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OS DOZE PASSOS SUGERIDOS DE NEURÓTICOS ANÔNIMOS

1º Admitimos que éramos impotentes perante nossas emoções - que


tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas.
2 º Viemos a acreditar que um Poder Superior a nós mesmos poderia
devolver-nos à sanidade.
3º Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de
Deus, na forma em que O concebíamos.
4 º Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.
5 º Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro ser
humano, a natureza exata de nossas falhas.
6 º Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos
esses defeitos de caráter.
7 º Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse de nossas
imperfeições.
8º Fizemos uma relação de todas as pessoas a quem tínhamos
prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados.
9º Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas,
sempre que possível, salvo quando fazê-lo significasse
prejudicá-las ou a outrem.
10 º Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos
errados, nós o admitíamos prontamente.
11 º Procuramos, através da prece e da meditação, melhorar nosso
contato consciente com Deus, na forma em que O concebíamos,
rogando apenas o conhecimento da Sua vontade em relação a nós
e forças para realizar essa vontade.
12 º Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a estes
passos, procuramos transmitir esta mensagem aos neuróticos e
praticar estes princípios em todas as nossas atividades.
ÍNDICE

I. Palavra aos Leitores


II. Depoimentos
1. Prioridades, Princípios e Responsabilidades (1)
2. Os princípios indicam as prioridades e responsabilidades
3. Prioridades, Princípios e Responsabilidades (2)
4. A hierarquia das prioridades na recuperação
5. Uma revisão das prioridades, princípios e responsabilidades
6. Compromisso com a honestidade: 5º Passo
7. A responsabilidade do depoimento em N/A
8. Buscando uma nova vida
9. Mensagem aos deprimidos
10. A melhor solução é o diálogo
11. Eu estava lá, no lugar certo e na hora certa
12. Experimentando o Programa de N/A
13. Máscaras do descontrole emocional
14. N/A foi a única solução para mim
15. Recarregando as energias
16. A importância da transmissão da mensagem
17. Depoimento de uma jovem neurótica
18. A vida é um dom precioso
19. N/A não é apenas um lugar de choro
20. Encontrei um tesouro
21. Um grito pela morte espiritual
22. Prioridades do neurótico em recuperação
III. Reflexões
1. A espiritualidade do Primeiro Passo
2. Histórico espiritual da literatura
3. 6º Passo
4. Reflexão sobre a importância da nossa literatura na Recuperação
IV. Informativo

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PREÂMBULO

Neuróticos Anônimos é uma Irmandade* formada


p or homens e mulheres que compa r tilha m suas
experiências, fortaleza e esperança para resolverem
seus problemas emocionais comuns e dessa forma se
reabilitarem da doença mental e emocional.

Para ser membro desta Irmandade* basta


considerar-se uma pessoa neurótica, ou seja, com
perturbações emocionais, e ter o sincero desejo de
sarar.

Em N/A não se cobram taxas nem mensalidades.


As despesas de seu funcionamento são pagas com o
dinheiro proveniente das contribuições de seus membros.

Neuróticos Anônimos não está ligada a nenhuma


instituição religiosa ou política e não defende nem se opõe
a nenhuma causa. Seu objetivo primordial é a transmissão
de sua mensagem, através da recuperação de seus
membros, aos que necessitam de ajuda para encontrarem
uma vida feliz, livres da doença mental e emocional.


*na maioria dos países de língua espanhola onde existem Grupos de N/A,
a palavra empregada é Comunidade.

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I - Palavra aos Leitores

Caros companheiros e leitores,

Aqui estamos com o primeiro número da revista Novos Horizontes


de 2018.
O tema escolhido pela Assembleia Nacional de 2017 foi:
“Prioridades, Princípios e Responsabilidades”.
Muitos companheiros nos enviaram seus depoimentos, relatando
suas trajetórias de vida e de recuperação por meio do Programa de
Recuperação de N/A. São verdadeiras joias para auxiliar aqueles que
ainda sofrem com a neurose.
Alguns relataram suas prioridades, outros se ativeram nos princípios
espirituais de N/A e outros ainda falaram das responsabilidades que
devemos assumir se quisermos nos recuperar.
A partir daí cabe a cada um de nós, avaliar onde e como devemos
agir, para melhor aproveitamento dos benefícios que o Programa de
N/A nos proporciona, isto inclui serviço e estudo da literatura.
Informamos que já estão abertas as inscrições para o próximo
Encontro Nacional em Itapema/SC, nos dias 28, 29 e 30 de
Setembro e o tema escolhido pela Consciência Coletiva de 2017 foi:
“Responsabilidade e Unidade para manter a porta de N/A Aberta”.
Neste ano vamos falar muito em Responsabilidade, talvez seja
mesmo o que estamos precisando assumir, para fazermos com que o
N/A continue crescendo, ainda que não seja em quantidade, mas em
qualidade, que é o essencial para as recuperações.
Paz e Serenidade a todos.

Equipe Novos Horizontes.

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II - Depoimentos

1. Prioridades, Princípios e Responsabilidades (1)

O que eu considero como Prioridade em minha vida é a saúde mental e


emocional, sem a qual não haverá saúde física e para isso eu preciso estar
sempre dentro do Programa de Recuperação de Neuróticos Anônimos.
Estar dentro do programa significa praticar o programa em todos os
momentos, dentro e fora das salas de N/A, só assim o programa estará
dentro de mim e eu poderei me manter em recuperação constante, pois
se me afastar poderei regredir.
Quanto ao Princípio, devo considerar a observância dos Princípios
Espirituais que o Programa de Recuperação de N/A me proporciona, ou
seja, os “Doze Passos e as Doze Tradições”, estes não me são impostos
de forma alguma, eu é que voluntariamente devo submeter-me a eles,
se eu quiser me recuperar e me manter recuperada dos meus problemas
emocionais.
A prática do Programa de Recuperação de N/A pressupõe a frequência
assídua às reuniões, o estudo da literatura e o serviço, sem o qual
dificilmente eu sairei do meu comodismo, um dos principais defeitos
de caráter da doença mental e emocional citados na literatura,
especialmente no livro “As Leis da Doença Mental e Emocional”.
Na página 22 do referido livro, Grover afirma que: “Se uma situação
se mostra de todo intolerável, o que se deve fazer é sair dela. Nenhuma
pessoa permaneceria em tal situação, deixando-se transtornar. Portanto,
o papel de “vítima” que as pessoas doentes assumem nenhum benefício
lhes proporciona. A doença, repetimos, se origina na própria pessoa ao
permitir que a situação a mantenha transtornada”. Para isso precisamos
deixar o comodismo e tomarmos alguma atitude positiva.
Aqui é que entra a nossa Responsabilidade, não nos darmos o direito
de permanecer de braços cruzados, esperando que o Poder Superior nos
recupere sem que tenhamos o trabalho de fazermos a nossa parte.

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Eu considero minha responsabilidade praticar o Programa e estudar
a literatura, pois é nela que eu aprendo sobre a doença emocional e
espiritual. Sem o estudo eu não adquiro o autoconhecimento e, portanto,
a minha recuperação. Também cabe a mim a prática do serviço, pois o
serviço me dá o conhecimento na prática, não posso ficar só na teoria,
pois teoria só não recupera ninguém.
Assim, Prioridades, Princípios e Responsabilidades estão diretamente
interligados com a doença mental e emocional e com a nossa recuperação.
Paz e serenidade.
Elena – Guarulhos/SP.

2. Os princípios indicam as prioridades e responsabilidades

Três atributos, em geral, ausentes no indivíduo neurótico. (EU*)


Comumente o neurótico tem tanto o que fazer, e como não sabe por
onde começar, não faz nada. (EU*)
Outras vezes, a neurose impondo um perfeccionismo doentio, leva a
uma atitude de “Super Ser” assumindo responsabilidades além da sua
capacidade. (EU*)
Razão? O item Princípios ou a falta deles.
Princípios estão contidos na área da Espiritualidade.
Praticando o Programa e despertando espiritualmente, pude alcançar
o equilíbrio necessário para, conscientemente, eleger prioridades. (1º
Lema) e assumir responsabilidades dentro do limite. “Só Por Hoje”.
Paz e serenidade.
Nivaldo – Goiânia/GO
(*EU antes do Programa).

