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CIABA

ENSINO PROFISSIONAL MARÍTIMO


CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DE NÁUTICA [FONT]
DISCIPLINA: ELETRÔNICA BÁSICA
FOLHA DE INFORMAÇÃO VIII
ASSUNTO: AMPLIFICADORES OPERACIONAIS

Introdução
Os Amplificadores Operacionais (AmpOp) são um tipo de circuito integrado,
geralmente, de 8 pinos, no formato DIL. Como o nome indica, basicamente, esse componente
executa uma forte amplificação sobre sinais de entrada e uma determinada operação sobre
esses sinais, tais como soma, subtração, comparação, integração, diferenciação, etc. Em vista
disto, são, normalmente, encontrados em circuitos de trabalham com sinais fracos e em
controles de processos e automação eletrônica. Devido a sua forte função amplificadora, esse
componente é representado nos diagramas esquemáticos de circuitos por um símbolo com
formato de um triângulo, como apresentado na figura a seguir.

Os pinos apresentados são os chamados pinos de sinais (de tensão) – de conexão dos
sinais de entrada (pinos 1 e 2) e de saída (pino 3). Como há duas conexões de sinais de
entrada, o componente irá amplificar, na verdade, a diferença entre esses sinais, ou seja, V2 –
V1. O terminal 1 é chamado de entrada inversora pelo fato da saída inverter a sua fase (se a
entrada for positiva, a saída será negativa, e vice-versa). O terminal 2 e designado como
entrada não-inversora (não inverte a fase).

Alimentação do AmpOp
Para sua operação normal (amplificar e operar sobre sinais), os AmpOp precisam ser
alimentados com tensões constantes, geralmente simétricas (mas, não necessariamente),
conforme representado na figura a seguir. Os esquemas são equivalentes. Normalmente, V situ

a-se entre 3 e 27 volts. Um ponto importante é que a tensão de saída, no pino 3, não poderá
assumir valor superior ao da alimentação. Se o CI, por exemplo, for alimentado com +3 e -3
V, a tensão de saída ficará limitada a esses valores da alimentação. Uma outra situação, é
quando a alimentação não for simétrica. Considere que o CI seja alimentado por 6 V em 4 e 0
V em 5 (ou seja, a entrada 5 é aterrada, ficando com potencial de terra), conforme figura
abaixo. Neste caso, a saída não poderá assumir valores negativos

Esquema Geral do CI AmpOp


O AmpOp geralmente se apresenta como um CI de 8 pinos, como na figura abaixo,
mas pode apresentar mais pinos com mais de uma unidade do circuito dentro do CI. Os CIs
mais comuns são os da série 741. À esquerda tem-se a distribuição dos terminais nos diversos
pinos do CI. Observe que o pino 8 não é utilizado. Os pinos 1 e 5 são pinos de ajuste. Quando
as entradas 2 e 3 recebem tensões iguais (diferença de tensão 0 V), a saída deverá ser 0 V.
Desequilíbrios internos podem fazer com que a saída apresente um certo valor; então,
empregando-se resistores ajustáveis, ou outro circuito, pode-se zerar a saída.

Relação Saída x Entradas: Ganho do AmpOp


Já foi dito que o AmpOp é um amplificador diferencial de alto ganho. O que ele
amplifica é a diferença entre as tensões aplicadas nas suas entradas. Considere o esquema da
figura abaixo e as tensões aplicadas em seus terminais. Observe que vid representa a diferença

v2 – v1 que é a tensão que, efetivamente, será amplificada pelo AmoOp, produzindo a saída
vo. Ad representa o fator de amplificação que o circuito propicia, ou seja, o quanto vid é
amplificada. Dependendo do AmpOp, o ganho Ad pode alcançar valores na faixa de 1.000 a
100.000. Teoricamente, considerando-se um ganho de 1.000, uma vid em torno de 10 mV
produziria (teoricamente) uma saída de 10 V. Observe, entretanto, que a tensão de saída não
poderá ultrapassar o nível da tensão de alimentação. No caso do esquema representado na
figura abaixo, a saída positiva seria, no máximo, 7 V, e a negativa, 10 V, normalmente (sem
corte na tensão de saída).

