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Apará

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índice
o que é o Desenvolvimento ………………………….…………………………………………03
Funcionamento da Mediunidade do Apará………..…………………………………………04
Os cuidados na formação do Apará…………………………………………………………..05
Sintonia 1 - Apará………………………………………………………………….……………..07
Os Nomes de Nossos Mentores………………………………………………….……………09
Por que “Preto Velho”?……………………………………………….………….………………10
ATENDIMENTO DO PRETO VELHO……………………………………….……………………12
Trejeitos de “Preto Velho”…………………………………………………….……………….…12
Comunicações de uma Entidade de Luz - 01…………………………………………………14
2ª PARTE: Comunicações de uma Entidade de Luz……………………………… ……..…15
PARTE 03 - COMUNICAÇÕES DE UMA ENTIDADE DE LUZ…………… …………………16
Mensagem da Entidade para o Aparelho………………………………… ………………..…18
Médicos de Cura……………………………………………………………… ……………..……19
A Cura Desobsessiva………………… …………………………………………………………20
O Caboclo “Gritador”…………………………………………..…………………………………23
Sofredor……………………………………………………………………………………..………24
Sofredor conversa nos tronos?……………………………………….. ………………………25
O Comportamento na Mesa Evangélica………… ……………………………………………26
Incorporando fora do Templo……………………………………………………………………28
Por que a falta de controle?……………………………………………… ……………………30
O EMPLACAMENTO DO APARÁ……………………………………………………………… 31
Apará……………………………………………………………………………………………… ..33
Dúvida dos mestres aparas………………………………………………………………….. …41
Quando o espírito “não sobe” – o Apará segura?………………………………………… 44
Nem sempre é culpa do Apará!…………………………………………………………………45
Incorporando várias Entidades…………………………………………………………………47
Alertas dos Mentores………………………………………………………..……………………48
Quem é o seu Mentor?……………………………………………………………………………50
Carta Resposta - Ninfa Lua………………………………………………………………………51
A JUSTA MEDIDA DO APARÁ…………………………………… . ……………………………53
PRIMEIROS PASSOS DO AJANÃ………………………………………………….……………55
Aninha - uma história real………………..………………………………………………………57
Medium de Incorporação…………………………………………………………………………62
CONSCIÊNCIA DOUTRINÁRIA DO MEDIUM APARÁ………………………………………..63

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O que é o Desenvolvimento?

O Desenvolvimento Mediúnico em nossa Doutrina é acima de tudo um Trabalho Espiritual,


uma missão! Os Mestres que desejam participar deste Trabalho devem estar cientes de sua
grande responsabilidade, e com isso, do quanto podem receber, ao cumprirem bem este
compromisso; e também do quanto podem ter que assumir de ônus, se o trabalho for mal
feito.

Não se pode pensar que o Desenvolvimento é apenas para ensinar o Aspirante a


trabalhar... Na verdade, podemos definir o Desenvolvimento como o “despertar para Cristo”,
para sua “Escola do Caminho”.

O aprendizado das técnicas de Mediunização e Manipulação Energética, devem vir


acompanhados de esclarecimentos sobre a necessidade de compreender que não estão ali,
basicamente, para “dar um jeito em suas vidas”, mas sim, para assumirem um missão de
auxiliar ao próximo, seguindo as premissas do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo,
tão bem sintetizadas em Amor, Humildade e Tolerância.

Com a possibilidade de trabalhar na Lei do Auxílio, aliviando também seus carmas,


obviamente a “vida vai melhorar”, mas esta melhora só ocorre por conta de seu despertar.

Como já escrevi anteriormente, muitas vezes podemos receber pessoas que estão na
marginalidade, com sérios problemas sociais, além dos enfermos espirituais e físicos.
Desajustes familiares e emocionais são uma constante também.

Com a mudança da tônica vibratória e o preparo do Aspirante para o trabalho, naturalmente


ele passa a atrair coisa melhores para sua vida. Vibra em uma sintonia mais positiva, atrai
pessoas boas e passa a contar com a possibilidade de estar em condições de realmente ser
auxiliado por seu Mentor.

