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RAIO X
RAIO X
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SUMÁRIO
DIREITO ADMINISTRATIVO................................................................................................ 56
DIREITO AMBIENTAL...........................................................................................................109
Nas últimas provas objetivas para ingresso na Magistratura do TJSP, a tendência se confirma. Maior parte
das questões podem ser resolvidas com o conhecimento da letra da lei. Para ajudar, trouxemos em cada um deles
quadro com os dispositivos legais mais importantes e que devem ser priorizados.
Sugiro o estudo doutrinário da Teoria Geral do Processo para compreender a sistemática do Novo Código de
Processo Civil, sobretudo o seu conteúdo principiológico (arts. 1º ao 12). Lembre-se que a interpretação da norma
processual civil se dá à luz destas normas jurídicas. Atente-se para a aplicação da lei processual (art. 13 a 15 do
CPC/15).
1. Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados
os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.
-Isolamento dos atos processuais: A lei nova deve respeitar os atos processuais já realizados e consumados.
O processo deve ser considerado um encadeamento de atos isolados: os que já foram realizados na vigência da
lei antiga persistem, já os que ainda serão praticados deverão respeitar a lei nova.
2. NEOPROCESSUALISMO – indica que o processo civil deve ser interpretado segundo as normas e valores da
Constituição Federal. Decorrência do neoconstitucionalismo. Forte presença no CPC/2015 – ao trazer as normas
fundamentais do processo civil (ART. 1º)
3. ATENÇÃO para a VEDAÇÃO DA DECISÃO-SURPRESA, contida no art. 10º, vedando que o juiz se valha de
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes OPORTUNIDADE DE SE MANIFESTAR, ainda que se
trate de matéria cognoscível de ofício (ainda que sejam matérias de ordem pública. Ex: prescrição e decadência.
Obs: antes de julgar improcedente de forma liminar o pedido – art. 332, CPC, é preciso que o autor seja ouvido,
sem que haja a necessidade, entretanto, de citação do réu.)
5. A solução consensual dos conflitos deve ser, sempre que possível, promovida pelo Estado, devendo a con-
ciliação, a mediação e outras formas de solução consensual ser estimuladas por juízes, advogados, defensores
públicos e membros do Ministério Público. O magistrado tem o dever de, a qualquer tempo, buscar conciliar as
partes (art. 139, V, do CPC 2015).
6. Sistema multiportas de justiça: ante a integração de mediação e da conciliação como etapas do procedi-
mento comum no CPC/15, pode-se afirmar que a nova ordem processual civil brasileira adotou um SISTEMA
MULTIPORTAS DE JUSTIÇA. Os antes denominados “meios alternativos” de solução de conflitos agora são consi-
derados como meios integrados à Jurisdição, compondo um sistema de múltiplos meios de solução de conflitos.
8. A regra do art. 489, §1º, VI, do CPC segundo a qual o juiz, para deixar de aplicar enunciado de súmula, juris-
prudência ou precedente invocado pela parte, deve demonstrar a existência de distinção ou de superação,
somente se aplica às súmulas ou precedentes vinculantes, mas não às súmulas e aos precedentes apenas per-
suasivos, como, por exemplo, os acórdãos proferidos por Tribunais de 2º grau distintos daquele a que o julgador
está vinculado.
O art. 489, §1º, VI, do CPC/2015, dispõe: “Art. 489. São elementos essenciais da sentença: (...) §1º Não se con-
sidera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: (...) VI dei-
xar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a exis-
tência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento”.
STJ. 3ª Turma. REsp 1698774-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 01/09/2020 (Info 679).
Quanto ao tema jurisdição, importante o conhecimento da letra seca da lei dos arts. 16 a 41 do CPC, bem
como de conhecimentos doutrinários acerca do assunto com ênfase para condições da ação, classificação das
ações, e elementos identificadores da ação.
2. Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a autori-
dade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições
em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de sentença
judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil.
3. O órgão jurisdicional, mesmo sem competência, tem jurisdição. É a aplicação do princípio Kompetenz-Kom-
petenz, que atribuiu ao órgão incompetente a competência, ao menos, para declarar sua própria incompetência.
4. A perpetuatio jurisdictionis, também conhecida como perpetuação da jurisdição, vem prevista no art. 43
do CPC. Conforme o mencionado dispositivo, a competência é determinada no momento do registro ou da
distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as alterações posteriores do estado de fato ou de direito, salvo
se suprimirem o órgão jurisdicional ou alterarem a competência absoluta.
Assim, a competência do órgão jurisdicional, uma vez determinada, permanece até o final da decisão da lide.
Exceções à perpetuação: Há dois fatos que autorizam a mudança de competência:
(i) Supressão do órgão judiciário: a vara deixou de existir. Nesse caso, os processos serão redistribuídos.
(ii) Mudança superveniente de competência absoluta: qualquer que seja a competência absoluta em caso de
mudança. Isso ocorreu quando a EC n. 45/2004 mudou a competência da Justiça Estadual para a Justiça do Tra-
balho; só houve a redistribuição de processos que não tinham sido julgados (Súmula 367 STJ – A competência
estabelecida pela EC n. 45/2004 não alcança os processos sentenciados).
ABSOLUTA RELATIVA
Funcional/hierárquico e material (regra Valorativo e territorial
CRITÉRIOS
geral) (regra geral)
Art. 65, CPC (mas, o art. 64, §2º a
PREVISÃO LEGAL Art. 64, CPC §4º também valem para a com-
petência relativa)
INTERESSE PROTEGIDO Público Privado
De ofício, em qualquer momento e grau Só mediante alegação da parte
CONHECIMENTO PELO
de jurisdição, observando o art. 10 do ou do MP (Súmula 33, STJ e art.
JUIZ
CPC 65, parágrafo único, CPC)
NÃO
SIM: Foro de eleição e conexão e
DERROGABILIDADE (#ATENÇÃO: inaplicabilidade do art. 190, continência
CPC)
MOMENTO E MODO Preliminar de contestação ou a qualquer Preliminar de contestação, sob
PARA ALEGAÇÃO momento. pena de prorrogação
Remessa ao Juiz competente que delibe-
Validade dos atos praticando, ha-
rará sobre os atos praticados. Cabe res-
VIOLAÇÃO vendo prorrogação de compe-
cisória. #ATENÇÃO: Não há extinção do
tência. Não cabe rescisória.
processo.
6. Foro comum (art. 46, CPC): o foro comum previsto pelo ordenamento brasileiro, em regra, é o do domicílio
do réu. Segundo o art. 46 do Novo CPC, essa regra somente se aplica aos processos fundados em direito pessoal
e direito real sobre bens móveis.
7. Direito real imobiliário (art. 47, CPC): o dispositivo legal criou uma regra de competência absoluta, de-
terminando o foro do local do imóvel como o absolutamente competente para conhecer ações reais imobiliárias
que tenham por objeto os direitos de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e nun-
ciação de obra nova.
10. O STF conferia interpretação restritiva ao art. 102, I, “r”, da CF/88 e afirmava que ele (STF) somente seria
competente para julgar as ações em que o próprio CNJ ou CNMP figurassem no polo passivo. Seria o caso de
mandados de segurança, habeas corpus e habeas data contra os Conselhos. No caso de serem propostas ações
ordinárias para impugnar atos do CNJ e CNMP, a competência seria da Justiça Federal de 1ª instância, com base
no art. 109, I, da CF/88. Houve, no entanto, mudança de entendimento. O que prevalece agora é o seguin-
te: Nos termos do artigo 102, inciso I, alínea ‘r’, da Constituição Federal, é competência exclusiva do
Supremo Tribunal Federal processar e julgar originariamente todas as decisões do Conselho Nacional
de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público proferidas no exercício de suas competências
constitucionais respectivamente previstas nos artigos 103-B, parágrafo 4º, e 130-A, parágrafo 2º, da
Constituição Federal. STF. Plenário. ADI 4412, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/11/2020.
#JÁCAIU
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2018 - TJ-SP - Juiz Substituto
Em matéria de competência, é correto afirmar:2
A) a regra de competência estabelecida para quando o réu for incapaz, conforme critério territorial, é inderrogá-
vel e sua inobservância gera incompetência absoluta.
B) para ação fundada em direito real, em regra, será competente o foro da situação da coisa, móvel ou imóvel.
C) no cumprimento de precatória, se o juiz deprecado reconhecer sua incompetência territorial, deverá devolver
a carta ao juiz deprecante.
2 Gabarito: letra D.
D) na execução fundada em título extrajudicial, é concorrentemente competente o foro da situação dos bens
sujeitos a constrição.
Com relação ao “ponto 5”, basta a leitura dos arts. 139 a 187 do CPC. #ATENÇÃO especial para os artigos
referentes ao “juiz” (poderes, deveres, responsabilidade do juiz, hipóteses de impedimento e suspeição, etc). Afinal,
vocês serão futuros(as) magistrados(as)!
Quanto ao “ponto 8”, leitura dos arts. 70 a 138 do CPC + jurisprudência. Litisconsórcio e intervenção de ter-
ceiros são temas que merecem atenção na preparação. Costumam sempre aparecer em prova!
#OBS: o tema “litisconsórcio” exige certo conhecimento doutrinário acerca das classificações (necessário, facultati-
vo, unitário, etc).
1. Impedimento x Suspeição
IMPEDIMENTO SUSPEIÇÃO
Ao juiz é vedada a participação no processo, porque
É conveniente que o juiz se afaste, pois, ainda há o
mais intensa a possibilidade de que não venha a per-
potencial risco de falta de isenção.
manecer isento e equidistante ao conduzi-lo.
2. Poderes do juiz
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
I - assegurar às partes igualdade de tratamento;
II - velar pela duração razoável do processo;
III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir postulações meramente protela-
tórias;
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para asse-
gurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária;
3. LITISCONSÓRCIO
CLASSIFICAÇÃO:
a) Quanto aos sujeitos – Ativo, Passivo e Misto;
b) Quanto ao momento – Inicial e Ulterior;
c) Quanto aos efeitos – Simples e Unitário.
5. #SELIGA:
7. ASSISTÊNCIA
ASSISTÊNCIA
Simples Litisconsorcial
A parte ingressa em juízo para auxiliar uma das
Sempre que a sentença influir na relação jurídica entre
partes por possuir interesse jurídico no deslinde da
ele e o adversário do assistido.
demanda.
O assistente é um coadjuvante no processo (ativi-
O assistente recebe tratamento de parte.
dade subordinada).
9. DENUNCIAÇÃO DA LIDE
Hipóteses de denunciação da lide:
-ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que
possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam;
-àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for
vencido no processo.
Feita a denunciação pelo réu:
-se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo prosseguirá tendo, na ação principal, em
litisconsórcio, denunciante e denunciado;
-se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua defesa, eventualmente oferecida,
e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva;
-se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o denunciante poderá prosseguir
com sua defesa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a procedência da ação de regresso.
PONTOS 6 e 7 - 6. A ação. Conceito e natureza. Condições da ação. Elementos da ação. Ação e tutela
jurisdicional. Cumulação de ações. Classificação da tutela jurisdicional. Processo. Conceito e natureza.
Espécies. Pressupostos processuais. Procedimento e relação jurídica processual. 7. Atos processuais.
Forma, tempo e lugar. Regime de invalidades processuais. Preclusões. Comunicação dos atos processuais.
Atos processuais eletrônicos. Convenção das partes em matéria processual.
Os temas ação, processo e pressupostos processuais, classificação, natureza jurídica e princípios, relação
processual e suas características podem ser estudados sob um viés doutrinário. Atenção para a diferença dos pres-
supostos processuais, das condições da ação e do mérito.
Leitura dos artigos 188 a 293 do CPC para o estudo dos atos processuais.
#ATENÇÃO: para os artigos do CPC que tratam sobre Negócio Jurídico Processual: a eleição negocial do
foro (artigo 47 e 63); a suspensão do processo por convenção das partes (artigo 313, II); a desistência da ação (arti-
gos 90 e 200); a desistência do recurso (artigo 998). Todavia, a maior novidade em matéria de negócios processuais
está na cláusula geral dos negócios processuais atípicos (art. 190) e previsão do calendário processual contida no
art. 191.
Atente-se para o papel do juiz ao controlar a validade das convenções processuais, de ofício ou a reque-
rimento, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão
ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.
2. Nem toda falta de pressuposto processual de validade leva ao juízo de inadmissibilidade do processo
(ex.: reconhecida a incompetência, os autos vão para o juiz competente).
Nem toda falta de pressuposto processual de validade pode ser conhecida de ofício (ex.: incompetência
relativa, existência de convenção de arbitragem etc.).
Nem toda falta de pressuposto processual de validade pode ser conhecida a qualquer tempo ou grau de
jurisdição (ex.: convenção de arbitragem, incompetência relativa – são matérias passíveis de preclusão).
Nem toda falta de pressuposto processual de validade é defeito que não pode ser corrigido (sempre
deve se buscar a correção do defeito processual).
Nem toda falta de um pressuposto processual de validade impede a decisão de mérito. Nesse sentido:
Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a
quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485.
5. #NÃOCONFUNDA
6.
7. Pressupostos processuais negativos: indicam circunstâncias que devem estar ausentes, para a validade do
processo, como a litispendência, a coisa julgada, a perempção e o compromisso arbitral.
8. De acordo com a doutrina, quando o acordo processual interferir em poderes, deveres ou faculdades
do magistrado, será necessário que este concorde com seus termos, com base em juízo discricionário.
O negócio jurídico processual que transige sobre o contraditório e os atos de titularidade judicial se aperfeiçoa
validamente se a ele aquiescer o juiz. STJ. 4ª Turma. REsp 1810444-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
23/02/2021 (Info 686). #ATENÇÃO!
9. CPC
Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos
contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de
requerimento.
§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por apenas um
deles.
§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.
É inaplicável a contagem do prazo recursal em dobro quando apenas um dos litisconsortes com procuradores
distintos sucumbe. Nesse sentido existe, inclusive, uma súmula do STF, cujo entendimento continua válido com o
CPC/2015: Súmula 641-STF: Não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um dos litiscon-
sortes haja sucumbido. Ex: ação de cobrança proposta contra Pedro e Tiago. Na sentença, o juiz julga proce-
dente quanto a Pedro e improcedente no que tange a Tiago. Pedro, única parte sucumbente, não terá direito
a prazo em dobro. STJ. 3ª Turma. REsp 1709562-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 16/10/2018 (Info 636).
#JÁCAIU
A) se não for comunicada modificação de endereço da parte, a lei presume válida a intimação feita naquele cons-
tante dos autos, exceto quando se tratar de mudança temporária.
B) a lei faculta ao advogado promover a intimação do colega adversário, desde que o faça pelo correio.
C) a intimação feita ao ensejo da retirada dos autos de cartório é inválida se a carga for feita por quem não seja
advogado investido de mandato.
D) é vedado que, na intimação dirigida ao advogado, figure apenas o nome da sociedade a que pertença
PONTO 9 - 9. Tutela provisória. Tutela de urgência e tutela de evidência. Estabilização da tutela antecipada.
O tema “antecipação de tutela” é de extrema importância para as provas da magistratura. Ler artigos 294
a 311 atentando-se para formação os seguintes temas: tutela antecipada requerida em caráter antecedente; esta-
bilização da tutela antecipada; tutela cautelar em caráter antecedente; tutela da evidência.
3 Gabarito: letra B.
3. FUNGIBILIDADE:
- As tutelas antecipada e cautelar são espécies do gênero tutelas de urgência. Embora essas medidas sejam es-
pécies, são fungíveis, na medida em que uma pode ser substituída pela outra.
III - o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem resolução de
mérito.
9. #DIVERGÊNCIA
O CPC/2015 inovou na ordem jurídica ao trazer, além das hipóteses até então previstas no CPC/1973, a possi-
bilidade de concessão de tutela antecipada requerida em caráter antecedente, a teor do que dispõe o seu art.
303. Uma das grandes novidades trazidas pelo novo CPC a respeito do tema é a possibilidade de estabilização
da tutela antecipada requerida em caráter antecedente, instituto inspirado no référé do Direito francês, que
serve para abarcar aquelas situações em que ambas as partes se contentam com a simples tutela antecipada,
não havendo necessidade, portanto, de se prosseguir com o processo até uma decisão final (sentença), nos
termos do que estabelece o art. 304, §§ 1º a 6º, do CPC/2015. Assim, segundo o art. 304, não havendo recurso
contra a decisão que deferiu a tutela antecipada requerida em caráter antecedente, a referida decisão será es-
tabilizada e o processo será extinto, sem resolução de mérito. No prazo de 2 anos, porém, contado da ciência
da decisão que extinguiu o processo, as partes poderão pleitear, perante o mesmo Juízo que proferiu a decisão,
a revisão, reforma ou invalidação da tutela antecipada estabilizada, devendo se valer de ação autônoma para
esse fim. Divergência: Como interpretar a palavra “recurso” prevista no art. 304 do CPC? Em outras palavras, a
mera contestação é suficiente para impedir a estabilização? Para a 3ª Turma do STJ: SIM. A leitura que deve ser
feita do dispositivo legal, tomando como base uma interpretação sistemática e teleológica do instituto, é que a
estabilização somente ocorrerá se não houver qualquer tipo de impugnação pela parte contrária, sob pena de
se estimular a interposição de agravos de instrumento, sobrecarregando desnecessariamente os Tribunais, além
do ajuizamento da ação autônoma, prevista no art. 304, § 2º, do CPC/2015, a fim de rever, reformar ou invali-
dar a tutela antecipada estabilizada. No caso concreto analisado pelo STJ, a empresa ré não interpôs agravo de
instrumento contra a decisão que deferiu o pedido de antecipação dos efeitos da tutela requerida em caráter
antecedente, mas apresentou contestação, na qual pleiteou, inclusive, a revogação da tutela provisória concedi-
da. Diante disso, o Tribunal considerou que não houve a estabilização da tutela antecipada, devendo, por isso,
o feito prosseguir normalmente até a prolação da sentença. A ideia central do instituto é que, após a concessão
da tutela antecipada em caráter antecedente, nem o autor nem o réu tenham interesse no prosseguimento do
feito, isto é, não queiram uma decisão com cognição exauriente do Poder Judiciário, apta a produzir coisa jul-
gada material. Por essa razão, é que, apesar de o caput do art. 304 do CPC/2015 falar em “recurso”, a leitura que
deve ser feita do dispositivo legal, tomando como base uma interpretação sistemática e teleológica do instituto,
é que a estabilização somente ocorrerá se não houver qualquer tipo de impugnação pela parte contrária. Logo,
a interpretação da palavra “recurso” deve ser de maneira sistemática e teleológica, de modo que há requisitos
cumulativos para o cabimento da estabilização da tutela deferida em caráter antecedente: i) a não interposição
de agravo de instrumento; e ii) a não apresentação de contestação. STJ. 3ª Turma. REsp 1760966-SP, Rel. Min.
Marco Aurélio Bellizze, julgado em 04/12/2018 (Info 639). Para a 1ª Turma do STJ: NÃO. A não utilização da via
própria – agravo de instrumento – para a impugnação da decisão mediante a qual deferida a antecipação da
tutela em caráter antecedente, tornaria preclusa a possibilidade de revisão, excepcionando a utilização da ação
autônoma prevista no art. 304, § 2º, do CPC/2015. Desconsiderou-se o argumento de que a estabilidade apenas
seria alcançada caso não houvesse nenhuma resistência (ex: apresentação de contestação), pois caracterizaria
o alargamento da hipótese prevista na lei, podendo acarretar um esvaziamento do instituto da estabilização e a
inobservância da preclusão. Isso porque, embora a apresentação de contestação tenha o condão de demonstrar
a resistência em relação à tutela exauriente (mérito do processo principal), tal ato processual não se revelaria
capaz de evitar que a decisão proferida em cognição sumária seja alcançada pela preclusão, considerando que
os meios de defesa da parte ré estão arrolados na lei, cada qual com sua finalidade específica, não se revelan-
do coerente a utilização de meio processual diverso para evitar a estabilização, porque os institutos envolvidos
– agravo de instrumento e contestação – são inconfundíveis. Ademais, a interpretação ampliada da palavra
“recurso” caracterizaria indevida extrapolação da função jurisdicional, já que durante a tramitação legislativa do
Novo CPC, houve modificação de uma impugnação mais genérica por um termo mais restritivo. Assim, deve-se
fazer uma interpretação restritiva da palavra “recurso”, não podendo a mera contestação impedir os efeitos da
estabilização. STJ. 1ª Turma. REsp 1797365-RS, Red. acórdão Min(a). Regina Helena Costa, julgado em 03/10/2019
(Info 658).
PONTO 10 - 10. Petição inicial. Requisitos. Juízo de Admissibilidade. Audiência de conciliação e mediação.
Defesa do réu. Contestação e reconvenção. Providências preliminares. Julgamento conforme o estado do
processo. Audiência de saneamento e organização do processo.
Os arts. 319 a 331 do CPC tratam sobre a petição inicial, sendo obrigatória a sua leitura.
O julgamento liminar do processo possui previsão no artigo 332 do CPC, dando ênfase para o cabimento de
apelação (§3º) e tratamento diferenciado da prescrição e decadência (1º).
No tocante a matéria “defesa do réu” é importante a leitura dos 335 a 346 do CPC.
É de suma importância relacionar a resposta do réu com os efeitos que a revelia pode gerar com as providên-
cias preliminares ao saneamento (arts. 347 a 349 do CPC), o julgamento conforme o estado do processo (art. 354
a 357 do CPC), a extinção do processo sem resolução de mérito (art.485 do CPC). Não ocorrendo nenhuma das
hipóteses previstas no capítulo X, dá-se a organização do processo pelo magistrado, segundo previsão expressa
do art. 357 do CPC, dando continuidade a marcha processual.
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento
de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de com-
petência;
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de
decadência ou de prescrição.
§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 241 .
§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.
§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se não
houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.
4. Recurso cabível
Indeferimento parcial
Indeferimento monocrá-
Indeferimento parcial. Indeferimento total. ou total pelo cole-
tico parcial ou total.
giado.
Cabe AGRAVO DE INSTRU- Cabe RO, RE ou Cabe AGRAVO INTER-
Cabe APELAÇÃO.
MENTO. REsp. NO.
Assim, ensejam o juízo de retratação do art. 331 a apelação, o agravo de instrumento e o agravo interno
5. O art. 356 do CPC permite o julgamento antecipado parcial do mérito se um dos pedidos ou parte deles
mostrar-se incontroverso ou estiver em condições de imediato julgamento. Diante disso, não haverá óbice a que
o juiz se valha da mesma regra para prolatar a improcedência liminar parcial do pedido, desde que, havendo
cumulação de pedidos na inicial, em relação a alguns deles, estejam presentes as hipóteses do art. 332.
Nesse caso, não haverá sentença de improcedência liminar, mas decisão interlocutória de improcedência liminar,
contra a qual caberá agravo de instrumento.
7. Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre
eles não haja conexão.
#ATENÇÃO: Não há necessidade de que os pedidos sejam conexos. É possível que o credor cumule dois ou
mais pedidos de cobrança contra o mesmo réu no mesmo processo, ainda que as dívidas sejam independentes
entre si e não guardem nenhuma relação umas com as outras, o que se justifica pelo princípio da economia pro-
cessual. Conquanto desnecessária a conexão, é preciso que os pedidos sejam compatíveis entre si, que o Juízo
seja competente para conhecê-los todos e que o procedimento para todos seja o mesmo, ou, quando não, que
todos possam processar-se pelo “procedimento comum” (CPC, art. 327, §§ 1º e 2º).
8. Não confundir com a cumulação imprópria alternativa, em que há mais de um pedido formulado.
9. Com o CPC/15, expressamente prevê a possibilidade de se oferecer reconvenção em face do substituto pro-
cessual, desde que este seja autorizado a atuar tanto no polo passivo e ativo (§5º do art. 343) , bem como per-
mite, expressamente, a ampliação dos limites subjetivos da demanda, trazendo para o processo pessoas que até
então nele não figuravam (art. 343, §§ 3º e 4º).
Princípio da impugnação específica dos fatos (CPC, art. 341): segundo o art. 341 do CPC/15, serão presumi-
dos verdadeiros os fatos que não sejam impugnados especificamente pelo réu em sua contestação. A impugna-
ção específica é um ônus do réu de rebater pontualmente todos os fatos narrados pelo autor com os quais não
concorda, tornando-os controvertidos e em consequência fazendo com que componham o objeto da prova.
