Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
AUXILIARES
CLASSE: 11ª
IIº TRIMESTRE
Docente
CLASSE: 11ª
IIº TRIMESTRE
Docente
1. Conceitos Gerais
1.1 Calor e Temperatura
1.1.1 Mecanismos de Transferência de Calor
1.1.1.1 Condução
1.1.1.2 Convecção
1.1.1.3 Radiação
1.2 Vapor
1.3 Combustão e Combustíveis
2 Caldeiras
2.1 Breve Histórico
2.2 Tipos de Equipamento
2.2.1 Caldeiras Fogo tubulares (ou flamotubulares)
2.2.2 Caldeiras Aquatubulares
2.2.3 Equipamentos Periféricos
2.2.3.1 Pré-Aquecedor de Ar
2.2.3.2 Economizador
2.2.3.3 Soprador de Fuligem
2.2.3.4 Superaquecedor
3 Água para Geração de Vapor
3.1 Qualidade da Água
3.1.1 Impurezas Encontradas na Água
3.1.2 Retorno de Condensado
4 Tratamentos Preliminares da Água
4.1 Clarificação/Filtração
4.2 Processos de Troca Iônica
4.2.1 Abrandamento
4.2.2 Desmineralização
4.3 Processo de Osmose Reversa
4.4 Outros Processos de Abrandamento
4.5 Destilação
5 Objetivos do Tratamento de Água das Caldeiras
6 Prevenção das Incrustações
6.1 Incrustação - Causas e consequências
6.2 Tratamentos para Prevenção das Incrustações
6.2.1 Tratamento Precipitante - Fosfato
6.2.2 Tratamento Quelante
6.2.3 Tratamentos Disperso-Solubilizantes (TDS)
7 Corrosão e Métodos de Controle
7.1 Fundamentos
7.2 Tipos de Corrosão em Caldeiras
7.2.1 "Pittings" (ou pites)
7.2.2 Corrosão Galvânica
7.2.3 Corrosão por Tensão
7.2.4 Ataque Cáustico ("Caustic Embrittlement")
7.2.5 Fragilização por Hidrogênio
7.3 Remoção do Oxigênio da Água
7.3.1 Desaeração Mecânica
7.3.2 Desaeração Química - Sequestrantes de Oxigênio ("Oxygen
Scavengers")
7.3.2.1 Sulfito de Sódio
7.3.2.2 Hidrazina
7.3.2.3 Outros Sequestrantes de Oxigênio
7.4 Métodos Físicos de Prevenção da Corrosão
7.5 Corrosão em Linhas de Condensado - Aminas Fílmicas e
Neutralizantes
8 Arrastes
9 Controle Analítico e Operacional do Tratamento
9.1 Aprovações Regulamentares
10 Referências Bibliográfico
1 - CONCEITOS GERAIS
Atualmente, o vapor constitui o modo mais econômico e prático de se transferir calor, até certo
limite, em processos industriais. Além disso, é usado para geração de trabalho mecânico. Um
ditado popular no âmbito industrial diz que: “O vapor movimenta o mundo”.
Uma analogia entre a transferência de calor, a corrente elétrica e o escoamento de fluidos podem
ser feita:
1.1.1.1 Condução
É um método no qual o calor flui pelo contato direto, molécula a molécula, do corpo. Ocorre
normalmente em corpos sólidos. Nas caldeiras, a condução ocorre no metal dos tubos e
dispositivos de troca térmica, onde o calor flui da face de maior temperatura (em contato com os
gases quentes ou fornalha) para a de menor temperatura (por onde circula a água).
(TqTf )
qk . A.
Lei de Fourier:
l
Tq > Tf
k=Condutividade térmica (W/h.m2.ºC) T =
Temperatura
A = Área
q h. A.(T Tp )
Lei do Resfriamento de Newton T∞
> Tp
h = Coeficiente de transferência de
calor por convecção (W/m2.ºC)
1.1.1.3 Radiação
1.2 - VAPOR
O vapor, como sabemos, é a água no estado gasoso. Esta mudança de estado é proporcionada pelo
efeito direto do calor e inverso da pressão. Em outras palavras: ao fornecermos calor para a água,
a mesma tem sua temperatura elevada até um certo limite e, a partir daí, começa a passar para a
fase gasosa. Para que isto ocorra, as moléculas de água no líquido têm que vencer a força que a
pressão exerce sobre elas, ou seja, quanto maior a pressão, mais força as moléculas têm que fazer.
Esta energia é fornecida justamente pelo aquecimento e resulta no aumento da temperatura de
vaporização do líquido. Quanto maior for a pressão, mais energia o vapor transportará pelas
moléculas de água que o constitui. Ao se condensar, a mesma energia que as moléculas
absorveram para passar para fase vapor é liberada para o meio, resultando aí na transferência de
energia na forma de calor.
Existem basicamente dois tipos de vapor:
Vapor superaquecido: é obtido através do aquecimento conveniente do vapor
saturado, resultando em um vapor seco. É usado para transferência de energia
cinética, ou seja, para geração de trabalho mecânico (turbinas).
