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Controlando a Ansiedade

Controlando a Ansiedade

Rafael Santos
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Rafael Santos – Trainer e Terapeuta / @rafaelpnl
Controlando a Ansiedade

Sumário

Introdução ...................................................................................03
Capítulo 1- Entendendo a Ansiedade ...........................................06
Capítulo 2- 7 Passos Essenciais para Controlar a Ansiedade .........17
Capítulo 3- Principais Impedimentos para Controlar a Ansiedade 31
Capítulo 4- Práticas para Controlar a Ansiedade ..........................39
Mensagem Final ..........................................................................46

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Introdução

Minha vida sempre foi cuidar do bem-estar das pessoas. Começou na


minha família, meus pais, meus avôs, meus bisavôs sempre foram pessoas
muito caridosas e que faziam tudo o que podiam para aliviar o sofrimento do
próximo. Isso acabou se tornando parte de mim.

Por causa desse desejo e prazer em ajudar, eu decidi ir para o


seminário e me preparar para ser padre e fiquei neste processo durante 4
anos. Depois disso, devido a mudanças na minha maneira de ver o mundo,
acabei desistindo do sacerdócio, mas não desisti de fazer o bem ao ser
humano, resolvi ser terapeuta.

Em 2020 estou completando 12 anos de estudos e atendimento


terapêuticos, ajudando ao ser humano que busca seu bem-estar emocional e,
para minha alegria, coleciono uma porção de casos com resultados
maravilhosos, incluindo o meu.

Durante a infância até a adolescência eu era uma pessoa sem


autoestima. Para dizer a verdade, eu não valorizava nem a mim mesmo e nem
à vida. Para que você tenha uma ideia do nível desse sentimento, o tema da
minha monografia ao final do curso de Filosofia foi: “Viver é Sofrer”, baseada
em Arthur Schopenhauer. O que mais espanta é que o texto representava mais
o que eu pensava do que o próprio autor.

Neste período, principalmente na pré-adolescência, eu cometi o maior


erro de toda a minha vida: desejei a morte. Mais do que isso, ficava me
imaginando em uma cama de hospital recebendo visitas e a misericórdia de
quem assistia meu fim. Hoje, enquanto terapeuta, eu entendo que aquela era
uma reação exagerada da minha mente dizendo que eu queria me sentir
amado, mas, como todo plantio traz como consequência a colheita, eu acabei

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gerando em meu corpo uma doença autoimune incurável do ponto de vista da


medicina.

A partir do momento do surgimento desta doença autoimune, surgiu


em minha vida uma obrigação: Ficar Bem. A maioria das doenças,
especialmente as autoimunes, pioram significativamente diante de emoções
negativas e melhoram significativamente diante de emoções positivas e por
isso eu me tornei um vigilante para me manter bem, o que faz com que hoje
eu me considere um especialista em controle emocional, não por
reconhecimentos acadêmicos ou científicos, mas por minha própria
experiência, prática e autoanálise constantes que têm dado resultado, para
mim e para os meus clientes.

Minha autoestima foi inaugurada quando conheci a Programação


Neurolinguística (PNL). Fui aplicando todos os seus exercícios em minha vida e
me tornando uma nova pessoa, a partir daí não parei mais de me aprofundar
nesta ciência. Hoje sou Trainer em PNL com centenas de palestras e
treinamentos em meu currículo e milhares de horas de atendimento.

Atualmente a minha maneira de ajudar às pessoas e ao mesmo tempo


atender minhas necessidades de provedor do lar é através dos atendimentos
terapêuticos e do desenvolvimento do ser humano por meio dos cursos que
ministro, principalmente sobre Controle Emocional e Comunicação (que será
abordada mais profundamente em uma obra futura).

O que vou apresentar neste livro diz respeito ao Controle da


Ansiedade, mas na verdade é útil para controlar não apenas a ela, mas
qualquer emoção limitante, sendo as principais: culpa, medo, nojo, raiva,
tristeza e vergonha. Leia este livro, entenda o que vai ser explicado e faça todos
os exercícios com bastante atenção e carinho.

Acima de tudo, permita-se ficar bem. A única pessoa que realmente


pode impedir um sentimento positivo de reinar em sua vida e dar espaço aos
sentimentos limitantes é você mesma. Os acontecimentos externos são meros
estímulos. Eles são como uma faísca, mas uma faísca só vai gerar uma explosão
se houver combustível ao seu redor.
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A faísca são os acontecimentos que tentam roubar sua paz, mas o


combustível é: seus traumas, suas crenças, seus medos, suas dores. Não
podemos impedir que surjam faíscas ao nosso redor, mas podemos retirar o
combustível e impedir as explosões.

O contrário é verdadeiro, para que a brisa da paz entre no interior do


seu lar é preciso abrir portas e janelas. Que este livro lhe ajude a abrir essas
portas e janelas, principalmente aquelas que há muito tempo encontravam-se
emperradas.

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Capítulo 1
Entendendo a Ansiedade

Emoções e Sentimentos

Antes de explicar o que é a Ansiedade é importante explicar algumas


premissas sobre emoções e sentimentos que certamente vão mexer com o seu
ponto de vista e consequentemente facilitar seu acesso aos resultados que
busca. Primeiramente quero apresentar a diferença entre emoções e
sentimentos.

Emoções são reações automáticas, instintivas, ligadas ao cérebro


reptiliano cujas funções principais são assegurar a sobrevivência, regular as
funções vitais básicas e evitar a dor. Dentre as emoções que ele produz está o
medo que é a mais relacionada com a ansiedade e sua maior potencializadora.

O mais importante para eu dizer agora é que as emoções surgem


automaticamente quando o cérebro reptiliano julga que precisa nos proteger,
portanto, a princípio é impossível controlar uma emoção que surge, mas é
plenamente possível controlar a emoção que permanece e regular a sua
intensidade.

Num segundo momento, quando você já tiver conseguido promover


uma nova programação em sua mente, já será possível até mesmo evitar que
essas emoções surjam ou pelo menos fazê-las surgir com uma intensidade
consideravelmente menor. Certamente você já deve ter conhecido pessoas
que não se abalam com facilidade, elas simplesmente aprenderam a reagir aos
mesmos estímulos com mais tranquilidade, algo que você também pode
aprender.

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Já os sentimentos são o resultado da experiência com a emoção. Uma


vez surgida a emoção, que é automática, o cérebro límbico começa a
estabelecer correlações e significados para aquela emoção e a partir disso
começa a reagir a esses significados. Segue um exemplo para ilustrar melhor.
Uma pessoa que reprovou em uma prova, na hora que recebe a notícia, o
cérebro reptiliano vai reagir como se estivesse buscando garantir sua
sobrevivência despertando alguma emoção, raiva, tristeza ou medo são as
mais comuns. Em seguida o cérebro límbico começa a estabelecer as suas
correlações, ele pode se lembrar das palavras da mãe ameaçando dar uma
surra caso reprovasse. Mesmo que isso tenha acontecido muitos anos atrás,
ele gera um sentimento como se fosse receber a surra hoje.

Os sentimentos podem ser ressignificados e controlados com mais


facilidade do que as emoções, porém eles também podem ser mantidos pela
vida toda caso sejam nutridos com desesperança, vitimismo ou algum ganho
secundário. Ganho secundário é quando uma situação limitante gera algo
positivo, como uma pessoa que ao ficar triste recebe mais atenção dos
familiares e por isso sente prazer na tristeza. Da próxima vez que essa pessoa
quiser receber atenção muito provavelmente o cérebro límbico vai provocar
uma tristeza novamente.

A partir de agora, para facilitar a nossa comunicação vou usar apenas


a palavra “sentimento” para me referir às reações emocionais. Também para
facilitar a comunicação e ao mesmo tempo começar a ressignificar alguns
pontos em sua mente, eu quero apresentar os dois tipos de sentimentos que
existem.

Sentimentos Positivos e Limitantes

Segundo a PNL (Programação Neurolinguística), todo comportamento


tem ou teve uma intenção positiva. Isso significa que, mesmo que um
comportamento traga resultados ruins ou nocivos, a intenção que o gerou era
positiva.

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Um exemplo disso é quando uma pessoa come em excesso, a intenção


dela é boa: se divertir, matar a fome, reduzir um sentimento negativo, mas as
consequências podem não ser tão boas assim. Comendo em excesso essa
pessoa pode engordar, aumentar os níveis de açúcar no sangue, aumentar os
níveis de colesterol, enfim, resultados que não vão ser agradáveis. Mesmo
assim, a maioria de nós continua mantendo esses comportamentos porque
eles nos trazem a sensação positiva que estávamos procurando, mas também
vão trazer essas consequências desagradáveis.

A PNL simplifica dizendo que o cérebro sempre segue a MODA: Melhor


Opção Disponível Atualmente. Se o seu cérebro acredita que a melhor opção
para ficar em paz é comendo em excesso, ele vai guiar você para comer em
excesso. No dia que ele aprender que fazer uma meditação, uma caminhada,
ler um livro, fazer uma oração, podem trazer resultados iguais ou melhores do
que a comida, ele vai mudar de comportamento imediatamente, simples
assim, mas enquanto ele não acreditar que uma dessas novas opções é melhor
do que as anteriores, ele não vai mudar.

Casos mais complexos também seguem a mesma regra. Um assaltante


também tem uma intenção positiva, entretanto isto é positivo apenas para ele.
Um marido ou esposa que trai também tem intenção positiva, apesar de saber
da dor o que vai causar no outro.

Esta é a mesma lógica dos sentimentos. Todos os sentimentos têm


uma intenção positiva, todos os sentimentos querem algo bom para você.
Vamos pegar como exemplo o medo. Ele visa proteger você, impedindo que
algo lhe faça mal, principalmente impedindo que algo tire sua vida. É por isso
que não chamamos esses sentimentos de negativos, mas os chamamos de
limitantes.

