públicos. Natureza jurídica, requisitos e procedimento de formação e extinção.
Contratos de Programa. Contratos de Rateio.
PONTO 12. Serviços públicos. Conceito. Regime jurídico. Regime tarifário. Serviços públicos em regime
de exclusividade e em regime de competição. Regulação de serviços públicos. Regime dos bens afetos
à prestação de serviço público. Serviços públicos e serviços sociais. Serviços públicos e atividade
econômica.
PONTO 13. Concessão e permissão de serviços públicos. Conceitos. Modalidades de concessão.
Concessões comuns, patrocinadas e administrativas. Reversibilidade de bens. Modalidades de extinção
de concessões. Direitos dos concessionários e direitos dos usuários.

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

PONTO 14. Consórcios Públicos. Natureza jurídica, requisitos e procedimento de formação e extinção.
Contratos de Programa. Contratos de Rateio.

Pessoal, nessa parte tratamos de um ponto com incidência bem alta em nossa banca: Bens Públicos! Bens
públicos está dentro do Top 3 do TJ/SP e sempre tem uma questão sobre o tema #ATENÇÃOMÁXIMA!

Quanto aos bens, foquem principalmente na classificação dos bens, titularidade dos bens prevista na CF, alie-
nação dos bens, autorização e permissão de uso. É um tema bastante doutrinário, com algumas previsões legais.

Já no que se refere aos serviços públicos, atenção principalmente aos tipos de concessões e ao princípio da
continuidade do serviço público. A cobrança é basicamente a leitura das leis relacionadas ao tema.

Estudem pelo material próprio ou pela FUC (FUC 11 e 12 de Direito Administrativo). Não deixem de fazer a
leitura dos julgados recentes dos Tribunais Superiores relacionado ao assunto!

#SELIGA Parceria pública privada já foi tema de questão do TJ/SP!

#FOCONALEI:

Bens Públicos:

DIPLOMA COMENTÁRIOS
CF Art. 20 e art. 26
Código Civil Art. 98 a 103
Lei 8.666/93 Art. 17 a 19

Serviços Públicos:

DIPLOMA COMENTÁRIOS
Lei 8.987/95 Concessão e permissão de serviço público
Lei 11.079/2004 Parceria público-privada (atenção especial ao artigo 2º!)

70 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


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RAIO X

#RAPIDINHAS: 10 COISAS QUE VOCÊ NÃO PODE ESQUECER:

1) Domínio público em sentido amplo: é o poder de dominação ou de regulação que o Estado exerce sobre
todos os bens, sejam eles bens públicos, privados ou insuscetíveis de apropriação.
Domínio público em sentido estrito: são os bens destinados ao povo; de utilização pública.
Teremos em seus desdobramentos político e jurídico, a exteriorização do domínio público em poderes de so-
berania e em direitos de propriedade, respectivamente. Aqueles se exercem sobre todas as coisas de interesse
público, sob a forma de Domínio Eminente; estes só incidem sobre os bens pertencentes às entidades públicas,
sob a forma de Domínio Patrimonial.
O Domínio Eminente é o Poder Político pelo qual o Estado submete à sua vontade todas as coisas em seu ter-
ritório. É uma das manifestações da Soberania interna; não é direito de propriedade. Alcança não só os bens
pertencentes às entidades públicas como a propriedade privada e as coisas inapropriáveis, de interesse públi-
co. Esse poder superior é geral, mas não é absoluto, pois está condicionado à ordem jurídico-constitucional. É
o domínio Geral e Potencial sobre bens alheios, que Fundamenta a desapropriação, a servidão administrativa,
etc.

2) CLASSIFICAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS


a) Quanto à titularidade
- Federais: art. 20 CF (rol exemplificativo).
- Estaduais: art. 26 CF (rol exemplificativo).
- Municipais: não participam da partilha na CF, mas podem estar em outras leis (orgânica, por exemplo).
- Distritais: tem competência somatória – bens dos estados e dos municípios, já que ele não pode ser dividido
em municípios.

3) b) Quanto à destinação
- Bem de uso comum do povo:
Também é chamado de bem de domínio público em virtude de sua natureza ou por lei. Estão à disposição da
coletividade. Destinam-se à utilização geral sem distinção.
- Bem de uso especial ou patrimônio administrativo
São os bens que se destinam à prestação de serviços públicos. Também são chamados de bens de instrumento
ou aparelhamento material.
- Bem dominical:
É aquele definido por exclusão. Aqueles bens que não têm destinação pública. Ex.: terras devolutas, repartições
públicas desativadas, bens móveis inservíveis, terreno baldio, dívida ativa.

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X
4) REGIME JURÍDICO BENS PÚBLICOS
- Inalienabilidade
Obs. essa inalienabilidade é relativa, pois podem ser tornar dominicais. Ou seja, eles são alienáveis de forma
condicionada. Bem dominical – alienável. Para ser alienável tem que ser desafetado
- Impenhorabilidade
Isso se justifica pelo fato dele não poder ser alienado de forma livre no final do processo. Eles não podem ser
objeto de penhora, arresto ou sequestro
- Impossibilidade de oneração
Não pode ser direito real de garantia. Não pode sofrer penhor, hipoteca e anticrese.
- Imprescritibilidade
Bens públicos não podem ser objeto de prescrição aquisitiva. Não cabe usucapião. Art. 191, 183, §3º da CF, art.
102 CC e a Súmula 340 STF trazem essa proibição. Além disso, não são indenizáveis acessões e benfeitorias
realizadas sem autorização do poder público.
5) Requisitos para alienação de bem imóvel: art. 17 da lei 8666:
Obs. SEM e EP – os bens, em regra, são privados. Não precisa de autorização legislativa para alienar, mas por
se submeterem a 8666 é necessária a motivação, avaliação e modalidade concorrência.
1) Desafetação;
2) Autorização legislativa – se for bem de pessoa jurídica de direito público. É obrigatória quando se tratar de
pessoa jurídica de direito público. Obs: Pessoa jurídica de direito privado NÃO precisa de autorização legisla-
tiva.
3) Demonstração de interesse público
4) Avaliação prévia
5) Licitação prévia – modalidade de concorrência.
6) PRINCÍPIOS DO SERVIÇO PÚBLICO
Art. 6°, Lei n. 8.987/95 – serviço adequado.
a) princípio da continuidade: o Estado tem obrigação de promover o serviço público de forma ininterrupta,
contínua.
→ Direito de greve.
→ Exceções à continuidade (art. 6°, §3°, da Lei n° 8987/95):
i) emergência (sem aviso prévio).
ii) desrespeito às normas técnicas ou inadimplemento do usuário (com aviso prévio).
b) princípio da segurança: o serviço não pode pôr em risco a vida, saúde e integridade das pessoas.
c) princípio da generalidade: o serviço deve ser prestado à coletividade em geral (“erga omnes”).
Obs.: alguns autores tratam como princípio da universalidade.
d) princípio da atualidade: o serviço deve ser prestado de acordo com as técnicas mais modernas.
e) princípio da transparência: o serviço deve ser prestado de forma transparente.
f ) princípio da modicidade: o serviço deve ser prestado com tarifas módicas (mais baratas possíveis).
g) princípio da cortesia: o serviço deve ser prestado com urbanidade, presteza, etc.

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

7) CLASSIFICAÇÃO DA CONCESSÃO
a) Concessão de serviço público:
a.1) concessão comum de serviço público – Lei n° 8.987/95.
a.2) concessão especial de serviço público – Parceria Público Privado.
CONCESSÃO COMUM DE SERVIÇO PÚBLICO:
É a delegação de serviço público (apenas da execução) feita pelo poder concedente (pessoa da administração
direta que tem competência sobre o serviço) à pessoa jurídica ou consórcio de empresa.
Deve ser formalizada por meio de contrato administrativo precedido de licitação na modalidade obrigatória
concorrência (regra). Essa concorrência tem regras próprias na Lei 8.987, tais como o critério de julgamento, a
inversão do procedimento e a possibilidade de lances verbais.
A formalização requer também autorização legislativa.
Prazo determinado – depende de cada lei de serviço a disciplina desse prazo.
A remuneração pode ser feita: i) tarifa de usuário – a política tarifária é definida na licitação.

8) PPP
É a concessão comum com algumas peculiaridades. A ideia é buscar na iniciativa privada o recurso para inves-
timento, devolvendo em suaves prestações e com bastante juros.
Objetivos:
- buscar investimento na iniciativa privada
- buscar a eficiência do setor privado
Modalidades:
a) Concessão patrocinada: é uma concessão comum onde além da tarifa do usuário, obrigatoriamente estará
presente o recurso público. Na concessão comum, a participação do Estado é facultativa. Exemplo de conces-
são patrocinada é o metrô, as rodovias.
b) Concessão administrativa: a administração é a usuária do serviço, podendo o ser de forma direta ou in-
direta (ex.: o preso é o usuário direto do presídio, o Estado é indireto). Muitos doutrinadores dizem que essa
concessão não tem nada de parceria, mas se confunde com um contrato comum.

9) VEDAÇÕES PPP:
a) Prazo: não pode ser menor que cinco anos e maior que 35 anos, incluindo eventual prorrogação.;
b) Valor: não pode ser usada para contratos cujo valor seja inferior a 10 milhões;
c) Objeto: não pode ter como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o fornecimento e instalação de
equipamentos ou a execução de obra pública;
d) Contrato: deve observar as cláusulas essenciais previstas no art. 23 da lei 8987/95 e as cláusulas adicionais
contidas no art. 5º da lei 11.079. Já as cláusulas facultativas encontram-se previstas no art. 5º, §2º da lei 11.079;
e) Garantia: estão previstas no art. 8º da lei 11.079;
f ) Licitação: a contratação de parceria público-privada será precedida de licitação na modalidade de concor-
rência, cujo procedimento é invertido, com lances verbais (vide art. 10 da respectiva lei);
g) Controle: antes da celebração do contrato, deverá ser constituída sociedade de propósito específico, incum-
bida de implantar e gerir o objeto da parceria (art. 9).

73 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

10) Permissão de Serviço Público


É a delegação de serviço feita pelo poder concedente a pessoa física ou jurídica.
É formalizada por meio de contrato administrativo (art. 40, da Lei n. 8.987).
Obs.: a permissão foi criada como ato unilateral para prestação de serviço público ou uso de bem público.
Porém, com a Lei n. 8.987/95, foi positivado que a permissão de serviço público seria formalizada por meio
de contrato administrativo, permanecendo, por outro lado, a permissão de uso de bem público como ato
unilateral.
O STF já decidiu que tanto a concessão de serviço público quanto a permissão de serviço público têm identi-
dade natureza jurídica – contratual.
Tratando-se de contrato administrativo, faz-se necessária a realização de licitação em qualquer modalidade,
que será definida pelo valor do contrato.

Concessão de Serviço Público Permissão de Serviço Público

Pessoa Jurídica ou Consórcio Pessoa Física ou Jurídica

Licitação – Sempre Concorrência Licitação – qualquer modalidade

Solene Precária

PONTO 9. Contratos Administrativos. Teoria Geral do Contrato Administrativo. Contratos Administrativos


e Contratos da Administração. Convênios Administrativos. Formação, execução, alteração e extinção dos
contratos administrativos típicos. Equilíbrio econômico-financeiro dos contratos: conceito, fundamento
e hipóteses.
PONTO 11. Licitação. Fundamento constitucional. Inexigibilidade e Dispensa. Modalidades. Pregão.
Regime Diferenciado de Contratação. Tipos de licitação. Fases do procedimento licitatório. Nova lei de
licitações e contratações administrativas.

Chegamos num ponto que deve ser um dos mais temidos neste edital de direito administrativo: licitações!! A
lei 8.666/93 sempre foi conhecida por não ser tãoooo querida pelos alunos (aquele eufemismo né?!! Hehehehe)...
Redação um pouco complicada sobre os procedimentos, muita decoreba de etapas, tipos de licitação, modalidades
de licitação, valores, que não ajudam em nada a vida do concurseiro! Para completar, no ano de 2021, entrou em
vigor a Nova Lei de Licitações (lei 14.133/2021).

Por enquanto, não podemos nem fazer aquele comentário tão comum entre os concurseiros: “vou ter nem
trabalho de confundir com a lei antiga, já que nunca aprendi...”. Isso porque, durante dois anos, estarão simulta-
neamente em vigor a lei 8.666/93 e a lei 14.133/21!!! Assim, ambas podem ser objeto de cobrança nos concursos.
Nosso edital, especificamente, previu a Nova Lei de Licitações e Contratos, ou seja, temos que aprendê-la, e não
deixar de lado o estudo da lei 8.666/93.

74 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X
Acreditamos que no TJ/SP, o examinador vai focar na cobrança da lei nova, mas isso são somente apostas que
podemos fazer. Cabe aqui aguardar as provas do TJPR e TJGO para ver como licitação foi cobrada nesses certames
e daí fazer algumas especulações sobre como a banca do TJ/SP vai cobrar.

O que não podemos esquecer, é que o tema de licitações sempre é um tema de altíssima incidência na prova
do TJ/SP, ocupando o segundo lugar no pódio. #OEXAMINADORAMA, e misturada com essa nova alteração le-
gislativa, é muito possível sua cobrança na nossa prova! #APOSTACICLOS #INOVAÇÃOLEGISLATIVASEMPRECAI

Assim como ocorre com a grande maioria das inovações legislativas, as primeiras questões são sempre
cobrando a letra da lei! Foquem nos pontos que já eram mais importantes no estudo de licitações, vamos enume-
rá-los:

Estejam bem atentos às diferenças entre as duas leis!! O examinador pode cobrar a alternativa correta de
acordo com a nova lei e nas alternativas incluir um dispositivo da lei antiga... Muito cuidado e atenção!! #MISTU-
RADEMALCOMATRASO

Estudem pelo material próprio de vocês ou pela FUC (FUC 6, 7 e 8). Lembrem de verificar se o material está
de acordo com a lei 8.666/93 ou lei 14.133/2021. Caso você não esteja com um material atualizado de acordo com
a lei 14.133, pode focar no estudo da lei seca, sempre atentando para as observações feitas acima!

#RAPIDINHAS: 10 COISAS QUE VOCÊ NÃO PODE ESQUECER:

1) Durante o período de dois anos, a contar da publicação oficial da nova legislação, as disposições da Lei
14.133/2021 coexistirão com as regras da Lei 8.666/1993, da Lei 10.520/2002 e do Regime Diferenciado de
Contratações Públicas – RDC (arts. 1º ao 47-A da Lei 12.462/2011), exceto quanto às disposições penais da Lei
8.666/1993, que foram revogadas de imediato. Após o decurso de dois anos, as normas antigas serão revo-
gadas.

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

2) FINALIDADES DO PROCESSO LICITATÓRIO

Lei 8.666/93 (Antiga Lei de Licitação) Lei 14.133 (Nova lei de Licitação)
Art. 11. O processo licitatório tem por objetivos:
I - assegurar a seleção da proposta apta a gerar
o resultado de contratação mais vantajoso para
a Administração Pública, inclusive no que se refere
ao ciclo de vida do objeto;
II - assegurar tratamento isonômico entre os lici-
tantes, bem como a justa competição;
Art. 3º A licitação destina-se a garantir a obser-
vância do princípio constitucional da isonomia, a III - evitar contratações com sobrepreço ou com
seleção da proposta mais vantajosa para a ad- preços manifestamente inexequíveis e superfatura-
ministração e a promoção do desenvolvimento mento na execução dos contratos;
nacional sustentável e será processada e julgada IV - incentivar a inovação e o desenvolvimento
em estrita conformidade com os princípios básicos nacional sustentável.
da legalidade, da impessoalidade, da moralidade,
Parágrafo único. A alta administração do órgão
da igualdade, da publicidade, da probidade admi-
ou entidade é responsável pela governança das
nistrativa, da vinculação ao instrumento convoca-
contratações e deve implementar processos e es-
tório, do julgamento objetivo e dos que lhes são
truturas, inclusive de gestão de riscos e controles
correlatos. 
internos, para avaliar, direcionar e monitorar os
processos licitatórios e os respectivos contratos,
com o intuito de alcançar os objetivos estabeleci-
dos no caput deste artigo, promover um ambiente
íntegro e confiável, assegurar o alinhamento das
contratações ao planejamento estratégico e às leis
orçamentárias e promover eficiência, efetividade e
eficácia em suas contratações.

3) Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório (lei antiga) x Princípio da Vinculação ao Edital


(nova lei)
O edital é a lei interna da licitação e deve definir tudo o que for importante para o certamente, vinculando os
licitantes e a Administração Pública.
A elaboração do edital pela Administração é livre e discricionário, e tem por objetivo a satisfação dos interesses
da sociedade, no entanto, após a publicação a Administração fica vinculada àquilo que foi publicado.

Lei 8.666/93 (Antiga Lei de Licitação) Lei 14.133 (Nova lei de Licitação)
A licitação destina-se a garantir a observância do
princípio constitucional da isonomia, a seleção da
proposta mais vantajosa para a administração e a Art. 92. São necessárias em todo contrato cláusulas
promoção do desenvolvimento nacional sustentá- que estabeleçam:
vel e será processada e julgada em estrita confor-
midade com os princípios básicos da legalidade, da II - a vinculação ao edital de licitação e à propos-
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da ta do licitante vencedor ou ao ato que tiver autori-
publicidade, da probidade administrativa, da vin- zado a contratação direta e à respectiva proposta;
culação ao instrumento convocatório, do julga-
mento objetivo e dos que lhes são correlatos. 

76 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

4) MODALIDADES DE LICITAÇÃO

Lei 8.666/93 (Antiga Lei de Licitação) Lei 14.133 (Nova lei de Licitação)

Art. 22.  São modalidades de licitação: Art. 28. São modalidades de licitação:


I - concorrência; I - pregão;
II - tomada de preços; II - concorrência;
III - convite; III - concurso;
IV - concurso; IV - leilão;
V - leilão. V - diálogo competitivo.
§8º vedada a criação de outras modalidades de § 2º É vedada a criação de outras modalidades de
licitação ou a combinação das referidas neste licitação ou, ainda, a combinação daquelas referidas
artigo. no caput deste artigo.

5) Princípio da Eficácia Administrativa ou Economicidade:


A eficácia impõe a adoção de solução mais eficiente e conveniente para a gestão de recursos públicos. A
atividade administrativa gera custos e, como os recursos públicos são escassos, é necessário que sua utiliza-
ção produza os melhores resultados econômicos possíveis à Administração Pública, tanto quantitativa quanto
qualitativamente.
Lei 14.133 - Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios da legalidade, da impessoalidade, da
moralidade, da publicidade, da eficiência, do interesse público, da probidade administrativa, da igualdade, do
planejamento, da transparência, da eficácia, da segregação de funções, da motivação, da vinculação ao edital,
do julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da competitividade, da proporcionalidade, da
celeridade, da ECONOMICIDADE e do desenvolvimento nacional sustentável, assim como as disposições do De-
creto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro).

6) PREFERÊNCIA NO PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

Lei 8.666/93 (Antiga Lei de Licitação) Lei 14.133 (Nova lei de Licitação)
§ 6º A margem de preferência de que trata o § 5º
será estabelecida com base em estudos revistos Art. 26. No processo de licitação, poderá ser estabe-
periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco) lecida margem de preferência para:
anos, que levem em consideração: I - bens manufaturados e serviços nacionais que
I - geração de emprego e renda;                  atendam a normas técnicas brasileiras;

II - efeito na arrecadação de tributos federais, esta- II - bens reciclados, recicláveis ou biodegradáveis,


duais e municipais;         conforme regulamento.

III - desenvolvimento e inovação tecnológica realiza- § 1º A margem de preferência de que trata


dos no País;       o caput deste artigo:

IV - custo adicional dos produtos e serviços; e        I - será definida em decisão fundamentada do Poder
Executivo federal, no caso do inciso I do caput deste
V - em suas revisões, análise retrospectiva de resul- artigo;
tados.       