A responsabilidade do Instrutor vai da necessidade de esclarecer, de explicar com clareza


que não existe nenhum milagre! Que tudo poderá mudar em sua vida exclusivamente pela
sua possibilidade de tornar-se uma “pessoa melhor”, e assim também atrair situações e
pessoas na mesma faixa positiva.

Alem do esclarecimento, a necessidade de precisão nos ensinamentos é fundamental!

Aos Aspirantes Doutrinadores, com mentes mais inquisitivas e que normalmente não se
convencem apenas com palavras doces, há de se passar a segurança total naquilo que se
explica. Olha-se nos olhos, fala-se com segurança, mas transmite Amor e compreensão!
Para os futuros Doutrinadores, o Instrutor será seu exemplo máximo de conduta e
conhecimento. Assim, para ser Instrutor, somente com Conduta Doutrinária e
conhecimentos sólidos de nossa Doutrina.

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Aos Aspirantes Aparás, que possuem menos segurança, e deixam suas emoções aflorarem
com mais intensidade nesta etapa, há de ser o porto seguro, incentivador e ao mesmo
tempo sem medo de ensinar o correto! O Instrutor não vai ensinar a Entidade que está
incorporando, vai ensinar o Apará que manipula aquela projeção, por isso, ao melindrar-se
em esclarecer bem toda a técnica de manipulação, dentro de uma incorporação, corre o
risco de gerar um médium deformado, ao qual ficará responsável por toda a sua vida!

Doutrinadores inseguros, com doutrinas robotizadas, sem emanação, sem conduta, sem
elegância, e sem concentração mediúnica, normalmente tiveram instrutores tíbios e
descomprometidos com a missão.

Aparás de gestos bruscos e sons estranhos, gritos, sem conduta, sem elegância, sem
respeito pelas entidades que recebem, normalmente tiveram Instrutores medrosos e sem a
coragem necessária de ensinar o quê deveriam.

A culpa é sempre do Instrutor?

Sim e não... Todos os médiuns um dia tiveram um Instrutor... Assim, este foi fundamental
em seus primeiros passos. Um Instrutor sério, que inspire segurança, que saiba responder e
ensinar, dificilmente será esquecido, ou terá suas instruções trocadas por “vícios
mediúnicos” de outros Mestres veteranos de Corrente. A responsabilidade é ensinar com
segurança e corretamente! O quê o ex-Aspirante, agora médium, esquecer, desaprender ou
resolver imitar dos outros, arcará com suas próprias responsabilidade.

Funcionamento da Mediunidade do Apará


O Apará tem ao seu dispor um canal direto de comunicação com nossos Mentores. Quando
mediunizado, entorpece seus sentidos físicos e entra em contato com a Espiritualidade.
É o portador do Segundo Verbo, da Voz Direta!

É o médium cujas energias se concentram no plexo solar, na região umbilical. A energia


ectoplasmática ativa o plexo solar acima da tônica normal, produzindo toda uma série de
fenômenos, que resultam neste contato direto com a Espiritualidade.

O sangue afluindo com maior pressão nessa região, empobrece a irrigação cerebral e, com
isso, ocorre um leve entorpecimento dos principais sentidos. A força do plexo solar é
transmitida aos plexos vizinhos, proporcionando um espectro amplo de ligação com os
chackras.

Quando chega ao Vale do Amanhecer, o Apará apresenta incômodos na parte inferior do


corpo, principalmente no aparelho digestivo, rins, bexiga e outros órgãos energizados pelo
plexo solar e circunvizinhos.

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É muito comum, também, apresentarem incômodos na coluna.

Como consequência direta desses males, ele sofre cronicamente de dores de cabeça,
tonturas e sintomas semelhantes.

Psicologicamente os sintomas são de fobias, alucinações, insegurança, irritabilidade,


emotividade exagerada e até histeria.

A primeira medida, no seu desenvolvimento, é fazê-lo sintonizar com o seu Mentor. Ele é a
garantia do equilíbrio do médium.