O momento de tal impugnação, ao menos em regra, é a contestação, operando-se preclusão consumativa se
apresentada essa espécie de defesa o réu deixar de impugnar algum(ns) do(s) fato(s) alegado(s) pelo autor.
Ressalte-se que o ônus da impugnação específica não se aplica ao advogado dativo, curador especial e ao
defensor público, que podem elaborar a contestação com fundamento em negativa geral, instituto que permite
ao réu uma impugnação genérica de todos os fatos narrados pelo autor, sendo tal forma de reação o suficiente
para tornar todos esses fatos controvertidos (art. 341, parágrafo único, do CPC)
É possível a reconvenção da reconvenção?
Sim. Apesar da omissão legislativa, tanto doutrina quanto jurisprudência, construídas à luz do CPC/73, a admi-
tem. O entendimento deve prevalecer, já que a reconvenção pode ser formulada, também, quando é conexa
com o fundamento de defesa apresentado pelo réu.
É possível a reconvenção da reconvenção, salvo na ação monitória (art. 702, §6º: § 6o Na ação monitória admite-
se a reconvenção, sendo vedado o oferecimento de reconvenção à reconvenção).
#JÁCAIU
PONTOS 11 e 12 - 11. Provas. Objeto, fonte e meios. Prova atípica e prova ilícita. Ônus da prova.
Antecipação da prova. Provas em espécie e sua produção. Audiência de instrução e julgamento. 12.
Sentença. Elementos e requisitos. Vícios das sentenças. Coisa julgada formal e material. Limites
subjetivos, objetivos e cronológicos. Eficácia preclusiva da coisa julgada. Coisa julgada e resolução de
questão prejudicial. Relativização da coisa julgada
#ATENÇÃO1: “das provas” é um tema com grandes chances de aparecer na sua prova! #VAICAIR
Façam a leitura dos artigos 369 a 512 do CPC. O tema ônus da prova e coisa julgada merecem bastante
atenção, com o estudo da letra de lei, doutrinário e jurisprudencial sobre o assunto.
Para “audiência de instrução e julgamento”, basta a leitura dos arts. 358 a 368 do CPC.
#ATENÇÃO2: sentença também é tema que merece destaque. Afinal, faz parte do dia-a-dia do juiz. Então, aqui
é necessário ler o material de base (ou FUC) + artigos 485 a 508 do CPC + jurisprudência.
4 Gabarito: letra D.
3. SENTENÇA
CLASSIFICAÇÃO DA SENTENÇA:
Sentença constitutiva É aquela que cria, modifica ou extingue uma relação jurídica.
4. O órgão julgador não está obrigado a responder a questionamentos das partes, mas tão só a declinar as
razões de seu convencimento motivado. Isto é, não há obrigação de responder a todas as questões suscitadas
pelas partes, quando já tenha encontrado motivo suficiente para proferir a decisão, desde que firme sua convic-
ção em decisão devidamente fundamentada. STJ. 3ª Turma. AgInt no REsp 1920967/SP, Rel. Min. Marco Aurélio
Belizze, julgado em 03/05/2021. STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 1382885/SP, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado
em 26/04/2021.
5. O que foi decidido como motivação não faz coisa julgada material e pode ser rediscutido em outros processos.
#OLHAOSUPERGANCHO: O assistente submete-se à JUSTIÇA DA DECISÃO, ou seja, aos fundamentos
da decisão.
Aquele que ingressa em Juízo formula sempre uma ou mais pretensões. Ao proferir a sua sentença, o Juiz exa-
minará os fundamentos de fato e de direito do pedido e os fundamentos da defesa, após o que acolherá, ou
desacolherá, no todo ou em parte, os pedidos formulados. Assim, no dispositivo da sentença, que o juiz decide
se a pretensão do autor será ou não acolhida: se ele condenará, constituirá ou desconstituirá uma relação jurídica
ou declarará a sua existência ou inexistência, ou se, ao contrário, não acolherá os pedidos, julgando-os improce-
dentes. A coisa julgada material é a imunização dos efeitos da sentença, isto é, a impossibilidade de rediscutir em
outro processo o que foi decidido naquele. A coisa julgada impede que as mesmas partes rediscutam o mesmo
objeto, isto é, o mesmo pedido fundado nos mesmos fatos.
Nesse contexto, só sofrerão os efeitos da coisa julgada as pessoas que podem ser atingidas pelos efeitos diretos
da sentença, isto é, da condenação, da constituição ou declaração. Por isso, o assistente simples não será
afetado pela coisa julgada material. Esta, porém, não se estende aos fundamentos, como deixam expressos os
arts. 504 e seus incisos do CPC. Aquele que interveio como assistente simples sofrerá uma consequência
que não atinge as partes: não poderá mais discutir os fundamentos da sentença proferida no processo
em que ele participou.
#COLANARETINA: Enquanto que, para as partes, fica imutável o que foi decidido no dispositivo, para o assis-
tente simples, não pode mais ser discutida a fundamentação.
Embora os fundamentos da decisão proferida contra o assistido se tornem indiscutíveis (mais rigorosa
que a coisa julgada), pode ser afastada com mais facilidade através da EXCEPTIO MALE GESTI PROCES-
SUS (menos rigorosa que a coisa julgada – não necessitando de ação rescisória). Veja os incisos do art. 123:
Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não poderá, em proces-
so posterior, discutir a justiça da decisão (leia-se: os fundamentos!), salvo se alegar e provar que:
I - Pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido, foi impedido de produzir
provas suscetíveis de influir na sentença;
II - Desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu.
6. Princípio da congruência.
Segundo o art. 492, caput do NCPC, o Juiz não pode conceder diferente ou a mais do que for pedido pelo
autor. Trata-se do chamado princípio da congruência, também conhecido como princípio da correlação ou
da adstrição. Assim, é nula a sentença que concede a mais ou diferente do que foi pedido, como também há
nulidade na sentença fundada em causa de pedir não narrada pelo autor, na sentença que atinge terceiros que
não participaram do processo ou que não julga a demanda relativamente a certos demandantes.
Nem toda decisão proferida sem a observação do princípio da congruência é nula, admitindo-se a extrapolação
no tocante ao pedido em situações expressamente previstas em lei. São exceções:
a) nos chamados pedidos implícitos (ex: honorários advocatícios): é admitido ao juiz conceder o que não
tenha sido expressamente pedido pelo autor;
b) a fungibilidade permite ao Juiz que conceda tutela diferente da que foi pedida pelo autor, verifican-
do-se nas ações possessórias (permite-se concessão de tutela possessória diferente da pedida pelo autor) e nas
ações cautelares (permite-se a concessão de tutela cautelar diferente da pedida pelo autor);
c) nas demandas que tenham como objeto uma obrigação de fazer e/ou não fazer, o Juiz pode conceder
tutela diversa da pedida pelo autor, desde que com isso gere um resultado prático equivalente ao do adimple-
mento da obrigação (art. 497do Novo CPC e art. 84, caput, do CDC).
8. Caso haja duas sentenças transitadas em julgado envolvendo as mesmas partes, mesma causa de pedir e
mesmo pedido, qual delas deverá prevalecer? Existiam duas correntes na doutrina e no STJ:
1ª) Prevalece a 1ª coisa julgada.
- Posição da 3ª Turma do STJ.
- Na doutrina: Arruda Alvim, Nelson Nery Jr. e Rosa Nery, Araken de Assis, Teresa Wambier, Sérgio Gabriel Porto,
Sálvio de Figueiredo Teixeira.
- A segunda sentença seria inexistente, porque foi proferida numa demanda em que o autor era carente de ação
(por falta de interesse jurídico). A coisa julgada também é um pressuposto processual negativo (ou extrínseco),
de forma que a segunda ação foi proposta em afronta a esse pressuposto, o que também conduz à inexistência
da segunda sentença.
- Para essa corrente, a partir do momento em que se entende que a segunda sentença é inexistente, não há ne-
cessidade de ação rescisória, podendo-se obter a declaração de inexistência perante o próprio juízo de origem,
por meio de ação ou objeção, esteja ou não transcorrido o prazo decadencial da rescisória. Vale ressaltar, no
entanto, que o lesado poderá perfeitamente alegar o vício por meio de rescisória.
2ª) Prevalece a 2ª coisa julgada, a não ser que ela seja desconstituída por ação rescisória.
- Posição da 2ª Turma do STJ.
- Na doutrina: Pontes de Miranda, Vicente Greco Filho, Barbosa Moreira, Cândido Rangel Dinamarco, Humberto
Theodoro Jr.
- Havendo conflito entre duas coisas julgadas, prevalecerá a que se formou por último, enquanto não descons-
tituída mediante ação rescisória. Assim, em regra, prevalece a segunda sentença transitada em julgado, a não
ser que ela seja desconstituída por meio de ação rescisória. Enquanto não for, ela é que vale. Se passar o prazo
de 2 anos da rescisória, a segunda valerá para sempre. - Havendo conflito entre duas coisas julgadas, prevale-
cerá a que se formou por último, enquanto não se der sua rescisão para restabelecer a primeira. A exceção de
pré-executividade não serve no caso para substituir a ação rescisória. STJ. 3ª Turma. REsp 1.354.225-RS, Rel. Min.
Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 24/2/2015 (Info 557). STJ. 2ª Turma. REsp 1.524.123-SC, Rel. Min. Herman
Benjamin, julgado em 26/5/2015 (Info 565).
Em 2019, o STJ pacificou o tema, mas o julgamento ficou restrito ao âmbito processual penal. Não se
pode afirmar, portanto, que tal entendimento aplica-se ao direito processual civil, eis que não há um
posicionamento expresso da Corte. Vejamos:
Diante do duplo julgamento do mesmo fato, deve prevalecer a sentença que transitou em julgado em primeiro
lugar. STJ. 6ª Turma. RHC 69.586-PA, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado
em 27/11/2018 (Info 642).
STF
Existe um precedente da 1ª Turma do STF no mesmo sentido do que foi explicado, ou seja, sustentando que, em
caso de dupla sentença transitada em julgado, deverá ser anulada a segunda, prevalecendo a primeira. Isso por-
que o segundo processo nasceu de forma indevida, considerando que já existia o primeiro. Logo, a instauração
do segundo processo violou a litispendência (se o primeiro feito ainda estava em curso) ou a coisa julgada (se o
primeiro processo já havia encerrado). Nesse sentido:
Os institutos da litispendência e da coisa julgada direcionam à insubsistência do segundo processo e da segun-
da sentença proferida, sendo imprópria a prevalência do que seja mais favorável ao acusado. STF. 1ª Turma. HC
101131, Rel. Min. Luiz Fux, Rel p/ Acórdão Min. Marco Aurélio, julgado em 25/10/2011.
10. Não há que falar em julgamento extra petita quando o órgão julgador não afronta os limites objetivos da
pretensão inicial, tampouco concede providência jurisdicional diversa da requerida, respeitando o princípio da
congruência. Não se configura julgamento extra petita quando o julgador, adstrito às circunstâncias fáticas e ao
pedido constante nos autos, procede à subsunção normativa com amparo em fundamentos jurídicos diversos
dos suscitados pelas partes. Aplicação dos princípios da mihi factum dabo tibi ius (dá-me os fatos que te darei o
direito) e iura novit curia (o juiz é quem conhece o direito). STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 1692558/AL, Rel. Min.
Antonio Carlos Ferreira, julgado em 23/11/2020.
Atenção! Tema importante nas provas de magistratura. Aqui é importante fazer a leitura do material de base (ou
FUC) ao menos na parte introdutória (princípios, efeitos dos recursos, pressupostos). Além disso, a leitura dos dis-
positivos do CPC e da jurisprudência. #VAICAIR
Leitura de todo o livro III do Código de processo Civil, sobretudo dos artigos 926 a 946 e arts. 994 a 1.044
do CPC.
2. PREPARO DO RECURSO
Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinen-
te, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção.
§ 1º São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, os recursos interpostos pelo Ministério
Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que
gozam de isenção legal.
§ 2º A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, implicará deserção se o recor-
rente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 3º É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em autos eletrônicos.
§ 4º O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive
porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em
dobro, sob pena de deserção.
§ 5º É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, inclusive porte de remessa e de
retorno, no recolhimento realizado na forma do § 4º.
§ 6º Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de deserção, por decisão irrecorrível,
fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o preparo.
§ 7º O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena de deserção, cabendo
ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de 5
(cinco) dias.
4. A extensão do efeito devolutivo da apelação é definida pelo pedido do recorrente e qualquer julgamento
fora desse limite não pode comprometer a efetividade do contraditório, ainda que se pretenda aplicar a teoria da
causa madura. STJ. 4ª Turma. REsp 1909451-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 23/03/2021 (Info 690).
5. Não é admissível, nem excepcionalmente, a impetração de mandado de segurança para impugnar decisões
interlocutórias após a publicação do acórdão em que se fixou a tese referente ao tema repetitivo 988, segun-
do a qual “o rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso admite a interposição de agravo de
instrumento quando verificada a urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão no recurso de
apelação”. Caso concreto: juiz indeferiu pedido de designação da audiência de conciliação prevista no art. 334
do CPC, ao fundamento de “dificuldade de pauta”. Essa decisão foi proferida em 07/02/2019, ou seja, após a pu-
blicação do acórdão do STJ que definiu a tese da taxatividade mitigada (Tema 998 - REsp 1.704.520-MT - DJe
19/12/2018). Logo, neste caso, essa decisão interlocutória somente seria impugnável por agravo de instrumento,
não cabendo, portanto, mandado de segurança. STJ. 3ª Turma. RMS 63202-MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze,
Rel. Acd. Min. Nancy Andrighi, julgado em 01/12/2020 (Info 684).
8. Nos termos do art. 1.030, § 2º, do Código de Processo Civil, contra a decisão que nega seguimento ao recurso
extraordinário, observando a sistemática da repercussão geral, cabe agravo interno e não agravo em recurso
extraordinário para o Supremo Tribunal Federal. Assim, pacificou-se nos Tribunais Superiores o entendimento
de que a interposição do recurso incorreto contra a decisão que nega seguimento ao recurso extraordinário
configura erro grosseiro, impedindo a aplicação do princípio da fungibilidade. STJ. Corte Especial. ARE-RE-ED-
cl-AgInt-AREsp 939.065/RS, Rel. Min. Jorge Mussi, DJE 18/12/2020. STF. 1ª Turma. HC 154737/SP, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgado em 29/06/2020.
9. Admite-se a conversão do embargos de declaração em agravo interno quando houver nítido pleito de
reforma do julgamento, em atenção aos princípios da fungibilidade recursal e da instrumentalidade das for-
mas, com base no artigo 1024, §3º, do CPC. STJ. Corte Especial. EDcl no RE nos EDcl no AgInt no AREsp 926.632-
PB, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 12/05/2020. STF. 1ª Turma. Rcl-ED-ED 39.695-MA,
Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 24/08/2020.
#FAZOGANCHO
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: O conceito de “dúvida objetiva”, para a aplicação do princípio da fungibili-
dade recursal, pode ser relativizado, excepcionalmente, quando o equívoco na interposição do recurso cabível
decorrer da prática de ato do próprio órgão julgador. STJ. 2ª Seção. EAREsp 230.380-RN, Rel. Min. Paulo de Tarso
Sanseverino, julgado em 13/09/2017 (Info 613).
10. CPC
Art. 1.021, § 4º: “Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em
votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado
multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa”.
§ 5º: “A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da multa prevista
no § 4º, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao
final”.
#JÁCAIU
Se a parte desiste de recurso que interpôs contra sentença que julgou o mérito,5
B) a desistência não impedirá a análise de questão objeto de julgamento de recurso especial repetitivo.
PONTOS 16, 17, 25 A 28 - 16. Procedimentos especiais de jurisdição contenciosa. Ação de consignação
em pagamento; ação de exigir contas; ações possessórias, ações de divisão e demarcação. Ação de
dissolução parcial de sociedade.
17. Procedimentos especiais de jurisdição contenciosa: inventário e partilha, embargos de terceiro,
oposição, ações de família, habilitação, restauração de autos, ação monitória, homologação de penhor
legal, regulação de avaria grossa.
25. Procedimento dos Juizados Especiais Cíveis e Juizados Especiais da Fazenda Pública. Juizados
Especiais Federais.
26. Procedimentos Especiais de Jurisdição Voluntária. Características. Notificação e interpelação.
Alienações Judiciais. Testamento e Codicilo. Herança Jacente. Bens dos Ausentes. Coisas Vagas. Tutela e
curatela. Organização e Fiscalização das Fundações.
27. Ações locatícias. Ação de Despejo. Ação Renovatória. Ação Revisional. Ação Consignatória.
28. O processo da recuperação judicial e da falência.
Quanto aos procedimentos especiais, basta a leitura dos arts. 539 a 718 do CPC. #ATENÇÃO especial para
os seguintes: ações possessórias, ação de dissolução parcial, oposição, embargos de terceiro e monitória. Nestes,
façam também a leitura da jurisprudência #AJUDAMARCINHO.
5 Gabarito: letra B.
No ponto 25, ATENÇÃO total ao tema “Juizados Especiais Cíveis” (leitura dos arts. 1º a 59 da lei nº 9.099/95;
lei nº 12.153/09 – na íntegra; lei nº 10.259/01 – na íntegra) + jurisprudência. É tema de alta incidência em provas
de magistratura! Excelente custo benefício. Tema de estudo rápido e com grandes chances de aparecer na prova!
No tocante aos procedimentos especiais de jurisdição voluntária, basta a leitura dos arts. 719 a 770 do CPC.
Ações de despejo, Consignação de Aluguel e acessórios da locação, Revisional de aluguel, Renovatória: lei-
tura dos arts. 58 a 75 da lei nº 8.245/91 + jurisprudência.
#OBS: o ponto “processo de recuperação judicial e falência” será visto no edital de direito empresarial.
LEI 9.099
LEI 8.245
1. EMBARGOS DE TERCEIRO
Possui natureza de processo de conhecimento, que vai ter como premissa fundamental a ideia da constrição
judicial sobre bem de terceiro ou de parte a ele equiparada.
Objetivo: desfazer e ou evitar a constrição judicial.
É possível a oposição de embargos de terceiro preventivos, isto é, antes da efetiva constrição judicial
sobre o bem. STJ. 3ª Turma. REsp 1726186/RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 08/05/2018
#JÁCAIU
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2018 - TJ-SP - Juiz Substituto
Quanto aos embargos de terceiro, assinale a alternativa correta.6
A) Na fase de conhecimento, eles podem ser opostos até o trânsito em julgado e, no cumprimento ou execução,
no mesmo prazo para impugnação ou para embargos à execução.
B) Para obtenção de medida liminar, o embargante tem o ônus de apresentar prova pré-constituída de sua posse
ou domínio.
C) No caso de embargos opostos por credor com garantia real, a lei estabelece um limite de cognição horizontal
ou em extensão.
D) Eles serão distribuídos livremente e caberá ao juízo que ordenou a constrição, tanto que comunicado do
ajuizamento da medida, eventualmente suspender o processo até julgamento dos embargos.
2. AÇÕES POSSESSÓRIAS
Em ação possessória entre particulares é cabível o oferecimento de oposição pelo ente público, alegando-se
incidentalmente o domínio de bem imóvel como meio de demonstração da posse. STJ. Corte Especial. EREsp
1134446-MT, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 21/03/2018 (Info 623)
3. O terreno do proprietário foi invadido por inúmeras pessoas de baixa renda. O proprietário ingressou com
ação de reintegração de posse, tendo sido concedida a medida liminar, mas nunca cumprida mesmo após vários
anos. Vale ressaltar que o Município e o Estado fizeram toda a infraestrutura para a permanência das pessoas
no local. Diante disso, o juiz, de ofício, converteu a ação reintegratória em indenizatória (desapropriação
6 Gabarito: letra C.
indireta), determinando a emenda da inicial, a fim de promover a citação do Município e do Estado para
apresentar contestação e, em consequência, incluí-los no polo passivo da demanda. O STJ afirmou que isso
estava correto e que a ação possessória pode ser convertida em indenizatória (desapropriação indireta)
- ainda que ausente pedido explícito nesse sentido - a fim de assegurar tutela alternativa equivalente
(indenização) ao particular que teve suas térreas invadidas. STJ. 1ª Turma. REsp 1442440-AC, Rel. Min. Gurgel
de Faria, julgado em 07/12/2017 (Info 619).
4. AÇÃO MONITÓRIA
O correio eletrônico (e-mail) pode fundamentar a pretensão monitória, desde que o juízo se convença da veros-
similhança das alegações e da idoneidade das declarações. STJ. 4ª Turma. REsp 1381603-MS, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, julgado em 6/10/2016 (Info 593).
6. Lei nº 9.099/95
Art. 12-A. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, para a prática de qualquer ato proces-
sual, inclusive para a interposição de recursos, computar-se-ão somente os dias úteis. (Incluído pela Lei
nº 13.728, de 2018)
7. O Juizado Especial Cível é competente para o processamento e o julgamento de ação proposta por associa-
ção de moradores visando à cobrança de taxas de manutenção de loteamento em face de morador não asso-
ciado. STJ. 3ª Turma.RMS 53602-AL, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/06/2018 (Info 627).
8. No âmbito estadual, o autor pode escolher se deseja ajuizar a ação no Juizado Especial ou na Justiça Co-
mum, sendo essa uma decisão da parte. STJ. 2ª Turma. RMS 53.227/RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
27/06/2017.
9. Não é cabível reclamação, tampouco pedido de uniformização de jurisprudência ao STJ contra acórdão de
Turma Recursal do Juizado Especial da Fazenda Pública sob a alegação de que a decisão impugnada diverge
de orientação fixada em precedentes do STJ. STJ. 1ª Seção. Rcl 22033-SC, Rel. Min. Mauro Campbell Marques,
julgado em 8/4/2015 (Info 559). Não cabe reclamação contra decisões proferidas em demandas que tramitam no
Juizado Especial da Fazenda Pública (Lei 10.253/2009) ou nos Juizados Especiais Federais (Lei 10.259/2001), uma
vez que o recurso cabível, nesses hipóteses, é o Pedido de Uniformização Nacional. STJ. 1ª Seção. Rcl 37.694/SE,
Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 09/12/2020.
10. A ação de despejo não exige a formação de litisconsórcio ativo necessário. STJ. 3ª Turma. REsp 1737476-
SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 04/02/2020 (Info 664).
Quanto ao ponto 18, é importante a leitura da lei nº 9.307/96 (arbitragem), bem como da jurisprudência
correlata.
É muito importante conhecer os procedimentos da Ação Civil Pública (7.347/85), do Mandado de Segurança
(12.016/2009), Ação Popular (4.717/65), Mandado de Injunção (13.300/2016), Habeas Data (9.507/97). #OBS: ação
de improbidade administrativa será vista no edital de direito administrativo.
#ATENÇÃO especial para a execução fiscal! Leitura da lei nº 6.830/80 (na íntegra) + jurisprudência. #VAI-
CAIR
Por fim, quanto à suspensão da segurança, façam a leitura da lei nº 8.437/92 (na íntegra).
LEI 9.307
Art. 13 Art. 23
Art. 16 Art. 26
Lei 4.717/65
Artigos: 1º, 2º, 3º, 5º, 6º, 7º, 8º, 9º, 11, 13, 15, 16, 18, 19 e 21.
Lei da Ação Popular
Lei 7.347/85
Artigos: 1º, 2º, 5º, 8º, 10, 11, 12, 13, 15, 17, 18, 21.
Lei de Ação Civil Pública
Lei 12.016/09 Artigos: 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 7º, 8º, 10, 14, 15, 16, 18, 20 e 25.
Lei 13.300/16 Artigos: 2º, 3º, 4º, 5º, 8º, 9º, 10, 11, 12 e 13.
1. A declaração de nulidade da sentença arbitral pode ser pleiteada, judicialmente, por duas vias: a) ação de-
claratória de nulidade de sentença arbitral (art. 33, § 1º, da Lei nº 9.307/96); ou b) impugnação ao cumprimento
de sentença arbitral (art. 33, § 3º, da Lei nº 9.307/96). O § 1º do art. 33 verá que ele fala em um prazo de 90 dias
para ajuizar a ação declaração de nulidade. O § 3º do mesmo artigo não prevê prazo. Diante disso, indaga-se:
o prazo de 90 dias do § 1º do art. 33 também se aplica para a hipótese do § 3º? A impugnação ao cumprimento
de sentença arbitral também deve ser apresentada no prazo de 90 dias? Depende: • se a parte executada quiser
alegar algum dos vícios do art. 32 da Lei nº 9.307/96: ela possui o prazo de 90 dias. Assim, se já tiver se passado
90 dias da notificação da sentença, ela não poderá apresentar impugnação alegando um dos vícios do art. 32.
