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DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA – 2020/2021

Aula n.º 6

LICENCIATURA EM SOLICITADORIA
ESCOLA SUPERIOR DE COMUNICAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E TURISMO (EsACT)
INSTITUTO POLITÉCNICO DE BRAGANÇA

Docente: Rui Ferreira


INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE

- Conselho da União
- Composição: O Conselho é composto por um representante de cada Estado (art.
16.º, n.º 2, TUE), cabendo a cada uma deles escolher o seu representante,
podendo recair sobre qualquer membro do Governo, desde que capaz de
“vincular o Governo do respetivo Estado-membro e exercer direito de voto”.

- Segundo o art. 239.º, TFUE, é possível a delegação noutro Estado-membro o


exercício do direito de voto, desde que representado a nível ministerial.

- O Conselho tem formações ministeriais diferentes, consoante as matérias em


discussão.
- Formações obrigatórias: Conselho dos Assuntos Gerais e Conselho dos Negócios
Estrangeiros (art. 16.º, n.º 6, TUE).
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE

- As outras formações são escolhidas pelo Conselho Europeu no âmbito do art. 236.º,
TFUE.

- Conselhos mais relevantes:


- Conselho dos Assuntos Gerais: assegura a coordenação e a coerência dos
trabalhos das diferentes formações; preparar as reuniões com o Conselho Europeu
e articulando-se com o Presidente do Conselho Europeu e da Comissão garante a
continuidade dos trabalhos – composto pelos Ministros dos Negócios Estrangeiros
ou dos Assuntos Europeus.
- Conselho dos Negócios Estrangeiros: elabora a ação externa da UE, de acordo
com linhas estratégicas definidas pelo Conselho Europeu, assegurando a
coerência da ação externa da UE – composto pelos Ministros dos Negócios
Estrangeiros e presidido pelo Alto Representante (art. 18.º, n.º 3, TUE).
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE

- ECOFIN/Assuntos Económicos e Financeiros: instância de debate, preparação e


decisão sobre a resposta que se espera da UE em matéria de governação
económica e auxílio financeiro dos Estados-membros – composto pelos Ministros
das Finanças ou Economia.

- Organização e Funcionamento
- Segundo o art. 16.º, n.º 9, TUE, a presidência funciona sob um sistema de rotação
igualitária.
- Nos termos do artigo 236.º, al. b), TFUE, o Conselho Europeu definiu que o Conselho
é presidido por grupos pré-determinados de três Estados-membros durante um
período de 18 meses, tendo em conta a sua diversidade e os equilíbrios
geográficos da UE – sistema troika.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE

- Assume um formato triangular, que permite uma articulação mais eficiente e


previsível das atividades do Conselho, especialmente no domínio legislativo e no
da definição de prioridades de política externa da UE.
- Assume uma programação plurianual, acordada entre os três Estados-membros,
em função de diretrizes estratégicas de médio prazo.

- Cada Estado-membro do Grupo assume, sucessivamente, durante 6 meses, a


todas as formações do Conselho (exceto a dos Negócios Estrangeiros), ao Comité
de Representantes Permanentes (COREPER), bem como todos os grupos e comités
de natureza intergovernamental que dependam do Conselho.
- Deve respeitar uma obrigação de neutralidade no tratamento das várias
delegações e privilegiar a formação de consensos e formular propostas que
possam superar ou mesmo prevenir bloqueios.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE

- COREPER
- Segundo o art. 16.º, n.º 7, TUE, é composto pelos representantes permanentes dos
Governos dos Estados-membros em Bruxelas, desempenhando a função de
preparar os trabalhos do Conselho e de exercer os mandatos que este lhe confia
(art. 240.º, TFUE).

- É um mero órgão auxiliar, desprovido de poderes de decisão – a prática


institucional deu-lhe um papel relevante no diálogo interinstitucional de conteúdo
técnico com a Comissão.
- Apresenta uma vocação burocrática e técnica.
- Podem constituir ou dar acordo à constituição de comités e grupos de trabalho
para aprofundar o debate técnico em torno das propostas da Comissão.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE

- Os Estados-membros estão representados nos grupos de trabalho através de


funcionários da sua representação permanente (REPER) ou funcionários da
administração nacional, enviados pelas respetivas capitais.

- Assegura a ligação constante entre os Estados-Membros e a Comissão, a propósito


de projetos e iniciativas desta.