Continuando a usar o medo como exemplo, imagine que você é um


motociclista e não tem nenhum medo do trânsito, o risco de você se acidentar
fica muito maior. É importante que o motociclista tenha noção dos riscos e
tenha uma pequena carga de medo a fim de que ele procure se proteger. Essa
pequena carga de medo vai limitar as suas atitudes para que não exagere nos

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riscos que se permite correr. Agora, se o medo for excessivo, isso passa a
limitá-lo demais. O motociclista que passou a ter medo em excesso,
provavelmente não vai mais pilotar a sua moto.

O sentimento limitante visa protegê-lo, mas quando ele está em


excesso, atrapalha mais do que protege. Isso é muito semelhante aos pais com
superproteção que de tanto quererem proteger os filhos, acabam
atrapalhando seu crescimento, impedindo-os de viverem experiências que
poderiam ajudá-los no futuro.

A mesma explicação que fiz sobre o medo se aplica a todos os outros


sentimentos limitantes. O nojo quer evitar que você se exponha a algo tóxico
que possa lhe matar, a raiva quer evitar que você seja contrariado ou que
façam algo que traga uma consequência que lhe incomode, a tristeza quer
evitar que você sinta dor, a vergonha quer evitar que você se exponha em
excesso e consequentemente corra riscos e assim por diante. Nossa meta é
provar para o cérebro que nós não precisamos de excesso de proteção, que
basta que ele nos atenda com o mínimo necessário e a partir daí nós mesmos
podemos tomar as nossas decisões.

Certa vez eu estava estacionando o meu carro e pensando em uma


situação que me deixou com raiva. Ao perceber o meu sentimento, disse a mim
mesmo: “É bom sentir raiva, ela me deixa mais forte me ajuda a resolver o que
precisa ser resolvido”. Imediatamente a minha consciência respondeu: “Sim, a
raiva é muito importante para as pessoas que ainda não têm sabedoria
suficiente, como você”.

É isso que quero dizer quando digo que podemos viver com o mínimo
necessário desses sentimentos limitantes. Quanto mais sabedoria
alcançarmos, menos eles serão necessários. o motociclista pode usar muito
mais a sabedoria do que o medo para se proteger, assim como eu posso usar
muito mais a sabedoria do que a raiva para resolver essas situações. Este é um
dos motivos que tornam o autoconhecimento algo tão relevante.

Entender que esses sentimentos não são negativos explica por que é
tão desafiador deixar de tê-los, para dizer a verdade é impossível eliminá-los
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completamente e seria um enorme risco abandonar completamente essas


proteções. O ideal é crescer em sabedoria e obter controle sobre eles.

Eu vejo o controle emocional como se fosse um controle remoto de


televisão. No controle da televisão os principais comandos que utilizamos são
trocar de canal e aumentar ou abaixar o volume. O controle emocional é a
mesma coisa, trocar de canal é substituir um sentimento por outro, aumentar
ou abaixar o volume é aumentar ou reduzir a sua intensidade.

Imagine que você tem vergonha de falar em público, mas precisa fazer
uma apresentação. Através do autoconhecimento você descobriu que a sua
vergonha tinha como intenção positiva impedir que você errasse na frente dos
colegas e que não errando você ficaria em paz. Também por meio do
autoconhecimento você descobriu que para não errar você precisava confiar
que dominava os fatores que estavam envolvidos naquela apresentação.
Então o sentimento que mais importava naquele momento não era a
vergonha, mas a confiança e a paz. Por isso, por meio do controle emocional,
você trocou a vergonha pela confiança, mas a confiança ainda estava tão
baixinha e foi preciso que pouco a pouco você aumentasse o seu volume e o
mesmo foi feito com a paz.

É assim que o controle emocional trabalha. Seguindo a premissa da


MODA, que citei anteriormente, o seu cérebro vai testar a confiança e se ele
perceber o que ela é uma opção melhor do que a vergonha, ele vai preferir
usá-la. Neste e-book você terá vários exercícios de controle emocional e terá
acesso a todas as plataformas que eu utilizo para ensinar muitas outras
técnicas. Agora que você já está ciente de tudo isso, vamos começar a falar
sobre a ansiedade.

O que é a Ansiedade

A Ansiedade surge em nosso corpo como uma emoção disparada pelo


sistema nervoso, ligada a uma sensação de preocupação, o que faz com que
muitas pessoas definam popularmente que ansiedade é “excesso de futuro”,

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isto é, pensar excessivamente naquilo que pode ou vai acontecer. É um


processo automático que pode ser potencializado por vários fatores que vão
ser citados no próximo capítulo.

A ansiedade está ligada ao nosso instinto de luta ou fuga. Na luta ela


nos prepara para nos defendermos ou para conquistarmos o que queremos,
na fuga ela nos prepara para fugirmos daquilo que não queremos. Isso quer
dizer que a ansiedade, assim como falamos dos sentimentos anteriores, não é
ruim, ela é apenas limitante e o problema está no excesso. O que piora muito
essa questão na atualidade é que, diferente dos nossos antepassados, nós
vivemos a maioria das lutas e fugas apenas na nossa mente e não na realidade.

Quando um atleta está prestes a iniciar a sua luta ou a corrida, o seu


corpo se enche de hormônios ligados a ansiedade, mas alguns minutos depois
ele realmente luta ou realmente corre e isso faz com que os hormônios
tenham a destinação adequada e em seguida surjam os hormônios de bem-
estar. Talvez você já tenha sentido essa sensação prazerosa depois de ter feito
bastante exercício físico, ou depois de bater uma meta no trabalho.

Então qual é o problema da ansiedade? O problema é que na maioria


das vezes nós vivemos numa espécie de guerra fria emocional, ou seja,
vivemos a expectativa de uma luta ou uma fuga que nunca acontece a não ser
na nossa mente. Por isso vamos acumulando em nossos corpos os hormônios
de ansiedade e não corrigimos isso com os hormônios de calma e prazer.

Certa vez conversando com a minha mãe, ela me perguntou o que eu


estava fazendo eu respondi que estava trabalhando. Então ela utilizou uma
expressão que a maioria das pessoas já usou pelo menos uma vez na vida, ela
me perguntou se eu estava na luta, expressão popular que muitas pessoas
usam para designar o trabalho. Eu lhe respondi: “Não mãe, eu estou
trabalhando”. Então ela replicou sorrindo: “Pois é, está na luta”. E eu
trepliquei: “Não mãe, luta é ruim, trabalho é bom”.

Essa foi uma brincadeira entre mãe e filho que têm liberdade para isso,
mas nós estamos rodeados de pessoas que nos falam coisas com teor similar

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a esse ou pior. Isso é muito ruim porque o cérebro não diferencia o que é
imaginado daquilo que é lembrado ou daquilo que é vivido.

Arthur Schopenhauer, o filósofo que citei na introdução, criou a teoria


de que o mundo é uma representação. Essa teoria foi estudada e aprofundada
por Freud e a Programação Neurolinguística também defende o mesmo
usando outras palavras: nós não vivemos a realidade, nós vivemos aquilo que
nós representamos da realidade em nossas mentes.

Você não vive o seu trabalho, você vive as lembranças e sentimentos


que tem do local que você trabalha. O mesmo acontece com o seu casamento,
amizades, viagens. No fundo, o verdadeiro mundo em que vivemos não é o
mundo real, mas o mundo emocional. É lá que você passa a maior parte da
vida, toma suas decisões, tira suas conclusões. Portanto, se eu colocar na
minha mente que o trabalho é uma luta, o meu cérebro, que leva a imaginação
ao pé-da-letra, vai me preparar para ela, ou seja, gerar ansiedade.

Em meus atendimentos terapêuticos costumo diferenciar de forma


empírica dois tipos de ansiedade: uma ligada à sensação de expectativa e
outra ligada ao sentimento de medo. Por mais que a sensação de expectativa
costume tirar o sono ou provocar agitação, eu sempre me preocupo mais com
a ansiedade ligada ao medo, pois ela se refere a algo que você acredita que
pode dar errado. Normalmente é ela quem mais nos tira o sono e faz com que
passemos boa parte da noite tentando criar uma solução enquanto, na
verdade, acabamos criando mais um problema, pois além de não termos
encontrado a solução, ainda perdemos uma noite de sono.

O pós-doutor Bruce Lipton, biólogo e professor de citologia em várias


universidades de medicina dos Estados Unidos e da América central, autor do
livro “Biologia da Crença”, apresenta uma definição magnífica da maneira
como nosso corpo lida com a ansiedade. Ele escreve que as células trabalham
sempre para o crescimento ou para a proteção. Quando está tudo bem, elas
trabalham para o seu crescimento a fim de que crescendo possam multiplicar-
se e manter a saúde dos tecidos. É assim que os órgãos vão mantendo as suas
funções mesmo enquanto vamos envelhecendo. Também é assim que nós

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curamos as feridas e doenças. Entretanto, quando o corpo recebe a mensagem


de que você está correndo risco, ele para de focar no crescimento e começa a
focar na proteção.

Um exemplo maravilhoso para ilustrar o que é o processo de proteção


é imaginar que você está gripado no meio de uma savana africana. Enquanto
você sente que está tudo bem, o corpo fica naquela moleza típica de quem
está se recuperando de uma gripe, é o processo de crescimento no seu mais
alto grau. Todavia, se por acaso você suspeitar que existe um leão olhando pra
você com cara de fome, o corpo para imediatamente esse processo de
crescimento e passa para o processo de proteção, ou seja, fugir desse leão,
afinal de contas ele interpreta que o leão não vai deixar de atacar você apenas
por que você está gripado.

Nesse momento você está no processo de luta ou fuga. Para lutar você
precisa principalmente dos braços e para correr você precisa das pernas, por
isso seu corpo aumenta a circulação sanguínea para a região do corpo que você
mais precisa naquele momento. Ao fazer isso, ele consequentemente reduz a
circulação sanguínea para o seu cérebro e para os seus órgãos, reduzindo a
nutrição e oxigenação dos mesmos e é justamente por isso que uma pessoa
muito ansiosa começa a ter falhas em sua memória e baixa a imunidade.

