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Manaus – AM / 2017
1. IDENTIFICAÇÃO
1.1 – Instituição Proponente: Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Direitos Humanos - SEMMASDH.
1.2 – Responsável pela Instituição Proponente: Elias Emanuel Rebouças de Lima.
1.3 – Endereço: Avenida Ayrão, esquina com a Rua Ferreira Pena – Centro.
1.4 – Telefone/Fax: 3215-3885
1.5 – Setor Responsável pela Execução do Projeto: Departamento de Direitos Humanos.
1.6 – Responsável pelo Projeto: Luiz Carlos Santos Junior.
1.7 – Telefone: 98257-2779
1.8 – E-mail: direitoshumanos.semmasdh@gmail.com.
2. OBJETIVO
Possibilitar a Regularização conjugal dos casais que não tem oportunidade de oficializar a união, em
decorrência à situação de vulnerabilidade social, que inviabiliza o custeio das despesas cartorárias de um casamento,
promovendo à inclusão social, o resgate da autoestima, a garantia de proteção do Estado, a promoção dos direitos humanos,
com ênfase no respeito à diversidade humana e no combate a homofobia.
Articular com os Cartórios Cíveis, a cooperação mútua, no sentido da minimização e/ou eliminação das
despesas Cartorárias;
Proceder à divulgação do Evento Casamento Coletivo nos Centros de Referência da Assistência Social –
CRAS, a fim de alcançar da divulgação e o real interesse dos casais na oficialização da União estável;
Possibilitar ao casal interessado no Casamento coletivo a oportunidade de discutir por meio de rodas de
conversas e atividades voltadas para os Direitos Humanos e Cidadania, o direito do cidadão e da família no contexto
sociofamiliar e comunitário;
Promover a participação das pessoas contempladas para o Casamento Coletivo no Projeto Educação em
Direitos Humanos, visando discutir, dialogar com os casais proposto, sobre temas atinentes ao planejamento familiar,
promoção da igualdade de gênero, racial, social e combate a todas as formas de violência e preconceitos, baseando-se no
respeito à dignidade da pessoa humana;
Discutir nas Rodas de Conversas consoantes ao Projeto Educação em Direitos Humanos, a própria
proteção e a proteção familiar, além de imprimir valores de liberdade, justiça, igualdade, solidariedade, cooperação, tolerância
e uma cultura de paz, estimulando a participação interativa, inclusiva e democrática.
Acompanhar as famílias contempladas pelo Projeto nos Serviços da Assistência Social ofertados pelos
Centros de Referências de Assistência Social – CRAS.
3. PÚBLICO ALVO:
4. JUSTIFICATIVA
A família é o primeiro espaço de convivência do ser humano. Referência fundamental para qualquer
criança é no seio familiar que, independente de sua configuração, se aprende e incorpora valores éticos, e onde são
vivenciadas experiências afetivas, representações, juízos e expectativas.
A família é importante na medida em que possibilita a cada membro constituir-se como sujeito autônomo.
É o lugar indispensável para a garantia da sobrevivência e da proteção integral dos filhos e demais membros,
independentemente do arranjo familiar ou da forma como vêm se estruturando.
Embora a sociedade venha passando por diversas e constantes transformações sociais e culturais, ainda
prevalece no inconsciente coletivo de algumas pessoas, sentimentos discriminatórios e de desconforto emocional,
ocasionados pela ausência do casamento civil e religioso, culturalmente conhecido como “de papel passado”.
Nesse sentido, o Projeto em questão visa promover a regularização jurídica de casais que não têm
oportunidade de oficializar a união, principalmente da decorrente situação de vulnerabilidade social, que inviabiliza o custeio
das despesas cartorárias, impossibilitando a intenção declarada. O casamento coletivo proporcionará a realização do anseio
de casais que não tiveram a oportunidade de legitimar sua vida conjugal, promovendo a inclusão social, o resgate da
autoestima e a garantia aos direitos de sucessão.
De acordo com Maria Berenice Dias e Roberta Vieira Larratéa, a sexualidade e orientação sexual do
indivíduo integram a sua própria natureza. Desta forma, proibir ou restringi-las significa impedir o exercício de um direito da
personalidade. Consagrado o direito à igualdade na própria Constituição da República, não se podem limitar direitos de uma
pessoa em razão de sua orientação sexual.
Em 05 de maio de 2011 foi proferida decisão histórica no Supremo Tribunal Federal. Os dez Ministros
votantes no julgamento da ADPF 132 e da ADI 4277 manifestaram-se pela procedência das aludidas ações constitucionais,
reconhecendo a união homoafetiva como entidade familiar e aplicando a esta o regime concernente à união estável entre
homem e mulher. Com base no entendimento do Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça, em 14 de maio
de 2013 prolatou Resolução que obriga cartórios de todo o país a celebrarem casamento homoafetivo, bem como a
converterem união homoafetiva em casamentos.
Desta feita verifica-se, pois, que tanto as decisões do STF, no julgamento da ADPF n° 132 e da ADI n°
4277 quanto a Resolução CNJ n° 175/2013, constituem verdadeiros avanços no reconhecimento do direito à sexualidade e
orientação sexual e fortalecimento do direito à igualdade. Além disso, coadunam-se, perfeitamente, com a função social da
família, atual paradigma constitucional para constituição da entidade familiar.
