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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

IEFES – INSTITUTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES


CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

YURI DE PAULA MUNIZ

BIOMECÂNICA
ANÁLISE DAS OSCILAÇÕES DO ÂNGULO DO QUADRIL E JOELHO NO
AGHAMENTO BACK SQUAT

FORTALEZA
2020
YURI DE PAULA MUNIZ

BIOMECÂNICA
ANÁLISE DAS OSCILAÇÕES DO ÂNGULO DO QUADRIL E JOELHO NO
AGHAMENTO BACK SQUAT

Projeto de pesquisa lançado como


proposta de parte da nota da Av1 da
disciplina de biomecânica do quinto
semestre do curso de Educação Física da
Universidade Federal do Ceará, no qual
busca-se analisar por meio de um
software (Tracker) as variações no
ângulo do quadril e joelho ao longo do
agachamento back squat.

Orientador: Prof. Me. Túlio Banja.

FORTALEZA
2020
SUMÁRIO
1.0 INTRODUÇÃO ......................................................................................................4
2.0 METODOLOGIA ..................................................................................................7
2.1 Natureza do estudo .................................................................................................7
2.2 Sujeito e Local .........................................................................................................7
2.3 Materiais Utilizados ................................................................................................7
2.4 Coleta de dados .......................................................................................................8
3.0 RESULTADOS ......................................................................................................9
4.0 CONCLUSÃO .......................................................................................................11
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................12
ANEXOS .................................................................................................................13
1.0 INTRODUÇÃO