Diversos combustíveis são usados para queima em caldeiras de produção de vapor. Entre eles
destacam-se: lenha, óleos pesados, gasóleos, gás (natural e GLP), gases de alto forno ou de hulha,
gases de escape de turbinas a gás, carvão mineral, bagaço de cana, palha de arroz, resíduos em
geral, cavacos e cascas de madeira, licor negro (caldeira de recuperação de C&P), entre outros.
Para a produção de vapor também podem ser usadas fontes não combustíveis de calor, tais como a
energia elétrica (caldeiras de elétrodos submersos e de jatos d’água), a energia nuclear (urânio,
plutônio, etc.) e o calor de reações exotérmicas de processos químicos, tais como SO x resultantes
da produção de ácido sulfúrico, etc.).
Evidentemente, a escolha do tipo de combustível ou energia para a geração de vapor deve levar
em conta a aplicação, o tipo de caldeira, a disponibilidade do combustível/ energia, o custo fixo e
operacional do processo e o impacto ambiental provocado. Lembramos que existem atualmente
sistemas eficientes no controle das emissões atmosféricas, permitindo o homem usufruir a
combustão e suas aplicações sem provocar maiores alterações no meio ambiente
2 - CALDEIRAS
Vários registros históricos e relatórios de missões de exploração submarina apontam o uso das
primeiras caldeiras em navios, datados do final do século XIV. No entanto, após a revolução
industrial iniciada na Inglaterra em meados do século XVIII, disseminou-se o uso de caldeiras nas
mais variadas aplicações: fábricas, embarcações, locomotivas2, veículos, etc. Nestes engenhos, o
vapor era usado para aquecimento e, principalmente, para
1
Pode ser vista em: www.mtb.gov.br
2
Nas cidades de Campinas-SP, Tubarão-SC e Cruzeiro-MG é possível visitar locomotivas
a vapor que ainda funcionam. Detalhes podem ser encontrados em www.abpf.org.br .
acionamento das máquinas e movimentação dos veículos, utilizando-se um sistema de
cilindro e pistão desenvolvido pelo escocês James Watt por volta de 1765.
Com o passar dos anos, as caldeiras foram se desenvolvendo e novas aplicações apareceram. O
desenvolvimento da indústria metalúrgica e da ciência dos materiais, bem como o aprimoramento
dos conhecimentos de engenharia, permitiram a construção de equipamentos mais leves,
resistentes, seguros e muito mais eficientes. Nas páginas seguintes faremos uma breve descrição
de suas características.
2.2 - TIPOS DE EQUIPAMENTO
São equipamentos derivados das caldeiras antigas, onde o fogo e os gases quentes da combustão
circulam no interior dos tubos e a água a ser vaporizada circula pelo lado de fora. Ambos são
contidos por uma carcaça cilíndrica denominada casco. Nas extremidades do casco são fixados os
espelhos, onde são mandrilhados os tubos da caldeira. Os tubos podem ser verticais ou
horizontais, dependendo do modelo.
Normalmente este tipo de caldeira tem produção de vapor limitada a cerca de 40 t/ h e pressão de
operação máxima3 de 16 Kgf/ cm2. Um esquema de caldeira fogotubular com duas câmaras de
combustão é mostrado na figura a seguir.
3
Algumas caldeiras de locomotivas a vapor operavam com pressão de até 21 Kgf/ cm2.
FIGURA 05: ILUSTRAÇÕES MOSTRANDO UMA CALDEIRA FOGOTUBULAR
HORIZONTAL
FIGURA 06: ESQUEMA DE UMA CALDEIRA AQUATUBULAR DE COMBUSTÍVEL SÓLIDO (SISTEMA COMPLETO).
ABAIXO: PERSPETIVA DE UM MODELO MONTADO
2.2.3 - Equipamentos Periféricos
São empregados como auxiliares para um bom desempenho e eficiência na operação da caldeira.
Devido ao pequeno tamanho e concepção de projeto das caldeiras fogotubulares, é difícil a
instalação dos equipamentos periféricos neste tipo de caldeira, ficando assim restritos às caldeiras
aquatubulares, na maioria das vezes.
Os principais equipamentos usados com esta finalidade são:
2.2.3.1 Pré-Aquecedor de Ar
Tem por finalidade aquecer o ar que será alimentado na fornalha, de modo a conseguir um
aumento na temperatura do fogo e melhorar a transferência de calor por radiação. Com isto
também se consegue aumento na eficiência do equipamento e economia de combustível.
FIGURA 07: FOTOGRAFIA DE UMA CALDEIRA EXIBINDO UM PRÉ-AR.
2.2.3.2 Economizador
Tem por objetivo pré-aquecer a água que alimentará a caldeira usando o calor dos gases de
combustão que saem do equipamento. Consegue-se, assim, melhor rendimento na produção de
vapor, respostas mais rápidas e economia de combustível.