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3. Prioridades, Princípios e Responsabilidades (2)

Prioridades: Somente quando conheci N/A e comecei meu tratamento


é que pude colocar em primeiro lugar as minhas necessidades, ou seja,
Priorizar minha recuperação. Até então minhas escolhas eram todas
baseadas no ego. Eu sempre protelava todas as minhas iniciativas de
conquistar algo bom a meu favor, principalmente se fosse algo difícil ou
precisasse de muito esforço eu simplesmente desistia, mesmo sabendo
que era bom para mim. Não tinha condições emocionais nem boa
vontade o suficiente para dar continuidade. Meu ego dizia que não era
importante, que tudo ia ser muito trabalhoso, então meu próprio ego
justificava a minha iniciativa, deixando-me sem condições para agir e
assim o que eu mais queria conquistar deixava de ser prioridade. Hoje eu
já consigo distinguir quais são as minhas prioridades, fazendo o possível
para colocar em prática sem interferência do ego, uma delas é a minha
recuperação.
Princípios: Minhas ideias, conceitos, opiniões e concepção de um
Poder Superior eram todas equivocadas. Minhas ideias e opiniões
eram sempre de interesse pessoal e não coletivo. Em relação ao Poder
Superior não tinha uma concepção que funcionasse, era um Deus que
me amedrontava e eu queria sempre estar competindo com Ele. Tudo
que eu conseguia resolver, a vitória era minha e não Dele. Com a prática
do Programa mudei muito esta minha atitude, sempre que participo das
reuniões de serviço, dou valor ao coletivo. Graças à prática dos Passos
e Tradições, hoje tenho uma nova concepção de Deus segundo o meu
entendimento. Sei que preciso melhorar cada vez mais meu contato
com esta Força Superior, mas sei também que a prática do Programa me
dá essa condição.
Responsabilidades: Muitas vezes fui irresponsável perante minha
recuperação, não levando a sério a prática do Programa, ia como se

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diz: “tentando quebrar o galho”, tinha muito medo de mudanças e isso
me tornava uma pessoa com dificuldade para enfrentar meus defeitos
de caráter, era prisioneira dos meus próprios pensamentos negativos.
Queria muito me recuperar, mas não queria assumir compromisso com
a minha Recuperação, com a Unidade e com o Serviço, que para mim,
estão relacionados com: Prioridades, Princípios e Responsabilidades.
Participando assiduamente das reuniões, comecei a perceber a
importância da prática do Programa para que eu pudesse obter real
recuperação.
Hoje graças a Deus me sinto em recuperação. Dou muito valor ao
grupo, às literaturas, aos depoimentos, aos Encontros, enfim, a tudo
que faz parte do Programa de Recuperação de N/A, porque sinto
profundamente, que a observância de todos estes princípios me mantém
em recuperação.
Paz e Serenidade a todos.
Rita – São Paulo/SP.

4. A hierarquia das prioridades na recuperação

Na minha vida pregressa, antes de chegar em N/A, não tinha uma


perspectiva correta das prioridades de minha vida. Na verdade, nunca
havia pensado que existia uma hierarquia de prioridades que poderiam
levar-me para diversos caminhos. Inclusive o da doença mental,
emocional e espiritual.
O que era prioridade em minha vida me levava para um viver vazio,
inútil e destrutivo. E dessa forma me desconectei de um Poder Superior e
passei a servir apenas à minha vontade egocêntrica de forma obsessiva.

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Tudo que tinha vontade de fazer estava ligado ao exercício da doença e
assim, desenvolvi a depressão que me levou ao fundo do poço emocional.
Depois de muito tempo na Irmandade, mais exatamente no exercício
do Quarto Passo, me deparei com o texto da página 130 do livro Passos e
Tradições a Caminho da Sanidade que trata das Prioridades, Princípios e
Responsabilidades, o qual me levou a refletir sobre quais as verdadeiras
prioridades de minha vida, pois eu já estava consciente que havia
abandonado o que era essencial: Evitar o descontrole emocional para
comigo e com o Poder Superior; para com minha família; para com
meu trabalho, vocação e profissão; para com meus objetivos, sonhos e
aspirações; para com meus amigos, vizinhos e a comunidade.
Alinhar todos esses aspectos fez toda diferença na minha recuperação,
pois eu estava colocando como prioridades aquilo que, eu tinha a
responsabilidade de manter. Sendo o básico para se viver uma vida de
utilidade, com saúde emocional e dentro de uma evolução espiritual.
A minha prioridade passou a ser a minha recuperação e o despertar
da minha Centelha Divina, que sempre esteve presente em mim. A partir
desse ponto, todos os demais aspectos e prioridades ficaram mais fáceis
de conduzir.
Aprendi que quando priorizo a minha recuperação e passo a construir
um viver com significado, útil e construtivo, todos ao meu redor se
beneficiam. E dessa forma melhoro da doença emocional e ajudo a
construir um mundo melhor a partir de mim mesmo. Agora me sinto
útil.
Nildo – Blumenau/SC.

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5. Uma revisão das prioridades, princípios e responsabilidades

Ao chegarmos ao N/A e nos comprometermos com um novo modo


de vida e uma revisão de prioridades, princípios e responsabilidades, é
necessário determinar se estamos na perspectiva correta.
Os títulos a seguir, têm por finalidade de cada companheiro ou
companheira, fazer a sua própria reflexão sobre suas prioridades, que
tem início na pág. 130 do livro Passos e Tradições a Caminho da Sanidade:
1. Evitar o descontrole emocional;
2. Para comigo e com meu Poder Superior;
3. Para com minha família;
4. Para com meu trabalho, vocação e profissão;
5. Para com meus objetivos, sonhos e aspirações;
6. Para com meus amigos, vizinhos e comunidade.
No meu caso, todo o conteúdo foi e está sendo importante no meu
processo de recuperação, no entanto tem uma pergunta que me chama
muito a atenção, está na pág. 132, item 2 - letra (a): “Enfrenta-se a si
mesmo com honestidade, examinando seus pontos fortes e fraquezas”?
Fazendo uma reflexão sobre o tema acima mencionado, entendi que
deveria dar somente uma passada, mencionando pouco do conteúdo, no
intuito de deixar que os companheiros se interessem em ler tudo o que
consta nessas páginas. Assim ele adquire a revista, mas vai interessar-se
também em ler as demais literaturas de N/A. É o que espero.
Na expectativa de ter colaborado com a Irmandade.
Desejo a todos, Paz e Serenidade.
Manoel – Itajaí/SC.

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6. Compromisso com a honestidade: 5º Passo

Um grande tormento que trazia comigo antes de conhecer a sala de


N/A, era o fato de ser uma pessoa muito fechada e retraída, sempre
procurando esconder e fechar os meus defeitos de caráter a sete chaves.
Por esse motivo, quando cheguei ao grupo de N/A, tive muita dificuldade
para realizar o Quinto Passo, pois o que eu sabia fazer muito bem era
apontar os defeitos dos outros e querer mudá-los a qualquer custo, ou
seja, eu não sabia o que era aceitação. Eu era dominado pelo orgulho, o
que me fazia sentir diferente dos outros e desajustado no mundo.
Na sala de N/A, praticando o Quinto Passo em todas as reuniões, eu
fui aprendendo, paulatinamente a abandonar o hábito de criticar e
querer mudar as pessoas do meu convívio. Estou aprendendo a criticar
a mim mesmo, o que sem dúvida, é uma difícil tarefa que demanda
tempo, paciência e principalmente humildade. Porém tenho percebido
que é um excelente exercício para combater o meu egoísmo, a partir
do momento que começo a externar aquilo que sinto ou aquilo que me
incomoda e especificamente aquele determinado assunto que não gosto
de falar de jeito nenhum, aquilo que antes era visto como um “bicho de
sete cabeças” foi aos poucos desaparecendo, ou seja, o medo doentio
e a ansiedade torturante foram sendo substituídos pela fé e por uma
agradável sensação de paz e serenidade.
Com a prática do Quinto Passo tenho aprendido que o neurótico que
aprende a sorrir para a vida, mesmo que esta seja um pouco amarga,
aprende também de certa forma, a estender a mão ao semelhante que
passa por dificuldade emocional, porque o exemplo convence mais que
milhares de palavras. Com isso começo a trilhar o caminho da autonomia
e da própria cura.
Mesmo passando por momentos difíceis, se tivermos a coragem
de compartilhar essa experiência com os demais, seremos capazes

