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[22:01] «!

» _____ Nosso Lar _____


[22:01] «!» — O que houve, Margie?
[22:01] «!» Suellen estava preocupada com o que houve com você. Era de se esperar que ela não
compreendesse sua situação... Isso, claro, se ela não tivesse tirado você de um hospício. Era para ela
entender o que havia com você. Mas, claro, ela queria conversar com você.
[22:01] «!» Ela não iniciou diálogo algum enquanto vocês estavam no carro voltando para casa. Foi só
depois que vocês estavam abrigados em casa que Suellen tentou conversar mais abertamente com
você. Sentados na sala, ela com um copo de água e oferecendo de tempos em tempos. E o que era de
intrigar, ou até assustar, era que ela não parecia demonstrar qualquer sinal negativo sobre o que você
poderia dizer. E o ponto chave daquele diálogo foi:
[22:01] «!» — Isso não é doença da cabeça, Margie.
[22:01] «!» Ela acreditava em alma, espírito... Fantasma. E ela acreditava que você tinha o “Dom da
Visão”, como ela tinha aprendido quando lera alguns livros de mediunidade e frequentou alguns
centros espíritas. Mas, bem, para você? Para você não parava em ver, ou só ouvir. Era o conjunto
completo e isso, sim, assustou Suellen. Você tinha uma mediunidade poderosíssima, um novo Chico
Xavier. Esse nome, talvez, você já tenha ouvido ou lido sobre, um médium brasileiro que escreveu
muitos livros sobre a pós-vida, retratando muitos casos de pessoas que morreram e encontraram algo
além dessa dor e sofrimento que você vê e ouve vindo dos fantasmas que perturbam o seu sossego.
[22:02] «!» O tempo passou e você notou uma coisa curiosa naquela casa: tudo era muito calmo, muito
pacífico. Apesar da papelada e da pressa sempre notória dela, ou talvez fosse pelo simples fato que ela
fazia tudo muito rápido naturalmente... O clima geral daquela casa era tranquilo.
[22:02] «!» Talvez seja porque você sempre viveu em medo profundo e sempre a um passo da morte. Foi
um milagre você não ter morrido e essa era a verdade. Todas as possibilidades apontavam para a sua
morte e você conseguiu driblar isso, ou melhor, você deu sorte. Ou foi muito azar continuar vivendo a
sua vida, você tinha chances de viver feliz ou ter momentos felizes para poder lembrar? Tragédias
invadem suas memórias desde o ponto que você se lembra. E outra pode ser que está à espera nessa
sua nova família.
[22:02] «!» O dia passou-se novamente, a noite caiu e um pesadelo perturbou o seu sono. Um vasto
oceano de águas negras, vários corpos boiando na água e nenhum sinal de navio, apenas os destroços
de uma memória de um barco de madeira.
[22:02] «!» E você dormiu mal, mas não tão mal quanto era naquele hospital psiquiátrico. Você estava à
beira da exaustão, porém se recuperava em passos miúdos e tímidos. Se não fosse por tais imagens
perturbarem seus sonhos, você poderia estar bem melhor.
[22:02] «!» Na tarde desse dia você finalmente viu o seu novo pai. Ele demonstrava certa exaustão de
como alguém que não dormiu muito... Você podia compreendê-lo até certo ponto, mas os motivos da
insônia de cada um era diferente.
[22:06] «!» Vocês três finalmente sentaram à mesa juntos para almoçar em família. Para você Suellen fez
uma sopa rala, sem gosto e água para beber. Enquanto eles comiam uma refeição completa. Suellen
ficou sentada logo ao seu lado, para lhe auxiliar caso necessário. Yannic parecia ser recluso, não falava.
Até que Suellen interviu por ele:
[22:08] ** NPC: <Suellen> — Já viu que a Margie está pintando um novo quadro, Yan? — Ela disse
tentando quebrar o gelo. — Precisava ver, ela tem talento. — — Ela não estava tão animada ao falar
sobre o quadro, de repente, após se lembrar dos quadros que buscaram no orfanato.
[22:10] ** NPC: <Yannic> Yannic, então, direcionou a atenção para Suellen. — Ah, é? — Ele não
demonstrava muita animação, não que você percebia à primeira vista. Então ele direcionou a atenção
para você. — O que você está pintando?
[22:10] «!» >>
[22:36] <Marjorie> Marjorie pareceu em pânico ali, quando foi colocada no carro com uma expressão
totalmente encolhida, as pernas seguras com força pelos braços dela. Ouvia a Suellen falar a respeito,
quando explicou. Tudo. Como nunca melhorou nada, com os remédios, não importava o quão fortes.
Ela... Não era abençoada, como Suellen falava. Era algo pior, muito pior. Uma maldição que foi imposta
nela.
[22:36] <Marjorie> A depressão atingia ela novamente, quando chegou em casa. Não quis pintar nem
nada assim. Apenas se entocou no seu quarto, com os olhos fechados. Chorando. Mesmo quando o
