O documento descreve as principais transformações do capitalismo, comparando o modelo fordista com o capitalismo em redes. O fordismo era caracterizado por produção em massa centralizada e consumo padronizado, enquanto o capitalismo em redes é marcado por tecnologia, flexibilidade, desconcentração e identidades individuais. As novas tecnologias permitiram a globalização e formação de redes, fragmentando o trabalho e promovendo maior individualismo.
Descrição original:
Um trabalho que resume alguns dos aspectos do fordismo, e as transformações socias e políticas, que levaram à configuração do modelo capitalista vigente.
Título original
Do fordismo ao capital em redes (Trabalho de sociologia do Trab. por Adriel Jackson)
O documento descreve as principais transformações do capitalismo, comparando o modelo fordista com o capitalismo em redes. O fordismo era caracterizado por produção em massa centralizada e consumo padronizado, enquanto o capitalismo em redes é marcado por tecnologia, flexibilidade, desconcentração e identidades individuais. As novas tecnologias permitiram a globalização e formação de redes, fragmentando o trabalho e promovendo maior individualismo.
O documento descreve as principais transformações do capitalismo, comparando o modelo fordista com o capitalismo em redes. O fordismo era caracterizado por produção em massa centralizada e consumo padronizado, enquanto o capitalismo em redes é marcado por tecnologia, flexibilidade, desconcentração e identidades individuais. As novas tecnologias permitiram a globalização e formação de redes, fragmentando o trabalho e promovendo maior individualismo.
Prof.(a): Thiago Panica Pontes Data da entrega: 27/11/2020
PRIMEIRA AVALIAÇÃO
JOÃO PESSOA 2020
Questão I: Escolha, indispensavelmente com base na bibliografia e discussões em sala, alguma(s) entre as principais transformações relacionadas ao capitalismo contemporâneo, e explique suas principais caraterísticas.
O sistema econômico vigente, o capitalismo, ao logo da história sofreu diversas metamorfoses,
acompanhando o desenvolvimento social, econômico e tecnológico da sociedade, sendo algumas de suas transformações mais importantes, a passagem do capitalismo fordista, de produção em massa, para um capitalismo marcado pela tecnologia da informação, interdependência e uma grande velocidade de desenvolvimento, a era das redes. Esse texto tratará de forma mais sucinta as características de ambas as manifestações do capitalismo e a passagem de uma fase para a outra. O modelo capitalista fordista, que entrou em proeminência por questões sócio-políticas e econômicas (como as guerras mundiais e a crise de 1929) a partir da década de 1920, era um sistema marcado: pelas indústrias de grande porte, com produção centralizada e consumo em massa de bens, sem precedentes em toda história, seguindo uma rígida padronização tanto nos processos produtivos quanto nos produtos; pela centralização do capital; pela mão-de-obra sem especialização e geralmente com baixa escolaridade; pelo maquinário que realizava tarefas específicas e únicas; pelo seu regime de acumulação de crescimento “intensivo”, ou seja, que se dava por investimentos em capital fixo. O modelo fordista não somente determinava a economia, pois socialmente falando, a padronização e o controle pertencentes às etapas produtivas, eram transferidos para vida particular dos operários, onde os papéis familiares eram bem definidos, disciplina, e previsibilidade permeavam as relações sociais dos operários, pois além de tudo o fordismo objetivava a construção de “um novo tipo de trabalhador e de homem”. Os métodos de educação durante esse período também passavam por um processo de padronização. O fordismo, apesar de trazer diversas inovações, elas não somam necessariamente um grande conjunto com coerência e abrangência suficientes para ser considerado um novo regime de acumulação, é simplesmente uma faceta do capitalismo que surgiu como uma alternativa para a estabilização da economia (o capitalismo organizado). Graças a esses ideais fordistas que no século XX que se solidifica o ideal de desenvolvimento industrial e tecnológico, como sendo o próprio conceito de modernização. E pode-se considerar