77 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

§ 7º Para os produtos manufaturados e serviços na- II - poderá ser de até 10% (dez por cento) sobre o
cionais resultantes de desenvolvimento e inovação preço dos bens e serviços que não se enquadrem
tecnológica realizados no País, poderá ser estabeleci- no disposto nos incisos I ou II do caput deste artigo;
do margem de preferência adicional àquela prevista
III - poderá ser estendida a bens manufaturados e
no § 5º                    serviços originários de Estados Partes do Mercado
§ 8º As margens de preferência por produto, servi- Comum do Sul (Mercosul), desde que haja recipro-
ço, grupo de produtos ou grupo de serviços, a que cidade com o País prevista em acordo internacional
se referem os §§ 5o e 7o, serão definidas pelo Poder aprovado pelo Congresso Nacional e ratificado pelo
Presidente da República.
Executivo federal, não podendo a soma delas ultra-
passar o montante de 25% (vinte e cinco por cento) § 2º Para os bens manufaturados nacionais e serviços
sobre o preço dos produtos manufaturados e servi- nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação
ços estrangeiros. tecnológica no País, definidos conforme regulamento
do Poder Executivo federal, a margem de preferência
§ 9º As disposições contidas nos §§ 5o e 7o deste a que se refere o caput deste artigo poderá ser de
artigo não se aplicam aos bens e aos serviços cuja até 20% (vinte por cento).
capacidade de produção ou prestação no País seja § 3º (VETADO).
inferior:                
§ 4º (VETADO).
I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou                
§ 5º A margem de preferência não se aplica aos bens
II - ao quantitativo fixado com fundamento no § manufaturados nacionais e aos serviços nacionais se
7o do art. 23 desta Lei, quando for o caso a capacidade de produção desses bens ou de pres-
tação desses serviços no País for inferior:
§ 10.  A margem de preferência a que se refere o §
5o poderá ser estendida, total ou parcialmente, aos I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou
bens e serviços originários dos Estados Partes do II - aos quantitativos fixados em razão do parcela-
Mercado Comum do Sul - Mercosul.     mento do objeto, quando for o caso.
§ 11.  Os editais de licitação para a contratação de
bens, serviços e obras poderão, mediante prévia § 6º Os editais de licitação para a contratação de bens,
justificativa da autoridade competente, exigir que o serviços e obras poderão, mediante prévia justificativa
contratado promova, em favor de órgão ou entidade da autoridade competente, exigir que o contratado
integrante da administração pública ou daqueles por promova, em favor de órgão ou entidade integrante
ela indicados a partir de processo isonômico, medidas da Administração Pública ou daqueles por ela indi-
de compensação comercial, industrial, tecnológica cados a partir de processo isonômico, medidas de
ou acesso a condições vantajosas de financiamento, compensação comercial, industrial ou tecnológica
cumulativamente ou não, na forma estabelecida pelo ou acesso a condições vantajosas de financiamento,
cumulativamente ou não, na forma estabelecida pelo
Poder Executivo federal.                    
Poder Executivo federal.
§ 12.  Nas contratações destinadas à implantação, § 7º Nas contratações destinadas à implantação, à
manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas
de tecnologia de informação e comunicação, de tecnologia de informação e comunicação
considerados estratégicos em ato do Poder Executivo considerados estratégicos em ato do Poder Executivo
federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços
com tecnologia desenvolvida no País e produzidos com tecnologia desenvolvida no País produzidos de
de acordo com o processo produtivo básico de que acordo com o processo produtivo básico de que trata
trata a Lei no 10.176, de 11 de janeiro de 2001.               a Lei nº 10.176, de 11 de janeiro de 2001.

78 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


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RAIO X

7) #FIQUEDEOLHO
Tipos de Licitação – critérios de julgamento da licitação.
Modalidades de Licitação – estrutura procedimental da licitação.

Art. 45. Lei 8.666/93 – Tipos de Licitação Art. 33 da Lei 14.133/21


a) Menor Preço – a Administração é orientada a a) Menor Preço – A administração é orientada a
selecionar a proposta de melhor preço, que não é selecionar a proposta de preço mais baixo entre
o de menor valor monetário, pois há casos em que competidores. Esse tipo é utilizado quando o pro-
pagar valor mais elevado propiciará à Administra- duto pretendido pela Administração não tiver ne-
ção Pública vantagens maiores. nhuma condição especial.
b) Melhor Técnica: Tem por critério de escolha a
b) Maior Desconto: O julgamento terá como refe-
qualidade do produto a ser adquirido ou do ser-
rência o preço global fixado no edital de licitação, e
viço prestado. Em razão do art. 46 da lei 8.666/93,
o referido desconto deverá ser estendido a eventu-
este tipo só pode ser usado para serviços de na-
ais termos aditivos.
tureza intelectual ou para serviços de informática.
c) Melhor Técnica ou Conteúdo Artístico: Tem por
c) Técnica e Preço: A escolha será adequada, quan- critério de escolha a qualidade do produto a ser
do a variação da qualidade da prestação refletir na adquirido ou do serviço a ser prestação. Assim,
satisfação das necessidades do Estado. será levada em consideração somente a proposta
técnica ou artística oferecida.
d) Maior Lance: A licitação de maior lance ocorre d) Técnica e preço – A escolha será adequada,
para venda de bens e direitos e é apropriada para quando a variação da qualidade da prestação re-
o leilão. fletir na satisfação das necessidades do Estado.
e) Maior Lance - A licitação de maior lance ocorre
para venda de bens e direitos e é apropriada para
o leilão.
f ) Maior Retorno Econômico – deve ser utilizado ex-
clusivamente para celebrar contratos de eficiência,
considerará a maior economia para a Administra-
ção e a remuneração dever ser fixada em percen-
tual que incidirá de forma proporcional à economia
efetivamente obtida na execução do contrato.

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RAIO X

8) QUEM DEVE LICITAR?

Lei 8.666/93 Lei 14.133/21


Órgãos da administração direta, os fundos espe-
ciais, as autarquias, as fundações públicas, as em- Os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da
presas públicas, as sociedades de economia mista União, dos Estados e do Distrito Federal e os ór-
e demais entidades controladas direta ou indireta- gãos do Poder Legislativo dos Municípios, quando
mente pela União, Estados, Distrito Federal e Mu- no desempenho de função administrativa;
nicípios.
Os fundos especiais e as demais entidades contro-
ladas direta ou indiretamente pela Administração
Pública.
OBS.: O procedimento das empresas estatais é regulado pela Lei 13.303/16.
O regime de licitação e contratação previsto na Lei nº 8.666/93 é inaplicável às sociedades de economia mista
que explorem atividade econômica própria das empresas privadas, concorrendo, portanto, no mercado. Não
é possível conciliar o regime previsto na Lei nº 8.666/93 com a agilidade própria desse tipo de mercado que
é movido por intensa concorrência entre as empresas que nele atuam. STF. Plenário. RE 441280/RS, Rel. Min.
Dias Tofolli, julgado em 6/3/2021 (Info 1008).

9) PRAZOS DE INTERVALO MÍNIMO

Art. 55 da Lei 14.133/21


Î 8 dias úteis– tipo menor preço ou maior des-
conto
Aquisição de bens

Î 15 dias úteis – outros casos


Î 10 dias úteis - tipo menor preço ou maior des-
conto para obras e serviços comuns

Î 25 dias úteis - tipo menor preço ou maior des-


conto para obras e serviços especiais

Serviços e Obras
Î 60 dias úteis – contratos sob regime de contra-
tação integrada

Î 35 dias úteis – contrato sob regime de contra-


tação semi-integrada e outras hipóteses não
abrangidas anteriormente.
Alienação de Bens Î 15 dias úteis – quando se tratar de maior lance
Î 35 dias úteis – nos casos de licitações do tipo
Contratações Especiais melhor técnica ou conteúdo artístico ou técni-
ca e preço

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RAIO X

10) Diálogo Competitivo. Lei 14.133/21


Atenção para a nova modalidade de Licitação da Lei 14.133/21: Diálogo Competitivo.
O procedimento desenvolve-se assim:

I – Fase preparatória – definição do objeto de contratação e necessidade do contrato.


II – Edital
III – Fase de Diálogo. Os licitantes deverão propor soluções para suprir as necessidade da Administração.
IV- Apresentação das Propostas e Julgamento.
V- Recurso. Prazo: Três Dias ÚTEIS.
VI – Encerramento

PONTO 15. Estrutura da Administração Pública. Administração Direta e Administração Indireta. Órgãos e
entes públicos. Princípios da Administração Indireta. Controle hierárquico. Empresas estatais: espécies
e diferenças. Regime jurídico e governança das empresas estatais. Controle dos entes da Administração
Indireta.
PONTO 16. Agências reguladoras. Conceito. Regime Jurídico. Competências. Controle dos atos das
agências.
PONTO 17. Fundações Públicas. Natureza jurídica e regime jurídico. Fundações governamentais de direito
público e de direito privado. Fundações de apoio.
PONTO 27. Arbitragem na Administração Pública.

Na prova do TJ/SP, o tema de Organização do Estado não é muito cobrado, mas nem por isso deve deixar de
ser revisto. Atentem-se principalmente para o estudo da Administração Indireta. O Estatuto das empresas estatais
deve ser lido pelo aluno.

Aqui a cobrança é basicamente letra da lei, doutrina e alguns julgados pontuais sobre a administração indi-
reta!

Observem que alguns tópicos referentes à regulação do direito administrativo também estão sendo tratados
no ponto sobre serviços públicos, na abordagem sobre delegação de sérvio público, concessão, permissão...

Percebam que no edital do TJ/SP a arbitragem é prevista como um ponto específico. A aplicação dos me-
canismos consensuais de resolução de conflitos é uma tendência em todos os ramos do direito, seja cível, penal,
administrativo, que temos sempre que ficar de olho! No âmbito administrativo, busca-se justamente uma maior
eficiência (art. 37 da CF/88), assim como a facilitação no trato com os administrados!

Por ser previsto em um ponto específico , acreditamos que o ponto sobre a arbitragem na Administração
Pública tem chances muito altas de cobrança na nossa prova! Aqui é #APOSTACICLOS!!

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RAIO X

#FOCONALEI:

DIPLOMA OBSERVAÇÕES
Lei nº 13.303/16 Estatuto das Empresas Estatais
Lei de Mediação. Também dispõe sobre autocompo-
Lei 13.140/2015 sição de conflitos no âmbito da administração públi-
ca (atenção aos artigos 32 a 43).

#RAPIDINHAS: 10 COISAS QUE VOCÊ NÃO PODE ESQUECER:

1) Qual a diferença de Administração Dialógica e Administração Monológica?


A Administração Dialógica é uma tendência no direito administrativo moderno, fundada no princípio da con-
sensualidade, que permite uma abertura de diálogo com os administrados, permitindo que haja uma legiti-
mação efetiva da atuação administrativa, tal como ocorre na realização de audiências públicas para colher as
opiniões da sociedade civil sobre determinado tema. Percebe-se, assim, uma participação efetiva de todos os
agentes que venham a ser atingidos pela atuação estatal. Esta forma de administração se opõe à chamada
Administração Monológica, em que os administrados atuam como meros espectadores na formação norma-
tiva, não estando aptos a contribuir efetivamente como co-construtores das situações jurídicas que regerão
a sua atuação. Nesta forma de administração predomina a imperatividade da atuação estatal, resultando em
decisões de viés unilateral, sem qualquer ingerência dos destinatários da norma em sua pactuação.
2) DESCONCENTRAÇÃO X DESCENTRALIZAÇÃO
a) Desconcentração: é a diluição de competência no âmbito de uma mesma pessoa jurídica que decorre da
criação de órgãos públicos. Destaca-se que a desconcentração ocorre tanto no exercício de competências pela
administração direta quanto pela indireta.
A desconcentração origina uma espécie de controle, denominado hierárquico;
b) Descentralização: ocorre quando acontece uma transferência de competências a uma pessoa jurídica dis-
tinta daquela originalmente competente. Pode ser:
Política: é aquela que existe numa Federação, onde há uma repartição originária de competências.
Administrativa ou derivada: se divide em três espécies:
Territorial: é a transferência de competência a um território (Território federal tem natureza autárquica).
Por serviços ou outorga (ou funcional ou técnica): ocorre quando o Estado cria uma entidade (pessoa jurídica)
e a ela transfere determinado serviço público. A outorga pressupõe obrigatoriamente a edição de uma lei que
institua a entidade, ou autorize a sua criação, e normalmente seu prazo é indeterminado.
Por colaboração ou delegação: é a transferência somente da execução de um serviço público a uma outra
pessoa que se concretiza por meio de um negócio jurídico (contrato de concessão ou permissão), por ato
unilateral (autorização de serviços públicos) ou também por lei.

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RAIO X

3) Características dos órgãos públicos:


Integram a estrutura de uma pessoa política ou de uma pessoa jurídica administrativa.
São centros de competência despersonalizados – resultado da desconcentração, ou seja, não possuem perso-
nalidade jurídica e não podem ser sujeitos de direito ou de obrigação. Contudo, tem legitimidade para defen-
der em juízo as suas prerrogativas, o que é chamado pela doutrina de personalidade judiciária.
Alguns possuem autonomia gerencial, orçamentária e financeira.
Tem CNPJ
Não possuem patrimônio próprio.
4) CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS
Independentes: são aqueles previstos diretamente no texto constitucional. Por essa razão, não sofrem qual-
quer relação de subordinação. Sujeitam-se tão somente aos controles constitucionalmente previstos, que uns
exercem sobre os outros - tais controles configuram o assim chamado sistema de freios e contrapesos. As
atribuições são exercidas por agentes políticos. Ex.: Presidência da República, Governadorias, Prefeituras, Con-
gresso Nacional, Câmaras, todos os Tribunais.
Autônomos: localizam-se na cúpula da administração pública, num grau hierárquico abaixo dos órgãos inde-
pendentes - e são subordinados diretamente à chefia destes. Desfrutam de ampla autonomia administrativa,
financeira e técnica. Ex.: Secretarias e Ministérios.
Superiores: são órgãos que possuem atribuições de direção, controle e decisão, mas que sempre estão sujei-
tos ao controle hierárquico de uma chefia mais alta. Não têm autonomia administrativa, mas possuem autono-
mia técnica. Ex.: Gabinetes e procuradorias.
Subalternos: são meros órgãos de execução, com reduzido poder decisório. Ex.: Zeladoria (cuida dos bens
públicos), almoxarifado, sessão de recursos humanos.
5) ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
Personalidade jurídica própria – (1) respondem pelos seus atos; (2) têm receita própria (pode vir do orçamento,
pois não importa a origem) e patrimônio próprio; (3) possuem autonomia técnica, administrativa e financeira.
Vale destacar que as agências reguladoras também não legislam, pois apenas definem normas técnicas com-
plementares à lei.
Não tem fins lucrativos. O lucro é possível, mas elas não são criadas com esse objetivo.
Finalidade específica. Destaca-se que essa finalidade só pode ser modificada também por lei. É o princípio da
especialidade.
Controle ou tutela administrativa – tendo em conta a inexistência de hierarquia, o exercício do controle finalís-
tico pressupõe expressa previsão legal, que determinará os limites e instrumentos de controle (atos de tutela).
A supervisão, ou tutela, visa assegurar que a entidade controlada esteja atuando em conformidade com os
fins que a lei instituidora lhe impôs. É um controle que deve se concentrar, essencialmente, na verificação do
atingimento de resultados, pertinentes ao objeto da entidade.
Criação e extinção da pessoa jurídica. Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação.

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RAIO X

6) FUNDAÇÕES
As fundações são definidas como a personificação de um patrimônio ao qual é atribuída uma finalidade espe-
cífica não lucrativa, de cunho social.
Se a fundação tem por um instituidor pessoa privada, ela terá natureza privada, e da mesma forma se for o
poder público, ela será fundação pública. Destaca-se que a fundação privada não interessa ao direito adminis-
trativo, pois se situa no âmbito civil.

7) AUTARQUIAS
Características:
A descentralização; a criação por lei; a especialização dos fins ou atividades; a personalidade jurídica pública;
a capacidade de autoadministração.
As autarquias não são subordinadas ao ente federado que as criou, é dizer, não há hierarquia entre União,
Estados, Distrito Federal e municípios e suas respectivas autarquias. A relação entre uma autarquia e a adminis-
tração direta da pessoa política instituidora é de vinculação administrativa (e não de subordinação).
Só podem ser criadas por lei.
Os atos praticados são atos administrativos.
Os contratos são contratos administrativos, de forma que precisam licitar e pode haver cláusulas exorbitantes.
Estão sujeitas ao duplo grau de jurisdição obrigatório, contra elas somente produzindo efeito eventual senten-
ça condenatória após a confirmação por tribunal.
É de competência da justiça federal processar e julgar, nos litígios comuns, as causas em que as autarquias
federais sejam autoras, rés, assistentes ou opoentes.
Possuem responsabilidade civil objetiva (art. 37, §6º da CF: “As pessoas jurídicas de direito público e as de
direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. ”

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

São exemplos de prerrogativas estatais estendidas às autarquias a imunidade tributária recíproca e os privilé-
gios processuais da Fazenda Pública.
Se submetem às regras do reexame necessário – art. 496, NCPC.
Hoje, a posição que prevalece em nossos Tribunais Superiores é que o prazo prescricional nas demandas ajui-
zadas contra a autarquia é aquele previsto no Decreto 20910/32 - 5 anos (quinquenal).
Obedecem às regras de contabilidade pública (Lei 4320/64).
Se submetem à Lei de Responsabilidade Fiscal - Tribunal de Contas fiscaliza.
Regime pessoal – há servidores públicos. Regime jurídico único – ou todos serão celetistas ou estatutários.

8) AGÊNCIAS REGULADORAS
São autarquias em regime especial (possuem regime jurídico distinto daquele dispensado às demais autar-
quias) e que foram criadas para exercer a regulação de atividades econômicas em sentido amplo.
No Brasil, as Agências Reguladoras surgem num contexto de transformar o Estado de patrimonialista para
gerencial (administração gerencial).
A função regulatória não surge com as agências reguladoras e nem é exclusiva delas. Vale destacar que, muito
antes das agências reguladoras, já existiam entidades integrantes da administração indireta com competências
regulatórias específicas como, por exemplo, o Banco do Brasil e o CADE.
Tem mais autonomia e liberdade que as demais pessoas jurídicas. Poder normativo técnico – normas técnicas
de caráter geral, com fundamento em delegação prevista na própria lei. Deslegalização.
#NOVIDADELEGISLATIVA: Lei nº 13.848, de 25.6.2019 - Dispõe sobre a gestão, a organização, o processo
decisório e o controle social das agências reguladoras.
9) #NÃOCONFUNDA:

AGÊNCIAS REGULADORAS AGÊNCIAS EXECUTIVAS


Não se trata de uma nova espécie integrante da Não se trata de uma nova espécie integrante da
Administração Pública. Administração Pública.
São autarquias sob regime especial. Podem ser autarquias ou fundações públicas.
O grau de autonomia depende dos instrumentos
Trata-se de qualificação formal, nos termos da lei
específicos que a respectiva lei instituidora estabe-
nº 9.649/98, arts. 51 e 52.
leça.
A qualificação se dá por meio de Decreto e pode
ocorrer a desqualificação da entidade (também
Não existe a figura da desqualificação da agência
por Decreto). Vale lembrar que essa desqualifica-
reguladora.
ção não afeta a natureza da entidade, que conti-
nua a ser uma autarquia ou fundação.
Atuam na área de regulação. Não é prevista uma área específica de atuação.
A celebração de contrato de gestão com o Poder
A lei instituidora pode prever ou não, a celebração
Público é condição obrigatória para a obtenção da
do contrato de gestão com o Poder Público.
qualificação.
É possível uma agência reguladora ser qualificada
Uma autarquia qualificada como agência executiva
como uma agência executiva, caso preencha os re-
pode ou não ser uma agência reguladora.
quisitos.

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

10) #ATENÇÃOMÁXIMA

SOCIEDADE DE ECONOMIA MIS-


EMPRESA PÚBLICA
TA
Capital misto = maioria do capital
CAPITAL 100% do capital público
votante é do poder público
Obrigatoriamente deve ser cons-
tituída sob a forma de sociedade
CONSTITUIÇÃO Admite-se qualquer modalidade anônima
EP federal: Justiça Federal.

COMPETÊNCIA EP Estadual ou municipal: Justiça SEM federal, estadual ou munici-


Estadual. pal: Justiça Estadual.

PONTO 18. Responsabilidade Civil do Estado. Responsabilidade civil, extracontratual ou aquiliana do


Estado. Panorama teórico e evolutivo da responsabilidade civil do Estado: a importância da jurisprudência
francesa. Responsabilidade objetiva na Constituição. Causas excludentes e atenuantes. A reparação do
dano: a relevância dos aspectos processuais.

Nas provas do TJ/SP a cobrança é toda baseada em doutrina e muita jurisprudência... Fiquem de olho nos
julgados recentes sobre responsabilidade civil do Estado, especialmente no que se refere à omissão da Administra-
ção e à prescrição das ações de responsabilidade, pois têm altas probabilidades de cobrança! #APOSTACICLOS

#ATENÇÃO Muita atenção aos recentes julgados sobre responsabilidade civil, principalmente nos que se
relacionam com a pandemia da COVID-19, pois a temática da responsabilidade foi muito discutida nesse intervalo.
#APOSTACICLOS

Estudem pelo material próprio de vocês ou pela FUC (FUC 14 de Direito Administrativo) + leitura da jurispru-
dência e súmulas correlatas!

#FOCONALEI: Não deixem de ler o art. 37, §6º, da CF/88.]

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

#RAPIDINHAS: 10 COISAS QUE VOCÊ NÃO PODE ESQUECER:

1) EVOLUÇÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

9 Irresponsabilidade
9 Responsabilidade em situações expressas em lei
9 Teoria da responsabilidade com culpa – doutrina civilista da culpa: atos de império x atos de gestão.
9 Teoria da culpa administrativa: falta do serviço/culpa anônima.
9 Teoria da responsabilidade objetiva
2) ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL

Responsabilidade subjetiva Responsabilidade objetiva


Conduta comissiva ou omissiva Conduta comissiva ou omissiva
Dano Dano
Nexo causal Nexo causal
Elemento subjetivo

3) EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE
- Teoria do risco integral
Não admite excludente. Ex: responsabilidade ambiental, responsabilidade por dano nuclear, seguro DPVAT,
material bélico, ataques terroristas.
- Teoria do risco administrativo
A responsabilidade objetiva pode ser excluída. Basta afastar um dos seus elementos. Ex. culpa exclusiva da
vítima, caso fortuito ou força maior.
4) CONDUTA OMISSIVA
Para a doutrina tradicional, a responsabilidade do Estado por omissão é subjetiva, de forma que o pagamento
da indenização pressupõe a comprovação de dolo ou culpa por parte do Estado. Todavia, de acordo com o
atual entendimento do STF acerca da matéria, o dever de indenizar os danos resultantes de omissão estatal
submete-se à teoria objetiva, quando constatada a inobservância de dever legal específico de agir para impe-
dir a ocorrência do resultado danoso.
STF e STJ já pacificaram o entendimento no sentido de que a responsabilidade por omissão é subjetiva. No
entanto, STF tem decisão no sentido de que a responsabilidade estatal por atos omissivos específicos é obje-
tiva. Não se pode confundir uma conduta omissiva genérica (ex. Estado não conseguir evitar todos os furtos
de carro) com a conduta omissiva específica (ex. Estado tem o dever de vigilância sobre alguém e não evitar
o dano). No primeiro caso a responsabilidade é subjetiva (policial assiste ao assalto e nada faz) e no segundo
caso objetiva.