A partir daí temos um grande problema. O cérebro não precisa que


exista um leão de verdade olhando para que ele entre no processo de
proteção, basta uma frase como: “eu mato um leão por dia”. No momento que
alguém diz frases como essa, ele cria uma imagem e reage ela como se aquilo
realmente estivesse acontecendo naquele momento. O mesmo acontece
quando alguém fala uma notícia triste que tenha acontecido com qualquer
pessoa, quando você ouve aquela notícia o cérebro reage como se aquilo fosse
com você. Ele então para o processo de crescimento eu volta para o processo
de proteção.

O contrário é verdadeiro, se eu começar a falar de coisas boas como


férias na Bahia, o seu cérebro vai criar imagens, vai reagir a elas e, se as suas
representações sobre isso forem positivas, seu corpo vai encher-se de

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hormônios de prazer. É por isso que falar de coisas boas ao invés de falar de
coisas ruins ajuda muito. Assistir um documentário que fale de coisas boas vai
ser melhor do que assistir um jornal, caso você esteja passando por um
momento de ansiedade.

A médica estadunidense Lissa Rankin, autora do livro


“Poderosamente”, explica que as células dependem do ambiente no qual elas
estão inseridas para serem saudáveis ou não. Esse ambiente é a bioquímica do
nosso corpo. Essa bioquímica é criada por vários elementos dentre eles os
hormônios e neurotransmissores. Ambos estão diretamente ligados aos
nossos sentimentos, nossas crenças e às ações diante daquilo que se passa em
nossas mentes

Quando o ambiente bioquímico do nosso corpo informa às nossas


células que está tudo tranquilo, elas trabalham para o seu crescimento e a
nossa saúde. Já quando o ambiente bioquímico informa que estamos correndo
algum tipo de risco, elas trabalham apenas para se proteger, o que
consequentemente reduz a nossa saúde e principalmente a capacidade de
regeneração do nosso corpo.

A doutora Lissa também leva em conta essa comparação que eu fiz


com o leão, mas ela se refere muito mais ao estresse que causamos sempre
que alimentamos sentimentos limitantes. Todas as vezes que alimentamos
medo, raiva, tristeza, nós estamos causando um estresse bioquímico, isso leva
o corpo ao estado de proteção e consequentemente afeta nossas células e a
nossa saúde. É por isso que faz sentido quando terapeutas holísticos afirmam
que muitas doenças físicas surgem devido a questões emocionais que não
foram trabalhadas, sendo as principais delas a culpa e a ausência de perdão.

As células não entendem nossas palavras, nossa comunicação com


elas é por meio desse ambiente bioquímico. Este sim é completamente
alterado pelos nossos pensamentos, palavra e estímulos, enfim por todos os
elementos que geram sentimentos. Além disso, nosso ambiente bioquímico
também é alterado pelos vários fatores que serão citados no próximo capítulo,

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por isso eu peço que preste especial atenção aos 7 passos o que vou
apresentar como essenciais para que você possa controlar a ansiedade.

A meta desses parágrafos foi fazer você entender que o controle da


ansiedade não é apenas para você ficar mais calmo e feliz, mas para cuidar da
saúde, ampliar sua capacidade de autocura, retomar a qualidade da memória
e consequentemente ter uma vida mais longa e proveitosa.

Ansiedade e a Memória

A mesma lógica que eu utilizei quando falei de uma pessoa gripada em


uma savana africana acontece com a memória. Quem está no meio da savana
tem uma necessidade muito maior de prestar atenção no leão do que de se
lembrar da fórmula de Bhaskara. Enquanto seu cérebro e corpo estiverem
focados em lutar ou fugir, eles não vão focar em se lembrar daquilo que você
estudou.

Muitas pessoas vão fazer provas com a sensação de que estão indo
para o matadouro ou para uma guerra. Sem querer elas estão dizendo para o
cérebro que lembrar-se daquilo que elas estudaram é o menos importante
naquele momento. Isso piora significativamente a memorização e o acesso às
memórias.

Para complicar ainda mais, se uma parte da pessoa não quiser passar
naquela prova inicia-se o processo de autossabotagem. Se uma pessoa que
sabe o que ao passar num concurso público vai ter que mudar de cidade, mas
uma parte dela não quer deixar de morar na mesma cidade que a mãe, vai
gerar um processo de autossabotagem para evitar que isso aconteça. Dessa
forma ela aumenta sua ansiedade e ainda providencia formas de não acertar
aquelas perguntas.

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Ansiedade Engorda

Se tudo que eu disse até agora ainda não lhe convenceu da


importância de controlar a ansiedade, talvez esse novo fator seja
determinante na sua tomada de decisão. Sim, já está comprovado que a
ansiedade engorda ou no mínimo atrapalha muito o processo de
emagrecimento.

O que acontece é que, conforme eu já disse, a ansiedade está ligada


ao processo de luta ou fuga e, como eu também já disse, para lutar você
precisa de braços e para correr você precisa de pernas e em ambos os casos
você precisa de energia. Por causa disso o corpo começa a aproveitar melhor
as fontes de energia que você ingere e aumenta a retenção da energia na
forma de gordura.

Esse é um dos motivos que levam muitas pessoas a queixarem-se de


que mesmo se exercitando e fazendo dieta não conseguem emagrecer. Claro
que esse não é o único motivo dessa dificuldade na maioria dos casos, mas
com certeza é um dos motivos que deve ser levado em consideração.

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Capítulo 2
7 Passos Essenciais para Controlar a Ansiedade

Muitas vezes uma pessoa procura terapia e mesmo assim acaba não
resolvendo a queixa. Para que uma queixa seja resolvida é preciso prestar
atenção em alguns fatores que são essenciais. Se esses fatores não forem
organizados antes ou enquanto prosseguimos, eles podem acabar impedindo
que a pessoa alcance os resultados que ele está buscando. É por isso que eu
sempre costumo avaliá-los com os meus clientes logo na primeira sessão. Se
isso é detectado logo no início, temos a oportunidade de corrigir antes que
seja tarde.

É como se você pensasse no processo de plantio de um agricultor.


Antes de plantar, ele remove as ervas daninhas, depois verifica se o solo
preciso de algum aditivo, como adubo ou calcário, só depois disso ele inicia o
plantio. A tarefa não acaba aí, depois de plantar é preciso regar, evitar as
pragas e talvez reforçar os nutrientes da terra.

Sendo assim, eu recomendo que você preste especial atenção nestes


7 itens para verificar se algum deles está em desordem em sua vida e, se
estiver, aproveite as dicas para corrigi-lo. Muitas vezes, apenas corrigindo o
que é sugerido nesse capítulo você já poderá resolver sua sensação de
ansiedade. Caso não resolva ainda, pelo menos você deu os 7 primeiros passos
para que isso aconteça.

1- Respiração

A respiração é a única função do corpo humano que controlamos tanto


inconsciente quanto conscientemente. Ao mesmo tempo, ao estabelecermos
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o controle consciente da respiração, isso acaba interferindo em várias outras


partes do nosso corpo. Quando respiramos de forma mais lenta e profunda
vamos acalmando os batimentos do coração, acalmando as ondas cerebrais e
mandando uma mensagem para a regulação bioquímica do nosso corpo
dizendo que está tudo bem. Quando respiramos de formais curta e rápida,
mandamos à mente e corpo a mensagem de que precisamos mais energia.

Muitos teóricos têm afirmado que o ser humano atualmente não


respira corretamente. Quando nós paramos para prestar atenção em nossa
respiração podemos percebe que a nossa respiração normalmente é curta e
com pouca troca de ar. Para que você tenha uma ideia do que estão dizendo,
em nossos pulmões cabem aproximadamente 6 litros de ar. Cada vez que você
faz uma respiração curta coloca pra fora apenas meio litro. Com isso, você está
deixando dentro do seu corpo 5 litros e meio de ar que não vão lhe trazer
benefícios, como o gás carbônico, por exemplo.

Muitas vezes eu vejo pessoas reclamando de falta de ar e achando que


não estão conseguindo inspirar e realmente não estão, mas a causa é que os
seus pulmões já estão cheios de um ar que não é mais útil. Portanto o primeiro
passo para uma pessoa que diz que está com falta de ar é expirar, esvaziar os
pulmões. Depois disso é hora de encher os pulmões com o ar que lhe será
realmente útil. É claro que, se fazendo isso o problema não se resolver, com
certeza é hora de procurar uma ajuda médica, mas, nos casos de falta de ar
ligados a problemas emocionais, apenas isso já costuma resolver.

Portanto o primeiro passo essencial para controlar a ansiedade é fazer


respirações lentas e profundas, expirando o máximo de ar que você conseguir
e em seguida inspirando o máximo de ar que conseguir. O ideal é que a
expiração sempre seja mais lenta do que a inspiração. Você pode contar os
segundos: inspire em 3 segundos expire em 6 e à medida que for se
acostumando vá aumentando na mesma proporção: 1 tempo para inspirar e o
dobro desse tempo para expirar.

Outra forma muito positiva de se respirar e que ajuda muito no


controle da ansiedade e dos demais sentimentos limitantes é a respiração

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abdominal. A maioria das pessoas respira no tórax que é a parte que cabe
menos ar. A respiração torácica é muito útil quando se está fazendo exercícios
que exigem força, mas não é nada útil quando se quer controlar a ansiedade.
Sendo assim, a primeira tarefa para você conseguir controlar a ansiedade é
fazer respirações abdominais lentas e profundas. Você encontrará vários
exercícios de respiração o último capítulo.

2- Alimentação

As células do nosso corpo são nutridas pelos alimentos que ingerimos,


claro que não depende apenas disso, mas esta é uma das partes mais
importantes. O alimento é para o corpo como o combustível é para os
motores, se coloco um combustível de má qualidade, algum problema eu vou
acabar tendo.