FIGURA 08: FOTOGRAFIAS DE UM EQUIPAMENTO ECONOMIZADOR
INSTALADO. OBSERVAR OS TUBOS ALETADOS NO INTERIOR DO
EQUIPAMENTO (ABAIXO)
2.2.3.3 Soprador de Fuligem
2.2.3.4 Superaquecedor
São equipamentos destinados a aquecer o vapor saturado produzido na caldeira e torná-lo seco,
apropriado para ser usado em operações de geração de energia mecânica, como acionamento de
turbinas. O superaquecedor normalmente é construído com vários conjuntos em paralelo de 2 a 4
tubos em forma “U”, formando uma serpentina colocada no alto da fornalha. Pelo fato de
trabalhar somente com vapor, qualquer fluxo de água da caldeira que atinge o superaquecedor irá
imediatamente vaporizar-se e, caso a mesma contenha certa quantidade de sais dissolvidos, os
mesmos se incrustarão no equipamento.
2- ÁGUA PARA GERAÇÃO DE VAPOR
Cientes de todos os detalhes mencionados, consideramos ideal para geração de vapor uma água
com as seguintes características:
A alimentação de água com boa qualidade elimina, antecipadamente, grande parte dos problemas
que normalmente ocorrem em geradores de
vapor. Posteriormente, fica a cargo do tratamento químico interno a manutenção da qualidade da
água no interior da caldeira.
É errônea a associação da qualidade da água para consumo humano (potabilidade) com a água
para geração de vapor. O padrão para potabilidade da água é baseado, principalmente, na presença
de microrganismos. Assim, uma água boa para beber não implica, necessariamente, em uma água
boa para gerar vapor. É comum ouvirmos a frase: “Fulano de tal tem um poço e a água é ótima,
nem precisa tratar. pode então usar na caldeira!”; procedimentos como esse podem ser
catastróficos.
Por outro lado, a água ideal para geração de vapor, ou seja, que não contém nenhuma substância
dissolvida é, por isso mesmo, inadequada para bebermos.
Geralmente, nas águas superficiais e subterrâneas que são usadas nos processos industriais,
encontramos as seguintes substâncias dissolvidas:
Para evitar que todas essas impurezas adentrem ao sistema gerador de vapor, deve-se proceder a
um tratamento preliminar na água de reposição da
caldeira. Além disso, o uso de condensados como parte da alimentação também é
recomendado e será discutido no item seguinte.
São procedimentos recomendados para execução na água de reposição das caldeiras, visando
retirar as impurezas e evitar as consequências de sua presença. O tratamento preliminar atua
primeiramente sobre as impurezas mais grosseiras, tais como turbidez, sólidos em suspensão e
material orgânico. Depois, dependendo da necessidade, são feitos tratamentos mais sofisticados
para eliminação do material dissolvido.
Apesar da toda tecnologia disponível, muitos usuários de caldeiras não fazem pré-tratamento de
água, o que é extremamente desaconselhável e dificulta enormemente o trabalho do tratamento
químico interno (quando é feito). Não é raro encontrarmos caldeiras alimentadas com água bruta,
diretamente de fontes como rios, represas e poços.
Um tratamento preliminar que também deve ser executado é a remoção de oxigênio e outros gases
dissolvidos na água, através de uma desaeração. Este fato será abordado mais adiante, no capítulo
referente à corrosão.
Prosseguindo, os métodos mais empregados para tratamento preliminar da água são:
Operação realizada normalmente em uma estação de tratamento de água (ETA), responsável pela
eliminação de material suspenso na água. A clarificação é feita por um processo de coagulação /
floculação4 das impurezas, mediante a adição de um ou mais produtos específicos (tais como o
sulfato de
4
Consideramos o conceito de “coagulação” como sendo a neutralização das cargas elétricas das
partículas presentes na água. A floculação é o aglutinamento dessas partículas, formando um floco
grande o suficiente para ser removido por decantação (ou flotação). Um mesmo produto pode
fazer a função de floculante e coagulante.
alumínio, cloreto férrico, polímeros de acrilamida, policloretos de alumínio (PACs), taninos
modificados, etc.). O produto aglutina as impurezas da água através de interações eletrostáticas e
promove a formação de flocos, maiores e mais densos que se sedimentam e são eliminados (vide
figura). A água clarificada é então submetida a uma filtração, normalmente em leito de areia,
através dos filtros que operam por gravidade ou pressão.
Ao término deste processo a água é submetida aos tratamentos complementares, quando for o
caso. Eventualmente, pode-se fazer uma desinfecção da água antes, durante e/ou após o processo
de clarificação/ filtração, tarefa comumente efetuada por uma cloração.
É um tratamento complementar que visa a remoção dos íons dissolvidos na água causadores de
problemas, tais como cálcio, magnésio, sílica, etc. Este processo faz uso das chamadas resinas de
troca iônica, que são pequenas esferas porosas de material plástico em cuja superfície estão
ligados os íons que serão usados na troca. Assim, existem dois tipos básicos de resina: as
catiônicas, que trocam íons positivos (tais como Ca2+, Mg2+, Na2+, H+, Ba2+, etc.) e as aniônicas,
que trocam íons negativos (Cl-, OH-, SiO32-,...).
O processo consiste em fazer a água a ser tratada passar por um ou mais leitos dessas resinas, as
quais retém os íons de interesse. Chegará um momento em que o leito estará saturado e deverá ser
regenerado adequadamente.
Deve haver um rígido controle na qualidade da água antes de passar pelos vasos de troca iônica.
