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Luanda – 2021
RESUMO
Neste presente trabalho, procuramos abordar em forma suscinta sobre o conceito de pena em
relação aos seus fins, quer sejam, preventivos e retribuivos, de forma a conhecer o que se
busca com aplicação de uma pena privativa de liberdade; concumitantimente, descorremos
também sobre os conceitos de subcultura prisional sendo este um processo que influencia no
estilo de vida do indivíduo encarcerado culminando com arrecadação de novos valores ou
cultura prisional em que lhe impossibilita no processo de adaptação, reintegração social ou
ressocialização.
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................4
1. DESENVOLVIMENTO.........................................................................................................5
1.3.2. Prisionização............................................................................................................10
1.4. Ressocialização..............................................................................................................11
CONCLUSÃO..........................................................................................................................13
BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................14
INTRODUÇÃO
Com a presente pesquisa, pretende-se mostrar o conceito de pena, bem como aquilo
que são os seus fins, ao tempo em que se oferece alternativa para diminuir a deficiência do
Estado e, consequentemente, amenizar os vilipêndios dos direitos dos encarcerados que são
retirados do meio social no intuito de proteger a sociedade e preparar esses indivíduos para a
sua reintegração social.
Pena é a medida imposta pelo Estado, ao infrator que comete um ato típico, ilícito e
culpável, mediante o devido processo legal. O Estado tem o dever e poder de aplicar a sanção
penal ao autor da conduta ilícita culpável como forma de retribuição do mal provocado por tal
conduta, castigando o agente da conduta criminosa, e com a finalidade de evitar que novos
crimes possam ser cometidos.
Conceitualmente, Damásio de Jesus ensina que pena é a sanção aflitiva imposta pelo
Estado, mediante ação penal, ao autor de uma infração penal, como retribuição de seu ato
ilícito, consistente na diminuição de um bem jurídico, e cujo fim é evitar novos delitos.
No mesmo sentido Fernando Capez, sanção penal de caráter aflitivo, imposta pelo
Estado, em execução de uma sentença, ao culpado pela prática de uma infração penal,
consistente na restrição ou privação de um bem jurídico, cuja finalidade é aplicar a retribuição
punitiva ao delinquente, promover a sua readaptação social e prevenir novas transgressões
pela intimidação dirigida à coletividade.
A pena é uma consequência do ato ilícito cometido, assim explica Luiz Regis Prado.
A pena é a mais importante das consequências jurídicas do delito. Consiste na privação ou
restrição de bens jurídicos, com lastro na lei, imposta pelos órgãos jurisdicionais competentes
ao agente de uma infração penal.
Desde os tempos remotos, várias teorias vêm tentando justificar a finalidade a ser
buscada com a aplicação da sanção penal. Apesar dos esforços de grandes pensadores, não foi
possível ainda se chegar a um entendimento único. Portanto, as teorias dos fins da pena
surgiram historicamente para fundamentar a legitimação ou justificação da intervenção penal
MIRANDA RODRIGUES.
As concepções absolutas tem origem no Idealismo Alemão e deita suas raízes num
período onde o Estado era absolutista. “Nessas teorias preconiza-se a ideia de justiça e, assim,
a pena é o mal justo para punir o mal injusto praticado, ou seja, o fato delituoso” (TASSE,
2003, 66).
Se fosse preciso uma palavra-chave para resumi-la, então, a palavra seria retribuição
a pena como compensação do mal causado pelo crime. Existem dois pensamentos diferentes
nessa concepção: um idealizado por Kant e o outro por Hegel, ou, mais detalhadamente, a
retribuição moral e a retribuição jurídica, respectivamente.
Segundo Kant, a pena é um imperativo categórico exigido pela razão e pela justiça,
consequência natural do delito, uma retribuição jurídica ao mal do crime como forma de
compensação pelo mal praticado e reparação moral” (TASSE, 2003, 66). Esse imperativo
categórico significa algo que deve ser imposto sem exceção, pois ao mal do crime impõe-se o
mal da pena, do que resulta a igualdade como elemento efetivador da justiça. Ainda nesse
sentido, Kant afirmava que a pena “era entendida como um fim em si mesma, visando tão
somente a recompensar o mal com o mal” (BARREIROS, 2008, 2). Na retribuição moral, a
pena deve ser também para o autor do delito uma espécie de expiação, vista como um tipo de
castigo ou penitência que o condenado deve cumprir para se redimir do acto injusto que
praticou.