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de amenizar um pouquinho o nosso sofrimento e o do outro, e é
exatamente isso, de forma plena e consciente que às vezes sinto, quando
exponho a natureza exata de minhas falhas perante os companheiros e
principalmente perante o Poder Superior.
Falar das minhas dificuldades com sinceridade é também uma forma
de ajudar ao próximo, pois o companheiro perceberá que não é só ele que
sofre e que é doente, que o seu problema não é o maior e que estamos
todos no mesmo barco, ninguém é melhor ou pior que ninguém, nós
somos apenas seres humanos em busca de uma evolução espiritual para
sairmos do sofrimento.
Outro aspecto importante que tenho aprendido é que para realizar
o Quinto Passo preciso da ajuda de Deus, pois acredito que sozinho
não consigo derrotar o meu egoísmo que é a causa do desequilíbrio
emocional em minha vida. Por isso em minhas orações sempre procuro,
de forma consciente, pedir ao Poder Superior que me liberte do meu
egoísmo e me conceda a capacidade de amar. Peço também a Ele que me
mostre qual é a Sua vontade e que me dê forças para realizá-la. Assim
sendo, em quase todas as reuniões, durante o meu depoimento, procuro
colocar esse diálogo direto, franco e sincero com o Poder Superior, ou
seja, um diálogo de amigo para amigo. Essa conversa amigável faz com
que eu me sinta bem próximo de Deus e me ajuda a eliminar tudo que
me prejudica e me torna vazio, visto que assumindo as minhas fraquezas,
me torno forte, pois ao confessar os meus defeitos de caráter, acredito
que recebo a absolvição.
Praticando com sinceridade o Quinto Passo, vou aprendendo a fazer as
minhas escolhas fundamentadas na sabedoria divina, vou conseguindo
me libertar da sensação de isolamento e ser menos exigente comigo
mesmo, vou aprendendo a perdoar aos outros e principalmente a mim e
a ser honesto principalmente comigo mesmo.
Essa prática me ajuda a caminhar em direção ao pensamento correto e,

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em decorrência, vem a sensação de alívio que chega através da capacidade
de dizer não aos meus erros, e eliminando tudo que contamina o meu
coração. Vou aprendendo a abrir a “gaiola dos meus monstros interiores”
e cada vez que falo do meu egoísmo vou liberando o meu lado altruísta,
o que me faz sentir melhor, mais forte, mais pacífico e mais amoroso.
Vou conseguindo desfrutar do prazer de conviver com as pessoas e tendo
a incrível sensação de paz interior, começo a perceber a beleza da vida
nas pequeninas coisas. Vou entendendo que as necessidades das outras
pessoas são tão importantes quanto as minhas.
Através da exteriorização verbal o lixo emocional é jogado fora e no
final de cada reunião, sinto-me renovado, mais feliz, mais próximo das
pessoas e de Deus e finalmente, a sensação de leveza e alívio vai surgindo
no desabrochar de cada instante que é vivido, pois cada minuto que
passa pode ser tudo que me resta para viver.
Paz e serenidade a todos.
José – Gr. Sabedoria – Franca/SP.

7. A responsabilidade do depoimento em N/A

Eu passava por uma longa e desgastante depressão, eram dias cinzentos


sem fim, seguidos de dias em que, eu ao acordar lamentava estar vivo,
com medo de ter que enfrentar novamente, todos os sintomas da
depressão. Não tinha mais coragem e nem esperança de um amanhecer
melhor. Já havia tentado tratamento com psiquiatra, com psicólogos nas
diversas linhas e as melhoras parciais, eram anuladas pela concentração
de pensamentos persecutórios de desânimo e desespero de viver.
Procurei na internet sobre depressão e possíveis grupos de ajuda.
Tinha ouvido ou lido algo de grupos de ajuda que incluíam depressão.
Encontrei no Google, referência sobre depressão em grupos de apoio de

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Neuróticos Anônimos, que mencionava um telefone. Fiz a ligação e uma
gravação deu as informações de local, hora e mais alguns complementos.
Tomei coragem e fui conhecer o grupo de N/A de Curitiba. Cheguei
à sala minutos antes do início da reunião, as pessoas estavam sentadas
em um círculo, havia uma mesa e em cada extremidade uma pessoa,
uma das quais deu início à reunião e na outra extremidade, outra pessoa
que anotava alguma coisa que mais tarde, vim saber tratar-se de um
coordenador de reunião e um secretário.
Em determinado momento da reunião o coordenador dirigindo-se a
mim, deu boas vindas e disse que se eu quisesse poderia dizer alguma
coisa. Um pouco deslocado e sem jeito, falei que estava ali por causa da
depressão. E para minha sorte, era reunião de recuperação e ouvindo os
depoimentos, um deles mencionou uma situação de depressão que me
tocou e me fez voltar.
Estou já há muitas 24 horas em recuperação neste grupo, onde
inicialmente, na busca de ajuda, encontrei muitas respostas para questões
que me afligiam e sozinho não tinha visão e nem conhecimento para me
trabalhar.
Vejo-me em recuperação constante, aqui onde fui acolhido, eu adquiri
confiança no anonimato e na liberdade de dizer meus sentimentos,
os quais antes nunca tinha tido condições de externar. Pude falar em
linguagem simples e também ouvir de companheiros, que abriram seus
corações para compartilhar os tormentos e prisões em comportamentos
e crenças limitadoras da neurose.
Aceitando o programa e o método de N/A, com a mente aberta como
da criança que acredita e quer conhecer e apreender, assim enxerguei
o quanto eu estava dominado pela doença emocional e espiritual, de
hábitos enraizados de egoísmo e egocentrismo, que como um véu,
estavam me impedindo de ver um mundo melhor e uma divindade

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amorosa.
Só por hoje busco serenidade na aceitação da realidade e coragem
para mudanças de hábitos nocivos, como de fugir nas ilusões doentias
da neurose, para isso, me entrego à sabedoria de um Poder Superior.
Anônimo – Curitiba/PR

8. Buscando uma nova vida

Eu, Alonso, um neurótico em recuperação, estou buscando uma nova


vida e um caminhar equilibrado, praticando os Doze Passos.
Sobre o tema de reflexão, quando o descontrole emocional é acionado
na minha vida, busco me focar nos Doze Passos, em qualquer um e ao
mesmo tempo em todos.
Primeiro: tenho aceitação para admitir que, sou impotente a esse
descontrole e que perdi o domínio da minha vida, mesmo que seja sobre
uma emoção descontrolada;
Segundo: venho a acreditar que um Poder Superior a mim mesmo
pode me devolver à sanidade e o controle emocional;
Terceiro: entrego minha vida e vontade a Deus para que Ele, que é
onipotente possa me devolver o controle emocional e me dar aceitação
para o que eu não posso modificar;
Quarto: tenho de fazer um inventário minucioso e destemido de mim
mesmo, para saber onde meus defeitos originaram a deturpação de
minhas emoções, que geraram esse descontrole emocional;
Quinto: confesso a Deus, a mim mesmo e a outra pessoa, a natureza
exata das falhas que encontrei e que contribuíram para esse descontrole;
Sexto: prontifico-me para que Deus possa colocar a minha casa em

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ordem;
Sétimo: humildemente rogo a Deus que remova os defeitos que me
levaram ao descontrole;
Oitavo: faço a relação de quem prejudiquei enquanto estava
descontrolado emocionalmente;
Nono: faço as devidas e possíveis reparações a mim e aos outros, a
quem prejudiquei com o meu descontrole;
Décimo: contínuo inventariando-me para ver se ainda existe um
descontrole residual com seus defeitos;
Décimo Primeiro: busco exercitar ao mesmo tempo o autoexame, a
meditação e a oração, para que Deus possa agir em mim, mostrando-me
onde tenho que ter aceitação, onde posso modificar meu comportamento
e reações e buscando forças e conhecimento de Sua vontade para minha
vida;
Décimo Segundo: tendo despertado espiritualmente, readquirido o
equilíbrio e o controle emocional, busco ajudar o próximo, transmitir
a mensagem de N/A e continuar praticando estes Passos, em todas as
minhas atividades cotidianas.
Nem sempre consigo praticar tudo isso que escrevi, mas eu tento, e
acredito que Deus não quer me obrigar a ter êxito, quer que eu tente,
com todas as minhas forças, praticar o Programa, sem procrastinação.
A vitória é o equilíbrio emocional e persistir, mesmo com as quedas no
caminho e eventuais reveses que surjam enquanto pratico o Programa,
evitando o primeiro descontrole emocional. Pois acredito que “a
persistência é o caminho do êxito”.