Residuais de cloro livre, íons de ferro, sólidos suspensos, óleos e graxas são os maiores inimigos
desta classe de resinas.
Como desvantagem, o processo de troca iônica tem um fixo relativamente elevado
(principalmente o custo das resinas) e a necessidade do uso e manuseio de produtos químicos
perigosos (ácidos e soda cáustica) para regeneração dos leitos.
Dependendo da finalidade a que se propõem, os processos de troca iônica para água são:
4.2.1 - Abrandamento
Consiste na remoção de cálcio e magnésio da água. Faz uso de resinas que trocam íons sódio
(Na+) ou hidrogênio (H+). Após saturação do leito, a regeneração é feita com cloreto de sódio ou
ácido clorídrico (as vezes sulfúrico).
Um esquema do processo de abrandamento é mostrado na figura a seguir:
FIGURA 10: ILUSTRAÇÃO DE UM PROCESSO DE ABRANDAMENTO POR
TROCA IÔNICA (CICLO HIDROGÊNIO).
4.2.2 - Desmineralização
Consiste em fazer a água previamente filtrada passar por dispositivo normalmente cilíndrico
denominado “permeador”, onde os sais presentes na água são retidos por membranas seletivas
especialmente fabricadas. A água pura é eliminada radialmente pelo permeador, enquanto que a
parcela de água não permeada é descartada a uma concentração mais elevada de sais. Este fato
constitui uma das desvantagens do sistema, além do alto custo e da necessidade de se operar com
vários permeadores em paralelo para obtenção de uma vazão razoável.
A água também pode ser abrandada (remoção de Ca 2+ e Mg2+) embora não totalmente, por outros
processos químicos através de tratamento com cal, cal e soda (também chamado “cal sodada”),
barrilha (Na2CO3) ou fosfatos; alguns deles são também capazes de remover parte da sílica
dissolvida na água. Estes processos são usados quando a dureza da água é excessivamente elevada
e não se encontra nenhuma outra fonte de água de melhor qualidade.
Maiores detalhes podem ser vistos na literatura especializada, entre elas MAGUIRE (1980) e
KEMMER (1988)
4.5 - DESTILAÇÃO
Consiste em vaporizar a água e condensá-la em seguida para produção de água pura e, assim,
alimentar a caldeira. Devido ao alto custo operacional, este processo somente é empregado em
locais com elevada disponibilidade de energia (combustível barato ou abundante) e em instalações
marítimas5, para utilização da água do mar.
5
Ver detalhes em DREW(1984)
4- OBJETIVOS DO TRATAMENTO DE ÁGUA DAS
CALDEIRAS
Neste capítulo serão mostradas as origens, conseqüências e formas de se evitar e corrigir este
grande problema encontrado nos geradores de vapor.
A água encontrada na natureza nunca é pura, apresentando uma vasta gama de substâncias
dissolvidas. Muitas destas substâncias são sais e óxidos apresentando solubilidades diferentes e
influenciadas basicamente pela temperatura, concentração e pH. Com a vaporização de água na
caldeira, há um aumento na concentração das substâncias dissolvidas que permaneceram na fase
líquida. Se forem ultrapassados os limites de solubilidade destas substâncias, as mesmas podem se
precipitar de forma aderente nas superfícies de troca térmica (tubos do feixe de convecção, tubos
de parede d’água, tubo da fornalha, tubulões, etc.) constituindo as incrustações. Outras
substâncias também podem se incrustar ou depositar na caldeira, tais como produtos de corrosão
na seção pré e pós-caldeira, sólidos em suspensão, material orgânico advindo de contaminações e
produtos insolúveis originados de reações químicas na água (incluindo excesso de produtos para
condicionamento químico).
Normalmente esta precipitação ocorre sob a forma de cristais bem ordenados, capazes de se
fixarem firmemente às superfícies internas da caldeira. A ordenação existente na estrutura
cristalina permite um rápido desenvolvimento da incrustação, aumentando a intensidade e o risco
dos problemas associados.
As principais consequências da presença de incrustações em caldeiras são:
Diminuição das taxas de troca térmica na caldeira, devido ao efeito isolante que a
incrustação proporciona ao fluxo de calor (tem baixa condutividade térmica).
Aumento do consumo de combustível, decorrente do item anterior.
Diminuição da produção de vapor, também decorrente do primeiro item.
Devido à restrição ao fluxo de calor, a presença de incrustações pode causar
superaquecimento de um tubo e sua ruptura, parando a funcionamento do
equipamento e podendo até causar acidentes fatais.
Obstrução de tubos, válvulas, descargas e coletores da caldeira, comprometendo o
fluxo de água e acentuando ainda mais a formação das incrustações.
Possibilidade de ruptura de tubos, carcaça e danificação na estrutura da caldeira,
comprometendo sua integridade e podendo até inutilizar o equipamento.
Incrustações em instrumentos e dispositivos de controle (pressostatos, visores e
controles de nível, etc.) podem comprometer o funcionamento adequado e seguro
do equipamento, aumentando o risco de acidentes.
Aumento dos processos corrosivos que ocorrem sob os depósitos/ incrustações.
