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AULA 17 – MEDIUNIDADE NAS CRIANÇAS E NOS ANIMAIS

A mediunidade pode se manifestar na pessoa desde a fase da infância. Mas não é


aconselhável o exercício da mediunidade em crianças, porque:

1) O organismo, débil e em formação, pode sofrer indesejáveis abalos pela atuação dos
Espíritos irresponsáveis ou malévolos.

2) A imaginação está em grande atividade e pode sofrer sobre-excitação.

3) Não tem ainda discernimento suficiente para lidar com os Espíritos nem valorizar sua
faculdade e empregá-la com a gravidade necessária.

Às vezes, as manifestações mediúnicas que a criança apresenta são por causa das
perturbações no ambiente do lar. Neste caso, o recomendável é atende-la com
assistência espiritual, passes (para não favorecer as manifestações) e procurar orientar
o comportamento dos familiares adultos (para que suas tensões espirituais não mais se
reflitam na criança).
Se a manifestação mediúnica na criança for espontânea e equilibrada, aceitar com
naturalidade, mas sem estimulá-la e nem querer colocar a criança em verdadeiro
trabalho de intercâmbio. Convém encaminhá-la para a evangelização e o conhecimento
doutrinário adequado à sua idade, para que no futuro ela possa empregar esta faculdade
para o bem.
AULA 17 – MEDIUNIDADE NAS CRIANÇAS E NOS ANIMAIS

MEDIUNIDADE NOS ANIMAIS:

Os animais podem ser médiuns?

 Frequentemente se tem proposto esta questão, e certos fatos pareciam


respondê-la afirmativamente. Trata-se de saber se os animais são aptos, como os
homens, a servir de intermediários aos Espíritos para as suas comunicações
inteligentes.

 Parece mesmo muito lógico supor que um ser vivo, dotado de certo grau de
inteligência, seja mais apropriado a esses efeitos do que um corpo inerte, sem
vitalidade, como uma mesa, por exemplo. Apesar disso, é o que não se dá.

 A questão da mediunidade dos animais foi plenamente resolvida na dissertação


seguinte, feita por um Espírito, cuja profundidade e sagacidade podem ser
apreciadas nas citações já feitas.

 Para bem se aprender o valor de sua demonstração é essencial que nos


reportemos à sua explicação anterior sobre o papel do médium nas
comunicações.
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Essa comunicação foi dada em seguida a uma discussão a respeito, na


Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas:

 Abordo hoje a questão da mediunidade dos animais, levantada e sustentada


por um dos vossos companheiros mais fervorosos. Pretende ele, em virtude
deste axioma: quem pode o mais, pode o menos, que nós podemos mediunizar
os pássaros e outros animais, servindo-nos deles nas comunicações com a
espécie humana.

 É o que chamais em filosofia, e mais particularmente em Lógica, única e


simplesmente um sofisma. Diz ele: “Se podem animar a matéria inerte , com mais
razão devem animar a matéria já animada, principalmente a dos pássaros”. Pois
bem, dentro das leis normais do Espiritismo, isso não é assim e não pode ser
assim.

 Primeiro, ponderemos bem as coisas. O que é médium? É o ser, indivíduo que


serve de intermediário aos Espíritos, para que estes possam comunicar-se
facilmente com os homens, Espíritos encarnados. Por conseguinte, sem médium
não há comunicações tangíveis, mentais, escritas, físicas, de qualquer espécie
que seja.
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 Há um princípio que, disso estou seguro, é admitido por todos os espíritas: o


de que os semelhantes agem através dos semelhantes e como os seus
semelhantes.

 O vosso perispírito e o nosso são tirados do mesmo meio, são de natureza


idêntica, são semelhantes, numa palavra.

 Possuem ambos uma capacidade de assimilação mais ou menos


desenvolvida, de imantação mais ou menos vigorosa, que permite a nós Espíritos
e encarnados, pôr-nos muito pronta e facilmente em relação.

 Enfim, o que pertence especificamente aos médiuns, à essência mesma de


sua individualidade, é uma afinidade especial, e ao mesmo tempo uma força de
expansão particular, que anulam neles toda possibilidade de rejeição,
estabelecendo entre eles e nós uma espécie de corrente ou de fusão, que facilita
as nossas comunicações. É, de resto, essa possibilidade de rejeição, própria da
matéria, que se opõe ao desenvolvimento da mediunidade na maioria dos que
não são médiuns.
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 Os homens estão sempre propensos a exagerar tudo. Uns, e não me refiro


aqui aos materialistas, recusam uma alma aos animais, enquanto outros querem
dar-lhes uma, por assim dizer, semelhante à nossa.

 Porque pretender assim confundir o perfectível com o imperfectível? Não,


convencei-vos disso: o fogo que anima os animais, o sopro que o faz agir,
movimentar-se e falar a sua linguagem própria, não tem, quanto ao presente,
nenhuma aptidão para se mesclar, se unir ou se confundir com o sopro divino, a
alma etérea, o Espírito, numa palavra, que anima o ser essencialmente
perfectível: o homem, esse rei da criação.

 Ora, não é isso que faz a superioridade da espécie humana sobre as outras
espécies terrenas, essa condição de perfectibilidade? Pois bem: reconhecei
então que não se pode assimilar ao homem, único perfectível em si mesmo e nas
suas obras, qualquer indivíduo de outras espécies viventes da Terra.

 O cão, cuja inteligência é superior entre os animais e o tornou amigo e


comensal do homem, será perfectível por si mesmo e por sua própria iniciativa?
Ninguém ousaria sustentar isso, porque o cão não faz progredir o cão, e o mais
amestrado entre eles é sempre ensinado pelo seu dono.
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 De outro lado, se procurardes as cabanas de ramagens e as tendas das


primeiras idades da Terra, encontrareis em seu lugar os castelos e os palácios da
civilização moderna.

 Às vestes de pele selvagens sucedem os tecidos de ouro e seda. Enfim, a


cada passo encontrareis a prova da marcha incessante da Humanidade em seu
progresso.

 Desse progresso constante, invencível, irrecusável da espécie humana, e do


estacionamento indefinido das outras espécies animadas, concluireis comigo que
se existem princípios comuns a tudo o que vive e se move na Terra: o sopro e a
matéria, não é menos verdade que somente vós, Espíritos encarnados, estais
submetidos a essa inevitável lei que vos impele fatalmente para frente.

 Deus pôs os animais ao vosso lado como auxiliares para vos alimentarem,
para vos vestirem e vos ajudarem. Deu-lhes um pequeno grau de inteligência
porque, para vos auxiliar, precisam compreender, e condicionou essa inteligência
aos serviços que devem prestar.
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 Certamente que os Espíritos podem tornar-se visíveis e tangíveis para os


animais, e muitas vezes acontece que o pavor súbito os toma, e que vos parece
sem motivo, é causado pela visão de um ou de muitos desses Espíritos, mal
intencionados em relação aos indivíduos presentes ou aos seus donos.

 Muito frequentemente se vêem cavalos que se recusam a avançar ou recuar,


ou que se empinam diante de um obstáculo imaginário. Podeis estar certos de
que o obstáculo imaginário é quase sempre um Espírito ou um grupo de Espíritos
que se comprazem em detê-los.

 Para resumir: os fenômenos mediúnicos não podem reproduzir-se sem o


concurso consciente ou inconsciente dos médiuns, e é somente entre os
encarnados, Espíritos como nós, que encontramos os que podem servir-nos de
médiuns.

 Quanto a ensinar cães, pássaros e outros animais, para fazerem estes ou


aqueles serviços, é problema vosso e não nosso.

ERASTO

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