O agachamento é um exercício muito popular em diversas modalidades


esportivas e praticas recreacionais, podendo ser inserindo em diversos contextos e para
diversos fins, como, atlético, terapêutico, estético e até mesmo lúdico, sendo disparado
um dos exercícios mais utilizados no treinamento de força e hipertrofia visando o
desenvolvimento de membros inferiores, com foco em grupos musculares como o
quadríceps e músculos como o glúteo máximo (MARCHETTI ET AL, 2013; GUSMÃO
ET AL, 2015). O exercício agachamento pode ser analisando em relação aos
movimentos realizados, na qual se inicia quando o individuo parte da posição
ortostática, em seguida começa a fase descendente ou agachamento, na qual as
articulações estão sendo flexionadas sendo está considerada a fase excêntrica do
movimento onde a mesma estar a favor da gravidade, ao atingir uma determinada
amplitude que deve ser considerada ótima para o momento de transição (Fase de
isometria), em seguida o individuo inicia a fase de subida, realizando extensão da
articulação do quadril, joelho e tornozelo que até então estavam flexionados, sendo esta
considerada fase concêntrica do movimento onde a aceleração e a velocidade se anulam,
para que todas essas fases aconteçam são requisitados diversos grupos musculares
como, extensores do quadril (Isquiotibiais), extensores do joelho (Quadríceps) e
flexores plantares (Sóleo e gastrocnêmico) (MARCHETTI ET AL, 2013). Para um
entendimento mais profundo sobre como se comporta as articulação e grupos
musculares envolvidos nesse movimento é necessário realizar análises separadas de
cada articulação envolvida devido à presença de grupos musculares que atuam em mais
uma articulação desempenhando e sendo requisitados para ações diferentes, na
articulação do quadril, por exemplo, há ação principal de glúteo máximo e isquiotibiais
que por sua vez atuam respectivamente como um excelente extensor da coxa, estando
relaxado quando individuo permanece ereto, atuando de forma incisiva na fase
ascendente do agachamento (levantar-se), torna-se ainda mais requisitado durante
agachamentos mais profundos e atuam como extensores do quadril e flexores do joelho,
sendo que para atuar em uma articulação vai depender do posicionamento da outra,
além de atuar estabilizando principalmente a articulação do joelho realizando função
regulatória por meio da “tração” posterior da Tíbia, todavia os ísquiotibiais possuem
baixa ativação muscular no agachamento, principalmente quando comparados com
exercícios como o stiff e a mesa flexora, já em relação as articulações do joelho a
articulação femoropatelar proporciona vantagem mecânica na extensão do joelho, os
ligamentos possuem função de estabilização estática enquanto que os músculos
assumem a função de estabilizadores dinâmicos, dentre eles atuam isquitibiais e
quadríceps femoral, o quadríceps por sua vez é formado pelo reto femoral, vasto lateral,
vasto intermédio e vasto medial sendo que o pico de ativação muscular durante a fase de
flexão no agachamento é em torno de 80-90°, outra aspecto importante que deve-se ter
atenção ao utilizar o agachamento são as cargas mecânicas impostas ao joelho durante o
agachamento, as forças de cisalhamento anterior ocorrem principalmente durante os 60
primeiros graus de flexão do joelho, para o Ligamento Cruzado Anterior (LCA) o pico
de força acontece entre 15-30°, diminuindo e mantendo-se após os 60° , já para o
Ligamento Cruzado Posterior o pico de força acontece em 90°, diminuindo
significativamente após 90° e até 120°, em ângulos maiores que esse pode haver
compressão dos tecidos moles como meniscos e cápsulas posteriores, além de promover
degeneração femoropatelar devido ao grande estresse gerado durante a flexão, na região
do tornozelo a primária articulação envolvida é a talocrural onde os músculos
envolvidos são o gastrocnêmico e o sóleo que formam as tríceps sural (MARCHETTI
ET AL, 2013). Algumas alterações posturais, implemento e posicionamento da barra e
incremento do peso (carga externa) podem gerar importantes efeitos na cinemática, na
atividade muscular e no comportamento das articulações durante o movimento, o
posicionamento da barra em relação ao tronco, por exemplo, pode alterar o centro de
gravidade do conjunto individuo-barra em relação ao posicionamento corporal, estudos
como de Stuart et al que comparou o efeito do estresse causado no LCA e LCP nos
exercícios de agachamento com a barra a frente em relação ao agachamento com a barra
atrás (back squat) apresentou que não foram verificadas diferenças no estresse, já no
estudo Gullett et al que comparou e quantificou a cinemática articular tibiofemoral e as
atividades musculares do quadríceps, isquiotibiais e eretores da coluna durante a
execução do agachamento com a barra posicionada por trás e a frente, o estudo conclui
que o agachamento com a barra atrás resultou em mais altas forças compressivas e
torque internos de extensores quando comparado ao agachamento com a barra á frente,
sendo que as forças de cisalhamento e as atividades musculares forma semelhantes,
propondo assim que o agachamento com a barra á frente parece ser mais vantajoso para
indivíduos com problemas no joelho, com rompimento de menisco e para saúde
articular a longo prazo (MARCHETTI ET AL, 2013). Diante dos fatos apresentados, do
alto índice de utilização do exercício agachamento, em especial com a barra na costa
(Back squat), além do fato que o posicionamento corporal, implemento e
posicionamento da barra podem alterar toda a cinemática, ativação muscular e variações
nas angulações das articulações, se ver necessário realizar estudos que possam realizar
analises dessas variáveis, dentre elas as cinemáticas, que por sua vez desempenham
papeis importantíssimo na eficiência do movimento (GUSMÃO ET AL, 2015). No
presente estudo foi escolhido analisar as variações no deslocamento angular do quadril e
joelho devido à importância de suas ações diante de outras articulações, em especifico
no agachamento back squat, isso foi feito por meio de analise de vídeo através do
software Tracker e os processos utilizados serão descritos mais adiante, ou seja, o
objetivo do presente estudo é realizar uma análise das variações nos ângulos do quadril
e joelho ao longo do agachamento back squat.
2.0 METODOLOGIA

2.1 Natureza do estudo


Para desenvolvimento do presente trabalho foi realizado uma análise cinemática
do movimento agachamento back squat por meio de uma pesquisa do tipo estudo de
caso de forma transversal, na qual tende enfatiza a análise, buscando compreender os
fatos separadamente, envolvendo medidas mais precisas, rígidos controle de variáveis e
análise estatística (THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2007), coletando dados por
meio de vídeo e quantificando e analisando os mesmos por meio de um software
(Tacker).

2.2 Sujeito e local

A análise foi realizada em um único sujeito do sexo masculino com idade de 26


anos e 10 meses, que possui 62 kg e 1,68 de altura, o mesmo prática treinos de futebol
americano aos domingos a pelo menos 1 ano e 6 meses (18 meses) e pratica treinamento
resistido a pelo menos 3 anos (36 meses), o avaliado não declarou a existência de lesão.
A análise foi realizada em sala ampla e isolada, com auxilio de alguns colchonetes e
panos para vedar as entradas de luz como forma de evidenciar os marcadores, além
disso, foi realizada uma marcação de 1 metro como forma delimitação de espaço para
execução do movimento (calibração).

