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Aprendizagem Conectada
Atividades Escolares
2° ano do Ensino Médio
História1
Códigos das Habilidades Objetos de conhecimentos
(EM13CHS105) Identificar, contextualizar e criticar tipologias
(EM13CHS105) evolutivas (populações nômades e sedentárias, entre outras) e
oposições dicotômicas (cidade/campo, cultura/ natureza,
civilizados/bárbaros, razão/emoção, material/virtual etc.),
explicitando suas ambiguidades.
Nome da Escola:
Nome do Professor:
Nome do estudante:
Período: ( ) vespertino ( ) matutino Turma 2° ano ___
O que é Cultura?
CONCEITO DE CULTURA:
O termo cultura possui hoje diversos conceitos. Para se ter ideia da sua
abrangência, estudiosos de diferentes áreas do conhecimento como Antropologia, a
Sociologia e a Psicologia, por exemplo, já dedicaram parte do seu trabalho ao estudo
específico do termo sem, no entanto, chegarem a um consenso. Originalmente, esta
expressão vem do latim – colere – e significa cultivar. Com os romanos, na Antiguidade, a
palavra cultura foi usada pela primeira vez no sentido de destacar a educação aprimorada
de uma pessoa, seu interesse pelas artes, pela ciência, filosofia, enfim, por tudo aquilo
que o aspecto, a abrangência do termo tornou-se, de lá até nossos dias, cada vez maior,
sendo aplicado nas mais diversas situações, ou seja, desde o plantio de um produto
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A divisão da carga horária por componente curricular deve ser registrada de acordo com o horário de aula da
respectiva unidade escolar.
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agrícola, do cultivo da pesca, criação de animais etc., até o trabalho científico realizado
por pesquisadores das Universidades. A todas essas atividades, portanto, podemos
aplicar o termo cultura.
Apenas para ilustrar, no Novo Dicionário de Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque
de Holanda Ferreira, aparecem nada menos que oito conceitos diferentes de cultura. De
todos, vale a pena destacar o terceiro, que parece ser o mais abrangente e o mais
completo:
Cultura é:
O complexo dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições e de
outros valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente e característicos de uma
sociedade; civilização: a cultura ocidental: a cultura dos esquimós.
Assim, e conforme o conceito acima – o que podemos entender por cultura?
Cultura, quando aplicada ao nosso estilo de vida, ao convívio social, nada tem a ver com
a leitura de um livro ou aprender a tocar um instrumento, por exemplo. Na realidade, o
trabalho do antropólogo, estudioso da cultura humana, começa pela investigação de
culturas, ou seja, pelo modo de vida, padrões de comportamento, sistema de crenças,
que são característicos de cada sociedade. Em outras palavras, pode-se dizer que
nenhuma sociedade, nenhum povo, seja ele atrasado ou desenvolvido, primitivo ou
civilizado, jamais agirá de forma idêntica aos demais. Poderá haver, isso sim, algumas
semelhanças. O monoteísmo, por exemplo, tornam semelhantes às sociedades, os povos
que acreditam em um só deus. Mas assemelha-os, apenas. A forma de cultuar esse deus,
seu significado, o que ele representa, enfim, todo o sistema de crenças é diferente de um
povo para outro.
No Brasil, as mesmas formas de conduta e os padrões culturais mudam
nitidamente de uma região para outra, embora formalmente haja unidade cultural
determinada principalmente pela unicidade do idioma português e da religião católica. Na
prática, porém, a situação é outra. Há uma cultura regional no Norte do nosso país, que
bem caracteriza o estilo de vida do homem da Amazônia e o diferencia literalmente do
habitante do Sudeste e Sul.
Não bastassem os usos e costumes diferentes, o nortista (assim como o gaúcho e
o nordestino) criou algumas expressões que lhes são próprias. É o que acontece com a
palavra palhaço. Enquanto no Sudeste e Sul ela é sistematicamente usada para xingar,
dirigir insultos, no Norte ela mantém apenas o significado original, ou seja, o artista de
circo que faz rir. Curioso notar que, nesse caso, a pessoa a quem foi dirigida a expressão
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fica até lisonjeada e orgulhosa por ter sido comparada a um artista.
O fato significativo, no entanto, é sabermos que jamais encontraremos duas
comunidades com culturas iguais. É preciso notar que a sociedade é formada por um
contingente organizado de pessoas, regidas pelo mesmo conjunto de normas e leis, que
de alguma forma aprenderam a viver e a trabalhar juntas para a própria manutenção
dessa sociedade. Uma cultura, por outro lado, é também um grupo organizado de
padrões culturais, normas, crenças, leis naturais, convenções, entre outras coisas, em
constante processo de transformação. Assim, apesar da inter-relação cultura e sociedade
ser muito estreita e ininterrupta, de serem mesmo imprescindíveis uma à outra, temos de
ter sempre em mente o seguinte aspecto: são duas coisas distintas que apresentam
dinâmicas diferentes.
Nesses termos, é claro, nada impede, por exemplo, que a sociedade brasileira
tenha uma cultura que abranja todo o seu território e, ao mesmo tempo, coexista com
essa cultura a nível nacional e uma outra regional. Até porque a própria dinâmica da
cultura, seu processo de transformação, permite, ao longo do curso da história, a
aquisição de novos elementos e o abandono (quase sempre por desuso) de outros. Esse
fenômeno é universal e tem influências no folclore de qualquer sociedade. Com o advento
dos veículos de comunicação de massa, vamos notar que esse processo, em parte, tende
a se homogeneizar.
Significado de Diversidade Cultural
A diversidade cultural está diretamente ligada à pluralidade da expressão, à
variedade dos costumes e às maneiras de diferenciação. De uma forma bastante simples,
a diversidade delimita e exalta uma dada cultura.
Os processos de colonização de séculos passados criaram uma maior
homogeneização. Extinguindo inúmeras culturas, a diversidade chega para representar e
destacar as que ainda sobrevivem.
A miscigenação cultural, no entanto, possibilita que um pouco da diversidade
cultural da Ásia resida na América. Que uma parcela da África esteja na Europa, e assim
por diante.
A globalização não só abrangeu o mundo no campo da economia e da
comunicação. Ela também possibilitou uma troca de experiências; uma vazão da
diversidade cultural que pouco se via em alguns lugares, e agora se espalha pelo mundo.