Esses componentes também podem ser empregados como comparadores de tensões,


relativas a sinais de entrada. Tomando como base a figura abaixo, ter-se-á uma VOUT = +V
quando VIN > VREF, e VOUT = -V se ocorrer o contrário. Caso VIN e VREF sejam iguais, VOUT =
0 V. Assim, pelo valor da tensão de saída estabelece-se uma relação entre as tensões de
entrada.

Sendo os ganhos os AmpOp normalmente muito elevados, teórica e idealmente se


considera como sendo infinito. Uma outra característica marcante desses componentes é que
as correntes de entrada (geradas pelas tensões v1 e v2) são extremamente baixas, chegando-se
a considerá-las nulas, para efeito de simplificação. Diz-se, assim, que as impedâncias de
entrada são infinitas. Ao adquirir um CI AmpOp já se acharão definidos esses dados, como
um determinado ganho, muito elevado, não tendo o projetista dos circuitos como alterá-los,
exceto se esses componentes forem empregados em associação com outros componentes,
numa determinada configuração de circuito, em que os sinais de entrada, em geral, não serão
aplicados diretamente às entrada inversora e não-inversora do CI. Alguns casos serão
considerados em seguida.

Configuração Inversora de AmpOp


Diz-se que o AmpOp acha-se ligado em configuração inversora quando o(s) sinal(is)
de entrada é(são) ligado(s) em conexão com a entrada inversora do circuito, conforme
ilustrado na figura seguinte. A entrada não-inversora mormente é ligada ao terra fazendo com
que a diferença de sinal a amplificar seja o próprio aplicado na entrada inversora, uma vez que
vid = v2 – v1, e sendo v1 = 0, vid ≈ v2. Para simplificar os desenvolvimentos, levaremos em con-
ta a relação, considerando que A (ganho do AmpOp) envolve um valor muito elevado. Neste

vO
v2 − v1 = 0
A
caso, v2 ≈ v1. Isto significa que os terminais de entrada do AmpOp estarão, praticamente, sob
o mesmo potencial.
O circuito a seguir mostra a configuração inversora do AmpOp, caracterizada pela
malha de realimentação, da saída para entrada, via R2. R1, geralmente, representa a resistência
interna da fonte de tensão, de entrada designada por vI. A figura à direita apresenta mais
detalhes sobre as tensões e correntes envolvidas.

Observe que, pela consideração acima, e estando a entrada não-inversora em terra, V-


= 0 V e, assim, V+ (tensão na entrada inversora) ≈ 0 V. Desta forma, a tensão sobre R1 será a
própria tensão de entrada vI e, portanto, i1 = vI/R1. Como a tensão sobre R2 é a própria tensão
de saída vo, i2 (corrente sobre R2) = vo /R2. Como i2 = i1, chega-se à relação a seguir.

Da relação acima, vê-se que o ganho do circuito é dado pela relação R2/R1, não
necessariamente de elevado valor, determinado de acordo com os valores de resistência
elétrica empregados pelo projetista. Essa expressão do ganho é chamada de Ganho em Malha
Fechada, distinto do ganho do componente isolado, chamado de Ganho em Malha Aberta
(fixo e de elevado valor). Com esse controle sobre o ganho, pode-se evitar que o sinal de saída
apresente cortes e distorções, ao atingir os níveis da tensão de alimentação. Observe,
finalmente, a presença do sinal de menos, significando que o sinal de saída sempre tem fase
invertida em relação ao de entrada, a final, este está sendo aplicado num terminal ligado à
entrada inversora do AmpOp.
O Mixer (Somador) Ponderado de Sinais. Trata-se de uma aplicação importante da
configuração inversora do AmpOp. Seu circuito básico acha-se representado na figura a
seguir. Nessa configuração, em vez de uma só fonte de sinais, tem-se duas ou mais na mesma
entrada, inversora, designadas por v1, v2, ... vn.
Do circuito, pode-se definir que
v1 v v v
i1 = , i2 = 2 , ..., ii = i , ..., in = n
R1 R2 Ri Rn
e que
i = i1 + i2 +...+ in
Assim,
 Rf Rf Rf 
v O = − v1 + v 2 +...+ vn 
 R1 R2 Rn 