sua figura capitalista principal, como sendo o grande industrial, detentor dos meios de produção. A partir da década de 1960 com as mudanças técnico-informacionais-científicas que determinaram as alterações na maneira em são produzidos os bens, a organização e as interações empresariais, os fluxos de capital, foram constatadas mudanças que levaram a uma configuração “desorganizada” do capitalismo. E fatores sócio-políticos como a explosão de diversos movimentos sociais relacionados as identidades individuais, como: raça, gênero, sexualidade, religião, nacionalidade etc..., a escolarização em massa e a construção de um senso crítico mais apurado pela nova geração que estava insatisfeita com o modelo de sociedade baseado no fordismo e os papéis pré-definidos socialmente, tais fatores que afetaram a sociedade e suas relações como um todo, e enfraqueceram o modelo fordista. Todas essas mudanças além da estagnação econômica (ocasionada principalmente pelas altas taxas de inflação), culminaram num período de transição (no qual não se tinha entendimento completo do que resultariam tais mudanças), o pós-fordismo. Foi adotado gradativamente o regime de especialização flexível (que é dependente dos avanços tecnológicos principalmente das tecnologias de informação), no qual evidenciava-se a desconcentração industrial (as etapas produtivas passaram a não se concentrar apenas nos grandes complexos industriais, mas as empresas tornam-se cada vez mais interdependentes, havendo uma integração entre pequenas e grandes empresas assemelhando-se a uma espécie de rede, esta, dotada de uma divisão unitária de negócios, para dar a cada um dos núcleos empresariais mais liberdade e competitividade), acompanhada da desconcentração espacial, resultando na descentralização da produção, que torna-se dispersa por todo mundo, tomando direção ao terceiro mundo, principalmente a América latina e o leste asiático. Houve a proeminência do setor terciário (de serviços), tornando-se fonte de novos valores e mobilização de movimentos sociais, que pouco a pouco desfazem e estrutura organizada do capitalismo fordista. A Flexibilização e a diversificação tornaram-se regras, tanto no processo produtivo (no qual emprega-se a tecnologia flexível com máquinas multitarefas, e exige-se mão de obra mais especializadas), quanto nos produtos feitos ao gosto do cliente, esta tendência, consequência não apenas dos movimentos identitários individuais, mas também da capitalização desses ideias principalmente pela direita, que ao celebrar a pluralidade, as culturas locais, tinham como objetivo o fortalecimento das suas empresas transnacionais que poderiam comercializar sua gama de produtos diversificados, para os mais distintos grupos locais, como uma suposta forma de “celebração cultural”, na busca por nichos de consumo, incentivando práticas consumistas. Os principais beneficiários desses processos, o tacherismo e o reaganismo, que instauraram ideais neoliberalistas, usando as vantagens das novas tecnologias, da mobilidade do capital e do trabalho, e da descentralização, para fortalecer o capital e atacar as estruturas corporativas do trabalho, podendo-se notar a partir de então uma grande fragmentação da classe trabalhadora e industrial um grande enfraquecimento dos sindicatos trabalhistas, através da estimulação do individualismo nas relações de trabalho: a intervenção estatal para desfazer o estado de bem-estar social e estimular o consumo e a competitividade das empresas. Os avanços das tecnologias de informação, proporcionaram um nível de interligação e interdependência nunca antes vistos, tanto economicamente, quanto na comunicação, a qual se tornava cada vez mais universalizada, ao passo que une, e torna possíveis alianças entre movimentos de qualquer tipo em todo o mundo, e que propiciou também a integração global dos mercados financeiros todos as transformações anteriormente citadas, também tem uma natureza extremamente exclusiva, onde regiões do planeta que não são tão integradas, ou estão defasadas em relação às tecnologias de informação, tornam-se foco de exclusão econômica e social, mundialmente falando, tais aspectos que compõe os horizontes da globalização, marcada por