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Aula n.º 6
LICENCIATURA EM SOLICITADORIA
ESCOLA SUPERIOR DE COMUNICAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E TURISMO (EsACT)
INSTITUTO POLITÉCNICO DE BRAGANÇA
- Conselho da União
- Composição: O Conselho é composto por um representante de cada Estado (art.
16.º, n.º 2, TUE), cabendo a cada uma deles escolher o seu representante,
podendo recair sobre qualquer membro do Governo, desde que capaz de
“vincular o Governo do respetivo Estado-membro e exercer direito de voto”.
- As outras formações são escolhidas pelo Conselho Europeu no âmbito do art. 236.º,
TFUE.
- Organização e Funcionamento
- Segundo o art. 16.º, n.º 9, TUE, a presidência funciona sob um sistema de rotação
igualitária.
- Nos termos do artigo 236.º, al. b), TFUE, o Conselho Europeu definiu que o Conselho
é presidido por grupos pré-determinados de três Estados-membros durante um
período de 18 meses, tendo em conta a sua diversidade e os equilíbrios
geográficos da UE – sistema troika.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE
- COREPER
- Segundo o art. 16.º, n.º 7, TUE, é composto pelos representantes permanentes dos
Governos dos Estados-membros em Bruxelas, desempenhando a função de
preparar os trabalhos do Conselho e de exercer os mandatos que este lhe confia
(art. 240.º, TFUE).
- Órgão auxiliar do Conselho da União (art. 71.º, TFUE), com exceção do COPS
(comité político e de Segurança), que pode, por autorização expressa do
Conselho, tomar decisões no quadro de uma operação de gestão de crises (art.
38.º, §3, TUE).
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE
- O art. 16.º, n.º 4, TUE, estabelece a deliberação sob proposta da Comissão: sistema
de dupla maioria (percentagem de Estados e percentagem da população).
- O art. 238.º, n.º 2, TFUE, estabelece a deliberação não sob proposta da Comissão.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE
- Desvios Intergovernamentais:
- Acordo do Luxemburgo (1966): encerrou a política da “cadeira vazia”, mas abriu a
porta a uma prática que transmutou o princípio de deliberação no seio do
Conselho – garantiu aos Estados a substituição da regra da maioria pela exigência
do consenso sempre que estivessem em causa interesses muito importantes de um
ou vários Estados-membros.
- Está prevista a maioria simples (art. 238.º, n.º 1, TFUE) para as questões de
procedimento e organizativas.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE
- Competências
- Poderes de decisão (art. 16.º, n.º 1, TUE): no âmbito da função legislativa e
orçamental que partilha com o Parlamento Europeu.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE
- Poderes de coordenação (art. 16.º, n.º 1, TUE): função primordial que se desdobra
em dois planos.
- Plano das políticas da UE sob a direção do Conselho de Assuntos Gerais;
- Plano das políticas definidas pelos Estados-membros (art. 119.º a 126.º, TFUE); as
bases de coordenação das políticas económicas são definidas pelo Conselho,
tendo a formação ECOFIN o centro principal de decisão.
- Comissão Europeia
- Composição: segundo alguns autores uma comissão mais pequena seria,
teoricamente mais adequada à função, e mais ágil e coesa, tendo em
consideração que se trata do órgão executivo da UE (art. 17.º, n.º 4 e 5, TUE).
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE
- O art. 17.º, n.º 3, §3, TUE e o art. 245.º, TFUE, estabelecem os deveres dos
Comissários.
- Os Governos têm de respeitar, mas não deixam de sensibilizar os seus Comissários
em relação aos problemas que mais diretamente afetam os interesses nacionais.
- Por vezes, é o próprio Comissário que procura obter das autoridades do seu
Estado-membro de nacionalidade os esclarecimentos que poderão ditar o
respetivo sentido de voto no momento crucial da deliberação no colégio de 28
Comissários.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE
- Segundo o art. 17.º, n.º 3, TUE, o mandato é por 5 anos, resultando de várias
disposições a tentativa que coincida com a legislatura do Parlamento Europeu
(p.e. art. 234.º e 246.º, TFUE).
- Já não se encontra consagrada a possibilidade de renovação do mandato – o
silêncio dos Tratados não deve ser interpretado no sentido de excluir decisões de
recondução das funções.
- Nos termos do art. 17.º, n.º 7, TUE, quanto ao presidente da Comissão, o Parlamento
Europeu e o Conselho Europeu têm de se entender sobre o perfil do candidato a
Presidente: ambas as instituições são conjuntamente responsáveis (declaração 11).
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE
- Segundo o art. 17.º, n.º 6, TUE, tem no plano político e organizativo os instrumentos
de direção efetiva da Comissão.
- Organização e Funcionamento
- A Comissão dispõe, para preparar e executar as suas ações, de um conjunto
complexo de serviços, organizados em direções-gerais e serviços equiparados.
- Para dar resposta a necessidades especiais a Comissão pode ainda criar estruturas
específicas incumbidas de missões precisas.
- Competências
- Segundo o art. 17.º, n.º 1, TUE, o objetivo da Comissão é promover o interesse geral
da União.
- Guardiã dos Tratados – vela pela sua aplicação, bem como das medidas
adotadas pelas instituições por força destes.