Alonso - RJ

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9. Mensagem aos deprimidos

Nesta Sala de N/A Que o Poder Superior


Encontrei Serenidade Deu pra mim e pra você
Encontrei Paz e Ajuda
Encontrei Muita Amizade Parece que o deprimido
Perde o sentido da vida
E uns ajudando aos outros Nada presta nada vale
Sem interesse qualquer Ele não sente alegria
Onde tem homem e mulher
Com a mesma finalidade A muitos lhes falta a fé
Caem num grande desespero
E o Poder Superior mostrando Não procuram um lugar certo
O caminho certo Pra sair do pesadelo
É uma luz no horizonte
Pra quem vive no deserto Não vão ao médico e se afastam
Não querem saber de ninguém
É uma flor desabrochando Vivem no além
É um jardim se enfeitando
Com muitas cores de rosa Outros desprezam tudo
Eu falo na minha prosa Com tanta angústia e tristeza
Que a felicidade está perto Não comem, não dormem mais,
É uma luz que se acende Essa é a grande certeza
Ilumina nosso viver
Essa luz que se apagou Acabam com a própria vida
As boas coisas são esquecidas
Depois voltou a acender Com o desespero e frieza
É a Luz do nosso sorriso A todos que já passaram
Mostrando esse paraíso Pela triste provação

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E conseguiram atravessar Vocês podem ter certeza
Pântano, deserto e valão. Que acaba toda tristeza
Lá no finalzinho do túnel
É noite de tempestade Vocês vão encontrar
O que se vê na verdade,
É a falta de caridade A vida feliz daquele que encontra
Quando chega a depressão O Poder Superior
É uma Força Infinita
Parece que dá um basta Vem das mãos do Criador
Todo amigo se afasta
Os parentes não dão ouvidos Que rege todo o Universo
Apaga-se o nosso sorriso É a Ele que sempre peço
Seja o nosso Protetor
Vem a falta de assunto Ele é Todo Poderoso
Não parece estarmos juntos Ele que é o Grande Doutor
Não sabemos mais brincar
Acabou-se o paraíso Eu vou deixar um recado
Para aquele que anda triste
Mas por trás de tudo Que a felicidade existe
Vem o Poder Superior É só procurar
Mostrando todo o valor Aqui termino a mensagem
Com o seu poder de curar Muita fé e esperança
Que vamos nos recuperar
Nos Grupos de N/A 24 horas de Paz e Serenidade!
Encontramos a solução
A Paz e a Serenidade Manoelito
Onde se encontra a verdade Gr. Fênix
A cura da depressão Rocha Miranda/RJ.

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10. A melhor solução é o diálogo

Hoje concordo que para solucionarmos desentendimentos, a melhor


solução é o diálogo. Embora saiba que nem sempre devo fazer em
qualquer momento, devo esperar uma ocasião oportuna.
Estou passando por situações desagradáveis no momento, mas estou
esperando me acalmar para não me abalar e nem aos outros. Sei também
que não devo deixar esse problema sem solução, senão eu acumulo
ressentimentos que podem agravar minha saúde emocional.
Fazer vingança não é estar em recuperação, eu me controlo e tento
reverter a situação, usando os bons sentimentos que ainda tenho. Se eu
usar a raiva ou a cólera, só vou piorar a situação e viver infeliz.
Quando uma pessoa fica com raiva polui a alma e o corpo. Ficar com
cólera para mim significa não saber lidar com a vida como ela é ou com
as frustrações. Estou fora da cólera, só por hoje.
24 horas de serenidade.
Luzia - RJ

11. Eu estava lá, no lugar certo e na hora certa

Após algumas 24 horas de programação, eu posso dizer com muita


convicção que sou abençoada e grata. O significado da palavra
abençoada é: “cuidada” e, quando ainda estava mergulhada na neurose,
o Poder Superior teve o cuidado de me colocar num lugar propício para
eu ver que era impotente perante as minhas emoções. Esse lugar é o
Programa de Recuperação de Neuróticos Anônimos, ao qual sou muito
grata.
Participando do 7º Encontro da UNA Norte do Paraná, em Arapongas,

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ficou muito claro para mim que, mesmo estando na Irmandade há algum
tempo, percebi que em N/A não existem “veteranos espirituais”.
Apesar de conhecer toda literatura, participar das reuniões e encontros,
prestar serviços à Irmandade, amadrinhar companheiros, etc., percebo
que cada vez mais aprendo como o Poder Superior é infinito. E tendo eu
esse valor dentro de mim, o aprendizado também é infinito.
Isso se torna um fato quando vejo companheiros de caminhada bem
mais longa que a minha, tirando pepitas da literatura. Perguntei-me
quantas vezes esses companheiros leram a literatura? E mesmo assim
quando participam de um estudo, que para eles não é “novidade”, parece-
lhes ser a primeira vez que estão tendo contato com essa literatura.
É imensurável o que tenho para contribuir com essa mensagem, pois
o conteúdo do Programa se renova a cada segundo. Um estudo que
faço hoje será diferente na próxima oportunidade, porque eu não sou a
mesma pessoa a cada dia que passa. Quando alguém me pergunta como
estou, minha resposta é: melhorando, melhorando e melhorando. O
Primeiro Passo visto na minha primeira reunião, hoje é muito diferente
para mim. No primeiro dia vi que eu era vítima da doença e precisava me
render, hoje vejo que sou responsável pela doença e preciso ter atitudes
para deixar o egoísmo fora de cena e para que meu infinito valor seja o
protagonista da minha história.
O estudo do capítulo cinco do livro Vermelho “A Doença se origina em
nós mesmos”, que fizemos em grupo durante esse Encontro, destacamos
algumas atitudes de auto responsabilidade, que podem nos levar à
sanidade:
1) Dar crédito não só às pessoas bem sucedidas como também às
doentes, pois o infinito valor está em TODO ser humano; 2) Não se
fazer de vítima; 3) Depender do Poder Superior para discernir sobre a
literatura; 4) Perceber que precisar de ajuda não é ser vítima; 5) Tirar

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a culpa da minha vida vigiando meus pensamentos; 6) Aceitar o erro
do outro e aprender com os meus; 7) Não me lamentar e praticar o
inventário relâmpago; 8) Aceitar o que não posso modificar; 9) Aceitar
minha impotência perante as minhas emoções; 10) Parar de reclamar.
Todas essas pepitas extraídas de companheiros que se dispuseram a
prestar serviços, participando desse Encontro, foram achadas por mim,
porque eu estava lá, no lugar certo e na hora certa.
Quero que elas não fiquem guardadas comigo, mas espalhadas por
onde eu passar, através de muita paz e serenidade, que sou capaz de
sentir e viver só por hoje.
Eu sou grata a cada membro dessa Irmandade que, mesmo sem
perceber, está levando essa preciosa mensagem por onde passa.

Maria Alice – Maringá/PR

12. Experimentando o Programa de N/A

Cheguei a uma sala de N/A, muito adoecida, tendo certeza absoluta


que era vítima de pessoas, família, relacionamentos, situações, governo
e crise no País.
Aprendi a cada volta às reuniões que eu não era culpada por minha
neurose, mas uma vez instalada a doença, eu fui responsável por mantê-
la.
Percebo a cada dia que a doença é progressiva, mas que a recuperação
também é progressiva. Essa recuperação que me é dada por um Poder
Superior a mim, se tornará realidade em minha vida, se eu desejar tê-la
e permitir que ela saia do desejo e se torne realidade em meu modo de

22
agir e pensar.
Só por hoje já consigo viver o ajustamento diário, ou seja, minhas
emoções não são mais determinadas pelas pessoas ou circunstâncias,
elas estão baseadas na prática diária do Programa de N/A.
Hoje sou grata a Deus, aos companheiros e ao Programa de N/A, por
viver um novo modo de vida, uma vida totalmente dependente de um
Poder Superior a mim e não dependente das pessoas, das circunstancias
e dos acontecimentos externos.
Hoje sou grata por reconhecer que sou neurótica e que estou em
recuperação, que não sou uma pobre coitada, vítima de tudo e de todos.
Hoje sei quem eu sou.
Anônima - Belo Horizonte/MG.