Com a correria do dia-a-dia, a maioria das pessoas tem preferido uma


alimentação mais rápida e prática do que nutritiva. O excesso de açúcar e sal,
além de não fazerem bem, ainda acabam provocando um tipo de dependência,
o que podemos perceber em algumas pessoas que não se sentem bem caso
não comam algum doce em determinado momento do dia. Eu sei que alguns
corpos até podem ter essa necessidade física do açúcar, como já me disseram
que o sangue tipo “O” teria, mas na maioria dos casos é um condicionamento
emocional potencializado pelo corpo que acaba se acostumando com aquela
energia rápida.

Já é amplamente difundido pelos profissionais da área da nutrição que


os alimentos industrializados ou processados possuem uma enorme
quantidade de sal e açúcar e tudo isso colabora para o aumento da ansiedade.
Isso sem falar de outros componentes químicos que acabam desestabilizando
o equilíbrio bioquímico do nosso corpo, alterando nossa saúde, humor e
consequentemente incentivando ainda mais a ansiedade.

O mais importante é organizar a sua alimentação para que ela seja


saudável e lhe ajude a regular a bioquímica do corpo. Procure seu médico ou

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nutricionista e veja quais são as reais necessidades nutricionais do seu corpo.


Hoje eu trato o meu alimento como meu remédio e eu garanto que o dinheiro
que eu gasto no mercado é muito menos do que eu gastaria com farmácias e
hospitais.

Caso você não possa ou não queira procurar o profissional de saúde


que é capacitado para lhe orientar sobre quais são os alimentos ideais para
você, siga pelo menos a sabedoria dos nossos antepassados:

• Tudo em excesso faz mal;


• O natural é melhor que o artificial;
• Verduras e legumes, na maioria das vezes, são mais
nutritivos se estiverem crus;
• Frutas são uma opção de açúcar melhor do que o
doce;
• Quanto mais cores houver em sua refeição, mais
saudável ela é.

Tudo pode ter exceções, por exemplo, a fruta não é a melhor opção
para uma pessoa que está com intolerância à frutose, mas esta é uma exceção
e um estado temporário. Resolva a intolerância e depois volte a consumi-la.

Outro ponto importante é a questão do excesso. Nem sempre o


excesso refere-se à quantidade que você ingere, às vezes é o excesso de algum
componente da formulação. Um exemplo disso é o refrigerante, todos
sabemos que os eles têm uma grande quantidade de açúcar em sua
formulação.

Ainda sobre os ingredientes, se você realmente quiser evitar excesso


de açúcar e sódio, é preciso pesquisar e conhecer os outros nomes pelos quais
eles se apresentam. Frutose, glicose, glucose, dextrose, maltodextrina, agave,
xarope de milho, todos são diferentes nomes de açucares.

Uma alternativa para lidar com isso é criar o hábito de ler os rótulos
especialmente lendo a lista de ingredientes. A ordem dos ingredientes
apresentados na lista corresponde à sua quantidade, da maior para a menor,
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Controlando a Ansiedade

logo, se o primeiro ou segundo ingrediente for relacionado ao açúcar ou ao


sódio, você já sabe que aquele alimento possui uma excessiva quantidade
dele.

O conhecimento é a melhor arma. Pesquise, marque uma consulta


com um nutricionista, consulte seu médico, faça exames para saber as suas
deficiências nutricionais e o que está em excesso, mas, acima de tudo, faça
alguma coisa! Não fique apenas esperando que a terapia ou a medicação
corrija a sua ansiedade, tome você mesmo as primeiras atitudes.

3- Exercício Físico

Ainda usando a analogia do motor, se deixarmos um carro parado por


muito tempo, é possível que alguns dos seus componentes não estejam em
bom estado da próxima vez que for usá-lo. Possivelmente a bateria estará
descarregada, muita sujeira pode ter se acumulado em vários pontos, algumas
partes podem ter se ressecado, os pneus estarem mais murchos, etc. Nosso
corpo funciona da mesma forma, se ficar muito tempo parado, vários dos seus
componentes podem não funcionar tão bem.

Isso acontece sempre quando não nos alongamos, não fazemos


exercícios aeróbicos ou fortalecemos nossos músculos. O livro “Wellness”,
organizado por Alberto Ogata e Ricardo de Marchi, recomenda atividade física
na seguinte frequência mínima:

• Alongamentos – 7 dias por semana;


• Ser ativo – 4 dias por semana;
• Exercícios Aeróbicos (caminhar, pedalar, dançar, nadar, etc.)
– 3 dias por semana;
• Musculação – 2 dias por semana.

Outro ponto de extrema importância é que a atividade física provoca


a liberação de hormônios que ajudam a reduzir a ansiedade, bem como
provoca a redução dos hormônios que a geram. Veja abaixo alguns exemplos
dos hormônios e dos efeitos que vão colaborar com o seu bem estar:
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Controlando a Ansiedade

• Endorfina – é conhecido como analgésico natural, alivia a dor,


controla a ansiedade e diminui o estresse;
• Leptina – hormônio responsável pela nossa saciedade, ajuda a
regular o peso, controlar o apetite e intensificar o uso da
gordura estocada em nosso corpo como combustível para ele;
• Serotonina – normaliza o humor, sono, apetite, desejo sexual,
temperatura corporal, sensibilidade à dor, entre outros;
• Cortisol – é conhecido como o hormônio do estresse; o sono,
exercícios e doenças, agem diretamente na sua liberação seja
para reduzir ou para aumentar.

Eu sei que muitas pessoas têm resistência a se exercitar. Para facilitar


esse processo eu tenho duas dicas. A primeira é sempre pensar nos benefícios,
não no processo de fazer o exercício em si. Imagine-se calmo, saudável, magro,
ou qualquer outro benefício que você procura obter com o exercício. A
segunda é começar com uma meta pequena, por exemplo: todos os dias fazer
alongamentos na parte superior do corpo, depois de se acostumar, amplie
para a parte inferior e assim por diante. O hábito surge quando o cérebro se
acostuma com uma determinada atividade e é bem mais fácil se acostumar
com metas menores.

4- Sono

O sono é ao mesmo tempo uma causa e uma consequência da


ansiedade. Dormir pouco ou em excesso pode tanto causar quanto ser
causado pela ansiedade elevada, sendo que na maioria das vezes é mais
comum dormir pouco, a famosa insônia.

Sendo a ansiedade uma reação ligada ao medo de que algo dê errado,


na maioria das vezes a insônia é causada pelo pensamento obsessivo no
problema e nos incômodos que ele pode trazer.

É importante saber que ficar pensando no problema normalmente não


gera uma solução. Existem ferramentas muito mais eficazes, tanto para ajudar
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Controlando a Ansiedade

na solução do problema e da ansiedade quanto para preservar a saúde do


sono. Uma delas é o armário do futuro que você vai encontrar na sessão de
práticas no final desse livro.

Dormir pouco, além da ansiedade, pode aumentar os riscos de


doenças cardíacas, obesidade, disfunções sexuais, problemas de pele e
dificuldade na atenção e memorização. Por outro lado, dormir em excesso
também pode trazer vários problemas de saúde. Sendo assim, mais uma vez
voltamos ao bom e velho “Equilíbrio” ou, como dizia Aristóteles, “Justa
Medida”.

Isso acaba gerando uma dúvida: qual a quantidade ideal de horas de


sono? A maioria dos especialistas diz que para os adultos varia de 6 horas a 9
horas, mas quem define a sua quantidade ideal é você mesmo, principalmente
através da percepção de como o seu corpo reage à quantidade de horas que
você tem dormido.

Outro ponto de vista que tem sido comentado por alguns médicos e
terapeutas, principalmente os que seguem uma linha holística, é que o sono
ideal deve iniciar antes das 23:00, na verdade, de preferência, às 22:00 e
encerrar por volta das 6:00. Esse seria o horário para o qual o nosso corpo foi
programado para dormir. Caso alguém queira dormir e acordar ainda mais
cedo estará ótimo. O grande indicador é a luminosidade do dia. O corpo
precisa do escuro para um sono realmente restaurador, por isso dormir nos
horários citados seria tão eficiente. Além disso, toda a programação dos
nossos antepassados que carregamos em nosso DNA faz com que o corpo
reconheça esse horário como ideal.

5- Relacionamentos

A qualidade dos nossos relacionamentos se reflete em toda a as


demais áreas de nossas vidas. Bons relacionamentos no trabalho geram um
bom ambiente, melhores resultados e maior saúde organizacional. Mas não

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Controlando a Ansiedade

são apenas os bons relacionamentos profissionais que contam e sim da sua


vida como um todo.

Ter bons relacionamentos, sejam familiares, de amizade, do trabalho,


do grupo religioso, enfim, de qualquer lugar, gera um sentimento de
pertencimento, de fazer parte e todo ser vivo encara isso como o sentimento
de estar protegido e seguro. Este é um dos motivos que acaba levando muitos
jovens ao consumo ou tráfico de drogas: sentir-se incluído em um grupo. Para
ampliar ainda mais seus resultados, esses grupos ainda fazem que seus
membros se sintam amparados e protegidos por ele.

Agora, assim como no sono, o remédio pode tornar-se o veneno.


Relacionamentos ruins podem elevar a ansiedade a altíssimos graus. Todavia
é muito importante entender o que especificamente está ruim no
relacionamento. Pode ser o comportamento do outro que não combina com
as suas expectativas, mas também pode ser você quem não está preparado
para compreendê-lo, em ambos os casos a solução está em suas mãos.

A primeira e melhor solução de todas é reduzir as expectativas sobre


os outros. Nós não temos direito de exigir que o outro seja como nós queremos
e ter essa exigência é o caminho certo para a frustração. É claro que também
não somos obrigados a suportar comportamentos com valores diferentes dos
nossos, mas sobre isso eu vou falar daqui a pouco.