Convida-se o aspirante a se concentrar, de olhos fechados, de pé, e a respirar


profundamente. Mediante a aplicação das mãos, da cabeça para baixo, sem o tocar, o
Doutrinador magnetiza o aparelho. Esse trabalho deve ser acompanhado de leve hipnose,
através de palavras repetidas. Pede-se ao médium que imagine seu Mentor, e vai-se
sugerindo sua presença, mediante chaves próprias.

Na maioria dos casos, o médium incorpora na segunda ou na terceira aula. Se ele


apresentar sintomas de angústia, deverá continuar passando nos trabalhos durante o
desenvolvimento, para que sejam realizadas as passagens dos irmãozinhos.
Kazagrande

Os cuidados na formação do Apará


Como é triste um Apará mal formado! Pior... Como é perigoso!

Ao formar um Apará, o instrutor tem que ter em mente a responsabilidade que carrega.
Claro que o comando da Doutrina é do Doutrinador, que um Apará não trabalha sozinho, e
que sempre terá um Doutrinador acompanhando todas as mensagens. Porém, a
má-formação é o principal fator de risco para as interferências. E, se esta má-formação se
estende ao Doutrinador que o acompanha nos Tronos... Salve Deus!

A manipulação de mensagens por parte de um sofredor, ou mesmo por conta de um


médium mal formado, pode acarretar em uma dívida kármica de difícil resgate. Influenciar
na vida de uma pessoa, em especial, de um paciente, que já chega totalmente fragilizado
para o atendimento, implica em tornar-se parte de um processo que por vezes você teria a
missão de sanar e o acaba agravando.

Este é um assunto muito delicado, pois os médiuns de conduta ilibada podem sentir-se
ofendidos. Mas a própria Tia Neiva nos alertava que quanto maior a classificação, maior o
risco de uma interferência.

Às vezes as interferências acontecem sem qualquer sinal perceptível para o médium de


incorporação, cabendo exclusivamente ao Doutrinador a responsabilidade de identificar, e

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com toda gentileza sanar a situação: “Salve Deus Vovó, em Cristo Jesus, podemos dar uma
passagem?” Vejam... é simples. Não precisa, e não deve, chocar o Apará. Que, por vezes,
sequer sabe do que se trata. Um Doutrinador não pode trabalhar em dúvida, e uma
Entidade de Luz jamais vai ficar “irritada” pelo seu “excesso de zelo”.

Tanto a Entidade, quanto o Apará, devem sentir-se felizes em saber que ali está um
Doutrinador atento, e que não vai trabalhar em dúvida.

Mas voltando à má-formação... Infelizmente, existem aqueles que não compreendem a


responsabilidade que assumem ao sentar em um Trono para lidar com vidas humanas. Com
pessoas que por vezes depositam sua última esperança naquele atendimento (comigo foi
assim um dia).

Estes se tornam insensatos, e podem colocar a perder toda sua encarnação, quando
deveriam estar tendo a oportunidade de aliviar o seu já pesado karma. Os sintomas deste
desvio de missão podem ser percebidos facilmente, mas infelizmente muitos acabam sendo
envolvidos por eles, ao invés de ficarem alertas com o que está se passando.

Começam a “ver coisas” em demasia. A todo instante existe um entidade, uma Amacê, um
sofredor... Enxergam a tudo! Mas sem qualquer aplicação prática. Salve Deus! As visões
podem acontecer, mas sempre existe um motivo para isso!

Depois começam as “profecias”. Onde tudo que se diz é o que acontece, bastando para
isso olhar a forma como justificam tudo.

Por último vêm os sonhos, onde encarnações inteiras são desvendadas e sempre o
“sonhador” é a vítima! Todos são maus e podem estar sujeitos à cobrança dele. Novamente
recordamos: uma Entidade de Luz jamais irá contar qualquer passagem de uma
encarnação pregressa sem que tenha um motivo real e extremamente necessário. Você não
precisa saber que fulano foi seu primo, irmão, marido, etc. Somente acontecem revelações
por parte da Luz, quando é para nosso aperfeiçoamento, e de forma que seja imprescindível
e já programada.

Estes três fatores unidos transformam a missão em algo sumamente desprezível:


Escravidão de sentimentos!

