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Poderes administrativos:

 Poder orgânico (poderes de Estado): estrutura organizacional do Estado, estabelecida pela


Constituição, que também define as suas competências, composta por bens e sujeitos e
dotada de elevado grau de independência em face das outras estruturas organizacionais
estatais. São poderes estruturais do Estado (Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder
Judiciário);
 Poder funcional: são os meios e instrumentos para o exercício da função administrativa.
São prerrogativas concedidas à Administração Pública para cumprimento de suas
finalidades (poder normativo, poderes administrativos e poder jurisdicional).
 Os poderes administrativos decorrem da supremacia do interesse público sobre o privado,
tendo em vista que se trata de prerrogativas da Administração Pública para atingir a sua
finalidade precípua: o interesse público.
 São poder-dever, ou seja, de exercício obrigatório, e são irrenunciáveis.

 Poderes:

 Poder vinculado:
 AP não possui liberdade de escolha, ou ela é mínima. Deve atuar nos estritos limites da
lei.
 Utilizado para atos vinculados.
 Não é exatamente um poder, mas sim um dever da AP.

 Poder discricionário:
 Diferente do vinculado, consiste na liberdade de escolha que a lei confere ao agente
público. Pode definir, nos limites da lei, de acordo com conveniência e oportunidade, se
vai praticar ou não, bem como a forma.
 São os atos discricionários.
 Regra geral, os atos são vinculados. Serão discricionários quando a lei referir.
 A escolha de acordo com a oportunidade e conveniência quanto ao motivo e ao
conteúdo é o que se denomina de mérito administrativo.
 Também possui fundamento no poder discricionário a revogação dos atos administrativos
discricionários.
 Também é aplicável quanto aos conceitos jurídicos indeterminados, em que há margem de
interpretação para o agente.
 Discricionariedade não é arbitrariedade. Há limites na lei, princípios e garantias
fundamentais.
 Judiciário e Legislativo não podem controlar o mérito administrativo.
 Pode sancionar agente público ou um particular que esteja vinculado com a AP, por
exemplo um delegatário.
 Se a AP estiver punindo um particular sem relação com a AP, é Poder de Polícia.

 Poder Hierárquico:
 Decorre da estrutura escalonada da AP, em que órgãos inferiores devem cumprir as
ordens dos superiores.
 Atribuição concedida ao administrador para organizar e distribuir as funções de seus
órgãos de maneira vertical, estabelecendo uma relação de subordinação.
 Organização da função administrativa.
 A hierarquia se verifica apenas no âmbito de uma mesma pessoa jurídica. Não há
hierarquia entre a Administração direta e a indireta. Além disso, o poder hierárquico
apenas se verifica no exercício da função administrativa, inexistindo hierarquia da
função jurisdicional e legislativa.
 Há poder de comando, podendo expedir ordens, que vinculam os subordinados salvo se
manifestamente ilegais.
 Também, há poder de controle, revisão e fiscalização.
 A fiscalização é a atribuição para verificar se os subordinados estão cumprindo as ordens
superiores proferidas e o ordenamento jurídico em geral. Já a revisão é a possibilidade de
rever os atos praticados pelos subordinados, podendo anular o ato em caso de verificação
de ilegalidade, revogar por conveniência e oportunidades ou convalidar o ato se
apresentar defeito sanável e não houver prejuízo ao interesse público ou a terceiros
interessados.
 Há poder de resolução de conflito de atribuições. Também há poder disciplinar e de
alteração de competência.
 Delegação de competência: A delegação de competência consiste na atribuição, por um
agente público, do exercício temporário de algumas competências, originalmente
pertencentes a seu cargo, a um outro agente público, subordinado ou não.
 É necessário destacar que a competência atribuída a um agente público por lei é
irrenunciável (art. 11). A delegação dessa competência a agente subordinado não implica
renúncia da competência. O agente delegante mantém consigo a atribuição para a
prática do ato. Além disso, a delegação ocorre simplesmente quanto ao exercício, pois o
agente delegante mantém a sua titularidade.
 Lei 9.784, art. 13: Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
 Por outro lado, o agente público delegante pode retomar o exercício da competência a
qualquer tempo, sendo a delegação um ato precário (art. 14, §2º). Além disso, a delegação
é ato discricionário da autoridade pública, da mesma forma que a sua revogação.
 Com isto, podemos resumir as características da delegação de competências da seguinte
forma: a) Ato discricionário; b) Precário; c) Parcial (não é absoluta, pois delega apenas
parcela das atribuições); d) Temporário; e) Limitado (art. 13, lei 9.784/99); f) Pode
ocorrer entre órgãos de mesmo nível hierárquico; g) Delega apenas o exercício da
atribuição.
 Quanto à responsabilidade pelos atos praticados com base na delegação de
competência, o STF firmou entendimento de que é o agente que praticou o ato, no
exercício da competência delegada, que deve responder em caso de lesão ou ameaça de
lesão a terceiros (súmula 510/STF).
 Avocação: A avocação, por outro lado, consiste no ato discricionário no qual o superior
hierárquico toma para si o exercício temporário de determinada competência atribuída
por lei a um subordinado. A doutrina defende que a avocação seja uma medida
excepcional e devidamente fundamentada.
 Vale destacar que a avocação de competência não se confunde com a revogação da
delegação de competência. No primeiro caso, o agente que avoca a competência não a
possuía originalmente, pois ela pertencia a um subordinado. No segundo caso, a
competência pertence a autoridade delegante, que, após a delegar a um outro agente
público, decide pela revogação do ato de delegação, voltando a exercê-la de forma
exclusiva.