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

5) TEORIA DA DUPLA GARANTIA


O STF, em regime de Repercussão Geral, definiu a seguinte tese: “A teor do disposto no art. 37, § 6º, da Cons-
tituição Federal, a ação por danos causados por agente público deve ser ajuizada contra o Estado ou a pessoa
jurídica de direito privado prestadora de serviço público, sendo parte ilegítima para a ação o autor do ato,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”.
6) PRESCRIÇÃO
O termo inicial do prazo prescricional para o ajuizamento de ação de indenização contra ato do Estado ocorre
no momento em que constatada a lesão e os seus efeitos, conforme o princípio da actio nata.

Ação de reparação de danos à Fazenda Pública é PRESCRITÍVEL


decorrentes de ilícito civil (STF RE 669069/MG).

Ação de ressarcimento decorrente de ato de im- é PRESCRITÍVEL


probidade administrativa praticado com CULPA (devem ser propostas no prazo do art. 23 da LIA).

Ação de ressarcimento decorrente de ato de im- é IMPRESCRITÍVEL


probidade administrativa praticado com DOLO (§ 5º do art. 37 da CF/88).

7) #DEOLHONASÚMULA
Súmula 647-STJ: São imprescritíveis as ações indenizatórias por danos morais e materiais decorrentes de atos
de perseguição política com violação de direitos fundamentais ocorridos durante o regime militar.
8) RESPONSABILIDADE POR ATOS LEGISLATIVOS
A MODERNA DOUTRINA admite a responsabilidade nos casos de:
- LEIS DE EFEITO CONCRETO
- OMISSÃO LEGISLATIVA (quando foge dos padrões de razoabilidade)
- Nos casos de LEIS DECLARADAS INCONSTITUCIONAIS em controle concentrado.
9) #AJUDAMARCINHO
Em regra, o Estado não tem responsabilidade civil por atos praticados por presos foragidos; exceção:
quando demonstrado nexo causal direto
Nos termos do artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, não se caracteriza a responsabilidade civil objetiva
do Estado por danos decorrentes de crime praticado por pessoa foragida do sistema prisional, quando não
demonstrado o nexo causal direto entre o momento da fuga e a conduta praticada. STF. Plenário. RE 608880,
Rel. Min. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Alexandre de Moraes, julgado em 08/09/2020 (Repercussão Geral
– Tema 362) (Info 993).
10) Enunciado 40 da I Jornada de Direito Administrativo CJF/STJ
Nas ações indenizatórias ajuizadas contra a Fazenda Pública aplica-se o prazo prescricional quinquenal pre-
visto no Decreto nº 20.910/1932 (art. 1º), em detrimento do prazo trienal estabelecido no Código Civil de 2002
(art. 206, § 3º, V), por se tratar de norma especial que prevalece sobre a geral.

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

PONTO 19. Organização funcional: cargos, empregos e funções públicas. Servidores públicos. Regime
jurídico único. Direitos e obrigações. Processos Disciplinar. Regimes jurídicos funcionais. Regime de
previdência do servidor público: aspectos constitucionais.

Esse ponto trata especificamente do regime dos servidores públicos!! É o assunto queridinho da banca
ocupando o 1º lugar do pódio!!! Entãoooooo muita atenção porque vai cair alguma questão sobre isso! #APOS-
TACICLOS

É nesse ponto que também cai o tema de Concursos Públicos, no tocante, estar sempre de olho nas recentes
decisões dos Tribunais Superiores.

Foquem bem o estudo nos precedentes dos Tribunais sobre concurso público, as hipóteses de direito adqui-
rido à nomeação, o regime previdenciário, as diferenças entre servidores e empregados públicos e as formas de
provimento e vacância...

Estudem pelo material próprio ou pela FUC (FUC 09 de direito administrativo) + jurisprudência e súmulas
correlatas!

#FOCONALEI: Leiam bastante os artigos da Constituição Federal relacionados ao tema (arts. 37 a 41).

A famosa Lei 8.112/90 não tem previsão no edital, isso porque ela trata do estatuto jurídico dos servidores pú-
blicos federais, mas a maioria das questões antigas do TJ/SP tratam sobre tal lei. Dessa forma, sugere-se ler e reler!

#ATENÇÃOMÁXIMA para os seguintes dispositivos:

8.112/90
Art. 5º Art. 8º Art. 13

Art. 15 Art. 15 Art. 21

Art. 22 Art. 33 Art. 40

Art. 49 Art. 61 Art. 81

Art. 84 Art. 97 Art. 104

Art. 116 Art. 117 Art. 118

Art. 127 Art. 132 (Info 666) Art. 134 (Info 975)

Art. 142 (Súmula 635 STJ) Art. 146 Art. 149 (Info 970)

Art. 165 Art. 166 Art. 169

Art. 183 Art. 186

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

Ainda, não deixem de ler a Lei Orgânica da Magistratura Nacional (“LOMAN”), que poderá ser objeto de
cobrança tanto na prova de direito administrativo, quanto na prova de direito constitucional, e também, na 2ª fase,
em humanística!

#RAPIDINHAS: 10 COISAS QUE VOCÊ NÃO PODE ESQUECER:

1) Agentes Administrativos são aqueles que se vinculam à Administração Pública por relações profissionais e
sujeitam-se à hierarquia funcional. Exercem um CARGO, EMPREGO OU FUNÇÃO PÚBLICA, em caráter perma-
nente e mediante remuneração.
Pela doutrina de Hely Lopes Meireles, se dividem em:
a) Servidor público: que também se divide em:
I - Servidor público efetivo;
II - Servidor público comissionado.
b) Empregados Públicos: O empregado público está excluído da incidência da Lei nº 8.112/90.
c) Servidor Temporário: Contratados temporários em virtude de necessidade temporária de excepcional
interesse público.
2) Os servidores estatutários são selecionados por concurso público para ocupar cargos públicos, tendo
vinculação de natureza estatutária não contratual, e adquirem estabilidade após se sujeitarem a um estágio
probatório.
a) Cargos vitalícios: é o caso dos membros dos Tribunais de Contas (Conselheiros dos TCEs/TCMs e Ministros
do TCU), magistrados e membros do Ministério Público (promotores e procuradores da República). Nos cargos
vitalícios, o estágio probatório é reduzido, tendo duração de somente dois anos, após o qual o agente adquire
vitaliciedade, podendo perder o cargo unicamente por meio de sentença judicial transitada em julgado;
b) Cargos efetivos: é a condição de todos os cargos públicos, com exceção dos três vitalícios acima indicados.
Os cargos efetivos têm estágio probatório maior, de três anos. Após o estágio probatório, o servidor adquire
estabilidade, podendo perder o cargo de quatro formas: 1) sentença judicial transitada em julgado; 2) processo
administrativo disciplinar; 3) avaliação de desempenho; 4) para redução de despesas com pessoal.

3) Os empregados públicos não têm a estabilidade típica do regime estatutário, o que não quer dizer que
o empregado público possa ser demitido livremente, como um empregado comum. A totalidade da doutrina
administrativista entende que os empregados públicos somente podem sofrer demissão motivada e após re-
gular processo administrativo, observadas as garantias do contraditório e da ampla defesa.
Não obstante sejam regulados por regime de emprego e estejam vinculados a entidades com personalidade
jurídica de direito privado, estes agentes se submetem a algumas restrições aplicadas aos servidores públicos
em geral:
a) Consoante disposto no art. 37, XVII, da Constituição Federal, estes servidores estão proibidos de acumularem
seus empregos com outros cargos ou empregos públicos, salvo as exceções constitucionalmente admitidas.
b) São considerados agentes públicos para fins de responsabilização por atos de improbidade administrativa,
conforme disposição do art. 2°, da lei 8.429/92, bem como se enquadram na definição de “funcionário público”
para fins penais, estampada no Código Penal, em seu artigo 327, respondendo, pelos crimes praticados contra
a Administração Pública.

90 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

c) Seus atos se submetem a correção e controle judicial, por meio dos remédios constitucionais, tais como o
Mandado de Segurança, a ação popular e o habeas data entre outros.
d) Devem-se submeter a concurso público de provas ou de provas e títulos para a celebração do contrato de
emprego e, consequente, criação de vínculo com o poder público, nos moldes estipulados pelo art. 37, II da
Constituição Federal. Trata-se de forma de garantir a impessoalidade e moralidade na contratação de empre-
gados pela Administração Pública, sem preferências indevidas.
e) Seus salários estão submetidos ao limite constitucional aplicado aos servidores públicos em geral. Em outras
palavras, devem respeitar o teto remuneratório, previsto no art. 37, XI da Carta Magna, salvo se a entidade não
receber dinheiro público para custeio ou pagamento de pessoal.

4) Cargo público é o lugar dentro da organização funcional da Administração Direta e de suas autarquias e
fundações públicas que, ocupado por servidor público, tem funções específicas e remuneração fixadas em lei
ou diploma a ela equivalente.
É o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas
a um servidor.

5) ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS


Em regra, o ordenamento jurídico brasileiro proíbe a acumulação remunerada de cargos ou empregos pú-
blicos. Porém, a Constituição Federal prevê um rol taxativo de casos excepcionais em que a acumulação é
permitida. Importantíssimo destacar que, em qualquer hipótese, a acumulação só será permitida se houver
compatibilidade de horários e observado o limite máximo de dois cargos.
As únicas hipóteses de acumulação constitucionalmente autorizadas são:
a) a de dois cargos de professor (art. 37, XVI, a);
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico (art. 37, XVI, b); c) a de dois cargos ou empregos
privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas (art. 37, XVI);
c) inclusive militares (Emenda Constitucional n. 77/2014);
d) a de um cargo de vereador com outro cargo, emprego ou função pública (art. 38, III);
e) a de um cargo de magistrado com outro no magistério (art. 95, parágrafo único, I);
f ) a de um cargo de membro do Ministério Público com outro no magistério (art. 128, § 5º, II, d)
#DEOLHONAJURIS#DIZERODIREITO#STF#IMPORTANTE: É possível a acumulação de cargos mesmo que
a jornada semanal ultrapasse 60h!!! A acumulação de cargos públicos de profissionais da área de saúde, pre-
vista no art. 37, XVI, da CF/88, não se sujeita ao limite de 60 horas semanais previsto em norma infraconstitu-
cional, pois inexiste tal requisito na Constituição Federal. O único requisito estabelecido para a acumulação é a
compatibilidade de horários no exercício das funções, cujo cumprimento deverá ser aferido pela administração
pública. STF. 1ª Turma. RE 1176440/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 9/4/2019 (Info 937). STF. 2ª
Turma. RMS 34257 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 29/06/2018. STJ. 1ª Seção. REsp 1767955/
RJ, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 27/03/2019.

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RAIO X

6) Funcionário de fato e Teoria da Aparência


Funcionário de fato é aquele em que a investidura foi irregular, mas cuja situação tem aparência de legalidade.
Os atos administrativos por ele praticados reputam-se válidos, se por outra razão não forem viciados, em face
do princípio da aparência, da boa-fé dos administrados, da segurança jurídica e do princípio da presunção de
legalidade.
a) Agentes necessários: são aqueles que praticam atos e executam atividades em situações excepcionais,
como, por exemplo, as de emergência, em colaboração com o Poder Público e como se fossem agentes de
direito.
b) Agentes putativos: são que desempenham uma atividade pública na presunção de que há legitimidade,
embora não tenha havido investidura dentro do procedimento legalmente exigido. Terá direito à percepção
da remuneração, mesmo se ilegítima a investidura, não estando obrigado a devolver os respectivos valores.
Agente putativo, portanto, é aquele que exerce uma atividade pública na presunção de que haja legitimidade
de investidura, embora esta tenha violado a lei.
Note-se, porém, que o agente de fato jamais poderá usurpar a competência funcional dos agentes públicos
em geral, já que este tipo de usurpação da função pública constitui crime previsto no art. 328 do Código Penal.
Usurpação de função – se passar por um agente público – ato inexistente.
7) Requisitos de ingresso no serviço público:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o gozo dos direitos políticos;
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
 IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V - a idade mínima de dezoito anos;
VI - aptidão física e mental.
8) #DEOLHONASÚMULA:
Súmula 552-STJ: O portador de surdez unilateral não se qualifica como pessoa com deficiência para o fim de
disputar as vagas reservadas em concursos públicos. STJ. Corte Especial. Aprovada em 04/11/2015.
Súmula 377-STJ: O portador de visão monocular tem direito de concorrer, em concurso público, às vagas re-
servadas aos deficientes.
Súmula 683-STF: O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX,
da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.
Súmula nº 684-STF: É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato a concurso público.
Súmula nº 685-STF: É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se,
sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira
na qual anteriormente investido.
Súmula nº 266-STJ: O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não
na inscrição para o concurso público.
Súmula vinculante 44-STF: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo
público
Súmula vinculante 43-STF: É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor inves-
tir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a
carreira na qual anteriormente investido.

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RAIO X

9) Exceções ao concurso público


a) Cargos em comissão
b) Servidores Temporários:
c) Cargos eletivos
d) Ex-combatentes
e) Agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias
Além das mencionadas exceções, a Constituição Federal ainda prevê a nomeação direta, sem a necessidade
de realização de concursos públicos para os Ministros dos Tribunais de Contas, do Supremo Tribunal Federal e
o Superior Tribunal de Justiça, além dos ministros dos demais tribunais superiores (STM, TST, TSE).
No mesmo sentido, há a previsão do quinto constitucional, admitindo a nomeação, mediante indicação dos
advogados ou membros do Ministério Público que se tornarão membros dos Tribunais Regionais Federais e
Tribunais de Justiça.
Em todos estes casos, há a previsão constitucional de nomeação por decisão política, sem a necessidade de
realização de provas de concursos ou quaisquer processos seletivos.

10) DIREITO ADQUIRIDO NOMEAÇÃO:


A aprovação em concurso público, como regra, gera simples expectativa de direito à nomeação. Porém, haverá
direito subjetivo (ou direito adquirido) à nomeação nas seguintes hipóteses excepcionais:
1) preterição da ordem classificatória (gera direito imediato à posse para todos os preteridos, exceto se a pre-
terição ocorreu pela via judicial);
2) contratação temporária para a mesma função (direito imediato à posse do mesmo número de contratados);
3) aprovação dentro do número de vagas anunciadas no edital (direito à posse surge com a proximidade do
encerramento do prazo de validade do concurso);
4) requisição de servidores para exercício da mesma tarefa a ser provida pelo concurso (direito imediato à
posse do mesmo número de requisitados);
5) desistência do candidato aprovado na posição imediatamente anterior (direito imediato à posse do mesmo
número de desistentes);
6) convocação dos candidatos para apresentar documentos necessários à nomeação (direito imediato à posse
dos convocados);
7) prática de qualquer ato inequívoco que torne incontestável a necessidade do preenchimento de novas va-
gas.

PONTO 20. Desapropriação. Hipóteses. Desapropriação indireta. Desapropriação por zona. Desapropriação
urbanística. Promoção de atos expropriatórios pelos particulares: hipótese e requisitos. Efeitos do
decreto e utilidade pública. Destinação dos bens desapropriados. Hipóteses de desapropriação punitiva.
Desapropriação por acordo e judicial: diferenças. Desapropriação de bens públicos de outro ente da
federação. Decreto-Lei no 3.365, de 21 de junho de 1941.

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RAIO X

PONTO 21. Intervenção na propriedade e atuação no domínio econômico: servidão, requisição, ocupação
temporária, tombamento e limitações administrativas.

Ponto muito importante, pessoal! A intervenção do Estado na propriedade privada tem uma incidência bem
relevante na prova do TJ/SP, sendo responsável por 10% das questões antigas. Fiquem de olho principalmente nos
tópicos referente à desapropriação! #OEXAMINADORAMA

O estilo de cobrança é basicamente letra da lei (maior incidência do Decreto-Lei 3.365/41) e alguns julgados
correlatos! Fiquem atentos que a Lei 13.867/19 inseriu alguns dispositivos no Decreto-Lei 3.365/41 tratando sobre a
solução consensual do processo de desapropriação!! E, se é #INOVAÇÃOLEGISLATIVA a banca gosta! Ademais,
não deixem de revisar a jurisprudência recente dos tribunais superiores, especialmente no que se refere à desapro-
priação.

Estudem pelo material próprio de vocês ou pela FUC (FUC 13 de Direito Administrativo).

#FOCONALEI: Alguns diplomas legais estão relacionados ao tema:

DIPLOMA OBSERVAÇÕES

Art. 5º, inciso XXII a XXV; art. 22, inciso II; art. 182, §3º
CF
e §4º; art. 184; art. 185 e art. 243.

DL 3365/41 Lei Geral de Desapropriações #ATENÇÃOMÁXIMA

Lei 4132/62 Desapropriação por interesse social

LC 76/93 Desapropriação para fins de reforma agrária

DL 25/37 Tombamento (menor incidência!)

Como mencionamos, a legislação que possui maior incidência nesse tópico é o Decreto-Lei 3.365. #ATEN-
ÇÃOMÁXIMA para os seguintes dispositivos:

DECRETO-LEI 3.365/41
Art. 2º Art. 3º Art. 4º
Art. 5º Art. 10 Art. 10-A
Art. 10-B Art. 15 Art. 15-A
Art. 15-B Art. 20 Art. 26
Art. 27 Art. 28 Art. 29
Art. 33 Art. 34-A Art. 35
Art. 36

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RAIO X

#RAPIDINHAS: 10 COISAS QUE VOCÊ NÃO PODE ESQUECER:

1) MODALIDADES DE INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE


Limitações administrativas
Ocupações temporárias
Requisições
Tombamento
Servidões administrativas
Desapropriação
2) LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA
É a atuação do poder público em caráter geral, que atinge proprietário indeterminado e que vai afetar o cará-
ter absoluto (liberdade sobre o bem).
É uma imposição pela administração, de caráter geral, abstrato, gratuito e unilateral.
Terão aplicação para o futuro, não atingindo situações pretéritas.
Não há que se falar em indenização. Como todos estarão dividindo a imposição. EXCEPCIONALMENTE, o
poder público terá que indenizar, caso determine a demolição para obediência à limitação.

3) SERVIDÃO ADMINISTRATIVA
Características da servidão administrativa:
- Ônus real;
- Incide sobre imóvel (no caso de bem público deve ser observado o princípio da hierarquia federativa e deve
contar com autorização legislativa) – U>E>M
- Perpetuidade;
- Indenização em razão de prejuízos;
- Inexistência de autoexecutoriedade: só se constitui através de acordo ou decisão judicial.

Limitação administrativa Servidão administrativa

Geral e abstrato Específico bem determinado

Não é ônus real Ônus real

Afeta caráter absoluto Afeta caráter exclusivo

Não tem relação de dominação Há relação de dominação

Sem indenização Indenização possível

Obrigação de não fazer Obrigação de suportar

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RAIO X

4) REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA
É um ato administrativo unilateral, auto-executório e oneroso, consistente na utilização de bens ou de serviços
particulares pela administração para atender a necessidades coletivas em tempo de guerra ou em caso de
perigo iminente.
Em regra não haverá indenização. Só haverá indenização se houver dano efetivo. A indenização será posterior.
Ex. Policial requisita carro para perseguir bandido e bate o carro.
O ato é auto executável – não depende do Poder Judiciário, caso não haja acordo de vontades. Diferente do
que ocorre com a servidão (acordo ou decisão judicial).
5) OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA
1. Cuida-se de direito de caráter não real (igual à requisição e diferente da servidão, que é direito real);
2. Só incide sobre a propriedade imóvel (neste ponto é igual à servidão, mas se distingue da requisição, que
incide sobre móveis, imóveis e serviços);
3. Tem caráter de transitoriedade (o mesmo que a requisição; a servidão, ao contrário, tem natureza de per-
manência);
4. A situação constitutiva da ocupação é a necessidade de realização de obras e serviços públicos normais (a
mesma situação que a servidão, mas diversa requisição, que exige situação de perigo público iminente);
5. A indenização varia de acordo com a modalidade de ocupação: se for vinculada à desapropriação, haverá
dever indenizatório, e, se não for, inexistirá em regra esse dever, a menos que haja prejuízos para o proprietá-
rio (a requisição e a servidão podem ser ou não indenizáveis; sendo assim, igualam-se, nesse aspecto, a esta
última forma de ocupação temporária, mas se diferenciam da primeira, porque esta é sempre indenizável).
Ocorre em duas hipóteses:
a) Imóvel vizinho à obra pública com o objetivo de guardar os materiais da obra. Tem que ser um terreno não
edificado. ex: utilizar escolas para eleições.
b) Para obras públicas vinculadas ao processo de desapropriação. Pesquisa de minérios e arqueológica. Evita
a desapropriação desnecessária. Se achar o que procura promove a desapropriação. JS – aqui há indenização,
pois a própria lei determina.