- COREPER I: representantes permanentes adjuntos que preparam os trabalhos das


restantes formações do Conselho em que é dominante a componente técnica
das propostas em discussão.

- COREPER II: chefes de representações permanentes que preparam os trabalhos


sobre as matérias de maior relevo político.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE

- Examina todos os pontos da ordem de trabalhos do Conselho, elaborada pela


Presidência.

- Comités mais importantes: agricultura, transportes, económico e financeiro,


emprego, justiça e assuntos internos.

- Órgão auxiliar do Conselho da União (art. 71.º, TFUE), com exceção do COPS
(comité político e de Segurança), que pode, por autorização expressa do
Conselho, tomar decisões no quadro de uma operação de gestão de crises (art.
38.º, §3, TUE).
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE

- Secretariado Geral: órgão de natureza burocrática que assiste o Conselho –


nomeado por este por maioria qualificada (art. 240.º, n.º 2, TFUE), competindo-lhe:

- Elaborar o projeto de atas das reuniões;


- Providenciar a publicação dos atos no JOUE;
- Notificar os atos aos seus destinatários;
- Elaborar um projeto de mapa previsional das despesas do Conselho, a incluir no
projeto orçamental
- A função de depositário de acordos e convenções internacionais.

- É fundamental o seu apoio à Presidência e constitui o elemento de continuidade e


suporte técnico dos trabalhos.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE

- Dispõe de uma estrutura administrativa que inclui o Serviço Jurídico e várias


direções gerais, cujas competências se repartem pelas diferentes áreas de
intervenção da UE.

- Regras de deliberações: a maioria qualificada é a regra (art. 16.º, n.º 3, TUE),


alcançada através de um modelo de ponderação do peso relativo dos Estados-
membros. Isto é, o critério do número de votos por Estados-membros aliado ai
critério da representatividade democrática.

- O art. 16.º, n.º 4, TUE, estabelece a deliberação sob proposta da Comissão: sistema
de dupla maioria (percentagem de Estados e percentagem da população).
- O art. 238.º, n.º 2, TFUE, estabelece a deliberação não sob proposta da Comissão.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE

- Desvios Intergovernamentais:
- Acordo do Luxemburgo (1966): encerrou a política da “cadeira vazia”, mas abriu a
porta a uma prática que transmutou o princípio de deliberação no seio do
Conselho – garantiu aos Estados a substituição da regra da maioria pela exigência
do consenso sempre que estivessem em causa interesses muito importantes de um
ou vários Estados-membros.

- Em nome dos interesses nacionais, os Estados-membros readquiriram pela via da


revisão informal dos Tratados o direito de veto – reforço do fator
intergovernamental.
- Compromisso político contrário aos Tratados – ato fundador de uma prática que
adquiriu força de costume, com eficácia derrogatória em relação ao sistema de
deliberação previsto nos Tratados.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE

- O Tratado de Lisboa generalizou o princípio maioritário de decisão no seio do


Conselho, mas ainda consagrou um desvio intergovernamental no art. 31.º, n.º 2,
§2, TUE; art. 48.º, §2 e 87.º, n.º 3, §2, TFUE.

- Declaração de Loanina I (1994): quando se deu o alargamento a 16 Estados-


membros, o Reino Unido ameaçava vetar a entrada de novos membros se não
fosse consagrada a possibilidade de um certo número de Estados opor-se às
tomadas de decisão por maioria qualificada.

- Declaração Loanina II: Tratado de Lisboa; Declaração n.º 7.

- Está prevista a maioria simples (art. 238.º, n.º 1, TFUE) para as questões de
procedimento e organizativas.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE

- Está ainda consagrada a unanimidade para as decisões sobre matérias de


particular sensibilidade política ou decisões com incidência estrutural e constituinte
- direito de veto de qualquer Estado-membro.

- O Conselho Europeu, com exceção das decisões que tenham implicações no


domínio militar ou da defesa, pode tomar uma decisão que autoriza o Conselho
de Ministros a deliberar por maioria qualificada (cláusula-passarela), embora o
parlamento de qualquer Estado-membro possa travar essa substituição da
unanimidade pela maioria qualificada (art. 48.º, n.º 7, TUE).

- Competências
- Poderes de decisão (art. 16.º, n.º 1, TUE): no âmbito da função legislativa e
orçamental que partilha com o Parlamento Europeu.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE

- Não há reservas para a função orçamental.