 Poder disciplinar:
 O poder disciplinar consiste na prerrogativa que a Administração Pública possui para
investigar e punir os agentes públicos que praticarem infrações funcionais (estatutários e
celetistas) e os demais administrados sujeitos à disciplina especial administrativa, após o
regular procedimento administrativo pautado no contraditório e na ampla defesa.
 É um poder-dever.
 Serve para punir internamente infrações funcionais dos servidores públicos (decorre, de
forma mediata, do poder hierárquico); e punir infrações administrativas cometidas por
particulares que possuam uma relação jurídica específica (vínculo jurídico
específico/especial) com a Administração Pública.
 O poder disciplinar é exercido por meio de um regular procedimento administrativo
(sindicância ou processo administrativo disciplinar, a depender do caso), pautado pelos
princípios do contraditório e da ampla defesa.
 Não se admite, no ordenamento jurídico brasileiro, o que se denominou de “princípio da
verdade sabida”, que consiste na punição de servidor, sem prévio processo
administrativo, em virtude da existência de prova inconteste da infração disciplinar ou
caso a infração seja presenciada pelo superior.
 Tipicidade administrativa, diferentemente da penal, é aberta. Não há definição prévia das
penalidades, cabe à AP decidir, com base nos critérios definidos em lei e com motivação.
 Quanto à aplicação da sanção em si, verificada a infração funcional do agente público, não
cabe à autoridade qualquer margem de escolha entre aplicar ou não a penalidade, sob
pena de responder por omissão.
 Por outro lado, o STJ possui jurisprudência dominante no sentido de que a aplicação da
pena de demissão e de cassação de aposentadoria, quando comprovado que a conduta do
investigado se amolda a essas hipóteses, é ato vinculado, não cabendo à autoridade
aplicar penalidade mais leve.

 Poder normativo ou regulamentar:


 Prerrogativa da Administração Pública para a edição de atos administrativos gerais e
abstratos com efeitos erga omnes (se aplicam a todos), ou seja, é a atribuição para a
edição de normas gerais.
 Estão subordinadas às leis.
 É atribuído aos chefes do Poder Executivo, para dar fiel execução a uma lei.
 Os atos administrativos normativos são secundários, enquanto a lei é primária.
 O ato administrativo normativo possui a função de especificar e dar fiel execução às leis,
regulamentando a sua aplicação. No entanto, não criam direitos e obrigações, pois, em
regra, não podem inovar no ordenamento jurídico.
 Decreto executivo, também denominado regulamento executivo ou de execução, está
previsto no art. 84, IV, CF, que estabelece a competência privativa do Presidente da
República para expedir decretos e regulamentos fiel execução das leis, não sendo cabível
delegação (art. 84, parágrafo único, CF). É ato secundário, pois decorre da existência de
lei prévia.
 Já o decreto autônomo está previsto no art. 84, VI, CF. somente Presidente da República.
Não pressupõe uma lei anterior que autorize a sua edição. O decreto autônomo extrai o
fundamento de sua validade direto da Constituição Federal, independentemente da
edição de lei. Trata-se, portanto, de ato primário, pois é derivado diretamente da Lei
Maior.
 Decreto autônomo serve para: organização e funcionamento da administração federal,
quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.
 A edição de decreto autônomo é competência privativa do Presidente da República,
podendo esta competência ser delegada, na forma do art. 84, parágrafo único, CF, ao
contrário dos decretos executivos.
 Os decretos, regra geral, são apenas para regulamentar leis, não para criar. Esses são os
executivos, que podem ser de qualquer chefe de poder executivo (prefeito, governador,
PR). Já os autônomos podem criar situação, nos seus limites de conteúdo, e são apenas
do PR.
 O regulamento autorizado ou delegado é editado, no exercício da função normativa da
Administração Pública, quando autorizado em ato legislativo. Complementa as disposições
legais.
 De acordo com o conteúdo do ato normativo editado pela Administração Pública, o meio
de controle judicial deve variar. Caso o ato normativo esteja em conflito com a lei que ele
regulamenta, sofrerá controle de legalidade, seja se o vício ocorreu por ter extrapolado os
limites da lei (ultra legem) ou por ter contrariado a lei (contra legem).
 Entretanto, quando se tratar de regulamento autônomo com caráter normativo (ato
normativo geral e abstrato), o controle ocorrerá por meio de ação direta de
inconstitucionalidade, tendo em vista que o regulamento afronta diretamente a
constituição federal, sem que exista lei regulamentada. Assim, para que o controle de um
regulamento ocorre por meio de ação direta no STF, o ato normativo deve: (a) ser
autônomo; e (b) possuir “normatividade” (generalidade e abstração).