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Fonte: http://tresdemaionews.blogspot.com/2012/11/
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distanciaria a diversidade entre culturas ao aproximar nações em demasia. Pensando
nisso, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(UNESCO) tem um trabalho digno. O intuito é o de preservação das riquezas culturais,
bem como na manutenção de culturas, sobretudo isoladas
A UNESCO emitiu uma Declaração sobre a Diversidade Cultural. Reconhecendo
as inúmeras culturas do mundo como uma ―herança em comum da sociedade‖. A
humanidade, assim, estaria na responsabilidade de proteger e promover a diversidade
cultural.
O objetivo é o de manutenção das culturas e a permanência da identidade cultural
das diferentes nações.
Desafio de História
Figura 3: Operários
Disponível em
<https://br.pinterest.com/pin/396387204677451992/?nic_v1=1auxl4djVHMzJbXGCKHAYo7B0cccynrxj3LZtb
mp3IySuXh9C5Zw80rs6dbRXt9%2Bc%2F>. Acesso em: 9 abr. 2020.
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2. Responda a alternativa correta:
[ENEM] A recuperação da herança cultural africana deve levar em conta o que é próprio
do processo cultural: seu movimento, pluralidade e complexidade. Não se trata, portanto,
do resgate ingênuo do passado nem do seu cultivo nostálgico, mas de procurar perceber
o próprio rosto cultural brasileiro. O que se quer é captar seu movimento para melhor
compreendê-lo historicamente (MINAS GERAIS, 1988).
Com base no texto, a análise de manifestações culturais de origem africana, como a
capoeira ou o candomblé, deve considerar que elas
a) Permanecem como reprodução dos valores e costumes africanos.
b) Perderam a relação com o seu passado histórico.
c) Derivam da interação entre valores africanos e a experiência histórica brasileira.
d) Contribuem para o distanciamento cultural entre negros e brancos no Brasil atual.
e) Demonstram a maior complexidade cultural dos africanos em relação aos
europeus.
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Sobre o conceito de islamofobia, é correto afirmar:
a) Uma das causas da islamofobia está no fato do islamismo não possuir qualquer
tipo de relações com o judaísmo ou com o cristianismo.
b) Como o preconceito normalmente é consequência de generalizações, a
islamofobia tem causado intolerância e hostilidades.
c) As causas da islamofobia podem ser explicadas pelo histórico diálogo e ausência
de guerras entre cristãos e mulçumanos.
d) No decorrer dos séculos não é possível identificar um crescimento do islamismo,
causando choques religiosos através da islamofobia com o Estado Islâmico.
e) O islamismo surgiu na Arábia, portanto, pode-se afirmar que todos os árabes são
muçulmanos, justificando a islamofobia.
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geralmente inimigos entre si. E os europeus souberam bem se aproveitar das brigas
internas dos Tupi-Guarani, unindo-se a alguns grupos para atacar outros.
A aliança entre brancos e índios dava-se pela oferta de presentes (como machados
de metal, facas, espelhos, tecidos trocados por farinha, caça, filhotes de animais e
madeira), pela participação comum em atividades de guerra, dentre outros. Muitas vezes,
os conquistadores estimulavam a inimizade entre os índios para dominar o território com
mais facilidade. Mesmo quando os Tupi conseguiam reunir um número considerável de
aldeias para atacar áreas sob domínio português, tinham de enfrentar índios fiéis aos
colonizadores. Assim, embora fossem maioria, os índios acabaram sendo derrotados.
Não foi só como parceiros na guerra e na troca que os europeus encontraram um lugar no
mundo indígena. Talvez porque chegassem pelo mar, em grandes navios, trazendo
objetos desconhecidos, como armas de fogo e ferramentas de metal, os Tupi associaram
os europeus a seus grandes pajés, que andavam de aldeia em aldeia, curando,
profetizando e falando de uma terra de abundância. Esses pajés eram chamados pelos
Tupi de Caraíba e os europeus ficaram conhecidos por esse nome. Até hoje, muitos
grupos indígenas chamam os não índios de Caraíba. Os jesuítas - padres enviados ao
Brasil com a missão de convencer os índios a se tornarem católicos - aproveitaram-se
dessa associação do europeu com os grandes pajés nativos, para facilitar seu trabalho.
O discurso e as práticas dos padres, como José de Anchieta, concorriam com os
dos pajés. Muitos grupos indígenas foram convencidos a abrigar-se nos aldeamentos
jesuítas sob a proteção espiritual dos missionários. Outros fugiram para o interior, para
escapar tanto dos padres como dos soldados portugueses. Esse medo tinha razão de
existir. Alguns autores estimam que havia cerca de um milhão de índios na costa
brasileira, em 1500. Um século depois, essa população havia praticamente desaparecido.
A maior parte morreu nas guerras de conquista, por maus-tratos e pelas doenças trazidas
pelos conquistadores. O despovoamento do Brasil. Nem todos os habitantes da costa
morreram. Muitos fugiram para o interior; este, porém, já estava povoado. Tanto a
Amazônia, como o Brasil Central estavam ocupados por diversos grupos indígenas, a
maioria deles com costumes e línguas muito diferentes dos Tupi. Essa fuga para o
interior provocou uma reação em cadeia (como quando derrubamos peças de dominó
enfileiradas). Ao invadir os territórios de outros povos, os Tupi do litoral causavam novas
guerras e transmitiam as novas doenças adquiridas no contato com os europeus.
Os portugueses, por sua vez, passaram a buscar escravos cada vez mais longe da
costa. As famosas bandeiras paulistas e os bandeirantes são os representantes mais
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conhecidos desse processo de colonização violenta do interior, que levou não ao
povoamento do Brasil, como se costuma dizer, mas a seu despovoamento, matando e
escravizando dezenas de milhares de índios. Entre 1580 e 1640, as expedições paulistas
concentraram-se na captura dos Guarani - que viviam no interior dos atuais estados de
São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul - para forçá-los a trabalhar na
lavoura. Com o esgotamento dessa fonte de mão-de-obra, os paulistas voltaram-se para a
região dos rios Araguaia e Tocantins, que já vinham explorando irregularmente desde o
começo daquele século.