• mesmo que já tenha se passado o prazo de 90 dias, a parte ainda poderá alegar uma das matérias do § 1º
do art. 525 do CPC. STJ. 3ª Turma. REsp 1900136/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 06/04/2021 (Info 691).
2 Arbitragem é jurisdição?
Prevalece que sim. Nesse sentido:
A atividade desenvolvida no âmbito da arbitragem tem natureza jurisdicional, sendo possível a existência de
conflito de competência entre juízo estatal e câmara arbitral.
STJ. 2ª Seção. CC 111.230/DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 08/05/2013.
(...) Sobressai evidente o propósito legislativo de a tudo equiparar, mormente em relação aos efeitos, a sentença
arbitral à sentença judicial, o que decorre, naturalmente, do reconhecimento de que a atividade desenvolvida
no âmbito da arbitragem possui a natureza jurisdicional. Nessa medida, o atributo da executibilidade conferido
a determinado tipo de sentença judicial também deverá estar presente, necessariamente, na sentença arbitral
com idêntico conteúdo. (...)
STJ. 3ª Turma. REsp 1735538/SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 06/10/2020.
3. É possível a penhora no rosto dos autos de procedimento de arbitragem para garantir o pagamento de dívida
cobrada em execução judicial. A penhora no rosto dos autos consiste apenas numa averbação, cuja finalidade
é atingida no exato momento em que o devedor do executado toma ciência de que o pagamento - ou parte
dele - deverá, quando realizado, ser dirigido ao credor deste, sob pena de responder pela dívida, nos termos do
art. 312 do Código Civil. Assim, é possível aplicar a regra do art. 860 do CPC, ao procedimento de arbitragem,
a fim de permitir que o juiz oficie o árbitro para que este faça constar em sua decisão final, acaso favorável ao
executado, a existência da ordem judicial de expropriação. Ex: a empresa “A” ajuizou execução de título extraju-
dicial contra a empresa “B”; a exequente sabia que a empresa “B” estava em procedimento de arbitragem com
a empresa “C” discutindo um contrato; diante disso, a exequente pediu e o juiz decretou a penhora dos direitos,
bens e valores que a empresa “B” eventualmente venha a receber caso seja vencedora no procedimento arbitral;
assim, se a empresa “C” perder a arbitragem ela irá pagar os valores não para a empresa “B”, mas sim para a
empresa “A”. STJ. 3ª Turma. REsp 1.678.224-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 07/05/2019 (Info 648).
4. #ATENÇÃO #VAICAIR
Não cabe mandado de segurança contra atos de gestão comercial praticados por administradores de empresas
públicas, sociedades de economia mista e concessionárias de serviço público. É constitucional o art. 1º, § 2º da
Lei nº 12.016/2019.
O juiz tem a faculdade de exigir caução, fiança ou depósito para o deferimento de medida liminar em mandado
de segurança, quando verificada a real necessidade da garantia em juízo, de acordo com as circunstâncias do
caso concreto. É constitucional o art. 7º, III, da Lei nº 12.016/2019.
É inconstitucional ato normativo que vede ou condicione a concessão de medida liminar na via mandamental.
É inconstitucional o art. 7º, § 2º da Lei nº 12.016/2009.
É constitucional o art. 23 da Lei nº 12.016/2009, que fixa o prazo decadencial de 120 dias para a impetração de
mandado de segurança.
É constitucional o art. 25 da Lei nº 12.016/2009, que prevê que não cabe, no processo de mandado de segurança,
a condenação em honorários advocatícios.
STF. Plenário. ADI 4296/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes julgado em
9/6/2021 (Info 1021).
5. O incidente da suspensão de liminar e de sentença, por não ser sucedâneo recursal, é inadequado para
a apreciação do mérito da controvérsia. STJ. Corte Especial. AgInt na SLS 2.564/SP, Rel. Min. Humberto Martins,
julgado em 27/10/2020. Tal instituto não tem natureza jurídica de recurso, razão pela qual não propicia a devo-
lução do conhecimento da matéria para eventual reforma. Sua análise deve restringir-se à verificação de possível
lesão à ordem, à saúde, à segurança ou à economia públicas, nos termos da legislação de regência, sem adentrar
o mérito da causa principal.
6. Teoria da encampação
Súmula 628-STJ: A teoria da encampação é aplicada no mandado de segurança quando presentes, cumulativa-
mente, os seguintes requisitos: a) existência de vínculo hierárquico entre a autoridade que prestou informações
e a que ordenou a prática do ato impugnado; b) manifestação a respeito do mérito nas informações prestadas;
e c) ausência de modificação de competência estabelecida na Constituição Federal.
7. O art. 782, §3º, do CPC é aplicável às execuções fiscais, devendo o magistrado deferir o requerimento
de inclusão do nome do executado em cadastros de inadimplentes, preferencialmente pelo sistema SERA-
SAJUD, independentemente do esgotamento prévio de outras medidas executivas, salvo se vislumbrar alguma
dúvida razoável à existência do direito ao crédito previsto na Certidão de Dívida Ativa - CDA. STJ. 1ª Seção. REsp
1807180/PR, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 24/02/2021 (Recurso Repetitivo – Tema 1026) (Info 686).
9. A lógica de mercado não se aplica às execuções fiscais, pois o Poder Público já é dotado, pela Lei nº 6.830/80,
de privilégios processuais. Assim, são excessivas as medidas atípicas aflitivas pessoais, tais como a suspen-
são de passaporte e da licença para dirigir, quando aplicadas no âmbito de execução fiscal. STJ. 1ª Turma. HC
453.870-PR, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 25/06/2019 (Info 654). O entendimento acima é
diferente no caso da execução “comum”. O STJ possui julgados dizendo que, na execução “comum”, é possível a
adoção de meios executivos atípicos desde que, verificando-se a existência de indícios de que o devedor possua
patrimônio expropriável, tais medidas sejam adotadas de modo subsidiário, por meio de decisão que contenha
fundamentação adequada às especificidades da hipótese concreta, com observância do contraditório substan-
cial e do postulado da proporcionalidade (STJ. 3ª Turma. REsp 1788950/MT, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
23/04/2019).
10. Deve ser afastada a exigência da garantia do juízo para a oposição de embargos à execução fiscal, caso
comprovado inequivocadamente que o devedor não possui patrimônio para garantia do crédito exequendo. STJ.
1ª Turma. REsp 1487772/SE, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 28/05/2019 (Info 650).
PONTO 20 - 20. Tutela dos interesses transindividuais. Direitos e interesses difusos, coletivos e individuais
homogêneos.
#ATENÇÃO: tema de excelente custo-benefício. Pode aparecer em outras matérias, tais como, direito constitucio-
nal e administrativo. É tema de interesse do examinador (1º suplente) Gilson Delgado. #VAICAIR
Tema que exige certo conhecimento doutrinário (leitura do material de base ou FUC de processo coletivo),
bem como jurisprudencial (#AJUDAMARCINHO). Quanto à leitura da legislação, destaca-se que as leis referentes
ao processo coletivo são estudadas de forma espaçada no decorrer do edital. As leis de Ação Civil Pública e ação
popular, por exemplo, já foram mencionadas no ponto 19 (processo civil). Além disso, no edital de direito do con-
sumidor, também será abordado o tema “Defesa do consumidor em juízo”, abrangendo o ponto aqui mencionado.
1. I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza
indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza
indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por
uma relação jurídica base;
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum.
2. Muita atenção para os limites objetivos e subjetivos da coisa julgada (arts. 103 e 104, CDC). Os limites va-
riam de acordo com a procedência ou improcedência da ação, bem como em decorrência da espécie de direito
coletivo (lato sensu) envolvido. Fiquem atentos aos julgados do STJ acerca do tema.
3. COISA JULGADA
Não fará coisa julgada Não fará coisa julgada Impede nova ação cole-
erga omnes. erga omnes. tiva.
IMPROCEDENTE POR
Qualquer legitimado Qualquer legitimado O lesado pode propor
FALTA DE PROVAS pode propor nova ação pode propor nova ação ação individual se não
coletiva, desde que haja coletiva, desde que haja participou da ação co-
prova nova. prova nova. letiva.
4. O art. 87 do CDC prevê: Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este código não haverá adiantamento de
custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora,
salvo comprovada má-fé, em honorários de advogados, custas e despesas processuais. A isenção de custas e
emolumentos judiciais prevista no art. 87 da Código de Defesa do Consumidor visa a facilitar a defesa dos di-
reitos dos consumidores, não sendo aplicável às ações, ainda que coletivas, propostas por sindicato em defesa
dos sindicalizados. STJ. Corte Especial. AgInt nos EREsp 1623931/PE, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 27/08/2019.
6. Para o autor da ação individual já proposta aproveitar o transporte in utilibus da coisa julgada coletiva, deverá
requerer a suspensão da sua ação individual em 30 dias, a contar da data em que o autor é avisado, nos autos
da ação individual, de que há uma ação coletiva (art. 104, CDC).
7. O prazo de 5 (cinco) anos para o ajuizamento da ação popular não se aplica às ações coletivas de consumo.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.736.091-PE, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 14/05/2019 (Info 648). Obs: há inúmeros
julgados em sentido contrário: Inexistindo a previsão de prazo prescricional específico na Lei nº 7.347/85, apli-
ca-se à Ação Civil Pública, por analogia, a prescrição quinquenal instituída pelo art. 21 da Lei nº 4.717/65. STJ. 1ª
Turma. AgInt no AREsp 814391/RN, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 27/05/2019. STJ. 2ª Turma.
REsp 1660385/RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 05/10/2017. STJ. 3ª Turma. REsp 1473846/SP, Rel. Min.
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 21/02/2017.
8. A alienação de terrenos a consumidores de baixa renda em loteamento irregular, tendo sido veiculada pu-
blicidade enganosa sobre a existência de autorização do órgão público e de registro no cartório de imóveis,
configura lesão ao direito da coletividade e dá ensejo à indenização por dano moral coletivo. STJ. 4ª Turma. REsp
1539056/MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 06/04/2021 (Info 691).
9. 3ª Turma do STJ: SIM O interesse individual homogêneo é um direito individual que acidentalmente se torna
coletivo e, pois, indisponível, quando transcender a esfera de interesses puramente particulares, envolvendo
bens, institutos ou valores jurídicos superiores, cuja preservação importa à comunidade como um todo. A grave
lesão de interesses individuais homogêneos acarreta o comprometimento de bens, institutos ou valores jurídicos
superiores, cuja preservação é cara a uma comunidade maior de pessoas, razão pela qual é capaz de reclamar
a compensação de danos morais coletivos. STJ. 3ª Turma. REsp 1586515/RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
22/05/2018. 4ª Turma do STJ: NÃO O dano moral coletivo é aferível in re ipsa, ou seja, sua configuração decorre
da mera constatação da prática de conduta ilícita que, de maneira injusta e intolerável, viole direitos de conteúdo
extrapatrimonial da coletividade, revelando-se despicienda a demonstração de prejuízos concretos ou de efetivo
abalo moral. Independentemente do número de pessoas concretamente atingidas pela lesão em certo período,
o dano moral coletivo deve ser ignóbil e significativo, afetando de forma inescusável e intolerável os valores e
interesses coletivos fundamentais. O dano moral coletivo é essencialmente transindividual, de natureza coletiva
típica, tendo como destinação os interesses difusos e coletivos, não se compatibilizando com a tutela de direitos
individuais homogêneos. A condenação em danos morais coletivos tem natureza eminentemente sancionatória,
com parcela pecuniária arbitrada em prol de um fundo criado pelo art. 13 da LACP - fluid recovery - , ao passo
que os danos morais individuais homogêneos, em que os valores destinam-se às vítimas, buscam uma condena-
ção genérica, seguindo para posterior liquidação prevista nos arts. 97 a 100 do CDC. STJ. 4ª Turma. REsp 1610821/
RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 15/12/2020.
10. I - É inconstitucional o art. 16 da Lei nº 7.347/85, alterada pela Lei nº 9.494/97. II - Em se tratando de ação
civil pública de efeitos nacionais ou regionais, a competência deve observar o art. 93, II, da Lei nº 8.078/90 (CDC).
III - Ajuizadas múltiplas ações civis públicas de âmbito nacional ou regional, firma-se a prevenção do juízo que
primeiro conheceu de uma delas, para o julgamento de todas as demandas conexas. STF. Plenário. RE 1101937/
SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 7/4/2021 (Repercussão Geral – Tema 1075) (Info 1012).
PONTOS 21 -24 - 21. Cumprimento de sentença e execução. Classificações. Pressupostos. Título executivo:
espécies e requisitos. Liquidação.
22. Cumprimento de sentença para pagamento de quantia, para obrigação de fazer, não fazer e dar coisa
certa. Cumprimento de sentença na obrigação de alimentos.
23. Execução por quantia certa contra devedor solvente. Procedimento. Penhora, avaliação e expropriação.
Satisfação do credor.
24. Defesa do executado no cumprimento de sentença e na execução de título extrajudicial. Ações
autônomas de impugnação à execução. Exceção de pré-executividade.
Em relação ao cumprimento de sentença, basta a leitura dos arts. 513 a 538 do CPC + jurisprudência. Além
disso, ler os arts. 509 a 512, relativos à liquidação de sentença.
Para a execução de título extrajudicial, leitura do Livro II (dos arts. 771 a 925 do CPC), sempre fazendo uma
correlação com o cumprimento de sentença (art. 771, parágrafo único). Aqui também é provável a cobrança da
jurisprudência dos tribunais superiores.
1. O contrato eletrônico de mútuo com assinatura digital pode ser considerado título executivo extrajudicial.
Neste caso, não será necessária a assinatura de 2 testemunhas, conforme exige o art. 784, III, do CPC/2015.
Na assinatura digital de contrato eletrônico, uma autoridade certificadora (terceiro desinteressado) atesta que
aquele determinado usuário realmente utilizou aquela assinatura no documento eletrônico. Como existe esse
instrumento de verificação de autenticidade e presencialidade do contratante, é possível reconhecer esse con-
trato como título executivo extrajudicial. STJ. 3ª Turma. REsp 1495920-DF, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino,
julgado em 15/05/2018 (Info 627).
2. A alegação da Fazenda Pública de excesso de execução sem a apresentação da memória de cálculos com a
indicação do valor devido não acarreta, necessariamente, o não conhecimento da arguição. STJ. 2ª Turma. REsp
1887589/GO, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 06/04/2021 (Info 691).
3. #ATENÇÃO
Na fase de cumprimento de sentença não se pode alterar os critérios de atualização dos cálculos estabe-
lecidos na decisão transitada em julgado, ainda que para adequá-los ao entendimento do STF firmado
em repercussão geral. Sem que a decisão acobertada pela coisa julgada tenha sido desconstituída, não é cabí-
vel ao juízo da fase de cumprimento de sentença alterar os parâmetros estabelecidos no título judicial, ainda que
no intuito de adequá-los à decisão vinculante do STF. STJ. 2ª Turma. REsp 1.861.550-DF, Rel. Min. Og Fernandes,
julgado em 16/06/2020 (Info 676)
4. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento deve se dar nos moldes do regramento do cum-
primento de sentença:
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer,
de não fazer ou de entregar coisa;
II - a decisão homologatória de autocomposição judicial;
III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores
a título singular ou universal;
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por
decisão judicial;
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;
VII - a sentença arbitral;
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal
de Justiça;
5. Competência: em regra, o cumprimento de sentença é feito nos mesmos autos do processo de conhecimen-
to, no modelo do processo sincrético. O local do cumprimento de sentença é o local da ação, mas há exceções.
o cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
I - os tribunais, nas causas de sua competência originária;
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença
estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo.
O art. 516, §único, do CPC afirma que o exequente poderá optar por ingressar com o cumprimento de sentença:
a) no juízo do atual domicílio do executado; b) no juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução;
c) no juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer. É possível que o exequente
faça a opção de que trata o parágrafo único do art. 516 do CPC/2015 mesmo após já ter sido iniciado o cum-
primento de sentença? SIM. O credor pode optar pela remessa dos autos ao foro de domicílio do executado,
mesmo após o início do cumprimento de sentença. STJ. 3ª Turma. REsp 1.776.382-MT, Rel. Min. Nancy Andrighi,
julgado em 03/12/2019 (Info 663).
7. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela
incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado
intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.
Tal prazo para o cumprimento voluntário da obrigação possui natureza processual, devendo ser contado em
dias úteis.
8. Fraude à execução consiste no ato do devedor de alienar ou gravar com ônus real (ex.: dar em hipoteca) um
bem que lhe pertence, em uma das situações previstas nos incisos do art. 792 do CPC. Além de causar prejuízo
ao credor, configura ato atentatório à dignidade da Justiça (art. 774, I, do CPC).
São hipóteses de fraude à execução:
I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão reipersecutória, desde que a
pendência do processo tenha sido averbada no respectivo registro público, se houver;
II - quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de execução, na forma do art. 828 ;
III - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de constrição judicial origi-
nário do processo onde foi arguida a fraude;
IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação capaz de reduzi-lo à
insolvência;
V - nos demais casos expressos em lei.
9. Como regra, os embargos à execução não possuem efeito suspensivo. Excepcionalmente, o art. 919, § 1º, do
CPC/2015 prevê que o magistrado poderá atribuir efeito suspensivo aos embargos à execução quando presen-
tes, cumulativamente, os seguintes requisitos: a) requerimento do embargante; b) relevância da argumentação;
c) risco de dano grave de difícil ou incerta reparação; e d) garantia do juízo.
A caução prestada em ação conexa pode ser aceita como garantia do juízo para a concessão de efeito suspen-
sivo a embargos à execução. STJ. 3ª Turma. REsp 1.743.951-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 06/10/2020
(Info 681).
#DEOLHONAJURIS
A desistência da execução antes do oferecimento dos embargos independe da anuência do devedor. A apre-
sentação de desistência da execução quando ainda não efetivada a citação do devedor provoca a extinção dos
embargos posteriormente opostos, ainda que estes versem acerca de questões de direito material. O credor não
responde pelo pagamento de honorários sucumbenciais se manifestar a desistência da execução antes da cita-
ção e da apresentação dos embargos e se não houver prévia constituição de advogado nos autos. STJ. 2ª Turma.
REsp 1682215/MG, Rel. Min. Ricardo Vilas Bôas Cueva, julgado em 06/04/2021 (Info 692).
#ATENÇÃO: possibilidade de parcelamento do débito na execução.
Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de trin-
ta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executado poderá
requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção
monetária e de juros de um por cento ao mês.
OBS: Possibilidade de parcelamento nas execuções de título extrajudicial não se estende às hipóteses de cum-
primento de sentença (art. 916, §7º do CPC).
10. IMPENHORABILIDADE
O art. 5º, XXVI, da CF/88 e o art. 833, VIII, do CPC prevêem que é impenhorável a pequena propriedade rural,
assim definida em lei, desde que trabalhada pela família. Assim, para que o imóvel rural seja impenhorável, são
necessários dois requisitos: 1) que seja enquadrado como pequena propriedade rural, nos termos definidos pela
lei; e 2) que seja trabalhado pela família. Quem tem o encargo de provar esses requisitos? Quem tem o encargo
de provar os requisitos da impenhorabilidade da pequena propriedade rural? 3ª Turma do STJ: o devedor. Para
o reconhecimento da impenhorabilidade, o devedor tem o ônus de comprovar que além de pequena, a pro-
priedade destina-se à exploração familiar. STJ. 3ª Turma. REsp 1843846/MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado
em 02/02/2021. 4ª Turma do STJ: • Requisito 1: comprovar que o imóvel se trata de pequena propriedade rural:
trata-se de ônus do executado (devedor). • Requisito 2: comprovar que a propriedade rural é trabalhada pela
família: não é necessário que o executado faça prova disso. Existe uma presunção juris tantum (relativa) de que a
pequena propriedade rural é trabalhada pela família. STJ. 4ª Turma. REsp 1408152-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salo-
mão, julgado em 1/12/2016 (Info 596). STJ. 4ª Turma. AgInt no REsp 1826806/RS, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira,
julgado em 23/03/2020.
#JÁCAIU
A) será inviável ao credor promover o cumprimento de sentença, ainda que parte da decisão seja líquida.
B) terá lugar liquidação por cálculo, caso o credor não apresente o demonstrativo do débito atualizado.
D) a decisão será inválida porque a condenação deve ser sempre líquida, ainda que o pedido do autor seja gené-
rico.
#STALKERDOSEXAMINADORES
Paulistano, nasceu em 1959 e é formado em Direito pela Universidade de São Paulo, turma de 1982. Ingressou na
Magistratura em 1985, na 3ª Circunscrição Judiciária, com sede na Comarca de Santo André. Também judicou em
Cândido Mota, Franco da Rocha e na Capital. Passou a integrar o quadro de desembargadores do TJSP em 2011.
Produção bibliográfica:
- Direito de Superfície e Laje, por Francisco Eduardo Loureiro » Artigo: Direito de Superfície e Laje, por Francisco
Eduardo Loureiro Blog do 26 (26notas.com.br)
- A Propriedade Como Relação Jurídica Complexa. Livro: A Propriedade Como Relação Jurídica Complexa - Fran-
cisco Eduardo Loureiro | Estante Virtual
#ATENÇÃO para os temas relacionados à responsabilidade civil. O examinador participou dos seguintes livros:
Nasceu em 1965 na cidade de São Paulo. É bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo,
turma de 1988, e mestre desde 1998 e doutor desde 2005 pela mesma universidade. Integra o Tribunal de Justiça
de São Paulo desde 1981, quando era menor colaborador eventual no Gabinete da Corregedoria Geral da Justiça.
Posteriormente se tornou escrevente e em 1990 ingressou na Magistratura, nomeado para a 13ª Circunscrição Judi-
ciária, com sede em Araraquara. Em sua carreira passou também pelas comarcas de Piratininga, Avaré e São Paulo.
Na Capital, foi juiz auxiliar (a partir de 1992) e titular da 25ª Vara Cível Central de 2005 a 2012, quando assumiu o
posto de juiz substituto em 2º grau. Na Escola Paulista da Magistratura (EPM) e na Escola Judicial dos Servidores
(EJUS) proferiu diversas palestras e aulas e coordenou cursos. Integrou o Conselho Consultivo e de Programas –
Juiz de Entrância Final da EPM no biênio 2018/2019. Ocupa a vaga deixada pela aposentadoria do desembargador
Hamid Charaf Bdine Júnior.
-Mestrado em Direito. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC/SP, Brasil. Título: Procedimento Sumário,
Ano de Obtenção: 1998. Orientador: Nelson Nery Junior. Grande área: Ciências Sociais Aplicadas Setores de ativi-
dade: Educação Superior.
-Doutorado em Direito. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC/SP, Brasil. Título: ENSAIO SOBRE A PE-
NHORA NA EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE, Ano de obtenção: 2005. Orienta-
dor: Nelson Nery Junior. Grande área: Ciências Sociais Aplicadas. Setores de atividade: Educação Superior.
MIRANDA, Gilson Delgado; PIZZOL, Patricia Miranda . A tutela de urgência como instrumento de acesso à justiça.
REVISTA DE PROCESSO, v. 302, p. 175-218, 2020.
MIRANDA, Gilson Delgado. A extinção do processo de execução no CPC/15. Revista Jurídica Eletrônica, v. 1, p.
59-97, 2017.
MIRANDA, Gilson Delgado. Prescrição intercorrente na Lei n. 13.105/2015 [CPC] e a Justiça do Trabalho. Revista
Eletrônica - Tribunal Regional do Trabalho do Paraná, v. 1, p. 27-34, 2015.
MIRANDA, Gilson Delgado. Sistema Cautelar Brasileiro e Sistema Cautelar Italiano. Revista de Informação e De-
bates, São Paulo, v. 3, 1997.
MIRANDA, Gilson Delgado. Responsabilidade Civil na Informática. Revista do Instituto de Pesquisa e Estudos da
Faculdade de Direito de Bauru, Bauru-SP, v. 14, 1996.