A pena retributiva esgota o seu sentido no mal que se faz sofrer ao delinquente como
compensação ou expiação do mal do crime; nesta medida é uma doutrina puramente social-
negativa que acaba por se revelar estranha e inimiga de qualquer tentativa de socialização do
delinquente e de restauração da paz jurídica da comunidade afectada pelo crime. Em suma,
inimiga de qualquer actuação preventiva e, assim, da pretensão de controle e domínio do
fenômeno da criminalidade.” (NERY, 2005, 3).
A prevenção geral num primeiro momento pode ser tratada como positiva ou
integradora. A pena, na prevenção geral positiva, tem como fundamento a necessidade de
evitar a prática futura de delitos. “Caracterizam-se por atribuir à pena a finalidade de reforçar,
na generalidade dos sujeitos, a confiança nas normas” (COSTA, 2008, 73).
Além de sua concepção positiva, a prevenção geral pode ser encarada como negativa.
(TASSE, 2003, 72). No entender de Déa Carla Pereira Nery, “a pena pode ser concebida
como forma acolhida de intimidação das outras pessoas através do sofrimento que com ela se
inflige ao delinquente e que, ao fim, as conduzirá a não cometerem fatos criminais. (NERY,
2005, 3).
Basicamente, essa teoria se apóia no perigo que o indivíduo delinquente possa trazer
à sociedade. Busca-se diminuir ou eliminar esse perigo, fazendo com que o criminoso se
reabilite para o convívio social. A palavra-chave não podia deixar de ser outra:
ressocialização.
Ora, pelas razoes acima descritas, entendeu-se trazer à colação o conceito que se
apresentam como produto da cultura que se constrói e desenvolve no interior das prisões. De
refletir, que foi sob esta perspectiva que nos anos de 1940 começaram a ganharam expressão
as noções de “cultura prisional” e “sociedade prisional” ou “sistema social recluso” (Cunha,
2008).
1.3.2. Prisionização
O sistema prisional angolano vive sob muita precariedade, com número de presos
muito maior do que o de vagas, praticamente não existe unidade prisional com a quantidade
de presos condizente com o número de vagas ofertadas. Em outros termos, o cárcere mantém
as instalações superlotadas e poucas condições de trabalho. Antes de adentar ao tema central,
é preciso discorrer um pouco mais sobre o atual cenário do Sistema Penitenciário nacional.
O Sistema Penitenciário não consegue alcançar a sua meta de recuperar e reintegrar o
preso à sociedade, os índices de reincidência são altos, e existe certa despreocupação e
intolerância, tanto do Estado como da sociedade em âmbito global, quanto ao problema
carcerário e à incumbência de fazer valer a reintegração social do preso como função da pena.
Ao invés de transformá-los em indivíduos dóceis, as prisões têm produzido efeito
contrário, pois se transformaram em arenas onde frequentemente reforçam identificações
criminais, uma formação dentro da prisão, de uma comunidade com regras próprias, de
funcionamento complexo, que envolve parcerias entre presos e muitas vezes até com a
instituição por meio de representantes.
a vida fechada sob uma gestão formal que se baseia na afirmação de que precisa ser
dessa forma para atender aos objetivos institucionais.
1.4. Ressocialização
CONCLUSÃO
Sabe-se que a pena privativa de liberdade é o principal meio de sanção penal em
Angola,
BIBLIOGRAFIA
Sá, A. (2010). Criminologia clínica e psicologia criminal. São Paulo, revista dos tribunais
Santos, A. (2013). A cultura prisional e a reicidência ciminal. Lisboa
Dias, J. e Andrade, M. ( ) Criminologia – O homem delinquente e a sociedade Criminógena.
Coimbra, Coimbra Editora