essa dualidade. Estas metamorfoses econômicas, sociais e políticas, somam-se, como uma evolução natural do fordismo, visto que as tecnologias que as possibilitaram, vieram como inovações resultantes dos processos fordistas, assim o pós-fordismo, também teve um papel de estabilizar o capitalismo, e consolidar tendências que resultariam em uma das transformações mais importantes, o capitalismo em redes. Graças aos avanços tecnológicos que se condensaram principalmente nas tecnologias de informação (informacionalismo), às ideias que resultaram na ascensão do neoliberalismo e do capital financeiro, vivencia-se na atualidade um modelo de sociedade em redes, marcado ao mesmo tempo pela aproximação de diversas de diversas partes do mundo pelos fluxos de capital e informação na velocidade de um pensamento, por uma linguagem cada vez mais universalizada e acessível em novos canais de comunicação, uma redefinição nas relações humanas, sejam socias, políticas ou com relação ao trabalho e suas formas de organização e sua mão-de-obra. As redes constituem uma nova forma de produção, poder e cultura, tendo capacidade de determinar socialmente de forma mais severa que os próprios ideais veiculados pela mesma. Uma das características mais importantes, que se consolidaram nessa era, é a busca por uma identidade (as pessoas tendem a se agrupar em torno de identidades individuais), este desejo sendo tão poderoso quanto os avanços tecnológicos e transformações econômicas, pois tal comportamento, moldam não apenas as relações de produção e consumo (ao passo, que também é modificado por tais fatores), como também a comunicação e aproximação entre grupos sociais, que ainda podem ser simplificadas ou dificultadas pelas redes, pois não é incomum falhas comunicativas e interpretativas, criando-se barreiras de alienação, fragmentando cada vez mais os grupos sociais. As relações de trabalho, diferentemente do fordismo apresentam um mão-de-obra está cada vez mais desagregada, flexível e pouco hierarquizada, uma organização fragmentada e desagregada de identidade coletiva, e individualizada, seja em suas funções, ganhos ou condições de trabalho. E ainda, apesar de as relações capitalistas imperarem, percebe-se a tendência de que o capital e o trabalho existam em diferentes espaços e tempos, sem se relacionarem, assim, os ganhos dependem cada vez menos do trabalho específico e fixo, e cada vez mais do trabalho genérico acumulado, o que evidencia a flexibilização do trabalho, no qual por vezes o ganho do trabalhador não é fixo, sendo proporcional à sua produtividade, e cada vez mais sem garantias. O capital é fluido e global, a nova economia se organiza em torno de redes, tornando-se cada vez mais dependente das inovações tecnológicas, e há proeminência do capital financeiro, tornando o dinheiro cada vez mais independente da produção (incluído do setor de serviços), circulando pelas redes de interações eletrônicas informacionais, onde qualquer lucro obtido é revertido para o próprio fluxo mundial de capital das redes, sendo esse fluxo acumulado, sendo aplicado, nas redes de capital financeiros globais, tal fator condicionando as indústrias de alta tecnologia, e consequentemente condicionando a produção de tecnologia. Nesse contexto, não existe uma classe capitalista definida, mas os principais atores dessa nova configuração capitalista podem ser tidos, como os capitalistas, que não está mais atrelado ao grande industrial, mas passa por várias figuras como administradores multinacionais, empreendedores que moldaram a tecnologia e se tornaram gênios, magnatas globais, e especuladores novos ricos. Assim as construções sociais, econômicas e políticas são definidas cada vez mais em função das redes, seu fluxo e seu tempo intemporal e independente da realidade biológica do ser humano.
REFERÊNCIAS: Do fordismo ao pós-fordismo KUMAR, Krishan. Da sociedade pós-industrial a pós-moderna: novas
teorias sobre o mundo contemporâneo. 2 ed. rev. e aum. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997. Cap. 3. Novas tendências morfológicas e organizacionais CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. Vol. 1. 8 ed. rev. e aum. São Paulo: Paz e Terra, 2005. Cap. 2