Destarte, não obstante a lacuna constitucional e legal, no que se refere à menção expressa ao casamento
e à união estável homoafetivos, o Poder Judiciário, com base nos princípios constitucionais, sobretudo no princípio da
igualdade, da dignidade da pessoa humana, da não discriminação e da concretização do princípio fundamental à felicidade por
meio do afeto, reconheceu as uniões afetivas como entidades familiares equivalentes ao casamento e à união estável
heterossexual. Dessa forma, como devido, o Estado adotou ações positivas no sentido de asseverar respeito à diversidade
humana e combater a homofobia.
5. METODOLOGIA:
Nessa fase há a necessária integração da Assessoria Jurídica com o Departamento de Direitos Humanos e a Gestão
da SEMMASDH, no sentido de formalizar as propostas hipoteticamente formuladas, materializando o Projeto “Casamento
Coletivo”, com as ações propostas por meio de ações singulares, contidas neste Projeto, norteadoras das etapas transcorridas
e a transcorrer, apresentadas no Cronograma de Desenvolvimento das Ações, constante nas Fls. 11, deste Projeto.
Esse item refere-se à composição de um grupo de Trabalho, com as intervenções voltadas para a realização das
ações previamente definidas, cuidando para que não se estabeleça situações bloqueadoras, impeditivas da sequencia de
outras ações subsequentes.
Essa etapa conta eminentemente com o apoio dos Centros de Referencia da Assistência
Social – CRAS, à vista que se refere à divulgação e consolidação das inscrições dos casais, da área
georeferenciada de cada Equipamento, interessados em regularizar a união estável que vivenciam.
Essa apresentação da documentação fica condicionada a apreciação da Assessoria Jurídica, dada à oficialização do ato
a que se destina.
5.5. Apoio aos casais na regularização dos documentos necessários para participação no Projeto;
5.6. Encaminhamento ao Cartório das documentações dos casais para publicação do Edital de Proclamas;
Essa etapa do processo consolida a intenção dos casais em relação à regularização da união
estável. O encaminhamento da documentação aos Cartórios precede a publicação do Edital de
Proclamas, constante no Art. 1.527 do CC, sendo afixado durante 15 dias nas circunscrições do
registro civil dos nubentes e ainda, na imprensa local para conhecimento da sociedade.
O fito proposto é a utilização do diálogo mantido com os nubentes nas Rodas de Conversa
constantes no Projeto “A Educação em Direitos Humanos para a Valorização Humana”.
A avaliação do trabalho concernente ao Casamento Coletivo será contínua, iniciando a partir da deflagração do
processo de execução deste Projeto. Acompanhará as etapas preliminares, cuidando para que sejam revistas e implementadas
mudanças no modus operandi do grupo de Trabalho, sem que se estabeleça bloqueios e/ou, sejam postergadas ações de
continuidade do processo de execução iniciado.
6.1.3. CPF;
6.2.3. CPF;
6.3.3. CPF;
6.4.2. CPF;
TOTAL -
8. CRONOGRAMA
AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO
Elaboração e aprovação do Projeto
X
Formação da equipe organizadora do Evento X
Inscrição dos casais que participarão do Projeto
X X X X X
Entrega e análise da documentação para habilitação dos noivos e
X X X X X X
testemunhas
Apoio aos casais na regularização dos documentos necessários
para participação no Projeto X X X X X
Encaminhamento ao Cartório das documentações dos casais para
publicação do Edital de Proclamas X X X
Participação no Projeto Educação em Direitos Humanos
X X X X
Instruções sobre a Cerimônia de Casamento X X X X
Realização da Cerimônia X
Avaliação do Projeto X X X X X X
9. RESULTADOS ESPERADOS
O Projeto em questão espera proporcionar aos casais contemplados o fortalecimento da família, garantindo a sua
inclusão social e a garantia de proteção do Estado a milhares de famílias que hoje estão excluídas . O Código Civil de 2002
prevê a finalidade do casamento, de acordo com o artigo 1.511:
Espera-se ainda que a participação dessas famílias nos Projetos e Serviços ofertados pela SEMMASDH tenha
efetivo impacto, no sentido de propiciar o acesso às informações e a extensão do conhecimento, com vistas ao
desenvolvimento e ao fortalecimento de vínculos familiares e comunitários por meio de uma formação social e política dos
participantes, de forma a assegurar a proteção e promoção do (da) cidadão (ã), fortalecendo o exercício da cidadania e a
quebra de paradigmas, preconceitos enraizados, latentes e ofensivos.
10. AVALIAÇÃO.
A avaliação do Projeto será realizada por meio da equipe do Projeto Educação em Direitos Humanos, em conjunto
com a equipe do CRAS, por meio do acompanhamento das famílias contempladas pelo Projeto, no decorrer de 03 (três)
meses, que será operacionalizado através de reuniões mensais e elaboração de relatórios em conjunto pelas equipes, com
vistas a analisar os resultados subjetivos e a satisfação das famílias que participaram do Casamento Coletivo, tendo como
parâmetro a situação e satisfação das famílias antes e durante a realização do Projeto.