- Quanto à função legislativa pode tomar a forma de ato unilateral, quando é de
natureza exclusiva do Conselho no âmbito de um processo legislativo especial (art.
289.º, n.º 2, TFUE) – sujeito ao princípio da transparência (art. 16.º, n.º 8, TUE).
- No âmbito da PESC, o Conselho também pode adotar decisões, desde que
respeitados os objetivos e orientações gerais definidos pelo Conselho Europeu (art.
24.º, n.º 1, §2; 26.º, n.º 1; 27.º, n.º 1, TUE).

- Poderes de vinculação internacional:


- Na fase de negociação: o Conselho autoriza a abertura das negociações e
controla o seu desenrolar sob a forma de diretrizes dirigidas ai negociado
(Comissão ou Alto Representante) – art. 218.º, n.º 2, 3 e 4, TFUE.
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- Fase de assinatura: o Conselho adota a decisão que autoriza a assinatura do


acordo (art. 218.º, n.º 5, TFUE).
- Fase de conclusão: o Conselho adota a decisão de celebração (art. 218.º, n.º 6,
TFUE)

- Poderes de execução: a competência executiva dos atos juridicamente


vinculativos da UE pertence aos Estados-membros (art. 291.º, n.º 2, TFUE)
- Se, de acordo com o princípio da subsidiariedade se justificar a adoção de atos
de execução pela UE, a competência é da Comissão sob a forma de atos
delegados (art. 291.º, n.º 1, TFUE) ou de atos de execução e, em casos específicos
devidamente justificados, ao Conselho (art. 291.º, n.º 2, TFUE).
- O Conselho exerce competência executiva com fundamento em bases jurídicas
avulsas.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE

- Poderes de coordenação (art. 16.º, n.º 1, TUE): função primordial que se desdobra
em dois planos.
- Plano das políticas da UE sob a direção do Conselho de Assuntos Gerais;
- Plano das políticas definidas pelos Estados-membros (art. 119.º a 126.º, TFUE); as
bases de coordenação das políticas económicas são definidas pelo Conselho,
tendo a formação ECOFIN o centro principal de decisão.

- Comissão Europeia
- Composição: segundo alguns autores uma comissão mais pequena seria,
teoricamente mais adequada à função, e mais ágil e coesa, tendo em
consideração que se trata do órgão executivo da UE (art. 17.º, n.º 4 e 5, TUE).
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- Duas teses defrontam-se: defensores de Comissão de base igualitária


(representados todos os Estados-membros); defensores de Comissão de
composição restrita (os membros seriam nacionais de Estados-membros com base
no sistema de rotação rigorosamente igualitária).

- Na sequência do primeiro referendo negativo, a Irlanda reclamou várias garantias


e uma delas foi a da Comissão continuar a ser constituída por um nacional de
cada Estado-membro.
- O Compromisso assumido por todos os Estados-membros, por estar em causa um
princípio tradicional de representação igualitária dos Estados-membros ao nível da
Comissão, que garante uma articulação efetiva entre eles, tendo em conta as
realidades políticas, sociais e económicas de todos os Estados-membros.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE

- Os membros da Comissão não representam os Estados-membros, mas transportam


para o executivo da UE o conhecimento objetivo das realidades específicas de
cada Estado-membro.

- O art. 17.º, n.º 3, §3, TUE e o art. 245.º, TFUE, estabelecem os deveres dos
Comissários.
- Os Governos têm de respeitar, mas não deixam de sensibilizar os seus Comissários
em relação aos problemas que mais diretamente afetam os interesses nacionais.
- Por vezes, é o próprio Comissário que procura obter das autoridades do seu
Estado-membro de nacionalidade os esclarecimentos que poderão ditar o
respetivo sentido de voto no momento crucial da deliberação no colégio de 28
Comissários.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE

- Segundo o art. 17.º, n.º 3, TUE, o mandato é por 5 anos, resultando de várias
disposições a tentativa que coincida com a legislatura do Parlamento Europeu
(p.e. art. 234.º e 246.º, TFUE).
- Já não se encontra consagrada a possibilidade de renovação do mandato – o
silêncio dos Tratados não deve ser interpretado no sentido de excluir decisões de
recondução das funções.

- No exercício do mandato os Comissários gozam do regime de privilégios e


imunidades reconhecidos aos agentes e funcionários da UE.