Pela coloração resultante e o peso da incrustação formada, podemos grosseiramente estimar sua
origem e composição química. Assim, compostos esbranquiçados/ levemente acinzentados são
normalmente formados por cálcio e magnésio (e seus respectivos ânions); incrustações
esverdeadas ou cinzentas e pesadas indicam ocorrência de sílica; depósitos negros leves apontam
a presença de material orgânico, enquanto que os pesados indicam a presença de produtos de
corrosão (ferro (Fe3O4), sendo possível sua detecção através de um imã). Material de coloração
marrom claro pode indicar argila e sólidos suspensos, ou também produtos de corrosão (Fe2O3).
Depósitos de coloração verde ou azul intensa indicam presença de cobre.
Tal como nos sistemas de resfriamento, costuma-se fazer uma distinção entre os termos
“depósito” e “incrustação” normalmente empregados:
Como as incrustações constituem um problema que aparece com relativa rapidez, também foi o
primeiro a ter sua solução pesquisada. Os primeiros tratamentos visando prevenção das
incrustações surgiram na mesma época em que as caldeiras passaram a ter mais eficiência e maior
produção de vapor por área de aquecimento, principalmente após o início da Revolução Industrial.
Os métodos usados na época eram bastante empíricos e funcionavam na base da tentativa e erro.
Com o avanço da ciência, muitas técnicas foram desenvolvidas e aperfeiçoadas, mostrando-se
mais ou menos efetivas na solução do problema.
Na sequência, apresentaremos os principais tratamentos empregados atualmente para prevenir as
incrustações.
É uma dos primeiros conceitos em tratamento bem sucedidos e o mais utilizado em número de
caldeiras hoje em dia, principalmente nos modelos pequenos e de baixa pressão. Consiste em
adicionar um composto a base de fosfato à água (fosfato mono, di ou trissódico, polifosfatos, etc.)
o qual reage com a dureza e a sílica dissolvidas; estas reações ocorrem estequiometricamente e, na
presença de adequadas concentrações de alcalinidade hidróxido (OH-), formam lamas precipitadas
de hidroxiapatita de cálcio e um hidroxissilicato de magnésio (chamado de “serpentina”). As
lamas sedimentam-se no fundo da caldeira e são removidas pelas descargas de fundo. Vide reações
abaixo.
10Ca2+ + 6PO 3-
+ 2OH- 3Ca (PO ) . Ca(OH) †
4 3 4 2 2
(Hidroxiapatita de cálcio)
(Serpentina)
Em função dessas desvantagens, outros métodos de tratamento surgiram visando obter melhores
resultados práticos e redução nos custos de tratamento. Apesar disso, o tratamento com fosfato
ainda é muito difundido.
Em caldeiras de alta pressão, são normalmente aplicados tratamentos a base de fosfatos, tais como
o “Fosfato-pH Coordenado” e o método congruente. Estes tratamentos visam a eliminação de
alcalinidade hidróxida livre (OH-) que são causadoras de ataque cáustico. Neste tipo de caldeira, a
preocupação principal é com os processos corrosivos, já que o tratamento preliminar aplicado
(desmineralização, osmose reversa, etc.) remove todos os sais que poderiam se incrustar; as
incrustações, nesse caso, são normalmente de produtos de corrosão.
6.2.2 - Tratamento Quelante
É um tratamento que tem por meta a complexação (quelação) dos íons de cálcio e magnésio da
água, formando compostos estáveis e solúveis, prevenindo-os assim de se incrustarem na caldeira.
Como vantagem, não há formação de lamas e nem as possíveis conseqüências que as mesmas
podem gerar. Os agentes quelantes mais utilizados são o EDTA (Etileno Diamino Tetra Acetato) e
o NTA (Nitrilo Acetato) que também podem se apresentar na forma ácida. O NTA é mais estável
que o EDTA tem temperaturas elevadas e, portanto, mais fácil de ser controlado.
A observação criteriosa de muitos casos onde foi aplicado o tratamento quelante em caldeiras
mostra algumas desvantagens, entre elas:
Necessita desaeração total da água de alimentação, sob o risco de traços de
oxigênio causarem degradação do produto no ponto de dosagem, situado
normalmente na seção pré-caldeira.
Um pequeno excesso de quelante pode causar corrosão generalizada na caldeira,
devido à complexação do óxido de ferro protetor (magnetita – Fe3O4). Existem
relatos de caldeiras completamente avermelhadas6 no seu interior, devido ao ataque
do quelante.
A reação do quelante com os íons metálicos é estequiométrica. Caso haja
subdosagem do quelante, fatalmente iniciar-se-á um processo incrustante na
caldeira.
Os agentes quelantes tem muita afinidade com o cobre, o que impossibilita este tipo
de tratamento em sistemas que contenha este metal ou suas ligas, principalmente na
seção pré-caldeira (tanque de alimentação, desaerador, economizador, etc.).
Os quelantes são instáveis e decompõem-se em altas temperaturas, formando
produtos difíceis de serem detectados por testes analíticos; impedem assim a
determinação exata de sua concentração na caldeira.
6
Normalmente a coloração avermelhada é resultado da presença de Fe 2O3, chamado “hematita”.
Este óxido de ferro é o predominante na ferrugem, onde também podem ser encontrados os
hidróxidos de ferro, tais como o Fe(OH)2 e Fe(OH)3.