2.3 Materiais utilizados

Foram utilizados tecidos e colchonetes para vedar as entradas de luz, fita métrica
para realizar a calibração de um metro e para realizar medidas gerais como a estatura do
individuo avaliado, a distância entre os pés na execução do movimento, a distância entre
as mãos e entre outros, balança para verificar o peso da barra e do individuo e a câmera
do iphone 6 com HD retina de 1334x750 pixels de resolução, com 326 ppi, não foi
utilizado flash para evidenciar os pontos, foram realizados 4 marcadores (post-it), de cor
rosa neon, somente do lado direito devido o agachamento ser considerado simétrico, os
mesmos foram posicionados na barra, no trocânter maior do fêmur, epicôndilo lateral e
no maléolo lateral, a barra utilizando possuía um metro e oitenta centímetros e pesa 10
kg, a distância entre os pés foi de 35 centímetros e entre as mãos foi de 42 centímetros,
além disso foi utilizado steps para auxiliar na hora na gravação devido a falta de um
tripé e um aplicativo, slow motion iOS, para retardar a velocidade da gravação comum
feita pela câmera do Iphone 6, utilizando câmera lenta iOS, com a velocidade de 240
frames por segundo, ou seja, 240 fotos por segundo, com o objetivo de facilitar a análise
dos dados.

2.4 Coletas de dados


Uma única câmera foi posicionada a mais ou menos 2 metros de distância de
onde o movimento foi executado, no local havia uma marcação de 1 metro no chão,
feita com post-it, como formar de calibração e padronização do ambiente, o individuo
realizou o movimento agachamento back squat atrás dessa marcação e com os pés
paralelos e centralizados em relação a mesma, em seguida foi orientado que o individuo
se posicionasse com os pés paralelos na largura aproximada dos ombros e que realize a
pegada na barra sem flexão ou extensão de punho, antes de realizar o movimento, a
distancia entre os pés (35 centímetros) e entre as mãos (42 centímetros) foi mensurada,
a barra que pesa em torno de 10 kg foi posicionada próximo a C7 e após esses ajustes
foi autorizado o inicio de movimento e gravação do mesmo, foram realizadas ao todo
quatro tentativas na qual cada tentativa foi composta pela realização de três
agachamentos completos, a tentativa escolhi para a analise foi a de número quatro
devido ao melhor ângulo do vídeo e melhor execução do analisado, após a realização da
filmagem foi necessário baixar um aplicativo, o slow motion iOS, para retardar a
velocidade da gravação realizada, feito isso, o vídeo com a velocidade mais lenta, em
torno de 240 frames por segundo foi posto no tracker, delimitado o plano sendo
colocado no primeiro quadrante (+,+), em seguida foi delimitado o inicio e final do
video a ser analisado já que na mesma filmagem haviam três execuções, logo depois
foram postos os pontos de massa em cada marcador e colocados os transferidores para
formulação e análise dos ângulos em relação ao quadril e ao joelho por meio de dados e
gráfico gerado no próprio software e que serão apresentados mais adiante.
3.0 RESULTADOS

Os dados serão analisados por meio de dois gráfico, o primeiro deles apresenta
as variações no ângulo do quadril ao longo do agachamento com a barra nas costas,
como pode ser visto mais adiante, a avaliado parte de um ângulo de quase 180°, sendo
mais especifico de 173,66° e chega a uma angulação na fase excêntrica (descendente)
de 68,47°, passando cerca de 11,53° do pico de ativação muscular em relação ao artigo
que tomamos como referência, no caso Marchetti et al, 2013, em seguida é iniciado a
fase concêntrica do movimento (ascendente) onde o individuo chega a atingir 180° mas
tem um leve oscilação no final apresentando 177,54° no tempo final da análise do
vídeo.
GRÁFICO I

Ângulo do quadril
200.00
180.00
160.00
140.00
Ângulo (°)

120.00
100.00 θ
80.00
60.00
40.00
20.00
0.00
0.00 0.50 1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 3.50 4.00