A segunda solução é ampliar a nossa capacidade de entender e aceitar


o outro como ele é. Cada pessoa aprendeu a ser como é pensando que era sua
melhor opção, a melhor defesa, por isso cada jeito de ser merece ser amado e
respeitado. Entretanto, nós temos a oportunidade de ajudar as pessoas que
amamos a evoluírem também, para isso eu recomendo a aplicação de um bom
feedback. Duas indicações para facilitar essa conversa são os livros:
“Comunicação Não Violenta”, de Marshall Rosenberg e “Preciso Saber se Estou
Indo Bem”, de Richard Williams.

A terceira solução é, sempre que possível, buscar conviver com


pessoas que combinem mais com você. Essa seleção já acontece naturalmente
pela nossa mente inconsciente, afinal, ao contrário da lei da física, nos
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Controlando a Ansiedade

relacionamentos os “parecidos” se atraem. Então nesse caso o que você faria


é apenas potencializar esse processo natural. Eu recomendo que as duas
primeiras soluções também sejam aplicadas antes desta, afinal, mesmo
convivendo com pessoas parecidas, sempre haverá alguma discordância.
Outro ponto que se deve ter cuidado é que conviver com pessoas diferentes
ajuda a ampliar a visão de mundo e a crescer como seres humanos, portanto,
limitar demais seus relacionamentos, pode reduzir seu crescimento pessoal.

A quarta solução é diferenciar em sua mente pessoa de


comportamento. Você pode não concordar com o que eu escrevo neste livro,
mas você não tem condições de dizer que não gosta de mim, afinal você não
me conhece como um todo. Ora, nós não conhecemos nem a nós mesmos
como um todo, logo não conhecemos ninguém em sua totalidade, por isso não
temos nenhuma condição de dizer que não gostamos de alguém, mas apenas
que não gostamos de seus comportamentos ou de seus valores. Separar isso
em sua mente pode facilitar sua convivência com pessoas desafiadoras. Ao
invés de dizer que não gosta de alguém, diga em sua mente: “eu não gosto
quando o fulano faz isso”. Essa pequena mudança já é um passo para melhorar
o relacionamento no ambiente em que você convive com ela.

A quinta solução é, também sempre que possível, se afastar do que lhe


é tóxico, sejam pessoas, ambientes, ideologias, ou qualquer outra coisa. Claro
que isso nem sempre será possível e muitas vezes nem mesmo será a opção
mais adequada. Um exemplo disso é quando a pessoa que você considera
tóxica é um dos seus pais, não é adequado se afastar completamente deles. O
ideal nesses casos ainda é evoluir sua capacidade de lidar com eles usando a
primeira e a segunda soluções que já apresentei aqui.

A sexta solução é usar as várias ferramentas de controle da ansiedade


e controle emocional para desfazer os efeitos nocivos dos relacionamentos
que não lhe fizerem bem. Infelizmente essa é uma das soluções mais aplicáveis
para muitas pessoas, o que já é melhor que a maioria que na verdade não
aplica nenhuma delas. Uma das ferramentas que indico é o “Quadro do Alívio”
que estará na sessão de práticas ao final desse livro.

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Controlando a Ansiedade

6- Nutrição Mental

Assim como o corpo se nutri com o alimento que comemos, nossa


mente se nutre com todos os estímulos e informações que oferecemos a ela.
Músicas, filmes, programas de televisão, jornais, conversas, enfim, tudo aquilo
que nos traz informações do mundo externo para o mundo interno.

Atualmente existem várias terapias que acreditam que tudo é


vibração. Essa visão de mundo encontrou amparo em teorias da Física
Quântica na qual um elétron pode se comportar como onda ou como partícula.
Tudo o que consumimos teria uma vibração e ela afetaria nossa mente e nosso
corpo, exercendo influência inclusive sobre a nossa saúde.

O experimento do fotógrafo e escritor japonês Masaru Emoto foi


amplamente divulgado no filme “Quem Somos Nós”. Nesse experimento,
Emoto tirou fotografias microscópicas da molécula da água depois dela ser
submetida a pensamentos, algumas vezes positivos outras vezes destrutivos.
O resultado é que as moléculas submetidas a pensamentos positivos tinham
uma aparência bela, como se fossem cristais, enquanto as que eram
submetidas a pensamentos destrutivos apareciam completamente
deformadas.

A experiência de Emoto não é considerada científica, para muitos não


passa de uma obra de arte, mesmo assim deixa uma mensagem extremamente
importante: o pensamento pode alterar a matéria. Outra mensagem
importante a ser refletida é que se o pensamento alterar a molécula da água
e mais de 70% do nosso corpo é composto de água, o que será que os nossos
pensamentos podem fazer conosco? Talvez os próximos parágrafos
respondam essa pergunta.

Um procedimento similar ao de Emoto foi realizado em duas escolas.


Na primeira escola a professora dividiu a turma em dois grupos. A tarefa dos
dois grupos era guardar na geladeira uma vasilha com arroz cozido. O primeiro
grupo deveria pegar a vasilha todos os dias e falar coisas boas ao arroz como:
eu te amo, muito obrigado, você é muito importante, eu te abençoo etc. O
segundo grupo deveria falar coisas nocivas como: eu te odeio, você não presta,
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Controlando a Ansiedade

você é burro. As porções de arroz do segundo grupo apodreceram


significativamente mais rápido que as do primeiro.

Na segunda escola o objetivo do projeto era perceber os efeitos do


bullying sobre os alunos. Para isso a professora levou duas plantas para
ambientes diferentes. A primeira planta deveria receber mensagens de amor
e respeito, enquanto a segunda deveria receber o mesmo tipo de ofensa que
eram ditas aos alunos em situações de bullying. O resultado foi que enquanto
a primeira planta continuou crescendo cada vez mais bela e vistosa, a segunda
planta secou.

Isso é o que acontece conosco quando nutrimos nossas mentes com


mensagens nocivas. No capítulo anterior eu apresentei como e porque isso
acontece, fazendo as células deixarem o processo de crescimento que
passarem para o processo de proteção. O mais importante agora é você ter a
noção de como você tem nutrido sua mente.

Hoje nós vivemos uma época na qual tragédias e sensacionalismos


chamam mais atenção do que as coisas boas e, sim, elas existem, só
precisamos querer enxergá-las. Nas minhas aulas de PNL eu sempre mostrei
aos meus alunos que o cérebro só percebe o que ele quiser perceber, se você
orienta seu cérebro para perceber apenas o que você considera ruim ele vai te
obedecer e, infelizmente, você pode acabar pagando um preço por isso.

Ao contrário, se você orienta a sua mente a perceber e agradecer por


tudo que há de bom e belo, seu corpo, sua vida, sua saúde, vão lhe agradecer
muito por isso. O efeito bioquímico positivo desta atitude é imenso. Faça o
teste! Aplique em sua vida o exercício de gratidão diária no final deste livro e
logo estará apto a testemunhar os resultados.

Muitas pessoas me perguntam se deveriam parar de assistir jornal


para reduzir a quantidade de informações nocivas que recebe. Eu sempre
respondo que isso varia de pessoa pra pessoa. A melhor maneira é testar, fique
1 mês sem assistir e veja o quanto isso impactou positivamente a sua vida ou
não. Agora, se estiver tendo crises de ansiedade ou qualquer outro problema

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Controlando a Ansiedade

provocado ou potencializado pelas emoções limitantes, certamente é válido


se distanciar de tudo que puder lhe fazer mal.

Uma dica muito simples que já pode ajudar a minimizar os impactos é


trocar o jornal televisivo pelo escrito, seja ele impresso ou online. O jornal em
vídeo potencializa extremamente o impacto da notícia, bem como o tom de
voz de quem conta ou comenta a notícia.

Uma coisa é certa, a maioria das notícias são simples reapresentações


do que sempre acontece todos os anos. Você já tem consciência disso,
portanto talvez não valha a pena ver de novo, mas eu quero deixar claro que
essa é uma decisão individual. Só você vai saber dizer o que é melhor, só não
se esqueça de testar uma das dicas que ofereci acima: trocar os vídeos por
textos ou ficar 1 mês sem assistir para verificar o nível do impacto positivo em
sua vida.

7- Autoestima

A autoestima, também conhecida como amor próprio ou, como eu


mais gosto, autoamor, é a porta que permite ou não a entrada de coisas
positivas em sua vida. Isso é muito mais importante do que você imagina.

Tecnicamente não existe nada de negativo, o algoritmo é bem mais


simples: ou é positivo ou não é. O que consideramos negativo, na verdade é a
ausência do positivo. Quando tudo está bem, estamos em paz, quando
deixamos de estar bem perdemos a paz e o resultado dessa perda é o que
chamamos de negativo.

Sendo a autoestima a porta de entrada dos sentimentos positivos,


precisamos que ela exista para que os sentimentos positivos sempre entrem
em sua vida e, consequentemente, você tenha cada vez menos coisas para
chamar de negativas. Isso mostra que a autoestima é muito mais do que
apenas amar ou valorizar a si mesmo, mas é autorizar ou não que você fique
bem.

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Controlando a Ansiedade

Várias coisas podem reduzir a sua autoestima aqui vou falar das duas
que mais afetam meus clientes: Crenças e Traumas. Ambas são a mesma coisa
em essência, um aprendizado, o que muda é o processo pelo qual ele foi
aprendido.

As crenças são todos os aprendizados que vamos acumulando ao longo


da vida e passamos colocar neles a nossa confiança como se fossem verdades
inquestionáveis. Uma crença é instalada através de impacto ou repetição.
Quando uma situação se repete várias vezes acabamos acreditando naquilo
que pensamos sobre ela. A crença sempre pode estar correta ou não, se estiver
correta temos um grande aprendizado, se não estiver temos um equívoco e as
suas consequências.