13. Máscaras do descontrole emocional

Sou Fabiana uma neurótica em recuperação. O interessante é que


usei tantas vezes essas máscaras! Porém, não tinha ideia de que elas
escondiam a minha verdadeira personalidade. As máscaras que eu mais
usei foram: auto piedade, egoísmo, ciúme, possessão, agressividade e
bajuladora, sendo esta última a que mais me prejudicou.
Eu queria comprar o amor das pessoas, principalmente de algumas
pessoas de minha família. Fui rejeitada pela minha mãe biológica e
preenchia essa carência fazendo agrados, pagando e comprando coisas
para os outros, dando dinheiro.
Precisava ser aceita, ser aprovada e, quando meu ego não era satisfeito,
eu chorava, brigava, fazia chantagem emocional, pensava em suicídio e
tinha ideias homicidas. E como isso me machucava!

23
Eu estava completamente perdida e errada, acreditando que agia de
forma correta. Eu era a senhora da razão. Fazia-me de vítima muitas
vezes. Porém, quando comecei a olhar para dentro de mim, aí veio a dor
e a angústia e a máscara da ilusão caiu.
Dói ter que olhar para dentro de mim mesma, mas eu tive que me
render a isso. Foi então que consegui obter as armas para lidar comigo
mesma e equilibrar um pouco as emoções, através das reuniões, do
estudo da literatura, dos Doze Passos e das Doze Tradições.
Paz e serenidade para nós!
Fabiana

14. N/A foi a única solução para mim

Cheguei a uma sala de N/A com uma profunda depressão e após duas
crises de pânico, o que para mim é uma das piores experiências que um
ser humano pode passar.
Antes de conhecer a Irmandade de N/A recorri a vários tratamentos
tais como: psiquiátrico, religioso e psicológico, os quais não conseguiram
ajudar a me livrar do sofrimento causado pela doença mental e
emocional.
Também tomei com orientação médica, várias medicações como:
antidepressivos e ansiolíticos e eu só piorava, pois a doença é progressiva.
Somente com o ingresso em N/A eu me recuperei desses sintomas
terríveis da doença emocional e só por hoje, não sofro mais com a
depressão e a síndrome do pânico, graças a Deus como eu concebo o
Poder Superior.
Para mim, a Irmandade de N/A foi a única solução para esses

24
problemas. A ciência e a religião, que para algumas pessoas são, a saída
do sofrimento, não o foram para mim.
Através da Literatura encontrei um programa de vida que é para sempre
e que visa à saída da ignorância espiritual, para uma vivência espiritual
saudável, que pessoalmente falando, consiste num grande desafio, pois
o egocentrismo e o orgulho resistem à mudança da estrutura básica da
nossa personalidade, que é o único meio para passarmos a viver uma
vida útil, feliz e fraterna com os nossos semelhantes e de nos religarmos
ao Poder Superior, Deus como eu O entendemos.
Antes eu sentia que todos os meus problemas eram causados pelos
acontecimentos da vida e pelo comportamento das pessoas, que na
minha visão distorcida eram as culpadas pelo meu sofrimento.
Aprendi no N/A que as minhas reações sim, é que me causavam
sentimentos negativos e consequentemente prejuízos à minha vida e
à vida das pessoas com as quais eu convivia. Até Deus eu culpei pelos
meus infortúnios!
Minha mente se encontrava completamente fechada pelos conceitos
e preconceitos adquiridos pela vivência egoísta. Agora aos poucos, ela
(minha mente) vai se abrindo para uma nova visão e entendimento da
realidade segundo as ideias, conceitos e princípios espirituais do N/A.
Isso tem feito a diferença na minha vida, mas estou só no início da
caminhada espiritual. Ainda faltam muitos passos, para dar e muito
chão para percorrer.
Com a ajuda de Deus e dos companheiros, esforçando-me a cada 24
horas em me submeter aos princípios espirituais do N/A, tenho fé que
me libertarei da prisão do egocentrismo e da tirania do orgulho.
Desejo Paz e Serenidade a todos.
Ana – Gr. Santana - Rio de Janeiro/RJ

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15. Recarregando as energias

Já vivi momentos de isolamento e prostração absolutos. É mais ou


menos como operar no “modo de economia de energia”, quando a
bateria do celular vai acabando. Desliga-se o WI-FI, o GPS e outras
tantas funcionalidades até se ficar com o mínimo possível ativado.
Comigo funcionou assim também, bebia água, ia ao banheiro, comida
muito pouco, nada de distração (TV, tablet, notebook), louça na pia,
roupas para lavar amontoadas, enfim, estado de “hibernação”.
Chegou um momento, porém, que de dentro de mim mesmo ouvi uma
voz interior incitando uma reação (não era esquizofrenia, garanto). Era
possível entender o seu apelo e eu entendia a mensagem. Ela me dizia
reaja, reaja, reaja, a vida pode ser encarada de modo diferente, vale a
pena tentar. Querendo no fundo d’alma, seguir a providencial sugestão,
porém o estado emocional precário em que me encontrava, parecia não
permitir nenhuma atitude. Agarrei-me então, ao Livreto 7 Lemas de
N/A. Compacto, era o que cabia com a “reserva de energia” em que me
encontrava.
Recordo-me de uma sugestão que consta no Livreto, de utilidade
infinita: “Só por hoje exercitarei meu espírito de três maneiras: praticarei
uma boa ação sem que ninguém fique sabendo, senão não valerá; farei
pelo menos duas coisas que não tenha vontade de fazer, apenas como
exercício; e, mesmo que meu amor próprio seja ferido, hoje eu não o
demonstrarei a ninguém”.
Só podia naquele momento, fazer pelo menos as duas coisas que não
tinha vontade de fazer. Pensei rapidamente em eleger as coisas primeiras
a se fazer (1º Lema) e lá fui eu, vencendo a terrível inércia, lavar a louça e
as roupas acumuladas e limpar o banheiro. Nos dias seguintes, a situação
foi se repetindo, tarefas outras foram retomadas, e eu fui deixando a
cama de lado. Depois de um tempo, já estudava novamente (o estudo
ajuda), e tinha saído do desespero, estava renovado. Foi como se tivesse
colocado o celular para recarregar, remetendo-me à analogia do início
do depoimento. O “modo de economia de energia” fora desligado.
Naturalmente, as coisas levaram o tempo que foi preciso para

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melhorar. É como a carga do celular que necessita de tempo para estar
completa. O indispensável, porém, é que tenha sido plugado o celular
na tomada e que haja energia elétrica disponível. A iniciativa de sair do
“modo de economia de energia” e colocar o aparelho para recarregar é
exclusivamente nossa. A energia elétrica, em minha opinião, é N/A, uma
verdadeira usina processadora de uma fonte inesgotável de energia e de
luz para todos: Deus, na minha concepção.
Paz, Serenidade e muita Luz.
Marco

16. A importância da transmissão da mensagem

Passar a mensagem de N/A requer empatia, não dizendo ao outro


aquilo que ele está cansado de ouvir, não apontando o problema
dele, mas fazendo com que ele se identifique com aquilo que também
sofremos. Essa identificação sem cobranças fará com que ele reconheça
que tem problemas e que pare de se sentir como o único ser que carrega
determinado problema e que sinta que o outro também passou por isso,
mas encontrou o caminho da serenidade.
O propósito primordial de N/A é levar a mensagem de fé e esperança
para o neurótico que ainda sofre, assim podemos passar esta mensagem,
além do depoimento, através de uma conversa informal, onde procuramos
transmitir nossa experiência, nossa vivência, nossa recuperação, sem
falar nada ao outro sobre ele mesmo, deixá-lo bem à vontade, assim
ele poderá ser “tocado” pela nossa linguagem que é a do coração, e que
sabemos que todos são capazes de entender e usar.
Acreditamos que a maneira mais assertiva seja a do nosso exemplo,
mas não é a única, pois há diversas maneiras de se passar a mensagem,
é preciso, porém que tenhamos muita humildade para falarmos
naturalmente, sem impor ao outro o que ele deve fazer.
Passando adiante nossas experiências positivas, pode ser que aquele
que ainda está sofrendo, perceba que a recuperação é possível, e que ser

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feliz e se manter 24hs sem as angústias da doença emocional também, e
assim ele se decida juntar-se a nós e ter a esperança de uma vida melhor.