As mortes causadas pelas doenças serviam de combustível às expedições de
escravização. Criava-se um círculo vicioso: a falta de mão-de-obra indígena nas
imediações das vilas aumentava as ações de escravização no interior; a escravização
expunha cada vez mais as populações indígenas às epidemias; com as epidemias,
tornava-se necessário a realização de novas expedições no interior. Foi assim que o
Brasil foi sendo despovoado. Ali, onde havia uma população indígena numerosa, foram-se
criando vazios populacionais, territórios livres para serem ocupados pelos colonizadores.
Mas não pense que isto tudo é passado. Ainda hoje, os cerca de 300 mil índios vivendo
no Brasil têm de lutar para garantir a posse de suas terras - estes colonizadores dos
nossos dias, que descobriram novos métodos para retirar os índios de suas terras e as
riquezas que nelas existem.
Desafio de História
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d) O que aconteceu com os índios que habitavam a costa do litoral brasileiro e que foram
os primeiros a manter contato com os portugueses?
e) De acordo com o autor, qual foi o significado das bandeiras e dos bandeirantes para
os indígenas que viviam no interior do Brasil? Antes de responder a questão, busque o
significado do termo bandeiras.
f) Para o autor, os bandeirantes foram responsáveis não pelo povoamento, mas pelo
despovoamento do Brasil. O que ele quis dizer com isto? Explique.
g) Explique a relação entre os termos ―terras virgens‖ e ―terras habitadas‖?
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uma curiosa contradição em ter o tradicional e o moderno, finalmente, o sinal definitivo da
transformação dos ―índios‖ em ―brancos‖.
Fonte: http://biracijryawanawa.blogspot.com/2011/02/indio-e-tecnologia.html
Passado o choque dos primeiros contatos, os povos indígenas estão procurando
entrar em novas relações com os ―brancos‖, não contra eles, mas através destes,
apropriando-se dos seus objetos a dando a eles significados particulares, utilizando-os
para seus próprios projetos de reproduzirem-se como sociedades e de continuidade de
suas culturas, reaproximando parentes, unificando forças, preservando memórias,
técnicas, pinturas corporais, cantos, mitos e rituais. A apropriação de novas tecnologias
pelos os povos indígenas têm se tornado um poderoso instrumento em seus projetos de
sociedade e de continuidade (que é bem diferente de continuação) cultural-indissociáveis
das relações que estabelecem com o meio ambiente em seus territórios. Em troca, os
povos indígenas estão indicando aos ―brancos‖, que estão fazendo sua parte em favor do
equilíbrio ambiental e do planeta, trabalhando, também, em favor da continuidade da
própria existência humana.
Fonte: Disponível em: <http://biracijryawanawa.blogspot.com/2011/02/indio-e-tecnologia.html>. Acesso em:
14 abr. 2020.
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2° ano do Ensino Médio
Geografia2
Códigos das Habilidades Objetos de conhecimentos
(EM13CHS105) Identificar, contextualizar e criticar tipologias
(EM13CHS105) evolutivas (populações nômades e sedentárias, entre outras) e
oposições dicotômicas (cidade/campo, cultura/ natureza,
civilizados/bárbaros, razão/emoção, material/virtual etc.),
explicitando suas ambiguidades.
Nome da Escola:
Nome do Professor:
Nome do estudante:
Período: ( ) vespertino ( ) matutino Turma 2° ano ___
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A divisão da carga horária por componente curricular deve ser registrada de acordo com o horário de aula da
respectiva unidade escolar.
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Fonte:https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/distribuicao-agua-no-
brasil.htm.
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O território brasileiro possui em sua maior parte rios perenes com sistema de
alimentação pluvial tropical, ou seja, são abastecidos pelas águas das chuvas,
principalmente no período correspondente ao verão, com períodos de cheias nessa
estação e vazante no período do inverno quando o índice pluviométrico diminui. Com
exceção de alguns rios nordestinos cujas cheias ocorrem entre as estações do outono e
Figura: Rio Perene
inverno.
Na porção setentrional do sertão nordestino estão localizados os rios intermitentes,
do território brasileiro, em uma região de clima semi-árido tendo como característica
principal o regime irregular de chuvas, sendo este um dos maiores responsáveis pela
existência destes rios nesta região. Seu desaparecimento temporário no período de seca
ocorre devido o lençol freático se tornar mais baixo do que o nível do canal do rio, e
cessando sua alimentação, devido ao período de estiagem.
Grande parte dos rios brasileiros apresenta a foz em forma de estuário. Um
estuário é o ambiente aquático de transição entre um rio e o mar. O estuário sofre a
influência das marés e apresenta fortes gradientes ambientais, desde águas doces
próximos da sua cabeceira, águas salobras, e águas marinhas próximo da sua
desembocadura.
Figura: Estuário do Rio São Francisco
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Desafio de Geografia
2. O Brasil é detentor das maiores reservas de água doce do planeta, com cerca de
12% do total mundial. Descreva como ocorre a distribuição desses recursos no
território nacional.
Hidreletricidade
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destacando-se também entre os países que possuem maior participação da
hidroeletricidade no total da energia elétrica gerada.
Hidrelétricas no Brasil*
A energia elétrica atende cerca de 92% dos domicílios no país. As hidrelétricas no
Brasil correspondem a 90% da energia elétrica produzida no país. A instalação de
barragens para a construção de usinas iniciou-se no Brasil a partir do final do século XIX,
mas foi após a Segunda Grande Guerra Mundial (1939-1945) que a adoção de
hidrelétricas passou a ser relevante na produção de energia brasileira.
Apesar de o país apresentar o terceiro maior potencial hidráulico do mundo (atrás
apenas de Rússia e China), o Brasil importa parte da energia hidrelétrica que consome.
Isso porque a maior hidrelétrica das Américas e segunda maior do mundo, a Usina de
Itaipu, não é totalmente brasileira. Por se encontrar na divisa do país com o Paraguai,
50% da produção da usina pertence ao país vizinho que, na incapacidade de consumir
esse montante, vende o excedente para os brasileiros. Além do mais, o Brasil também
compra energia produzida pelas hidrelétricas argentinas de Garabi e Yaceritá.