Um exemplo disso é alguém que tenta passar em um concurso


público e por reprovar algumas vezes cria a crença de que é impossível
passar, mas isso é um equívoco. Eu tenho um amigo com um alto cargo
público e até chegar a esse cargo ele passou em 14 concursos. Certa vez eu
disse a ele brincando: “Nem todo mundo passa em 14 concursos”, e ele me
respondeu: “Sim, mas pra passar em 14 eu precisei reprovar em 60”. Se ele
tivesse criado a crença de que era impossível, não teria alcançado o cargo
que tanto desejava.

O trauma é uma crença criada em um momento de dor, o que aumenta


a sua intensidade e torna mais desafiadora a sua ressignificação, porém longe
de ser impossível. Para ressignificar um trauma temos dois caminhos, o
primeiro é o mesmo que podemos usar para a ressignificação das crenças:
apresentar evidências positivas, como eu fiz acima na história do concurso
mostrando que, mesmo em meio a reprovações, quem se prepara e não
desiste pode conseguir chegar onde quer.

A segunda maneira é utilizada quando o trauma causou uma dor


significativa e a mente começa a impedir os processos por medo de que essa
dor se repita. Nestes casos pode ser necessário o uso de algum exercício ou
processo terapêutico para dessensibilizar essa lembrança, ou seja, fazer essa

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Controlando a Ansiedade

lembrança parar de doer. Um destes exercícios é Quadro do Alívio no último


capítulo.

A autoestima estima depende de uma crença extremamente


importante: acreditar que você merece ser amado, primeiramente por você
mesmo e em seguida pelas pessoas ao seu redor. Traumas que impedem essa
crença positiva atrapalham tudo o que estamos buscando aqui, entretanto
quando você consegue acreditar que é digno de amor, cria mais e mais portas
para a entrada de sentimentos positivos.

Ao final do livro vou indicar algumas frases que você pode repetir para
aumentar sua autoestima, criar a crença de que você merece ser amado e
corrigir as crenças e traumas limitantes. Todo ser vivo merece ser amado,
então está na hora de todos nós tomarmos posse do amor que por direito já é
nosso.

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Controlando a Ansiedade

Capítulo 3
Principais Impedimentos para
Controlar a Ansiedade

De todos os impedimentos possíveis para se controlar a ansiedade, existem


dois que eu considero principais: os Níveis Neurológicos e os Conflitos entre
Partes Internas.

Níveis Neurológicos é a definição que a PNL utiliza para definir a


hierarquia de como organizamos as informações em nossa mente. Dentro do
trabalho com a PNL ele normalmente é usado para descobrir em que nível
estão os desafios que o cliente deseja resolver e os recursos necessários para
resolvê-los. São eles:

Sistêmico

Identidade

Crenças

Capcidade

Comportamento

Ambiente

Ambiente é onde e quando um problema acontece. Quando alguém


descobre que sente ansiedade apenas no ambiente de trabalho, fica bem mais
fácil de ser controlado. Basta que a pessoa mude de ambiente no trabalho, ou
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Controlando a Ansiedade

mude o seu ambiente de trabalho, ou mude suas reações ao ambiente de


trabalho, ou em última hipótese, mude de trabalho.

Comportamento é o que a pessoa faz que gera esse problema. Se


aquilo que a pessoa quer resolver está no nível de comportamento, não
adianta mudar de ambiente, pois ela vai levar o velho comportamento para o
novo ambiente. Neste caso é preciso descobrir quais comportamentos
precisam ser corrigidos e aplicar a correção.

Capacidade é saber fazer. Uma pessoa que não sabe ter um


determinado comportamento não vai conseguir tê-lo e não adianta apenas
mudá-la de ambiente. Por isso que para alguém resolver a ansiedade é preciso
saber como controlá-la, imagino que seja isso o que você esteja buscando
neste livro. Até este nível ainda não é um grande desafio, afinal basta aprender
como fazer, começar a fazer e adequar o ambiente para isso, mas a partir do
próximo nível as coisas começam a ficar mais complexas.

As Crenças são as coisas que você acredita. Tudo o que você acreditar
será encarado pelo seu cérebro como verdade absoluta. Se você acreditar que
pode corrigir a sua ansiedade, ele vai tentar corrigir, mas se você acreditar que
é impossível alcançar esse controle ele nem sequer vai tentar. As crenças são
determinantes para todos os resultados, os que você vai alcançar ou que vai
bloquear.

Uma crença é uma lei mental e por isso seu cérebro vai segui-la ao pé-
da-letra, mesmo que isso lhe faça muito mal. O primeiro motivo para isso ser
assim é o fato de que todo comportamento tem uma intenção positiva,
conforme já falamos antes, por isso se você acredita que não pode passar em
uma prova ou que não vale a pena, o seu cérebro não vai deixar você passar,
principalmente porque ele não julga isso como positivo ou negativo eles
simplesmente recebeu o comando de não passar e por isso ele não passa. Eu
costumo dizer o que o cérebro não tem senso de humor, ele leva tudo ao pé-
da-letra e segue exatamente aquilo que você pedir e, neste caso, pedir é
simplesmente pensar.

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Controlando a Ansiedade

O segundo motivo é que ninguém gosta de estar errado. Mesmo


aquelas pessoas que dizem que gostam de perceber os seus erros para
aprender com eles, ainda assim elas fazem isso porque acham que isso é o
certo e se descobrirem que essa crença está errada certamente vão ficar
chateados. Para estar sempre certo, muitas vezes o cérebro conduz as
situações para se encaixarem exatamente ao que você acredita, pessoas que
acreditam que determinado alimento faz mal sempre vão sentir-se mal ao
comê-lo.

Quando eu comecei a namorar a minha esposa, ela tinha a crença de


que todas as vezes que tomasse chuva a garganta ficaria inflamada. Eu
comecei a conversar com ela e fui ressignificando essa ideia, lhe mostrando
que uma garganta pode inflamar sim, mas a chuva não é necessariamente um
motivo para isso. Se a garganta realmente estivesse inflamando por um motivo
fisiológico, essa causa deveria ser investigada por um médico, mas diante
dessa crença que ela já havia demonstrado, acreditei que a principal
possibilidade era de que fosse uma reação física para comprovar aquilo que
ela acreditava. Depois de algumas conversas ela nunca mais teve essa reação.

A PNL possui vários procedimentos que comprovam o efeito fisiológico


das nossas crenças, dentre eles o principal é a “Cura Rápida de Alergias”. Tanto
as teorias da PNL quanto da Hipnose Clínica acreditam que a alergia é um erro
cognitivo do cérebro. Eu mesmo já atendi vários casos que após o exercício de
ressignificação da alergia a reações alérgicas eram completamente eliminadas
sem causar nenhum outro problema, ou seja, não era apenas um paliativo era
realmente um resultado.

As crenças podem empoderar ou destruir. E o mais impactante dessa


história é que elas são escolhas nossas. Eu sei que a maioria delas foi gravada
em sua mente na infância, quando você ainda não tinha controle sobre o que
acreditar, mas hoje você tem e por isso pode e deve escolher.

Para controlar a ansiedade é preciso acreditar em 3 coisas. Primeiro


que é possível alcançar esse controle, pois, conforme eu disse alguns
parágrafos antes, se o seu cérebro achar que é impossível ele nem sequer vai

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Controlando a Ansiedade

tentar, ou vai tentar se sabotando para provar que está certo. A segunda é que
você é capaz, pelo mesmo motivo, se o cérebro achar que você não é capaz
ele também nem tenta, por isso é preciso mostrar pra ele que você está
aprendendo e está ampliando a sua capacidade de alcançar os resultados
desejados. A terceira é que você merece. Quando uma pessoa tem a crença de
que não merece, o cérebro ou a mente assume o papel de juiz e de carrasco,
aplicando sobre a pessoa uma pena e cumprindo a punição. A crença de não
merecimento normalmente está ligada ao sentimento de culpa.

Quando você acredita que é possível, que você é capaz e que você
merece, seu cérebro vai se esforçar até que você alcance os resultados
desejados. Caso mesmo assim esse resultado ainda não aconteça, é hora de
investigar se existem partes conflitantes, que é o segundo impedimento sobre
o qual vou falar daqui a pouco.

Identidade ainda é uma crença, mas dessa vez ligada a quem você
acredita que é. Eu gosto muito da definição da PNL que diz que: identidade é
o “senso temporário de eu”, ou seja, quem você acha que você é agora. Todas
as crenças podem ser modificadas e melhoradas, por isso, se hoje você
acredita que você é incapaz, essa crença pode ser corrigida para eu sou capaz.

Uma das crenças de identidade mais limitantes que eu sempre ouvia


tanto em atendimentos terapêuticos quanto em sala de aula, era “Eu Sou
Burro”. Na maioria absoluta das vezes essa crença era causada pelos próprios
pais e em segundo lugar pelos professores. É importante ressaltar que nem os
pais, nem os professores são culpados, eles simplesmente usavam uma
linguagem da época ou da sua própria cultura, mas o impacto emocional é
enorme. Felizmente sempre é possível alterar e nas sessões durante os cursos
eu ajudava essas pessoas a alterarem sua identidade para “eu sou capaz de
aprender”, “eu sou inteligente”, até porque, como reação àquela afirmação
limitante, essas pessoas se tornavam extremamente dedicadas, porém com
um nível excessivo de autoexigência.

Por fim e muito relevante está o nível Sistêmico. Se a identidade se


refere ao eu, o nível sistêmico refere-se a tudo que está acima de mim e por

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Controlando a Ansiedade

isso exerce poder e autoridade sobre mim. Eu posso ter toda a capacidade
empreendedora, mas se alimento a crença de que o país está em crise e
acredito que isso é mais forte do que eu, muito provavelmente eu não vou
conseguir executar os meus projetos.