Os quelantes convencionais não são suficientemente efetivos para evitar deposição
de óxido férrico (Fe2O3) nas superfícies da caldeira. Exigem, assim, o uso de
dispersantes de ferro específicos.
Finalizando, os quelantes não apresentam ação contra a sílica. Assim, a mesma se
precipita de maneira quase que exclusiva, constituindo incrustações vitrificadas
pelo calor, extremamente duras e ancoradas na tubulação da caldeira.
Consiste no uso de técnicas e produtos mais modernos, desenvolvidos nas últimas décadas na
tentativa de solucionar os problemas encontrados com outros tipos de tratamento. Pelo fato do
princípio de atuação ser exatamente o mesmo, os produtos e princípios abaixo apresentados
também podem ser usados em outras aplicações, tais como sistemas de resfriamento,
evaporadores, processos de destilação, etc.
A ação dos disperso-solubilizantes no tratamento de água de caldeira está baseada nos seguintes
mecanismos:
Muitas vezes, um único produto pode apresentar duas ou mais das características mencionadas,
sendo que a escolha deve levar em consideração os íons presentes na água, o pré-tratamento
empregado, a classe de operação da caldeira, a presença de incrustações antigas e evidentemente,
o custo global do tratamento.
Várias informações adicionais sobre os produtos usados neste tipo de tratamento podem ser
encontradas em literatura, catálogos e boletins técnicos
de fabricantes, dentre os quais se destacam: SOLUTIA (1998); ROHM AND HAAS, (1997a) e
GIOVANNI BOZZETTO (1996).
Nas figuras a seguir, estão ilustrados alguns cristais submetidos a tratamentos com diferentes
classes de disperso-solubilizantes.
Por outro lado, certo critério deve ser adotado na aplicação do tratamento disperso-
solubilizante, haja visto que o mesmo apresenta algumas desvantagens:
Corrosão pode ser definida como a destruição da estrutura de um metal através de reações
químicas e/ ou eletroquímicas com o ambiente em que o mesmo se encontra. Podemos
dizer que a corrosão é uma forma natural dos metais voltarem ao estado original em que
eram encontrados na natureza, tais como nos minérios (óxidos); isto ocorre porque, nesta
forma, os metais apresentam-se da maneira mais estável possível do ponto de vista
energético. Seria como o exemplo de uma bola no alto de uma montanha: a bola tenderia a
descer pela mesma, até atingir um estado de energia (potencial gravitacional, no caso) mais
baixo possível.
As sérias consequências dos processos de corrosão têm se tornado um problema de âmbito
mundial, principalmente em relação aos aspectos econômicos. Nos EUA, por exemplo, a corrosão
gera prejuízos da ordem de US$ 300 bilhões por ano, dados de 1995 (ROBERGE, 1999).
Infelizmente, no Brasil, não dispomos de dados precisos sobre os prejuízos causados pela
corrosão, mas acreditamos serem consideravelmente elevados9.
7.1 - FUNDAMENTOS
9
Informações detalhadas sobre corrosão, bem como uma série de trabalhos, livros e
publicações sobre o assunto podem ser encontradas em:
ABRACO - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CORROSÃO:
www.abraco.org.br NACE – NATIONAL ASSOCIATION OF
CORROSION ENGINEERS: www.nace.org
fenômeno ocorre devido à existência de uma diferença de potencial elétrico entre estes dois
locais. Apesar de diferir de um sistema para outro, o mecanismo básico proposto para o processo
de corrosão é:
1. Na região anódica, átomos de ferro (Fe0) passam para o estado de oxidação II,
formando Fe2+.
2. Como resultado da formação do Fe2+, dois elétrons migram através do metal para a
área catódica.
3. Se houver oxigênio presente na água, o mesmo move-se para a área catódica e
ingressa no circuito, usando os elétrons que migraram para o cátodo e formando
íons hidroxila (OH-) na superfície do metal. O oxigênio até pode, devido à sua
eletroafinidade, induzir a migração dos elétrons do ferro no cátodo.
4. Os íons OH- deslocam-se para a região anódica, onde reagem com os íons Fe 2+
formando hidróxido ferroso, Fe(OH)2, que se deposita ao redor da área anódica.
Esta etapa completa o ciclo básico do processo.
5. O hidróxido ferroso formado é instável e, na presença de oxigênio e/ ou íons
hidroxila, forma-se hidróxido férrico Fe(OH)3.
6. O hidróxido férrico, por sua vez, tende a se decompor em Fe 2O3, que é o óxido
férrico, conhecido como ferrugem.
Várias formas de processos corrosivos são encontradas nos sistemas geradores de vapor. Apesar
de muitos deles estarem relacionados e serem interdependentes, podemos destacar,
resumidamente, os seguintes:
Este tipo de corrosão ocorre, basicamente, quando dois ou mais metais com
diferença significativa de potenciais de oxidação estão ligados ou imersos em um eletrólito
(tal como a água com sais dissolvidos). Um metal chamado de “menos nobre”, tem uma
tendência a perder elétrons para um metal “mais nobre”, cuja tendência de perda é menor.