Manipular as pessoas por conta visões, “sonhos e lembranças” e profecias, é um erro que
tem um custo muito alto, pois está se usando a mediunidade para escravizar sentimentos!

Claro que, eventualmente, temos estes conhecimentos, ou vemos alguma coisa, mas se tal
se dá, é para sua individualidade. Jamais para se promover!

O médium que chega a esta condição necessita de ajuda urgente! Jamais se pode apoiar
suas alucinações, e tão pouco zombar delas. O que precisa é de orientação, considerando
que um dia entrou para esta corrente com o firme propósito de servir ao próximo. Precisa
ser alertado, levado a refletir sobre o motivo de tudo isso, se realmente algo de bom está

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sendo realizado, ou se somente um falso respeito se levanta junto com inveja e dúvida.
Precisa compreender que: da Luz nada emana por acaso ou sem sentido. Se não há algo
de bom acontecendo por conta do “vê” é hora de se perguntar se isso vem da Luz, ou não?!

Nada de caçar bruxas nesta hora, apenas fazer com que cada um reflita acerca de seu
papel: O Doutrinador na formação e acompanhamento e o próprio Apará, que por vezes
inconscientemente mergulha no abismo do deslumbramento.

Que este texto possa servir de alerta para não nos envolvermos jamais nos contos de fada
e sim vivermos a nossa jornada com segurança, fé e razão. Tudo devidamente equilibrado.
Perguntando sempre: Isso é útil? Faz bem a quem, e como? Salve Deus!
Kazagrande

Sintonia 1 - Apará
Para haver incorporação fiel é imprescindível que se estabeleça a sintonia da mente do
médium com a mente do espírito. O mecanismo das comunicações espirituais é regido de
acordo com o tipo de mediunidade e o estado psíquico dos agentes - ativo e passivo -
valores espirituais, etc.

Estabelecida a sintonia entre entidade e médium, o pensamento do primeiro se exterioriza


através do campo físico do segundo, em forma de mensagens e manipulação. Na
incorporação, o Apará cede o corpo à entidade, mas, de acordo com os seus próprios
recursos, pode comandar a comunicação, fiscalizando os pensamentos, disciplinando os
gestos e controlando o vocabulário do Espírito.

O pensamento do Espírito, antes de chegar ao cérebro físico do médium, passa pela


consciência espiritual, com isso pode, pela sua consciência Iniciática, fazer ou não fazer o
que a entidade pretende.

Sintonia é entendimento, harmonia, compreensão, ressonância ou equivalência. Portanto,


na incorporação, é um fenômeno de harmonia psíquica, funcionando naturalmente, a base
de vibrações. Duas entidades, o encarnado e o espírito, estarão com as mentes
perfeitamente entrosadas, formando uma ponte magnética a vinculá-las, imantando-as
profundamente. Estarão vibrando na mesma faixa, intimamente associadas.

Observem o grande amor e desprendimento de nossos Mentores ao se disporem a realizar


a caridade! São espíritos de Luz, vibram em um padrão muito, mas muito mais elevado que
o nosso. E se revestem de uma roupagem simples, como a de um Preto Velho, para
“densificar” sua Luz, para terem condições de serem compreendidos e para vibrarem na
mesma faixa de um encarnado.

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Nas incorporações de sofredores é triste quando um Apará se deixa sugestionar, permitindo
que extravasem seus desequilíbrios, entrando em um padrão mais baixo. Isso normalmente
acontece quando o médium desconsidera sua grande responsabilidade na incorporação.

Controlar as manifestações mediúnicas, evitando, sempre que possível, respirações


ofegantes, gemidos, gritos e contorções, batimento de mãos e pés ou gestos desafiadores.
É normal “sentir vontade” de fazer tudo isso, pois é a expressão do sofrimento do
irmãozinho, mas cabe ao Apará se opor a estas sugestões, moderando com sua
consciência.

Na Mesa, ou nos Tronos, como um irmãozinho poderia aproveitar melhor a Doutrina e a


energia empregada pelo Doutrinador? Através de um Médium com quem se identifica e dá
vazão aos desequilíbrios, ou através de um médium que naturalmente irradia vibrações de
paz e harmonia, auxiliando o Doutrinador a envolvê-lo com Luz e energia?