Um exemplo similar, porém, positivo, acontece nas chácaras religiosas


de recuperação para adictos (viciados em drogas ou qualquer outro tipo de
vício). Uma das primeiras crenças que o que o paciente já tem é de que ele não
é capaz de se libertar daquele vício sozinho. Essa crença é reforçada, mas logo
em seguida é colocada mais uma crença: você não é capaz, mas Deus, que é
muito maior que você e muito mais forte, é capaz de libertá-lo”. Isso é um
exemplo de crença sistêmica que traz um resultado muito positivo.

Muitas vezes a crença de merecimento está em nível sistêmico. Se


uma pessoa acredita que não merece ser feliz porque Deus vai puni-la por ter
feito algo errado, teremos um grande desafio, porque o mesmo Deus que
libertou o adicto, nesse caso tornou-se um juiz arbitrando a punição. É por isso
que precisamos ter muito cuidado ao falar sobre Deus, pois se for colocada
uma crença equivocada na mente de alguém, será muito trabalhoso para
corrigi-la. Trabalhoso sim, impossível nunca.

Dentro do nível sistêmico está tudo o que você acredita que é superior
a você. Quem acredita que a opinião da família é mais importante que a
própria opinião, colocou a família em nível sistêmico. Da mesma forma isso
acontece com a sociedade, país, empresa, ciência, medicina, religião, Deus.

Use o nível sistêmico para empoderar você. Veja tudo de bom que
você pode alcançar em qualquer uma dessas áreas, o que você pode encontrar
de bom em sua família, que sentimentos bons você pode ter ao se aproximar
de Deus, como a ciência e a medicina podem ajudar o ser humano a ter uma
vida mais saudável e feliz, que possibilidades positivas existem na economia, o
que há de bom em nosso país, etc.

Diante de tudo isso por que os níveis neurológicos podem ser um


impedimento para o controle da ansiedade? por que se a sua ansiedade estiver
instalada no nível de crença, de identidade ou sistêmico, você não vai
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Controlando a Ansiedade

conseguir os resultados que deseja mudando apenas a capacidade,


comportamento ou ambiente. Se você tem tentado corrigir a ansiedade e não
tem tido resultados, existe uma grande possibilidade de estar atirando no alvo
errado.

De acordo como os níveis neurológicos, tudo o que você altera na


parte de baixo da pirâmide pode afetar o que está em cima, mas tudo que você
altera na parte de cima com certeza vai afetar todos os níveis que estiverem
abaixo. É por isso que preferencialmente deve-se começar cuidando da sua
espiritualidade, sua maneira de ver o mundo, os sentimentos em relação à sua
família ou trabalho, pois alterando o nível sistêmico todo o resto se altera
automaticamente.

Em seguida monitore sua identidade. Será que você não está se


limitando, alimentando crenças limitantes sobre quem você é? Sobre o que
você merece? Monitore também se você acredita que é possível, se você
acredita que estudando e praticando você será capaz de corrigir a ansiedade e
os sentimentos limitantes. Caso encontre muitas crenças limitantes eu
recomendo que você estude Programação Neurolinguística e outras
ferramentas que ensinam como corrigir crenças e, se perceber que necessita
de um apoio profissional, procure um terapeuta, seja ele um programador
neurolinguístico, hipnólogo clínico, psicólogo, psicanalista, não importa qual a
área que você procura, o importante é não ficar parado.

Outro elemento que limita extremamente as pessoas é ter partes


conflitantes dentro de si. Você já passou pela situação de querer emagrecer,
mas uma parte de você quer comer mais? Ou queria terminar o relatório do
seu trabalho, mas uma parte de você quer descansar? Esses são exemplos de
partes conflitantes, mas ao contrário destes conflitos em nível
comportamental, existem conflitos muito mais profundos dentro de cada um
de nós. Se uma parte de você acredita que você merece ser feliz, mas uma
outra parte acredita que não, provavelmente você vai ficar num cabo de
guerra que não vai permitir que você saia do lugar.

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Controlando a Ansiedade

De onde vêm esses conflitos? Eles podem surgir de diversas formas.


Você pode ter herdado uma crença da sua mãe e outra do seu pai, ou, para ser
mais específico, você herdou uma crença de alguém importante pra você e a
outra crença de outra pessoa importante, e porque ambas vieram de pessoas
importantes, você não se achou no direito de descartar nenhuma delas e por
isso mantém um conflito.

Os conflitos também surgem devido aos diferentes momentos em


nossas vidas. Em uma fase você acreditava que ganhar dinheiro era ruim e na
outra começou a acreditar que ganhar dinheiro é bom, mas por algum motivo
você não descartou a primeira crença e por isso agora tem um conflito.

Dizem que os conflitos também surgem quando confrontamos


algumas crenças de certo ou errado com os nossos desejos. Isso acontece
principalmente nas áreas financeira e sexual. Na sua infância você pode ter
recebido a crença de que sexo era feio ou errado, mas depois veio a
puberdade, vieram os hormônios e os desejos sexuais, depois disso você
experimentou o sexo, gostou e quer mais disso, mas uma parte dentro de você
pode acabar gerando punições por você estar fazendo algo que ela considera
errado.

O mesmo acontece na área financeira com as pessoas que acreditam


que dinheiro é sujo, ou que é ruim, ou que quem tem dinheiro não entra no
céu. Caso você tenha essa última crença, eu, enquanto estudioso dos textos
sagrados, recomendo que você procure ler ou conversar com algum
especialista para entender que os textos sagrados não dizem que você não
deve ganhar dinheiro, mas ressaltam a importância do cuidado de não colocá-
lo em primeiro lugar em sua vida, especialmente acima de Deus. Esta é uma
das formas de começar a ressignificar essa crença.

Dentro do contexto do nosso assunto que é a ansiedade, os conflitos


internos que vão atrapalhar esse processo são principalmente: uma parte não
acreditar que é possível, não acreditar que você é capaz, não acreditar que
você merece ou acreditar que isto é errado. Muitas pessoas cresceram com a

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Controlando a Ansiedade

crença de que não tinham direito de controlar as suas emoções, seus


sentimentos.

Antigamente era muito comum a crença de que, se Deus mandou um


problema (um desafio) é porque você precisava passar por ele. Enquanto
estudioso da religião, eu digo que o ponto de vista atual, a Teologia não
acredita que Deus mande desafios. Os desafios acontecem naturalmente
porque estamos vivos, porque somos seres humanos e, se você é uma pessoa
de fé, você tem a missão de passar pela sua vida com a cabeça erguida, seja
ela tranquila ou desafiadora.

Deus não seria o criador dos seus desafios e sim o criador das suas
soluções, ele não seria a pessoa que vai testar para ver se você é forte, mas
aquele que te dá forças. Hoje o principal ponto de vista teológico sobre esses
assuntos é que os desafios e problemas que passamos servem como
termômetros para verificarmos quanto estamos próximos de Deus, o quanto
a nossa fé é realmente verdadeira.

Fazendo um paralelo com uma parábola bíblica, é hora de verificar se


construímos a nossa casa na areia ou na rocha. Claro que você não precisa
concordar comigo, eu estou apenas colocando um ponto de vista e, se ele for
bom para você, reflita e utilize-o, mas se não for, utilize apenas como uma
oportunidade de pensar melhor naquilo que você acredita e aí sim definir se a
sua crença faz sentido ou não.

Em casos de conflitos internos, eu recomendo que você leia o livro


“Transformação Essencial”, das autoras Conirae e Tamara Andreas. Este livro
vai aprofundar sobre o conceito de intenção positiva e partes conflitantes,
mas, se ainda assim precisar de auxílio profissional, procure! A Programação
Neurolinguística costuma resolver isso em poucas sessões, mas repito,
qualquer técnica que você procurar pode lhe ajudar. Procure aquela que sentir
maior confiança, o simples fato de acreditar já corresponde à metade dos seus
resultados.

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Controlando a Ansiedade

Capítulo 4
Práticas para Controlar a Ansiedade

As 4 regras básicas para você conseguir controlar a ansiedade são:

• Querer – Muitas pessoas dizem que querem controlar a


ansiedade ou outros sentimentos limitantes, mas ainda ficam
presas aos benefícios que eles lhe trazem. Em outros casos,
uma parte da pessoa não quer liberar aquele sentimento. Para
todos estes casos é recomendável autoconhecimento e/ou o
auxílio de algum profissional que ajude a descobrir que
benefícios essas partes buscam e outras formas saudáveis
atendê-los.
• Acreditar – A principal função deste livro foi demonstrar que
é plenamente possível controlar a ansiedade. Conforme já
disse, se você não acreditar na possibilidade o cérebro nem
tenta. Portanto, dê o seu melhor para acreditar. Caso tenha
alguma dificuldade, comece a colecionar pequenas evidências
de que é possível até que o seu cérebro consiga acreditar
verdadeiramente.
• Conhecer - Conhecer técnicas, ferramentas e caminhos pelos
quais você conseguirá controlar sua ansiedade. Neste livro
você vai ter algumas práticas, mas não pare por aqui, permita
que ele seja apenas o início da sua caminhada ou o meio para
aqueles que já estão caminhando há mais tempo. Quanto mais
técnicas você conhecer, maior é a chance de você encontrar a
técnica que melhor vai lhe atender.
• Praticar - Depois de querer, acreditar e conhecer, agora é a
hora de colocar em prática tudo o que você aprendeu.
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Controlando a Ansiedade

Pratique várias e várias vezes até alcançar o resultado


desejado. Nem sempre você vai conseguir o resultado da
primeira vez, mas se ele é importante para você, não tenha
medo nem preguiça de praticar quantas vezes forem
necessárias .

Agora que você já sabe quais são as 4 regras básicas, chegou a hora de
colocá-las em prática. Aprenda os exercícios abaixo e utilize-os até alcançar
todos os benefícios que eles podem lhe trazer.

Prática 1- Respiração

Indicada para usar o corpo como um meio de alcançar a calma.