Assim, o metal menos nobre torna- se um ânodo e é corroído. Este fenômeno também
depende da área entre as regiões anódicas e catódicas, isto é, quanto menor for a área do
ânodo em relação ao cátodo, mais rápida é a corrosão daquele. Um exemplo disso ocorre
entre o cobre (mais nobre) e o aço carbono, menos nobre e que tem a sua taxa de corrosão
acelerada.
No quadro a seguir, encontra-se representada uma série galvânica de diferentes
metais e ligas onde se pode visualizar a maior tendência à corrosão (áreas anódicas) ou
menor tendência (área catódica).
QUADRO 01: SÉRIE GALVÂNICA DE DIVERSOS METAIS E LIGAS (MAGUIRE, 1980).
(Ativo)
Hastelloy A
Hastelloy B
Latão
Cobre
Bronze
Cobre – Níquel (ligas)
Titânio
Monel
Prata (soldas)
Níquel (Passivo)
Inconel (Passivo)
Ferro-Cromo (Passivo)
18/8 Cr-Ni-Fe (Inox 304-Passivo) 18/8/3 Cr-
Ni-Mo-Fe (Inox 316-Passivo) Prata
Grafite
REGIÃO CATÓDICA (Mais
Nobre)
Extremidade Protegida
Já citada no item referente aos “pittings”, a corrosão sob tensão ocorre em áreas do
metal submetidas a tensões e esforços, tais como nas operações de corte, soldagem,
mandrilhamento de tubos, calandragem e dobramento de chapas, entalhamento de roscas,
rebites, etc. Também aparecem em pontos de falha na estrutura cristalina do metal, tal
como a presença de átomos metálicos diferentes da liga, espaços vazios no retículo,
presença de átomos nos interstícios do mesmo, etc. A corrosão sob tensão pode causar
prejuízos significativos quando atinge determinadas proporções.
Os métodos de combatê-la são, na maioria, preventivos: alívio de tensões, escolha
de material de boa qualidade para fabricação e reparos no equipamento, evitar operações
que provoquem tensões excessivas no equipamento depois de montado, entre outros.
10
Deve-se manter o pH na faixa alcalina pelos seguintes fatores: evitar a corrosão por
ácido, promover a formação de lamas não aderentes (tratamentos c/ fosfatos) e garantir a
dispersão da sílica na forma de , evitando a formação do ácido ortosilíssico.
FIGURA 28: FOTOGRAFIA MOSTRANDO FISSURA PROVOCADA POR ATAQUE
CÁUSTICO (500X)
FIGURA 29: TUBO DE 3” DE UMA CALDEIRA QUE SOFREU ATAQUE
CÁUSTICO. PRESSÃO DE OPERAÇÃO: 150 Kgf/ cm2.
11
A solubilidade dos gases em líquidos é inversamente proporcional à temperatura, ou
seja, quanto maior a temperatura, menor é a solubilidade.
FIGURA 32: FOTOGRAFIA DE UM DESAERADOR HORIZONTAL DO TIPO BANDEJA.
7.3.2.2 Hidrazina
A hidrazina tem a desvantagem de, sob altas pressões e concentrações acima dos
limites normalmente recomendados, decompor-se em amônia (NH3) a qual, na presença de
traços de oxigênio, pode causar corrosão em ligas de cobre. Outras desvantagens são:
periculosidade, pois é tóxica e estudos comprovam que é cancerígena, exigindo cuidados
especiais no seu manuseio; limites de controle são baixos (da ordem de 0,02 – 0,4 ppm,
dependendo da pressão) o que dificulta a quantificação pelos métodos analíticos.
São fenômenos que ocorrem com freqüência nos sistemas de geração, distribuição e
utilização de vapor. O condensado é uma água praticamente pura, com uma tendência
elevada de dissolver o material com o qual mantém contato. Além disso, os condensados
podem apresentar um caráter ácido devido à formação de ácido carbônico, originado da
decomposição térmica de íons carbonato e bicarbonato presentes na água da caldeira. Nas
equações seguintes é possível visualizar este processo:
Para evitar este problema, é feita uma dosagem de um produto alcalino volátil, que
tenha capacidade de vaporizar-se junto com o vapor de água e, no momento da
condensação deste, promover a neutralização do condensado resultante. Um dos
produtos usados é a
amônia, na forma de solução aquosa
como hidróxido de amônio (NH4OH). No entanto, a amônia causa corrosão em cobre,
impedindo sua utilização em sistemas onde este metal ou alguma de suas ligas esteja
presente. Além disso, a amônia é muito volátil e tende a se acumular somente nas áreas
mais frias do sistema, deixando desprotegidos os pontos com temperatura mais elevada.
Para contornar este problema, o uso de aminas específicas, com diferentes
volatilidades, tem sido empregado com sucesso. Os principais produtos são: morfolina,
ciclohexilamina e dietilaminoetanol.
Além das aminas neutralizantes, existem também as chamadas aminas fílmicas, que
apresentam o seguinte princípio de atuação: um dos extremos da molécula da substância
consegue se adsorver firmemente na superfície metálica, formando um delgado filme. O
outro extremo tem características hidrofóbicas, ou seja, consegue repelir a água. A
formação desse filme protege o metal e minimiza a ocorrência dos processos corrosivos.