MIRANDA, Gilson Delgado. Código de Processo Civil Anotado e Comentado. 1. ed. São Paulo: Rideel, 2020. v. 1.
1408p .
MIRANDA, Gilson Delgado; PIZZOL, Patricia Miranda . Processo Civil: Recursos. 6ª. ed. São Paulo: Atlas, 2009. v.
1. 221p .
MIRANDA, Gilson Delgado. Procedimento Sumário. 1. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000. v. 1. 279p .
Paulistana, nascida em 1964, concluiu o curso de Direito pela Universidade de São Paulo no ano de 1987. Sua car-
reira na magistratura teve início no ano seguinte, como juíza substituta da 48ª Circunscrição Judiciária, com sede
em Guaratinguetá. Ao longo da carreira, judicou também em Quatá, Taboão da Serra e na capital. Foi removida ao
cargo de juíza substituta em 2º grau em 2010.
Possui Especialização e Mestrado em Direito pela Universidade de São Paulo (1996). Atualmente é professora da
Universidade Paulista e Coordenadora da Área Cível da Escola Paulista da Magistratura. Desembargadora do Tribu-
nal de Justiça do Estado de São Paulo.
Mestrado em Direito. Universidade de São Paulo, USP, Brasil. Título: EFEITOS PATRIMONIAIS DO CONCUBINATO,
Ano de Obtenção: 1996. Orientador: ALVARO VILLAÇA AZEVEDO.
Produção bibliográfica:
PESSOA, C. G. T.. Efeitos Patrimoniais do Concubinato. 01. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 1997. v. 01. 283p .
PESSOA, C. G. T.. União Estável e União Homoafetiva. 2017. (Apresentação de Trabalho/Conferência ou palestra).
PESSOA, C. G. T.. Gestão nos cartórios da Infância e Juventude. 2015. (Apresentação de Trabalho/Conferência ou
palestra).
DIREITO ADMINISTRATIVO
#SELIGA! Vamos conferir os temas cobrados nas últimas provas do TJ/SP?
Como se trata de banca própria, é possível que as temáticas cobradas sejam um pouquinho diferente dos
temas normalmente cobrados pelas bancas contratadas.
Pessoal, o TJ/SP tem um edital bem amplo de direito administrativo e os pontos abrangem diversas legisla-
ções administrativas. É, de fato uma das maiores matérias para estudar.
Além do que, no TJ/SP a cobrança maior é de legislação, contemplando 48% das questões do TJ/SP. Dessa
forma, nos estudo do reta final, a preocupação principal deve ser a leitura da lei e do material.
Fundamento Porcentagem
Legislação 48 %
Doutrina 32 %
Jurisprudência 20 %
Mas nada de se preocupar, porque nesse raio X vamos destrinchar o edital e identificar os principais pontos
para vocês focarem o estudo! #VAMOSJUNTOS
Na última prova do TJSP houve a cobrança de 10 questões de direito administrativo. Por ser banca própria
a cobrança aqui foca mais em letra de lei e doutrina. Há a tradição de também ser pedido conceito e teoria sobre
algum instituto. Mas, por algumas vezes, vemos a cobrança da jurisprudência também, principalmente, no tópico
referente a responsabilidade civil do Estado.
O edital de São Paulo trouxe no ponto a expressa previsão da nossa querida Nova Lei de Licitações!!
Também trouxe a novidade de um ponto específico sobre a Pandemia, isso mesmo, a pandemia! #TÁPAS-
SADA?
Ela tem sido a personagem principal das nossas apostas e fiquem atentos: O TJ/SP gosta muito do tema lici-
tações! Então devemos nos jogar na nova lei e aprender tudo o que for possível sobre ela. Um detalhe, nas últimas
questões do TJSP o tema licitação foi pedido através de questões com fundamento na letra da lei, somente em duas
outras questões que forma cobradas a jurisprudência e a doutrina. #APOSTACICLOS
Pessoal, como vocês sabem, recentemente a LINDB sofreu alterações que alteraram o regime jurídico admi-
nistrativo. Dessa forma, nesse ponto, é de suma importância que a LINDB seja lida do art. 20 ao art. 30.
Para esse ponto, sugerimos a leitura do seu material próprio ou da FUC (FUC 0 de Direito Civil) a partir da
página 38.
É importante que o aluno faça a leitura dos artigos de forma a fixar o disposto nesses, tendo em vista que em
muitas vezes, a banca só troca, acrescenta ou suprime expressões para tornar a questão certa ou errada.
LINDB
Art. 20 Art.21 Art. 24
Art. 28 Art. 29
1) A alteração do nome de LICC para LINDB teve por objetivo deixar claro que ela se aplica para todos os ra-
mos do direito. O seu conteúdo interessa à Teoria Geral do Direito e não apenas ao Direito Civil.
2) Arts. 20 a 30: normas sobre segurança jurídica e eficiência na criação e na aplicação do direito público
(acrescentados pela Lei nº 13.655/2018).
3) A interpretação dos arts. 20 a 30, portanto, deve ser a de que eles se aplicam para temas de direito público,
mais especificamente para matérias de Direito Administrativo, Financeiro, Orçamentário e Tributário. Tais regras
não se aplicam, portanto, para temas de direito privado.
4) Esfera administrativa: Consiste na instância que se passa dentro da própria Administração Pública, normal-
mente em um processo administrativo.
Esfera controladora: Aqui a Lei está se referindo precipuamente aos Tribunais de Contas, que são órgãos de
controle externo.
Esfera judicial: São os processos que tramitam no Poder Judiciário.
5) Não se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências
práticas da decisão. Isso vale para decisões proferidas nas esferas administrativas (ex: em um PAD), controlado-
ra (ex: julgamento das contas de um administrador público pelo TCE) e judicial (ex: em uma ação civil pública
pedindo melhores condições do sistema carcerário).
6) Todas as decisões, sejam elas proferidas pelos órgãos administrativos, controladores ou judiciais, devem ser
motivadas. Isso significa que o administrador, conselheiro ou magistrado, ao tomar uma decisão, deverá indicar
os motivos de fato e de direito que o levaram a agir daquela maneira.
7) Critérios a serem considerados na aplicação das sanções:
a) Natureza e gravidade da infração cometida;
b) Danos causados à Administração Pública;
c) Agravantes;
d) Atenuantes;
e) Antecedentes.
8) Requisitos para a aplicação do regime de transição:
a) A decisão administrativa, controladora ou judicial deve estabelecer uma interpretação ou orientação nova;
b) Essa interpretação nova deve recair sobre uma norma de conteúdo indeterminado;
c) Por conta dessa interpretação, será imposto novo dever ou novo condicionamento de direito;
d) O regime de transição mostra-se, no caso concreto, indispensável para que o novo dever ou condiciona-
mento de direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente;
e) A imposição desse regime de transição não pode acarretar prejuízo aos interesses gerais.
9) Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de
dolo ou erro grosseiro. #VAICAIR
10) Os magistrados, na sua função típica, continuam regidos pelo art. 143, I, do CPC e art. 49, I, da LOMAN.
Contudo, caso o magistrado esteja agindo na sua função atípica de administrar, ou seja, enquanto gestor pú-
blico, aí sim se mostra possível a aplicação do art. 28 da LINDB. É o caso, por exemplo, do Presidente de um
Tribunal que conduz uma licitação.
O tópico de princípio é bem doutrinário, mas é comum que o tem a seja cobrado também através da apli-
cação dos princípios nas decisões do STF e do STJ. Dessa forma, cabe aqui um estudo da doutrina conjugada com
a jurisprudência.
As últimas questões do TJ/SP referentes a esse tema foram todas doutrinárias, mas não descartaria a cobran-
ça de questão jurisprudencial relacionando princípios administrativos e pandemia COVID-19.
#DEOLHONAJURIS Não deixem de fazer a leitura das 37 ementas de julgados sobre princípios administra-
tivos do buscador do dizer o direito.
Quanto ao ponto 3, estudem temas doutrinários das noções iniciais de administrativo e não deixem de olhar
os conceitos de delegação e avocação.
1) FUNÇÕES DO ESTADO
A cada um dos Poderes de Estado foi atribuída determinada função. Assim, ao Poder Legislativo foi cometida a
função normativa; ao Executivo, a função administrativa; e, ao Judiciário, a função jurisdicional. Entretanto, não
há exclusividade no exercício das funções pelos Poderes, mas uma preponderância.
Segundo ensina José dos Santos Carvalho Filho, para a identificação da função administrativa, os autores têm
se valido de critérios de três ordens:
6) PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Para o Direito Público, a legalidade significa cumprir o que determina ou autoriza a lei, assim o administrador
só pode realizar o que previsto na lei (critério de subordinação à lei).
Para o Direito Privado, o particular pode tudo, salvo o que está vedado pela lei (critério de não contradição à
lei).
EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
a) Medida provisória
b) Estado de defesa
c) Estado de sítio
Nesses três casos, deve a Administração atuar, mesmo que não haja lei regulamentando sua atuação, o que
revela a mitigação da obrigatoriedade do princípio da legalidade.
7) NEPOTISMO
Relacionado ao princípio da moralidade.
Súmula Vinculante nº 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica in-
vestido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança
ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola
a Constituição Federal.
#DEOLHONAJURIS O STF tem afastado a aplicação da SV 13 a cargos públicos de natureza política, como são
os cargos de Secretário Estadual e Municipal. Mesmo em caso de cargos políticos, será possível considerar a
nomeação indevida nas hipóteses de: • nepotismo cruzado; • fraude à lei e • inequívoca falta de razoabilidade
da indicação, por manifesta ausência de qualificação técnica ou por inidoneidade moral do nomeado. STF. 1ª
Turma. Rcl 29033 AgR/RJ, rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 17/9/2019 (Info 952).
Supreendentemente, no TJ/SP há uma maior incidência de questões de atos administrativos do que de po-
deres administrativos. Isso porque é bem comum em outras provas de magistratura a cobrança do tópico de poder
de polícia, tema este que está na moda. Juntamos os temas de poderes administrativos e atos administrativos, pois
são dois pontos bem doutrinários.
No TJ/SP, o poder de polícia foi tema de ponto específico e por isso devemos ter mais atenção. Foco total
no estudo sobre o poder de polícia, principalmente nos julgados recentes sobre a delegação do poder de polícia!
Termos de ajuste de conduta administrativos e termos substitutivos de sanção são dois temas novos que
quase não são comentados na doutrina e na jurisprudência, mas como estão destacados pelo edital, não custa
procurar o conceito e dar uma lida nesses institutos.
Sobre atos administrativos, saibam seus elementos e atributos, bem como as formas de extinção e o controle
dos atos!
4)
ESPÉCIES DE REGULAMENTO
São aqueles editados para a fiel execução da lei. Este regulamento não pode
Regulamentos executi-
inovar o ordenamento jurídico, mas somente pode complementar a lei. Art.
vos
84, IV da CF.
São Regulamentos que atuam substituindo a lei e têm o condão de inovar o
ordenamento jurídico, determinando normas sobre matérias não disciplinadas
em lei.
Em consonância com o entendimento majoritário da doutrina e jurisprudência
Regulamentos Autôno- brasileiras, só são admissíveis duas espécies de Regulamentos Autônomos no
mos ordenamento jurídico pátrio, quais sejam, as duas situações previstas no art.
84, VI da Carta Magna. São exceções à regra geral de que o chefe do Poder
Executivo edita decretos para fiel execução da lei, sem o caráter de inovação
da ordem jurídica (organização e funcionamento da administração federal,
quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos
públicos).
5) PODER DE POLÍCIA
É a prerrogativa que tem o Estado de restringir, frenar, limitar a atuação do particular em razão do interesse
público. É fruto da compatibilização do interesse público em face do privado.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA
É possível a delegação do poder de polícia – inclusive da possibilidade de aplicação de multas – para pessoas
jurídicas de direito privado?
É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado inte-
grantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem exclusiva-
mente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial. STF. Plenário. RE 633782/
MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 23/10/2020 (Repercussão Geral – Tema 532) (Info 996).
8) ATOS DISCRICIONÁRIOS
A doutrina tradicional só reconhece a existência de discricionariedade quando a lei explicitamente a confere.
A doutrina mais moderna, entretanto, reconhece a existência de discricionariedade nesses casos e, também,
quando a lei usa CONCEITOS JURÍDICOS INDETERMINADOS na descrição do motivo que enseja a prática do
ato.
9)
No TJ/SP não é um assunto de alta incidência. Todavia, pontos aqui estudados podem ser cobrados junta-
mente com a matéria referente a atos administrativos e princípios da administração pública.
No âmbito federal, a lei que regula o processo administrativo é a lei 9.784/99. Em regra, ela é apenas apli-
cável no âmbito da Administração Pública Federal, podendo ser usada apenas supletivamente pelos Estados e
Municípios.
O Estado de São Paulo possui uma lei própria sobre processo administrativo, qual seja, a lei estadual
10.177/1998. Observem que no edital de São Paulo, a lei de processo administrativo foi um tema específico do
ponto 6.
Neste ponto, indicamos que você estude pelo material próprio ou pela FUC (FUC 15 de Direito Administra-
tivo).
9.784/99
Art. 2º Art. 11 Art. 12
Art. 13 Art. 15 Art. 29, §2º
Art. 45 Art. 50 Art. 53
Art. 54 Art. 55 Art. 57
Art. 59 Art. 66
Observem que a lei estadual reproduz muitos dispositivos da legislação federal! Então o material que vocês
tiverem sobre processo administrativo poderá ser usado neste ponto... Durante a leitura da legislação fiquem aten-
tos ao que a lei estadual diferente e acrescenta em relação à lei federal!
Fiquem atentos porque a lei de processo administrativo de São Paulo é anterior a lei Federal e dessa forma,
pode acontecer de conter dispositivo revogado ou desatualizado pela lei de âmbito federal.
DIPLOMA OBSERVAÇÕES
Lei Estadual 10.177/1998 Processo Administrativo no âmbito Estadual
Lei 9.784/99 Processo Administrativo no âmbito Federal
1) A lei 9.784/99 estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Fe-
deral direta e indireta e aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de
função administrativa. Portanto, trata-se de uma lei administrativa federal e não nacional, por isso, não obriga
estados, municípios ou Distrito Federal.
A competência para legislar sobre processo administrativo é de cada ente da federação, caso não tenha apli-
ca-se a lei federal.
2) #DEOLHONASÚMULA
Súmula 633/STJ: “A Lei 9.784/1999, especialmente no que diz respeito ao prazo decadencial para a revisão de
atos administrativos no âmbito da Administração Pública federal, pode ser aplicada, de forma subsidiária, aos
estados e municípios, se inexistente norma local e específica que regule a matéria.”
3) #ATENÇÃOMÁXIMA #DEOLHONAJURIS
Em regra, o prazo decadencial para que a Administração Pública anule atos administrativos inválidos é de 5
anos, aplicável a todos os entes federativos, por força do princípio da isonomia
É inconstitucional lei estadual que estabeleça prazo decadencial de 10 (dez) anos para anulação de atos admi-
nistrativos reputados inválidos pela Administração Pública estadual. STF. Plenário. ADI 6019/SP, Rel. Min. Marco
Aurélio, redator do acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 12/4/2021 (Info 1012).
4)
6) AVOCAÇÃO
Na avocação o órgão ou seu titular chamam para si, em caráter excepcional e temporário, competência atri-
buída a órgão hierarquicamente inferior.
7) CONTAGEM PRAZOS
Art. 66, §2º, da Lei 9.784/99: Os prazos expresso em dias contam-se de modo contínuo.
8) Convalidação: Diante da existência de vício no ato, surge a discussão sobre a obrigatoriedade de sua anu-
lação. Há quem defenda que todo ato viciado é nulo. Se o ato é nulo não cabe convalidação. No entanto, há
casos em que a anulação resulta em prejuízo maior ao interesse público, que a própria manutenção do ato.
São os casos de atos anuláveis, de vícios sanáveis, em que a decisão não acarrete lesão ao interesse público
nem prejuízo a terceiros, poderão ser convalidados pela própria Administração. A convalidação gera efeito EX
TUNC, pois retroage à data da edição do ato anulável.
Conversão: é quando um ato nulo, vício insanável, e por isso não cabe convalidação, pode ser substituído por
ato de categoria distinta, e por isso a nulidade deixa de existir.
9) Recurso Administrativo:
O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa.
Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo.
Possibilidade de reformatio in pejus em recurso no processo administrativo: é uma das peculiaridades que o
diferencia do processo judicial. Permite-se a reformatio in pejus porque se busca a verdade material, não de-
vendo o julgador se limitar ao pedido do recorrente. Se houver possibilidade de reformatio in pejus deve ser
dado ao recorrente apresentar suas alegações
10) Após o julgamento do último recurso cabível, será proferida a decisão final da administração pública. No
entanto, caso o processo administrativo resulte em sanções, poderão estas ser revistas, a qualquer tempo, a
pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inade-
quação daquela aplicada.
#CUIDADO: Da revisão do processo administrativo não poderá resultar agravamento da sanção. Não cabe
Reformatio in pejus. É diferente do recurso administrativo, que admite o agravamento.
PONTO 7. Bens públicos. Natureza jurídica. Bens públicos no Código Civil. Aplicação do regime
público a bens do domínio privado. Espécies de bens públicos. Inalienabilidade, impenhorabilidade,
imprescritibilidade dos bens públicos. Afetação e desafetação. Aquisição e alienação de bens públicos.
Diferentes tipos de uso. Uso privativo pelo particular. Concessão, permissão e autorização de uso.
Concessão de direito real de uso.
PONTO 10. Consórcios Públicos. Natureza jurídica, requisitos e procedimento de formação e extinção.
Contratos de Programa. Contratos de Rateio.
PONTO 12. Serviços públicos. Conceito. Regime jurídico. Regime tarifário. Serviços públicos em regime
de exclusividade e em regime de competição. Regulação de serviços públicos. Regime dos bens afetos
à prestação de serviço público. Serviços públicos e serviços sociais. Serviços públicos e atividade
econômica.
PONTO 13. Concessão e permissão de serviços públicos. Conceitos. Modalidades de concessão.
Concessões comuns, patrocinadas e administrativas. Reversibilidade de bens. Modalidades de extinção
de concessões. Direitos dos concessionários e direitos dos usuários.
PONTO 14. Consórcios Públicos. Natureza jurídica, requisitos e procedimento de formação e extinção.
Contratos de Programa. Contratos de Rateio.
Pessoal, nessa parte tratamos de um ponto com incidência bem alta em nossa banca: Bens Públicos! Bens
públicos está dentro do Top 3 do TJ/SP e sempre tem uma questão sobre o tema #ATENÇÃOMÁXIMA!
Quanto aos bens, foquem principalmente na classificação dos bens, titularidade dos bens prevista na CF, alie-
nação dos bens, autorização e permissão de uso. É um tema bastante doutrinário, com algumas previsões legais.
Já no que se refere aos serviços públicos, atenção principalmente aos tipos de concessões e ao princípio da
continuidade do serviço público. A cobrança é basicamente a leitura das leis relacionadas ao tema.
Estudem pelo material próprio ou pela FUC (FUC 11 e 12 de Direito Administrativo). Não deixem de fazer a
leitura dos julgados recentes dos Tribunais Superiores relacionado ao assunto!
#FOCONALEI:
Bens Públicos:
DIPLOMA COMENTÁRIOS
CF Art. 20 e art. 26
Código Civil Art. 98 a 103
Lei 8.666/93 Art. 17 a 19
Serviços Públicos:
DIPLOMA COMENTÁRIOS
Lei 8.987/95 Concessão e permissão de serviço público
Lei 11.079/2004 Parceria público-privada (atenção especial ao artigo 2º!)
1) Domínio público em sentido amplo: é o poder de dominação ou de regulação que o Estado exerce sobre
todos os bens, sejam eles bens públicos, privados ou insuscetíveis de apropriação.
Domínio público em sentido estrito: são os bens destinados ao povo; de utilização pública.
Teremos em seus desdobramentos político e jurídico, a exteriorização do domínio público em poderes de so-
berania e em direitos de propriedade, respectivamente. Aqueles se exercem sobre todas as coisas de interesse
público, sob a forma de Domínio Eminente; estes só incidem sobre os bens pertencentes às entidades públicas,
sob a forma de Domínio Patrimonial.
O Domínio Eminente é o Poder Político pelo qual o Estado submete à sua vontade todas as coisas em seu ter-
ritório. É uma das manifestações da Soberania interna; não é direito de propriedade. Alcança não só os bens
pertencentes às entidades públicas como a propriedade privada e as coisas inapropriáveis, de interesse públi-
co. Esse poder superior é geral, mas não é absoluto, pois está condicionado à ordem jurídico-constitucional. É
o domínio Geral e Potencial sobre bens alheios, que Fundamenta a desapropriação, a servidão administrativa,
etc.
3) b) Quanto à destinação
- Bem de uso comum do povo:
Também é chamado de bem de domínio público em virtude de sua natureza ou por lei. Estão à disposição da
coletividade. Destinam-se à utilização geral sem distinção.
- Bem de uso especial ou patrimônio administrativo
São os bens que se destinam à prestação de serviços públicos. Também são chamados de bens de instrumento
ou aparelhamento material.
- Bem dominical:
É aquele definido por exclusão. Aqueles bens que não têm destinação pública. Ex.: terras devolutas, repartições
públicas desativadas, bens móveis inservíveis, terreno baldio, dívida ativa.
7) CLASSIFICAÇÃO DA CONCESSÃO
a) Concessão de serviço público:
a.1) concessão comum de serviço público – Lei n° 8.987/95.
a.2) concessão especial de serviço público – Parceria Público Privado.
CONCESSÃO COMUM DE SERVIÇO PÚBLICO:
É a delegação de serviço público (apenas da execução) feita pelo poder concedente (pessoa da administração
direta que tem competência sobre o serviço) à pessoa jurídica ou consórcio de empresa.
Deve ser formalizada por meio de contrato administrativo precedido de licitação na modalidade obrigatória
concorrência (regra). Essa concorrência tem regras próprias na Lei 8.987, tais como o critério de julgamento, a
inversão do procedimento e a possibilidade de lances verbais.
A formalização requer também autorização legislativa.
Prazo determinado – depende de cada lei de serviço a disciplina desse prazo.
A remuneração pode ser feita: i) tarifa de usuário – a política tarifária é definida na licitação.
8) PPP
É a concessão comum com algumas peculiaridades. A ideia é buscar na iniciativa privada o recurso para inves-
timento, devolvendo em suaves prestações e com bastante juros.
Objetivos:
- buscar investimento na iniciativa privada
- buscar a eficiência do setor privado
Modalidades:
a) Concessão patrocinada: é uma concessão comum onde além da tarifa do usuário, obrigatoriamente estará
presente o recurso público. Na concessão comum, a participação do Estado é facultativa. Exemplo de conces-
são patrocinada é o metrô, as rodovias.
b) Concessão administrativa: a administração é a usuária do serviço, podendo o ser de forma direta ou in-
direta (ex.: o preso é o usuário direto do presídio, o Estado é indireto). Muitos doutrinadores dizem que essa
concessão não tem nada de parceria, mas se confunde com um contrato comum.
9) VEDAÇÕES PPP:
a) Prazo: não pode ser menor que cinco anos e maior que 35 anos, incluindo eventual prorrogação.;
b) Valor: não pode ser usada para contratos cujo valor seja inferior a 10 milhões;
c) Objeto: não pode ter como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o fornecimento e instalação de
equipamentos ou a execução de obra pública;
d) Contrato: deve observar as cláusulas essenciais previstas no art. 23 da lei 8987/95 e as cláusulas adicionais
contidas no art. 5º da lei 11.079. Já as cláusulas facultativas encontram-se previstas no art. 5º, §2º da lei 11.079;
e) Garantia: estão previstas no art. 8º da lei 11.079;
f ) Licitação: a contratação de parceria público-privada será precedida de licitação na modalidade de concor-
rência, cujo procedimento é invertido, com lances verbais (vide art. 10 da respectiva lei);
g) Controle: antes da celebração do contrato, deverá ser constituída sociedade de propósito específico, incum-
bida de implantar e gerir o objeto da parceria (art. 9).
Solene Precária
Chegamos num ponto que deve ser um dos mais temidos neste edital de direito administrativo: licitações!! A
lei 8.666/93 sempre foi conhecida por não ser tãoooo querida pelos alunos (aquele eufemismo né?!! Hehehehe)...
