Você está na página 1de 1

Saudações crísticas, e românticas, tutora, e colegas!

Crítica

No terceiro parágrafo, talvez, encontremos uma pista, ainda que muito passível de erros, para
pensarmos que a dificuldade de uma "apreensão crítica da estética romântica, dificultando a sua
demarcação", esteja, exatamente, na capacidade de que os cultores do Romantismo têm de recorrerem
às fontes românticas contextualizando-as aos seus tempos, e circunstâncias outras. A exemplo do que
ocorre, em termos políticos, com o Capitalismo.
Segundo Michael Löwy e Robert Sayre, estudiosos da arte romântica europeia e, como Octavio
Paz, autores-chave desse tópico disciplinar, as dificuldades de apreensão da complexidade do fato
romântico se devem à sua diversidade, ao seu caráter fabulosamente contraditório, à sua natureza de
coincidentia oppositorum". É compreensível que algo diverso seja difícil de ser compreendido, em sua
totalidade. O que não me parece compreensível é a presumida contrariedade, como característica do
movimento Romântico, como elemento limitante, na tentativa de apreendê-lo. O contraditório é
característica inerente a qualquer movimento. Haja visto o Barroco, numa eterna tentativa de atender aos
anseios divinais, e aos apelos da matéria: ouro, e divindade; simplicidade crística, e culto aos floreios
esculturais, musicais, linguísticos etc.
Os argumentos levantados por Michael Löwy e Robert Sayre, tangentes à abrangência da visão
romântica, e sua pretensa aproximação, e legitimação do Nazismo, são uma espécie de Shake-al-mate
aos que defendem tal tese. Reforce-se, ainda, a polêmica com a explícita rejeição dos aspectos femininos
do movimento por autores como Carl Schmitt, Benedetto Croce e Pierre Lasserre. Sem sombra de
dúvidas, os argumentos destes autores, visando descaracterizar os Românticos, baseando-se numa falsa
premissa, a nosso ver, de que o movimento é insustentável por exaltar a condição feminina, nos parecem,
hoje, despropositados.
Com relação ao texto do Antônio Cândido, fiquei com a impressão de estar lendo uma análise
crítica (aspectos estéticos, linguísticos, e estilísticos são objeto de comentários do Antonio Cândido, sobre
a obra de inúmeros escritores, poetas etc), e cronológica do Romantismo, e do Arcadismo, como
elementos (escolas) que servem de base para o surgimento, e fortalecimento, de uma literatura nacional
brasileira, ainda que, de início, fortemente, inspirada, nos moldes portugueses, e franceses,
respectivamente. Mesmo quando se busca o elemento indígena, como símbolo de uma pretensa
nacionalidade literária.

Você também pode gostar