dia passou, ela ficou entocada no seu quarto quase o tempo inteiro. Não estava se sentindo bem, de
nenhuma forma.
[22:36] <Marjorie> No dia seguinte, ainda assustada, ficou boa parte do dia no próprio quarto. Estava
sofrendo, e era óbvio isso. Apenas saiu do quarto no horário do almoço, quando sua nova mãe trouxe-
a pra cozinha. A pergunta, entretanto, deixou-a confusa. Ela balançou a cabeça em negação, apenas
dizendo.
[22:37] <Marjorie> — ...E-eu não sei... N-não sei ainda...
[22:37] <Marjorie> E realmente não sabia. Muitas vezes ela só sabia o que estava pintando quando já
estava com o desenho avançado. Era sua forma de pintar. Dar lugar aos sentimentos de dentro do
coração dela. O problema, é claro, é que o quadro pela rotina dela, se ela conseguisse terminar, seria
um daqueles extremamente deprimidos.
[22:37] <Marjorie> >>
[22:45] ** NPC: <Yannic> Ele demonstrou-se curioso sobre o fato de você não saber o que estava
fazendo. Ele se distraiu por um momento, pegando um pedaço de carne que ainda estava intocado em
seu prato, ele aproximou do rosto e cheirou antes de comer. — Vou querer saber o que vai sair desse
quadro, estou curioso. — Ele disse com a atenção voltada para você, mas que era facilmente desviada
quando ele pegava mais algo de seu prato.
[22:45] ** NPC: <Suellen> — E o seu caso, como está indo? — Suellen nem prestava direito a atenção
em você ou em Yannic, até parecia que ela queria fazer uma conversa acontecer.
[22:49] ** NPC: <Yannic> — Ah! Posso dizer que boa parte dos médicos daquele hospital não eram lá
muito éticos na profissão deles. O que é justificável encontrar denúncias de todos os lados. — Ele disse
de forma sistemática, como se não quisesse contar tudo. — Mais um pouco e acho que consigo levar
aqueles malandros para a cadeia. — E era como se a conversa tivesse terminado ali.
[22:53] ** NPC: <Suellen> Ela suspirou um tanto desapontada. — Vou tentar outra coisa... Margie, você
sonha em ser uma artista famosa? Ou tem outras vontades? — Era como se ela estivesse desesperada
para criar um clima agradável à mesa.
[22:53] «!» >>
[23:02] <Marjorie> Marjorie não se importou muito, pra ver o que era que ele estava falando. Comia
mecanicamente, enquanto seguia tentando se alimentar, mas os ouvidos estavam atentos no que
falavam. Ele... estava lidando com o caso do Manicômio onde ela tinha sido encarcerada? ...Ela
respirou fundo, sentindo os sentimentos e as lembranças oprimirem-na. Soltou o ar com força.
[23:02] <Marjorie> Quando ouviu a pergunta dela, ela encolheu-se. Não tinha sonhos. Os seus sonhos
tinham sido destruídos pelo seu período lá dentro. Ela baixou a cabeça, e falou simplesmente.
[23:02] <Marjorie> — ...E-eu queria...
[23:02] <Marjorie> Ela apenas respondeu. Estava ficando nervosa, e os sentimentos opressivos faziam
mal à garota. Ainda não estava pronta pra nada.
[23:02] <Marjorie> >>
[23:07] ** NPC: <Suellen> Suellen suspirou novamente. — Seguinte: próximo final de semana nós vamos
sair juntos e isso não é uma opção. Se é pra sermos uma família, que sejamos uma família certo.
Entendido? — Ela disse apontando o garfo para Yan e para você.
[23:11] ** NPC: <Yannic> Yannic agora demonstrou-se estressado com o que Suellen disse. — Você só
esqueceu do fato de que a Marjorie acabou de sair de um manicômio depois de ser mal tratada por
muito tempo. Você acha que a gente iria tirar ela de lá e tudo ficaria lindo e maravilhoso depois disso?
Essas coisas levam tempo, Su. Você é muito afobada com tudo, nem tudo pode sair no seu ritmo. —
Ele suspirou, fechou os olhos e pôs a mão na cabeça, tocando a testa com os dedos. Respirou fundo
umas duas vezes. — Desculpe, não foi certo falar assim agora.
[23:12] «!» >>
[23:27] <Marjorie> Marjorie não respondeu. Pareceu confusa, com medo daquilo. Ela... Parecia querer
apressar as coisas demais... E Yannic não tinha falado errado, ele também tinha sua razão. Mas não
importava. Ela simplesmente colocou os pés na cadeira, abraçando seus joelhos. Não estava bem o
suficiente pra fazer isso. Estava em pânico ali, não queria aquela briga ali. Porque estavam
brigando? ...Só queria que eles parassem... Não queria mais tristeza, mais raiva...
[23:27] <Marjorie> >>
[23:38] ** NPC: <Yannic> Yannic olhou para você e sentia pena e, então, falou para Suellen. — Okay,
vamos tentar não termos essas conversas. Tente ser menos apressada e eu tentarei não me estressar
assim de uma hora pra outra.
[23:39] ** NPC: <Suellen> Suellen respirou profundamente, como se forçasse diminuir sua frequência
cardíaca. — Concordo.
[23:39] «!» --- Fim de Sessão ---

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