Redação um pouco complicada sobre os procedimentos, muita decoreba de etapas, tipos de licitação, modalidades
de licitação, valores, que não ajudam em nada a vida do concurseiro! Para completar, no ano de 2021, entrou em
vigor a Nova Lei de Licitações (lei 14.133/2021).
Por enquanto, não podemos nem fazer aquele comentário tão comum entre os concurseiros: “vou ter nem
trabalho de confundir com a lei antiga, já que nunca aprendi...”. Isso porque, durante dois anos, estarão simulta-
neamente em vigor a lei 8.666/93 e a lei 14.133/21!!! Assim, ambas podem ser objeto de cobrança nos concursos.
Nosso edital, especificamente, previu a Nova Lei de Licitações e Contratos, ou seja, temos que aprendê-la, e não
deixar de lado o estudo da lei 8.666/93.
O que não podemos esquecer, é que o tema de licitações sempre é um tema de altíssima incidência na prova
do TJ/SP, ocupando o segundo lugar no pódio. #OEXAMINADORAMA, e misturada com essa nova alteração le-
gislativa, é muito possível sua cobrança na nossa prova! #APOSTACICLOS #INOVAÇÃOLEGISLATIVASEMPRECAI
Assim como ocorre com a grande maioria das inovações legislativas, as primeiras questões são sempre
cobrando a letra da lei! Foquem nos pontos que já eram mais importantes no estudo de licitações, vamos enume-
rá-los:
Estejam bem atentos às diferenças entre as duas leis!! O examinador pode cobrar a alternativa correta de
acordo com a nova lei e nas alternativas incluir um dispositivo da lei antiga... Muito cuidado e atenção!! #MISTU-
RADEMALCOMATRASO
Estudem pelo material próprio de vocês ou pela FUC (FUC 6, 7 e 8). Lembrem de verificar se o material está
de acordo com a lei 8.666/93 ou lei 14.133/2021. Caso você não esteja com um material atualizado de acordo com
a lei 14.133, pode focar no estudo da lei seca, sempre atentando para as observações feitas acima!
1) Durante o período de dois anos, a contar da publicação oficial da nova legislação, as disposições da Lei
14.133/2021 coexistirão com as regras da Lei 8.666/1993, da Lei 10.520/2002 e do Regime Diferenciado de
Contratações Públicas – RDC (arts. 1º ao 47-A da Lei 12.462/2011), exceto quanto às disposições penais da Lei
8.666/1993, que foram revogadas de imediato. Após o decurso de dois anos, as normas antigas serão revo-
gadas.
Lei 8.666/93 (Antiga Lei de Licitação) Lei 14.133 (Nova lei de Licitação)
Art. 11. O processo licitatório tem por objetivos:
I - assegurar a seleção da proposta apta a gerar
o resultado de contratação mais vantajoso para
a Administração Pública, inclusive no que se refere
ao ciclo de vida do objeto;
II - assegurar tratamento isonômico entre os lici-
tantes, bem como a justa competição;
Art. 3º A licitação destina-se a garantir a obser-
vância do princípio constitucional da isonomia, a III - evitar contratações com sobrepreço ou com
seleção da proposta mais vantajosa para a ad- preços manifestamente inexequíveis e superfatura-
ministração e a promoção do desenvolvimento mento na execução dos contratos;
nacional sustentável e será processada e julgada IV - incentivar a inovação e o desenvolvimento
em estrita conformidade com os princípios básicos nacional sustentável.
da legalidade, da impessoalidade, da moralidade,
Parágrafo único. A alta administração do órgão
da igualdade, da publicidade, da probidade admi-
ou entidade é responsável pela governança das
nistrativa, da vinculação ao instrumento convoca-
contratações e deve implementar processos e es-
tório, do julgamento objetivo e dos que lhes são
truturas, inclusive de gestão de riscos e controles
correlatos.
internos, para avaliar, direcionar e monitorar os
processos licitatórios e os respectivos contratos,
com o intuito de alcançar os objetivos estabeleci-
dos no caput deste artigo, promover um ambiente
íntegro e confiável, assegurar o alinhamento das
contratações ao planejamento estratégico e às leis
orçamentárias e promover eficiência, efetividade e
eficácia em suas contratações.
Lei 8.666/93 (Antiga Lei de Licitação) Lei 14.133 (Nova lei de Licitação)
A licitação destina-se a garantir a observância do
princípio constitucional da isonomia, a seleção da
proposta mais vantajosa para a administração e a Art. 92. São necessárias em todo contrato cláusulas
promoção do desenvolvimento nacional sustentá- que estabeleçam:
vel e será processada e julgada em estrita confor-
midade com os princípios básicos da legalidade, da II - a vinculação ao edital de licitação e à propos-
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da ta do licitante vencedor ou ao ato que tiver autori-
publicidade, da probidade administrativa, da vin- zado a contratação direta e à respectiva proposta;
culação ao instrumento convocatório, do julga-
mento objetivo e dos que lhes são correlatos.
4) MODALIDADES DE LICITAÇÃO
Lei 8.666/93 (Antiga Lei de Licitação) Lei 14.133 (Nova lei de Licitação)
Lei 8.666/93 (Antiga Lei de Licitação) Lei 14.133 (Nova lei de Licitação)
§ 6º A margem de preferência de que trata o § 5º
será estabelecida com base em estudos revistos Art. 26. No processo de licitação, poderá ser estabe-
periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco) lecida margem de preferência para:
anos, que levem em consideração: I - bens manufaturados e serviços nacionais que
I - geração de emprego e renda; atendam a normas técnicas brasileiras;
IV - custo adicional dos produtos e serviços; e I - será definida em decisão fundamentada do Poder
Executivo federal, no caso do inciso I do caput deste
V - em suas revisões, análise retrospectiva de resul- artigo;
tados.
§ 7º Para os produtos manufaturados e serviços na- II - poderá ser de até 10% (dez por cento) sobre o
cionais resultantes de desenvolvimento e inovação preço dos bens e serviços que não se enquadrem
tecnológica realizados no País, poderá ser estabeleci- no disposto nos incisos I ou II do caput deste artigo;
do margem de preferência adicional àquela prevista
III - poderá ser estendida a bens manufaturados e
no § 5º serviços originários de Estados Partes do Mercado
§ 8º As margens de preferência por produto, servi- Comum do Sul (Mercosul), desde que haja recipro-
ço, grupo de produtos ou grupo de serviços, a que cidade com o País prevista em acordo internacional
se referem os §§ 5o e 7o, serão definidas pelo Poder aprovado pelo Congresso Nacional e ratificado pelo
Presidente da República.
Executivo federal, não podendo a soma delas ultra-
passar o montante de 25% (vinte e cinco por cento) § 2º Para os bens manufaturados nacionais e serviços
sobre o preço dos produtos manufaturados e servi- nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação
ços estrangeiros. tecnológica no País, definidos conforme regulamento
do Poder Executivo federal, a margem de preferência
§ 9º As disposições contidas nos §§ 5o e 7o deste a que se refere o caput deste artigo poderá ser de
artigo não se aplicam aos bens e aos serviços cuja até 20% (vinte por cento).
capacidade de produção ou prestação no País seja § 3º (VETADO).
inferior:
§ 4º (VETADO).
I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou
§ 5º A margem de preferência não se aplica aos bens
II - ao quantitativo fixado com fundamento no § manufaturados nacionais e aos serviços nacionais se
7o do art. 23 desta Lei, quando for o caso a capacidade de produção desses bens ou de pres-
tação desses serviços no País for inferior:
§ 10. A margem de preferência a que se refere o §
5o poderá ser estendida, total ou parcialmente, aos I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou
bens e serviços originários dos Estados Partes do II - aos quantitativos fixados em razão do parcela-
Mercado Comum do Sul - Mercosul. mento do objeto, quando for o caso.
§ 11. Os editais de licitação para a contratação de
bens, serviços e obras poderão, mediante prévia § 6º Os editais de licitação para a contratação de bens,
justificativa da autoridade competente, exigir que o serviços e obras poderão, mediante prévia justificativa
contratado promova, em favor de órgão ou entidade da autoridade competente, exigir que o contratado
integrante da administração pública ou daqueles por promova, em favor de órgão ou entidade integrante
ela indicados a partir de processo isonômico, medidas da Administração Pública ou daqueles por ela indi-
de compensação comercial, industrial, tecnológica cados a partir de processo isonômico, medidas de
ou acesso a condições vantajosas de financiamento, compensação comercial, industrial ou tecnológica
cumulativamente ou não, na forma estabelecida pelo ou acesso a condições vantajosas de financiamento,
cumulativamente ou não, na forma estabelecida pelo
Poder Executivo federal.
Poder Executivo federal.
§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, § 7º Nas contratações destinadas à implantação, à
manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas
de tecnologia de informação e comunicação, de tecnologia de informação e comunicação
considerados estratégicos em ato do Poder Executivo considerados estratégicos em ato do Poder Executivo
federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços
com tecnologia desenvolvida no País e produzidos com tecnologia desenvolvida no País produzidos de
de acordo com o processo produtivo básico de que acordo com o processo produtivo básico de que trata
trata a Lei no 10.176, de 11 de janeiro de 2001. a Lei nº 10.176, de 11 de janeiro de 2001.
7) #FIQUEDEOLHO
Tipos de Licitação – critérios de julgamento da licitação.
Modalidades de Licitação – estrutura procedimental da licitação.
Serviços e Obras
Î 60 dias úteis – contratos sob regime de contra-
tação integrada
PONTO 15. Estrutura da Administração Pública. Administração Direta e Administração Indireta. Órgãos e
entes públicos. Princípios da Administração Indireta. Controle hierárquico. Empresas estatais: espécies
e diferenças. Regime jurídico e governança das empresas estatais. Controle dos entes da Administração
Indireta.
PONTO 16. Agências reguladoras. Conceito. Regime Jurídico. Competências. Controle dos atos das
agências.
PONTO 17. Fundações Públicas. Natureza jurídica e regime jurídico. Fundações governamentais de direito
público e de direito privado. Fundações de apoio.
PONTO 27. Arbitragem na Administração Pública.
Na prova do TJ/SP, o tema de Organização do Estado não é muito cobrado, mas nem por isso deve deixar de
ser revisto. Atentem-se principalmente para o estudo da Administração Indireta. O Estatuto das empresas estatais
deve ser lido pelo aluno.
Aqui a cobrança é basicamente letra da lei, doutrina e alguns julgados pontuais sobre a administração indi-
reta!
Observem que alguns tópicos referentes à regulação do direito administrativo também estão sendo tratados
no ponto sobre serviços públicos, na abordagem sobre delegação de sérvio público, concessão, permissão...
Percebam que no edital do TJ/SP a arbitragem é prevista como um ponto específico. A aplicação dos me-
canismos consensuais de resolução de conflitos é uma tendência em todos os ramos do direito, seja cível, penal,
administrativo, que temos sempre que ficar de olho! No âmbito administrativo, busca-se justamente uma maior
eficiência (art. 37 da CF/88), assim como a facilitação no trato com os administrados!
Por ser previsto em um ponto específico , acreditamos que o ponto sobre a arbitragem na Administração
Pública tem chances muito altas de cobrança na nossa prova! Aqui é #APOSTACICLOS!!
#FOCONALEI:
DIPLOMA OBSERVAÇÕES
Lei nº 13.303/16 Estatuto das Empresas Estatais
Lei de Mediação. Também dispõe sobre autocompo-
Lei 13.140/2015 sição de conflitos no âmbito da administração públi-
ca (atenção aos artigos 32 a 43).
6) FUNDAÇÕES
As fundações são definidas como a personificação de um patrimônio ao qual é atribuída uma finalidade espe-
cífica não lucrativa, de cunho social.
Se a fundação tem por um instituidor pessoa privada, ela terá natureza privada, e da mesma forma se for o
poder público, ela será fundação pública. Destaca-se que a fundação privada não interessa ao direito adminis-
trativo, pois se situa no âmbito civil.
7) AUTARQUIAS
Características:
A descentralização; a criação por lei; a especialização dos fins ou atividades; a personalidade jurídica pública;
a capacidade de autoadministração.
As autarquias não são subordinadas ao ente federado que as criou, é dizer, não há hierarquia entre União,
Estados, Distrito Federal e municípios e suas respectivas autarquias. A relação entre uma autarquia e a adminis-
tração direta da pessoa política instituidora é de vinculação administrativa (e não de subordinação).
Só podem ser criadas por lei.
Os atos praticados são atos administrativos.
Os contratos são contratos administrativos, de forma que precisam licitar e pode haver cláusulas exorbitantes.
Estão sujeitas ao duplo grau de jurisdição obrigatório, contra elas somente produzindo efeito eventual senten-
ça condenatória após a confirmação por tribunal.
É de competência da justiça federal processar e julgar, nos litígios comuns, as causas em que as autarquias
federais sejam autoras, rés, assistentes ou opoentes.
Possuem responsabilidade civil objetiva (art. 37, §6º da CF: “As pessoas jurídicas de direito público e as de
direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. ”
São exemplos de prerrogativas estatais estendidas às autarquias a imunidade tributária recíproca e os privilé-
gios processuais da Fazenda Pública.
Se submetem às regras do reexame necessário – art. 496, NCPC.
Hoje, a posição que prevalece em nossos Tribunais Superiores é que o prazo prescricional nas demandas ajui-
zadas contra a autarquia é aquele previsto no Decreto 20910/32 - 5 anos (quinquenal).
Obedecem às regras de contabilidade pública (Lei 4320/64).
Se submetem à Lei de Responsabilidade Fiscal - Tribunal de Contas fiscaliza.
Regime pessoal – há servidores públicos. Regime jurídico único – ou todos serão celetistas ou estatutários.
8) AGÊNCIAS REGULADORAS
São autarquias em regime especial (possuem regime jurídico distinto daquele dispensado às demais autar-
quias) e que foram criadas para exercer a regulação de atividades econômicas em sentido amplo.
No Brasil, as Agências Reguladoras surgem num contexto de transformar o Estado de patrimonialista para
gerencial (administração gerencial).
A função regulatória não surge com as agências reguladoras e nem é exclusiva delas. Vale destacar que, muito
antes das agências reguladoras, já existiam entidades integrantes da administração indireta com competências
regulatórias específicas como, por exemplo, o Banco do Brasil e o CADE.
Tem mais autonomia e liberdade que as demais pessoas jurídicas. Poder normativo técnico – normas técnicas
de caráter geral, com fundamento em delegação prevista na própria lei. Deslegalização.
#NOVIDADELEGISLATIVA: Lei nº 13.848, de 25.6.2019 - Dispõe sobre a gestão, a organização, o processo
decisório e o controle social das agências reguladoras.
9) #NÃOCONFUNDA:
10) #ATENÇÃOMÁXIMA
Nas provas do TJ/SP a cobrança é toda baseada em doutrina e muita jurisprudência... Fiquem de olho nos
julgados recentes sobre responsabilidade civil do Estado, especialmente no que se refere à omissão da Administra-
ção e à prescrição das ações de responsabilidade, pois têm altas probabilidades de cobrança! #APOSTACICLOS
#ATENÇÃO Muita atenção aos recentes julgados sobre responsabilidade civil, principalmente nos que se
relacionam com a pandemia da COVID-19, pois a temática da responsabilidade foi muito discutida nesse intervalo.
#APOSTACICLOS
Estudem pelo material próprio de vocês ou pela FUC (FUC 14 de Direito Administrativo) + leitura da jurispru-
dência e súmulas correlatas!
9 Irresponsabilidade
9 Responsabilidade em situações expressas em lei
9 Teoria da responsabilidade com culpa – doutrina civilista da culpa: atos de império x atos de gestão.
9 Teoria da culpa administrativa: falta do serviço/culpa anônima.
9 Teoria da responsabilidade objetiva
2) ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL
3) EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE
- Teoria do risco integral
Não admite excludente. Ex: responsabilidade ambiental, responsabilidade por dano nuclear, seguro DPVAT,
material bélico, ataques terroristas.
- Teoria do risco administrativo
A responsabilidade objetiva pode ser excluída. Basta afastar um dos seus elementos. Ex. culpa exclusiva da
vítima, caso fortuito ou força maior.
4) CONDUTA OMISSIVA
Para a doutrina tradicional, a responsabilidade do Estado por omissão é subjetiva, de forma que o pagamento
da indenização pressupõe a comprovação de dolo ou culpa por parte do Estado. Todavia, de acordo com o
atual entendimento do STF acerca da matéria, o dever de indenizar os danos resultantes de omissão estatal
submete-se à teoria objetiva, quando constatada a inobservância de dever legal específico de agir para impe-
dir a ocorrência do resultado danoso.
STF e STJ já pacificaram o entendimento no sentido de que a responsabilidade por omissão é subjetiva. No
entanto, STF tem decisão no sentido de que a responsabilidade estatal por atos omissivos específicos é obje-
tiva. Não se pode confundir uma conduta omissiva genérica (ex. Estado não conseguir evitar todos os furtos
de carro) com a conduta omissiva específica (ex. Estado tem o dever de vigilância sobre alguém e não evitar
o dano). No primeiro caso a responsabilidade é subjetiva (policial assiste ao assalto e nada faz) e no segundo
caso objetiva.
7) #DEOLHONASÚMULA
Súmula 647-STJ: São imprescritíveis as ações indenizatórias por danos morais e materiais decorrentes de atos
de perseguição política com violação de direitos fundamentais ocorridos durante o regime militar.
8) RESPONSABILIDADE POR ATOS LEGISLATIVOS
A MODERNA DOUTRINA admite a responsabilidade nos casos de:
- LEIS DE EFEITO CONCRETO
- OMISSÃO LEGISLATIVA (quando foge dos padrões de razoabilidade)
- Nos casos de LEIS DECLARADAS INCONSTITUCIONAIS em controle concentrado.
9) #AJUDAMARCINHO
Em regra, o Estado não tem responsabilidade civil por atos praticados por presos foragidos; exceção:
quando demonstrado nexo causal direto
Nos termos do artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, não se caracteriza a responsabilidade civil objetiva
do Estado por danos decorrentes de crime praticado por pessoa foragida do sistema prisional, quando não
demonstrado o nexo causal direto entre o momento da fuga e a conduta praticada. STF. Plenário. RE 608880,
Rel. Min. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Alexandre de Moraes, julgado em 08/09/2020 (Repercussão Geral
– Tema 362) (Info 993).
10) Enunciado 40 da I Jornada de Direito Administrativo CJF/STJ
Nas ações indenizatórias ajuizadas contra a Fazenda Pública aplica-se o prazo prescricional quinquenal pre-
visto no Decreto nº 20.910/1932 (art. 1º), em detrimento do prazo trienal estabelecido no Código Civil de 2002
(art. 206, § 3º, V), por se tratar de norma especial que prevalece sobre a geral.
PONTO 19. Organização funcional: cargos, empregos e funções públicas. Servidores públicos. Regime
jurídico único. Direitos e obrigações. Processos Disciplinar. Regimes jurídicos funcionais. Regime de
previdência do servidor público: aspectos constitucionais.
Esse ponto trata especificamente do regime dos servidores públicos!! É o assunto queridinho da banca
ocupando o 1º lugar do pódio!!! Entãoooooo muita atenção porque vai cair alguma questão sobre isso! #APOS-
TACICLOS
É nesse ponto que também cai o tema de Concursos Públicos, no tocante, estar sempre de olho nas recentes
decisões dos Tribunais Superiores.
Foquem bem o estudo nos precedentes dos Tribunais sobre concurso público, as hipóteses de direito adqui-
rido à nomeação, o regime previdenciário, as diferenças entre servidores e empregados públicos e as formas de
provimento e vacância...
Estudem pelo material próprio ou pela FUC (FUC 09 de direito administrativo) + jurisprudência e súmulas
correlatas!
#FOCONALEI: Leiam bastante os artigos da Constituição Federal relacionados ao tema (arts. 37 a 41).
A famosa Lei 8.112/90 não tem previsão no edital, isso porque ela trata do estatuto jurídico dos servidores pú-
blicos federais, mas a maioria das questões antigas do TJ/SP tratam sobre tal lei. Dessa forma, sugere-se ler e reler!
8.112/90
Art. 5º Art. 8º Art. 13
Art. 127 Art. 132 (Info 666) Art. 134 (Info 975)
Art. 142 (Súmula 635 STJ) Art. 146 Art. 149 (Info 970)
Ainda, não deixem de ler a Lei Orgânica da Magistratura Nacional (“LOMAN”), que poderá ser objeto de
cobrança tanto na prova de direito administrativo, quanto na prova de direito constitucional, e também, na 2ª fase,
em humanística!
1) Agentes Administrativos são aqueles que se vinculam à Administração Pública por relações profissionais e
sujeitam-se à hierarquia funcional. Exercem um CARGO, EMPREGO OU FUNÇÃO PÚBLICA, em caráter perma-
nente e mediante remuneração.
Pela doutrina de Hely Lopes Meireles, se dividem em:
a) Servidor público: que também se divide em:
I - Servidor público efetivo;
II - Servidor público comissionado.
b) Empregados Públicos: O empregado público está excluído da incidência da Lei nº 8.112/90.
c) Servidor Temporário: Contratados temporários em virtude de necessidade temporária de excepcional
interesse público.
2) Os servidores estatutários são selecionados por concurso público para ocupar cargos públicos, tendo
vinculação de natureza estatutária não contratual, e adquirem estabilidade após se sujeitarem a um estágio
probatório.
a) Cargos vitalícios: é o caso dos membros dos Tribunais de Contas (Conselheiros dos TCEs/TCMs e Ministros
do TCU), magistrados e membros do Ministério Público (promotores e procuradores da República). Nos cargos
vitalícios, o estágio probatório é reduzido, tendo duração de somente dois anos, após o qual o agente adquire
vitaliciedade, podendo perder o cargo unicamente por meio de sentença judicial transitada em julgado;
b) Cargos efetivos: é a condição de todos os cargos públicos, com exceção dos três vitalícios acima indicados.
Os cargos efetivos têm estágio probatório maior, de três anos. Após o estágio probatório, o servidor adquire
estabilidade, podendo perder o cargo de quatro formas: 1) sentença judicial transitada em julgado; 2) processo
administrativo disciplinar; 3) avaliação de desempenho; 4) para redução de despesas com pessoal.
3) Os empregados públicos não têm a estabilidade típica do regime estatutário, o que não quer dizer que
o empregado público possa ser demitido livremente, como um empregado comum. A totalidade da doutrina
administrativista entende que os empregados públicos somente podem sofrer demissão motivada e após re-
gular processo administrativo, observadas as garantias do contraditório e da ampla defesa.
Não obstante sejam regulados por regime de emprego e estejam vinculados a entidades com personalidade
jurídica de direito privado, estes agentes se submetem a algumas restrições aplicadas aos servidores públicos
em geral:
a) Consoante disposto no art. 37, XVII, da Constituição Federal, estes servidores estão proibidos de acumularem
seus empregos com outros cargos ou empregos públicos, salvo as exceções constitucionalmente admitidas.
b) São considerados agentes públicos para fins de responsabilização por atos de improbidade administrativa,
conforme disposição do art. 2°, da lei 8.429/92, bem como se enquadram na definição de “funcionário público”
para fins penais, estampada no Código Penal, em seu artigo 327, respondendo, pelos crimes praticados contra
a Administração Pública.
c) Seus atos se submetem a correção e controle judicial, por meio dos remédios constitucionais, tais como o
Mandado de Segurança, a ação popular e o habeas data entre outros.
d) Devem-se submeter a concurso público de provas ou de provas e títulos para a celebração do contrato de
emprego e, consequente, criação de vínculo com o poder público, nos moldes estipulados pelo art. 37, II da
Constituição Federal. Trata-se de forma de garantir a impessoalidade e moralidade na contratação de empre-
gados pela Administração Pública, sem preferências indevidas.
e) Seus salários estão submetidos ao limite constitucional aplicado aos servidores públicos em geral. Em outras
palavras, devem respeitar o teto remuneratório, previsto no art. 37, XI da Carta Magna, salvo se a entidade não
receber dinheiro público para custeio ou pagamento de pessoal.
4) Cargo público é o lugar dentro da organização funcional da Administração Direta e de suas autarquias e
fundações públicas que, ocupado por servidor público, tem funções específicas e remuneração fixadas em lei
ou diploma a ela equivalente.