Reunião de estudo - Gr. Alegria - Nova Iguaçu/RJ

17. Depoimento de uma Jovem Neurótica

Meu nome não importa, pois é igual a milhares de jovens. Com apenas
doze anos de idade eu já estava cansada de viver, sentia muita vontade
de chorar e uma tristeza, que não tinha razão de ser.
A hora do crepúsculo me fazia sentir vazia e inútil, era como se eu
não fosse amanhecer no outro dia. E foi neste estado de melancolia que
conheci uma senhorinha bondosa, que me indicou um grupo de pessoas
iguais a mim, que me diziam sentir os mesmos sintomas que eu sentia.
Esse grupo de pessoas se reunia em um galpão perto da Igreja e passou-
se algum tempo até que eu tomasse coragem de ir visitá-lo. Eu já tinha
completado quinze anos e não aguentando mais meu sofrimento, criei
coragem e entrei na sala, eu tinha tanto medo de ser abordada, que eu
nem respirava, temendo que alguém me perguntasse alguma coisa.
E assim fiquei frequentando as reuniões durante alguns meses, fiz
amizades com alguns companheiros do grupo, mas ninguém nunca me
perguntou nada e nem eu fiz qualquer comentário a respeito do que eu
sentia.
Mas eu conseguia saber e entender que eu estava doente
emocionalmente, pois ao tomar a decisão de buscar e aceitar ajuda em
N/A, eu estava humildemente reconhecendo ser impotente para me
recuperar sozinha, sem o apoio do grupo.
Hoje tenho vinte e três anos, me considero e me aceito e como eu sou
assídua leitora da literatura de N/A, tenho certeza que se eu não tivesse

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conhecido e praticado este Programa, eu não teria me recuperado.
Paz e serenidade a todos.
Anônima

18. A vida é um dom precioso

A vida é um bem preciosíssimo, desde que a pessoa tenha essa


consciência. É um dom recebido do Poder Superior, que começa como
células embrionárias, das quais uma reduzida minoria sobreviverá. Essa
disputa se dá através do processo de seleção natural, onde o instinto
de sobrevivência prevalece, vencendo o mais apto e mais rápido.
Continuando o ciclo da vida pós-nascimento, guiado pelo instinto de
viver e sobreviver, aliado ao pensamento lógico de como viver, segundo
os objetivos materiais de bem-estar físico e emocional, tomamos
consciência na maioria das vezes, do espiritual.
Valorizando a vida além do “ser” matéria e espírito, percebemos a
grandeza do todo, do ser e da vida, na sua amplitude do conjunto da
matéria e espírito, formando assim a “centelha divina - ser humano”.
Nascidos para vencer, confiando no Poder Superior, podemos superar
o egoísmo, e compreendermos que não somos vítimas da humanidade,
mas de nós mesmos.
Gr. Liberdade – Itabuna/BA

19. N/A não é apenas um lugar de choro

N/A para mim não é apenas um lugar de choro, mas é também


depósito aonde venho deixar com confiança os meus conflitos e mazelas,
trocando-os por serenidade. De cada reunião retiro a dose necessária de
paz para mais um dia, o de hoje.

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Também não é pódio onde espero ser coroada e tomar banho de
champanhe, pois como qualquer ser humano, posso despencar através
das mais diversas fontes de enfraquecimento.
Manter o equilíbrio frequentando assiduamente as reuniões,
assimilando o conteúdo da literatura e dos depoimentos, eis o meu
catecismo, o meu programa de vida. Felizmente enxerguei os meus
pontos fracos e tenho melhorado com a força encontrada no Poder
Superior, no Qual confio e ao Qual me entrego totalmente.
Não posso e nem quero negar os escorregões e as recaídas, mas em
Deus eu me seguro e Suas mãos protetoras estão sempre firmes me
sustentando. Vivendo os Passos e as Tradições, focada nos Sete Lemas,
tenho certeza de que cresço e amadureço emocionalmente para o meu
próprio bem. Sinto-me fortalecida com o cuidado de não afrouxar a
vigilância e a atenção aos depoimentos dos companheiros.
Nos companheiros vejo a minha cara refletida como um espelho.
Serenidade encontrada é vida vivida serenamente. Cuidando para não
me inflar de vaidade e entortar o nariz na arrogância, evitarei o inferno
do fundo do poço emocional.
Vamos em frente companheiros!
Muitas 24 horas de Paz e serenidade para todos nós.

Vanda - Timóteo/MG

20. Encontrei um tesouro

Quando cheguei à sala presencial de N/A, posso dizer que encontrei


um tesouro, a programação de Doze Passos e Doze Tradições.
Através do conteúdo da nossa literatura, minha mente que estava
muito fechada, foi se abrindo com este conhecimento maravilhoso.

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A revista Novos Horizontes com reflexões e depoimentos de
companheiros, que nos oferecem suas experiências de recuperação, nos
propicia uma grande ajuda para nossa recuperação.
A revista é também um valioso material para divulgação da Irmandade.
Podemos presenteá-la para familiares e amigos, ou fazer doação para
profissionais da área da saúde. Também podemos deixá-la em locais
públicos como bibliotecas ou salas de espera de consultórios médicos,
onde muitas pessoas terão a possibilidade de através dela, tomar
conhecimento do N/A.
Paz e serenidade.
Anônima.

21. Prioridades do Neurótico em Recuperação

Na verdade, pensando em prioridades, devo priorizar minha


recuperação e por isso tenho que aplicar os Princípios de N/A que são:
“Os Doze Passos e as Doze Tradições” e para isso a responsabilidade deve
se fazer presente.
A resposta para a doença mental e emocional é o amor. Amar é
uma forma de recuperar-se da doença emocional. Como aprender a
amar? Para mim, adquirir a capacidade de amar requer priorizar o meu
tratamento, dedicando-me por inteira a este programa de recuperação.
É necessário praticar os Princípios de N/A, Os Passos, para uma boa
convivência comigo mesma e com os demais seres humanos e as Tradições
para a convivência no grupo, na realidade, posso e devo praticar também
na minha vida pessoal.

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Responsabilidade: Eu sou responsável pela minha doença, mas muito
mais pela minha recuperação. Nosso cartaz da responsabilidade diz:
“Onde qualquer um, em qualquer lugar, estender a mão pedindo ajuda
quero que a mão de N/A esteja ali, e para isso eu sou responsável” Nós
somos responsáveis pela transmissão da mensagem de N/A, pelo bom
andamento do grupo e pela nossa recuperação.
Diz a Primeira Tradição: “Nosso Bem-Estar comum deve estar em
primeiro lugar; a reabilitação individual depende da Unidade de N/A”. A
Unidade de N/A é de todos os princípios, o que mais necessitamos. Nossas
vidas, a vida de todos que virão depois, depende desta unidade. Cabe a
cada membro de N/A obedecer a esses Princípios de reabilitação. Sem a
observância e a prática destes Princípios é impossível a recuperação. O
membro só se recupera se o grupo sobreviver.
Paz e Serenidade a todos.
Galdina – Gr. Raio de Sol – São Paulo/SP.

22. Um Grito pela morte espiritual

O desespero do "eu" por ter dentro de si o egoísmo muito alimentado,


induz à desvalorização do indivíduo e o leva a atentar contra sua própria
vida, por não encontrar mais razão para viver. O grito é o próprio "eu"
dominado pelo egocentrismo, que conduz à morte espiritual. Esse
domínio pela força do egoísmo converte a mente em um viver vazio,
inútil e destrutivo, causando a morte da alma, da mente e muitas vezes
até do corpo.
Gr. Liberdade – Itabuna - BA.

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III - Reflexões

1. Espiritualidade do Primeiro Passo

Sabemos que o homem nasce egoísta, fato natural e até necessário até
determinada idade. O egoísmo na fase inicial da vida é um imperativo
natural de sobrevivência. Contudo, tanto quanto o fato de a criança ir
mudando o modo de vestir-se, da mesma maneira necessita mudar sua
personalidade egoísta, para uma natureza amorosa. Ou seja, começar a
pensar, sentir e agir de maneira que não seja o fim de tudo e de todos,
mas faça parte de tudo e de todos. E, logicamente como parte, não é
o todo.
Contudo, por manter e desenvolver o egoísmo, criamos um peculiar
modo de vida, agindo como se nós fossemos o fim de tudo e de todos.
Nosso viver passou a se desenvolver em torno desse egocêntrico e
minúsculo objetivo. Estabelecemos para aquela que consideramos
nossa vida, um círculo fechado pelos estreitos limites do egoísmo.
Acontece, porém, que esse egoísmo não se contenta com esses limites
de nossa atuação. Com o decorrer do tempo ele vai assumir nossa
própria atuação, e então, passaremos a sermos devedores, através de
todos os nossos atos. Acontece que o egoísmo na condição de credor
é insaciável, voraz e profundamente desonesto. E num desses atos de
sua ilimitada desonestidade, está permanentemente a exigir que lhe
assine documentos de crédito de nossos atos. Acontece que dentre
esses documentos que ele nos apresentou para assinar, sorrateiramente,
colocou uma promissória em branco. Desgraçadamente era a promissória
da nossa vida, que assinamos em branco, portanto, sem vencimento e
sem valor. Imaginem em que confortável situação nos encontramos,
com esses documentos executáveis a qualquer momento, e ainda mais,
nas mãos de uma criatura voraz, insaciável e profundamente desonesta.
É evidente que o nosso estado é de falência. Todas as nossas velhas
estruturas pessoais estão permanentemente sob a ameaça de falência.
Nessa condição, haveremos de admitir, a irrealidade de nossa tão
decantada autossuficiência, a fragilidade, a superficialidade e até a
incoerência latente de nossos “pontos de vista” sobre Deus, sobre a vida,
sobre nós mesmos, sobre as outras pessoas e sobre o próprio N/A. Teremos