O país está entre os que possuem a maior estrutura de recursos naturais para
geração de energia do mundo:
1) Usina Hidrelétrica de Itaipu: Estado:Paraná|Rio: Paraná|Capacidade:14.000 MW
2) Usina Hidrelétrica de Belo Monte: Estado:Pará|Rio: Xingú|Capacidade: 11.233 MW
3) Usina Hidrelétrica São Luíz do Tapajós: Estado:Pará|Rio:Tapajós|Capacidade:8.381
MW
4) Usina Hidrelétrica de Tucuruí:Estado: Pará | Rio: Tocantins| Capacidade: 8.370 MW
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5) Usina Hidrelétrica de Santo Antônio:Estado: Rondônia|Rio: Madeira|Capacidade:
3.300 MW
6) Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira:Estado:São Paulo|Rio: Paraná|Capacidade: 3.444
MW
7) Usina Hidrelétrica de Jirau: Estado: Rondônia|Rio: Madeira|Capacidade: 3.300 MW
8) Usina Hidrelétrica de Xingó: Estados: Alagoas e Sergipe| Rio:São Francisco|
Capacidade: 3.162 MW
9) Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso IV: Estado: Bahia|Rio: São
Francisco|Capacidade: 2.462 MW
10) Usina Hidrelétrica Jatobá: Estado: Pará|Rio: Tapajós| Capacidade: 2.338 MW
Desafio de Geografia
2. Embora gere energia elétrica mais limpa e barata do que outras fontes e melhore o
abastecimento de água, a construção de uma hidrelétrica gera, necessariamente,
impactos. Quais são exemplos desses impactos?
a) ( ) O desalojamento de populações, o alagamento de áreas de vegetação nativa ou de
áreas agrícolas, além da alteração na vazão dos rios, entre outros impactos
socioambientais.
b) ( ) O aumento na produção agrícola e, consequentemente, na exportação desses
produtos para os países desenvolvidos.
c) ( ) Expansão das regiões de colonização agrícola e diminuição do desmatamento.
d) ( ) Ampliação da oferta do desemprego nas regiões próximas desse hidrelétrica.
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e) ( ) Redução considerável na emissão de CO2 e, consequentemente, melhoria nos
índices de conforto térmico.
5. O que deve sempre preceder a implantação de uma usina hidrelétrica? Marque a opção
correta.
a) ( ) Estudos que mostrem a viabilidade econômica e geração de empregos;
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b) ( ) A necessidade da produção de energia para atender a demanda da sociedade.
c) ( ) Os benefícios resultantes dessa implantação para as indústrias e o comércio.
d) ( ) Estudo das consequências ambientais, sociais e arqueológicas, para mensurar a
viabilidade técnica, social, ambiental e econômica do represamento.
e) ( ) A possibilidade de exportação do excedente de energia para outras regiões.
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Aprendizagem Conectada
Atividades Escolares
2° ano do Ensino Médio
Filosofia3
Códigos das Habilidades Objetos de conhecimentos
(EM13CHS101) Identificar, analisar e comparar diferentes
(EM13CHS101) fontes e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas
(EM13CHS103) à compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos
históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais
e culturais.
(EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e
compor argumentos relativos a processos políticos, econômicos,
sociais, ambientais, culturais e epistemológicos, com base na
sistematização de dados e informações de diversas naturezas
(expressões artísticas, textos filosóficos e sociológicos,
documentos históricos e geográficos, gráficos, mapas, tabelas,
tradições orais, entre outros).
Nome da Escola:
Nome do Professor:
Nome do estudante:
Período: ( ) vespertino ( ) matutino Turma 2° ano ___
TEXTO 1:
Figura: Império de Axum
Recebe o nome de Império de Axum o antecessor natural
do Império da Etiópia, que existiu por volta do século IV a.C. até o
primeiro século da atual era. Este, por sua vez, foi o sucessor de
um reino localizado na Eritreia e norte da Etiópia, conhecido como
Diamat, que existiu por volta de 700 até 400 a.C. Como o próprio
nome indica, a capital do reino estava localizada na cidade de
Axum, bem ao norte do atual estado africano, famosa por ali ser
apontado
Fonte: como
pt.wikipedia.org o lugar onde é guardada por monges ortodoxos etíopes a Arca da
Aliança. [...]
O império Axumita teve importância definitiva no comércio entre o Império
Romano e o subcontinente indiano, servido de "ponte" para a troca de produtos entre o
ocidente e o oriente. Prova da import ncia deste antigo reino africano é atestado pela
cunhagem de inúmeras moedas de ouro e prata, durante a administração de v rios
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A divisão da carga horária por componente curricular deve ser registrada de acordo com o horário de aula da
respectiva unidade escolar.
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Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE
monarcas locais, e que traziam inscrições em Ge ez a língua do império) e grego, prova
de que este antigo estado tinha proeminência no comércio internacional de seu tempo (o
grego era a língua preferencial para qualquer contato internacional). Foi aliás nesta época
que se criou a escrita Ge'ez, ainda hoje utilizada, um dos poucos sistemas de escrita
exclusivamente africano.
Ainda durante a existência do estado de Axum, o povo etíope adotou a religião
cristã, durante o reinado de Ezana (cerca de 320 da era Cristã), adaptando-a à sua
realidade e tornando-a uma forma de identificação de sua nacionalidade. Apesar disso, a
igreja ortodoxa etíope ficaria subordinada à igreja copta egípcia desde o início até 1959,
quando finalmente estes dois ramos do cristianismo com seus ritos particulares se
separaram. Antes de sua conversão ao cristianismo, o povo adotava uma religião própria
que tinha nos elementos da natureza o alvo de seu culto (o símbolo desta religião aparece
nas moedas do reino, uma lua crescente, com as pontas para cima). Uma porcentagem
considerável dos súditos de Axum cultuava ainda o judaísmo, praticado na Etiópia atual
por menos de 1% da população total.
Axum chegará ao fim devido à expansão muçulmana e a pressão de reinos
vizinhos. A população do Império foi forçada a se isolar no interior de seu território,
causando consequente declínio de sua cultura e comércio, apagando aos poucos os
traços desta distinta sociedade. O Império Axumita seria sucedido pelo Estado constituído
pela dinastia Zagwe, que floresceu por volta do século XI.