É o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas
a um servidor.
PONTO 20. Desapropriação. Hipóteses. Desapropriação indireta. Desapropriação por zona. Desapropriação
urbanística. Promoção de atos expropriatórios pelos particulares: hipótese e requisitos. Efeitos do
decreto e utilidade pública. Destinação dos bens desapropriados. Hipóteses de desapropriação punitiva.
Desapropriação por acordo e judicial: diferenças. Desapropriação de bens públicos de outro ente da
federação. Decreto-Lei no 3.365, de 21 de junho de 1941.
PONTO 21. Intervenção na propriedade e atuação no domínio econômico: servidão, requisição, ocupação
temporária, tombamento e limitações administrativas.
Ponto muito importante, pessoal! A intervenção do Estado na propriedade privada tem uma incidência bem
relevante na prova do TJ/SP, sendo responsável por 10% das questões antigas. Fiquem de olho principalmente nos
tópicos referente à desapropriação! #OEXAMINADORAMA
O estilo de cobrança é basicamente letra da lei (maior incidência do Decreto-Lei 3.365/41) e alguns julgados
correlatos! Fiquem atentos que a Lei 13.867/19 inseriu alguns dispositivos no Decreto-Lei 3.365/41 tratando sobre a
solução consensual do processo de desapropriação!! E, se é #INOVAÇÃOLEGISLATIVA a banca gosta! Ademais,
não deixem de revisar a jurisprudência recente dos tribunais superiores, especialmente no que se refere à desapro-
priação.
Estudem pelo material próprio de vocês ou pela FUC (FUC 13 de Direito Administrativo).
DIPLOMA OBSERVAÇÕES
Art. 5º, inciso XXII a XXV; art. 22, inciso II; art. 182, §3º
CF
e §4º; art. 184; art. 185 e art. 243.
Como mencionamos, a legislação que possui maior incidência nesse tópico é o Decreto-Lei 3.365. #ATEN-
ÇÃOMÁXIMA para os seguintes dispositivos:
DECRETO-LEI 3.365/41
Art. 2º Art. 3º Art. 4º
Art. 5º Art. 10 Art. 10-A
Art. 10-B Art. 15 Art. 15-A
Art. 15-B Art. 20 Art. 26
Art. 27 Art. 28 Art. 29
Art. 33 Art. 34-A Art. 35
Art. 36
3) SERVIDÃO ADMINISTRATIVA
Características da servidão administrativa:
- Ônus real;
- Incide sobre imóvel (no caso de bem público deve ser observado o princípio da hierarquia federativa e deve
contar com autorização legislativa) – U>E>M
- Perpetuidade;
- Indenização em razão de prejuízos;
- Inexistência de autoexecutoriedade: só se constitui através de acordo ou decisão judicial.
4) REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA
É um ato administrativo unilateral, auto-executório e oneroso, consistente na utilização de bens ou de serviços
particulares pela administração para atender a necessidades coletivas em tempo de guerra ou em caso de
perigo iminente.
Em regra não haverá indenização. Só haverá indenização se houver dano efetivo. A indenização será posterior.
Ex. Policial requisita carro para perseguir bandido e bate o carro.
O ato é auto executável – não depende do Poder Judiciário, caso não haja acordo de vontades. Diferente do
que ocorre com a servidão (acordo ou decisão judicial).
5) OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA
1. Cuida-se de direito de caráter não real (igual à requisição e diferente da servidão, que é direito real);
2. Só incide sobre a propriedade imóvel (neste ponto é igual à servidão, mas se distingue da requisição, que
incide sobre móveis, imóveis e serviços);
3. Tem caráter de transitoriedade (o mesmo que a requisição; a servidão, ao contrário, tem natureza de per-
manência);
4. A situação constitutiva da ocupação é a necessidade de realização de obras e serviços públicos normais (a
mesma situação que a servidão, mas diversa requisição, que exige situação de perigo público iminente);
5. A indenização varia de acordo com a modalidade de ocupação: se for vinculada à desapropriação, haverá
dever indenizatório, e, se não for, inexistirá em regra esse dever, a menos que haja prejuízos para o proprietá-
rio (a requisição e a servidão podem ser ou não indenizáveis; sendo assim, igualam-se, nesse aspecto, a esta
última forma de ocupação temporária, mas se diferenciam da primeira, porque esta é sempre indenizável).
Ocorre em duas hipóteses:
a) Imóvel vizinho à obra pública com o objetivo de guardar os materiais da obra. Tem que ser um terreno não
edificado. ex: utilizar escolas para eleições.
b) Para obras públicas vinculadas ao processo de desapropriação. Pesquisa de minérios e arqueológica. Evita
a desapropriação desnecessária. Se achar o que procura promove a desapropriação. JS – aqui há indenização,
pois a própria lei determina.
6) TOMBAMENTO
É o instituto para conservação do patrimônio. Tem como objetivo proteger a identidade de um povo.
O tombamento pode ser histórico, artístico, cultural e paisagístico.
Objeto: o tombamento pode recair sobre bens móveis ou imóveis; públicos ou privados.
O tombamento pode ser constituído por lei? Resposta: NÃO. Conforme decidido pelo STF, no julgamento da
ACO 1.706/DF: “O tombamento é constituído mediante ATO DO PODER EXECUTIVO que, observada a legisla-
ção pertinente, estabelece o alcance da limitação ao direito de propriedade, ato emanado do Poder Legislativo
não podendo alterar essas restrições. (...) O ato do Poder Legislativo que efetive o tombamento e, de igual
modo, aquele que pretenda alterar as condições de tombamento regularmente instituído pelo Poder Execu-
tivo, é INCONSTITUCIONAL, dada a sua incompatibilidade com o princípio da harmonia entre os poderes”.
7) DESAPROPRIAÇÃO
Pode ser conceituada como o procedimento, por meio do qual, o Estado, compulsoriamente, retira de alguém
certo bem, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social e o adquire, originariamente, para si ou
para outrem, de regra, mediante prévia e justa indenização, paga em dinheiro, salvo os casos que a constitui-
ção enumera.
8) DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA
É o fato administrativo pelo qual o Estado se apropria de bem particular, sem os requisitos da declaração de
utilidade e da indenização prévia. Fundamento: art. 35, DL 3.365.
Também é conhecida como apossamento administrativo.
Dada a destinação pública ao bem, o proprietário não pode mais reverter a situação, restando apenas pleitear
o pagamento de justa indenização através da Ação de Indenização por Desapropriação Indireta.
O prazo prescricional, no caso de ação de desapropriação indireta, é, em regra, de 10 anos; excepcio-
nalmente, será de 15 anos caso de comprove que não foram feitas obras ou serviços públicos no local
Qual é o prazo da ação de desapropriação indireta? Regra: 10 anos (art. 1.238, parágrafo único, do CC/2002).
Exceção: o prazo será de 15 anos se ficar comprovada a inexistência de obras ou serviços públicos no local.
Em regra, portanto, o prazo prescricional das ações indenizatórias por desapropriação indireta é de 10 anos
porque existe uma presunção relativa de que o Poder Público realizou obras ou serviços públicos no local.
Admite-se, excepcionalmente, o prazo prescricional de 15 anos, caso a parte interessada comprove, concreta e
devidamente, que não foram feitas obras ou serviços no local, afastando a presunção legal. STJ. 1ª Seção. EREsp
1575846-SC, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 26/06/2019 (Info 658). O prazo prescricional aplicável à desa-
propriação indireta, na hipótese em que o Poder Público tenha realizado obras no local ou atribuído natureza
de utilidade pública ou de interesse social ao imóvel, é de 10 anos, conforme parágrafo único do art. 1.238 do
CC. STJ. 1ª Seção. REsp 1757352-SC, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 12/02/2020 (Recurso Repetitivo
– Tema 1109) (Info 671). Obs: a súmula 119 do STJ está superada (Súmula 119-STJ: A ação de desapropriação
indireta prescreve em vinte anos).
9) ESPÉCIES DE DESAPROPRIAÇÃO
a) Desapropriação comum: situação de utilidade ou necessidade pública, ou, ainda, de interesse social. Será
precedida de pagamento de indenização prévia, justa e em dinheiro.
b) Desapropriação especial: Não haverá o pagamento de indenização prévia, justa e em dinheiro.
- Desapropriação urbana (art. 182, CF) = pagamento mediante títulos da dívida pública
- Desapropriação rural (Art. 184 a 186, CF) = pagamento mediante títulos da dívida agrária
- Desapropriação confisco (art. 243, CF) = não é indenizável!
Pessoal, esse ponto engloba três tópicos de suma importância: responsabilidade, controle da administração
pública e improbidade administrativa! Esses temas estão cada vez mais se destacando na seara administrativa,
principalmente pela aplicação de técnica de moralidade, eticidade, gerenciamento na Administração Pública (a
chamada “compliance”)! É um ponto super atual e “moderninho”, inclusive com grande produção acadêmica...
A gente sabe que a responsabilidade do agente público está super na moda, ainda mais pós-pandemia!!! É
um tema que super pode aparecer na nossa prova!!! Temos muita jurisprudência tratando sobre o assunto! #FI-
QUEDEOLHO
No que tange ao ponto 22, ler os arts. 121 a 126-A da Lei 8112/90.
O tema de improbidade, por sua vez, tem uma gama de julgados importantes e recentes dos Tribunais
Superiores. Ademais, ressalta-se a alteração promovida no pacote anticrime na lei de improbidade administrativa,
prevendo o acordo de não persecução cível e a solução consensual, mecanismos autocompositivos, que devemos
estar atentos...
Por essa mudança de cenário, acreditamos que esse ponto tem altas chances de cobrança na nossa prova!
Fiquem atentos nesses pontos mais atuais e mudanças recentes!! #APOSTACICLOS
Estudem pelo material próprio ou pela FUC (FUC 10 e 17 de Direito Administrativo). Principalmente na matéria
de direito administrativo, atenção máxima à Lei 8.429/92 e aos julgados dos Tribunais Superiores.
#FOCONALEI: Vamos listar essas leis para auxiliar vocês na organização da leitura! Lembrem-se das obser-
vações deste ponto, ou seja, de tentar identificar esse panorama mais atual da Administração Pública!
DIPLOMA OBSERVAÇÕES
Lei de Improbidade Administrativa (#IMPORTANTE leitura integral! Atenção
Lei 8.429/1992 especial para o art. 17 e as mudanças promovidas pela lei anticrime #ALERTA-
MÁXIMO!)
Lei que inseriu os artigos 20 a 30 na LINDB (segurança jurídica e eficiência no
Lei 13.655/2018
direito público)... Leitura integral desses dispositivos! #ATENÇÃO
Lei de Responsabilidade Fiscal (Não tem grande incidência nas provas de direi-
Lei Complementar 101/2000
to administrativo, mas tem previsão no edital do TJ/SP, então dê uma lida só).
Lei 12.527/2011 Lei Federal de Acesso à Informação (importante a leitura!!)
Lei Geral de Proteção de Dados (lei com tendência de alta cobrança nas próxi-
Lei 13.709/2018 mas provas... façam a leitura atenta da lei, principalmente com foco nos artigos
23 a 31 #ATENÇÃO!!)
Lei Federal Anticorrupção (Lei pequena, vale a leitura e ainda está no edital! A
Lei 12.846/2013
FUC 17 de direito administrativo trata especificamente sobre o tema!)
1) Os ilícitos cometidos pelo servidor público podem se revestir de responsabilidade penal, cível ou adminis-
trativa. São três esferas próprias e independentes de responsabilização.
Na esfera penal, poderá haver o cometimento de crime contra a administração pública.
Na esfera administrativa, a infração funcional será apurada por meio de processo administrativo (PAD).
A improbidade administrativa, por sua vez, ocorre na esfera cível, dependendo de ação civil para a respon-
sabilização.
2) A punição para atos de improbidade administrativa está prevista na própria Constituição Federal, em seu
art. 37, §4º:
§4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem
prejuízo da ação penal cabível.
#ATENÇÃO ao artigo 12 da Lei de Improbidade Administrativa, que trata das sanções aplicáveis a cada espécie
de ato de improbidade!
4) #DEOLHONAJURIS: É possível imaginar que exista ato de improbidade com a atuação apenas do “tercei-
ro” (sem a participação de um agente público)? É possível que, em uma ação de improbidade administrativa,
o terceiro figure sozinho como réu? NÃO. Para que o terceiro seja responsabilizado pelas sanções da Lei nº
8.429/92, é indispensável que seja identificado algum agente público como autor da prática do ato de impro-
bidade. Assim, não é possível a propositura de ação de improbidade exclusivamente contra o particular, sem a
concomitante presença de agente público no polo passivo da demanda. STJ, julgado em 25/2/2014 (Info 535).
9) A LC 157/2016 alterou a Lei nº 8.429/92 e criou uma quarta espécie de ato de improbidade administrativa.
Veja o novo artigo que foi inserido na Lei de Improbidade:
Seção II-A: Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concessão ou Aplicação Indevida de
Benefício Financeiro ou Tributário
Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou
manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Com-
plementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela LC 157/2016)
10) PRESCRIÇÃO
• Ações de ressarcimento decorrentes de ato de improbidade administrativa doloso: IMPRESCRITÍVEIS (§ 5º do
art. 37 da CF/88).
• Ações de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil: estão sujeitas à prescrição (são
prescritíveis) (RE 669069/MG).
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática
de ato doloso tipificado na Lei de Improbidade Administrativa. STF. Plenário. RE 852475/SP, Rel. orig. Min. Ale-
xandre de Moraes, Rel. para acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 08/08/2018 (repercussão geral) (Info 910).
#SÚMULASAINDODOFORNO
Súmula 634: Ao particular aplica-se o mesmo regime prescricional previsto na lei de impropriedade adminis-
trativa para os agentes públicos.
Esse tema será muito visto e muito mais bem estudado em Direito Constitucional. Não se preocupem!
A previsão dessa temática em Direito Administrativo é justamente para abarcar a jurisprudência que estejam
relacionadas a essa ações constitucionais.
Último ponto de direito administrativo, mas não menos importante!!! Esse ponto nunca foi previsto em edital
nenhum, e o TJ/SP inovou ao criar um ponto específico sobre esse tema! Sinal de que teremos cobrança na nossa
prova sobre a pandemia (que aliás não acaba nunca, parece até matéria acumulada!!).
Por ser um tema novo, super atual e na moda é #APOSTACICLOS com certeza!
Foram criadas muitas leis no período de pandemia. Vamos listar aqui as mais importantes para você se orga-
nizar. Vale a leitura!!! Focar principalmente nas alterações realizadas por Emendas Constitucionais!
Quanto ao tema, nesse período tivemos também muitas decisões dos Tribunais Superiores sobre o tema.
Então as nossas rapidinhas serão substituídas pelas decisões mais importantes sobre o coronavírus.
Atendida a razoabilidade, é constitucional legislação estadual que prevê a vedação do corte do fornecimento
residencial dos serviços de energia elétrica, em razão do inadimplemento, parcelamento do débito, conside-
rada a crise sanitária. STF. Plenário. ADI 6588/AM, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 28/5/2021 (Info 1019).
Por usurpar a competência da União para legislar privativamente sobre direito civil e política de seguros, é for-
malmente inconstitucional lei estadual que estabelece a possibilidade de o Poder Executivo proibir a suspensão
ou o cancelamento de planos de saúde por falta de pagamento durante a situação de emergência do novo
coronavírus(Covid-19). STF. Plenário. ADI 6441/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 14/5/2021 (Info 1017).
Compete ao STF julgar, com base no art. 102, I, “f”, da CF/88, ação cível originária que questiona a inércia da
Administração Pública federal relativamente à organização, ao planejamento e à execução do Censo Demo-
gráfico do IBGE. Configura-se ilegítima a escolha política que, esvaziando as dotações orçamentárias vocacio-
nadas às pesquisas censitárias do IBGE, inibe a produção de dados demográficos essenciais ao acompanha-
mento dos resultados das políticas sociais do Estado brasileiro. STF. Plenário. ACO 3508 TA-Ref/DF, Rel. Min.
Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes, julgado em 14/5/2021 (Info 1017).
É possível que ente federado proceda à importação e distribuição, excepcional e temporária, de vacina contra
o coronavírus, no caso de ausência de manifestação, a esse respeito, da Agência Nacional de Vigilância Sa-
nitária - ANVISA no prazo estabelecido pelo art. 16 da Lei nº 14.124/2021. Caso concreto: no dia 08/04/2021,
o Estado do Maranhão ingressou com pedido de tutela provisória incidental alegando que a União estaria
descumprindo o Plano Nacional de Vacinação, o que teria levado o Estado a adquirir 4 milhões e meio de do-
ses da vacina Sputnik V, produzida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia. O Estado afirmou que, para conseguir
trazer regularmente as vacinas para o Brasil, protocolizou na Anvisa, no dia 29/03/2021, pedido de autorização
excepcional de uso e de importação da Sputnik V. Ocorre que a agência ainda não teria examinado o requeri-
mento, a despeito da situação de urgência. Diante disso, o Estado do Maranhão pediu ao STF, a título de tutela
provisória incidental, que seja determinado à Anvisa que emita autorização excepcional de uso e importação
da vacina Sputnik V, conforme requerimento apresentado. O STF deferiu em parte o pedido e determinou que
a Anvisa, no prazo máximo de 30 dias, a contar de 29/3/2021, decida sobre a importação excepcional e tem-
porária da vacina Sputnik V. Fundamento legal para a decisão: art. 16, § 4º da Lei nº 14.124/2021. STF. Plenário.
ACO 3451 TPI-Ref/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 30/4/2021 (Info 1015).
É compatível com a Constituição Federal a imposição de restrições à realização de cultos, missas e demais
atividades religiosas presenciais de caráter coletivo como medida de contenção do avanço da pandemia da
Covid-19. STF. Plenário. ADPF 811/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 8/4/2021 (Info 1012).
É necessária a manutenção da divulgação integral dos dados epidemiológicos relativos à pandemia da Co-
vid-19. A interrupção abrupta da coleta e divulgação de importantes dados epidemiológicos, imprescindíveis
para a análise da série histórica de evolução da pandemia(Covid-19), caracteriza ofensa a preceitos funda-
mentais da Constituição Federal, nomeadamente o acesso à informação, os princípios da publicidade e da
transparência da Administração Pública e o direito à saúde. STF. Plenário. ADPF 690/DF, ADPF 691/DF e ADPF
692 /DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgados em 13/03/2021 (Info 1009).
A prudência — amparada nos princípios da prevenção e da precaução — aconselha que continuem em vigor
as medidas excepcionais previstas nos arts. 3º ao 3º-J da Lei nº 13.979/2020, dada a continuidade da situação
de emergência na área da saúde pública. STF. Plenário. ADI 6625 MC-Ref/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski,
julgado em 6/3/2021 (Info 1008).
A pretensão de que sejam editados e publicados critérios e subcritérios de vacinação por classes e subclasses
no Plano de Vacinação, assim como a ordem de preferência dentro de cada classe e subclasse, encontra ar-
rimo: • nos princípios da publicidade e da eficiência que regem a Administração Pública (art. 37, da CF/88); •
no direito à informação que assiste aos cidadãos em geral (art. 5º, XXXIII, e art. 37, § 2º, II); • na obrigação da
União de “planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas” (art. 21, XVII); • no dever
incontornável cometido ao Estado de assegurar a inviolabilidade do direito à vida (art. 5º, caput), traduzida por
uma “existência digna” (art. 170); e • no direito à saúde (art. 6º e art. 196). STF. Plenário. ADPF 754 TPI-segun-
da-Ref/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 27/2/2021 (Info 1007).
1) Em princípio, as vacinas a serem oferecidas contra a covid-19 são aquelas incluídas no Plano Nacional de
Operacionalização da Vacinação elaborado pela União; 2) Se o plano for descumprido pela União ou se
ele não atingir cobertura imunológica tempestiva e suficiente contra a doença, os Estados, DF e Municípios
poderão dispensar (conceder) à população as vacinas que esses entes possuírem, desde que tenham sido
previamente aprovadas pela Anvisa; 3) Se a Anvisa não expedir a autorização competente, no prazo de 72
horas, os Estados, DF e Municípios poderão importar e distribuir vacinas que já tenham sido registradas nos
EUA (EUA), na União Europeia (EMA), no Japão (PMDA) ou na China (NMPA). Além disso, tais entes poderão
também importar e distribuir quaisquer outras vacinas que já tenham sido aprovadas, em caráter emergencial
(Resolução DC/ANVISA 444, de 10/12/2020), pela ANVISA. Nas exatas palavras do STF: Os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, no caso de descumprimento do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação
contra a Covid-19 ou na hipótese de cobertura imunológica intempestiva e insuficiente, poderão dispensar às
respectivas populações: a) vacinas das quais disponham, previamente aprovadas pela Anvisa; e b) no caso não
expedição da autorização competente, no prazo de 72 horas, vacinas registradas por pelo menos uma das
autoridades sanitárias estrangeiras e liberadas para distribuição comercial nos respectivos países, bem como
quaisquer outras que vierem a ser aprovadas, em caráter emergencial. STF. Plenário. ADPF 770 MC-Ref/DF e
ACO 3451 MC-Ref/MA, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 24/2/2021 (Info 1006).
O STF determinou que a União elaborasse plano de combate à Covid-19 para população quilombola, com a
participação de representantes da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Qui-
lombolas – Conaq. Além disso, o STF deferiu pedido para suspender os processos judiciais, notadamente ações
possessórias, reivindicatórias de propriedade, imissões na posse, anulatórias de processos administrativos de
titulação, bem como os recursos vinculados a essas ações, sem prejuízo dos direitos territoriais das comunida-
des quilombolas até o término da pandemia. STF. Plenário. ADPF 742/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do
acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 24/2/2021 (Info 1006).
O STF julgou parcialmente procedente ADI, para conferir interpretação conforme à Constituição ao art. 3º, III,
“d”, da Lei nº 13.979/2020. Ao fazer isso, o STF disse que o Poder Público pode determinar aos cidadãos que
se submetam, compulsoriamente, à vacinação contra a Covid-19, prevista na Lei nº 13.979/2020. O Estado
pode impor aos cidadãos que recusem a vacinação as medidas restritivas previstas em lei (multa, impedimento
de frequentar determinados lugares, fazer matrícula em escola), mas não pode fazer a imunização à força.
Também ficou definido que os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios têm autonomia para re-
alizar campanhas locais de vacinação. A tese fixada foi a seguinte: (A) A vacinação compulsória não significa
vacinação forçada, por exigir sempre o consentimento do usuário, podendo, contudo, ser implementada por
meio de medidas indiretas, as quais compreendem, dentre outras, a restrição ao exercício de certas atividades
ou à frequência de determinados lugares, desde que previstas em lei, ou dela decorrentes, e (i) tenham como
base evidências científicas e análises estratégicas pertinentes, (ii) venham acompanhadas de ampla informação
sobre a eficácia, segurança e contraindicações dos imunizantes, (iii) respeitem a dignidade humana e os direi-
tos fundamentais das pessoas; (iv) atendam aos critérios de razoabilidade e proporcionalidade, e (v) sejam as
vacinas distribuídas universal e gratuitamente; e (B) tais medidas, com as limitações acima expostas, podem ser
implementadas tanto pela União como pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, respeitadas as respectivas
esferas de competência. STF. Plenário. ADI 6586, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 17/12/2020. (Info
1003)
É constitucional a obrigatoriedade de imunização por meio de vacina que, registrada em órgão de vigilância
sanitária, (i) tenha sido incluída no Programa Nacional de Imunizações ou (ii) tenha sua aplicação obrigatória
determinada em lei ou (iii) seja objeto de determinação da União, estado, Distrito Federal ou município, com
base em consenso médico-científico. Em tais casos, não se caracteriza violação à liberdade de consciência e de
convicção filosófica dos pais ou responsáveis, nem tampouco ao poder familiar. STF. Plenário. ARE 1267879/SP,
Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 16 e 17/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 1103) (Info 1003).