6) TOMBAMENTO
É o instituto para conservação do patrimônio. Tem como objetivo proteger a identidade de um povo.
O tombamento pode ser histórico, artístico, cultural e paisagístico.
Objeto: o tombamento pode recair sobre bens móveis ou imóveis; públicos ou privados.
O tombamento pode ser constituído por lei? Resposta: NÃO.  Conforme decidido pelo STF, no julgamento da
ACO 1.706/DF: “O tombamento é constituído mediante ATO DO PODER EXECUTIVO que, observada a legisla-
ção pertinente, estabelece o alcance da limitação ao direito de propriedade, ato emanado do Poder Legislativo
não podendo alterar essas restrições. (...) O ato do Poder Legislativo que efetive o tombamento e, de igual
modo, aquele que pretenda alterar as condições de tombamento regularmente instituído pelo Poder Execu-
tivo, é INCONSTITUCIONAL, dada a sua incompatibilidade com o princípio da harmonia entre os poderes”.

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RAIO X

7) DESAPROPRIAÇÃO
Pode ser conceituada como o procedimento, por meio do qual, o Estado, compulsoriamente, retira de alguém
certo bem, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social e o adquire, originariamente, para si ou
para outrem, de regra, mediante prévia e justa indenização, paga em dinheiro, salvo os casos que a constitui-
ção enumera.

8) DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA
É o fato administrativo pelo qual o Estado se apropria de bem particular, sem os requisitos da declaração de
utilidade e da indenização prévia. Fundamento: art. 35, DL 3.365.
Também é conhecida como apossamento administrativo.
Dada a destinação pública ao bem, o proprietário não pode mais reverter a situação, restando apenas pleitear
o pagamento de justa indenização através da Ação de Indenização por Desapropriação Indireta.
O prazo prescricional, no caso de ação de desapropriação indireta, é, em regra, de 10 anos; excepcio-
nalmente, será de 15 anos caso de comprove que não foram feitas obras ou serviços públicos no local
Qual é o prazo da ação de desapropriação indireta? Regra: 10 anos (art. 1.238, parágrafo único, do CC/2002).
Exceção: o prazo será de 15 anos se ficar comprovada a inexistência de obras ou serviços públicos no local.
Em regra, portanto, o prazo prescricional das ações indenizatórias por desapropriação indireta é de 10 anos
porque existe uma presunção relativa de que o Poder Público realizou obras ou serviços públicos no local.
Admite-se, excepcionalmente, o prazo prescricional de 15 anos, caso a parte interessada comprove, concreta e
devidamente, que não foram feitas obras ou serviços no local, afastando a presunção legal. STJ. 1ª Seção. EREsp
1575846-SC, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 26/06/2019 (Info 658). O prazo prescricional aplicável à desa-
propriação indireta, na hipótese em que o Poder Público tenha realizado obras no local ou atribuído natureza
de utilidade pública ou de interesse social ao imóvel, é de 10 anos, conforme parágrafo único do art. 1.238 do
CC. STJ. 1ª Seção. REsp 1757352-SC, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 12/02/2020 (Recurso Repetitivo
– Tema 1109) (Info 671). Obs: a súmula 119 do STJ está superada (Súmula 119-STJ: A ação de desapropriação
indireta prescreve em vinte anos).

9) ESPÉCIES DE DESAPROPRIAÇÃO
a) Desapropriação comum: situação de utilidade ou necessidade pública, ou, ainda, de interesse social. Será
precedida de pagamento de indenização prévia, justa e em dinheiro.
b) Desapropriação especial: Não haverá o pagamento de indenização prévia, justa e em dinheiro.
- Desapropriação urbana (art. 182, CF) = pagamento mediante títulos da dívida pública
- Desapropriação rural (Art. 184 a 186, CF) = pagamento mediante títulos da dívida agrária
- Desapropriação confisco (art. 243, CF) = não é indenizável!

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RAIO X

10) SITUAÇÕES ESPECÍFICAS DESAPROPRIAÇÃO


- Direito de extensão: ocorre na situação em que o ente público desapropria um bem e deixa uma área rema-
nescente inaproveitável, isoladamente. O poder público deverá desapropriar o bem inteiro e indenizar tudo.
- Tredestinação: quando o poder público decide conferir outra finalidade ao bem. Caso se mantenha a finali-
dade genérica, a busca pelo interesse público, a tredestinação será lícita. Todavia, caso não dê uma destinação
pública para o bem, haverá a tredestinação ilícita, ensejando o surgimento do direito à retrocessão do pro-
prietário.
- Desapropriação por zona: a desapropriação pode abranger área contígua necessária ao desenvolvimento
da obra a que se destina, e as zonas que se valorizem extraordinariamente, em consequência da realização
do serviço.

PONTO 22. Responsabilidade administrativa, civil e criminal do agente público.


PONTO 23. Improbidade administrativa: (Lei no 8.429/1992).
PONTO 24. Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000).
PONTO 25. Controle da Administração Pública. Espécies de controle. Controle interno e externo. Controle
parlamentar, judicial, social e pelos Tribunais de Contas. Controle de legalidade e de economicidade.
Controle operacional. Competências cautelares e sancionatórias dos órgãos de controle. Lei anticorrupção
(Lei no 12.846/13).

Pessoal, esse ponto engloba três tópicos de suma importância: responsabilidade, controle da administração
pública e improbidade administrativa! Esses temas estão cada vez mais se destacando na seara administrativa,
principalmente pela aplicação de técnica de moralidade, eticidade, gerenciamento na Administração Pública (a
chamada “compliance”)! É um ponto super atual e “moderninho”, inclusive com grande produção acadêmica...

A gente sabe que a responsabilidade do agente público está super na moda, ainda mais pós-pandemia!!! É
um tema que super pode aparecer na nossa prova!!! Temos muita jurisprudência tratando sobre o assunto! #FI-
QUEDEOLHO

No que tange ao ponto 22, ler os arts. 121 a 126-A da Lei 8112/90.

O tema de improbidade, por sua vez, tem uma gama de julgados importantes e recentes dos Tribunais
Superiores. Ademais, ressalta-se a alteração promovida no pacote anticrime na lei de improbidade administrativa,
prevendo o acordo de não persecução cível e a solução consensual, mecanismos autocompositivos, que devemos
estar atentos...

Por essa mudança de cenário, acreditamos que esse ponto tem altas chances de cobrança na nossa prova!
Fiquem atentos nesses pontos mais atuais e mudanças recentes!! #APOSTACICLOS

Estudem pelo material próprio ou pela FUC (FUC 10 e 17 de Direito Administrativo). Principalmente na matéria
de direito administrativo, atenção máxima à Lei 8.429/92 e aos julgados dos Tribunais Superiores.

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

#FOCONALEI: Vamos listar essas leis para auxiliar vocês na organização da leitura! Lembrem-se das obser-
vações deste ponto, ou seja, de tentar identificar esse panorama mais atual da Administração Pública!

DIPLOMA OBSERVAÇÕES
Lei de Improbidade Administrativa (#IMPORTANTE leitura integral! Atenção
Lei 8.429/1992 especial para o art. 17 e as mudanças promovidas pela lei anticrime #ALERTA-
MÁXIMO!)
Lei que inseriu os artigos 20 a 30 na LINDB (segurança jurídica e eficiência no
Lei 13.655/2018
direito público)... Leitura integral desses dispositivos! #ATENÇÃO
Lei de Responsabilidade Fiscal (Não tem grande incidência nas provas de direi-
Lei Complementar 101/2000
to administrativo, mas tem previsão no edital do TJ/SP, então dê uma lida só).
Lei 12.527/2011 Lei Federal de Acesso à Informação (importante a leitura!!)
Lei Geral de Proteção de Dados (lei com tendência de alta cobrança nas próxi-
Lei 13.709/2018 mas provas... façam a leitura atenta da lei, principalmente com foco nos artigos
23 a 31 #ATENÇÃO!!)
Lei Federal Anticorrupção (Lei pequena, vale a leitura e ainda está no edital! A
Lei 12.846/2013
FUC 17 de direito administrativo trata especificamente sobre o tema!)

#RAPIDINHAS: 10 COISAS QUE VOCÊ NÃO PODE ESQUECER:

1) Os ilícitos cometidos pelo servidor público podem se revestir de responsabilidade penal, cível ou adminis-
trativa. São três esferas próprias e independentes de responsabilização.
Na esfera penal, poderá haver o cometimento de crime contra a administração pública.
Na esfera administrativa, a infração funcional será apurada por meio de processo administrativo (PAD).
A improbidade administrativa, por sua vez, ocorre na esfera cível, dependendo de ação civil para a respon-
sabilização.

2) A punição para atos de improbidade administrativa está prevista na própria Constituição Federal, em seu
art. 37, §4º:
§4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem
prejuízo da ação penal cabível.
#ATENÇÃO ao artigo 12 da Lei de Improbidade Administrativa, que trata das sanções aplicáveis a cada espécie
de ato de improbidade!

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RAIO X

3) INDISPONIBILIDADE DOS BENS


#DEOLHONAJURIS #AJUDAMARCINHO:
A indisponibilidade pode ser decretada em qualquer hipótese de ato de improbidade?
Redação dos arts. 7º e 16 da LIA: NÃO. STJ e doutrina: SIM.
- A indisponibilidade pode ser decretada antes do recebimento da petição inicial da ação de improbidade.
- A indisponibilidade dos bens pode ser decretada sem ouvir o réu
- Para que seja decretada a indisponibilidade dos bens da pessoa suspeita de ter praticado ato de improbidade
não se exige a demonstração de fumus boni iuris e periculum in mora
- Desnecessária prova de que o réu esteja dilapidando seu patrimônio
- Pode ser decretada a indisponibilidade sobre bens que o acusado possuía antes da suposta prática do ato
de improbidade
- A indisponibilidade não pode recair sobre verbas absolutamente impenhoráveis
- Verbas trabalhistas não podem ser objeto de medida de indisponibilidade em ação de improbidade
- Indisponibilidade deve garantir o integral ressarcimento do prejuízo ao erário e a multa civil
- É possível que se determine a indisponibilidade de bens em valor superior ao indicado na inicial
- Desnecessária a individualização dos bens

4) #DEOLHONAJURIS: É possível imaginar que exista ato de improbidade com a atuação apenas do “tercei-
ro” (sem a participação de um agente público)? É possível que, em uma ação de improbidade administrativa,
o terceiro figure sozinho como réu? NÃO. Para que o terceiro seja responsabilizado pelas sanções da Lei nº
8.429/92, é indispensável que seja identificado algum agente público como autor da prática do ato de impro-
bidade. Assim, não é possível a propositura de ação de improbidade exclusivamente contra o particular, sem a
concomitante presença de agente público no polo passivo da demanda. STJ, julgado em 25/2/2014 (Info 535).

5) AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA


Sua natureza jurídica é de ação civil pública, mas há divergência. A doutrina MAJORITÁRIA defende que se
trata de ação civil pública com algumas regras próprias. Pode ser precedida de inquérito civil.
A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência de ação de improbidade administrativa está su-
jeita ao reexame necessário, com base na aplicação subsidiária do CPC e por aplicação analógica da primeira
parte do art. 19 da Lei nº 4.717/65. STJ. 1ª Seção. EREsp 1220667-MG, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
24/5/2017 (Info 607).

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

6) #DEOLHONATABELA #NOVIDADELEGISLATIVA #PACOTEANTICRIME:

Antes da Lei nº 13.964/2019 Depois da Lei nº 13.964/2019


“Art. 17. .........................................................................................
§ 1º As ações de que trata este artigo admitem a cele-
Art. 17. A ação principal, que terá o rito or- bração de acordo de não persecução cível, nos termos
dinário, será proposta pelo Ministério Público desta Lei.
ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de
.......................................................................................................
trinta dias da efetivação da medida cautelar.
§ 10-A. Havendo a possibilidade de solução consensu-
§ 1º É vedada a transação, acordo ou concilia-
al, poderão as partes requerer ao juiz a interrupção do
ção nas ações de que trata o caput.
prazo para a contestação, por prazo não superior a 90
(...) (noventa) dias.
...............................................................................................”
(NR)
#DEOLHONAJURIS É possível acordo de não persecução cível no âmbito da ação de improbidade adminis-
trativa em fase recursal. STJ. 1ª Turma. AREsp 1314581/SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 23/02/2021
(Info 686).
7) FORO POR PRERROGATIVA
#DEOLHONAJURIS: Inexiste foro por prerrogativa de função nas ações de improbidade administrativa. 2. Ma-
téria já pacificada na jurisprudência da Suprema Corte. (AG. REG. NO RE N. 590.136-MT, RELATOR: MIN. DIAS
TOFFOLI, DJ 20 a 24 de maio de 2013) INFO 707.
#DEOLHONAJURIS: É incompatível com a Constituição Federal norma de Constituição estadual que disponha
sobre nova hipótese de foro por prerrogativa de função, em especial relativo a ações destinadas a proces-
sar e julgar atos de improbidade administrativa. STF. Plenário. ADI 4870/ES, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
14/12/2020 (Info 1002).
8)

Artigo 9º Enriquecimento ilícito Deve existir o dolo


Pode ser o dolo ou a culpa por força da lei (DDD – DANO
Artigo 10 Prejuízo ao erário
DISPENSA O DOLO).
Violação aos princípios da A maioria dos doutrinadores (e pela letra da lei) exige o
Artigo 11
administração dolo.

9) A LC 157/2016 alterou a Lei nº 8.429/92 e criou uma quarta espécie de ato de improbidade administrativa.
Veja o novo artigo que foi inserido na Lei de Improbidade:
Seção II-A: Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concessão ou Aplicação Indevida de
Benefício Financeiro ou Tributário
Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou
manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Com-
plementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela LC 157/2016)

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

10) PRESCRIÇÃO
• Ações de ressarcimento decorrentes de ato de improbidade administrativa doloso: IMPRESCRITÍVEIS (§ 5º do
art. 37 da CF/88).
• Ações de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil: estão sujeitas à prescrição (são
prescritíveis) (RE 669069/MG).
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática
de ato doloso tipificado na Lei de Improbidade Administrativa. STF. Plenário. RE 852475/SP, Rel. orig. Min. Ale-
xandre de Moraes, Rel. para acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 08/08/2018 (repercussão geral) (Info 910).
#SÚMULASAINDODOFORNO
Súmula 634: Ao particular aplica-se o mesmo regime prescricional previsto na lei de impropriedade adminis-
trativa para os agentes públicos.

PONTO 26. Mandado de Segurança, Ação Popular e Ação Civil Pública.

Esse tema será muito visto e muito mais bem estudado em Direito Constitucional. Não se preocupem!

A previsão dessa temática em Direito Administrativo é justamente para abarcar a jurisprudência que estejam
relacionadas a essa ações constitucionais.

PONTO 28. Medidas para enfrentamento da emergência decorrente do novo coronavírus.

Último ponto de direito administrativo, mas não menos importante!!! Esse ponto nunca foi previsto em edital
nenhum, e o TJ/SP inovou ao criar um ponto específico sobre esse tema! Sinal de que teremos cobrança na nossa
prova sobre a pandemia (que aliás não acaba nunca, parece até matéria acumulada!!).

Por ser um tema novo, super atual e na moda é #APOSTACICLOS com certeza!

Foram criadas muitas leis no período de pandemia. Vamos listar aqui as mais importantes para você se orga-
nizar. Vale a leitura!!! Focar principalmente nas alterações realizadas por Emendas Constitucionais!

Leis Federais COVID-19


Emenda Constitucional nº 107 - “Adia, em razão da pandemia da Covid-19, as eleições municipais de outu-
bro de 2020 e os prazos eleitorais respectivos” #LINKCOMELEITORAL
Emenda Constitucional nº 106 - Institui regime extraordinário fiscal, financeiro e de contratações para en-
frentamento de calamidade pública nacional decorrente de pandemia. #MUITOIMPORTANTE #VAICAIR
#APOSTACICLOS
Lei Complementar nº 180, de 14.4.2021 - Altera a Lei Complementar nº 173, de 27 de maio de 2020, que
estabelece o Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus SARS-CoV-2 (Covid-19).

102 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

Lei Complementar nº 173, de 27 de maio de 2020 - Estabelece o Programa Federativo de Enfrentamento


ao Coronavírus SARS-CoV-2 (Covid-19), altera a Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, e dá outras
providências.
Lei nº 14.065, de 30 de setembro de 2020 - “Autoriza pagamentos antecipados nas licitações e nos contra-
tos realizados no âmbito da administração pública; adequa os limites de dispensa de licitação; amplia o uso
do Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC) durante o estado de calamidade pública reconhecido
pelo Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020; e altera a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020”;
#MUITOIMPORTANTE
Lei nº 14.046, de 24 de agosto de 2020 - “Dispõe sobre o adiamento e o cancelamento de serviços, de
reservas e de eventos dos setores de turismo e de cultura em razão do estado de calamidade pública reconhe-
cido pelo Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, e da emergência de saúde pública de importância
internacional decorrente da pandemia da Covid-19” #MAISIMPORTANTEPARACIVIL
Lei nº 14.035, de 11 de agosto de 2020 - Altera a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, para dispor sobre
procedimentos para a aquisição ou contratação de bens, serviços e insumos destinados ao enfrentamento da
emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto
de 2019.
Lei nº 14.011, de 10 de junho de 2020 - Aprimora os procedimentos de gestão e alienação dos imóveis da
União; altera as Leis nos 6.015, de 31 de dezembro de 1973, 9.636, de 15 de maio de 1998, 13.240, de 30 de
dezembro de 2015, 13.259, de 16 de março de 2016, e 10.204, de 22 de fevereiro de 2001, e o Decreto-Lei nº
2.398, de 21 de dezembro de 1987; revoga dispositivos das Leis nos 9.702, de 17 de novembro de 1998, 11.481,
de 31 de maio de 2007, e 13.874, de 20 de setembro de 2019; e dá outras providências.
Lei nº 14.006, de 28 de maio de 2020 - Altera a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, para estabelecer
o prazo de 72 (setenta e duas) horas para que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorize a
importação e distribuição de quaisquer materiais, medicamentos, equipamentos e insumos da área de saúde
registrados por autoridade sanitária estrangeira e autorizados à distribuição comercial em seus respectivos
países; e dá outras providências.
Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020 - Dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de
saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019. #MUI-
TOIMPORTANTE

Quanto ao tema, nesse período tivemos também muitas decisões dos Tribunais Superiores sobre o tema.

Então as nossas rapidinhas serão substituídas pelas decisões mais importantes sobre o coronavírus.

#RAPIDINHAS: JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO ADMINISTRATIVO SOBRE A PANDEMIA

Atendida a razoabilidade, é constitucional legislação estadual que prevê a vedação do corte do fornecimento
residencial dos serviços de energia elétrica, em razão do inadimplemento, parcelamento do débito, conside-
rada a crise sanitária. STF. Plenário. ADI 6588/AM, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 28/5/2021 (Info 1019).

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

Por usurpar a competência da União para legislar privativamente sobre direito civil e política de seguros, é for-
malmente inconstitucional lei estadual que estabelece a possibilidade de o Poder Executivo proibir a suspensão
ou o cancelamento de planos de saúde por falta de pagamento durante a situação de emergência do novo
coronavírus(Covid-19). STF. Plenário. ADI 6441/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 14/5/2021 (Info 1017).

Compete ao STF julgar, com base no art. 102, I, “f”, da CF/88, ação cível originária que questiona a inércia da
Administração Pública federal relativamente à organização, ao planejamento e à execução do Censo Demo-
gráfico do IBGE. Configura-se ilegítima a escolha política que, esvaziando as dotações orçamentárias vocacio-
nadas às pesquisas censitárias do IBGE, inibe a produção de dados demográficos essenciais ao acompanha-
mento dos resultados das políticas sociais do Estado brasileiro. STF. Plenário. ACO 3508 TA-Ref/DF, Rel. Min.
Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes, julgado em 14/5/2021 (Info 1017).

A contratação temporária de terceiros para o desempenho de funções do cargo de enfermeiro, em decorrên-


cia da pandemia causada pelo vírus Sars-CoV-2, e determinada por decisão judicial, não configura preterição
ilegal e arbitrária nem enseja direito a provimento em cargo público em favor de candidato aprovado em
cadastro de reserva. STJ. 2ª Turma. RMS 65757-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 04/05/2021
(Info 695). #MUITOIMPORTANTE

É possível que ente federado proceda à importação e distribuição, excepcional e temporária, de vacina contra
o coronavírus, no caso de ausência de manifestação, a esse respeito, da Agência Nacional de Vigilância Sa-
nitária - ANVISA no prazo estabelecido pelo art. 16 da Lei nº 14.124/2021. Caso concreto: no dia 08/04/2021,
o Estado do Maranhão ingressou com pedido de tutela provisória incidental alegando que a União estaria
descumprindo o Plano Nacional de Vacinação, o que teria levado o Estado a adquirir 4 milhões e meio de do-
ses da vacina Sputnik V, produzida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia. O Estado afirmou que, para conseguir
trazer regularmente as vacinas para o Brasil, protocolizou na Anvisa, no dia 29/03/2021, pedido de autorização
excepcional de uso e de importação da Sputnik V. Ocorre que a agência ainda não teria examinado o requeri-
mento, a despeito da situação de urgência. Diante disso, o Estado do Maranhão pediu ao STF, a título de tutela
provisória incidental, que seja determinado à Anvisa que emita autorização excepcional de uso e importação
da vacina Sputnik V, conforme requerimento apresentado. O STF deferiu em parte o pedido e determinou que
a Anvisa, no prazo máximo de 30 dias, a contar de 29/3/2021, decida sobre a importação excepcional e tem-
porária da vacina Sputnik V. Fundamento legal para a decisão: art. 16, § 4º da Lei nº 14.124/2021. STF. Plenário.
ACO 3451 TPI-Ref/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 30/4/2021 (Info 1015).