FILOSOFIA
Figura: Aristóteles
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Texto extraído do autor: MARCONDES, Danilo. Textos básicos de filosofia: dos pré-socráticos a
Wittgenstein. 6.ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2000.
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a intenção de todos os legisladores; os que não a põem corretamente em prática falham
em seu objetivo, e é sob este aspecto que a boa constituição difere da má.
Ademais, toda excelência moral é produzida e destruída pelas mesmas causas e
pelos mesmos meios, tal como acontece com toda parte, pois é tocando a cítara que se
formam tanto os bons quanto os maus citaristas, e uma afirmação análoga se aplica aos
construtores e a todos os profissionais; os homens são bons ou maus construtores por
construírem bem ou mal. Com efeito, se não fosse assim não haveria necessidade de
professores, pois todos os homens teriam nascido bem ou mal dotados para as suas
profissões. Logo, acontece o mesmo com as várias formas de excelência moral; na
prática de atos em que temos de engajar-nos dentro de nossas relações com outras
pessoas, tornamo-nos justos ou injustos; na prática de atos em situações perigosas, e
adquirindo o hábito de sentir receio ou confiança, tornamo-nos corajosos ou covardes. O
mesmo se aplica aos desejos e à ira; algumas pessoas se tornam moderadas e amáveis,
enquanto outras se tornam concupiscentes ou irascíveis, por se comportarem de
maneiras diferentes nas mesmas circunstâncias. Em uma palavra, nossas disposições
morais resultam das atividades correspondentes às mesmas. É por isto que devemos
desenvolver nossas atividades de uma maneira predeterminada, pois nossas disposições
morais correspondem às diferenças entre nossas atividades. Não será pequena a
diferença, então, se formarmos os hábitos de uma maneira ou de outra desde nossa
infância; ao contrário, ela será muito grande, ou melhor, ela será decisiva.
Desafio de Filosofia
1) Quais são as duas espécies de excelência para Aristóteles? Assinale a opção correta:
a) ( ) a intelectual e social
b) ( ) a moral e a individual
c) ( ) a intelectual e a moral
d) ( ) a social e comunitária
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a) ( ) a excelência intelectual deve tanto o seu nascimento quanto o seu desenvolvimento
à instrução.
b) ( ) a excelência intelectual não deve tanto o seu nascimento quanto o seu
desenvolvimento à instrução.
c) ( ) a excelência intelectual deve em parte tanto o seu nascimento quanto o seu
desenvolvimento à instrução.
d) ( ) a excelência intelectual deve tanto o seu nascimento quanto o seu desenvolvimento
das forças vitais.
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Atividades Escolares
2° ano do Ensino Médio
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respectiva unidade escolar.
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em que o capitalismo ainda estava em formação, Marx não formulou uma teoria
específica sobre o Estado e o poder. Num primeiro momento, ele se aproximou da
concepção anarquista, definindo o Estado como uma entidade abstrata, em contradição
com a sociedade. Seria uma comunidade ilusória, que procuraria conciliar os interesses
de todos, mas principalmente daqueles que dominavam economicamente a sociedade.
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como será possível o indivíduo manter sua independência diante dessa total
burocratização da vida?
Esse foi o tema central da Sociologia política weberiana. Se Durkheim tinha como
foco a sociedade francesa, Weber manifestava uma preocupação específica com a
estrutura política alemã, mas levava em conta também o sistema político dos Estados
Unidos e da Inglaterra. Além disso, estava atento ao que acontecia na Rússia,
principalmente após a revolução de 1905.
Para ele, na Alemanha unificada por Otto von Bismarck, o Estado era
fundamentado nos seguintes setores da sociedade: o Exército, os junkers (grandes
proprietários de terras), os grandes industriais e a elite do serviço público (alta
burocracia). Em 1917, escrevendo sobre Bismarck, dizia que este havia deixado uma
nação sem educação e sem vontade política, acostumada a aceitar que o grande líder
decidisse por ela.
Ao analisar o Estado alemão, Weber afirma que o verdadeiro poder estatal está
nas mãos da burocracia militar e civil. Portanto, para ele, o ―Estado é uma relação de
homens dominando homens‖ mediante a violência, considerada legítima, e ―uma
associação compulsória que organiza a dominação‖. Para que essa relação exista, é
necessário que os dominados obedeçam à autoridade dos que detêm o poder. Mas o que
legitima esse domínio? Para Weber há três formas de dominação legítima: a tradicional, a
carismática e a legal.
A dominação tradicional é legitimada pelos costumes, normas e valores tradicionais
e pela ―orientação habitual para o conformismo‖. É exercida pelo patriarca ou pelos
príncipes patrimoniais. A dominação carismática está fundada na autoridade do carisma
pessoal o ―dom da graça‖), da confiança na revelação, do heroísmo ou de qualquer
qualidade de liderança individual. É exercida pelos profetas das religiões, líderes militares,
heróis revolucionários e líderes de um partido.
A dominação legal é legitimada pela legalidade que decorre de um estatuto, da
competência funcional e de regras racionalmente criadas. Está presente no
comportamento dos ―servidores do Estado‖.
Para Max Weber, portanto, o Estado é uma organização sem conteúdo inerente;
apenas mais uma das muitas organizações burocráticas da sociedade.
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deixava os indivíduos em condições de exercitar os direitos políticos.
Immanuel Kant, filósofo alemão, afirmava que para exercer os direitos políticos era
necessário não ser criança ou mulher. Mas não bastava a condição de homem; era
preciso ser senhor de uma propriedade que lhe desse sustento. O dependente, o criado e
o operário não podiam ser membros do Estado e não estavam qualificados para serem
cidadãos.
Edmund Burke, pensador inglês de visão conservadora, ao analisar os perigos da
Revolução Francesa para a sociedade burguesa, afirmava que somente uma elite tinha o
grau de racionalidade e de capacidade analítica necessária para compreender o que
convinha ao bem comum. Afirmava ainda que a propriedade garantia a liberdade, mas
exigia a desigualdade. Essas ideias ainda estão presentes nos dias de hoje, expressando-
se, por exemplo, quando se afirma que o povo não sabe votar, que para ser deputado,
senador ou mesmo presidente da República são necessários determinados atributos que,
normalmente, só os membros das classes proprietárias possuem, como nível
universitário, experiência administrativa, etc. A ação e o discurso contra a presença de
trabalhadores, ou daqueles que defendem seus direitos, no Parlamento ou em cargos
executivos, é algo muito antigo, mas está presente na sociedade contemporânea em
geral, e muito claramente no Brasil.