Tempo (s)

O segundo gráfico por sua vez, apresenta as variações na angulação do joelho ao


longo do movimento, como pode ser visto mais adiante o avaliado inicia o movimento
com os joelhos levemente flexionados, formando um ângulo de 169,86°, em seguido a
fase excêntrica do movimento é iniciada (descendente), onde o individuo parte da
posição inicial (PI), com ângulo de 169,86° até a posição final (PF) chegando ao ângulo
de 79,90°, sendo este considerado o ângulo máximo de flexão do joelho e o inicio da
inversão no sentido do movimento, ou seja, a fase ascendente a partir da posição final
até a posição na qual o individuo iniciou o movimento, sendo esta considerada o ângulo
máximo de extensão chegando a um ângulo de 175,22° e obtendo um leve oscilação no
tempo final do vídeo terminando com 173,65° devido a escolha do tempo final da
análise (LIMA, VP; PEIXOTO CG; DE MELLO, RGT; MANFIO EF, 2007) .
GRÁFICO II

Ângulo do Joelho
200.00
180.00
Ângulos (°)

160.00
140.00
120.00 θ
100.00
80.00
60.00
40.00
20.00
0.00
0.00 0.50 1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 3.50 4.00

Tempo (s)
4.0 CONCLUSÃO
Diante do que foi apresentado, do alto índice de utilização do agachamento para
diversos fins, das inúmeras possibilidades de avaliá-lo, das variações cinemáticas, de
modificações na ativação muscular e comportamento de articulações envolvidas,
principalmente quadril e joelho devido, por exemplo, a mudança na postura, a um a leve
abdução nos pés, a utilização da barra, ao posicionamento da mesma, a implementação
de carga e a quantidade da mesma, se ver necessário realizar os mais diversos estudos
como forma de verificar as possibilidades de aplicação, de utilização de suas variações e
melhor opção de como e onde implementar barra, carga e modificações posturais
( colocar uma anilha a baixo do calcanhar, abduzir os pés e entre outros), além de poder
verificar como essas variáveis acontecem e desenvolve ao longo do movimento e de
realizar comparações em relação a outros estudos que possam analisar outras variáveis
sejam dentro da cinemática, da cinética, da cinesiologia, da anatomia, fisiológicas ou
mesmo da funcionalidade do movimento como no artigo apresentado por Gusmão et al,
2015.
REFERÊNCIAS

MARCHETTI, Paulo Henrique; GOMES, Willy Andrade; DA LUZ JUNIOR, Danilo


Atanázio; GIAMPAOLI, Bruna; DE AMORIM, Mariana Antas; BASTOS, Heloise de
Luna; ITO, Daniel Takeshi; VILELA JUNIOR, Guanis de Barros; LOPES, Charles
Ricardo; BLEY, André Serra. Neuromechanical aspects of the squat exercise. Revista
CPAQV – Centro de Pesquisas Avançadas em Qualidade de Vida – ISSN: 2178-7514.
V.5, n.2, 2013.

DE GUSMAO, Tania Mayla Resende; RIBEIRO, Klecia Luani dos Santos; GRANJA,
Karolyne Soares Barbosa; SANT’ANA, Hugo Gustavo Franco; MACHADO, Aydano
Pamponet. Desempenho funcional do exercício de agachamento. Ciências Biológicas
e da Saúde | Maceió | v. 2 | n.3 | p. 45-56 | Maio 2015 | periodicos.set.edu.br.

PEIXOTO, CG; DE MELLO, RGT; LIMA, VP; MANFIO, EF. Análise biomecânica
do exercício de agachamento livre com barra para diferentes alturas de
calcanhares. Academia. Edu – 2007.

REISER, Fernando Carvalheiro; SOUZA, William Cordeiro; MASCARENHAS, Luis Paulo

Gomes. Cinética e Cinemática do Agachamento na Coluna Vertebral: Estudo de


Revisão. Revista UNIANDRADE 16(1): 7-13.
ANEXOS

IMAGEM I
Inicio da fase descendente do movimento – Inicio da flexão nas articulações do quadril
e joelho

IMAGEM II
Fase de inversão no sentido do movimento -
Pequeno instante de isometria
IMAGEM III
Finalização da fase ascendente do movimento – Articulação do quadril e joelho
realizando extensão

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