- Nos termos do art. 17.º, n.º 7, TUE, quanto ao presidente da Comissão, o Parlamento
Europeu e o Conselho Europeu têm de se entender sobre o perfil do candidato a
Presidente: ambas as instituições são conjuntamente responsáveis (declaração 11).
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- Haverão de ter em consideração as eleições para o Parlamento Europeu, o que


acentua a carga política, de cariz parlamentar, da escolha do Presidente da
Comissão, cujo mandato fica assim muito mais dependente da maioria política do
hemiciclo de Estrasburgo.

- O Presidente eleito consulta com os Governos dos Estados-membros e o Conselho


adota, de comum acordo com o Presidente eleito, uma lista de Comissários
propostos pelos Estados membros (art. 17.º, n.º 7, §2, TUE).

- Estão sujeitos a voto do Parlamento Europeu e são nomeados pelo Conselho


Europeu por maioria qualificada (art. 17.º, n.º 7, §3, TUE).
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- Segundo o art. 17.º, n.º 6, TUE, tem no plano político e organizativo os instrumentos
de direção efetiva da Comissão.

- O art. 246.º, TFUE, estabelece as causas de cessação individual das funções de


Comissário.

- O art. 234.º, TFUE, regula a destituição coletiva da Comissão na sequência de uma


moção de censura do Parlamento Europeu, no quadro da responsabilidade
política subordinada da atuação da Comissão ao veredicto do órgão
parlamentar.
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- Organização e Funcionamento
- A Comissão dispõe, para preparar e executar as suas ações, de um conjunto
complexo de serviços, organizados em direções-gerais e serviços equiparados.
- Para dar resposta a necessidades especiais a Comissão pode ainda criar estruturas
específicas incumbidas de missões precisas.

- Dupla dimensão: política e administrativa


- Dimensão política – Presidente, Vice-Presidente e Comissários – orienta, dirige e
atua através dos serviços, os quais constituem a dimensão administrativa.

- O Secretário-geral tem a função primordial de garantir uma abordagem comum e


coordenada a propósito de qualquer iniciativa da responsabilidade de um serviço
específico.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE

- Assiste o Presidente na preparação dos trabalhos e das reuniões do colégio dos


comissários – o mais alto funcionário da Comissão, conferindo estabilidade e
continuidade ao funcionamento interno da Comissão.

- O Serviço Jurídico tem de ser consultado obrigatoriamente sobre qualquer


proposta de ato jurídico articulando os serviços.

- Os membros da Comissão formam o colégio no seio do qual o Presidente tem um


voto como os restantes membros – regra da maioria (art. 250.º, TFUE)
- Decide sob proposta de um ou vários dos seus membros.

- O Presidente além das funções típicas de um órgão colegial, personifica uma


função de relevante envergadura política.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE

- Participa nas reuniões do Conselho Europeu; comparece perante o Parlamento


Europeu; e distribui pelos Comissários os domínios específicos de atividade
(pelouros – art. 248.º, TFUE – que apesar de existirem, é o princípio da colegialidade
que subordina toda a lógica de funcionamento da Comissão).

- Segundo o princípio da colegialidade todas as decisões adotadas são imputadas


à Comissão no seu conjunto e assumidas coletivamente por todos os seus
membros (Caso Akzo, 1985).

- Alguns desvios a estes princípios:


- Atribuição aos Comissários de responsabilidade política, que podem instruir os
serviços administrativos no âmbito desse domínio (art., 19.º, n.º 2, RI)
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE

- Reuniões preparatórias de chefes de gabinete dos Comissários – importância


crescente da estrutura auxiliar.
- Procedimento escrito de decisão, que não obsta a que se solicite que a proposta
seja discutida em reunião (art. 12.º, n.º 3, RI).
- Delegação de poderes (art. 13.º, RI), podendo ainda haver subdelegações, que o
TJUE aceita como competência de auto organização da Comissão, desde que
limitado a simples medidas de gestão (Caso Azco) e poderes claramente
delimitados de órgãos subsidiários com o poder de execução das decisões (Caso
Meroni).
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- O princípio da colegialidade é considerado pelo TJUE como fator de segurança


jurídica, garantia fundamental para os destinatários dos atos adotados e se for
violada pode ser motivo de impugnação ou conduzir à declaração de
inexistência jurídica da medida adotada (Ac. TJUE de 15.06.1994).

- No plano político implica uma responsabilidade coletiva, especialmente perante o


Parlamento Europeu.

- O Parlamento Europeu não pode exigir ”a cabeça do Comissário”, mas pode


pressionar o Presidente da Comissão para acionar o “Procedimento Prodi” e
solicitar a demissão de um ou mais comissários.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE

- Competências
- Segundo o art. 17.º, n.º 1, TUE, o objetivo da Comissão é promover o interesse geral
da União.