É compatível com a Constituição Federal a imposição de restrições à realização de cultos, missas e demais
atividades religiosas presenciais de caráter coletivo como medida de contenção do avanço da pandemia da
Covid-19. STF. Plenário. ADPF 811/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 8/4/2021 (Info 1012).

Em condições de recrudescimento da pandemia do novo coronavírus(Covid-19), não é constitucionalmente


aceitável qualquer retrocesso nas políticas públicas de saúde, como a que resulta em decréscimo no número
de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) habilitados (custeados) pela União. STF. Plenário. ACO 3473
MC-Ref/DF, ACO 3474 TP-Ref/SP, ACO 3475 TP-Ref/DF, ACO 3478 MC-Ref/PI e ACO 3483 TP-Ref/DF, Rel. Min.
Rosa Weber, julgado em 7/4/2021 (Info 1012).

É necessária a manutenção da divulgação integral dos dados epidemiológicos relativos à pandemia da Co-
vid-19. A interrupção abrupta da coleta e divulgação de importantes dados epidemiológicos, imprescindíveis
para a análise da série histórica de evolução da pandemia(Covid-19), caracteriza ofensa a preceitos funda-
mentais da Constituição Federal, nomeadamente o acesso à informação, os princípios da publicidade e da
transparência da Administração Pública e o direito à saúde. STF. Plenário. ADPF 690/DF, ADPF 691/DF e ADPF
692 /DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgados em 13/03/2021 (Info 1009).

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

A prudência — amparada nos princípios da prevenção e da precaução — aconselha que continuem em vigor
as medidas excepcionais previstas nos arts. 3º ao 3º-J da Lei nº 13.979/2020, dada a continuidade da situação
de emergência na área da saúde pública. STF. Plenário. ADI 6625 MC-Ref/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski,
julgado em 6/3/2021 (Info 1008).

A pretensão de que sejam editados e publicados critérios e subcritérios de vacinação por classes e subclasses
no Plano de Vacinação, assim como a ordem de preferência dentro de cada classe e subclasse, encontra ar-
rimo: • nos princípios da publicidade e da eficiência que regem a Administração Pública (art. 37, da CF/88); •
no direito à informação que assiste aos cidadãos em geral (art. 5º, XXXIII, e art. 37, § 2º, II); • na obrigação da
União de “planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas” (art. 21, XVII); • no dever
incontornável cometido ao Estado de assegurar a inviolabilidade do direito à vida (art. 5º, caput), traduzida por
uma “existência digna” (art. 170); e • no direito à saúde (art. 6º e art. 196). STF. Plenário. ADPF 754 TPI-segun-
da-Ref/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 27/2/2021 (Info 1007).

1) Em princípio, as vacinas a serem oferecidas contra a covid-19 são aquelas incluídas no Plano Nacional de
Operacionalização da Vacinação elaborado pela União; 2) Se o plano for descumprido pela União ou se
ele não atingir cobertura imunológica tempestiva e suficiente contra a doença, os Estados, DF e Municípios
poderão dispensar (conceder) à população as vacinas que esses entes possuírem, desde que tenham sido
previamente aprovadas pela Anvisa; 3) Se a Anvisa não expedir a autorização competente, no prazo de 72
horas, os Estados, DF e Municípios poderão importar e distribuir vacinas que já tenham sido registradas nos
EUA (EUA), na União Europeia (EMA), no Japão (PMDA) ou na China (NMPA). Além disso, tais entes poderão
também importar e distribuir quaisquer outras vacinas que já tenham sido aprovadas, em caráter emergencial
(Resolução DC/ANVISA 444, de 10/12/2020), pela ANVISA. Nas exatas palavras do STF: Os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, no caso de descumprimento do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação
contra a Covid-19 ou na hipótese de cobertura imunológica intempestiva e insuficiente, poderão dispensar às
respectivas populações: a) vacinas das quais disponham, previamente aprovadas pela Anvisa; e b) no caso não
expedição da autorização competente, no prazo de 72 horas, vacinas registradas por pelo menos uma das
autoridades sanitárias estrangeiras e liberadas para distribuição comercial nos respectivos países, bem como
quaisquer outras que vierem a ser aprovadas, em caráter emergencial. STF. Plenário. ADPF 770 MC-Ref/DF e
ACO 3451 MC-Ref/MA, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 24/2/2021 (Info 1006).

O STF determinou que a União elaborasse plano de combate à Covid-19 para população quilombola, com a
participação de representantes da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Qui-
lombolas – Conaq. Além disso, o STF deferiu pedido para suspender os processos judiciais, notadamente ações
possessórias, reivindicatórias de propriedade, imissões na posse, anulatórias de processos administrativos de
titulação, bem como os recursos vinculados a essas ações, sem prejuízo dos direitos territoriais das comunida-
des quilombolas até o término da pandemia. STF. Plenário. ADPF 742/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do
acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 24/2/2021 (Info 1006).

105 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

O STF julgou parcialmente procedente ADI, para conferir interpretação conforme à Constituição ao art. 3º, III,
“d”, da Lei nº 13.979/2020. Ao fazer isso, o STF disse que o Poder Público pode determinar aos cidadãos que
se submetam, compulsoriamente, à vacinação contra a Covid-19, prevista na Lei nº 13.979/2020. O Estado
pode impor aos cidadãos que recusem a vacinação as medidas restritivas previstas em lei (multa, impedimento
de frequentar determinados lugares, fazer matrícula em escola), mas não pode fazer a imunização à força.
Também ficou definido que os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios têm autonomia para re-
alizar campanhas locais de vacinação. A tese fixada foi a seguinte: (A) A vacinação compulsória não significa
vacinação forçada, por exigir sempre o consentimento do usuário, podendo, contudo, ser implementada por
meio de medidas indiretas, as quais compreendem, dentre outras, a restrição ao exercício de certas atividades
ou à frequência de determinados lugares, desde que previstas em lei, ou dela decorrentes, e (i) tenham como
base evidências científicas e análises estratégicas pertinentes, (ii) venham acompanhadas de ampla informação
sobre a eficácia, segurança e contraindicações dos imunizantes, (iii) respeitem a dignidade humana e os direi-
tos fundamentais das pessoas; (iv) atendam aos critérios de razoabilidade e proporcionalidade, e (v) sejam as
vacinas distribuídas universal e gratuitamente; e (B) tais medidas, com as limitações acima expostas, podem ser
implementadas tanto pela União como pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, respeitadas as respectivas
esferas de competência. STF. Plenário. ADI 6586, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 17/12/2020. (Info
1003)

É constitucional a obrigatoriedade de imunização por meio de vacina que, registrada em órgão de vigilância
sanitária, (i) tenha sido incluída no Programa Nacional de Imunizações ou (ii) tenha sua aplicação obrigatória
determinada em lei ou (iii) seja objeto de determinação da União, estado, Distrito Federal ou município, com
base em consenso médico-científico. Em tais casos, não se caracteriza violação à liberdade de consciência e de
convicção filosófica dos pais ou responsáveis, nem tampouco ao poder familiar. STF. Plenário. ARE 1267879/SP,
Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 16 e 17/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 1103) (Info 1003).

A redução da transparência dos dados referentes à pandemia de COVID-19 representa violação a preceitos
fundamentais da Constituição Federal, nomeadamente o acesso à informação, os princípios da publicidade
e transparência da Administração Pública e o direito à saúde. STF. Plenário. ADPF 690 MC-Ref/DF, ADPF 691
MC-Ref/DF e ADPF 692 MC-Ref/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 20/11/2020 (Info 1000). #MUI-
TOIMPORTANTE

Os limites da despesa total com pessoal e as vedações à concessão de vantagens, reajustes e aumentos re-
muneratórios previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal somente podem ser afastados quando a despesa
for de caráter temporário, com vigência e efeitos restritos à duração da calamidade pública, e com propósito
exclusivo de enfrentar tal calamidade e suas consequências sociais e econômicas. STF. Plenário. ADI 6394/AC,
Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 20/11/2020 (Info 1000).

O art. 3º, caput, VII e § 7º, III, da Lei nº 13.979/2020 autoriza que os gestores locais de saúde (secretarias esta-
duais e municipais, p. ex.), mesmo sem autorização do Ministério da Saúde, façam a requisição de bens e servi-
ços. O STF afirmou que esses dispositivos são constitucionais. Não se exige autorização do Ministério da Saúde
para que os Estados-membros, Distrito Federal e Municípios decretem a requisição administrativa prevista no
art. 3º, caput, VII e § 7º, III, da Lei nº 13.979/2020, no exercício de suas competências constitucionais. STF. Ple-
nário. ADI 6362/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 2/9/2020 (Info 989). #MUITOIMPORTANTE

106 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

A associação “Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e seis partidos políticos ajuizaram arguição de
descumprimento de preceito fundamental alegando que o Poder Público estava falhando na proteção dos
povos indígenas com relação à pandemia da Covid-19. Os autores apontaram uma série de atos comissivos e
omissivos do Poder Público que, segundo eles, estavam causando alto risco de contágio e de extermínio dos
povos indígenas. Os requerentes apontaram que tais atos violam a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III,
da CF/88), o direito à vida (art. 5º, caput) e o direito à saúde (arts. 6º e 196), além do direito de tais povos a
viverem em seu território, de acordo com suas culturas e tradições (art. 231). Na ação, os autores pedem a rea-
lização de diversas medidas necessárias para a proteção dos povos indígenas. O Min. Roberto Barroso (relator)
deferiu parcialmente a medida cautelar para que a União implemente, em resumo, as seguintes providências:
Quanto aos povos indígenas em isolamento ou povos indígenas de recente contato: 1. Criação de barreiras
sanitárias, que impeçam o ingresso de terceiros em seus territórios; 2. Criação de Sala de Situação, para gestão
de ações de combate à pandemia quanto aos Povos Indígenas em Isolamento e de Contato Recente. Quanto
aos povos indígenas em geral: 1. Inclusão de medida emergencial de contenção e isolamento dos invasores em
relação às comunidades indígenas ou providência alternativa, apta a evitar o contato. 2. Imediata extensão dos
serviços do Subsistema Indígena de Saúde. 3. Elaboração e monitoramento de um Plano de Enfrentamento
da COVID-19 para os Povos Indígenas Brasileiros pela União. O Plenário do STF referendou a medida cautelar
concedida. STF. Plenário. ADPF 709 Ref-MC/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 3 e 5/8/2020 (Info 985).

I – É constitucional a vedação de continuidade da percepção de aposentadoria especial se o beneficiário per-


manece laborando em atividade especial ou a ela retorna, seja essa atividade especial aquela que ensejou a
aposentação precoce ou não. II – Nas hipóteses em que o segurado solicitar a aposentadoria e continuar a
exercer o labor especial, a data de início do benefício será a data de entrada do requerimento, remontando a
esse marco, inclusive, os efeitos financeiros; efetivada, contudo, seja na via administrativa, seja na judicial, a im-
plantação do benefício, uma vez verificada a continuidade ou o retorno ao labor nocivo, cessará o pagamento
do benefício previdenciário em questão. STF. Plenário. RE 791961 ED, Rel. Dias Toffoli, julgado em 24/02/2021.

A MP 966/2020, que dispõe sobre a responsabilização de agentes públicos por ação e omissão em atos re-
lacionados com a pandemia da covid-19. O STF decidiu que a MP é, em princípio, constitucional, mas deverá
ser feita uma interpretação conforme à Constituição. Desse modo, o Plenário do STF deferiu parcialmente a
medida cautelar para: 1) conferir interpretação conforme à Constituição ao art. 2º da MP 966/2020, no sentido
de estabelecer que, na caracterização de erro grosseiro, deve-se levar em consideração a observância, pelas
autoridades: a) de standards, normas e critérios científicos e técnicos, tal como estabelecidos por organizações
e entidades internacional e nacionalmente conhecidas; bem como b) dos princípios constitucionais da precau-
ção e da prevenção; e 2) conferir, ainda, interpretação conforme à Constituição ao art. 1º da MP 966/2020, para
explicitar que, para os fins de tal dispositivo, a autoridade à qual compete a decisão deve exigir que a opinião
técnica trate expressamente: (i) das normas e critérios científicos e técnicos aplicáveis à matéria, tal como es-
tabelecidos por organizações e entidades reconhecidas nacional e internacionalmente; (ii) da observância dos
princípios constitucionais da precaução e da prevenção. Foram fixadas as seguintes teses: 1. Configura erro
grosseiro o ato administrativo que ensejar violação ao direito à vida, à saúde, ao meio ambiente equilibrado
ou impactos adversos à economia, por inobservância: i) de normas e critérios científicos e técnicos; ou ii) dos
princípios constitucionais da precaução e da prevenção. 2. A autoridade a quem compete decidir deve exigir
que as opiniões técnicas em que baseará sua decisão tratem expressamente: i) das normas e critérios científicos
e técnicos aplicáveis à matéria, tal como estabelecidos por organizações e entidades internacional e nacio-
nalmente reconhecidas; e ii) da observância dos princípios constitucionais da precaução e da prevenção, sob
pena de se tornarem corresponsáveis por eventuais violações a direitos. Vale ressaltar que a MP não trata de
crime ou de ato ilícito. Assim, qualquer interpretação do texto impugnado que dê imunidade a agentes públi-
cos quanto a ato ilícito ou de improbidade deve ser excluída. STF. Plenário. ADI 6421 MC/DF, Rel. Min. Roberto
Barroso, julgado em 20 e 21/5/2020 (Info 978). #MUITOIMPORTANTE #VAICAIR

107 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

A MP 954/2020 determinava que, durante a emergência de saúde decorrente do covid-19, as empresas de te-
lefonia fixa e móvel deveriam fornecer ao IBGE os dados dos seus clientes: relação dos nomes, números de te-
lefone e endereços. Segundo a MP, essas informações seriam utilizadas para a produção das estatísticas oficial,
com o objetivo de realizar entrevistas não presenciais com os clientes das empresas. As informações disciplina-
das pela MP 954/2020 configuram dados pessoais e, portanto, estão protegidas pelas cláusulas constitucionais
que asseguram a liberdade individual (art. 5º, caput), a privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade
(art. 5º, X e XII). Sua manipulação e tratamento deverão respeitar esses direitos e os limites estabelecidos pela
Constituição. A MP 954/2020 exorbitou dos limites traçados pela Constituição porque diz que os dados serão
utilizados exclusivamente para a produção estatística oficial, mas não delimita o objeto da estatística a ser pro-
duzida, nem a finalidade específica ou a sua amplitude. A MP 954/2020 não apresenta também mecanismos
técnico ou administrativo para proteger os dados pessoais de acessos não autorizados, vazamentos acidentais
ou utilização indevida. Diante disso, constata-se que a MP violou a garantia do devido processo legal (art. 5º,
LIV, da CF), em sua dimensão substantiva (princípio da proporcionalidade). STF. Plenário. ADI 6387, ADI 6388,
ADI 6389, ADI 6390 e ADI 6393 MC-Ref/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 6 e 7/5/2020 (Info 976).

A Lei nº 13.979/2020 previu, em seu art. 3º, um rol exemplificativo de oito medidas que podem ser adotadas
pelo poder público para o combate ao coronavírus. O art. 3º, VI, “b”, e os §§ 6º e 7º, II, da Lei nº 13.979/2020
estabeleceram que os Estados e Municípios somente poderia adotar algumas medidas se houvesse autoriza-
ção da União. O STF, ao apreciar ADI contra a Lei, decidiu: a) suspender parcialmente, sem redução de texto,
o disposto no art. 3º, VI, “b”, e §§ 6º e 7º, II, da Lei nº 13.979/2020, a fim de excluir estados e municípios da
necessidade de autorização ou de observância ao ente federal; e b) conferir interpretação conforme aos referi-
dos dispositivos no sentido de que as medidas neles previstas devem ser precedidas de recomendação técnica
e fundamentada, devendo ainda ser resguardada a locomoção dos produtos e serviços essenciais definidos
por decreto da respectiva autoridade federativa, sempre respeitadas as definições no âmbito da competência
constitucional de cada ente federativo. Assim, os Estados/DF e Municípios podem, mesmo sem autorização
da União, adotar medidas como isolamento, quarentena, exumação, necropsia, cremação e manejo de cadá-
ver e restrição à locomoção interestadual e intermunicipal em rodovias, portos ou aeroportos. Vale ressaltar
que Estados e Municípios não podem fechar fronteiras, pois sairiam de suas competências constitucionais. A
adoção de medidas restritivas relativas à locomoção e ao transporte, por qualquer dos entes federativos, deve
estar embasada em recomendação técnica fundamentada de órgãos da vigilância sanitária e tem de preservar
o transporte de produtos e serviços essenciais, assim definidos nos decretos da autoridade federativa compe-
tente. STF. Plenário. ADI 6343 MC-Ref/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 6/5/2020 (Info 976).

A Lei nº 13.979/2020 prevê medidas que poderão ser adotadas pelo Brasil para enfrentamento da emergência
de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus. A MP 926/2020 alterou o caput e
o inciso VI do art. 3º da Lei nº 13.979/2020 e acrescentou os §§ 8º a 11 ao art. 3º da Lei nº 13.979/2020. Foi
ajuizada uma ADI contra esta MP. O STF, ao apreciar a medida cautelar, decidiu: • confirmar a medida acau-
teladora concedida monocraticamente pelo Relator para “tornar explícita, no campo pedagógico e na dicção
do Supremo, a competência concorrente.” Em outras palavras, as providências adotadas pelo Governo Federal
“não afastam atos a serem praticados por Estado, o Distrito Federal e Município considerada a competência
concorrente na forma do artigo 23, inciso II, da Lei Maior.” • dar interpretação conforme à Constituição ao § 9º
do art. 3º da Lei nº 13.979/2020, a fim de explicitar que o Presidente da República pode dispor, mediante de-
creto, sobre os serviços públicos e atividades essenciais, no entanto, esse decreto deverá preservar a atribuição
de cada esfera de governo, nos termos do inciso I do art. 198 da Constituição Federal. STF. Plenário. ADI 6341
MC-Ref/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 15/4/2020 (Info 973).

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

RAIO-X – RETA FINAL TJSP

DIREITO AMBIENTAL
Pessoal, direito ambiental não tem muito mistério. Infelizmente ou felizmente, nessa matéria o examinador
não pode inovar muito não! O segredo (que já não é mais segredo para ninguém) é um só: LETRA DE LEI (MUITA!)
e JURIS.

Nas últimas provas do TJ/SP, responsabilidade ambiental e tutela processual civil do meio ambiente foram os
temas mais cobrados.

A lei 9.605/98 é a campeã de incidência e, no concurso passado, a lei 6.938/91 também deu as caras.

#SELIGA Vamos aos percentuais de cobrança:

Assuntos Percentual de cobrança


1. Responsabilidade ambiental e Lei 9.605/98 26,67 %
2. Política Nacional do Meio Ambiente 20 %
3. Código Florestal – Lei nº 12.651 de 2012 16,67 %
4. Princípios do direito ambiental 13,33 %
5. Conceitos Gerais 6,67 %
6. Direito Constitucional Ambiental 3,33 %
7. Política Nacional de Resíduos Sólidos 3,33 %

As provas de magistratura do TJ/SP contam, em média, com 5 a 6 questões de direito ambiental. A última
prova do TJSP, todavia, teve apenas 3 questões de ambiental... Se isso pode se repetir? Não sabemos! Mas vamos
estudar sempre para mais, pensando em 5 a 6 questões, ok?

Vamos agora para análise do que mais cai em direito ambiental:

Fundamento Porcentagem
Legislação 56,67 %
Doutrina 23,33 %
Jurisprudência 20 %

Como você mesmo pode observar, o que manda é a letra de lei!

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

#STALKER A titular da Seção de Direito Público é a desembargadora Luciana Almeida Prado Bresciani. Va-
mos conhecer mais o perfil dessa nossa examinadora? Ela possui dois títulos em dois cursos de pós-graduação: Di-
reito Privado e do Consumidor e Direito Público e Direito dos Usuários de Serviços Públicos, demonstrando grande
conhecimento na área. Além disso, já atuou em também diversas Turmas Especiais de Direito Público do Tribunal de
São Paulo. Quanto a direito ambiental, não tem muito o que analisar da banca, tendo em vista que, nessa matéria,
a cobrança é sempre feita pela letra fria da lei.

Dessa forma, é legislação em uma mão, café na outra e muita leitura da lei!!!

PONTO 1. Fundamentos éticos e filosóficos do direito ambiental.


