No texto, o autor vai tratar do tema ler e escrever, onde ele
afirma que não gostar de ler e escrever esconde causas da rejeição e segredos de superação.
Para construir a sua ideia o autor utiliza o livro Cérebro e
aprendizagem: um jeito diferente de viver, da autora Luiza Elena Leite Ribeiro do Valle. A autora afirma que no caso da leitura se as primeiras experiências não foram agradáveis, passa-se a detestá-la; e a raiva de ler torna a leitura algo ruim, como um castigo. Para se recuperar o gosto pela leitura, ela sugere que o leitor deve se motivar através das razões para gostar de ler: neste caso, a leitura pode ser fonte de informação, autoconhecimento ou até mesmo ser uma forma de entretenimento. É interessante nesse caso, que a leitura escolhida seja agradável, permitindo a abertura de um novo mundo, que se amplie horizontes e faça o leitor usar a sua imaginação.
Sobre a escrita, a pesquisadora afirma que é uma atividade
que depende da leitura, já que lhe serve de alicerce para correção e melhor domínio da linguagem e do vocabulário e auxilia no desenvolvimento das ideias.
Luiza do Valle, a partir de estudos de outros autores como
Inhelder, Bovet, Sinclair e entre outros. Vai afirmar que sendo a leitura e a escrita atividades de linguagem e cognição somente depois que constituímos esquemas motores é que criamos condições para a construção de esquemas verbais. Ela diz que a partir do reflexo instintivo que trazemos de sucção e com a prática da amamentação é que desenvolvemos características hereditárias para a linguagem. Segundo o autor, de acordo com psicólogos, problemas de fala e de escrita em crianças na fase de alfabetização ocorrem por que elas não foram amamentadas ou não engatinharam o suficiente para desenvolver estruturas neuronais necessárias ao processo de linguagem falada e escrita.
Os estudos dos autores citados demonstram que a aquisição
da leitura e da escrita é função da nossa consciência fonológica – a consciência fonológica é definida como sendo a consciência de que as palavras são constituídas por diversos sons ou grupos de sons e que elas podem ser segmentadas em unidades menores. Essa consciência desdobra-se nas seguintes habilidades fonológicas: atenção aos sons da fala, capacidade de representação mental, memória e processamento temporal (ritmo, sequências, capacidade de sintetizar, segmentar, adicionar, subtrair, transpor).
A leitura pode ocorrer por duas vias: em primeiro lugar pela
rota fonológica que consiste na pronúncia estabelecida pela representação do som; e em segundo lugar pela rota lexical, em que a pronuncia é obtida de forma direta, pela identificação semântica, ou seja, o sentido das palavras.
Para escrita, existem três estratégias básicas: A primeira
delas é logográfica, ocasião em que há o reconhecimento de palavras por uso de dicas não alfabéticas como o desenho do contorno da palavra. A segunda estratégia é alfabética, a partir da análise das letras, dos fonemas e das regras de correspondência entre elas; a terceira vem da ortografia, em que se reconhecem visualmente os grupos alfabéticos.
O autor diz que esses conhecimentos são de suma
importância para pessoas que enfrentam dificuldades de leitura e de escrita, pois servirão como base para compreensão dos entraves e na construção de estratégia de superação deles. Ele indica que, além da busca por leituras que dão prazer e permitem descobertas, a prática de escrever para si mesmo como quem faz poesia ou de escrever bilhetes e recados, é um excelente exercício de estimulo ao prazer da escrita. E que simplicidade ao escrever é o segredo do prazer que essa tarefa causa: ser você mesmo nas palavras que escolhe.