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PROCESSO TC 02407/06
RELATÓRIO
VOTO DO RELATOR
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NCB Proc. TC nº 02407/06 - Rec. Revisão FUNDO MUNICIPAL SAÚDE - BAYEUX
No que se refere à aplicação dos instrumentos normativos retro
citados, constata-se que ambas as leis trazem como gestor do Fundo
Municipal de Saúde o responsável pela Pasta da Saúde, havendo tão
somente distinção quanto à nomenclatura que é dada a referida
autoridade em razão do tempo em que foram editadas. Com efeito, no
caso da Lei n.º 490/91, o art. 3º, I, dispõe ser atribuição do “Diretor
de Departamento Municipal de Saúde” gerir o Fundo e estabelecer
políticas de aplicação dos seus recursos em conjunto com o Conselho
Municipal de Saúde. Mais adiante, com o advento da Lei n.º 1051/07,
ocorreram apenas alterações nas redações de dispositivos da Lei n.º
491/91, possivelmente adequando-a as circunstâncias modernas.
Nesse passo, foi modificada a redação do caput do art. 3º, que passou
a denominar a autoridade responsável pela Pasta da saúde como
“Secretário de Saúde”.
Portanto, não merece acolhida a tese que não era o recorrente o
responsável pelas contas examinadas.
Noutro ponto, é alegado pelo ex-gestor cerceamento de defesa,
porquanto a citação primordial não teria sido por ele percebida.
Alega que, embora não tenha alterado o endereço, a notificação para
defender-se dos termos do relatório inicial da Auditoria não chegou
ao seu conhecimento. Ainda, argumenta que, naquele mesmo
endereço, foi entregue notificação acerca do conteúdo da decisão
prolatada por esta Corte de Contas, situação esta que demonstraria
falha na citação inicial.
Malgrado sejam pertinentes os argumentos do recorrente, verifica-se
que, para o caso em comento, operou-se o fenômeno processual da
preclusão lógica, eis que o ex-gestor, depois de tomar conhecimento
da decisão que lhe foi desfavorável, não adotou providência para
garantir seu direito de defesa. Ao contrário, na primeira
oportunidade que se manifestou nos autos, o fez para juntar ao
processo o comprovante de recolhimento da pena pecuniária que lhe
foi aplicada, situação esta que induz à compreensão de que
concordou com a decisão prolatada.
A preclusão cuida de extinção de direito processual em virtude do
decurso do prazo; da prática incompatível com aquele que é facultado
pela lei; e da própria prática do ato facultado pela lei. No caso em
disceptação, observa-se a ocorrência da preclusão lógica, porquanto
o ato praticado pelo recorrente (recolhimento da multa aplicada) ser
incompatível com o desejo de ver destituída a sanção que lhe foi
imposta. Desta forma, igualmente à preliminar de ilegitimidade, o
cerceamento de defesa não merecer ser acatado.”
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Art. 237. De decisão definitiva, proferida nos processos sujeitos a
julgamento pelo Tribunal de Contas, cabe Recurso de Revisão para o
Tribunal Pleno, sem efeito suspensivo, interposto por escrito, uma só
vez, dentro do prazo de cinco anos, contado na forma prevista neste
Regimento, tendo como fundamentos um ou mais dos seguintes fatos:
I - erro de cálculo nas contas;
II - falsidade ou insuficiência de documentos em que se tenha
fundamentado a decisão recorrida;
III – superveniência de documentos novos com eficácia sobre a prova
produzida.
§ 1º ...
§ 2º ...
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DECISÃO DO TRIBUNAL PLENO
Publique-se.
Plenário Ministro João Agripino.
João Pessoa, 11 de Maio de 2011.
Conselheiro Fabio Túlio Filgueiras Nogueira Conselheiro Arthur Paredes Cunha Lima
Presidente em exercício Relator
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