PONTO 2. A Constituição e o Meio Ambiente. O artigo 225: objetivo, alcance e reflexos. Ambiente
ecologicamente equilibrado como direito fundamental. Natureza pública da proteção ambiental. Tratados
Internacionais sobre tema ambiental.
PONTO 3. Princípios constitucionais ambientais. Princípio da solidariedade intergeracional. Princípio do
desenvolvimento sustentável. Princípio do poluidor-pagador. Princípio do usuário-pagador. Princípio
da função socioambiental da propriedade. Princípio da prevenção. Princípio da precaução. Princípio da
participação. Princípio da informação ambiental. Princípio da ubiquidade. Princípio da moralidade e o
meio ambiente. Outros princípios ambientais implícitos ou extraíveis do sistema constitucional.
PONTO 6. Urbanismo. Meio ambiente urbano. Instrumentos urbanísticos de tutela do meio ambiente. A
ética ambiental e o Estatuto da Cidade.

Galera, nesses pontos iniciais, a parte mais importante é a leitura do art. 225 da CF/88. Para Direito ambiental,
esse artigo deve ser lido mais de uma vez e de “cabo a rabo”... Estejam sempre passando o olho por esse artigo e
dando uma olhada na jurisprudência mais recente sobre ele.

Sobre o art. 225, vale a pena dar uma olhada no Informativo 896 do STF.

Estudem pelo material próprio de vocês ou pela FUC (FUC 1 de Direito Ambiental).

Ao longo do nosso raio-x, vamos indicar alguns dispositivos legais correlatos, principalmente na matéria de
princípios. Também fiquem atentos aos julgados do STF e do STJ que trazem fundamentação baseada nos princí-
pios ambientais.

Sobre princípios, não deixem de saber de cor a diferença entre o princípio da precaução e o da prevenção,
pois, apesar de batido, esse tema sempre cai.

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

#RAPIDINHAS: 10 COISAS QUE VOCÊ NÃO PODE ESQUECER:

1) No que diz respeito aos pressupostos filosóficos do Direito Ambiental, o antropocentrismo e o biocen-
trismo se sobressaem como concepções predominantes. Na primeira, oriunda das tradições aristotélicas e
judaico-cristãs, o ser humano é apontado como titular e destinatário de todos os recursos naturais existentes,
devendo a proteção ao meio ambiente ocorrer apenas na medida necessária para que os interesses humanos
sejam resguardados.
Já na segunda concepção, que se fundamenta na Ecologia Profunda, cada recurso natural possui um valor
intrínseco e deve ser protegido em razão de sua função ecológica, pois os seres vivos e os elementos que
propiciam a vida fazem parte de um sistema integrado e interdependente, sendo o ser humano apenas uma
parte dessa complexa teia.
Apesar de a Constituição Federal adotar a visão antropocêntrica, deve-se ressaltar que se trata de antropo-
centrismo alargado, pois se defende uma posição suficientemente abrangente, a ponto de reconhecer a
interdependência entre os seres humanos e a natureza.
2) Entende-se que o meio-ambiente é uno e indivisível, mas, para fins didáticos, pode ser subdividido em 4
segmentos: natural, cultural, artificial e do trabalho.
● Natural: formados pelos bens da natureza, com vida (bióticos) e sem vida (abióticos). Existem independen-
temente da atuação humana: fauna, flora, recursos hídricos, ar, solo, etc.
Cultural, artificial e do trabalho: decorrem de uma atuação antrópica, corpóreos e incorpóreos. A diferenciação
é de acordo com o ponto de vista a ser adotado.
● Cultural: ligado à formação, ação e memória dos diferentes grupos da sociedade brasileira, podendo ser
materiais ou imateriais.
● Do trabalho: é previsto expressamente no art. 200 da CF, composto por bens que buscam viabilizar o exer-
cício digno e seguro do labor.
● Artificial: são os bens corpóreos que não fazem parte do meio-ambiente cultural ou do trabalho. Ex.: casa
recém construída.
3) PRINCÍPIOS PREVENÇÃO E PRECAUÇÃO
Ambos buscam evitar a ocorrência de danos ao meio ambiente ou, se toleráveis, reduzido ao máximo o im-
pacto ao meio-ambiente.
Passada a base comum, temos a seguinte divisão:
Prevenção: parte da certeza, da convicção científica. É o risco concreto, conhecido, certo. Trabalha com a
certeza do dano, de modo a minorá-lo ou evitá-lo.
O princípio da prevenção é o maior alicerce do Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA).
Precaução: trabalha com situações controversas, riscos incertos e potenciais. São atividades que normalmente
decorrem de inovação tecnológica. A dúvida sempre deve militar em favor do meio-ambiente. In dubio pro
natura. Implícito na CF/88.
Quando haja perigo de dano grave e irreversível, a falta de certeza científica absoluta não deverá ser utilizada
como razão para postergar a adoção de medidas eficazes para impedir a degradação ambiental.
É com base no princípio da precaução que parte da doutrina sustenta a possibilidade de inversão do
ônus da prova nas demandas ambientais, carreando ao réu (suposto poluidor) a obrigação de provar
que a sua atividade não é perigosa nem poluidora.

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

4) PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL


O desenvolvimento sustentável é o modelo que procura coadunar os 3 PILARES: aspectos ambiental, econô-
mico e social, buscando um ponto de equilíbrio entre a utilização dos recursos naturais, o crescimento econô-
mico e a equidade social.
Pode ser extraído do art. 225 e 170, VI, da CF.
5) PRINCÍPIO DO POLUIDOR PAGADOR OU DA RESPONSABILIDADE
Esse princípio estabelece que aquele que utilizar o recurso ambiental deve suportar seus custos, sem que essa
cobrança resulte na imposição taxas abusivas, de maneira que nem o Poder Público nem terceiros sofram com
tais custos. O objetivo do princípio do poluidor-pagador é forçar a iniciativa privada a internalizar os custos
ambientais gerados pela produção e pelo consumo na forma de degradação e de escasseamento dos recursos
ambientais.
Por fim, vale ressaltar que o princípio poluidor-pagador possui viés preventivo e repressivo, ao mesmo tempo
em que promove o ressarcimento do dano ambiental, também visa evitá-lo.

6) PRINCÍPIO DO USUÁRIO PAGADOR


Todos aqueles que se utilizam dos bens da natureza, devem pagar por eles, havendo degradação ou não, já
que os bens naturais possuem economicidade.
A ideia é de definição de valor econômico ao bem natural com o intuito de racionalizar o seu uso e evitar seu
desperdício. Bens são finitos.
Saliente-se que é um dos objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente “a imposição, ao poluidor e ao
predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela uti-
lização de recursos ambientais com fins econômicos”, nos moldes do inciso VII, do artigo 4.º, da Lei 6.938/1981.
Também há previsão na Lei 9.433/97 (Política Nacional de Recursos Hídricos) = a água constitui um recurso
natural limitado, dotado de valor econômico (art. 1º). A cobrança pelo uso de recursos hídricos objetiva a)
reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário uma indicação de seu real valor; e b) incentivar a
racionalização do uso da água (art. 19).

7) PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE INTERGERACIONAL OU EQUIDADE


É o pacto entre as gerações, além disso, decorre do princípio do desenvolvimento sustentável.
Pode ser extraído do caput do art. 225 da CF, pela imposição de defender o meio-ambiente para as futuras
gerações.

8) PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃO
O princípio da informação, também conhecido como princípio da publicidade, parte do pressuposto de que
toda informação em matéria ambiental é de interesse coletivo, e que no caso de inexistência caberá ao Estado
produzi-la, tamanha é sua importância para a construção do Estado de Direito Ambiental. De um lado, é com
base em informações atualizadas e concretas que a Administração Pública tomará decisões, seja no que diz
respeito às políticas ambientais propriamente ditas, seja no que diz respeito às políticas públicas que fazem
interface com a questão ambiental.
De outro lado, sem essas informações, a sociedade civil não poderá fazer reivindicações adequadas ou per-
tinentes, em razão do desconhecimento da matéria. Tanto é que vários autores consideram o princípio da
informação como um desdobramento do princípio da participação.
Participação por meio de audiências públicas. No caso de populações tradicionais é imprescindível a consulta
pública (convenção 169/OIT).

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RAIO X

9) PRINCÍPIO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL


A educação ambiental guarda correlação com a efetiva participação dos cidadãos no controle do Estado e da
iniciativa privada com vistas à preservação do meio ambiente, na medida em que permite o pleno exercício da
cidadania ambiental.
CF, art. 225, § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preser-
vação do meio ambiente;

10) #CENÁRIOATUAL Gente, tem dois princípios que são super conhecidos em direito ambiental, os princípios
da prevenção e da precaução... Com certeza algum dia você já se pegou fazendo alguma questão de ambien-
tal sobre eles ou tentando decorar a diferenciação: prevenção se refere aos riscos conhecidos, e a precaução
se refere aos riscos incertos, ainda desconhecidos, mas potenciais... A novidade é que o STF, em julgados re-
centes de 2020 e 2021, vem aplicando esses dois princípios ao tratar da pandemia de Covid-19! Principalmente
em assuntos relacionados a direito constitucional, aos direitos e garantias fundamentais, os Ministros vêm
justificando a atuação do STF (#LINKMENTAL ativismo judicial), para impor medidas de enfrentamento à pan-
demia, nos princípios da prevenção e da precaução. Ou seja, deve haver uma atuação do Poder Público para
evitar a ocorrência de riscos já conhecidos, e dos riscos ainda desconhecidos, decorrentes da contaminação
pelo vírus... Ressalto especialmente dois julgados que tratam da necessidade do Poder Público de atuar para
conter a contaminação nas comunidades indígenas e quilombolas. Esses grupos são especialmente vulneráveis
às contaminações virais pois, ao viverem em comunidades geralmente afastadas dos grandes centros urbanos,
não desenvolveram um sistema imunológico resistente ao vírus. Assim, os riscos decorrentes da contaminação
dessas comunidades poderia significar a extinção inteira de etnias, sendo essa justamente a aplicação do prin-
cípio da precaução! Ademais, os danos advindos da diminuição desses grupos étnicos influiria em toda a ideia
de meio ambiente natural e cultural, pois são comunidades que possuem uma relação de preservação do meio
ambiente, das tradições, de valorizar os recursos naturais.
#AJUDAMARCINHO
É dever do Poder Público elaborar e implementar plano para o enfrentamento da pandemia COVID-19
nas comunidades quilombolas. STF. Plenário. ADPF 742/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min.
Edson Fachin, julgado em 24/2/2021 (Info 1006).
STF determina que governo federal adote medidas para conter o avanço da Covid-19 entre indígenas. STF.
Plenário. ADPF 709 Ref-MC/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 3 e 5/8/2020 (Info 985).
STF estendeu a vigência das medidas de combate à covid-19 elencadas na Lei 13.979/2020 e que estavam
previstas para terminar em 31/12/2020
A prudência — amparada nos princípios da prevenção e da precaução — aconselha que continuem em vigor
as medidas excepcionais previstas nos arts. 3º ao 3º-J da Lei nº 13.979/2020, dada a continuidade da situação
de emergência na área da saúde pública. STF. Plenário. ADI 6625 MC-Ref/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski,
julgado em 6/3/2021 (Info 1008).

PONTO 4. Deveres genéricos do Poder Público em relação ao meio ambiente. Deveres específicos do
Poder Público em relação ao meio ambiente. Competências administrativa, legislativa e jurisdicional em
matéria ambiental.

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

PONTO 8. Patrimônio ambiental natural. Ar, Água, Solo, Flora, Fauna. Patrimônio ambiental cultural.
Patrimônio ambiental artificial. Patrimônio genético, biotecnologia e biossegurança. Política Nacional da
Biodiversidade.

Pessoal, esses são pontos que a banca pode pedir tudo, mas geralmente a cobrança se dá através de juris-
prudência, letra de lei e mais o art. 225 da CF.

Competência e a LC 140/11 são temas que nunca caíram no TJ/SP, mas nem por isso devemos esquecer dela,
pois que, há uma incidência muito grande de questões recentes sobre o referido diploma legislativo em provas de
magistratura.

Estudem pelo material próprio ou pela FUC (FUC 02 de Direito Ambiental).

Quanto ao ponto 8, estudem pelo material próprio ou pela FUC (FUC 07 de Direito Ambiental).

#FOCONALEI: Leitura da Lei Complementar nº 140/11. Alguns dispositivos constitucionais são importantes
aqui, vamos abordá-los na nossa #RAPIDINHA!

#RAPIDINHAS: 10 COISAS QUE VOCÊ NÃO PODE ESQUECER:

1)

A Constituição de 1988 protege o meio ambiente equilibrado tanto como direito subjetivo, quanto como
direito objetivo.
Dimensão Objetiva Dimensão subjetiva
Reconhece o direito ao meio ambiente equilibrado Admite o meio ambiente equilibrado como direi-
como dever ou tarefa estatal. to individual e de liberdade de cada indivíduo de
acesso, uso e gozo de um ambiente saudável.
- O meio ambiente saudável é classificado pela doutrina clássica como interesse difuso e de terceira geração.
- Possui conteúdo bifronte, pois abrange direito de defesa e direito prestacional.
- Segundo decisão do Superior Tribunal de Justiça, o grande risco oferecido, a toda a humanidade, pelo dano
ambiental, é um dos principais argumentos para que o direito a sua reparação seja considerado imprescritível.
2) BENS PÚBLICOS AMBIENTAIS
Os bens naturais, objetos do Direito Ambiental, normalmente são classificados como “bens de uso comum do
povo” ou como “bens de uso especial”, em função de sua destinação ou afetação a fins públicos.
Importante frisar que a expressão “bem de uso comum do povo” utilizada no caput do artigo 225 da Constitui-
ção de 1988 não se refere à classificação dos bens públicos. Ao atribuir a característica de bem de uso comum
do povo ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, o intuito do legislador constituinte foi o de reforçar a
ideia de interesse transindividual no meio ambiente saudável, tendo em vista a titularidade coletiva dos bens
naturais. O Poder Público é mero gestor do meio ambiente, que pode ser classificado como patrimônio público
em sentido amplo, a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo.

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

3) Art. 225, §4º, CF: A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Gros-
sense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições
que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
O termo “patrimônio nacional” é utilizado no sentido de valor e importância de tais biomas para a proteção
ambiental e não como bem pertencente à União. RE 300244, STF: “Não é a Mata Atlântica, que integra o pa-
trimônio nacional a que alude o artigo 225, §4º, da Constituição Federal, bem da União”.
4) BENS DA UNIÃO: Art. 20, CF
Art. 20. São bens da União:
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias
federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
III - Os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um
Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem
como os terrenos marginais e as praias fluviais;
Segundo os critérios definidos pela ANA (Agência Nacional de Águas), os trechos de rios que compõem os
cursos principais das bacias hidrográficas que transpassam ou compõem limites estaduais são de domínio
federal.
IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas
e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao
serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;
VI - o mar territorial;
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
Obs: lembrar que as terras ocupadas pelos quilombolas são de propriedade das comunidades quilombolas, e
não da União.
BENS ESTADUAIS: Art. 26, CF
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma
da lei, as decorrentes de obras da União;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da
União, Municípios ou terceiros;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

5) #AJUDAMARCINHO
Federalismo cooperativo ecológico
Quando se fala em repartição de competências relacionadas com matéria ambiental, existe um conceito muito
relevante que é o de federalismo cooperativo ecológico. Confira a lição da doutrina sobre o tema:
“O exercício das competências constitucionais (legislativas e executivas) em matéria ambiental, respeitados os
espaços político-jurídicos de cada ente federativo, deve rumar para a realização do objetivo constitucional ex-
presso no art. 225 da CF/1988, inclusive sob a caracterização de um dever de cooperação entre os entes fede-
rativos no cumprimento dos seus deveres de proteção ambiental. Isso implica a adequação das competências
constitucionais ambientais ao princípio da subsidiariedade, enquanto princípio constitucional implícito no nos-
so sistema constitucional, o qual conduz à descentralização do sistema de competências e ao fortalecimento
da autonomia dos entes federativos inferiores (ou periféricos) naquilo em que representar o fortalecimento dos
instrumentos de proteção ambiental e dos mecanismos de participação política, sob o marco jurídico-cons-
titucional de um federalismo cooperativo ecológico.” (SARLET, Ingo Wolfgang; FENSTERSEIFER, Tiago. Direito
Constitucional Ambiental. 4. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014, p. 157).
6) COMPETÊNCIA LEGISLATIVA PRIVATIVA DA UNIÃO (art. 22, CF)
É possível de delegação por meio de LC aos Estados (art. 22, parágrafo único).
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
(...)
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; #ATENÇÃOMÁXIMA
(...)
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;
(...)
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
(...)
XIV - populações indígenas;
(...)
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;
(...)
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;

7) COMPETÊNCIA LEGISLATIVA MUNICIPAL


#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #AJUDAMARCINHO: Inconstitucionalidade de Lei Municipal que proíbe a
queima da cana
O Município é competente para legislar sobre o meio ambiente, juntamente com a União e o Esta-
do-membro/DF, no limite do seu interesse local e desde que esse regramento seja harmônico com a
disciplina estabelecida pelos demais entes federados (art. 24, VI, c/c o art. 30, I e II, da CF/88).
O STF julgou inconstitucional lei municipal que proíbe, sob qualquer forma, o emprego de fogo para fins de
limpeza e preparo do solo no referido município, inclusive para o preparo do plantio e para a colheita de ca-
na-de-açúcar e de outras culturas.

116 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

Entendeu-se que seria necessário ponderar, de um lado, a proteção do meio ambiente obtida com a proibição
imediata da queima da cana e, de outro, a preservação dos empregos dos trabalhadores que atuem neste
setor. No caso, o STF entendeu que deveria prevalecer a garantia dos empregos dos trabalhadores canavieiros,
que merecem proteção diante do chamado progresso tecnológico e da respectiva mecanização, ambos trazi-
dos pela pretensão de proibição imediata da colheita da cana mediante uso de fogo.
Além disso, as normas federais que tratam sobre o assunto apontam para a necessidade de se traçar um pla-
nejamento com o intuito de se extinguir gradativamente o uso do fogo como método despalhador e facilitador
para o corte da cana. Nesse sentido: Lei 12.651/2012 (art. 40) e Decreto 2.661/98. STF. Plenário. RE 586224/SP,
Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 5/3/2015 (repercussão geral) (Info 776).
Os Municípios podem legislar sobre Direito Ambiental, desde que o façam fundamentadamente. STF.
2ª Turma. ARE 748206 AgR/SC, Rel Min. Celso de Mello, julgado em 14/3/2017 (Info 857).
O Município tem competência para legislar sobre meio ambiente e controle da poluição, quando se
tratar de interesse local. Ex: é constitucional lei municipal, regulamentada por decreto, que preveja a apli-
cação de multas para os proprietários de veículos automotores que emitem fumaça acima de padrões consi-
derados aceitáveis. STF. Plenário. RE 194704/MG, rel. orig. Min. Carlos Velloso, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin,
julgado em 29/6/2017 (Info 870).

8) COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONCORRENTE


Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
(...)
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do
meio ambiente e controle da poluição; #ATENÇÃOMÁXIMA
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico;
(...)
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas
gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar
dos Estados. (COMPETÊNCIA SUPLEMENTAR/COMPLEMENTAR)
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena,
para atender a suas peculiaridades. (CONCORRÊNCIA SUPLETIVA OU PLENA)
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que
lhe for contrário.
Pode-se dizer que existe um verdadeiro Paralelismo Triplo de Normas Ambientais (#DeOlhoNaNomenclatura).
A União editará as regras gerais; os Estados e o DF, observadas as normas gerais, editarão normas observando
seus interesses regionais, enquanto que os municípios as editará de acordo com os interesses locais, mas sem-
pre observando aquelas que lhe sobrepõem. = Princípio da Predominância do Interesse.

117 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

9) COMPETÊNCIA MATERIAL (ADMINISTRATIVA):


Ao contrário da competência legislativa, a competência material não confere poder para legislar sobre ma-
térias por ela abrangidas, mas apenas atribui o poder de execução. A competência material subdivide-se em
competência material exclusiva (U) e competência material comum (U/E/DF/M).
Obs: Na competência material, as hipóteses estão previstas por VERBOS!!
 EXCLUSIVA: União.
Art. 21. Compete à União:
(...)
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econô-
mico e social;
(...)
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8,
de 15/08/95:)
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articu-
lação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que
transponham os limites de Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;
f ) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
(...)
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional;
(...)
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos
de seu uso; (Regulamento)
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes
urbanos;
(...)
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a
pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares
e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprova-
ção do Congresso Nacional;

118 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa
e usos médicos, agrícolas e industriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos de
meia-vida igual ou inferior a duas horas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 49, de 2006)
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa.

Î COMUM: União, DF, Estados e Municípios.

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
(...)
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de sanea-
mento básico;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos seto-
res desfavorecidos;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos
e minerais em seus territórios;
(...)
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
No âmbito da competência administrativa se insere a competência fiscalizatória.