As aminas dotadas desta propriedade mais utilizadas são a octadecilamina e o acetato de
octadecilamina.
Concentração de Sólidos
Problemas Observados
Totais no Vapor (ppm)
0 a 0,01 Nenhum
Tipo de
Arraste Causa Medida Corretiva
Ajustar dosagem de soda cáustica,
mantendo pH e alcalinidade hidróxida
Excesso de alcalinidade convenientes.
hidróxida. Manter concentração de sólidos suspensos
e sólidos totais dissolvidos abaixo dos
Excesso de sólidos suspensos. limites aceitáveis
Evitar contaminações por orgânicos (suco,
Excesso de sólidos óleos, açúcar, etc.), através de constante
Químico
CC Cl CALDEIRA
Cl
ALIMENTAÇÃO
14
Ainda não existe um consenso unificado, dentre as várias normas existentes, acerca das
faixas de pressão e respectiva classificação das caldeiras. No caso do Brasil, a NR-13
considera caldeira de alta pressão as unidades enquadradas na categoria A, ou seja, pressão
de trabalho acima de 19,99 Kgf/ cm2. Percebemos que a legislação está desatualizada, já
que existem no país algumas caldeiras operando com pressão de cerca de 80 Kgf/ cm2, e
inúmeras delas operando com 65 Kgf/ cm2. Adotamos o termo “Caldeira de alta Pressão”
para unidades operando com pressão igual ou acima de 42 Kgf/ cm2, média pressão entre
20 e 42 Kgf/ cm2 e de baixa pressão abaixo de 20 Kgf/ cm2.
TABELA 04: PARÂMETROS15 RECOMENDADOS PARA CONTROLE FÍSICO-
QUÍMICO DE ÁGUAS DE CALDEIRA
15
Os valores apresentados constituem médias e aproximações de várias referências, dados
empíricos, recomendações de fabricantes, normas estrangeiras e valores estipulados por
empresas que atuam no setor de tratamento de águas industriais. Assim, pode haver
diferenças entre os valores aqui apresentados e os praticados por uma empresa ou consultor
em particular.
Para caldeiras de até 10 Kgf/cm2, os valores referem-se aos modelos fogotubulares. Demais
valores são relativos aos modelos aquatubulares.
As fontes de consulta para esta tabela foram:
BRITISH STANDARDS BS 2486 (1997); DEDINI (N/D); MEPPAM (N/D); AQUATEC
(N/D); BUCKMAN (1997); NALCO (1962); KURITA (2001).
Fosfato 3- Vide curva respectiva
(ppm PO4 ) 30 a 50 20 a 40 10 a 30 5 a 15 (PO4 coordenado,
congruente)
Observações:
Para tratamentos de fosfato-pH coordenados ou congruentes, os valores de pH e
concentração de fosfato devem seguir a curva do tratamento.
Para caldeiras de baixa e médias pressões, o teor de alcalinidade hidróxida deve ser,
no mínimo, 2,5 vezes o valor da concentração de sílica solúvel, a fim de mantê-la
dispersa.
Consideramos o limite de dureza usado para tratamento fosfato. Alguns tratamentos
disperso-solubilizantes toleram dureza de até 50-70 ppm para caldeiras de baixa
pressão, porém o ideal é que esteja o mais próximo possível de zero.
Existem outros tratamentos menos usuais, tais como o Tratamento Volátil (AVT), o
Tratamento Fosfato-Equilíbrio16, entre outros, não foram citados, pois tem
aplicação normalmente restrita a sistemas de altas pressões. Estes tratamentos são
específicos e podem apresentar faixas de controle diferentes da mostrada na tabela.
16
Visite: www.silbert.org para maiores detalhes.
Particularmente, para alguns processos industriais mais delicados, tais como o
alimentício e o farmacêutico, as exigências em relação ao tratamento de água para gerar
vapor são mais rígidas, limitando o tipo e a quantidade de produtos usados. Um dos
maiores órgãos regulamentadores neste sentido é o FDA norte-americano (“Food and
Drugs Administration”). Particularmente para produtos destinados ao tratamento de água
para gerar vapor, o qual entrará em contato com alimentos, o FDA tem uma seção
específica: o 21 CFR
173.310. O leitor pode ver a íntegra desta seção no seguinte endereço:
http://www.accessdata.fda.gov/scripts/cdrh/cfdocs/cfCFR/CFRSearch.cfm?fr=173.310
9 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KEMMER, F.N. (ed).: THE NALCO WATER HANDBOOK. 2 ed. Nalco Chemical
Company. New York, Mc. Graw Hill. 1988.
GENTIL, V.: CORROSÃO. 4ª Ed. Rio de Janeiro. Livros Técnicos e Científicos Editora.
2003.
ROHM AND HAAS: ACUMER® 1000, 1020, 1100, 1110 SCALE INHIBITORS.
Philadelfia. Technical Bulletin. Rohm and Haas Company. 1997b.
PORT, R.D; HERRO, H.M.: THE NALCO GUIDE TO BOILER FAILURE ANALYSIS.
New York. Mc Graw Hill. 1991.