 Poder de polícia:
 Poder de polícia é a prerrogativa que a Administração Pública possui para, na forma da
lei, restringir, condicionar ou regulamentar o exercício de direitos, o uso de bens e a
prática de atividades privadas, sempre objetivando atingir o interesse público.
 Restringir direitos individuais em prol do interesse público. Fiscal encontra tudo sujo e
manda fechar estabelecimento. Limita liberdade comercial para tutelar a higiene
pública.
 Usualmente é discricionário (agente público tem certa margem para definir como agir);
autoexecutoriedade (não precisa de confirmação do judiciário ou legislativo. Ex: recebe
multa, não precisa ok do judiciário para valer); coercibilidade (é uma ordem, se não
conseguir exercer, posso utilizar força policial para isso. Ex: não deixa oficial de justiça
entrar para penhorar).
 CTN, Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que,
limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou
abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à
ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades
econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade
pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
 Sentido amplo: abrange, inclusive, a atividade do Poder Legislativo quando restringe ou
condiciona o exercício de direitos privados, visando satisfazer as necessidades coletivas,
além da atividade administrativa, que edita regulamentos, confere autorizações, fiscaliza
as atividades e aplica sanções.
 Sentido estrito: em acepção estrita (ou strictu sensu), abrange exclusivamente as
atividades administrativas fundamentadas no poder de polícia, excluindo a atividade típica
do Poder Legislativo.
 O poder de polícia é exercido por diversos órgãos e entidades administrativas de todos
os entes da Federação, não apenas por um órgão ou entidade específica e é exercido
sobre todos os particulares, tendo em vista que decorre da supremacia geral da
Administração Pública.
 Decorre da supremacia do Estado sobre os cidadãos. Mas, hoje em dia, se defende que
ele decorre da necessidade de promoção e proteção dos direitos fundamentais.
 Polícia administrativa x polícia judiciária é uma distinção essencial.
 Polícia administrativa se preocupa com ilícitos administrativos, é um fim em si mesmo,
atua em caráter especialmente preventivo e é exercido por diversos órgãos. Atua sobre
bens, atividades e direitos.
 Polícia judiciária atua em ilícitos penais, tem fim não em si mesmo, mas em convencer o
juiz e na persecução penal, atua de forma especialmente repressiva e é exercida apenas
por órgãos específicos. Atua sobre pessoas.
 Polícia federal exerce os dois.
 O poder de polícia é fundamentado no poder de império estatal, configurando atividade
jurídica não contenciosa do Estado, pois manifesta a soberania do interesse público
sobre os interesses privados. Os serviços públicos, por outro lado, configuram uma
atividade social do Estado, fornecendo uma prestação material positiva à sociedade.
 É exercido especialmente de forma preventiva, buscando evitar lesões aos direitos
humanos. Neste sentido, o poder público edita normas que limitam ou condicionam a
autonomia particular no exercício de direitos, uso de bens ou execução de atividades
individuais. Se exige, às vezes, consentimento prévio do poder público, normalmente por
meio de alvará.
 Pode também ocorrer de forma repressiva, aplicando sanções administrativas.
 impõe obrigações de fazer e de não fazer.
 É ampliado no estado de defesa e no de sítio.
 Licença é um ato administrativo vinculado e definitivo por meio do qual o poder público
confere consentimento ao particular para exercer uma atividade privada de interesse
individual, desde que preenchidos os requisitos previstos em ato normativo. Não se
confunde com licença ambiental, que é ato discricionário.
 Autorização é ato administrativo discricionário e precário por meio do qual a
Administração Pública autoriza o particular a realizar uma atividade privada, de interesse
predominantemente privado.
 Sanções de polícia: Neste ponto, importa destacar que o poder de polícia é exercido
sobre atividades e bens particulares, pelo que as sanções não podem incidir sobre
pessoas, tal como as sanções restritivas de liberdade. Dentre as diversas espécies de
sanções cabíveis, pode-se citar, dentre outros: Multas administrativas; b) Interdição de
estabelecimentos; c) Suspensão do exercício de direitos; d) Demolição de obra irregular;
e) Embargo de obra ou atividade; f) Apreensão de mercadorias; g) Destruição de gêneros
alimentares.
 A aplicação de sanções só será válida quando respeitado o devido processo legal
administrativo, com direito ao contraditório e à ampla defesa, a legalidade e a juridicidade,
além da necessidade de respeito aos direitos fundamentais (em especial a razoabilidade e
proporcionalidade) e ao interesse público.
 Ciclos do poder de polícia: ordem, consentimento, fiscalização e sanção.
 A ordem de polícia consiste na legislação que estabelece os limites e condições para o
exercício da autonomia privada, bem como, os condicionamentos para que o poder
público emita o consentimento à atividade privada pretendida pelo particular. Em
decorrência do princípio da legalidade, a ordem de polícia invariavelmente estará
vinculada à lei, podendo existir ou não um ato normativo infralegal a regulamentando.
 O consentimento de polícia é a fase em que a Administração Pública, fundamentada nas
normas editadas na fase da ordem de polícia, concede ou não sua anuência para a prática
de determinadas atividades privadas ou para a utilização de bens. O consentimento é dado
por meio de alvarás, que podem ter a forma de licença ou autorização.
 A fiscalização de polícia consiste na atividade por meio da qual se verifica se os particulares
estão cumprindo as ordens de polícia no exercício das atividades privadas ou utilização de
bens limitadas ou condicionadas (ex.: fiscalização de trânsito, fiscalização sanitária etc.).
 Sanção de polícia é o dever-poder que a Administração Pública possui de aplicar
penalidades aos particulares que descumprirem as ordens de polícia, sempre nos limites e
parâmetros estabelecidos pela lei e respeitado o contraditório, a ampla defesa, a
razoabilidade e a proporcionalidade.
 Poder de polícia originário é exercido pela AP direta, delegado pela AP indireta.
 Quanto à delegação de polícia a pessoas jurídicas da iniciativa privada, não integrantes
da Administração Pública formal, a grande maioria da doutrina se posiciona no sentido
da impossibilidade de delegação, tendo em vista que o poder de polícia é decorrente do
poder de império, que, por sua vez, é próprio e exclusivo do Estado. Essa é a orientação
do STF.
 Recentemente o STF proferiu decisão, alterando o seu posicionamento inicial, definindo
que é constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas
de direito privado integrantes da administração pública indireta de capital social
majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público de atuação
própria do Estado e em regime não concorrencial.
 A delegação envolve apenas as fases de consentimento, fiscalização e sanção de polícia
(inclusive a atribuição para a aplicação de multas de trânsito, conforme se verificou no
caso concreto). No entanto, nunca poderá envolver a delegação da ordem de polícia,
tendo em vista que se trata de fase absolutamente indelegável por envolver a função
legislativa, restrita aos Entes Federados previstos na Constituição.
 Para que a empresa estatal possa exercer o Poder de Polícia delegado (exceto a fase da
ordem de polícia), deve preencher os seguintes requisitos: Ser prestadora de serviços
públicos; Capital social deve ser majoritariamente público; Atuar em regime não
concorrencial (monopólio da atividade).
 Destaque-se que a impossibilidade de delegação do poder de polícia a entidades da
inciativa privada não impede o exercício privado de atividades acessórias, prévias ou
posteriores, ao poder de polícia (ex.: fiscalização das normas de trânsito por
equipamentos eletrônicos, demolição de obras por particulares contratados, expedição
de atos por meio de máquinas etc.).
 Atributos inerentes ao poder de polícia e dos atos administrativos decorrentes de seu
exercício: discricionariedade, coercibilidade e autoexecutoriedade.
 Discricionariedade: A Administração Pública, em regra, dispõe de uma liberdade razoável
em sua atuação no exercício do poder de polícia, podendo valorar critérios de
oportunidade e conveniência para definir o motivo e escolher o conteúdo do ato, dentro
dos limites legais, para a consecução do interesse público. Embora a discricionariedade
seja a regra, a lei pode estabelecer atos de polícia administrativos totalmente vinculados.
 Coercibilidade: Os atos de polícia impõem restrições ou condições que devem ser
observadas de forma obrigatória pelos administrados. As medidas impostas no exercício
do poder de polícia são impostas de forma unilateral e coativa aos particulares. É o caso,
por exemplo, da aplicação de multa, a imposição de edificação compulsória, dentre outros.
 Autoexecutoriedade é a característica que permite a execução direta, imediata e forçada,
sem a necessidade de prévia autorização do Poder Judiciário, de um ato administrativo
editado no exercício do poder de polícia, podendo, inclusive, utilizar de força pública. A
autoexecutoriedade não está presente em todo e qualquer ato de polícia administrativa,
mas apenas quando houver expressa previsão legal nesse sentido ou se existir urgência de
interesse público que legitime a execução direta, pela Administração, do comando do ato
 Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Administração Pública Federal, direta e
indireta, no exercício do poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação em
vigor, contados da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou
continuada, do dia em que tiver cessado.
 Na condição de ato jurídico praticado pelo Poder Público, via de regra o poder de polícia
deve ser exercido pelo próprio Estado. Contudo, admite-se a delegação ao particular de
certos atos materiais, mediante figuras jurídicas diversas