10) ATENÇÃO!! Art. 2º da LC 140:


ATUAÇÃO SUPLETIVA = ação do ente que SUBSTITUI o ente originário
ATUAÇÃO SUBSIDIÁRIA = ação do ente que AUXILIA no desempenho de atribuições decorrentes das
competências comuns, quando SOLICITADO pelo ente originário
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF: É possível a edição de medidas provisórias tratando sobre matéria
ambiental, mas sempre veiculando normas favoráveis ao meio ambiente. Normas que importem diminuição
da proteção ao meio ambiente equilibrado só podem ser editadas por meio de lei formal, com amplo debate
parlamentar e participação da sociedade civil e dos órgãos e instituições de proteção ambiental, como forma
de assegurar o direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Dessa forma, é inconstitucional
a edição de MP que importe em diminuição da proteção ao meio ambiente equilibrado, especialmente em se
tratando de diminuição ou supressão de unidades de conservação, com consequências potencialmente dano-
sas e graves ao ecossistema protegido A proteção ao meio ambiente é um limite material implícito à edição de
medida provisória, ainda que não conste expressamente do elenco das limitações previstas no art. 62, § 1º, da
CF/88. STF. Plenário.ADI 4717/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 5/4/2018 (Info 896).

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

PONTO 5 A comunidade e a tutela constitucional do ambiente. Política Nacional de Educação Ambiental.


Participação popular na política pública ambiental. Participação popular na administração, no Parlamento
e no Judiciário. Responsabilidade Administrativa Ambiental. Responsabilidade Civil Ambiental.

Esse sem dúvida é o tema queridinho do TJ/SP. E não só do TJ/SP, mas de todas as provas de magistratura.
Entãooo, esse é o ponto MAIS IMPORTANTE de toda a matéria! #ATENÇÃOTOTAL #ALERTAMÁXIMO

A boa notícia é que o combo LEI + JURIS é o que tem mais aparecido. Para a prova do TJ/SP, é de suma im-
portância a leitura da lei 9.605/98. Não tem jeito, tem que ler....

Assim, esse ponto é super #APOSTACICLOS!!!

Fiquem atentos principalmente às classificações de danos existentes, especialmente os danos morais cole-
tivos e danos sociais. Tudo a ver com a responsabilidade civil ambiental e com os desastres ambientais ocorridos
nos últimos anos.

É um ponto muito doutrinário e jurisprudencial, então estudem pelo material próprio ou pela FUC (FUC 4 de
direito ambiental). Não deixem de estudar a jurisprudência correlata, e atenção total às súmulas relacionadas com
o direito ambiental!

Para o estudo da jurisprudência, vale pegar os julgados do dizer o direito e fazer uma leitura dos principais.
Recentemente, a jurisprudência se posicionou no sentido de que a responsabilidade civil é objetiva e a criminal
e administrativa são subjetivas! Com certeza é um julgado que vale a pena ler para a prova. Por este motivo, ele
também está nas nossas rapidinhas...

#FOCONALEI: Principais artigos que você deve ler da lei nº 9.605/98:

LEI 9.605/98
Art. 2º Art.3º Art. 4º
Art. 6º Art. 7º Art. 9º
Art. 13 Art. 14 Art. 16
Art. 24 Art. 25 (Info 659) Art. 27
Art. 29 Art. 34 (Info 602) Art. 37
Art. 46 (Info 658) Art. 48 Art. 54 (Info 624)
Art.70 Art. 71 Art. 73
Art. 77

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RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

#RAPIDINHAS: 10 COISAS QUE VOCÊ NÃO PODE ESQUECER:

1) RESPONSABILIDADE AMBIENTAL:
As responsabilidade no âmbito civil, administrativo e penal são independentes.
As responsabilidades administrativa e criminal ambientais serão SUBJETIVAS.
A responsabilidade civil ambiental será OBJETIVA.
O § 1º do art. 14 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, expressamente determina que:
Art. 14, §1º. Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, indepen-
dentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros,
afetados por sua atividade. O MP da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabili-
dade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.
2) TEORIA DO RISCO
A responsabilidade objetiva fundamenta-se na noção de risco social, que está implícito em determinadas ativi-
dades, como na indústria, nos meios de transporte de massa, nas fontes de energia. Assim, a responsabilidade
objetiva, calcada na teoria do risco, é uma imputação atribuída por lei a determinadas pessoas para ressarcirem
os danos provocados por atividades exercidas no seu interesse e sob seu controle, sem que se proceda a qual-
quer indagação sobre o elemento subjetivo da conduta do agente ou de seus prepostos, bastando a relação
de causalidade entre o dano sofrido pela vítima e a situação de risco criada pelo agente.
A) Teoria do risco integral: constitui uma modalidade extremada da teoria do risco em que o nexo causal
é fortalecido de modo a não ser rompido pelo implemento das causas que normalmente o abalariam. Essa
modalidade é excepcional, sendo fundamento para hipóteses legais em que o risco ensejado pela atividade
econômica também é extremado, como ocorre com o dano nuclear (art. 21, XXIII, “c”, da CF e Lei 6.453/1977).
O mesmo ocorre com o dano ambiental (art. 225, caput e § 3º, da CF e art. 14, § 1º, da Lei 6.938/1981), em face
da crescente preocupação com o meio ambiente. Também se pode falar em risco do empreendimento.
B) Teoria do Risco Proveito/Administrativo/Risco Criado: Essa é a teoria minoritária. Por quê? Porque essa
teoria admite a responsabilidade civil objetiva, porém se tiver presente as excludentes de responsabilidade
disposto no CC/02 (culpa exclusiva da vítima; fato de terceiro; força maior e caso fortuito), a responsabilidade
será excluída.
A corrente majoritária no nosso ordenamento afirma que a responsabilidade ambiental está baseada na
teoria do risco integral!
3) DANO AMBIENTAL
O dano ambiental pode ser definido como qualquer lesão causada ao meio ambiente por condutas ou ativi-
dades de pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado.
O dano ambiental é de difícil ou impossível reparação, dada a natureza do bem lesado: o meio ambiente,
seja na condição de macrobem (considerado como um todo, um bem de uso comum do povo, incorpóreo e
imaterial), seja na condição de microbem (os elementos que compõem o meio ambiente, como os biomas e
os ecossistemas).

121 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


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RAIO X

4) CLASSIFICAÇÃO DO DANO AMBIENTAL:

Dano Ecológico É aquele em que um ou alguns dos componentes naturais do


Puro ecossistema é atingido de forma intensa;

Quanto à ampli- Abrange todos os componentes do meio ambiente, inclusive


Dano Ecológico
o patrimônio cultural, protegendo-se, pois, o meio ambiente
tude do bem Lato Sensu
e todos os seus componentes, numa concepção unitária;
protegido
Atinge pessoas individualmente consideradas e incide sobre
Dano individual
interesses próprios do lesado, pois o dano patrimonial ou ex-
ambiental ou
trapatrimonial sofrido por uma pessoa, ou a doença contraída,
reflexo
inclusive a morte, podem decorrer de degradação ambiental.

Dano ambiental Diz respeito a interesses próprios, tanto os individuais quanto


de reparabilidade os individuais homogêneos. O interesse que sofreu lesão será
direta indenizado diretamente;
Quanto à Repa-
rabilidade
Relaciona-se aos interesses difusos, coletivos e, eventualmen-
te, individuais de dimensão coletiva. A reparação é dirigida
Dano ambiental
preferencialmente ao bem ambiental de interesse coletivo,
de reparabilidade
considerando-se a capacidade funcional ecológica e a de
indireta
aproveitamento humano do meio ambiente. Não objetiva,
pois, ressarcir interesses próprios e pessoais.
Dano patrimonial
Incide sobre os bens materiais. Trata-se do dano material.
ambiental
Considerando à
É o dano moral ocasionado à sociedade e/ou decorrente
extensão do de lesão ao meio ambiente. Abrange o dano ambiental
Dano extrapatri-
dano extrapatrimonial coletivo (quando atingido o macrobem
monial ambiental
ambiental) e o dano ambiental extrapatrimonial reflexo, a títu-
lo individual (quando se referir ao microbem ambiental).
Dano ambiental
À coletividade interessa preservar o macrobem ambiental
de interesse da
para as presentes e futuras gerações;
Interesses objeti- coletividade
vados Dano ambiental
Aquele que se reflete no interesse particular da pessoa, inclu-
de interesse indi-
sive o de defender o macrobem, tutelado via ação popular.
vidual

122 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

5) REPARAÇÃO DO DANO AMBIENTAL:


1ª opção: Restauração ao status quo ante
2ª opção: Compensação ambiental
3ª opção: Reparação pecuniária
A reparação natural ou in specie consiste na recomposição do meio ambiente degradado. Busca-se reequi-
librar o bem ambiental lesado, por meio da reversão da degradação ambiental sempre que isso for possível.
A segunda opção é a compensação ambiental. Esta solução é usada pelo Direito Ambiental como forma de
neutralizar ou contrabalançar um dano ambiental.
Por fim, subsiste a indenização pecuniária. À evidência, é admissível apenas e tão somente quando a recons-
tituição apresentar-se inviável tática ou tecnicamente. O valor da indenização é depositado em um fundo: o
fundo para reconstituição dos bens lesados, que é destinado à compensação ecológica.
ATENÇÃO!! Há a possibilidade da reparação ambiental ser uma obrigação de fazer cumulada com a indeni-
zação pecuniária, caso não tenha havido a completa compensação.  Princípio da Reparação in integrum.
IMPRESCRITIBILIDADE: O STJ vem pronunciando a imprescritibilidade da pretensão de reparação ao dano
ambiental, tendo em vista o direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.
6) Há solidariedade entre a responsabilidade do poluidor direto e indireto. Os responsáveis pela degradação
ambiental são coobrigados solidários, formando-se, em regra, nas ações civil públicas ou coletivas, litisconsór-
cio facultativo.
Contudo, apesar de ser solidária, a atual jurisprudência dominante no STJ (1ª e 2ª Turma) é no sentido de que
a responsabilidade civil do Poder Público é de execução SUBSIDIÁRIA (ou com ordem de preferência), na
hipótese de omissão de cumprimento adequado do seu dever de fiscalizar que foi determinante para a con-
cretização ou o agravamento do dano causado pelo seu causador direto.
7) DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
Apesar de ser instituto ligado a questões cíveis, o dispositivo legal que a regulamenta foi inserido na Lei dos
Crimes Ambientais, no art. 4º (Lei 9.605/98):
Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimen-
to de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.
De acordo com o STJ, essa previsão de desconsideração da personalidade jurídica, tal qual ocorre na proteção
do direito do consumidor se fundamenta na Teoria Menor da desconsideração da personalidade jurídica, pois
são menores os requisitos aqui do que aqueles que constam do art. 50 do Código Civil. Aqui não se exige
abuso da personalidade jurídica,
8) INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
O STJ passou a admitir, desde 2009, a INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA nas ações de reparação dos danos
ambientais, com base no interesse público da reparação e no Princípio da Precaução, na hipótese de dúvida
probatória (non liquet), pois poderá ser carreado ao suposto poluidor o ônus de comprovar que inexiste dano
ambiental a ser reparado, ou, se existente, que este não foi de sua autoria.
Observa-se, no julgado do STJ, que foi aplicado o dispositivo do CDC referente à inversão do ônus da prova,
ao âmbito ambiental, em observância ao Microssistema Processual Coletivo!

123 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

9) OUTRAS ESPÉCIES DE DANOS:


Pessoal, a responsabilidade ambiental, a depender do caso concreto, poderá ocasionar os danos normalmente
estudados na responsabilidade civil, tais como os danos materiais, morais, estéticos...
Observa-se, ainda, a aplicação em ambiental, de novas espécies de danos:
Dano Moral Coletivo: Através da sua 2ª Turma, o STJ vem admitindo a condenação em dano moral coletivo
do poluidor, presumindo a ocorrência dos danos às presentes e futuras gerações.
(...)4. O dano moral coletivo ambiental atinge direitos de personalidade do grupo massificado, sendo
desnecessária a demonstração de que a coletividade sinta a dor, a repulsa, a indignação, tal qual fosse
um indivíduo isolado.
5. Recurso especial provido, para reconhecer, em tese, a possibilidade de cumulação de indenização pecuniária
com as obrigações de fazer, bem como a condenação em danos morais coletivos, com a devolução dos autos ao
Tribunal de origem para que verifique se, no caso, há dano indenizável e fixação do eventual quantum debeatur.
(STJ, REsp 1.269.494, de 24/09/2013).
Dano Moral Coletivo ≠ Dano Social. Para o professor Antônio Junqueira de Azevedo, danos sociais “são
lesões à sociedade, no seu nível de vida, tanto por rebaixamento de seu patrimônio moral – princi-
palmente a respeito da segurança – quanto por diminuição na qualidade de vida. Os danos sociais são
causa, pois, de indenização punitiva por dolo ou culpa grave, especialmente, repetimos, se atos que reduzem
as condições coletivas de segurança, e de indenização dissuasória, se atos em geral da pessoa jurídica, que
trazem uma diminuição do índice de qualidade de vida da população”.
10) #DEOLHONASÚMULA #APOSTACICLOS
Súmula 623-STJ: As obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo admissível cobrá-las do
proprietário ou possuidor atual e/ou dos anteriores, à escolha do credor. Importante.
Súmula 629-STJ: Quanto ao dano ambiental, é admitida a condenação do réu à obrigação de fazer ou à de
não fazer cumulada com a de indenizar.
Súmula 618-STJ: A inversão do ônus da prova aplica-se às ações de degradação ambiental.
Súmula 613-STJ: Não se admite a aplicação da teoria do fato consumado em tema de Direito Ambiental.
Súmula 467-STJ: Prescreve em cinco anos, contados do término do processo administrativo, a pretensão da
Administração Pública de promover a execução da multa por infração ambiental.

PONTO 7. Bem jurídico ambiental. Direito do Ambiente: conceito, princípios, objeto, instrumentos legais.
Espaços ambientalmente protegidos. Sistema Nacional do Meio Ambiente. Tutela administrativa do
ambiente: poder de polícia, competência. Legislação ambiental de parcelamento do solo e da cidade.

No ponto 7, a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) está prevista na Lei 6.938/81. Dentro do referido
diploma legal há previsão do SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente e dos Instrumentos do PNMA.

Apesar de o edital do TJ/SP não cobrar pontos específicos relacionados ao PNMA e ao SISNAMA, acredita-
mos que esses temas podem ser cobrados dentro do ponto 7. Isso porque, eles já foram objeto de questões do
próprio TJ/SP. A PNMA, inclusive, é um dos tópicos de maior incidência no TJ/SP. Portanto, não podemos deixar de
ver tais pontos aqui.

124 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

Estudem os pontos pelo material próprio ou pela FUC (FUC 3 de direito ambiental).

#FOCONALEI: Leitura da Lei do PNMA (Lei 6.938/81).

#ATENÇÃOMÁXIMA para os seguintes dispositivos:

LEI 6.938/81
Art. 2º Art. 4º Art. 6º

Art. 8º Art. 9º Art. 9º-A

Art. 9º-B Art. 9º-C Art. 14

Art. 17 Art. 17-B

Ainda no ponto 7, reparem que o edital do TJ/SP não cobra expressamente a lei do SNUC e o Código Flores-
tal, mas não é por isso que esses temas não devem ser estudados. Esse ponto do edital é bem abrangente e pode
cobrar toda essa legislação dentro dele.

Aqui, a cobrança é basicamente reprodução da letra da lei! Caso queiram incrementar o estudo, utilizem o
material próprio ou as FUCs (FUC 8, 9 e 10).

Vamos analisar quais legislações estão previstas nesse ponto e quais dispositivos com maior incidência?!!

- Lei 12.651/12: Código Florestal. O Código Florestal já foi cobrado em algumas questões do TJ/SP! Deve ser
revisitado pelo aluno no seu estudo de reta final.

- Lei 9.433/97: Política Nacional de Recursos Hídricos. Não tem uma cobrança muito expressiva nas provas
da nossa banca. Leitura rápida dos artigos 1º, 5º, 9º, 12, 14, 15, 16, 18, 19, 20, 35, 38 e 44.

- Lei 9.984/00 e Lei 14.026/20: Política Nacional de Saneamento Básico. A lei que prevê a política nacional
de saneamento básico foi recentemente alterada pela lei 14.026. Assim, apesar de não ter uma incidência tão ex-
pressiva, temos que ficar de olho nas alterações legislativas, pois sempre são passíveis de cobrança.

- Lei 12.305/10: Política Nacional de Resíduos Sólidos. Já foi cobrada em questão do TJ/SP. Atentem aos
artigos 3º, 6º, 9º a 14 e 25 a 29.

#RAPIDINHAS: 10 COISAS QUE VOCÊ NÃO PODE ESQUECER:

125 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

1) SNUC
A lei 9.985/2000 institui o SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. Ela correspon-
de ao mandamento constitucional de definição de espaços territoriais especialmente protegidos, no art. 225,
§1º, III.
É inconstitucional a redução ou a supressão de espaços territoriais especialmente protegidos, como é o caso
das unidades de conservação, por meio de medida provisória. Isso viola o art. 225, § 1º, III, da CF/88. Assim
a redução ou supressão de unidade de conservação somente é permitida mediante lei em sentido formal. A
medida provisória possui força de lei, mas o art. 225, § 1º, III, da CF/88 exige lei em sentido estrito. A proteção
ao meio ambiente é um limite material implícito à edição de medida provisória, ainda que não conste expressa-
mente do elenco das limitações previstas no art. 62, § 1º, da CF/88. STF. Plenário.ADI 4717/DF, Rel. Min. Cármen
Lúcia, julgado em 5/4/2018 (Info 896).

2)

Unidades de Proteção Integral – UPI Unidades de Uso Sustentável – UUS

Estação Ecológica Área de proteção ambiental

Reserva Biológica Área de relevante interesse ecológico

Parque Nacional Floresta Nacional

Monumento Natural Reserva Extrativista

Refúgio da Vida Silvestre Reserva de Fauna

– Reserva de desenvolvimento sustentável

– Reserva particular do patrimônio natural

Obs: A zona de uma UC de proteção integral, uma vez definida formalmente, é considerada zona rural e não
pode ser transformada em zona urbana.

3) A gestão do SNUC é disciplinada no art. 6º da lei n. 9.985/2000, e compõe-se de:


CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA) – órgão consultivo e deliberativo, com atribuições
para acompanhar a implementação do sistema;
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE – órgão central, com finalidade de coordenar o sistema;
INSTITUTO CHICO MENDES (ICMBIO) E IBAMA e, em caráter supletivo, os órgãos estaduais e municipais – ór-
gãos executores, com finalidade de implementar o SNUC, subsidiar as propostas de criação e administrar as
UC federais, estaduais e municipais, nas suas esferas de atuação.

126 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

4) A Reserva Particular do Patrimônio Natural é uma área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo
de conservar a diversidade biológica. Este gravame constará de termo de compromisso assinado perante o
órgão ambiental, que verificará a existência de interesse público, e será averbado à margem da inscrição no
Registro Público de Imóveis.
Só poderá ser permitida, conforme regulamento:
a) a pesquisa científica;
b) a visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais.
Os órgãos integrantes do SNUC, sempre que possível e oportuno, prestarão orientação técnica e científica ao
proprietário de Reserva para a elaboração de um Plano de Manejo ou de Proteção e de Gestão da unidade.
São vantagens: isenção de ITR, preferência na concessão de recursos do Fundo Nacional de Meio Ambiente e
crédito agrícola, nas instituições de crédito oficiais.
OBS: A servidão ambiental perpétua equivale, para fins creditícios, tributários e de acesso aos recursos de
fundos públicos, à Reserva Particular do Patrimônio Natural (Art. 9º-B, Lei 6.938, redação pelo Novo CFlo, Lei
12.615/12).

5) O código florestal impõe limitações ao exercício do direito de propriedade (limitações administrativas). Tais
limitações estão fundadas no princípio constitucional da função socioambiental da propriedade.
Nesse sentido, a proteção do meio ambiente natural continua sendo obrigação do proprietário, mediante a
manutenção de espaços protegidos de propriedade privada, divididos entre Área de Preservação Permanente
(APP) e Reserva Legal (RL). Uma novidade está na implementação e fiscalização desses espaços, agora sujeitos
ao Cadastro Ambiental Rural (CAR).
#NÃOCONFUNDA

Precisa ser registrada no Cadastro Ambiental Ru-


Reserva Legal (RL)
ral – CAR
Não precisa ser registrada no Cadastro Ambiental
Área de Preservação Permanente (APP)
Rural - CAR

6) As APP’s e as áreas de Reserva Legal, bem como outros espaços territoriais especialmente protegidos, estão
isentas do pagamento do Imposto Territorial Rural – ITR, de acordo com a Lei n. 9.393/96. = Mecanismo de
EXTRAFISCALIDADE.