Respiração simples para acalmar:

• Fazendo uma respiração abdominal, inspire em 4 segundos expire em


8 segundos

Respiração Meditativa:

• Fazendo uma respiração abdominal inspire em 4 segundos;


• Segure o ar por 4 segundos;
• Expire em 4 segundos;
• Segure sem ar 4 segundos.
o Ao inspirar, sinta como se fosse a vida lhe oferecendo tudo
aquilo que você precisa;
o Ao segurar o ar, imagine como se fosse você se dando a
oportunidade de aproveitar o melhor daquilo que a vida lhe
oferece;
o Ao expirar, imagine que é você no processo de soltar tudo
aquilo que já não lhe serve mais, que não lhe faz tão bem;
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Controlando a Ansiedade

o Ao permanecer sem ar, imagine que é você sentindo falta de


tudo de bom que a vida pode dar para que valorize ainda
mais tudo o que a vida lhe der;
o Inspire novamente, sentindo gratidão por mais uma vez
receber o ar da vida.
• Repita o processo quantas vezes quiser.

Respiração Azul

• Faça respirações abdominais lentas e profundas;


• Imagine que ao seu redor existe um ar azul;
• Imagine esse ar azul entrando em seus pulmões, acalmando os seus
pulmões;
• Em seguida imagine que ele vai ao seu coração e acalma seus
batimentos cardíacos e pressão arterial;
• Agora, imagine que ele vai ao seu cérebro, acalma os seus
pensamentos e pacífica a sua mente;
• Imagine que ele vai aos seus músculos e nervos, relaxa seus músculos
e nervos;
• Imagine que ela vai à sua pele, aliviando e acalmando todas as tensões
que estavam transparecendo nela;
• Finalmente, imagine que ela visita cada uma das células do seu corpo,
acalmando, restaurando e rejuvenescendo cada uma delas.

Caso sinta dificuldade de fazer esse exercício seguindo apenas estas


orientações, pode ser mais fácil se você fizer uma gravação na qual você vai
dando a si mesmo as orientações de cada passo da prática.

Prática 2- Armário do Futuro

Indicada para eliminar pensamentos obsessivos sobre situações que só


poderão ser resolvidas no futuro. Muito útil para pessoas que perdem o sono
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Controlando a Ansiedade

pensando nos meus problemas. Nem sempre ela conseguirá dar o resultado
total na primeira vez. Sempre oriento os meus clientes que imaginem a sua
mente como se fosse uma criança, como se fosse o seu filho. A criança
normalmente não obedece da primeira vez que recebe o comando e nem por
isso os pais desistem dela. Leve em consideração esse mesmo pensamento
para a sua mente, mesmo que ela não lhe obedeça nas primeiras vezes, repita
a prática até alcançar o resultado desejado ou procure outra prática que mais
combine com o seu jeito de ser.

• Imagine diante de você uma caixa, ela é bem leve, mesmo assim é
feita de um material muito resistente;
• Dentro dessa caixa, eu lhe convido a guardar todas as suas
preocupações, tudo aquilo que você precisa resolver amanhã ou em
qualquer momento do futuro;
• Guarde as suas preocupações nessa caixa;
• Antes de fechá-la olhe para essas preocupações e diga a elas: “Agora
é a hora de vocês dormirem, amanhã a gente continua a conversar”;
• Agora, imagine diante de você um armário;
• Este é o armário do futuro, tudo o que você guarda nele é algo que
vai ser resolvido ou acontecer no futuro;
• Então pegue essa caixa, feche e guarde-a dentro do armário do
futuro, no qual as preocupações poderão descansar tranquilamente
até amanhã de manhã, quando você vai abrir a porta, abrir a caixa e
pegar todas elas, que serão resolvidas neste dia;
• Aquelas que forem resolvidas apenas num futuro mais longínquo
podem permanecer na caixa e a caixa dentro do armário.

Prática 3- Quadro do Alívio

Indicado para as situações que provocam sentimentos ruins, sejam elas do


passado do presente ou sobre o futuro. Esta prática é uma maneira de superar

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Controlando a Ansiedade

traumas, pois reduz ou elimina o nível do incômodo emocional que aquela


lembrança provoca. Serve ainda mais para superar os sentimentos de situações
esporádicas ou rotineiras, por exemplo uma briga no trabalho, talvez seja algo
que nunca tenha acontecido antes e provavelmente nem voltará a acontecer,
ou talvez seja algo que aconteça com frequência, em ambos os casos você pode
usar esta prática para auxiliar você.

• Tome consciência de algo que lhe incomoda;


• Dê a este incômodo uma nota de 0 a 10 sendo 10 o máximo de
incômodo e 0 nenhum incômodo;
• Imagine diante de você um quadro em branco;
• Agora imagine que você projeta nesse quadro a imagem daquilo que
está lhe incomodando, pode ser uma situação, uma pessoa, uma
lembrança, independente do que for, projete esta imagem no quadro;
• Olhando para o quadro, pergunte a si mesmo se você precisa aprender
alguma coisa com essa lembrança e, se precisar, encontre este
aprendizado e guarde-o com você;
• Agora, imagine que aí do seu lado tem um líquido que apaga tudo:
apaga imagens, sons, sensações e sentimentos, ele só não apaga os
aprendizados, porque ele sabe que todo aprendizado pode ser útil no
futuro;
• Então agora pegue um pano ou uma esponja, molhe nesse líquido e
comece a apagar essa imagem desse quadro apagando junto com ela
os sons, sensações e sentimentos, principalmente todos os
sentimentos que lhe incomodaram e que lhe incomodam.;
• Quando terminar de apagar tudo, vá fazer alguma outra atividade,
como se estivesse mudando de assunto na sua mente;
• Mais tarde procure novamente essa lembrança e verifique o nível de
incômodo que ela ainda lhe traz, se o incômodo ainda foi grande repita
o exercício.

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Controlando a Ansiedade

Prática 4- Gratidão Diária

Indicado para orientar os filtros da mente a perceber em mais coisas positivas


na vida.

• Faça uma lista escrita ou mental de todas as coisas pelas quais você
pode agradecer no dia de hoje, todas as conquistas, tudo que deu
certo ou mesmo tudo aquilo que não deu errado;
• Diante de cada pensamento sobre algo que deu certo, simplesmente
agradeça;
• Você pode agradecer a Deus, ao universo, à vida, a você mesmo ou
simplesmente dizer “Sou Grato”.

Prática 5- Dicas para a instalação de Crenças

Indicado para facilitar a instalação de novas crenças, reduzindo os bloqueios


que a mente poderia colocar.

• Ao invés de usar expressões como “eu quero” ou “eu queria”, use:


o Eu escolho, eu decido, eu determino.
o Ex.: Eu decido me amar cada vez mais.
• Também podem ser usados no passado:
o Eu escolhi, eu decidi, eu determinei.
o Ex.: Eu escolhi me amar cada vez mais.
• Quando quiser colocar em sua mente uma crença de algo que ainda
não é realidade:
o Eu estou em processo de...
o Eu estou me preparando para...
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Controlando a Ansiedade

o Eu sou um aprendiz de...


• Quando quiser mentalizar algo que ainda não acredita totalmente que
vai acontecer, imagine com o máximo de detalhes e realismo a
resposta para a seguinte pergunta:
o Como seria se...?
o Ex.: Como seria se eu aprendesse a ficar em paz no trabalho.
• Quando quiser mentalizar algo que você já acredita que pode
acontecer, imagine com o máximo de detalhes e realismo a resposta
para a seguinte pergunta:
o Como vai ser quando...?
o Ex.: Como vai ser quando eu aprender a ficar em paz no
trabalho.

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Controlando a Ansiedade

Mensagem Final

Uma das mais belas frases que aprendi na vida foi: “Não existe prêmio
nem castigo, apenas consequências”. Uma vida cheia de ansiedade é
consequência das nossas escolhas. Talvez você precise mudar apenas a
alimentação, ou talvez precise fazer um bom processo terapêutico para
perdoar o seu passado.

O que realmente importa é fazer o que precisa ser feito. Quem


caminha e nunca muda de direção dá a volta no planeta e volta para o mesmo
lugar. Utilize a reflexão deste livro para verificar quais mudanças fariam bem à
sua vida e depois prepare-se para começar a colocá-las em prática.

Ninguém disse que o processo é fácil, nem mesmo que seria saboroso,
mas em todo plantio o resultado é a colheita. Eu não sei o que você tem
plantado ao longo da sua vida, mas eu sei que, se você começar a plantar pelo
menos uma das coisas que aprendeu neste livro sua próxima colheita terá
menos ansiedade.

Conforme eu já havia dito anteriormente, nunca pare por aqui. Utilize


esse livro apenas como uma parte do caminho e já comece a decidir quais
serão os próximos passos. Eu continuarei caminhando nessa mesma trilha,
caso tenha gostado deste material, poderá utilizar também as minhas
próximas publicações.

Você também pode ler todos os livros que foram indicados por mim e
todos os outros livros que você ainda vai conhecer nesta caminhada. Caso
precise de atendimento para aprofundar nos conteúdos, procure a área que
mais vai combinar com a sua necessidade atual e um bom profissional, caso
essa área seja a Programação Neurolinguística ou a Hipnose Clínica eu estarei
a sua disposição.

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Controlando a Ansiedade

Plante aquilo que você quiser colher, se quiser colher paz e calma é
isto que você precisa plantar, se quiser colher prosperidade e saúde então é
isto que você precisa plantar. A vida é regida por leis e você sempre terá o
resultado que procura se aplicá-las corretamente, por isso lembre-se desta lei:
“O plantio é opcional, mas a colheita é obrigatória”.

Que sua vida agora seja uma terra fértil para que você possa plantar e
colher tudo o que há de melhor. Não permita que nada lhe impeça de fazer
isso, nunca permita que lhe impeçam de acreditar no seguinte: Você é digno
do melhor, por isso, de todo o coração, permita-se aceitar!

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Controlando a Ansiedade

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Gratidão!

Rafael Santos
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