Muitas pessoas também pensam que só se pode fazer política institucional por
meio dos partidos políticos. Mas os partidos nasceram por causa da pressão exercida por
quem não tinha acesso ao Parlamento. No início do Estado liberal, a ideia de partido era
inaceitável, pois se considerava que o Parlamento devia ter unidade de formação e
pensamento, não comportando divisões ou ―partes‖ o que a palavra partido expressa).
Votavam e eram votados, na prática, apenas os que possuíam propriedades e riqueza, ou
seja, aqueles que podiam viver para a política, já que não precisavam se preocupar com
seu sustento. Assim, o Parlamento reunia os proprietários. Estes discutiam as leis que
regeriam a sociedade como um todo com base na visão deles.
Somente quando outros setores da sociedade começaram a lutar por participação
na vida política institucional, principalmente os trabalhadores organizados, os partidos
políticos começaram a aparecer e a defender interesses diferentes: de um lado, o
daqueles que queriam mudar a situação e, de outro, o daqueles que queriam mantê-la.
Pelas razões expostas, o pensador francês Claude Lefort, em seu livro A invenção
democrática (1983), afirma que é uma aberração considerar a democracia uma criação da
burguesia. Essa classe sempre procurou impedir que o liberalismo se tornasse
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democrático, limitando o sufrágio universal e a ampliação de direitos, como os de
associação e de greve, e criando outras tantas artimanhas para excluir a maior parte da
população da participação nas decisões políticas. Por isso, para ele, a democracia é a
criação contínua de novos direitos. Não é apenas consenso, mas principalmente a
existência de dissenso.
O sociólogo português Boaventura de Sousa Santos propõe outros elementos para
analisar a questão da democracia e da representação. Ele afirma que a democracia no
mundo contemporâneo nos oferece duas imagens muito contrastantes. Por um lado, a
democracia representativa é considerada internacionalmente o único regime político
legítimo. Por outro, existem sinais de que os regimes democráticos, nos últimos vinte
anos, traíram as expectativas da maioria da população, principalmente das classes
populares.
As revelações mais frequentes de corrupção permitem concluir que alguns
governantes legitimamente eleitos usam o mandato para enriquecer à custa do povo e
dos contribuintes. Há também o desrespeito dos partidos por seus programas eleitorais
logo após as eleições, o que faz os cidadãos sentirem-se pessimamente representados e
acreditarem cada vez menos na democracia representativa.
Até aqui vimos análises sobre o poder e a política que privilegiam suas relações
com o Estado. Mas existem pensadores que analisam a questão do poder e da política de
modo diferente: não dão primazia às relações com o Estado, mas a elementos que estão
presentes em todos os momentos de nossa vida. Entre eles, destacamos os franceses
Michel Foucault (1926-1984) e Gilles Deleuze (1925-1995).
Foucault se propôs analisar a sociedade com base na disciplina no cotidiano. Para
ele, todas as instituições procuram disciplinar os indivíduos desde que nascem. Assim
acontece na família, na escola, nos quartéis, nos hospitais, nas prisões, etc., pois o
fundamental é distribuir, vigiar e adestrar os indivíduos em espaços determinados. Diz ele
que, além dos aspectos institucionais ou até jurídicos dessas instituições, esse poder
desenvolve-se por meio de gestos, atitudes e saberes. É o que chama de ―arte de
governar‖, entendida como a racionalidade política que determina a forma de gestão das
condutas dos indivíduos de uma sociedade.
Nesse sentido, em seu livro Microfísica do poder, ele afirma: ―nada é político, tudo
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é politizável, tudo pode tornar-se político‖. Seguindo as pistas de Foucault, Deleuze
declara que vivemos ainda numa sociedade disciplinar, mas já estamos percebendo a
emergência de uma sociedade de controle. A sociedade disciplinar é a que conhecemos
desde o século XVIII. Ela procura organizar grandes meios de confinamento: a família, a
escola, a fábrica, o exército e, em alguns casos, o hospital e a prisão. O indivíduo passa
de um espaço fechado para outro e não para de recomeçar, pois em cada instituição deve
aprender alguma coisa, principalmente a disciplina específica do lugar.
Na sociedade disciplinar, a fábrica, por exemplo, é um espaço fixo e confinado
onde se produzem bens. A fábrica concebe os indivíduos como um só corpo, com a dupla
vantagem de facilitar a vigilância por parte dos patrões, que controlam cada elemento na
massa, e de facilitar a tarefa dos sindicatos, que mobilizam uma massa de resistência.
O que nos identifica, na escola, no exército, no hospital, na prisão ou nos bancos, é
a assinatura e o número na carteira de identidade e na carteira profissional, além de
diversos outros documentos. A sociedade de controle está aparecendo lentamente, e
alguns de seus indícios j são perceptíveis. Ela é como uma ―prisão ao ar livre‖, na
expressão do filósofo e sociólogo alemão Theodor Adorno. Os métodos de controle
utilizados são de curto prazo e de rotação rápida, mas contínuos e ilimitados. São
permanentes e de comunicação instantânea. Como não têm um espaço definido, podem
ser exercidos em qualquer lugar. Exemplos de modos de controlar as pessoas
constantemente são as avaliações permanentes e a formação continuada.
Outra forma de controle contínuo são os ―conselhos‖ a respeito da saúde que estão
presentes em todas as publicações, na televisão e na internet: ―Não coma isso porque
pode engordar ou aumentar o nível de colesterol ruim. Faça exercícios pela manhã ou
pela tarde, desta ou daquela maneira, para ter uma vida mais saudável. Tome tal remédio
para isso, mas não tome para aquilo‖. Os controles nos alcançam em todos os momentos
e lugares. Não há possibilidade de fuga. Se na sociedade disciplinar o elemento central
de produção é a fábrica, na de controle é a empresa, algo mais fluido. Se a fábrica já
conhecia o sistema de prêmios, a empresa o aperfeiçoou como uma modulação para
cada salário, instaurando um estado de eterna instabilidade e desafios. Se a linha de
produção é o coração da fábrica, o serviço de vendas é a alma da empresa.