127 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

7) O STF analisou a constitucionalidade do Código Florestal (Lei nº 12.651/2012) e decidiu:


1) declarar a inconstitucionalidade das expressões “gestão de resíduos” e “instalações necessárias à realiza-
ção de competições esportivas estaduais, nacionais ou internacionais”, contidas no art. 3º, VIII, b, da Lei nº
12.651/2012;
2) dar interpretação conforme a Constituição ao art. 3º, VIII e IX, da Lei, de modo a se condicionar a inter-
venção excepcional em APP, por interesse social ou utilidade pública, à inexistência de alternativa técnica e/ou
locacional à atividade proposta; = ULTIMA RATIO **
3) deve-se dar interpretação conforme a Constituição ao art. 3º, XVII e ao art. 4º, IV, para fixar a interpretação
de que os entornos das nascentes e dos olhos d´água intermitentes configuram área de preservação perma-
nente;
4) declarar a inconstitucionalidade das expressões “demarcadas” e “tituladas”, contidas no art. 3º, parágrafo
único;
5) deve-se dar interpretação conforme a Constituição ao art. 48, § 2º, para permitir compensação apenas entre
áreas com identidade ecológica; **
6) deve-se dar interpretação conforme a Constituição ao art. 59, §§ 4º e 5º, de modo a afastar, no decurso
da execução dos termos de compromissos subscritos nos programas de regularização ambiental, o risco de
decadência ou prescrição, seja dos ilícitos ambientais praticados antes de 22.7.2008, seja das sanções deles
decorrentes, aplicando-se extensivamente o disposto no § 1º do art. 60 da Lei 12.651/2012, segundo o qual “a
prescrição ficará interrompida durante o período de suspensão da pretensão punitiva”. **
Todos os demais dispositivos da Lei foram considerados constitucionais. STF. Plenário. ADC 42/DF, ADI 4901/DF,
ADI 4902/DF, ADI 4903/DF e ADI 4937/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgados em 28/2/2018 (Info 892).

8) A APP é caracterizada pela intocabilidade dos recursos naturais da área, salvo casos de utilidade pública ou
interesse social ou outros definidos na Lei 12.651/12.
São áreas destinadas exclusivamente à proteção de suas funções ecológicas caracterizadas, como regra geral,
pela intocabilidade e vedação de uso econômico direto. Tanto as áreas rurais, quando as propriedades urba-
nas estão obrigadas a preservar as APPs.

9) Reserva legal florestal (RLF) é a área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada
nos termos do art. 12 do Código, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos re-
cursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a
conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa.
A localização da área de Reserva Legal dentro da propriedade ou posse rural não é de livre escolha do pro-
prietário ou do possuidor do imóvel. Ela deve ser aprovada pelo órgão ambiental competente após a inclusão
do imóvel no Cadastro Rural Ambiental (CAR).
Características das APP e da Reserva Legal:
Gratuidade
Generalidade
Unilateralidade

128 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

10)

RECURSOS HÍDRICOS
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS são as águas originadas do interior do solo (lençol freático).

são as águas encontradas na superfície da terra (fluentes, emergentes


ÁGUAS SUPERFICIAIS e em depósito). Estas dividem-se em águas internas (rios, lagos, lago-
as, baías etc.) e águas externas (mar territorial).

são as baías formadas pela junção do mar com os rios localizados nas
ESTUÁRIOS proximidades dos oceanos, onde se misturam as águas fluviais e as
marítimas. É a foz de um rio.
MAR TERRITORIAL é a faixa marítima de doze milhas de largura do litoral brasileiro.
#TEMQUESABER:

FUNDAMENTOS DOS RECURSOS HÍDRICOS


a água é um bem de domínio público
a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico
em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação
de animais
a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas
a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos
e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos
a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos
usuários e das comunidades

PONTO 9 Licenciamento ambiental. Estudo prévio de impacto ambiental. EIA/RIMA. Tutela e


responsabilidade civil. Responsabilidade administrativa.

Pessoal, licenciamento ambiental é um tema que já foi cobrado no TJ/SP. Logo, não pode deixar de ser
estudado.

No que tange à responsabilidade civil e responsabilidade administrativa, já foram estudadas dentro do ponto
5.

Estudem pelo material próprio ou pelas FUCs (FUC 5, 6 e tópico 1 da FUC 9).

#FOCONALEI: Gente, os dispositivos legais que tratam desses pontos são super difusos. Então, vamos tentar
sistematizar aqui da melhor forma para vocês... Caso vocês estejam utilizando um material completo sobre o tema
(ou as FUCs), e o tempo estiver corrido, não precisam se preocupar em ficar procurando o decreto e as resoluções
mencionadas, pois as informações com certeza estarão reproduzidas no material! De toda forma, vamos mapear
os dispositivos correlatos e mais importantes:

129 RETA FINAL TJ/SP | @CICLOSMETODO


RETA FINAL TJ/SP
RAIO X

- Art. 225, §1º, IV, da CF.

- Lei PNMA (lei 6.938/81): artigos 10, 11 e 12.

- Lei Complementar 140/2011: Artigos 2º, 7º, 8º e 9º (inciso XIV em todos os artigos, referente ao licencia-
mento), artigos 12 a 17.

- Resolução 237/97 do CONAMA: Trata do licenciamento ambiental. Artigos 1º, 2º, 3º, 12, 13, 14, 18. #ATEN-
ÇÃOMÁXIMA ao artigo 8º da Resolução, que trata dos tipos de licenciamento.

- Resolução 09/87 do CONAMA: Trata da audiência pública no âmbito do EIA. Super pequena, vale a pena
ler, pois já caiu em algumas provas da nossa banca!

- Resolução 01/86 do CONAMA: Trata do Estudo de impacto ambiental. Focar nos artigos 1º, 2º, 5º, 6º, 7º,
8º, 9º, 11. #ATENÇÃO A resolução 01/86 já foi tema de questão no TJ/SP!!!!

#RAPIDINHAS: 10 COISAS QUE VOCÊ NÃO PODE ESQUECER:

1) O licenciamento ambiental é o processo administrativo complexo que tramita perante a instância admi-
nistrativa responsável pela gestão ambiental, seja no âmbito federal, estadual ou municipal, e que tem como
objetivo assegurar a qualidade de vida da população por meio de um controle prévio e de um continuado
acompanhamento das atividades humanas capazes de gerar impactos sobre o meio ambiente. O licencia-
mento ambiental das atividades que utilizam recursos naturais decorre do Poder de Polícia da Administração
Pública – Poder Executivo.

2) A licença ambiental é uma espécie de outorga com prazo de validade concedida pela Administração Pú-
blica para a realização das atividades humanas que possam gerar impactos sobre o meio ambiente, desde que
sejam obedecidas determinadas regras, condições, restrições e medidas de controle ambiental.
Dessa forma, o licenciamento ambiental deve ser compreendido como o processo administrativo no decorrer
ou ao final do qual a licença ambiental poderá ou não ser concedida.

3) TIPOS DE LICENÇA:
I – Licença Prévia (LP) – concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade
aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos bá-
sicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação;
II – Licença de Instalação (LI) – autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as
especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle am-
biental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante;
III – Licença de Operação (LO) – autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do
efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicio-
nantes determinados para a operação.

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4) PRAZOS DAS LICENÇAS


A licença prévia tem prazo de validade de até cinco anos, não podendo ter lapso de tempo inferior ao neces-
sário para a elaboração dos programas técnicos, ao passo que a licença de instalação não poderá ter validade
superior a seis anos. Já os prazos da licença de operação variarão entre quatro e dez anos, a critério do órgão
ambiental, sendo que a sua renovação deverá ser requerida com a antecedência mínima de 120 dias de seu
vencimento, ficando automaticamente renovada até a manifestação do ente licenciante. #DESPENCAEM-
PROVA

5) Licença simplificada: Com relação às atividades de menor porte ou de menor potencial ofensivo, o órgão
ambiental poderá estabelecer um procedimento simplificado para essas atividades independentemente da
fase em que se encontrarem, tendo em vista o §2° do art. 12 da Resolução n. 237/97 do CONAMA prever que
“Poderão ser estabelecidos procedimentos simplificados para as atividades e empreendimentos de pequeno
potencial de impacto ambiental, que deverão ser aprovados pelos respectivos Conselhos de Meio Ambiente”.

6) LICENCIAMENTO AMBIENTAL MÚLTIPLO:


Ele é vedado no Brasil. O licenciamento ambiental múltiplo é aquele licenciamento realizado por mais de uma
esfera de governo. Ocorre que o licenciamento deve ser federal, estadual ou municipal, não sendo possível
que dois entes se unam para fazê-lo. Esta proibição não existe de hoje, sendo prevista inicialmente no art.
7º da Resolução CONAMA 237/87, declarada inconstitucional por ter extrapolado o seu poder regulamentar.
Atualmente, tal proibição permanece, pois agora consta do art. 13 da Lei Complementar 140/11:
Art. 13. Os empreendimentos e atividades são licenciados ou autorizados, ambientalmente, por um único ente
federativo, em conformidade com as atribuições estabelecidas nos termos desta Lei Complementar.
§ 1º Os demais entes federativos interessados podem manifestar-se ao órgão responsável pela licença ou
autorização, de maneira não vinculante, respeitados os prazos e procedimentos do licenciamento ambiental.
§2º A supressão de vegetação decorrente de licenciamentos ambientais é autorizada pelo ente federativo
licenciador.
§3º Os valores alusivos às taxas de licenciamento ambiental e outros serviços afins devem guardar relação de
proporcionalidade com o custo e a complexidade do serviço prestado pelo ente federativo.
Todavia, a competência para fiscalização pode ser concomitante (art. 17 da Lei PNMA). No caso de atuação de
mais de um órgão ambiental, prevalecerá o auto de infração ambiental lavrado por aquele órgão que detenha
a atribuição de licenciamento.

7) Há prazo para o órgão ambiental competente analisar o pedido de licenciamento ambiental feito pelos
interessados. O prazo será de até 06 meses a contar do protocolo de requerimento do empreendedor.
Importante observar que, nos casos em que houver EIA/RIMA e/ou audiência pública, ou seja, nos casos de
licenciamento de atividades potencialmente causadoras de significativa degradação ambiental (normalmente
mais complexos), o órgão ambiental competente poderá estabelecer prazo de até 12 meses.

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8) ATUAÇÃO SUPLETIVA X SUBSIDIÁRIA:

A ação supletiva é automática, não precisa ser solicitada.


Ocorre quando o ente detentor da competência de licen-
Atuação Supletiva ciamento não conta com os requisitos estabelecidos em Lei.
Ação supletiva pode ser entendida como sinônimo de
SUBSTITUIÇÃO.
Necessita ser solicitada pelo ente originariamente detentor
da atribuição do licenciamento.
Ação Administrativa Subsidiária Não possui requisitos como ausência de órgão capacitado,
como na atuação supletiva.
A palavra chave aqui é APOIO e COOPERAÇÃO.
9) ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA):
Documento técnico com o fim de subsidiar a concessão da licença ambiental dos empreendimentos que efe-
tiva ou potencialmente são capazes de causar degradação ambiental.
CARACTERÍSTICAS:
- O Estudo de Impacto Ambiental é PRÉVIO, pois é elaborado antes da concessão da licença prévia.
- A PUBLICIDADE é a segunda característica, pois o EIA sigiloso é inconstitucional. Porém, a publicidade é mi-
tigada pelo sigilo industrial.
- Por fim, a característica derradeira é a de que a realização desse estudo prévio só será exigida em casos de
SIGNIFICATIVA degradação ambiental (efetiva ou potencial).
Cabe ao proponente contratar e pagar a equipe técnica multidisciplinar responsável pela elaboração do Re-
latório de Impacto ao Meio Ambiente – RIMA. O RIMA é o documento que conterá as conclusões do EIA,
devendo ser apresentado em linguagem objetiva e adequada a sua compreensão pela população, inclusive
podendo ter ilustrações, sendo de acessibilidade pública.
Importante saliente que as conclusões do RIMA não vinculam o órgão ambiental.
É obrigatória a audiência pública para debater o Relatório de Impacto Ambiental?
Infelizmente não. Em tese, é possível que haja um EIA-RIMA sem a realização de uma audiência pública. Isso
ocorre porque a resolução que faz a previsão destas audiências diz que elas ocorrerão quando o órgão am-
biental entender necessário e designá-las ou quando houver requerimento de entidade civil (em tese, qualquer
pessoa jurídica), requerimento do Ministério Público, ou houver um abaixo assinado subscrito por, ao menos,
cinquenta cidadãos. Na prática, pelo menos uma destas situações se realiza, mas, caso nenhuma delas se fa-
çam presentes, é possível que ela seja preterida.
10) ZONEAMENTO AMBIENTAL:
O zoneamento ambiental, também chamado de Zoneamento Econômico-Ecológico (ZEE), é um dos instru-
mentos para a efetivação da Política Nacional do Meio Ambiente. Trata-se de uma modalidade de intervenção
estatal sobre o território (tipo de limitação administrativa), a fim de reparti-lo em zonas, consoante o melhor
interesse na preservação ambiental e no uso sustentável dos recursos naturais.
Quanto ao conteúdo, o ZEE dividirá o território em zonas, conforme as necessidades de proteção, conserva-
ção e recuperação dos recursos naturais e desenvolvimento sustentável. Isso será orientado pelos princípios
da utilidade e simplicidade.

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PONTO 10 10. Poluição da água. Poluição Atmosférica. Poluição visual. Poluição por resíduos sólidos.
Poluição por atividades nucleares. Agrotóxicos.

Pessoal, esse ponto tem baixíssima incidência!! Vamos passar as informações mais relevantes ao longo do
curso... Mas podem ficar tranquilos que, estudando os demais pontos do edital, vocês já terão o conhecimento
necessário nos tópicos ora analisados.

Caso desejem fazer uma revisão, podem estudar os assuntos introdutórios e de princípios no material de
vocês ou pelas FUCs (FUC 01 de Direito Ambiental), focando nos pontos que tratam dos tratados de direito inter-
nacional e de poluição.

Ao longo das nossas #RAPIDINHAS vamos trazer informações adicionais para vocês, bem como fazer men-
ção aos tratados mais importantes na matéria!

#RAPIDINHAS: TRATADOS QUE VOCÊ NÃO PODE ESQUECER:

1) Convenção de Washington, de 1973 - Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas


da Flora e Fauna Selvagem (CITES) – institui a regulamentação do comércio de determinadas espécies, dispos-
tas em três anexos: “a) todas espécies em perigo de extinção que são ou podem ser afetadas pelo comércio
(Anexo I), o qual somente será autorizado em circunstâncias excepcionais (dispostas no art. 3); b) as espécies
que não se encontram em perigo de extinção, mas que podem chegar a esta situação (Anexo II) e c) as espé-
cies que as Partes na Convenção declararem submetidas à regulamentação interna com o objetivo de prevenir
ou restringir sua exploração e que necessitam a cooperação de outras Partes no controle do comércio (Anexo
III).”

2) Convenção de Ramsar de 1971 (Convenção sobre as Zonas Húmidas de Importância Internacional) - É


considerada o primeiro tratado intergovernamental a fornecer uma base estrutural para a cooperação inter-
nacional e ação nacional no sentido da conservação e uso sustentável dos recursos naturais, em concreto, das
zonas húmidas e seus recursos. #JÁCAIUEMPROVA

3) Convenção de Bonn de 1979 (Convenção sobre a conservação de espécies migratórias de animais sel-
vagens) – possui como finalidade a conservação, mediante a restrição à captura e à conservação de habitats:
“a) dos habitats de reprodução e as espécies (terrestres, marinhas e aéreas) migratórias selvagens nos Estados
considerados da área de distribuição; b) as espécies em perigo (enumeradas no anexo I); e c) as espécies cujo
estado de conservação seja desfavorável (enumeradas no anexo II)”.

4) Conferência de Estocolmo de 1978 – primeiro instrumento de Direito Internacional Ambiental que abor-
dou as principais questões que prejudicavam o planeta e a recomendação de critérios para minimizá-los.
Serviu para inserir no plano internacional a dimensão ambiental como condicionadora e limitadora do modelo
tradicional econômico e dos recursos naturais do planeta (embrião do princípio do desenvolvimento susten-
tável). #ATENÇÃOMÁXIMA

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5) Relatório Brundtland 1987 - Foram apontados os principais problemas ambientais em três grandes grupos
(Desenvolvimento Sustentável):
a) poluição ambiental, emissões de carbono e mudanças climáticas, poluição da atmosfera, poluição da água,
dos efeitos nocivos dos produtos químicos e dos rejeitos nocivos, dos rejeitos radioativos e a poluição das
águas interiores e costeiras.
b) diminuição dos recursos naturais, como a diminuição de florestas, perdas de recursos genéticos, perda de
pasto, erosão do solo e desertificação, mau uso de energia, uso deficiente das águas de superfície, diminuição
e degradação das águas freáticas, diminuição dos recursos vivos do mar.
c) problemas de natureza social tais como: uso da terra e sua ocupação, abrigo, suprimento de água,
serviços sanitários, sociais e educativos e a administração do crescimento urbano acelerado.

6) Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio - A Convenção de Viena para a Proteção
da Camada de Ozônio é um acordo ambiental multilateral. Foi firmado na Conferência de Viena de 1985 e
entrou em ação no ano de 1988. Atua como estrutura para os esforços internacionais para proteger a camada
do ozônio. No entanto, não incluiu objetivos de redução legalmente atuantes para o uso de CFC, o principal
agente químico que causa a degradação de ozônio.

7) Protocolo de Montreal de 1987 - O Protocolo de Montreal sobre substâncias que empobrecem a camada
de ozônio é um tratado internacional em que os países signatários se comprometem a substituir as substâncias
que se demonstrou estarem reagindo com o ozônio (O3) na parte superior da estratosfera (conhecida como
ozonosfera).

8) Conferência da Biodiversidade (Rio 92) – produziu documentos que definiram o contorno das políticas
essenciais para alcançar o modelo de desenvolvimento sustentável que atendesse às necessidades dos pobres,
reconhecendo os limites de desenvolvimento, de modo a satisfazer às necessidades globais. As relações entre
países pobres e ricos foram conduzidas por um novo conjunto de princípios inovadores, como o do “poluidor
pagador” e de “padrões sustentáveis de produção e consumo.” Foram estabelecidos objetivos concretos de
sustentabilidade em diversas áreas, explicitando a necessidade de se buscarem recursos financeiros novos e
adicionais para a complementação em nível global do desenvolvimento sustentável.

9) Agenda 21 - centraliza-se na ideia do desenvolvimento sustentável. Essas devem ser colocadas em prática
durante esse século, sendo o objetivo da Agenda 21 implantar medidas sociais, principalmente para os exclu-
ídos (índios, ribeirinhos), além de questões como a mulher no contexto social, os jovens, e uma preocupação
com a preservação da atmosfera e oceanos.

10) Protocolo de Kyoto, de 1997 - pela primeira vez na história impôs limites às emissões de gases pelos
Estados.

11) Conferência de Joanesburgo, na África do Sul, de 2002 - procurou a adoção de medidas concretas e
identificações de metas quantificáveis para por em ação de forma concreta a Agenda 21 (produzida na Rio 92).
Dentre outros temas, foram avaliados os avanços obtidos e ampliadas as finalidades para as chamadas “metas
do milênio” que visavam, além de garantia da sustentabilidade ambiental, a erradicação da fome e a miséria, o
alcance de educação primária com iguais oportunidades para homens e mulheres.

12) A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM) - pretende constituir um marco
jurídico geral, aglutinador do direito do mar consuetudinário e os convênios universais e regionais existentes,
que fixem as bases para o desenvolvimento ulterior da regulação internacional e nacional, prevenindo, re-
duzindo e controlando as distintas fontes de contaminação causadas pelas atividades humanas em espaços
marítimos, os quais compreendem suas águas e recursos naturais.

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13) Convenção de OSPAR - A Convenção OSPAR, ou Convenção para a Proteção do Meio Marinho do Atlân-
tico Nordeste, é um evento internacional adotado em Paris, no âmbito da reunião ministerial das Comissões de
Oslo e Paris, em 22 de Setembro de 1992, resultante da fusão e pactualização da Convenção para a Prevenção
da Poluição Marítima Causada por Operações de Imersão Efectuadas por Navios e Aeronaves, assinada em
Oslo a 15 de Fevereiro de 1972 (Convenção de Oslo), e da Convenção para a Prevenção da Poluição Marítima
de Origem Telúrica, assinada em Paris a 4 de Junho de 1974 (Convenção de Paris).

14) Protocolo de Proteção Ambiental do Tratado da Antártica - Protocolo de Proteção Ambiental do


Tratado da Antártica (também conhecido como Protocolo de Madri), é um documento assinado pelos países
assinantes do Tratado da Antártica, fazendo parte do Sistema de Tratados Antárticos. O protocolo assegura a
proteção do meio ambiente na Antártica em todas as atividades humanas desenvolvidas no continente.

PONTO 11 Jurisprudência das Câmaras Reservadas ao Meio Ambiente do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Jurisprudência dos Tribunais Superiores em matéria ambiental. Tutela jurisdicional do meio ambiente.

Esse ponto já foi estudado junto aos demais pontos do edital!! Ressalto aqui a necessidade de ficarem aten-
tos à jurisprudência relacionada à Responsabilidade Ambiental, pois os julgados têm grande chance de cobrança
na nossa prova! #ATENÇÃO

PONTO 12 Instrumentos processuais da tutela ambiental. Inquérito civil. TAC. Ação civil pública. Ação
popular constitucional. Mandado de segurança coletivo. Mandado de injunção. Ação penal pública
ambiental.

Pessoal, esse ponto é estudado dentro de outros tópicos, como direito constitucional e também dentro de
processo civil. Dessa forma, caso queiram fazer uma revisão do tema, podem estudar pelo material próprio ou pela
FUC (FUC 25 – Direito Processual Civil). Porém, o mais importante aqui é estar antenado aos últimos julgados sobre
o tema.

Portanto, vale aqui fazer uma leitura sistematizada do últimos informativos de direito ambiental.

Destaque para a leitura do informativo 662, que disserta acerca da competência no caso de Brumadinho,
pois pode ser objeto de cobrança na nossa prova.

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