- Guardiã dos Tratados – vela pela sua aplicação, bem como das medidas
adotadas pelas instituições por força destes.
- Controlar a aplicação do direito da UE – sob fiscalização do TJUE.
- Executa o orçamento e gere os programas de UE.
- Exerce funções de coordenação, execução e gestão, conforme o estabelecido
nos Tratados.
- Assegura a representação externa da UE (exceção: PESC)
- Tem a iniciativa da programação anual e plurianual.
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- Áreas de competência:
- Competência de iniciativa (art. 17.º, n.º 2, TUE): monopólio da iniciativa de atos
legislativos (exceção: 223.º, n.º 2 e 289.º, n.º 4, TFUE)
- O Conselho só pode alterar uma proposta da Comissão por unanimidade (art.
293.º, n.º 1, TFUE) e nunca se pode substituir a ela.
- A Comissão pode alterar a proposta enquanto o Conselho ainda não tiver
deliberado (art. 293.º, n.º 2, TFUE).

- Poder jurídico de impulsão faz da Comissão o motor da integração, responsável


pelos saltos qualitativos no processo de realização do desígnio comunitário
- Eventual inércia da Comissão na apresentação de proposta pode gerar iniciativas
de natureza política (art. 11.º, §4, TUE; 225.º e 241.º, TFUE).
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE

- No caso de não apresentar a proposta solicitada pelo Parlamento Europeu ou


pelo Conselho, a Comissão além do dever de informar sobre as razões porque não
avança com uma proposta, pode ser demandada perante o TJUE e condenada
por omissão (art. 265.º, TFUE)

- Competências de controlo: a Comissão é guardiã dos Tratados, mas não tem o


direito exclusivo nem preferencial de controlo, tendo antes, uma competência
genérica e subsidiária de controlo e vigilância.
- O TJUE e os restantes tribunais exercem o controlo judicial
- O Tribunal de Contas exerce o controlo financeiro.
- Tem amplas prerrogativas para recolher informações e proceder às verificações
necessárias (art. 96.º, n.º 2; 103.º, n.º 2, al. a); 106.º, n.º 3; 108.º, n.º 2; 260.º e 337.º,
TFUE).
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE

- Competências de execução: a Comissão é o executivo da UE, mas fragilizada


pelo Tratado de Lisboa (art. 291.º, n.º 3, TFUE).

- Competência-regra de adoção de atos de execução pertence aos Estados-


membros (art. 291.º, n.º 1, TFUE e art. 4.º, n.º 3, TUE), sendo a competência da
Comissão limitada pelo princípio da subsidiariedade (art. 291.º, n.º 2, TFUE).

- Na prática assegura a função executiva de âmbito genérico, dependente,


contudo, de atribuição expressa no ato legislativo, com fundamento em critérios
objetivos de execução uniforme, e sujeita ao controlo remoto exercido pelos
Estados-membros através dos comités técnicos compostos por representantes
nacionais.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE

- A Comissão detém poderes importantes de gestão e execução direta noutros


domínios: gestão de fundos comunitários (art. 317.º, TFUE); execução do
orçamento (art. 317.º, TFUE); gestão de cláusulas de salvaguarda (art. 114.º, n.º 10;
191.º, n.º 2, TFUE)

- Sob a forma de atos delegados, a Comissão exerce poder de complementar e


desenvolver o regime jurídico do ato legislativo, se o Parlamento Europeu e o
Conselho lhe confiarem a missão – art. 290.º, n.º 1, TFUE.

- Competência em matéria de relações externas (art. 218.º, TFUE): a Comissão pode


recomendar a abertura de negociações que conduzem às diretrizes formuladas
pelo Conselho e em consulta com os comités especiais.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE

- Desempenha papel relevante na fase aplicativa dos acordos internacionais


celebrados pela UE (art. 218.º, n.º 9, TFUE).
- A Comissão perdeu para o Alto Representante os seus poderes de representação
da UE (art. 221.º, TFUE).

- Competência de Representação (art. 335.º, TFUE)

- Tribunal de Justiça da União Europeia


- Estrutura: uma instituição, vários tribunais
- Criado com o primeiro Tratado comunitário – integração europeia concebida
como uma estrutura política de direito, com preeminência do Direito, assegurada,
quando necessário, pelas vias jurisdicionais adequadas.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE

- As comunidades europeias funcionam como uma “Comunidade de Direito”.