 Abuso de poder:
 Quando a Administração utiliza seus poderes fora dos limites da lei ou buscando
finalidade diversa do interesse público, tem-se uma atuação abusiva, cuja consequência
é a anulação dos atos praticados por abuso de poder.
 Pode ser omissivo ou comissivo, desde que eivado de ilegalidade.
 Pode decorrer de excesso de poder, desvio de poder ou omissão.
 Excesso de poder é a atuação fora dos limites de competência.
 Desvio de poder ou de finalidade é o abuso em que atua buscando interesse diverso do
interesse público ou da finalidade legal.
 Omissão é o abuso em que deixa de praticar ato para o qual possuía dever legal.
 Todos os atos praticados com abuso de poder são ilegais. Os atos praticados com desvio
de poder sempre serão anulados, enquanto os atos praticados com excesso de poder,
em determinados casos, podem ser convalidados, desde que se trate de vício sanável e
não acarrete prejuízo a terceiros ou ao interesse público.

 Deveres administrativos:
 Quanto aos deveres, dentre tantos existentes, tem-se apontado os seguintes: a) poder-
dever de agir; b) dever de eficiência; c) dever de probidade; e d) dever de prestar contas.
Vale lembrar que esse rol é meramente exemplificativo.
 Poder-dever de agir significa que os poderes da AP são irrenunciáveis e devem ser
adotados, pois buscam o interesse público. Justifica a omissão ser considerada abuso de
poder.
 Dever de eficiência consiste na exigência de que o agente público atue da melhor forma
possível na busca pelo interesse da coletividade.
 Dever de probidade exige atuação pautada na boa-fé. Violação implica responsabilidade, e
é crime de responsabilidade do Presidente. Para os demais, é improbidade administrativa
e cabe responsabilização penal.
 Dever de prestar contas: decorre do princípio republicano. Agentes públicos administram
os bens dos administrados, e não próprios, então devem prestar contas ao titular do
interesse público (o povo).

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