A redução da transparência dos dados referentes à pandemia de COVID-19 representa violação a preceitos
fundamentais da Constituição Federal, nomeadamente o acesso à informação, os princípios da publicidade
e transparência da Administração Pública e o direito à saúde. STF. Plenário. ADPF 690 MC-Ref/DF, ADPF 691
MC-Ref/DF e ADPF 692 MC-Ref/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 20/11/2020 (Info 1000). #MUI-
TOIMPORTANTE
Os limites da despesa total com pessoal e as vedações à concessão de vantagens, reajustes e aumentos re-
muneratórios previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal somente podem ser afastados quando a despesa
for de caráter temporário, com vigência e efeitos restritos à duração da calamidade pública, e com propósito
exclusivo de enfrentar tal calamidade e suas consequências sociais e econômicas. STF. Plenário. ADI 6394/AC,
Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 20/11/2020 (Info 1000).
O art. 3º, caput, VII e § 7º, III, da Lei nº 13.979/2020 autoriza que os gestores locais de saúde (secretarias esta-
duais e municipais, p. ex.), mesmo sem autorização do Ministério da Saúde, façam a requisição de bens e servi-
ços. O STF afirmou que esses dispositivos são constitucionais. Não se exige autorização do Ministério da Saúde
para que os Estados-membros, Distrito Federal e Municípios decretem a requisição administrativa prevista no
art. 3º, caput, VII e § 7º, III, da Lei nº 13.979/2020, no exercício de suas competências constitucionais. STF. Ple-
nário. ADI 6362/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 2/9/2020 (Info 989). #MUITOIMPORTANTE
A associação “Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e seis partidos políticos ajuizaram arguição de
descumprimento de preceito fundamental alegando que o Poder Público estava falhando na proteção dos
povos indígenas com relação à pandemia da Covid-19. Os autores apontaram uma série de atos comissivos e
omissivos do Poder Público que, segundo eles, estavam causando alto risco de contágio e de extermínio dos
povos indígenas. Os requerentes apontaram que tais atos violam a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III,
da CF/88), o direito à vida (art. 5º, caput) e o direito à saúde (arts. 6º e 196), além do direito de tais povos a
viverem em seu território, de acordo com suas culturas e tradições (art. 231). Na ação, os autores pedem a rea-
lização de diversas medidas necessárias para a proteção dos povos indígenas. O Min. Roberto Barroso (relator)
deferiu parcialmente a medida cautelar para que a União implemente, em resumo, as seguintes providências:
Quanto aos povos indígenas em isolamento ou povos indígenas de recente contato: 1. Criação de barreiras
sanitárias, que impeçam o ingresso de terceiros em seus territórios; 2. Criação de Sala de Situação, para gestão
de ações de combate à pandemia quanto aos Povos Indígenas em Isolamento e de Contato Recente. Quanto
aos povos indígenas em geral: 1. Inclusão de medida emergencial de contenção e isolamento dos invasores em
relação às comunidades indígenas ou providência alternativa, apta a evitar o contato. 2. Imediata extensão dos
serviços do Subsistema Indígena de Saúde. 3. Elaboração e monitoramento de um Plano de Enfrentamento
da COVID-19 para os Povos Indígenas Brasileiros pela União. O Plenário do STF referendou a medida cautelar
concedida. STF. Plenário. ADPF 709 Ref-MC/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 3 e 5/8/2020 (Info 985).
A MP 966/2020, que dispõe sobre a responsabilização de agentes públicos por ação e omissão em atos re-
lacionados com a pandemia da covid-19. O STF decidiu que a MP é, em princípio, constitucional, mas deverá
ser feita uma interpretação conforme à Constituição. Desse modo, o Plenário do STF deferiu parcialmente a
medida cautelar para: 1) conferir interpretação conforme à Constituição ao art. 2º da MP 966/2020, no sentido
de estabelecer que, na caracterização de erro grosseiro, deve-se levar em consideração a observância, pelas
autoridades: a) de standards, normas e critérios científicos e técnicos, tal como estabelecidos por organizações
e entidades internacional e nacionalmente conhecidas; bem como b) dos princípios constitucionais da precau-
ção e da prevenção; e 2) conferir, ainda, interpretação conforme à Constituição ao art. 1º da MP 966/2020, para
explicitar que, para os fins de tal dispositivo, a autoridade à qual compete a decisão deve exigir que a opinião
técnica trate expressamente: (i) das normas e critérios científicos e técnicos aplicáveis à matéria, tal como es-
tabelecidos por organizações e entidades reconhecidas nacional e internacionalmente; (ii) da observância dos
princípios constitucionais da precaução e da prevenção. Foram fixadas as seguintes teses: 1. Configura erro
grosseiro o ato administrativo que ensejar violação ao direito à vida, à saúde, ao meio ambiente equilibrado
ou impactos adversos à economia, por inobservância: i) de normas e critérios científicos e técnicos; ou ii) dos
princípios constitucionais da precaução e da prevenção. 2. A autoridade a quem compete decidir deve exigir
que as opiniões técnicas em que baseará sua decisão tratem expressamente: i) das normas e critérios científicos
e técnicos aplicáveis à matéria, tal como estabelecidos por organizações e entidades internacional e nacio-
nalmente reconhecidas; e ii) da observância dos princípios constitucionais da precaução e da prevenção, sob
pena de se tornarem corresponsáveis por eventuais violações a direitos. Vale ressaltar que a MP não trata de
crime ou de ato ilícito. Assim, qualquer interpretação do texto impugnado que dê imunidade a agentes públi-
cos quanto a ato ilícito ou de improbidade deve ser excluída. STF. Plenário. ADI 6421 MC/DF, Rel. Min. Roberto
Barroso, julgado em 20 e 21/5/2020 (Info 978). #MUITOIMPORTANTE #VAICAIR
A MP 954/2020 determinava que, durante a emergência de saúde decorrente do covid-19, as empresas de te-
lefonia fixa e móvel deveriam fornecer ao IBGE os dados dos seus clientes: relação dos nomes, números de te-
lefone e endereços. Segundo a MP, essas informações seriam utilizadas para a produção das estatísticas oficial,
com o objetivo de realizar entrevistas não presenciais com os clientes das empresas. As informações disciplina-
das pela MP 954/2020 configuram dados pessoais e, portanto, estão protegidas pelas cláusulas constitucionais
que asseguram a liberdade individual (art. 5º, caput), a privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade
(art. 5º, X e XII). Sua manipulação e tratamento deverão respeitar esses direitos e os limites estabelecidos pela
Constituição. A MP 954/2020 exorbitou dos limites traçados pela Constituição porque diz que os dados serão
utilizados exclusivamente para a produção estatística oficial, mas não delimita o objeto da estatística a ser pro-
duzida, nem a finalidade específica ou a sua amplitude. A MP 954/2020 não apresenta também mecanismos
técnico ou administrativo para proteger os dados pessoais de acessos não autorizados, vazamentos acidentais
ou utilização indevida. Diante disso, constata-se que a MP violou a garantia do devido processo legal (art. 5º,
LIV, da CF), em sua dimensão substantiva (princípio da proporcionalidade). STF. Plenário. ADI 6387, ADI 6388,
ADI 6389, ADI 6390 e ADI 6393 MC-Ref/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 6 e 7/5/2020 (Info 976).
A Lei nº 13.979/2020 previu, em seu art. 3º, um rol exemplificativo de oito medidas que podem ser adotadas
pelo poder público para o combate ao coronavírus. O art. 3º, VI, “b”, e os §§ 6º e 7º, II, da Lei nº 13.979/2020
estabeleceram que os Estados e Municípios somente poderia adotar algumas medidas se houvesse autoriza-
ção da União. O STF, ao apreciar ADI contra a Lei, decidiu: a) suspender parcialmente, sem redução de texto,
o disposto no art. 3º, VI, “b”, e §§ 6º e 7º, II, da Lei nº 13.979/2020, a fim de excluir estados e municípios da
necessidade de autorização ou de observância ao ente federal; e b) conferir interpretação conforme aos referi-
dos dispositivos no sentido de que as medidas neles previstas devem ser precedidas de recomendação técnica
e fundamentada, devendo ainda ser resguardada a locomoção dos produtos e serviços essenciais definidos
por decreto da respectiva autoridade federativa, sempre respeitadas as definições no âmbito da competência
constitucional de cada ente federativo. Assim, os Estados/DF e Municípios podem, mesmo sem autorização
da União, adotar medidas como isolamento, quarentena, exumação, necropsia, cremação e manejo de cadá-
ver e restrição à locomoção interestadual e intermunicipal em rodovias, portos ou aeroportos. Vale ressaltar
que Estados e Municípios não podem fechar fronteiras, pois sairiam de suas competências constitucionais. A
adoção de medidas restritivas relativas à locomoção e ao transporte, por qualquer dos entes federativos, deve
estar embasada em recomendação técnica fundamentada de órgãos da vigilância sanitária e tem de preservar
o transporte de produtos e serviços essenciais, assim definidos nos decretos da autoridade federativa compe-
tente. STF. Plenário. ADI 6343 MC-Ref/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 6/5/2020 (Info 976).
A Lei nº 13.979/2020 prevê medidas que poderão ser adotadas pelo Brasil para enfrentamento da emergência
de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus. A MP 926/2020 alterou o caput e
o inciso VI do art. 3º da Lei nº 13.979/2020 e acrescentou os §§ 8º a 11 ao art. 3º da Lei nº 13.979/2020. Foi
ajuizada uma ADI contra esta MP. O STF, ao apreciar a medida cautelar, decidiu: • confirmar a medida acau-
teladora concedida monocraticamente pelo Relator para “tornar explícita, no campo pedagógico e na dicção
do Supremo, a competência concorrente.” Em outras palavras, as providências adotadas pelo Governo Federal
“não afastam atos a serem praticados por Estado, o Distrito Federal e Município considerada a competência
concorrente na forma do artigo 23, inciso II, da Lei Maior.” • dar interpretação conforme à Constituição ao § 9º
do art. 3º da Lei nº 13.979/2020, a fim de explicitar que o Presidente da República pode dispor, mediante de-
creto, sobre os serviços públicos e atividades essenciais, no entanto, esse decreto deverá preservar a atribuição
de cada esfera de governo, nos termos do inciso I do art. 198 da Constituição Federal. STF. Plenário. ADI 6341
MC-Ref/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 15/4/2020 (Info 973).
DIREITO AMBIENTAL
Pessoal, direito ambiental não tem muito mistério. Infelizmente ou felizmente, nessa matéria o examinador
não pode inovar muito não! O segredo (que já não é mais segredo para ninguém) é um só: LETRA DE LEI (MUITA!)
e JURIS.
Nas últimas provas do TJ/SP, responsabilidade ambiental e tutela processual civil do meio ambiente foram os
temas mais cobrados.
A lei 9.605/98 é a campeã de incidência e, no concurso passado, a lei 6.938/91 também deu as caras.
As provas de magistratura do TJ/SP contam, em média, com 5 a 6 questões de direito ambiental. A última
prova do TJSP, todavia, teve apenas 3 questões de ambiental... Se isso pode se repetir? Não sabemos! Mas vamos
estudar sempre para mais, pensando em 5 a 6 questões, ok?
Fundamento Porcentagem
Legislação 56,67 %
Doutrina 23,33 %
Jurisprudência 20 %
#STALKER A titular da Seção de Direito Público é a desembargadora Luciana Almeida Prado Bresciani. Va-
mos conhecer mais o perfil dessa nossa examinadora? Ela possui dois títulos em dois cursos de pós-graduação: Di-
reito Privado e do Consumidor e Direito Público e Direito dos Usuários de Serviços Públicos, demonstrando grande
conhecimento na área. Além disso, já atuou em também diversas Turmas Especiais de Direito Público do Tribunal de
São Paulo. Quanto a direito ambiental, não tem muito o que analisar da banca, tendo em vista que, nessa matéria,
a cobrança é sempre feita pela letra fria da lei.
Dessa forma, é legislação em uma mão, café na outra e muita leitura da lei!!!
Galera, nesses pontos iniciais, a parte mais importante é a leitura do art. 225 da CF/88. Para Direito ambiental,
esse artigo deve ser lido mais de uma vez e de “cabo a rabo”... Estejam sempre passando o olho por esse artigo e
dando uma olhada na jurisprudência mais recente sobre ele.
Sobre o art. 225, vale a pena dar uma olhada no Informativo 896 do STF.
Estudem pelo material próprio de vocês ou pela FUC (FUC 1 de Direito Ambiental).
Ao longo do nosso raio-x, vamos indicar alguns dispositivos legais correlatos, principalmente na matéria de
princípios. Também fiquem atentos aos julgados do STF e do STJ que trazem fundamentação baseada nos princí-
pios ambientais.
Sobre princípios, não deixem de saber de cor a diferença entre o princípio da precaução e o da prevenção,
pois, apesar de batido, esse tema sempre cai.
1) No que diz respeito aos pressupostos filosóficos do Direito Ambiental, o antropocentrismo e o biocen-
trismo se sobressaem como concepções predominantes. Na primeira, oriunda das tradições aristotélicas e
judaico-cristãs, o ser humano é apontado como titular e destinatário de todos os recursos naturais existentes,
devendo a proteção ao meio ambiente ocorrer apenas na medida necessária para que os interesses humanos
sejam resguardados.
Já na segunda concepção, que se fundamenta na Ecologia Profunda, cada recurso natural possui um valor
intrínseco e deve ser protegido em razão de sua função ecológica, pois os seres vivos e os elementos que
propiciam a vida fazem parte de um sistema integrado e interdependente, sendo o ser humano apenas uma
parte dessa complexa teia.
Apesar de a Constituição Federal adotar a visão antropocêntrica, deve-se ressaltar que se trata de antropo-
centrismo alargado, pois se defende uma posição suficientemente abrangente, a ponto de reconhecer a
interdependência entre os seres humanos e a natureza.
2) Entende-se que o meio-ambiente é uno e indivisível, mas, para fins didáticos, pode ser subdividido em 4
segmentos: natural, cultural, artificial e do trabalho.
● Natural: formados pelos bens da natureza, com vida (bióticos) e sem vida (abióticos). Existem independen-
temente da atuação humana: fauna, flora, recursos hídricos, ar, solo, etc.
Cultural, artificial e do trabalho: decorrem de uma atuação antrópica, corpóreos e incorpóreos. A diferenciação
é de acordo com o ponto de vista a ser adotado.
● Cultural: ligado à formação, ação e memória dos diferentes grupos da sociedade brasileira, podendo ser
materiais ou imateriais.
● Do trabalho: é previsto expressamente no art. 200 da CF, composto por bens que buscam viabilizar o exer-
cício digno e seguro do labor.
● Artificial: são os bens corpóreos que não fazem parte do meio-ambiente cultural ou do trabalho. Ex.: casa
recém construída.
3) PRINCÍPIOS PREVENÇÃO E PRECAUÇÃO
Ambos buscam evitar a ocorrência de danos ao meio ambiente ou, se toleráveis, reduzido ao máximo o im-
pacto ao meio-ambiente.
Passada a base comum, temos a seguinte divisão:
Prevenção: parte da certeza, da convicção científica. É o risco concreto, conhecido, certo. Trabalha com a
certeza do dano, de modo a minorá-lo ou evitá-lo.
O princípio da prevenção é o maior alicerce do Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA).
Precaução: trabalha com situações controversas, riscos incertos e potenciais. São atividades que normalmente
decorrem de inovação tecnológica. A dúvida sempre deve militar em favor do meio-ambiente. In dubio pro
natura. Implícito na CF/88.
Quando haja perigo de dano grave e irreversível, a falta de certeza científica absoluta não deverá ser utilizada
como razão para postergar a adoção de medidas eficazes para impedir a degradação ambiental.
É com base no princípio da precaução que parte da doutrina sustenta a possibilidade de inversão do
ônus da prova nas demandas ambientais, carreando ao réu (suposto poluidor) a obrigação de provar
que a sua atividade não é perigosa nem poluidora.
8) PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃO
O princípio da informação, também conhecido como princípio da publicidade, parte do pressuposto de que
toda informação em matéria ambiental é de interesse coletivo, e que no caso de inexistência caberá ao Estado
produzi-la, tamanha é sua importância para a construção do Estado de Direito Ambiental. De um lado, é com
base em informações atualizadas e concretas que a Administração Pública tomará decisões, seja no que diz
respeito às políticas ambientais propriamente ditas, seja no que diz respeito às políticas públicas que fazem
interface com a questão ambiental.
De outro lado, sem essas informações, a sociedade civil não poderá fazer reivindicações adequadas ou per-
tinentes, em razão do desconhecimento da matéria. Tanto é que vários autores consideram o princípio da
informação como um desdobramento do princípio da participação.
Participação por meio de audiências públicas. No caso de populações tradicionais é imprescindível a consulta
pública (convenção 169/OIT).
10) #CENÁRIOATUAL Gente, tem dois princípios que são super conhecidos em direito ambiental, os princípios
da prevenção e da precaução... Com certeza algum dia você já se pegou fazendo alguma questão de ambien-
tal sobre eles ou tentando decorar a diferenciação: prevenção se refere aos riscos conhecidos, e a precaução
se refere aos riscos incertos, ainda desconhecidos, mas potenciais... A novidade é que o STF, em julgados re-
centes de 2020 e 2021, vem aplicando esses dois princípios ao tratar da pandemia de Covid-19! Principalmente
em assuntos relacionados a direito constitucional, aos direitos e garantias fundamentais, os Ministros vêm
justificando a atuação do STF (#LINKMENTAL ativismo judicial), para impor medidas de enfrentamento à pan-
demia, nos princípios da prevenção e da precaução. Ou seja, deve haver uma atuação do Poder Público para
evitar a ocorrência de riscos já conhecidos, e dos riscos ainda desconhecidos, decorrentes da contaminação
pelo vírus... Ressalto especialmente dois julgados que tratam da necessidade do Poder Público de atuar para
conter a contaminação nas comunidades indígenas e quilombolas. Esses grupos são especialmente vulneráveis
às contaminações virais pois, ao viverem em comunidades geralmente afastadas dos grandes centros urbanos,
não desenvolveram um sistema imunológico resistente ao vírus. Assim, os riscos decorrentes da contaminação
dessas comunidades poderia significar a extinção inteira de etnias, sendo essa justamente a aplicação do prin-
cípio da precaução! Ademais, os danos advindos da diminuição desses grupos étnicos influiria em toda a ideia
de meio ambiente natural e cultural, pois são comunidades que possuem uma relação de preservação do meio
ambiente, das tradições, de valorizar os recursos naturais.
#AJUDAMARCINHO
É dever do Poder Público elaborar e implementar plano para o enfrentamento da pandemia COVID-19
nas comunidades quilombolas. STF. Plenário. ADPF 742/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min.
Edson Fachin, julgado em 24/2/2021 (Info 1006).
STF determina que governo federal adote medidas para conter o avanço da Covid-19 entre indígenas. STF.
Plenário. ADPF 709 Ref-MC/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 3 e 5/8/2020 (Info 985).
STF estendeu a vigência das medidas de combate à covid-19 elencadas na Lei 13.979/2020 e que estavam
previstas para terminar em 31/12/2020
A prudência — amparada nos princípios da prevenção e da precaução — aconselha que continuem em vigor
as medidas excepcionais previstas nos arts. 3º ao 3º-J da Lei nº 13.979/2020, dada a continuidade da situação
de emergência na área da saúde pública. STF. Plenário. ADI 6625 MC-Ref/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski,
julgado em 6/3/2021 (Info 1008).
PONTO 4. Deveres genéricos do Poder Público em relação ao meio ambiente. Deveres específicos do
Poder Público em relação ao meio ambiente. Competências administrativa, legislativa e jurisdicional em
matéria ambiental.
PONTO 8. Patrimônio ambiental natural. Ar, Água, Solo, Flora, Fauna. Patrimônio ambiental cultural.
Patrimônio ambiental artificial. Patrimônio genético, biotecnologia e biossegurança. Política Nacional da
Biodiversidade.
Pessoal, esses são pontos que a banca pode pedir tudo, mas geralmente a cobrança se dá através de juris-
prudência, letra de lei e mais o art. 225 da CF.
Competência e a LC 140/11 são temas que nunca caíram no TJ/SP, mas nem por isso devemos esquecer dela,
pois que, há uma incidência muito grande de questões recentes sobre o referido diploma legislativo em provas de
magistratura.
Quanto ao ponto 8, estudem pelo material próprio ou pela FUC (FUC 07 de Direito Ambiental).
#FOCONALEI: Leitura da Lei Complementar nº 140/11. Alguns dispositivos constitucionais são importantes
aqui, vamos abordá-los na nossa #RAPIDINHA!
1)
A Constituição de 1988 protege o meio ambiente equilibrado tanto como direito subjetivo, quanto como
direito objetivo.
Dimensão Objetiva Dimensão subjetiva
Reconhece o direito ao meio ambiente equilibrado Admite o meio ambiente equilibrado como direi-
como dever ou tarefa estatal. to individual e de liberdade de cada indivíduo de
acesso, uso e gozo de um ambiente saudável.
- O meio ambiente saudável é classificado pela doutrina clássica como interesse difuso e de terceira geração.
- Possui conteúdo bifronte, pois abrange direito de defesa e direito prestacional.
- Segundo decisão do Superior Tribunal de Justiça, o grande risco oferecido, a toda a humanidade, pelo dano
ambiental, é um dos principais argumentos para que o direito a sua reparação seja considerado imprescritível.
2) BENS PÚBLICOS AMBIENTAIS
Os bens naturais, objetos do Direito Ambiental, normalmente são classificados como “bens de uso comum do
povo” ou como “bens de uso especial”, em função de sua destinação ou afetação a fins públicos.
Importante frisar que a expressão “bem de uso comum do povo” utilizada no caput do artigo 225 da Constitui-
ção de 1988 não se refere à classificação dos bens públicos. Ao atribuir a característica de bem de uso comum
do povo ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, o intuito do legislador constituinte foi o de reforçar a
ideia de interesse transindividual no meio ambiente saudável, tendo em vista a titularidade coletiva dos bens
naturais. O Poder Público é mero gestor do meio ambiente, que pode ser classificado como patrimônio público
em sentido amplo, a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo.
3) Art. 225, §4º, CF: A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Gros-
sense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições
que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
O termo “patrimônio nacional” é utilizado no sentido de valor e importância de tais biomas para a proteção
ambiental e não como bem pertencente à União. RE 300244, STF: “Não é a Mata Atlântica, que integra o pa-
trimônio nacional a que alude o artigo 225, §4º, da Constituição Federal, bem da União”.
4) BENS DA UNIÃO: Art. 20, CF
Art. 20. São bens da União:
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias
federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
III - Os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um
Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem
como os terrenos marginais e as praias fluviais;
Segundo os critérios definidos pela ANA (Agência Nacional de Águas), os trechos de rios que compõem os
cursos principais das bacias hidrográficas que transpassam ou compõem limites estaduais são de domínio
federal.
IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas
e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao
serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;
VI - o mar territorial;
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
Obs: lembrar que as terras ocupadas pelos quilombolas são de propriedade das comunidades quilombolas, e
não da União.
BENS ESTADUAIS: Art. 26, CF
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma
da lei, as decorrentes de obras da União;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da
União, Municípios ou terceiros;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
5) #AJUDAMARCINHO
Federalismo cooperativo ecológico
Quando se fala em repartição de competências relacionadas com matéria ambiental, existe um conceito muito
relevante que é o de federalismo cooperativo ecológico. Confira a lição da doutrina sobre o tema:
“O exercício das competências constitucionais (legislativas e executivas) em matéria ambiental, respeitados os
espaços político-jurídicos de cada ente federativo, deve rumar para a realização do objetivo constitucional ex-
presso no art. 225 da CF/1988, inclusive sob a caracterização de um dever de cooperação entre os entes fede-
rativos no cumprimento dos seus deveres de proteção ambiental. Isso implica a adequação das competências
constitucionais ambientais ao princípio da subsidiariedade, enquanto princípio constitucional implícito no nos-
so sistema constitucional, o qual conduz à descentralização do sistema de competências e ao fortalecimento
da autonomia dos entes federativos inferiores (ou periféricos) naquilo em que representar o fortalecimento dos
instrumentos de proteção ambiental e dos mecanismos de participação política, sob o marco jurídico-cons-
titucional de um federalismo cooperativo ecológico.” (SARLET, Ingo Wolfgang; FENSTERSEIFER, Tiago. Direito
Constitucional Ambiental. 4. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014, p. 157).
6) COMPETÊNCIA LEGISLATIVA PRIVATIVA DA UNIÃO (art. 22, CF)
É possível de delegação por meio de LC aos Estados (art. 22, parágrafo único).
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
(...)
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; #ATENÇÃOMÁXIMA
(...)
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;
(...)