- Com o Tratado de Fusão determinou-se que um único Tribunal exerceria as


competências que os dois Tratados atribuíam ao órgão jurisdicional previsto em
cada um deles.
- Esse Tribunal único também substituiria o Tribunal criado pelo Tratado CECA.

- Com o Ato Único Europeu associa-se ao TJUE o Tribunal de Primeira Instância,


encarregado com uma jurisdição de conhecer, em primeira instância, certas
categorias de ações determinadas.
- Com o Tratado de Lisboa adota a designação de Tribunal Geral.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE

- Com o Tratado de Nice foi possível que uma decisão unanime do Conselho criasse
Câmaras Jurisdicionais encarregadas de conhecer certas categorias de recursos
em matérias específicas.
- Com o Tratado de Lisboa adotam a designação de Tribunais Especializados,
clarificando-se a sua natureza de órgãos jurisdicionais.

- A instituição, em si, é o TJUE (art. 13.º, n.º 1, TUE), que alberga o Tribunal de Justiça,
o Tribunal Geral e os Tribunais Especializados (art. 19.º, n.º 1, TUE).
- A sua existência corresponde a um princípio basilar de unidade institucional no
sistema eurocomunitário de aplicação judicial do Direito.
- A questão de saber em qual dos tribunais, em concreto, deve ser demandado,
depende da aplicação das normas dos Tratados e do Estatuto de repartição de
competências entre os tribunais.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE

- Das decisões proferidas pelos Tribunais Especializados cabe recurso para o Tribunal
Geral (art. 257.º, §3, TFUE), e deste cabe recurso para o TJUE, mas limitado às
questões de Direito (art. 256.º, n.º 1, §2, TFUE).
- O sistema de recursos regulado nos termos do Estatuto do TJUE (protocolo 3)
pressupõe uma relação hierárquica entre os tribunais que compõe a instância
judicial da UE.

- Fontes normativas de regulação da composição, funcionamento e competências


do TJUE encontram-se nos: Tratados institutivos; Protocolo relativo ao Estatuto do
TJUE; Regulamento de Processo; Regulamento Adicional; e Instruções ao
Secretariado.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE

- Composição
- Segundo o art. 19.º, n.º 2, TUE, o TJUE é composto por um juiz por Estado-membro,
assistido por 8 advogados-gerais.
- A prática institucional tem garantido um advogado-geral por cada um dos 5
grandes Estados-membros (Alemanha, Reino Unido; França, Itália, Espanha) e os
outros 3 por rotação entre os restantes Estados-membros.
- A Declaração 38 prevê que o TJUE pode solicitar o aumento de 8 advogados-
gerais para 11 (em que a Polónia ganharia o direito a um advogado-geral
permanente).
- A composição do TJUE é fixada pelo regulamento que o institui.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE

- Haver 1 juiz por cada Estado-membro nunca prejudicou a vocação integracionista


do Tribunal e favorece a autoridade da jurisprudência ao garantir o conhecimento
das particularidades do sistema jurídico e legal de cada Estado-membro.

- Os juízes não representam o Estado-membro de nacionalidade, do qual não pode


receber instruções.

- São nomeados, de comum acordo, pelos Governos dos Estados-membros por um


período de 6 anos (art. 253.º e 254.º, TFUE).
- O Tribunal Geral (art. 254.º, TFUE) e o Tribunal da Função Pública (art. 257.º, TFUE),
com base em requisitos curriculares menos exigentes e aponta-se para um perfil
mais técnico do candidato.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE

- A nomeação é sujeita a parecer de um comité (art. 255.º, TFUE).

- O secretário é escolhido pelo próprio Tribunal (art. 253.º, §5 e 254.º, §4, TFUE) e
estabelece o seu Estatuto – funções relevantes de ordem processual e
administrativa.

- Presidente é escolhido por período de 3 anos (art. 253.º, §3 e 254.º, §3, TFUE).

- O Estatuto dos juízes e advogados-gerais assenta sobre um conjunto alargado de


direitos e obrigações que visam tutelar o atributo primordial da independência e
imparcialidade (art. 3.º e 4.º, ETJUE – Protocolo 3).
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- Secretismo das deliberações (art. 35.º, ETJUE): para garantir a independência dos
juízes face a possíveis interferências externas.
- A língua de comunicação entre os juízes é o francês.

