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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA GOIANO

CAMPUS MORRINHOS

LICENCIATURA EM QUÍMICA

Leonardo Eleutério da Costa

Prática 1

Determinação do Equilíbrio em um Sistema Binário

Morrinhos – GO

2018
Fundamentação teórica
 Líquidos Parcialmente Miscíveis

Dois líquidos, a uma dada temperatura, podem ser miscíveis, imiscíveis ou


parcialmente miscíveis. Como a solubilidade varia com a temperatura, é comum dois
líquidos miscíveis, a uma determinada temperatura se tomarem parcialmente miscíveis,
um no outro.

O sistema fenol-água em determinadas proporções, à temperatura e pressão


ambientes, apresenta miscibilidade parcial. Elevando-se a sua temperatura, a
solubilidade do fenol em água aumenta e também a da água em fenol, até o ponto em
que os dois líquidos são completamente miscíveis, isto é, o sistema se toma homogêneo.

Para cada mistura há uma temperatura de solubilidade, ou miscibilidade. A mais


alta temperatura de solubilidade obtida para as várias misturas é a temperatura critica de
solubilidade, acima dela fenol e água são completamente miscíveis em qualquer
proporção.

Com os dados de temperaturas de solubilidade de misturas de fenol e água em


várias proporções obtêm-se a curva de solubilidade mútua do sistema água-fenol,
semelhante à mostrada na Figura 1.

Figura 1 – Curva de solubilidade mútua para um sistema de composição


binária qualquer.

No diagrama da Figura 1, o ponto (a) representa um sistema constituído de duas


soluções binárias (l1 e l2) em equilíbrio a temperatura t1. O líquido 11 é a solução rica no
constituinte A, e o líquido l2 é a solução rica no constituinte B. Em a’ reúne-se todos os
pontos que representam os estados do sistema quando este é aquecido da temperatura t 1
a t2. A esta temperatura, t2, o sistema se toma homogêneo, o que significa que os
líquidos A e B são completamente miscíveis. A temperatura que corresponde ao
máximo da curva é a temperatura critica de solubilidade do sistema de líquidos A – B.
Objetivo
Construir a curva de solubilidade mútua para dois líquidos parcialmente
miscíveis e determinar a sua temperatura crítica de solubilidade.

Objetivos Específicos
 Verificar a miscibilidade do Fenol em Água em diferentes temperaturas;
 Comparar com a literatura de Físico-Química os fundamentos envolvidos neste
experimento;
 Apresentar por meio de gráfico a curva de miscibilidade do sistema Fenol-Água;
 Encontrar a temperatura de solubilidade crítica.

Materiais e Reagentes
 3 Erlenmeyers de 50 mL;
 Fenol sólido;
 3 Termômetros;
 Pisseta com água destilada;
 Chapa de aquecimento (banho-maria);
 Banho de gelo;
 Balança analítica;
 Béquer de 250 mL;
 Provetas de 50 mL;
 Pipetas.

Procedimentos Experimentais
1. Em um erlenmeyer, enumerado como sendo ‘Frasco I’, pesou-se 10,06g de fenol
sólido.
2. Adicionou-se a este mesmo erlenmeyer ‘Frasco I’, 4,30cm³ de água destilada.
3. Foi levado o ‘Frasco I’ ao banho-maria para aquecimento de aproximadamente
70ºC.
4. Após o aquecimento, o mesmo foi levado para resfriamento, e anotado a devida
temperatura.
5. Foi repetido o procedimento 3 e 4 ao ‘Frasco I’.
6. Após, foram repetidos os procedimentos 2, 3 e 4, duas vezes para cada adição de
água, como é indicado na Tabela 1.
7. Em um segundo erlenmeyer, enumerado como sendo ‘Frasco II’, pesou 5,02g de
fenol sólido, e repetindo os procedimentos 2,3,4 e 5, duas vezes cada,
adicionando-se as quantidades de água que são indicadas na Tabela 1.
8. Já em um terceiro erlenmeyer, enumerado como sendo ‘Frasco III’, pesou-se
2,5025g de fenol sólido, e repetindo os procedimentos 2,3,4 e 5, duas vezes
cada, adicionando-se as quantidades de água que são indicadas na Tabela 1.
9. Anotado temperatura ambiente local e pressão atmosférica.

Tabela 1 – Volumes de fenol e água usados nos pontos subseqüentes dos


procedimentos experimentais.