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de aceitar nossa devastadora debilidade emocional e principalmente
espiritual e todas as suas consequências, que nos levaram ao fundo do
poço. Mesmo tendo o sincero desejo de nos recuperarmos, haveremos
de aceitar o inconteste fato de não podermos fazê-lo sozinhos.
Necessitaremos da imprescindível ajuda de Deus oferecida através de
N/A. Ajuda que nos levará a ver que a admissão de nossa falência pessoal,
acabará por tornar-se o leito de rocha firme, sobre o qual poderemos
reconstruir uma vida feliz e de grande significado espiritual.
(Texto extraído da revista Sementes nº 06)

2. Histórico espiritual da Literatura de N/A

Estudando criteriosamente os escritos deixados por Grover, podemos


afirmar que ele não completou o Programa de N/A. Seria uma obra
muito grande para uma pessoa só.
A primeira que iniciou a complementação de N/A no Brasil foi o Livro
“Os Doze Passos e As Doze Tradições” editado em 1998.
Durante um longo período a Irmandade de N/A solicitou uma literatura
que completasse não só os fundamentos, conceitos e definições,
respectivamente de AA adaptados para o N/A; mas que desse aos Passos
e Tradições uma linguagem e compreensão de Grover.
Em julho de 1987, reuniram-se em São Paulo, na casa de uma
companheira durante três dias, membros da Irmandade que
representavam a consciência espiritual de N/A - Iluminados pelo Poder
Superior e por decisão de consciência coletiva decidiram iniciar os
trabalhos para a elaboração de uma nova literatura.
Apresentada inicialmente em formato de apostila (cartilhão), evoluiu
para o texto que se transformou no livro “Estudando Os Doze Passos e
As Doze Tradições”.
Em 12/07/2006 revisado e ampliado, foi entregue à Irmandade com o
título: “Passos e Tradições a Caminho da Sanidade”. Inestimável ato de

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amor do Poder Superior, Deus na forma em que o concebemos.
Na minha visão e compreensão espiritual, com esta obra Ele não só
presidiu a Irmandade, bem como a completou; valendo-se de muitas
mãos para escrevê-la. Valeu-se dos órgãos de serviços para estudá-la e
aprová-la de acordo com Sua vontade.
Hoje, se constitui no pilar de todas as recuperações, no exercício da
aplicação do nosso método de recuperação, que consiste em substituir
defeitos de caráter por virtudes.
Alicerce da expressão e manifestação da consciência coletiva, recurso
de eliminação do meu egoísmo e egocentrismo, causa remota e presente
da doença emocional e espiritual.
Felizes os companheiros, grupos e órgãos de serviços que fizerem dos
Passos, instrumentos para aprender a viver e das Tradições a educação
espiritual de aprender a conviver e servir, de acordo com Passos e
Tradições a Caminho da Sanidade.
(Texto da consciência espiritual da Irmandade - Julho/1997)
Guerino – SC

3. Sexto Passo

Por que desperdiçar o que já aprendemos até aqui no Sexto Passo, e


não continuar aprendendo mais? Não porque seja mais fácil, mas porque
já temos um caminho percorrido e com base no que aprendemos nos
Passos anteriores, temos o desejo, a satisfação e a confiança de que com
boa vontade, conseguiremos ir muito longe na recuperação.
No Sexto Passo temos o desejo (necessidade) de passarmos da fase de
criança para a fase de adultos. Então, deve ter ficado claro para nós que:
rendição, aceitação, entrega, inventário moral e partilha, são essenciais
na reestruturação da nossa natureza emocional.

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Sendo assim, vamos nos esforçar frequentando as reuniões, prestando
serviços e estudando a Literatura de N/A para alcançarmos uma vida
alegre e feliz.
Muitas 24 horas de serenidade.
Anônimo – Gr. Gaivotas.

04. Reflexão sobre a Importância da Literatura na nossa Recuperação

Quando cheguei em N/A não havia toda a literatura que temos


atualmente, pois naquele tempo recebíamos os textos numa folha
de papel mimeografada, com o tema do dia e um pensamento para
reflexão. Fazíamos a leitura na sala e levávamos para ser lido durante
a semana. Eu particularmente lia e relia, “devorando” cada palavra e
sentindo o verdadeiro desejo de livrar-me da depressão. Essa prática me
ajudou a alcançar a desejada abertura da minha mente, tão bloqueada
pela doença emocional.
Ao adquirir os Sete Lemas e o Livro “Estudando os Dozes Passos e as
Doze Tradições” (ampliação do antigo “Doze Passos e Doze Tradições”
– o pequeno), meu aprendizado cresceu ainda mais. Depois vieram os
Livros: Vermelho e o Bronze, compilados com os artigos de autoria do
Companheiro Grover (fundador da nossa Irmandade).
Há pouco tempo a Equipe de Literatura de N/A revisou e ampliou o
antigo ”Estudando os Doze Passos e as Doze Tradições” e o transformou
num livro mais completo, com o título: “Passos e Tradições a Caminho
da Sanidade”.
Toda a literatura que temos hoje e que nos ajuda, é baseada na
mudança da nossa personalidade doentia para uma saudável, livre dos
maus costumes impostos pelos nossos defeitos de caráter.
Temos então a oportunidade de estudar e refletir sobre determinado
tema e com isso vamos crescendo, ou seja, nos libertando da neurose

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para uma vida onde nos doamos em serviços à Irmandade, aos nossos
familiares, amigos e à sociedade em que vivemos.
Grover nos diz no livro Bronze p.102 – “Amor é desprendimento,
altruísmo e não podemos ser egoístas e amar ao mesmo tempo. O
egoísmo precisa ser removido antes que o amor possa se desenvolver
e florescer”. Portanto precisamos praticar o amor e eliminar o
egocentrismo, acreditando que O Poder Superior pode nos devolver a
saúde da nossa alma que se encontrava quase morta em consequência
dos nossos defeitos.
Grover nos sugere que façamos um esforço de fé, ou seja, uma fé
verdadeira; a fé em um Poder Superior ou Deus como cada um O
concebe. Esse esforço de fé nos leva à remoção do medo, da raiva, da
autopiedade, do ressentimento, da culpa, da intolerância, da insatisfação
e outros mais.
Aprendemos a trocar tudo isso por boas qualidades de caráter que
geram saúde e a fazer a entrega da nossa vida e da dos nossos familiares
aos cuidados de Deus, para que a Sua vontade se realize.
Tudo isso e muito mais nós adquirimos com a leitura e prática diária
dos ensinamentos contidos em nossa literatura. Ajudados por Deus,
chegamos ao crescimento espiritual e à cura da doença emocional.
Assim como podemos constatar que a doença mental e emocional
se instala em nossas vidas, de forma lenta e progressiva até chegar ao
fundo do poço, o contrário também se aplica a esta mesma realidade,
isto é, a recuperação da doença também não acontece de uma hora para
outra.
É de gotinha em gotinha, dia após dia que vamos percebendo a nossa
mudança, a qual vai surgindo de forma lenta e espontânea. Passamos
então a sentir aquela sensação de bem-estar que sentem as pessoas,
que conseguem sentir prazer em viver e ver o mundo de forma positiva,
otimista e ter gratidão pela vida em geral.
Chegar a ser uma pessoa equilibrada, espontânea e de bem com a vida
é um processo que podemos comparar com as leis da natureza. Isso seria