Praticamos a Cura desobsessiva, não é? A desobsessão é obra de reequilíbrio,


refazimento, nunca de agitação e teatralidade.
Claro que existem situações difíceis de controlar, o Apará não é uma máquina, é um
humano carregado de todas as emoções, e estas emoções as vezes encontram
identificação com as do sofredor. Mas cabe o alerta! Tem que estar bem, pronto para o
trabalho! Pois se colocou o uniforme está para servir, para praticar a caridade, e ninguém
pode dar o que não tem.

A Mesa Evangélica é para a passagem de espíritos recém-desencarnados que necessitam


de uma energia magnética animal para seguir viagem. São trazidos pelos seus Mentores,
recebem um esclarecimento, a energia e seguem!

Mesas Especiais, para Centuriões, o Trino Araken realizava pelas condições que lhe foram
confiadas.

Fazer uma “puxada”, em um dia de Retiro, sob total responsabilidade do Presidente e do


Comandante, pode até acontecer.

Mas no “dia a dia”, a Mesa não pode ser uma fonte de desequilíbrio e desarmonia.

Ficamos com esta pequena introdução, ainda teremos que aprofundar sobre a Mesa e
chegar aos Tronos, e abordar a sintonia do Doutrinador.

Kazagrande

Texto baseado no texto enviado pelo Mestre Jorge Gouvêa.


“A mente permanece na base de todos os fenômenos mediúnicos”.
“Em mediunidade não podemos descuidar do problema da sintonia”.

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Os Nomes de Nossos Mentores

Uma grande ansiedade, para a maioria de nós, é conhecer o nome de nossos Mentores,
sejam Princesas, Pretos Velhos e Pretas Velhas, Caboclos, Médicos de Cura, Cavaleiros e
Guias Missionárias, Ministros.

Como é gratificante, desde os primeiros passos doutrinários, este benéfico contato e


conhecimento, ou reconhecimento.

Para o Doutrinador(a), que escolhe sua Princesa e depois irá receber nas Consagrações os
nomes de Cavaleiro (Guia Missionária) e Ministro, é mais simples.

Já o Apará tem que identificar os primeiros nomes. Suas dúvidas ficam por conta,
principalmente, da eterna questão: Será que é este mesmo o nome que recebi? Ele conta
somente com aquele momento da incorporação para buscar esta identificação. Por vezes já
ouviu nomes com os quais se afinizou, e teme estar interferindo, colocando sua vontade
acima da intuição. Para um Doutrinador pode parecer uma dúvida boba, mas para ele, que
irá carregar a plaquinha com o nome da Entidade, tem um peso enorme.

Questiona-se como pode estar incorporada com Vovó Catarina das Cachoeiras, se fica
sabendo que naquele mesmo momento tem outra Vovó com o mesmo nome incorporada?
Aí já entra a dúvida: Será que a minha não era Cambina das Cachoeiras, ou Catarina das
Águas? Como pode a Entidade dividir-se?

Vamos analisar por partes, primeiramente a questão da originalidade do nome.


Tomemos o nome de Vovó Catarina das Cachoeiras, por exemplo. Uma das Entidades que
mais freqüentemente está presente em todos os trabalhos de Tronos. Nos grandes Templos
mesmo, é difícil um trabalho em que não tenha ao menos uma incorporada. Mas como?
Existe mais de uma?

Bem, o quê é o “nome” de uma Entidade? Vejamos: Sua Entidade “principal”, o Preto Velho
ou Preta Velha, usa uma roupagem para apresentar-se como tal. Sim! Não quer dizer que
necessariamente aquele espírito, que assim se apresenta, tenha tido uma encarnação como
escravo, ou escrava. Ele é o seu mentor que vem na roupagem padrão do Vale do
Amanhecer, obedecendo as nossas leis e trabalhando seu desenvolvimento espiritual. Pode
ser que nunca tenha tido uma encarnação na época da escravidão, mas assim se
apresenta, porque esta é a roupagem de Mentor do Vale do Amanhecer. Dificilmente seu
nome espiritual, seu nome verdadeiro, será o mesmo com que se apresenta durante o uso
da roupagem.

