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Poder Executivo
- Existe alguma exceção, caso de eleição indireta? Sim. Há a possibilidade de a eleição presidencial
ser realizada pelo Congresso Nacional, na hipótese de vacância dos cargos de Presidente e Vice-
Presidente da República nos últimos dois anos do mandato, devendo os eleitos completar o período
de seus antecessores. (Art. 81, §§1º e 2º, da CRFB)
- Qual é a distinção entre substituição presidencial e sucessão presidencial? Pelo art. 81, §1º, da
CRFB, a substituição é a ocupação temporária do cargo e a sucessão é a ocupação definitiva. A
Constituição só estabelece o Vice-Presidente como sucessor; assim, se houver vacância de seu cargo,
será necessária uma nova eleição porque mais ninguém está apto ao ato. No caso da substituição, há
estabelecido o Vice-Presidente, o Presidente da Câmara, o Presidente do Senado e o Presidente do
Supremo, respectivamente.
- No direito comparado, essa situação pôde ser vista na Argentina em 2001, o sistema mais
próximo ao brasileiro em tal temática. Qual é a diferença entre o sistema argentino e brasileiro? A
eleição indireta na Argentina é feita pelo Congresso, mas com escolha de candidatos para
substituição sem a exigência de que estes façam parte do Congresso. Já no Brasil é realizado no
Congresso e entre seus pares, candidatos que façam parte dele. Ademais, a Argentina aceita eleição
presidencial sem necessidade de alcance da maioria dos votos.
O Presidente da República e quem o houver sucedido ou substituído no curso do mandato poderão ser
reeleitos para um único período subsequente. (Art. 14, §5º, da CRFB)
- O artigo 14, §5º, da CRFB, prevê um caso raro em que a Constituição pondera explicitamente dois
valores. De um lado o Princípio da República (todo poder político deve ser temporário), e do outro o
Princípio da Eficiência (pelo qual se pode exigir continuidade). Há, então, tempo para se demonstrar
eficiência e se merecer a reeleição.
- No artigo 14, §5º, a Constituição fala em sucessão e substituição Como essas expressões devem
ser interpretadas? O Supremo Tribunal Federal interpreta que para fins de reeleição os períodos de
substituição não são contabilizados, somente os de sucessão (independente de quanto tempo dure,
o período de sucessão será considerado como um mandato completo).
- Para que Presidente, Governador ou Prefeito sejam reeleitos, é necessário renúncia ou pode-se
concorrer à reeleição estando no exercício do cargo? A candidatura ao mesmo cargo, durante seu
mandato, não requer renúncia. Mas caso trate-se de cargo diferente àquele em exercício no
momento, será necessária a descompatibilização. Trata-se esta da renúncia do cargo seis meses
antes da eleição; não se confunde com licença, o vínculo é realmente cortado.
- A norma brasileira é similar à estadunidense, mas há uma diferença. Qual? Nos Estados Unidos, o
Presidente pode ser eleito várias vezes (vários mandatos diversos de quatro anos), mas reeleito
somente uma única vez em sua vida. No Brasil, em tese, é possível que uma mesma pessoa tenha
vários duos de mandato, por várias vezes em sua vida.
Ocorre a extinção do mandato presidencial nos seguintes casos: 1) morte; 2) renúncia; 3) suspensão ou
perda dos direitos políticos; 4) não comparecimento para a investidura no cargo eletivo, salvo motivo de
força maior, no prazo de dez dias; e 5) ausência do País, sem licença do Congresso Nacional, por período
superior a 15 dias. (Arts. 15, 78, parágrafo único, e 83, da CRFB)
Ocorre a cassação do mandato presidencial por condenação por crime comum (decisão irrecorrível do
Supremo Tribunal Federal) ou crime de responsabilidade (por deliberação majoritária do Senado
Federal, tendo a acusação sido admitida por dois terços dos membros da Câmara dos Deputados). (Arts.
