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Introdução
Os Amplificadores Operacionais (AmpOp) são um tipo de circuito integrado,
geralmente, de 8 pinos, no formato DIL. Como o nome indica, basicamente, esse componente
executa uma forte amplificação sobre sinais de entrada e uma determinada operação sobre
esses sinais, tais como soma, subtração, comparação, integração, diferenciação, etc. Em vista
disto, são, normalmente, encontrados em circuitos de trabalham com sinais fracos e em
controles de processos e automação eletrônica. Devido a sua forte função amplificadora, esse
componente é representado nos diagramas esquemáticos de circuitos por um símbolo com
formato de um triângulo, como apresentado na figura a seguir.
Os pinos apresentados são os chamados pinos de sinais (de tensão) – de conexão dos
sinais de entrada (pinos 1 e 2) e de saída (pino 3). Como há duas conexões de sinais de
entrada, o componente irá amplificar, na verdade, a diferença entre esses sinais, ou seja, V2 –
V1. O terminal 1 é chamado de entrada inversora pelo fato da saída inverter a sua fase (se a
entrada for positiva, a saída será negativa, e vice-versa). O terminal 2 e designado como
entrada não-inversora (não inverte a fase).
Alimentação do AmpOp
Para sua operação normal (amplificar e operar sobre sinais), os AmpOp precisam ser
alimentados com tensões constantes, geralmente simétricas (mas, não necessariamente),
conforme representado na figura a seguir. Os esquemas são equivalentes. Normalmente, V situ
a-se entre 3 e 27 volts. Um ponto importante é que a tensão de saída, no pino 3, não poderá
assumir valor superior ao da alimentação. Se o CI, por exemplo, for alimentado com +3 e -3
V, a tensão de saída ficará limitada a esses valores da alimentação. Uma outra situação, é
quando a alimentação não for simétrica. Considere que o CI seja alimentado por 6 V em 4 e 0
V em 5 (ou seja, a entrada 5 é aterrada, ficando com potencial de terra), conforme figura
abaixo. Neste caso, a saída não poderá assumir valores negativos
v2 – v1 que é a tensão que, efetivamente, será amplificada pelo AmoOp, produzindo a saída
vo. Ad representa o fator de amplificação que o circuito propicia, ou seja, o quanto vid é
amplificada. Dependendo do AmpOp, o ganho Ad pode alcançar valores na faixa de 1.000 a
100.000. Teoricamente, considerando-se um ganho de 1.000, uma vid em torno de 10 mV
produziria (teoricamente) uma saída de 10 V. Observe, entretanto, que a tensão de saída não
poderá ultrapassar o nível da tensão de alimentação. No caso do esquema representado na
figura abaixo, a saída positiva seria, no máximo, 7 V, e a negativa, 10 V, normalmente (sem
corte na tensão de saída).
vO
v2 − v1 = 0
A
caso, v2 ≈ v1. Isto significa que os terminais de entrada do AmpOp estarão, praticamente, sob
o mesmo potencial.
O circuito a seguir mostra a configuração inversora do AmpOp, caracterizada pela
malha de realimentação, da saída para entrada, via R2. R1, geralmente, representa a resistência
interna da fonte de tensão, de entrada designada por vI. A figura à direita apresenta mais
detalhes sobre as tensões e correntes envolvidas.
Da relação acima, vê-se que o ganho do circuito é dado pela relação R2/R1, não
necessariamente de elevado valor, determinado de acordo com os valores de resistência
elétrica empregados pelo projetista. Essa expressão do ganho é chamada de Ganho em Malha
Fechada, distinto do ganho do componente isolado, chamado de Ganho em Malha Aberta
(fixo e de elevado valor). Com esse controle sobre o ganho, pode-se evitar que o sinal de saída
apresente cortes e distorções, ao atingir os níveis da tensão de alimentação. Observe,
finalmente, a presença do sinal de menos, significando que o sinal de saída sempre tem fase
invertida em relação ao de entrada, a final, este está sendo aplicado num terminal ligado à
entrada inversora do AmpOp.
O Mixer (Somador) Ponderado de Sinais. Trata-se de uma aplicação importante da
configuração inversora do AmpOp. Seu circuito básico acha-se representado na figura a
seguir. Nessa configuração, em vez de uma só fonte de sinais, tem-se duas ou mais na mesma
entrada, inversora, designadas por v1, v2, ... vn.
Do circuito, pode-se definir que
v1 v v v
i1 = , i2 = 2 , ..., ii = i , ..., in = n
R1 R2 Ri Rn
e que
i = i1 + i2 +...+ in
Assim,
Rf Rf Rf
v O = − v1 + v 2 +...+ vn
R1 R2 Rn
saída será uma soma simples, com cada sinal participando com mesmo nível na saída, não
havendo amplificação, só mixagem.
v
Empregando a consideração anterior de que v 2 − v1 = O 0 ter-se-á que, à luz
A
da figura seguinte, que
Observar que a tensão junto à entrada inversora, aplicando a relação anterior, será
aproximadamente igual a vI, fazendo com que as correntes sobre R1 e R2 sejam iguais e dadas
por vI/R1. Observe, ainda, que a tensão sobre R2 é dada por vI – vo e dada por (vI/R1).R2.
Assim,
vO R2
ou, = 1+ que é a expressão do ganho (maior ou igual a 1), sem inversão de fase.
vI R1
em que v(t) representa a tensão sobre o capacitor, que é dada por 0 - vo (considerando o
sentido convencional da corrente no capacitor, i1. Assim,
ou, igualando as expressões das correntes nos ramos de entrada e de realimentação,
ou, ainda,
Portanto, vo(t) reflete como evolui vI(t) com o tempo, até um instante “t”. Se o valor da
integral, até um certo tempo “t”, dá a medida da área sob vI(t), e isto depende da evolução dos
valores instantâneos de vI(t), então se essa tensão estiver reduzindo de valor ou se tornar
negativa, isto se refletirá no valor da integral e, assim, no de vo(t). Então, ter-se-á como
monitorar, em certo controle de processo industrial, a evolução dos valores instantâneos de
vI(t) por meio dos valores de vo(t).
Portanto, a tensão de saída vo(t) servirá para indicar a taxa de variação de um processo
a que se refere a tensão de entrada vI(t). Se, por exemplo, a variação de vI(t) se tornar muito
alta, indicando anormalidade no processo (na variação de pressão, por exemplo), a tensão de
saída vo(t) assumirá valores mais elevados. Assim, pelo nível de vo(t) pode-se avaliar
anormalidade ou não na variável de controle relativa a vI(t).