Da equação anterior, observa-se que o coeficiente Rf/Ri representa o ganho de cada


sinal. Mediante alteração no valor de R1, R2, ..., Rn, pode-se controlar o nível de participação
de um sinal individual na saída vo. Se a aplicação se referir a sinais de áudio/som, com fontes
de entrada sendo, por exemplo, sinais de violão, de microfones, de DVD, etc., e a saída vo
seja o sinal mixado para uma caixa de som, pode-se controlar o nível de sinal de cada fonte na
saída em uma caixa de som. Observe, ainda, que se as resistências forem iguais, ter-se-á que a

saída será uma soma simples, com cada sinal participando com mesmo nível na saída, não
havendo amplificação, só mixagem.

Configuração Não-Inversora de AmpOp


Diz-se que o AmpOp acha-se ligado em configuração não-inversora quando o(s)
sinal(is) de entrada é(são) ligado(s) em conexão com a entrada não-inversora do circuito,
conforme ilustrado na figura seguinte.

v
Empregando a consideração anterior de que v 2 − v1 = O  0 ter-se-á que, à luz
A
da figura seguinte, que

Observar que a tensão junto à entrada inversora, aplicando a relação anterior, será
aproximadamente igual a vI, fazendo com que as correntes sobre R1 e R2 sejam iguais e dadas
por vI/R1. Observe, ainda, que a tensão sobre R2 é dada por vI – vo e dada por (vI/R1).R2.
Assim,

vO R2
ou, = 1+ que é a expressão do ganho (maior ou igual a 1), sem inversão de fase.
vI R1

Configuração Integradora de AmpOp


Uma outra forma de operação executada por um circuito com AmpOp é a que executa
a integração sobre um sinal de entrada, normalmente empregando configuração inversora. A
configuração do circuito para essa operação acha-se ilustrada na figura abaixo.

No circuito em questão, um capacitar substitui o resistor na malha de realimentação. A


alteração básica é quanto à expressão da corrente na malha de realimentação versus tensão
associada ao componente (nem sendo mais um resistor, mas um capacitor). Sabe-se que

em que v(t) representa a tensão sobre o capacitor, que é dada por 0 - vo (considerando o
sentido convencional da corrente no capacitor, i1. Assim,
ou, igualando as expressões das correntes nos ramos de entrada e de realimentação,

ou, ainda,

Portanto, vo(t) reflete como evolui vI(t) com o tempo, até um instante “t”. Se o valor da
integral, até um certo tempo “t”, dá a medida da área sob vI(t), e isto depende da evolução dos
valores instantâneos de vI(t), então se essa tensão estiver reduzindo de valor ou se tornar
negativa, isto se refletirá no valor da integral e, assim, no de vo(t). Então, ter-se-á como
monitorar, em certo controle de processo industrial, a evolução dos valores instantâneos de
vI(t) por meio dos valores de vo(t).

Configuração Diferenciadora de AmpOp


Uma outra forma de monitorar variações de grandezas, em controles de processos
industriais, é por meio operação de um circuito diferenciador com AmpOp cujo arranjo básico
acha-se representado na figura a seguir. Difere da configuração integradora pela permuta entre
o capacitor e o resistor.

Observe que a configuração acima difere da configuração integradora pela permuta


entre capacitor e resistor. A tensão no capacitor, agora, é dada por vI(t) e sobre R, vo(t).
Assim, ter-se-á que:

Portanto, a tensão de saída vo(t) servirá para indicar a taxa de variação de um processo
a que se refere a tensão de entrada vI(t). Se, por exemplo, a variação de vI(t) se tornar muito
alta, indicando anormalidade no processo (na variação de pressão, por exemplo), a tensão de
saída vo(t) assumirá valores mais elevados. Assim, pelo nível de vo(t) pode-se avaliar
anormalidade ou não na variável de controle relativa a vI(t).

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