Frasc Amostra Fenol Água


o s (g) (cm³)
1 4,3
2 +1,1
I 10,06
3 +2,8
4 +4
5 7,5
6 +1,8
II 7 5,02 +2,9
8 +2,8
9 +3,8
10 12,5
11 +4
III 2,5025
12 +6
13 +6,1

Resultados e Discussões
Os procedimentos seguidos em cada processo de ‘Procedimentos Experimentais’
compõem uma analise físico-química chamada de Ebulioscopia, que nada mais é testar
certas propriedades de certos compostos em função de temperatura, ou seja, da elevação
da temperatura do sistema.
Mediante, obtivemos os seguintes valores de Temperaturas de Resfriamentos (T 1
e T2) e suas respectivas médias, a cada adição de água, que se seguem em Tabela 2.

Tabela 2 – Temperaturas de Resfriamentos para cada amostra por frasco.

Temperatura de Resfriamento
Frasc Amostra (ºC)
o s
T1 T2 Média
1 26 26 26
2 45 45 45
I
3 56 56 56
4 62 62 62
5 70 70 70
6 65 65 65
II 7 63 63 63
8 62 62 62
9 60 60 60
10 59 59 59
11 53 53 53
III
12 44 44 44
13 34 34 34

Para representar o Diagrama de Fase do sistema Água-Fenol, o mesmo é


dependente da Temperatura Média e da Fração Volumétrica de Fenol. Como
mostrado em Tabela 2, determinado valores das temperaturas médias em cada amostra
por frasco.
A fração volumétrica do fenol em percentagem pode ser determinada através da
seguinte equação empírica:

mfenol
X= ×100 %
(mágua +mfenol)

Tabela 3 – Volumes de fenol e água usados nos pontos subseqüentes dos


procedimentos experimentais e frações volumétricas do fenol.
Frasc Amostra Fenol Água Porcentagem de
o s (g) (cm³) Fenol (%)
1 4,3 70
2 1,1 65
I 10,06
3 2,8 55
4 4 45,2
5 7,5 40
6 1,8 35,1
II 7 5,02 2,9 29,2
8 2,8 25,1
9 3,8 21,1
10 12,5 16,7
11 4 13,2
III 2,5025
12 6 10
13 6,1 8

Com ambas dependentes determinadas, pode-se plotar um gráfico para verificar


o comportamento de miscibilidade entre o fenol e a água, e a partir deste encontrar a
temperatura crítica de solubilidade.

Figura 2 – Diagrama de miscibilidade do sistema Fenol-Água

Conforme denota em gráfico, a temperatura crítica de solubilidade foi de 70ºC.

Comparada com a qual consta em literatura, a mesma se diferiu:


Valor Experimental = 70ºC.
Valor Teórico = 65,85ºC.

Diante disto pode-se calcular o erro experimental e apontar evidências a qual o levaram.
⃒ ValorExp−ValorTeórico⃒
ERROrelativo= × 100 %
ValorTeórico
⃒ 70−65,85 ⃒
ERROrelativo= × 100 %
65,85

ERROrelativo ≃6,3%

Finitos erros experimentais podem ter influenciado, como:


 Leitura mal interpretada mediante uso do termômetro;
 Mau uso da balança analítica;
 Quantidades altas e/ou baixas em gramas de reagentes (fenol e água);
 Aquecimento acima de 70ºC, entre outros.

Figura 3 – Diagrama Teórico de Miscibilidade Fenol-Água.

E quanto aos graus de liberdade do sistema representados por pontos acima e


abaixo da curva de miscibilidade? E as variáveis necessárias para descrever estes
sistemas?

Podemos calcular os graus de liberdade do sistema através da Regra de Fases de Gibbs:


F=C–P+2
Onde:
F = graus de liberdade
C = nº de componentes do sistema
P = nº de fases que coexistem no sistema

Assim, acima da curva de miscibilidade, temos:

C = 2 componentes
P = 2 fases
F=C–P+2
F=2–2+2
F=2

Isto implica que podemos alterar duas variáveis do sistema (pressão e temperatura).

Já quanto para a área abaixo da curva, temos:

C = 2 componentes
P = 1 fase

F=C–P+2
F=2–1+2
F=3

Isto implica que podemos alterar três variáveis do sistema (pressão, temperatura e
concentração de fenol em solução).

Conclusão
Neste experimento foi possível confirmar a miscibilidade do sistema Fenol-Água
em diferentes temperaturas, usando a fração volumétrica do fenol. O gráfico de
miscibilidade deste resumiu simplificadamente o experimento de acordo com a
literatura, mesmo com um erro tão baixo. Segundo a literatura, a solução apresentou um
desvio positivo muito acentuado, pois ocorreu a miscibilidade parcial, ou seja, as forças
de interações entre as diferentes moléculas são diferentes daquelas existentes nos
componentes puros.

Referência
Castellan, Gilbert W. Físico-química; tradução /de/ Luiz Carlos Guimarães, Rio de
Janeiro, LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1984.

Roteiro de Prática – Determinação do Equilíbrio em um Sistema Binário.

Sistema SciDAVis.

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