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Figura: Poder, Política e Estado
Desafio de Sociologia
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meditar não apenas sobre o processo político tal qual ele ocorre, mas sobre como nos
parece que ele deve vir a ser. Dessa forma, a identificação de forças virtuais de
inconformismo com respeito à tendência ―natural‖ ao burocratismo e a apatia,
especialmente entre as massas urbanas, e a reafirmação de ideais capazes de
contraporem-se ao rolo compressor da ―falta de tradução urbana‖ ou da ―tendência ao
compromisso‖ torna-se essencial para uma possível dinamização da vida política. A
ativação da sociedade urbano-industrial requer, mais do que nada, a substituição da
ideologia do compromisso por outra que rotinize o conflito e que permita legitimar
socialmente a ideia de que sem movimento, luta e tensão será impossível fazer uma
genuína transformação política.
Para que as transformações sociais não se estiolem numa pseudo-reforma das
estruturas controladas por elites que se pensam iluminadas pela técnica e pela ciência
risco inerente às ―reformas burguesas‖, mas não ausente nas reformas socialistas) é
preciso que ―nossa revolução‖ venha de baixo, como h quase 40 anos dizia um escritor
brasileiro ao fazer a critica ao fascismo nascente daquela época.
Sem a reativação das bases populares e sem uma ideologia antiburocrática
baseada na responsabilidade individual e na consciência das necessidades sociais, o
salto do patrimonialismo ao corporativismo tecnocrático pode levar os povos latino-
americanos a reviver na ―selva das cidades‖ a barb rie tão temida pelos socialistas do
século XIX. Se não houver a reativação da sociedade por meio de vigorosos movimentos
sociais, forçando a participação política e a definição de novas formas de controle das
empresas, das cidades, do Estado e das instituições sociais básicas, há o risco da criação
de um horroroso mundo novo que substituirá a cidade – antigo foro da liberdade –por
―Alphavilles‖ plenamente aparelhados, através da tecnologia das comunicações de massa
e da apatia, para reproduzir um estilo de ―sociedade congelada‖. (CARDOSO, 1975)
Questão: Segundo o autor, onde se situam as forças que poderiam derrotar o
autoritarismo? Explique: _____________________________________________.
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configurações nas relações trabalhistas que podem acarretar o aumento de desempregos
e subempregos.
Quando compramos e utilizamos um produto como uma simples calça jeans, por
exemplo, nem sempre paramos para pensar em todo o processo de produção. Para
produzi-la, foi necessário o cultivo do algodão nos campos e fazendas, sua transformação
em um tecido, o corte e costura para transformá-lo em calça jeans, o transporte até as
lojas para, finalmente, a roupa ser vendida para você. Quanto trabalho envolvido numa
única peça de roupa, não é mesmo? Hoje em dia, podemos até comprar essa peça de
roupa via internet, o que requer outros tipos de trabalho envolvidos até o produto chegar
até você.
Quando pensamos na produção de um determinado produto, além do que cerca os
trabalhos formais, no presente podemos verificar outras condições que derivam do
processo de produção de bens materiais. Esse é o caso de subempregos, empregos
informais e desemprego. Mas, será que as coisas sempre foram assim?
Em algumas sociedades antigas já havia a hierarquização entre os diferentes
trabalhos, que eram utilizados como forma de diferenciar e classificar as pessoas. O
trabalho braçal, por exemplo, era entendido como uma atividade repugnante e, muitas
vezes, associado à servidão e escravidão. Enquanto isso, o trabalho intelectual era mais
valorizado. A partir da chamada Idade Moderna, com o estabelecimento do capitalismo
como principal forma de sistema de produção, a organização social do trabalho sofreu
transformações profundas que ainda reverberam nos dias atuais.
Para o sociólogo alemão Max Weber, a explicação da transformação dos
entendimentos acerca da ideia de trabalho – antes visto de forma negativa – está na
ascensão do protestantismo, pois o movimento religioso considerava o trabalho como
algo que dignifica o ser humano.
Conforme Weber afirma em seu famoso livro ―A ética protestante e o espírito do
capitalismo‖, o protestantismo pregava que o caminho para a salvação espiritual era uma
vida regrada e voltada para o trabalho. Além disso, a religião condenava a preguiça, o
ócio e o luxo. Sendo assim, o sucesso no trabalho era sinônimo de boa conduta e
desenvolvimento espiritual e, portanto, de salvação. A ideologia protestante ainda
indicava a acumulação dos frutos do trabalho no lugar do consumo, o que, para Weber,
foi fundamental para o desenvolvimento do capitalismo.
Nos diferentes momentos históricos do processo de desenvolvimento do
capitalismo, é possível constatar a transformação das relações trabalhistas vigentes.
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Devemos considerar que as relações de trabalho estabelecidas em um dado momento da
história influenciam e determinam diretamente a vida cotidiana, assim como as relações
sociais existentes entre os indivíduos.
Importante destacar que é no âmbito da organização social do trabalho nas
sociedades capitalistas que podemos diferenciar as ideias de trabalho e emprego, sendo
esse último entendido como a relação contratual estabelecida entre quem organiza o
trabalho e quem realiza o trabalho.
Para o alemão Karl Marx, é o modo de produção que determina a divisão entre os
indivíduos de uma sociedade. Isso significa dizer que a organização social em classes é
definida pelo posicionamento dos indivíduos no processo de produção. Na sociedade
capitalista, esta divisão é verificada entre os proprietários dos meios de produção (donos
de fábricas e terras) e os não proprietários (trabalhadores e camponeses) chamados,
respectivamente, de burgueses e proletários.
Para Marx, na sociedade capitalista o trabalho passa a servir para produzir uma
mercadoria que gera o lucro para a burguesia em detrimento da exploração da força de
trabalho do proletariado. Para o autor, a transformação de uma matéria-prima por meio do
trabalho agrega valor a este produto.
O trabalho, por sua vez, pode ser visto como uma mercadoria – vendida pelo
trabalhador e comprada pelo burguês. O valor pago por esta mercadoria, no entanto, não
é adequado. A diferença entre a quantidade de trabalho utilizada para produzi-la e o valor
pago ao trabalhador é apropriada pelos donos dos meios de produção na forma de lucro.
