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DIREITOS HUMANOS

Limites e Implementação de DH na Ordem Internacional


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LIMITES E IMPLEMENTAÇÃO DE DH NA ORDEM INTERNACIONAL

1. Mecanismos coletivos e afirmação do indivíduo como sujeito de direito


internacional
Observe os principais mecanismos:

• A soberania pode ser usada como limite de aplicação dos Direitos Humanos?
A noção de soberania não pode ser usada como justificativa para que o Estado não
reconheça direitos dos seus nacionais, como também dos estrangeiros.
• Noção de soberania.
A soberania resguarda a autonomia dos Estados, porém isso vem sido relativizado a
partir do juízo de ponderação relacionado aos interesses, oportunidades, conveniên-
cia da manutenção da paz e segurança internacional. Desse modo, tem-se os órgãos
supranacionais que possuem o objetivo de coordenar as atividades a partir, do que os
doutrinadores chamam, de porção cedida de soberania a esses órgãos para executa-
rem a supervisão.
Ademais, a evolução histórica dos Direitos Humanos e a noção da centralidade da
dignidade da pessoa humana como alvo fundamental desses direitos, passou a ser
reconhecida em toda a comunidade internacional, já que os Estados percebem que
esses tratados, acordos e fontes normativas proporcionam a manutenção dos laços de
amizade, de paz e de segurança internacional.
• Preocupação da comunidade internacional com a proteção da dignidade humana.
• Indivíduos na posição central, como sujeitos de direito internacional.
Os sujeitos clássicos, no Direito Internacional Público, são os Estados e as Organi-
zações Internacionais. Todavia, com o avanço do reconhecimento da dignidade da
pessoa humana, o indivíduo pode figurar no polo ativo, mas também no polo passivo no
processo de busca pela implementação desses direitos, como, por exemplo, podemos
citar a possibilidade do indivíduo apresentar denúncias individuais na Organização dos
Estados Americanos (Sistema Interamericano), como também observamos no Tribunal
Penal Internacional, no qual o indivíduo pode ser chamado como réu. Portanto, a partir
desse entendimento, alguns doutrinadores, embora não seja unânime, consideram
que o indivíduo pode ser chamado de sujeito de direito internacional.
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• Existe mitigação de soberania?
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Alguns doutrinadores entendem que, a soberania é um atributo absoluto, não podendo


algumas “partes” serem negociadas. No entanto, com o avanço do direito internacional
e com a conscientização dos estados, foi reforçada a ideia das normas jus cogens.
• Normas jus cogens
As normas jus cogens são direitos imperativos no contexto internacional, em que deter-
mina que o Estado, mesmo não ratificando tratados, deva se submeter a essas regras,
visto que essas não aceitam nenhuma negociação.
Revisão do conceito tradicional de soberania que atribuem direitos, mas também deve-
res aos Estados, de modo que proporcionem garantia de direitos básicos aos seus
cidadãos e aos estrangeiros que estejam sob sua jurisdição.

1. (CESPE/OAB/HABILITAÇÃO PROFISSIONAL/2009) Julgue o item abaixo.


No âmbito do direito internacional, a soberania, importante característica do palco in-
ternacional, significa a possibilidade de celebração de tratados sobre direitos humanos
com o consentimento do Tribunal Penal Permanente. (C/E)

COMENTÁRIO
Não existe Tribunal Penal Permanente. Ademais, esse consentimento deve ser dado
pelo Estado.

2. (CESPE/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO/2011) A proteção internacional dos direitos


humanos é um conjunto de normas jurídicas que garante o respeito à dignidade de to-
das as pessoas. Com relação ao sistema e à natureza de proteção internacional contra
as violações de direitos humanos, julgue o item abaixo.
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A proteção internacional dos direitos humanos está desvinculada do processo de uni-
versalização dos direitos humanos.
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COMENTÁRIO
A proteção internacional dos direitos humanos NÃO está desvinculada do processo de
universalização dos direitos humanos, como também foi estabelecido para todos a partir
da 2º Guerra Mundial.

3. (CESPE/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO/2011) A natureza diplomática da proteção


internacional dos direitos humanos atribui aos Estados o dever de proteger tanto os
nacionais quanto os estrangeiros que se encontrem em território pátrio, do que se de-
preende que a nacionalidade tem especial importância nesse contexto.

COMENTÁRIO
A nacionalidade não possui relevância no contexto de proteção dos DH, pois a discrimina-
ção não é tolerada, devendo todos receberem o mesmo tratamento.

