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Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO

Escola de Museologia
Museologia e Arte Brasileira III
Márcia Valéria

Ficha catalográfica de Tecelares

Nome: Renan Cesar Rodrigues Autor: Lygia Pape


Ambrosio
Objeto: xilogravura Dimensões: 22,20 cm x 47,50 cm

Data (verídica ou atribuída): 1957 Material: Localização:


xilogravura Acervo Museu de
Arte Moderna do
Rio de Janeiro

Biografia do autor:

Lygia Carvalho Pape nasceu em Nova Friburgo, município do estado do Rio de


Janeiro, em 192. Foi gravadora, escultora, pintora, diretora de cinema, designer
e professora. Participou do Grupo Frente na década de 1950, onde trabalhava
com o abstrato geométrico, fez uma série com relevo em que adotou o uso de
tinta automotiva sobre madeira, evidenciando proporções de profundidade.

Em 1958 Lygia Pape realizou com o poeta Reynaldo Jardim o “Balé


Neoconcreto I”, apresentado no Teatro Copacabana, materializando o poema
“Olho-Alvo” por meio da articulação de sólidos geométricos, cores, movimento,
som e luz. No ano seguinte publicou “O Livro da Criação” (1959) em que
defendia a participação do público em seu trabalho. Ainda em 1959, Lygia sai
do Grupo Frente e publica o Manifesto Neoconcreto com alguns outros artistas.

Na década de 1960, Lygia inicia seu contato com o cinema, colaborando com o
movimento cinema novo criando cartazes e programação visual de filmes,
como “Vidas Secas” (1963), de Nelson Pereira dos Santos e iniciou suas
produções como diretora em 1967, onde realizou até 1976.

Intensificou as produções sensoriais e com maior participação do expectador,


entre elas a obra “Ovo” (1967), em que tinham a sensação do nascimento,
“Divisor” (1968) em que o expectador preenchia colocando sua cabeça nos
buracos. Dispôs uma série de instalações chamada “Ttéia” (1977-2000), e com
a instalação “Ttéia 1C” (2002) integrou uma exposição na 53ª Bienal de
Veneza.
Bacharel em filosofia, tornou-se mestre em filosofia pela Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ). Lygia lecionou no Museu de Arte Moderna do Rio de
Janeiro, entre 1968-1970, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, de 1976
a 1977, na Faculdade de Arquitetura Santa Úrsula de 1973 a 1989, e na Escola
de Belas Artes da UFRJ de 1982 a 2004.

Descrição extrínseca (contexto Descrição intrínseca:


artístico):
Apresenta formas geométricas de
Lygia integrava o Grupo Frente, que triângulos e paralelogramos dispostos
surgiu a partir do Concretismo de forma irregular, porém seguindo
paulista, mas por pequenas diferenças uma forma de encaixe, fundo em
desassociou e criou um movimento, o branco e formas geométricas pintadas
Neoconcretismo. Tinha como principal de preto. Possui quatro triângulos e
objetivo ser concreta, abstrata, cinco paralelogramos.
intuitiva e emocional.

Análise da obra selecionada (relacionar a obra selecionada com o contexto


artístico):

O contexto político da época era de extrema rigidez e normatização, e a arte


acabou sendo influenciada por isso, pois andam juntas no meio social, fazendo
com que ela permeasse pela geometrização, esquematismo, a regra e a
racionalidade.

A participação de artistas estrangeiros durante a Bienal de São Paulo de 1951


fez com que o Brasil entrasse de vez no radar internacional e afirmando a sua
posição no Modernismo. Começando então o embate entre os estados de São
Paulo e Rio de Janeiro, dividindo entre grupos artísticos e intelectuais. Em São
Paulo o Grupo Ruptura e, no Rio de Janeiro o Grupo Frente.

É então na segunda Bienal que os grupos percebem que, mesmo tendo um


denominador comum em sua abstração geométrica, eles estão seguindo por
caminhos diferentes, deixando ainda mais claro o racha e a disputa entre os
estados. Os artistas paulistas percebiam a obra como um geometrismo puro, já
no Rio de Janeiro, os artistas queriam trabalhar o emocional e sensorial.

O grupo carioca tinha como objetivo transformar o suporte plano em uma


escultura, trazendo percepção de movimento, preenchimento e sensorial. Lygia
claramente traz esses princípios para sua obra, fazendo com que os olhos do
expectador tenham a impressão de que há um “construtivismo” naquele plano,
ou até mesmo a influência da movimentação futurista quando dispõe as formas
geométricas de forma “bagunçada”, porém criando a ideia de encaixe entre as
peças, não tem fruição estética e sim sensorial.
Observações:

Bibliografia:
• LYGIA Pape. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras.
São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa950/lygia-pape>. Acesso em: 04 de
Abr. 2021. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
• TECELARES . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras.
São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra32645/tecelares>. Acesso em: 04 de
Abr. 2021. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

Anexos:

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