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Na Literatura Portuguesa, a designação e «barroco» para

classificar determinada época e determinado estilo tornou-se


quase ambígua, em virtude das muitas e desvairadas aceções
– interpretações, que à palavra foram atribuídas (valor
passivo). De «barroco» sinónimo de bizarro, de «barroco»
esquema escolástico de silogismo falso, de «barroco» termo
corrente na crítica de artes plásticas, sinal de mau gosto e
coisa absurda, passou-se a «barroco», etiqueta histórica e
estética, que se dava como equivalente ou palavra substituta
de «Seiscentismo».
(...)
O barroco é fruto duma atitude espiritual complexa, carregada
de elementos renascentistas, evoluídos ou alterados, atitude
que leva o Homem a exprimir-se, na pintura, na arquitetura,
na poesia, na oratória e na vida, segundo um modo "sui
generis". Este modo concretiza-se na literatura por uma
rebusca da perfeição formal, uma aventura de arte pela arte.
Na prosa de Seiscentos, os períodos articulam-se em
paralelismos e simetrias, em frações sabiamente bimembres
ou trimembres – dois e três membros, repetivamente, em
antíteses (...).
Os limites cronológicos do barroco português podem fixar-se
(modal), sem rigidez, entre os anos de 1580 e 1680. (...) A
prosa atinge nesta época a sua maioridade. Entramos num
mundo novo de ritmo e estruturação da frase, num novo
sistema de articulação das palavras na frase e das frases no
discurso. A prosa «barroca» é uma prosa artística; possui a
maturidade que não alcançara a prosa de Quinhentos. (...)
São barrocas obras como (...) os sermões de Vieira - no seu
concetismo e na valorização da palavra como verbo - doutrina
do Verbo encarnado, através do sermão as pessoas tinham
acesso à Doutrina, utilização de exemplos e citações bíblicos
- «logos» e música (...)
Mas o gongorismo não contagiou muitos prosadores
seiscentistas, nem o concetismo obscureceu o significado dos
seus parágrafos. Foi na poesia que a sombra de Gôngora se
agigantou; o gongorismo levou muitos poetas ou pseudo-
poetas de Seiscentos a exageros que se generalizaram.

A palavra barroco tomou várias definições ao longo do tempo: bizarro, mau


gosto, coisa absurda e etiquete histórica e estética equivalente a Seiscentismo,
período relativo ao século XVII - 1600.

Barroco deriva de uma atitude espiritual complexa carrega de elementos


renascentistas, como a busca pela perfeição formal. A prosa desta época é
dominada por simetrias e paralelismos e antítese. Possui uma maturidade no
seu conceptismo e na valorização da palavra como verbo e música.

Conceptismo - estilo literário caracterizado pelo abuso da firmeza de espírito,


pelo jogo de ideias seguindo um raciocínio lógico e utilizando uma retórica
aprimorada.

Sou generis- único no seu gênero 


Gogorismo - estilo literário barroco conhecido pela utilização de palavras muito
eruditas, pelo excesso, de figuras de linguagem e pela afetação exagerada.

Imagem - pormenor da igreja de S.Vicente, pormenor na fachada principal da igreja

Na fachada principal da igreja de S.Vicente encontramos elementos do aclamado estilo


barroco, valendo ressaltar que este edifício foi o primeiro deste estilo na cidade de Braga.
Fazendo lembrar um retábulo a fachada levanta-se harmoniosa, ornamentada com elementos
de cariz claramente barrocos. No entanto gostaria de focar num pormenor desta fachada. A
encimar a frontaria encontramos a imagem de S.Vicente, aconchegada num nicho.

Como é do conhecimento geral, durante o período barroco a igreja Católica encontrava-se


numa crise de fiéis, assim a arquitetura barroca integrava o movimento de contrarreforma da
Igreja Católica na arte. Entre os objetivos do movimento estava o transporte do observador
para a cena demonstrada e o desejo demonstrar a imponência da arte cristã.

Para isso usavam movimento, aplicavam a curva em oposição à ideia estática dos prédios do
prédios, abóbadas, arcos e contrafortes e existia uma busca pela extravagância, como podem
ver com a infinidade de detalhes, a extravagância em oposição ao vazio.

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