A Constituição Brasileira dispõe que:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

• (...). Podem ser estendidos para os estrangeiros não residentes? SIM! Pois deve ser
assegurada a qualquer indivíduo que esteja debaixo da jurisdição brasileira.
• Podem se estender para pessoas jurídicas? SIM!
Ex: princípio da legalidade, direito de propriedade, sigilo das comunicações etc...
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5. (CESPE/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO/2011) A proteção internacional dos direitos


humanos é um conjunto de normas jurídicas que garante o respeito à dignidade de to-
das as pessoas. Com relação ao sistema e à natureza de proteção internacional contra
as violações de direitos humanos, julgue o item abaixo.
A natureza do sistema de proteção internacional dos direitos humanos é de domínio
reservado do Estado nos limites de sua soberania, possibilitando a responsabilização
internacional do Estado quando as instituições nacionais forem omissas na tarefa de
proteger os direitos humanos.
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COMENTÁRIO
A soberania não pode ser uma escusa para a implementação dos direitos humanos.

2. Regra do esgotamento dos recursos internos na proteção dos direitos humanos

DEVER PRIMÁRIO: Obrigação dos órgãos internos dos Estados promoverem a tutela
dos direitos humanos.
Porém em caso de omissão, ineficácia ou ineficiência, o indivíduo deve buscar os órgão
internacionais, visto que é o dever primário é do Estado.
DEVER SECUNDÁRIO: Atuação subsidiária e complementar dos órgãos internacionais.
*Regra substantiva (análise do esgotamento junto com o mérito) ou requisito processual
(análise do esgotamento antes do mérito)? Existe uma controvérsia entre Accioly e Can-
çado Trindade, em que um entende que deve prevalecer o esgotamento das vias de recurso
interno, como requisito processual.
O órgão internacional não pode intervir em assuntos de atuação interna dos Estados;
sendo assim, a regra do esgotamento dos recursos internos aparece como um requisito de
admissibilidade processual.
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3. Mecanismos de implementação dos Direitos Humanos

Natureza: investigatória, consultiva, jurisdicional.


Existem órgãos que podem receber denúncias e proceder uma investigação, mas pode
ocorrer de alguns terem natureza consultiva, os quais oferecerão consultoria sobre deter-
minado assunto. Por último, existem órgãos que possuem capacidade jurisdicional, os quis
proferirão uma sentença que os demais Estados deverão acatar.
a. Organizações internacionais: independente de nacionalidade.
b. Indivíduos: plano interno e internacional.
Em caso de conflito: Nos tratados existem cláusulas de compatibilização, as quais esta-
belecem a solução, em caso de conflito. Essas cláusulas possuem a finalidade de reforçar a
implementação dos direitos humanos, sempre dentro da perspectiva de complementariedade.
3.1. Mecanismos convencionais e não convencionais
3.2. Convenções gerais e convenções especiais
3.3. Órgãos de fiscalização e controle dos tratados de Direitos Humanos
3.1. Mecanismos convencionais e não convencionais
a. Mecanismos convencionais: resultam de tratados em direitos humanos e possuem
aplicação direta aos seus signatários (pacta sun servanda).
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b. Mecanismos não convencionais: medidas afirmativas, em caso de violações sistemá-
ticas, tendo sua aplicação para todos os Estados. Além disso, são considerados violações
graves do direito imperativo, chamado de jus cogens.
No contexto internacional, tem-se, aproximadamente, 235 Estados soberanos, que no
uso do seu poder soberano, escolhem, a partir de sua conveniência e oportunidade, quais
os tratados que desejam aderir. Porém, existe uma problemática em obrigar esses Estados a
praticarem resoluções, a partir de preceitos universais, dos quais eles não ratificaram. Além
disso, caso constatado que algum Estado é um violador sistemático, pode-se atuar com o
objetivo de colocá-lo de acordo com os preceitos mínimos que se espera da comunidade
internacional.
A descentralização permite aumentar a efetividade, pois permite que a especificidade de
cada ponto seja trabalhada dentro da sua individualidade. Pensando nisso, são estabeleci-
das convenções gerais e especiais:
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3.2. Convenções gerais e convenções especiais

Gerais: destinadas ao ser humano em geral.


Ex: Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Especiais: destinadas a grupos específicos que necessitam de tratamento especial pela
sua vulnerabilidade.
Ex: Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher.

ATENÇÃO
As convenções especiais não criam direitos novos, pois apenas trabalha a vulnerabilidade
específica de cada grupo.
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�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Alice Rocha da Silva.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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