- O advogado-geral analisa o litígio sub judice e propõe determinada solução


jurídica para o mesmo, devidamente fundamentada no adquirido jurisprudencial
sobre a matéria ou numa interpretação divergente que tenha da questão (art.
252.º, §2, TFUE).

- Natureza da Jurisdição
- O TJUE exerce poderes de interpretação e aplicação do Direito da UE no âmbito
de uma jurisdição:
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- De atribuição: os tribunais têm competência de atribuição (art. 5.º, n.º 1, TUE), mas
funcionam numa lógica de descentralização da função jurisdicional (art. 274.º,
TFUE).

- Os Tribunais nacionais convertem-se em tribunais comunitários quando são


chamados a dirimir litígios que envolvem a aplicação do normativo da UE, que se
relacionam com o TJUE com base no princípio da cooperação (art. 267.º, TFUE).
- Não existe relação hierárquica entre os tribunais nacionais e o TJUE – das
sentenças proferidas pelo juiz nacional não cabe recurso para o TJUE e Tribunal
Geral.
- O juiz da UE carece em absoluto do poder de reformar as decisões dos tribunais
nacionais e do poder de anular atos adotados pelas autoridades nacionais
contrários ao Direito da UE.
INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UE

- O TJUE pode ser chamado a pronunciar-se sobre a aplicação de norma


comunitária, mas tem de ser chamado pelo juiz nacional “a quo”.

- O TJUE e o Tribunal Geral são tribunais organicamente comunitários, em que a


jurisdição depende sempre de uma norma do Tratado que defina o âmbito da sua
competência e a via de direito adequada ao seu exercício.

- Obrigatória: A jurisdição é obrigatória, pelo que os Estados a ela estão submetidos


em virtude da sua condição de Estados-membros da UE
- Define conflitos entre Estados-membros (art. 259.º, TFUE).
- Dirime conflitos entre a Comissão e Estados-membros (art. 258.º, TFUE)
- Dirime conflitos entre instituições da UE (art. 263.º e 265.º, TFUE)
- Dirime conflitos entre Estados-membros e Instituições(art. 263.º, 265.º 2 268.º, TFUE)
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- Dirime conflitos entre particulares e Instituições (art. 263.º, 265.º e 268.º, TFUE).
- Não dirime conflitos entre particulares e Estados-membros cuja sede judicial
própria são os tribunais nacionais.

- Exclusiva: monopólio da jurisdição (art. 344.º, TFUE)


- Afasta-se o recurso aos tribunais internacionais e tribunais arbitrais.
- Justifica-se esta solução devido à especificidade do modelo da UE como modelo
de associação de Estados no quadro global de relações geridas pelo Direito
Internacional Público, com o objetivo de garantir a interpretação e aplicação
uniformes do Direito da UE.
- A referência a Tratados abrange qualquer norma ou ato adotado com base neles.
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- De pronúncia Definitiva: decisões proferidas pelo TJUE não são passiveis de recurso,
ressalvadas as hipóteses de recurso extraordinário.
- Seja nos casos em que o TJUE julga em primeira e última instância, seja nos casos
em que aprecia recursos instaurados das decisões do Tribunal Geral, as sentenças
(ou despachos) do TJUE revestem de caráter definitivo e irrecorrível.

- Função integradora da jurisprudência eurocomunitária


- O juiz comunitário assumiu uma função que não se esgota no papel típico do
Tribunal, mas por ter autoridade de interprete máximo dos Tratados institutivos e
das normas e atos adotados na sua aplicação, o TJUE aderiu a uma conceção
voluntarista sobre o seu lugar no sistema institucional da UE.
- Representam uma certa ideia de Europa e têm um a empenhada atividade
interpretativa ao espírito dos Tratados em detrimento da sua letra.
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- O ativismo judicial tornou possível ao TJUE extrair o espírito do sistema.

- A partir dos finais dos anos 80 e, em especial, depois do Tratado de Maastricht, o


TJUE moderou a sua pré-compreensão voluntarista e acentuou a preocupação
em consolidar e desenvolver os pressupostos jurídico-institucionais de uma
Comunidade de Direito.

- As sucessivas revisões dos Tratados desenvolveram aos Estados-membros a


responsabilidade pelas opções fundamentais do processo de integração e
subtraíram ao TJUE um espaço de determinação normativa que outrora ocupou,
para compensar a inércia do decisor político.
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- Competências
- Segundo o art. 19.º, n.º 3, TUE, são três as áreas fundamentais da competência do
TJUE.
- Tem amplas competências como forma de assegurar uma interpretação e
aplicação uniformes dos Tratados, potenciada por uma interpretação
jurisprudencial que favorece a reserva de jurisdição eurocomunitária como um
corolário da autonomia e especificidade da ordem jurídica da UE.