A organização social do trabalho na sociedade capitalista, portanto, teria por
consequência a desigualdade social, já que o aumento da produtividade (e, portanto, o
aumento do trabalho) não garante melhores condições de vida ao trabalhador. Ao mesmo
tempo, a dinâmica aumenta o lucro dos burgueses.
Desafio de Sociologia
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ATIVIDADES COMPLEMENTARES - 2º Ano do Ensino Médio
Nome da Escola:
Nome do Professor:
Nome do estudante:
Período: ( ) vespertino ( ) matutino Turma 2° ano ___
História
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ATIVIDADES COMPLEMENTARES - 2º Ano do Ensino Médio
Nome da Escola:
Nome do Professor:
Nome do estudante:
Período: ( ) vespertino ( ) matutino Turma 2° ano ___
Geografia
01) O território brasileiro possui uma vasta rede hidrográfica com enumeras
características, dentre as quais torna nosso país o detentor de uma das maiores reservas
de água doce do mundo. Analise as questões baixo e identifique a característica correta
em relação a rede hidrográfica brasileira;
a) todos os rios brasileiros podem ser caracterizados como perenes.
b) drenagem exorréica, grande parte dos rios caudalosos, predomínio de rios de planaltos
com foz do tipo estuário.
c) possui rios de regime de alimentação pluvial é rica em lagos e pobre em rios
d) alto potencial hidráulico e predomínio de rios de planície sendo em sua grande maioria
rios endorréicos.
e) drenagem exorréica, baixo potencial hidráulico e predomínio de rios perenes e regime
de alimentação pluvial.
02) Apesar das usinas hidrelétricas serem fontes renováveis de energia, não significa
que sejam ambientalmente imaculada. Analise as questões a baixo e assinale a
alternativa incorreta.
I) destacam-se o alagamento das várzeas, o aumento no nível dos rios e da temperatura
local.
II) ela é certamente a mais agressiva ao meio ambiente do que as usinas termoelétricas a
base de petróleo ou carvão.
III) a produção mais barata de energia em relação aos custos da produção de eletricidade
via energia nuclear.
IV) não causam impactos ambientais que prejudicam a fauna e a flora da área alagada
que constitui o reservatório.
V) os impactos sociais envolvem tanto as populações ribeirinhas que precisam ser
deslocadas, quanto as que ficam em regiões próximas não inundadas.
Desta forma as alternativas incorretas são;
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a) alternativas I e V
b) alternativas II e IV
c) alternativas II e III
d) alternativas IV e V
e) alternativas I e III
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Nome da Escola:
Nome do Professor:
Nome do estudante:
Período: ( ) vespertino ( ) matutino Turma 2° ano ___
Filosofia
1) Observe a imagem e com base na leitura do texto abaixo assinale a alternativa
incorreta:
―A história de Axum, de seus reis pertencentes a uma longa dinastia, de povo poliglota e
soberano, poderoso militar e comercialmente, com religiosidade e cultura marcantes,
merecem lugar de destaque nos livros que retratam as grandes civilizações do passado.
Todos esses elementos são traços do surgimento de uma nação negra, rica em
conhecimentos e técnicas cuja influência no mundo africano foi duradoura e exemplar,
como já foi demonstrado pelos relatos históricos e pelas pesquisas arqueológicas. Axum,
foi classificado por Mani (270 d.C.) como um dos quatro maiores impérios já existentes.
Igualmente, foi um povo que sofreu influências principalmente do mundo árabe, grego,
egípcio e de outros povos do oriente‖. Arthur J.P. Lopes, O império de Axum, 2019)
2) Analise as imagens e com base na leitura texto abaixo, assinale a alternativa incorreta:
―As coisas que temos de aprender antes de fazer, aprendemo-las fazendo-as – por
exemplo, os homens se tornam construtores construindo, e se tornam citaristas tocando
cítara; da mesma forma, tornamo-nos justos praticando atos justos, moderados agindo
moderadamente, e corajosos agindo corajosamente‖. MARCONDES, 2000)
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ATIVIDADES COMPLEMENTARES - 2º Ano do Ensino Médio
Nome da Escola:
Nome do Professor:
Nome do estudante:
Período: ( ) vespertino ( ) matutino Turma 2° ano ___
Sociologia
Questão 1 (Uenp)
―T vendo aquele edifício, moço, ajudei a levantar.
Foi um tempo de aflição, eram quatro condução,
Duas pra ir, duas pra voltar.
Hoje depois dele pronto, olho pra cima e fico tonto,
Mas chega um cidadão e me diz desconfiado:
Tu tá aí admirado, ou tá querendo roubar.
Meu domingo tá perdido, vou pra casa entristecido,
Dá vontade de beber E pra aumentar o meu tédio, eu nem posso olhar pro prédio,
Que eu ajudei a fazer.
Tá vendo aquele colégio, moço, eu também trabalhei lá.
Lá eu quase me arrebento, pus massa, fiz cimento,
Ajudei a rebocar.
Minha filha, inocente, vem pra mim toda contente
Pai quero estudar.
Mas me diz um cidadão:
Criança de pé no chão aqui não pode estudar.
Esta dor doeu mais forte.
Porque eu deixei o Norte, eu me pus a me dizer.
Lá a seca castigava, mas o pouco que eu plantava,
Tinha direito de comer.
Tá vendo aquela Igreja, moço, onde o padre diz amém.
Pus o sino e o badalo, enchi minha mão de calo,
Lá eu trabalhei também.
Lá sim, valeu a pena, tem quermesse, tem novena,
E o padre me deixa entrar.
Foi lá que Cristo me disse:
Rapaz, deixe de tolice, não se deixe amedrontar.
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Fui eu que criei a terra, enchi os rios, fiz a serra, não deixei nada faltar.
Hoje o homem criou asas, e na maioria das casas,
Eu também não posso entrar‖.
Música ―Cidadão‖, escrita por Zé Geraldo em 1981.)
2. (Enem 2012) ―É verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer; mas a
liberdade política não consiste nisso. Deve-se ter sempre presente em mente o que é
independência e o que é liberdade. A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis
permitem; se um cidadão pudesse fazer tudo o que elas proíbem, não teria mais
liberdade, porque os outros também teriam tal poder.‖
MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1997
(adaptado).
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