A requerente move ação contra a concessionária de energia elétrica alegando danos materiais e morais decorrentes de dois cortes indevidos no fornecimento de energia. A requerida admite os cortes por erro no sistema, mas nega danos. A requerente pede indenização de R$1.875,00 por danos materiais e no mínimo R$20.000,00 por danos morais, além de audiência de instrução para comprovar a extensão do dano moral.
A requerente move ação contra a concessionária de energia elétrica alegando danos materiais e morais decorrentes de dois cortes indevidos no fornecimento de energia. A requerida admite os cortes por erro no sistema, mas nega danos. A requerente pede indenização de R$1.875,00 por danos materiais e no mínimo R$20.000,00 por danos morais, além de audiência de instrução para comprovar a extensão do dano moral.
A requerente move ação contra a concessionária de energia elétrica alegando danos materiais e morais decorrentes de dois cortes indevidos no fornecimento de energia. A requerida admite os cortes por erro no sistema, mas nega danos. A requerente pede indenização de R$1.875,00 por danos materiais e no mínimo R$20.000,00 por danos morais, além de audiência de instrução para comprovar a extensão do dano moral.
DOUTO JUÍZO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE ITAJAÍ – PODER JUDICIÁRIO
DO ESTADO DE SANTA CATARINA
Processo nº XXXXXXX
XXXXXXXXXX, já qualificada nos autos em epígrafe, movida em face
de XXXXXXXX., igualmente qualificada, vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seus Procuradores signatários, apresentar MANIFESTAÇÃO À CONTESTAÇÃO de fls. 106-110, pelos fatos e motivos que passa a expor:
I - DO BREVE RESUMO DA CONTESTAÇÃO
1. Em sua resposta, a Requerida informou que as faturas de
energia elétrica da Requerente vinham sendo regularmente quitadas, entretanto, a fatura de janeiro/2017 não foi baixada no sistema da Requerida, por um “erro de sistema” o que gerou a suspensão no fornecimento de energia elétrica na unidade consumidora da Requerente.
2. Afirma que só tomou conhecimento do problema algum tempo
depois quando começaram a surgir às reclamações dos consumidores.
3. No entanto, em contrariedade do motivo que expos sobre o
corte de energia elétrica, aduz que o corte foi legítimo, afirmando ter praticado exercício legal do direito.
4. Alega que não há danos morais a serem indenizados, posto que
o corte de energia é prerrogativa da concessionária, e alternativamente, que se não for esse entendimento do Juízo, requer que o valor da indenização seja fixado em seu patamar mínimo. 5. Por fim, requer que sejam julgados improcedentes os pedidos exordiais, condenando a Requerente em custas processuais e honorários advocatícios.
II – DO MÉRITO
a) Do corte indevido da energia elétrica
6. Como já discorrido na inicial, apesar da Requerente estar com
todos os pagamentos das faturas de energia elétrica devidamente quitadas, a Requerida interrompeu indevidamente o fornecimento de energia à Requerente por duas vezes, sem qualquer notificação.
7. Ademais, tais fatos restam incontroversos nos autos, posto que
a Requerida confessou que houveram os cortes indevidos, mesmo com as faturas adimplidas, por um erro no sistema interno que não realizou a baixa das referidas faturas.
8. Ainda, traz a Requerida aos autos cópia de uma renegociação
que ocorreu após os dois cortes indevidos de energia elétrica, que aconteceu após a Celesc verificar que faturou valores errados da requerida, sendo que assumiu seu erro e parcelou o montante que indicou como devido. Ou seja, tal fato não traz qualquer relevância para o presente processo.
9. Portanto, o reconhecimento dos dois cortes abusivos e ilegais
de energia elétrica das unidades consumidoras é medida que se impõe, bem como que não houve a notificação exigida por lei, posto que a Requerida nada disse a este respeito e também não acostou qualquer comprovante de notificação encaminhada.
b) Dos danos materiais
10. Sobre os danos materiais suportados pela Requerente, quais
sejam as inúmeras horas extras que seus funcionários tiveram que cumprir para entregar os trabalhos para seus clientes, a Requerida não escreveu uma linha sequer em sua defesa.
11. Portanto, deixou a Requerida de impugná-lo especificamente,
não tendo se desincumbido de ônus que lhe incumbia (art. 341, CPC), razão pelo qual os danos materiais passam a ser incontroversos. 12. Deste modo, deverá a Requerida ser condenada a indenizar a Requerente pelos danos materiais causados no valor de R$ 1.875,00 (um mil e oitocentos e setenta e cinco reais) que deverão ser devidamente atualizados até a data do efetivo pagamento
c) Dos danos morais
13. Acerca dos danos morais, inicialmente insta destacar que o
Requerido fez confusão quanto à causa de pedir, posto que descreveu que a Requerida foi surpreendida com a inscrição de seu nome em cadastro de órgão de restrição ao crédito, sendo que em nenhum momento a Requerente mencionou isso nos autos.
14. O que aconteceu, Excelência, é que com os dois cortes de
energia elétrica, frisa-se: em datas distintas, o bom nome da Requerida no mundo empresarial onde atua e sua reputação perante seus clientes ficou seriamente abalada, pelo descumprimento dos prazos acordados para entrega de documentos e informações.
15. Ainda há de se frisar que o primeiro corte indevido, aconteceu
justamente no último dia do mês, dia de fechamento dos setores financeiros das empresas, dia de encaminhar as folhas de pagamento para as empresas e dia de maior índice de ligações das empresas para dirimir suas dúvidas, sendo que a Requerente ficou impedida de atender seus clientes e entregar os serviços prestados, causando forte abalado na honra objetiva da Requerente.
16. Ora Excelência, este tipo de falha na prestação de serviço causa
um impacto imensurável na reputação de uma empresa de pequeno porte, e francamente, o prejuízo só aconteceu por uma recusa desmotivada da Requerida de baixa no sistema de um boleto já adimplido.
17. Ante o incontestável dano moral amargado, requer-se a
condenação da Requerida à indenização pelos danos morais em favor da Requerente, entendendo-se justa a quantia indenizatória de, no mínimo, R$ 20.000,00 (vinte mil reais), devendo ser fixado com base na jurisprudência recente.
III – DOS PEDIDOS
18. Ante ao exposto, requer a Vossa Excelência:
a) a aplicação do artigo 341 do Código de Processo Civil, reconhecendo a presunção de veracidade dos danos materiais e da ausência de notificação de corte de energia elétrica, posto que não houve manifestação da Requerida a este respeito;
b) a designação de audiência de instrução e julgamento, para que
a Requerente produza prova quando à extensão do dano moral sofrido, através da oitiva do depoimento das partes e testemunhas.