52, inc. I e parágrafo único, 86 e 102, inc. I, b, da CRFB)
O Presidente da República poderia ser responsabilizado por enriquecimento ilícito, prejuízo ao erário e
atentado contra os princípios da administração pública, uma vez que a ação de improbidade
administrativa, provida de natureza cível não se confunde com a ação por crime comum, recoberto de
natureza penal, nem com a ação por crime de responsabilidade, revestido de natureza político-
administrativa.
- O termo "privativamente" no caput é um erro, fazendo crer que as funções seriam delegáveis. O
parágrafo único do art. 84 especifica três situações passíveis de delegação (incs. VI, XII e XXV, initio).
- O rol de atribuições enumeradas não é exaustivo, mas exemplificativo. O inc. XXVII prevê o a
existência de outras atribuições previstas na Constituição (por exemplo, art. 130-A).
- O decreto autônomo seria uma quebra da Separação dos Poderes? Antes da Emenda 32/01, a
escola brasileira de origem francesa defendia que não haveria nenhum obstáculo a este instituto no
Brasil, pois não geraria nenhum empecilho à Separação dos Poderes, conforme podia ser visto na
França; já a escola de origem americana afirmava o contrário, tendo como referência os Estados
Unidos, que nunca admitiu. O Supremo Tribunal Federal seguia este último entendimento. A partir
da Emenda 32, no entanto, a doutrina majoritária passou a entender o decreto autônomo como uma
situação permissiva. Sávio Carvalho Filho e Justen Filho afirmam que o inciso 6 do art. 84 não inovou
em nada, trazendo simplesmente exemplificações do que está expresso no inciso 4º; no entanto, a
interpretação literal da Constituição demonstra o contrário.
- Há atecnia no art. 84, inc. II, b, da CRFB. Um cargo vago, criado por lei, ao ser extinguido por
decreto autônomo, incide em caso de desrespeito à simetria de forma, segundo a qual os modos
de criação devem ser os de extinção.
- O juízo de admissibilidade de processo pela Câmara dos Deputados ocorre frente a qualquer tipo
de acusação contra Presidente, inclusive na hipótese de crime comum. O Supremo Tribunal Federal
não recebe a denúncia diretamente. (Art. 51, inc. I, da CRFB)
Imunidade temporária à prisão provisória - O Presidente tem imunidade à prisão provisória (seja em
flagrante, preventiva ou temporária); ou não é preso, ou é preso definitivamente após trânsito em
julgado da decisão. Esta imunidade é temporária porque se restringe ao mandato. (Art. 86, §3º, da
CRFB)
Imunidade temporária à persecução criminal - O Presidente não pode ser investigado, acusado, nem
julgado por atos estranhos a sua função durante seu mandato; refere-se apenas à persecução por crime,
de modo que não inibe aquela por ilícito administrativo, tributário, civil, etc. A implicação dessa
imunidade se refere somente ao mandato, após o término deste começa a correr o prazo prescricional e
pode haver julgamento em caso de acusação penal.
Em relação aos níveis estaduais e municipais, é possível a extensão dessas garantias a Governador e
Prefeito? Com relação ao foro especial não há discussão da extensão da garantia, pois que a
Constituição o prevê em ambos os níveis (para o primeiro no Superior Tribunal de Justiça e para o
segundo no Tribunal de Justiça). A questão debate recai sobre o juízo de admissibilidade.
- A Lei do Impeachment para Governador determina inabilitação para exercício de cargo público para
cinco anos somente.
- O mesmo pode acontecer na esfera municipal, através da Câmara dos Vereadores, devendo ter
previsão na Lei Orgânica, o que é bem comum. Sublinhe-se que isso pode ocorrer mesmo que não
exista a disposição no âmbito do respectivo Estado.
As imunidades temporárias são extensíveis aos Governadores? No Estado do Rio de Janeiro estas
imunidades estão presentes, porém o STF pacificou que, em qualquer caso, estas normas são inválidas,
pois são garantias do Chefe de Estado, o Presidente. Assim, o Governador terá assim sempre foro
especial, e talvez o juízo prévio, a depender da previsão constitucional expressa e simétrica da
constituição estadual, mas nunca as imunidades temporárias. Os Prefeitos também não as detém.
Anotações:
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