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
(...)
XIV - populações indígenas;
(...)
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;
(...)
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
Entendeu-se que seria necessário ponderar, de um lado, a proteção do meio ambiente obtida com a proibição
imediata da queima da cana e, de outro, a preservação dos empregos dos trabalhadores que atuem neste
setor. No caso, o STF entendeu que deveria prevalecer a garantia dos empregos dos trabalhadores canavieiros,
que merecem proteção diante do chamado progresso tecnológico e da respectiva mecanização, ambos trazi-
dos pela pretensão de proibição imediata da colheita da cana mediante uso de fogo.
Além disso, as normas federais que tratam sobre o assunto apontam para a necessidade de se traçar um pla-
nejamento com o intuito de se extinguir gradativamente o uso do fogo como método despalhador e facilitador
para o corte da cana. Nesse sentido: Lei 12.651/2012 (art. 40) e Decreto 2.661/98. STF. Plenário. RE 586224/SP,
Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 5/3/2015 (repercussão geral) (Info 776).
Os Municípios podem legislar sobre Direito Ambiental, desde que o façam fundamentadamente. STF.
2ª Turma. ARE 748206 AgR/SC, Rel Min. Celso de Mello, julgado em 14/3/2017 (Info 857).
O Município tem competência para legislar sobre meio ambiente e controle da poluição, quando se
tratar de interesse local. Ex: é constitucional lei municipal, regulamentada por decreto, que preveja a apli-
cação de multas para os proprietários de veículos automotores que emitem fumaça acima de padrões consi-
derados aceitáveis. STF. Plenário. RE 194704/MG, rel. orig. Min. Carlos Velloso, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin,
julgado em 29/6/2017 (Info 870).
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa
e usos médicos, agrícolas e industriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos de
meia-vida igual ou inferior a duas horas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 49, de 2006)
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa.
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
(...)
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de sanea-
mento básico;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos seto-
res desfavorecidos;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos
e minerais em seus territórios;
(...)
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
No âmbito da competência administrativa se insere a competência fiscalizatória.
Esse sem dúvida é o tema queridinho do TJ/SP. E não só do TJ/SP, mas de todas as provas de magistratura.
Entãooo, esse é o ponto MAIS IMPORTANTE de toda a matéria! #ATENÇÃOTOTAL #ALERTAMÁXIMO
A boa notícia é que o combo LEI + JURIS é o que tem mais aparecido. Para a prova do TJ/SP, é de suma im-
portância a leitura da lei 9.605/98. Não tem jeito, tem que ler....
Fiquem atentos principalmente às classificações de danos existentes, especialmente os danos morais cole-
tivos e danos sociais. Tudo a ver com a responsabilidade civil ambiental e com os desastres ambientais ocorridos
nos últimos anos.
É um ponto muito doutrinário e jurisprudencial, então estudem pelo material próprio ou pela FUC (FUC 4 de
direito ambiental). Não deixem de estudar a jurisprudência correlata, e atenção total às súmulas relacionadas com
o direito ambiental!
Para o estudo da jurisprudência, vale pegar os julgados do dizer o direito e fazer uma leitura dos principais.
Recentemente, a jurisprudência se posicionou no sentido de que a responsabilidade civil é objetiva e a criminal
e administrativa são subjetivas! Com certeza é um julgado que vale a pena ler para a prova. Por este motivo, ele
também está nas nossas rapidinhas...
LEI 9.605/98
Art. 2º Art.3º Art. 4º
Art. 6º Art. 7º Art. 9º
Art. 13 Art. 14 Art. 16
Art. 24 Art. 25 (Info 659) Art. 27
Art. 29 Art. 34 (Info 602) Art. 37
Art. 46 (Info 658) Art. 48 Art. 54 (Info 624)
Art.70 Art. 71 Art. 73
Art. 77
1) RESPONSABILIDADE AMBIENTAL:
As responsabilidade no âmbito civil, administrativo e penal são independentes.
As responsabilidades administrativa e criminal ambientais serão SUBJETIVAS.
A responsabilidade civil ambiental será OBJETIVA.
O § 1º do art. 14 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, expressamente determina que:
Art. 14, §1º. Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, indepen-
dentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros,
afetados por sua atividade. O MP da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabili-
dade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.
2) TEORIA DO RISCO
A responsabilidade objetiva fundamenta-se na noção de risco social, que está implícito em determinadas ativi-
dades, como na indústria, nos meios de transporte de massa, nas fontes de energia. Assim, a responsabilidade
objetiva, calcada na teoria do risco, é uma imputação atribuída por lei a determinadas pessoas para ressarcirem
os danos provocados por atividades exercidas no seu interesse e sob seu controle, sem que se proceda a qual-
quer indagação sobre o elemento subjetivo da conduta do agente ou de seus prepostos, bastando a relação
de causalidade entre o dano sofrido pela vítima e a situação de risco criada pelo agente.
A) Teoria do risco integral: constitui uma modalidade extremada da teoria do risco em que o nexo causal
é fortalecido de modo a não ser rompido pelo implemento das causas que normalmente o abalariam. Essa
modalidade é excepcional, sendo fundamento para hipóteses legais em que o risco ensejado pela atividade
econômica também é extremado, como ocorre com o dano nuclear (art. 21, XXIII, “c”, da CF e Lei 6.453/1977).
O mesmo ocorre com o dano ambiental (art. 225, caput e § 3º, da CF e art. 14, § 1º, da Lei 6.938/1981), em face
da crescente preocupação com o meio ambiente. Também se pode falar em risco do empreendimento.
B) Teoria do Risco Proveito/Administrativo/Risco Criado: Essa é a teoria minoritária. Por quê? Porque essa
teoria admite a responsabilidade civil objetiva, porém se tiver presente as excludentes de responsabilidade
disposto no CC/02 (culpa exclusiva da vítima; fato de terceiro; força maior e caso fortuito), a responsabilidade
será excluída.
A corrente majoritária no nosso ordenamento afirma que a responsabilidade ambiental está baseada na
teoria do risco integral!
3) DANO AMBIENTAL
O dano ambiental pode ser definido como qualquer lesão causada ao meio ambiente por condutas ou ativi-
dades de pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado.
O dano ambiental é de difícil ou impossível reparação, dada a natureza do bem lesado: o meio ambiente,
seja na condição de macrobem (considerado como um todo, um bem de uso comum do povo, incorpóreo e
imaterial), seja na condição de microbem (os elementos que compõem o meio ambiente, como os biomas e
os ecossistemas).
PONTO 7. Bem jurídico ambiental. Direito do Ambiente: conceito, princípios, objeto, instrumentos legais.
Espaços ambientalmente protegidos. Sistema Nacional do Meio Ambiente. Tutela administrativa do
ambiente: poder de polícia, competência. Legislação ambiental de parcelamento do solo e da cidade.
No ponto 7, a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) está prevista na Lei 6.938/81. Dentro do referido
diploma legal há previsão do SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente e dos Instrumentos do PNMA.
Apesar de o edital do TJ/SP não cobrar pontos específicos relacionados ao PNMA e ao SISNAMA, acredita-
mos que esses temas podem ser cobrados dentro do ponto 7. Isso porque, eles já foram objeto de questões do
próprio TJ/SP. A PNMA, inclusive, é um dos tópicos de maior incidência no TJ/SP. Portanto, não podemos deixar de
ver tais pontos aqui.
Estudem os pontos pelo material próprio ou pela FUC (FUC 3 de direito ambiental).
LEI 6.938/81
Art. 2º Art. 4º Art. 6º
Ainda no ponto 7, reparem que o edital do TJ/SP não cobra expressamente a lei do SNUC e o Código Flores-
tal, mas não é por isso que esses temas não devem ser estudados. Esse ponto do edital é bem abrangente e pode
cobrar toda essa legislação dentro dele.
Aqui, a cobrança é basicamente reprodução da letra da lei! Caso queiram incrementar o estudo, utilizem o
material próprio ou as FUCs (FUC 8, 9 e 10).
Vamos analisar quais legislações estão previstas nesse ponto e quais dispositivos com maior incidência?!!
- Lei 12.651/12: Código Florestal. O Código Florestal já foi cobrado em algumas questões do TJ/SP! Deve ser
revisitado pelo aluno no seu estudo de reta final.
- Lei 9.433/97: Política Nacional de Recursos Hídricos. Não tem uma cobrança muito expressiva nas provas
da nossa banca. Leitura rápida dos artigos 1º, 5º, 9º, 12, 14, 15, 16, 18, 19, 20, 35, 38 e 44.
- Lei 9.984/00 e Lei 14.026/20: Política Nacional de Saneamento Básico. A lei que prevê a política nacional
de saneamento básico foi recentemente alterada pela lei 14.026. Assim, apesar de não ter uma incidência tão ex-
pressiva, temos que ficar de olho nas alterações legislativas, pois sempre são passíveis de cobrança.
- Lei 12.305/10: Política Nacional de Resíduos Sólidos. Já foi cobrada em questão do TJ/SP. Atentem aos
artigos 3º, 6º, 9º a 14 e 25 a 29.
1) SNUC
A lei 9.985/2000 institui o SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. Ela correspon-
de ao mandamento constitucional de definição de espaços territoriais especialmente protegidos, no art. 225,
§1º, III.
É inconstitucional a redução ou a supressão de espaços territoriais especialmente protegidos, como é o caso
das unidades de conservação, por meio de medida provisória. Isso viola o art. 225, § 1º, III, da CF/88. Assim
a redução ou supressão de unidade de conservação somente é permitida mediante lei em sentido formal. A
medida provisória possui força de lei, mas o art. 225, § 1º, III, da CF/88 exige lei em sentido estrito. A proteção
ao meio ambiente é um limite material implícito à edição de medida provisória, ainda que não conste expressa-
mente do elenco das limitações previstas no art. 62, § 1º, da CF/88. STF. Plenário.ADI 4717/DF, Rel. Min. Cármen
Lúcia, julgado em 5/4/2018 (Info 896).
2)
Obs: A zona de uma UC de proteção integral, uma vez definida formalmente, é considerada zona rural e não
pode ser transformada em zona urbana.
4) A Reserva Particular do Patrimônio Natural é uma área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo
de conservar a diversidade biológica. Este gravame constará de termo de compromisso assinado perante o
órgão ambiental, que verificará a existência de interesse público, e será averbado à margem da inscrição no
Registro Público de Imóveis.
Só poderá ser permitida, conforme regulamento:
a) a pesquisa científica;
b) a visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais.
Os órgãos integrantes do SNUC, sempre que possível e oportuno, prestarão orientação técnica e científica ao
proprietário de Reserva para a elaboração de um Plano de Manejo ou de Proteção e de Gestão da unidade.
São vantagens: isenção de ITR, preferência na concessão de recursos do Fundo Nacional de Meio Ambiente e
crédito agrícola, nas instituições de crédito oficiais.
OBS: A servidão ambiental perpétua equivale, para fins creditícios, tributários e de acesso aos recursos de
fundos públicos, à Reserva Particular do Patrimônio Natural (Art. 9º-B, Lei 6.938, redação pelo Novo CFlo, Lei
12.615/12).
5) O código florestal impõe limitações ao exercício do direito de propriedade (limitações administrativas). Tais
limitações estão fundadas no princípio constitucional da função socioambiental da propriedade.
Nesse sentido, a proteção do meio ambiente natural continua sendo obrigação do proprietário, mediante a
manutenção de espaços protegidos de propriedade privada, divididos entre Área de Preservação Permanente
(APP) e Reserva Legal (RL). Uma novidade está na implementação e fiscalização desses espaços, agora sujeitos
ao Cadastro Ambiental Rural (CAR).
#NÃOCONFUNDA
6) As APP’s e as áreas de Reserva Legal, bem como outros espaços territoriais especialmente protegidos, estão
isentas do pagamento do Imposto Territorial Rural – ITR, de acordo com a Lei n. 9.393/96. = Mecanismo de
EXTRAFISCALIDADE.
8) A APP é caracterizada pela intocabilidade dos recursos naturais da área, salvo casos de utilidade pública ou
interesse social ou outros definidos na Lei 12.651/12.
São áreas destinadas exclusivamente à proteção de suas funções ecológicas caracterizadas, como regra geral,
pela intocabilidade e vedação de uso econômico direto. Tanto as áreas rurais, quando as propriedades urba-
nas estão obrigadas a preservar as APPs.
9) Reserva legal florestal (RLF) é a área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada
nos termos do art. 12 do Código, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos re-
cursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a
conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa.
A localização da área de Reserva Legal dentro da propriedade ou posse rural não é de livre escolha do pro-
prietário ou do possuidor do imóvel. Ela deve ser aprovada pelo órgão ambiental competente após a inclusão
do imóvel no Cadastro Rural Ambiental (CAR).
Características das APP e da Reserva Legal:
Gratuidade
Generalidade
Unilateralidade
10)
RECURSOS HÍDRICOS
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS são as águas originadas do interior do solo (lençol freático).
são as baías formadas pela junção do mar com os rios localizados nas
ESTUÁRIOS proximidades dos oceanos, onde se misturam as águas fluviais e as
marítimas. É a foz de um rio.
MAR TERRITORIAL é a faixa marítima de doze milhas de largura do litoral brasileiro.
#TEMQUESABER:
Pessoal, licenciamento ambiental é um tema que já foi cobrado no TJ/SP. Logo, não pode deixar de ser
estudado.
No que tange à responsabilidade civil e responsabilidade administrativa, já foram estudadas dentro do ponto
5.
Estudem pelo material próprio ou pelas FUCs (FUC 5, 6 e tópico 1 da FUC 9).
#FOCONALEI: Gente, os dispositivos legais que tratam desses pontos são super difusos. Então, vamos tentar
sistematizar aqui da melhor forma para vocês... Caso vocês estejam utilizando um material completo sobre o tema
(ou as FUCs), e o tempo estiver corrido, não precisam se preocupar em ficar procurando o decreto e as resoluções
mencionadas, pois as informações com certeza estarão reproduzidas no material! De toda forma, vamos mapear
os dispositivos correlatos e mais importantes:
- Lei Complementar 140/2011: Artigos 2º, 7º, 8º e 9º (inciso XIV em todos os artigos, referente ao licencia-
mento), artigos 12 a 17.
- Resolução 237/97 do CONAMA: Trata do licenciamento ambiental. Artigos 1º, 2º, 3º, 12, 13, 14, 18. #ATEN-
ÇÃOMÁXIMA ao artigo 8º da Resolução, que trata dos tipos de licenciamento.
- Resolução 09/87 do CONAMA: Trata da audiência pública no âmbito do EIA. Super pequena, vale a pena
ler, pois já caiu em algumas provas da nossa banca!
- Resolução 01/86 do CONAMA: Trata do Estudo de impacto ambiental. Focar nos artigos 1º, 2º, 5º, 6º, 7º,
8º, 9º, 11. #ATENÇÃO A resolução 01/86 já foi tema de questão no TJ/SP!!!!
1) O licenciamento ambiental é o processo administrativo complexo que tramita perante a instância admi-
nistrativa responsável pela gestão ambiental, seja no âmbito federal, estadual ou municipal, e que tem como
objetivo assegurar a qualidade de vida da população por meio de um controle prévio e de um continuado
acompanhamento das atividades humanas capazes de gerar impactos sobre o meio ambiente. O licencia-
mento ambiental das atividades que utilizam recursos naturais decorre do Poder de Polícia da Administração
Pública – Poder Executivo.
2) A licença ambiental é uma espécie de outorga com prazo de validade concedida pela Administração Pú-
blica para a realização das atividades humanas que possam gerar impactos sobre o meio ambiente, desde que
sejam obedecidas determinadas regras, condições, restrições e medidas de controle ambiental.
Dessa forma, o licenciamento ambiental deve ser compreendido como o processo administrativo no decorrer
ou ao final do qual a licença ambiental poderá ou não ser concedida.
3) TIPOS DE LICENÇA:
I – Licença Prévia (LP) – concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade
aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos bá-
sicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação;
II – Licença de Instalação (LI) – autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as
especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle am-
biental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante;
III – Licença de Operação (LO) – autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do
efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicio-
nantes determinados para a operação.
5) Licença simplificada: Com relação às atividades de menor porte ou de menor potencial ofensivo, o órgão
ambiental poderá estabelecer um procedimento simplificado para essas atividades independentemente da
fase em que se encontrarem, tendo em vista o §2° do art. 12 da Resolução n. 237/97 do CONAMA prever que
“Poderão ser estabelecidos procedimentos simplificados para as atividades e empreendimentos de pequeno
potencial de impacto ambiental, que deverão ser aprovados pelos respectivos Conselhos de Meio Ambiente”.
7) Há prazo para o órgão ambiental competente analisar o pedido de licenciamento ambiental feito pelos
interessados. O prazo será de até 06 meses a contar do protocolo de requerimento do empreendedor.
Importante observar que, nos casos em que houver EIA/RIMA e/ou audiência pública, ou seja, nos casos de
licenciamento de atividades potencialmente causadoras de significativa degradação ambiental (normalmente
mais complexos), o órgão ambiental competente poderá estabelecer prazo de até 12 meses.
PONTO 10 10. Poluição da água. Poluição Atmosférica. Poluição visual. Poluição por resíduos sólidos.
Poluição por atividades nucleares. Agrotóxicos.
Pessoal, esse ponto tem baixíssima incidência!! Vamos passar as informações mais relevantes ao longo do
curso... Mas podem ficar tranquilos que, estudando os demais pontos do edital, vocês já terão o conhecimento
necessário nos tópicos ora analisados.
Caso desejem fazer uma revisão, podem estudar os assuntos introdutórios e de princípios no material de
vocês ou pelas FUCs (FUC 01 de Direito Ambiental), focando nos pontos que tratam dos tratados de direito inter-
nacional e de poluição.
Ao longo das nossas #RAPIDINHAS vamos trazer informações adicionais para vocês, bem como fazer men-
ção aos tratados mais importantes na matéria!
3) Convenção de Bonn de 1979 (Convenção sobre a conservação de espécies migratórias de animais sel-
vagens) – possui como finalidade a conservação, mediante a restrição à captura e à conservação de habitats:
“a) dos habitats de reprodução e as espécies (terrestres, marinhas e aéreas) migratórias selvagens nos Estados
considerados da área de distribuição; b) as espécies em perigo (enumeradas no anexo I); e c) as espécies cujo
estado de conservação seja desfavorável (enumeradas no anexo II)”.
4) Conferência de Estocolmo de 1978 – primeiro instrumento de Direito Internacional Ambiental que abor-
dou as principais questões que prejudicavam o planeta e a recomendação de critérios para minimizá-los.
Serviu para inserir no plano internacional a dimensão ambiental como condicionadora e limitadora do modelo
tradicional econômico e dos recursos naturais do planeta (embrião do princípio do desenvolvimento susten-
tável). #ATENÇÃOMÁXIMA
5) Relatório Brundtland 1987 - Foram apontados os principais problemas ambientais em três grandes grupos
(Desenvolvimento Sustentável):
a) poluição ambiental, emissões de carbono e mudanças climáticas, poluição da atmosfera, poluição da água,
dos efeitos nocivos dos produtos químicos e dos rejeitos nocivos, dos rejeitos radioativos e a poluição das
águas interiores e costeiras.
b) diminuição dos recursos naturais, como a diminuição de florestas, perdas de recursos genéticos, perda de
pasto, erosão do solo e desertificação, mau uso de energia, uso deficiente das águas de superfície, diminuição
e degradação das águas freáticas, diminuição dos recursos vivos do mar.
c) problemas de natureza social tais como: uso da terra e sua ocupação, abrigo, suprimento de água,
serviços sanitários, sociais e educativos e a administração do crescimento urbano acelerado.
6) Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio - A Convenção de Viena para a Proteção
da Camada de Ozônio é um acordo ambiental multilateral. Foi firmado na Conferência de Viena de 1985 e
entrou em ação no ano de 1988. Atua como estrutura para os esforços internacionais para proteger a camada
do ozônio. No entanto, não incluiu objetivos de redução legalmente atuantes para o uso de CFC, o principal
agente químico que causa a degradação de ozônio.
7) Protocolo de Montreal de 1987 - O Protocolo de Montreal sobre substâncias que empobrecem a camada
de ozônio é um tratado internacional em que os países signatários se comprometem a substituir as substâncias
que se demonstrou estarem reagindo com o ozônio (O3) na parte superior da estratosfera (conhecida como
ozonosfera).
8) Conferência da Biodiversidade (Rio 92) – produziu documentos que definiram o contorno das políticas
essenciais para alcançar o modelo de desenvolvimento sustentável que atendesse às necessidades dos pobres,
reconhecendo os limites de desenvolvimento, de modo a satisfazer às necessidades globais. As relações entre
países pobres e ricos foram conduzidas por um novo conjunto de princípios inovadores, como o do “poluidor
pagador” e de “padrões sustentáveis de produção e consumo.” Foram estabelecidos objetivos concretos de
sustentabilidade em diversas áreas, explicitando a necessidade de se buscarem recursos financeiros novos e
adicionais para a complementação em nível global do desenvolvimento sustentável.
9) Agenda 21 - centraliza-se na ideia do desenvolvimento sustentável. Essas devem ser colocadas em prática
durante esse século, sendo o objetivo da Agenda 21 implantar medidas sociais, principalmente para os exclu-
ídos (índios, ribeirinhos), além de questões como a mulher no contexto social, os jovens, e uma preocupação
com a preservação da atmosfera e oceanos.
10) Protocolo de Kyoto, de 1997 - pela primeira vez na história impôs limites às emissões de gases pelos
Estados.
11) Conferência de Joanesburgo, na África do Sul, de 2002 - procurou a adoção de medidas concretas e
identificações de metas quantificáveis para por em ação de forma concreta a Agenda 21 (produzida na Rio 92).
Dentre outros temas, foram avaliados os avanços obtidos e ampliadas as finalidades para as chamadas “metas
do milênio” que visavam, além de garantia da sustentabilidade ambiental, a erradicação da fome e a miséria, o
alcance de educação primária com iguais oportunidades para homens e mulheres.
12) A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM) - pretende constituir um marco
jurídico geral, aglutinador do direito do mar consuetudinário e os convênios universais e regionais existentes,
que fixem as bases para o desenvolvimento ulterior da regulação internacional e nacional, prevenindo, re-
duzindo e controlando as distintas fontes de contaminação causadas pelas atividades humanas em espaços
marítimos, os quais compreendem suas águas e recursos naturais.
13) Convenção de OSPAR - A Convenção OSPAR, ou Convenção para a Proteção do Meio Marinho do Atlân-
tico Nordeste, é um evento internacional adotado em Paris, no âmbito da reunião ministerial das Comissões de
Oslo e Paris, em 22 de Setembro de 1992, resultante da fusão e pactualização da Convenção para a Prevenção
da Poluição Marítima Causada por Operações de Imersão Efectuadas por Navios e Aeronaves, assinada em
Oslo a 15 de Fevereiro de 1972 (Convenção de Oslo), e da Convenção para a Prevenção da Poluição Marítima
de Origem Telúrica, assinada em Paris a 4 de Junho de 1974 (Convenção de Paris).
PONTO 11 Jurisprudência das Câmaras Reservadas ao Meio Ambiente do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Jurisprudência dos Tribunais Superiores em matéria ambiental. Tutela jurisdicional do meio ambiente.
Esse ponto já foi estudado junto aos demais pontos do edital!! Ressalto aqui a necessidade de ficarem aten-
tos à jurisprudência relacionada à Responsabilidade Ambiental, pois os julgados têm grande chance de cobrança
na nossa prova! #ATENÇÃO
PONTO 12 Instrumentos processuais da tutela ambiental. Inquérito civil. TAC. Ação civil pública. Ação
popular constitucional. Mandado de segurança coletivo. Mandado de injunção. Ação penal pública
ambiental.
Pessoal, esse ponto é estudado dentro de outros tópicos, como direito constitucional e também dentro de
processo civil. Dessa forma, caso queiram fazer uma revisão do tema, podem estudar pelo material próprio ou pela
FUC (FUC 25 – Direito Processual Civil). Porém, o mais importante aqui é estar antenado aos últimos julgados sobre
o tema.
Portanto, vale aqui fazer uma leitura sistematizada do últimos informativos de direito ambiental.
Destaque para a leitura do informativo 662, que disserta acerca da competência no caso de Brumadinho,
pois pode ser objeto de cobrança na nossa prova.