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O Canto Da Sereia - Julio Dinis
O Canto Da Sereia - Julio Dinis
J U L I O D I N I 5
o CANTO DA SEREIA
�
EXPO'Q8°
Ilustração e Desigll
Tiragem
5000 exemplares
Composição
FOlocompográfica
Selecção de Cor
Grafiscls
Impressão e Acnhamento
PrinCer POrluguesa
Depósito legal
1112.62./97
ISBN
971:-°396-01-5
Lisboa, Agosto de 1997
- Metade mulher e metade peixe! Isso pode lá ser! Está a
. muita vez o ouvi contar a meu pai. Senhor o chame lá! Di
zia ele que de seu avô o sabia. Já se vê que isto vem dos
antigos.
gado da perspectiva.
destruidor.
o efeito produzido.
pretensiosa história.
que redarguiu:
como a gente! . . .
no tempo em que meu avô era ainda rapaz. Vai por isso . . .
senão quando . . . »
flexão de voz.
do Porto.
siada.
peixe completo.
- Um peixe?!
nalmente, tudo.
- Também barbatanas.
- Ah!
- Ora essa!
mente conservara:
rei logo.
- Pobre rapariga!
- Está feito!
saber de outra coisa que não fosse ouvir aquela voz. E as
alma.
los modos atordoam a gente, que fica assim como com uma
para as costas.
Bairrada.
tação.
melancolia.
corporatura.
se subtrair a elas.
reza dele.
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tem sereias?
25 CAti T O DA SE R E I A
o chame a si.
gação.
hesitou.
- Porque é? Fala!
- Onde?
anjo, que canta assim, mas nada pude ainda ver. Sinto em
mim uma coisa que não sei bem dizer o que é. Queria se
Pedro prosseguiu:
Nem eu sei que outro possa haver mais para nos confun
dir e perder. Bem vejo que pode ser perigosa para os ma
da costa.
31 C A II T O OA S E R EI A
destinada.
pestades longínquas.
praia.
cido.
perceber.
forços porfiados!
Pedro não sabia ainda se era dele que partira o canto que
nunciara.
zera:
quilo.
da sua consciência.
da praia.
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palheiros do Furadouro.
tuosas.
artístico.
C A ti T O DA S E R EIA
ros de Espinho.
daquele lugar.
xão definida.
mente procurava.
mentos e aspirações.
alimentava a imaginação.
tara. Uma das que falava não lhe era desconhecida e esta
de rosas.
no mar!
ouvi-Ia.
cia; às más pescas que tem havido, de muito nos têm vali
a Lisboa a satisfaríamos.
o Porto.
viajante.
fazia sobressair.
E já próxima a morrer!
sequer ainda a vi? Que homem sou eu, tão singular! Jesus,
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C A II T O O A S E R EIA
juventude.
ção do mar.
flectia.
empenhos.
lhes transmite.
definhada saúde.
saudade.
malefício.
uma indignação.
grande curiosidade.
lhe viria a ser funesta. Que ele próprio, por a ter ouvido
dido.
princípio da noite.
explicam.
fiança.
vida.
duzir assim:
Ventos de tempestade!
Ergue-te, majestade!
As vagas ao redor. . .
As aves de carnagem.
E cave-se a voragem
Os pavorosos vultos
di C A I/ T O O A SE R E I A
Frementes, agitadas,
Os brados do trovão!
O gládio chamejante
Ostente-se radiante
De ameaçadora luz!
Da tempestade às fúrias
Assistirei sorrindo,
E bradarei: "Bem-vindo!"
ta é de respeito!
asseguro que . . .
- Jesus!
sentiam.
do barco.
sentia sucumbir.
e subjugá-lo.
samento,
nária.
mãos ao náufrago.
cima do corpo.
Um homem no mar!
como contando-se.
enganou-se.
discutido.
curiosidade.
Moleiro . . .
9 8 M A R E S