- Controlar a aplicação do direito da UE – sob fiscalização do TJUE.
- Executa o orçamento e gere os programas de UE.
- Exerce funções de coordenação, execução e gestão, conforme o estabelecido
nos Tratados.
- Assegura a representação externa da UE (exceção: PESC)
- Tem a iniciativa da programação anual e plurianual.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE
- Áreas de competência:
- Competência de iniciativa (art. 17.º, n.º 2, TUE): monopólio da iniciativa de atos
legislativos (exceção: 223.º, n.º 2 e 289.º, n.º 4, TFUE)
- O Conselho só pode alterar uma proposta da Comissão por unanimidade (art.
293.º, n.º 1, TFUE) e nunca se pode substituir a ela.
- A Comissão pode alterar a proposta enquanto o Conselho ainda não tiver
deliberado (art. 293.º, n.º 2, TFUE).
- Com o Tratado de Nice foi possível que uma decisão unanime do Conselho criasse
Câmaras Jurisdicionais encarregadas de conhecer certas categorias de recursos
em matérias específicas.
- Com o Tratado de Lisboa adotam a designação de Tribunais Especializados,
clarificando-se a sua natureza de órgãos jurisdicionais.
- A instituição, em si, é o TJUE (art. 13.º, n.º 1, TUE), que alberga o Tribunal de Justiça,
o Tribunal Geral e os Tribunais Especializados (art. 19.º, n.º 1, TUE).
- A sua existência corresponde a um princípio basilar de unidade institucional no
sistema eurocomunitário de aplicação judicial do Direito.
- A questão de saber em qual dos tribunais, em concreto, deve ser demandado,
depende da aplicação das normas dos Tratados e do Estatuto de repartição de
competências entre os tribunais.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE
- Das decisões proferidas pelos Tribunais Especializados cabe recurso para o Tribunal
Geral (art. 257.º, §3, TFUE), e deste cabe recurso para o TJUE, mas limitado às
questões de Direito (art. 256.º, n.º 1, §2, TFUE).
- O sistema de recursos regulado nos termos do Estatuto do TJUE (protocolo 3)
pressupõe uma relação hierárquica entre os tribunais que compõe a instância
judicial da UE.
- Composição
- Segundo o art. 19.º, n.º 2, TUE, o TJUE é composto por um juiz por Estado-membro,
assistido por 8 advogados-gerais.
- A prática institucional tem garantido um advogado-geral por cada um dos 5
grandes Estados-membros (Alemanha, Reino Unido; França, Itália, Espanha) e os
outros 3 por rotação entre os restantes Estados-membros.
- A Declaração 38 prevê que o TJUE pode solicitar o aumento de 8 advogados-
gerais para 11 (em que a Polónia ganharia o direito a um advogado-geral
permanente).
- A composição do TJUE é fixada pelo regulamento que o institui.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE
- O secretário é escolhido pelo próprio Tribunal (art. 253.º, §5 e 254.º, §4, TFUE) e
estabelece o seu Estatuto – funções relevantes de ordem processual e
administrativa.
- Presidente é escolhido por período de 3 anos (art. 253.º, §3 e 254.º, §3, TFUE).
- Secretismo das deliberações (art. 35.º, ETJUE): para garantir a independência dos
juízes face a possíveis interferências externas.
- A língua de comunicação entre os juízes é o francês.
- Natureza da Jurisdição
- O TJUE exerce poderes de interpretação e aplicação do Direito da UE no âmbito
de uma jurisdição:
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE
- De atribuição: os tribunais têm competência de atribuição (art. 5.º, n.º 1, TUE), mas
funcionam numa lógica de descentralização da função jurisdicional (art. 274.º,
TFUE).
- Dirime conflitos entre particulares e Instituições (art. 263.º, 265.º e 268.º, TFUE).
- Não dirime conflitos entre particulares e Estados-membros cuja sede judicial
própria são os tribunais nacionais.
- De pronúncia Definitiva: decisões proferidas pelo TJUE não são passiveis de recurso,
ressalvadas as hipóteses de recurso extraordinário.
- Seja nos casos em que o TJUE julga em primeira e última instância, seja nos casos
em que aprecia recursos instaurados das decisões do Tribunal Geral, as sentenças
(ou despachos) do TJUE revestem de caráter definitivo e irrecorrível.
- Competências
- Segundo o art. 19.º, n.º 3, TUE, são três as áreas fundamentais da competência do
TJUE.
- Tem amplas competências como forma de assegurar uma interpretação e
aplicação uniformes dos Tratados, potenciada por uma interpretação
jurisprudencial que favorece a reserva de jurisdição eurocomunitária como um
corolário da autonomia e especificidade da ordem jurídica da UE.
- Função contenciosa: abre o TJUE aos conflitos de interesses e direitos, cuja tutela é
reclamada pelas partes no processo, desdobrando-se em quatro modalidades.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE
- Segundo o art. 275.º, TUE, o TJUE não dispõe de competências no que respeita à
PESC, mas pode controlar a observância com o art. 40.º, TUE; pronunciar-se sobre
os recursos de anulação instaurados por particulares com fundamento na alegada
violação de direitos resultantes de medidas restritivas.