- São dois os critérios de construção de uma tipologia das vias processuais


eurocomunitárias:
- Critério que atende à relação (direta ou indireta) com base jurídica nos Tratados.
- Critério que privilegia a função inerente à via de Direito.
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- Função declarativa: função de declaração (interpretação, identificação,


apreciação da validade) do Direito da UE, aplicável a um cenário processual que
se caracteriza por ausência de litígio entre partes, em que compete ao juiz da UE
identificar e interpretar o Direito aplicável a um litígio concreto pendente nos
tribunais judiciais (art. 267.º, TFUE) ou interpretar os Tratados na perspetiva de
fundamentar um juízo de (in)compatibilidade de um projeto de acordo
internacional (art. 218.º, n.º 11, TFUE).

- Função contenciosa: abre o TJUE aos conflitos de interesses e direitos, cuja tutela é
reclamada pelas partes no processo, desdobrando-se em quatro modalidades.
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- Contencioso de legalidade: apreciação da questão da legalidade de atos ou


omissões das instituições, órgãos e organismos da UE, por via principal ou via da
exceção, em que o juiz comunitário só pode anular (ou não) o ato jurídico da UE,
declarar (ou não) a sua invalidade ou, no caso de omissão, declarar (ou não) a
sua ilegalidade.

- Contencioso do incumprimento: limita a pronúncia do TJUE a eventual declaração


de incumprimento imputável a Estado-membro demandado.
- Não estão em apreciação comportamentos dos Estados-membros e o TJUE pode
aplicar sanções pecuniárias ao acusado, mas, em caso algum pode anular direito
nacional.
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- Contencioso de plena jurisdição: exorbita-se a pronúncia de anulação e podem


condenar a UE.

- Providências cautelares: o juiz assegura a composição provisória dos interesses em


jogo, de modo a evitar a produção de efeitos irreversíveis, que esvaziariam de
conteúdo a decisão final.

- O âmbito de competência do TJUE pode ser alargado por via da cláusula


compromissória, por compromisso com Estado-membro, por ato unilateral do
Conselho.
- Na prática as extensões ocorreram por: ato unilateral do Conselho (Reg.
20.12.1993); convenções internacionais com terceiros (EEE – 02.05.1992) ou entre
Estados-membros.
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- No exercício dos seus poderes, o TJUE tem jurisdição plurifuncional, podendo


funcionar, dependendo da natureza dos litígios a dirimir e atos do Direito da UE a
aplicar como:

- Jurisdição constitucional: velando pela inviolabilidade dos Tratados e em especial


no garante dos Direitos Fundamentos; dirime litígios entre a repartição de
competências entre a UE e os Estados-membros.

- Jurisdição administrativa: além o contencioso em matéria de função pública


(Tribunal da Função Pública), o TJUE está investido de poderes de controlo e de
condenação da autoridade administrativa da UE (pode anular decisões da
Comissão ou impor-lhe certo comportamento).
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- Jurisdição internacional: competente para apreciar litígios entre Estados-membros


que não perderam a sua qualidade de sujeitos de Direito Internacional Público.

- Jurisdição reguladora: em resposta às questões de interpretação e validade


suscitadas pelos tribunais nacionais.
- Não se trata de uniformizar a jurisprudência nacional, mas antes, de estabelecer
parâmetros ou critérios aferidores do grau admissível de flutuação decisória por
parte do tribunal nacional ( art. 256.º, n.º 3, §3, TFUE).

- Com o Tratado de Lisboa ocorreu o alargamento do controlo jurisprudencial a


outros domínios, em consequência da despilarização, em que se alarga a matéria
de outros pilares.
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- Segundo o art. 275.º, TUE, o TJUE não dispõe de competências no que respeita à
PESC, mas pode controlar a observância com o art. 40.º, TUE; pronunciar-se sobre
os recursos de anulação instaurados por particulares com fundamento na alegada
violação de direitos resultantes de medidas restritivas.

- Segundo o art. 276.º, TFUE, nas matérias do espaço de liberdade, segurança e


justiça, a competência do TJUE não pode ser exercida em relação a operações
policiais nos Estados-membros nem incidir sobre a segurança interna.

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