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semelhante a uma grande árvore, que antes era apenas uma pequenina
semente que aos poucos, dia após dia, quase que imperceptivelmente,
foi se modificando e crescendo lentamente.
A esse exemplo da natureza podemos comparar a entrega da nossa
vontade e da nossa vida aos cuidados de um Poder Superior. Essa entrega,
a princípio, nos parece algo muito difícil, impossível e até inatingível. No
entanto, não é tão difícil como parece.
É-nos sugerida, frequência assídua às reuniões de N/A e depois de
certo tempo, o estudo e prática dos Doze Passos e das Doze Tradições.
Assim que estivermos vivenciando esses princípios já é uma grande
manifestação de estar realizando a vontade do Poder Superior.
Praticando os princípios de N/A no nosso dia a dia, teremos como
consequência o conhecimento de nós mesmos, e esses fatos irão,
sem dúvida nenhuma, mudar completamente a nossa maneira de ver
o mundo. Também passaremos a tratar as pessoas com mais amor e
carinho, aprendendo a assumir a nossa parcela de responsabilidade
pelo que nos acontece e abandonando o péssimo hábito de culpar os
outros pelas nossas frustrações, ou seja, aquela sementinha que citei
no início, agora se tornou um adulto que se desenvolveu emocional e
espiritualmente.
Esse crescimento emocional e espiritual é algo que não pode ser
substituído por nada! Nenhum dinheiro e nenhum poder desse mundo
pode substituir aquela agradável sensação de paz interior, de equilíbrio
emocional, de serenidade, de amor pela vida e pelas pessoas, de se sentir
adequado a este mundo, de não ser escravo da opinião alheia, enfim de
ser uma pessoa em constante sintonia com o Poder Superior através de
um diálogo franco, sincero e consciente.
Essa intimidade com o Ser Supremo nos levará também a perceber a
nossa importância aqui nesta vida, pois apesar de todos os problemas
e sofrimentos que temos que superar, nós reconhecemos que a vida
vale a pena ser vivida, que somos importantes e únicos para as pessoas
de nosso convívio diário, que fazemos a diferença para alguém, que

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temos a missão de transmitir o amor incondicional. Passamos a ser nesse
momento, a pessoa certa, no lugar certo e com a palavra certa para
realizar, através de um gesto de amor, a prática do Décimo Segundo
Passo e principalmente a vontade do Poder Superior.
Paz e serenidade a todos.
José – Gr. Sabedoria- Franca/SP.

IV - Informativo

Agradecimento

A equipe da revista Novos Horizontes agradece a todos que contribuíram


enviando seus depoimentos e ou adquirindo a revista, quer seja para uso
próprio, quer seja para utilizá-la como meio de divulgação do Programa
de Recuperação de Neuróticos Anônimos.
Solicitamos que continuem contribuindo da maneira que for de sua
possibilidade e que nos enviem novos depoimentos.
O tema da próxima revista será o tema do Encontro Nacional:
“Responsabilidade e Unidade para manter a porta de N/A Aberta.”.
Quem não puder ou não quiser escrever sobre o tema, pode escrever
o que lhe for mais conveniente, pois essa revista é e deverá ser sempre,
um elo de ligação, entre todos os companheiros.
Continuem adquirindo e divulgando a revista para que possamos
mantê-la circulando. “Para isso todos nós somos responsáveis”.
Paz e Serenidade a todos.

Equipe Novos Horizontes.

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AVISO AOS COMPANHEIROS

Visite o Site oficial da Irmandade de Neuróticos Anônimos


e participe das nossas reuniões On-line. Confira em:
www.neuroticosanonimos.org.br
enabra@neuroticosanonimos.org.br
Visite-nos e envie suas sugestões, pois elas são de
extrema importância para a melhoria deste trabalho e
consequentemente, da transmissão da mensagem de N/A ao
neurótico que ainda sofre.
Agora os companheiros podem enviar seus depoimentos
para a Revista NOVOS HORIZONTES pelo e-mail:
novoshorizontes@neuroticosanonimos.org.br
EXPEDIENTE:

Novos Horizontes - Revista Trimestral de Neuróticos Anônimos


Editoração/Diagramação/Fotolitos: Gargitter Design & Illustration
Revisão de textos: Equipe Novos Horizontes
Colaboração: Todos os Neuróticos Anônimos
Distribuição: ENABRA
Tiragem: 500 exemplares

Nota: As matérias assinadas, são de inteira responsabilidade de seus autores.


Os originais não serão devolvidos.

NEURÓTICOS ANÔNIMOS
Escritório de Serviços Gerais do Brasil - ENABRA
Rua Brigadeiro Tobias, 118 - 4° andar - Sala 402
São Paulo - SP • CEP 01032-000
Tel.: (11) 3228-2042 Fax: (11) 3228-5852
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AS DOZE TRADIÇÕES DE NEURÓTICOS ANÔNIMOS

1ª- Nosso bem-estar comum deve estar em primeiro lugar; a reabilitação


individual depende da unidade de N/A.
2ª - Somente uma autoridade preside, em última análise, ao nosso propósito
comum - um Deus amantíssimo que se manifesta em nossa consciência
coletiva. Nossos líderes são apenas servidores de confiança; não tem poderes
para governar.
3ª - Para ser membro de N/A , o único requisito é o desejo de recuperar -se
da doença emocional.
4ª - Cada grupo deve ser autônomo, salvo em assuntos que digam respeito a
outros grupos ou a N/A em seu conjunto.
5ª - Cada grupo é animado de um único propósito primordial - o de transmitir
sua mensagem ao neurótico que ainda sofre.
6ª - Nenhum grupo de N/A deverá jamais sancionar, financiar, ou emprestar
o nome de N/A a qualquer sociedade parecida ou empreendimento alheio à
Irmandade, a fim de que problemas de dinheiro, propriedade e prestígio não
nos afastem do nosso objetivo primordial.
7ª - Todos os grupos de N/A deverão ser absolutamente auto-suficientes,
rejeitando quaisquer doações de fora.
8ª - Neuróticos Anônimos deverá manter-se sempre não-profissional, embora
nossos centros de serviço possam contratar funcionários especializados.
9ª - N/A jamais deverá orgarnizar-se como tal; podemos porém, criar juntas
ou comitês de serviço diretamente responsáveis perante aqueles a quem
prestam serviço.
10ª - Neuróticos Anônimos não opina sobre questões alheias à Irmandade;
portanto o nome de N/A jamais deverá aparecer em controvérsias públicas.
11ª - Nossas relações com o público baseiam-se na atração em vez da
promoção; cabe-nos sempre preservar o anonimato pessoal na imprensa, no
rádio e em filmes.
12ª - O anonimato é o alicerce espiritual de nossas Tradições, lembrando-nos
sempre da necessidade de colocar os princípios acima das personalidades.

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VOCE É UMA PESSOA NEURÓTICA?

01 - Você tem medo de estar sozinho,sair de casa, dirigir um carro ou


fazer uma viagem para fora de sua cidade?
02 - Você se sente diferente ou “deslocado” quando está com outras
pessoas ?
03 - Você frequentemente negligencia seus afazeres, dorme muito,
sente-se constantemente cansado ou sem energias ?
04 - Você já tentou suicídio ou pensou seriamente em cometê-lo ?
05 - Você precisa de tranquilizantes ou outras drogas (que alteram a
mente) para atravessar o dia?
06 - Você assume mais responsabilidades do que pode? Tem uma
atitude de tudo ou nada?
07 - Você vive tenso, incapaz de relaxar e não consegue dormir ?
08 - A tensão, ansiedade e preocupação afetam seu trabalho ?
09 -Você sente que outras pessoas não o compreendem ou não
compreendem seus problemas?
10 - Você sente que as outras pessoas “estão lhe olhando” quando
você trabalha ou quando está em público ?
11 - Você acha que seu casamento está em perigo ?
12 - Você tem problemas sexuais ?
13 - Você sente que a vida já não tem sentido ?
14 - Você fica tão irado que chega a perder o controle ?
15 - Você entra em pânico quando está sob tensão ?
16 - Você vive chorando ?
17 - Você se sente “culpado” ?
18 - Você sofre de depressão ?

Se respondeu SIM a qualquer uma das perguntas acima, é possível


que você seja uma pessoa neurótica.
Se respondeu SIM a 2 perguntas, é bem provável que você seja uma
pessoa neurótica.
Se respondeu SIM a 3 ou mais perguntas, então é quase certo que
você seja uma pessoa neurótica.
Se você realmente reconhece que é uma pessoa neurótica,
apresentamos agora a grande pergunta: VOCE DESEJA AJUDA ?
O N/A OFERECE AJUDA.

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de N/A - Neuróticos Anônimos para a
sua recuperação comece a fazer.
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