Ele vai escolher uma roupagem dentro de uma falange de Pretos Velhos e se apresentar
com o nome do mentor daquela Falange. Filia-se a Falange de Vovó Catarina das
Cachoeiras e apresenta-se como tal. Por isso, quando buscamos um “retrato”, feito pelo
nosso artista oficial (Vilela), as imagens de Entidades com o mesmo nome são tão

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diferentes. Aquela retratada é a Vovó Catarina daquela médium! É roupagem daquela
Entidade específica, que é mentora da médium que a incorpora.

E se eu errar o nome? Se ainda inseguro, inexperiente, no início do Desenvolvimento, der


um nome diferente do que a Entidade tinha escolhido? Como é que vai ficar isso
espiritualmente?

Espiritualmente uma Entidade de Luz não vai deixar de lhe atender se você chamá-la de
João ou José. O quê chega não é a sua voz, e sim sua energia, sua sintonia buscando o
contato. Você não sabe o seu nome espiritual, aquele que você irá assumir ao deixar o
plano físico e, se tiver merecimento, ingressar em sua nova vida, livre dos restos cármicos,
porém não deixará de me atender quando eu lhe procurar pelo seu nome terreno, a energia
que nos liga permanecerá, e chegará até você quando a prece for dirigida.

Outro fato é que até o momento do emplacamento tudo pode mudar. Uma energia diferente
pode chegar, e seu mentor se apresentar com outra roupagem, ou mesmo uma Entidade
diferente da que participou de seu desenvolvimento de forma ativa, e na última hora, vem
um nome totalmente diferente do que lhe acompanhou nas aulas.

Para evitar a vulgarização de nomes de nossas principais Entidades, as que participaram na


implantação da Doutrina do Amanhecer, Mãe Tildes, Pai João e Pai Zé Pedro de Enoque,
entre outros, o emplacamento não se realiza com estes nomes. Mas nada impede que eles,
ou outros membros desta falange bendita, venham a incorporar e trabalhar quando
necessário. Temos que evitar os egos daqueles que com certeza iriam querer aparecer,
usando estes nomes nas plaquinhas. Para as Entidades, não importa como sejam
chamadas, importa é a sintonia que o médium tem ao invocá-las.

Os nomes de Ministros, Cavaleiros e Guias Missionárias têm um processo diferente, pois


você não participa diretamente de sua escolha. É uma missão específica dos Devas.
Lembro que nas primeiras Consagrações, teve um Mestre que recebeu o “Ministro Ajarã” o
mesmo nome do Ministro do Trino. Medidas para evitar que acontecesse de novo, também
foram tomadas.

Considerando que o quê efetivamente nos é passado, é energético, espiritual e vibracional,


posso afirmar, com certeza, que muitas vezes nos Tronos chegam Entidades de Alta
Hierarquia para realizar o atendimento, sem a necessidade de identificarem-se, usando a
roupagem de um Humilde Preto Velho.

Por que “Preto Velho”?

Uma das mais difíceis provas enfrentadas por nossos irmãos Jaguares, em busca de sua
evolução, foi a passagem pela escravidão.

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Considerada uma mancha na história da humanidade, e principalmente na História do
Brasil, nós espiritualistas devemos ter uma ótica particular sobre este assunto. Nossa
compreensão vai além dos olhos físicos e considera que, neste período triste, milenares
espíritos de outrora tiveram condições de assumir, com muita coragem e desprendimento,
seus débitos passados e, muitos, evoluírem a uma condição espiritual superior.

Despojados de tudo, de todos os pertences materiais, de todas as ligações emocionais, da


família e estando em absoluta falta de perspectiva futura, muitos atenderam ao clamor do
espírito e no ressoar de suas cantigas encontraram-se com seu verdadeiro “eu”... Com o
espírito!

Somente assim, estes bravos Jaguares, endurecidos pelas intempéries dos tempos e das
encarnações de liderança e poder, se desprenderam de toda a matéria e todas as emoções,
encontrando, ainda encarnados, a Luz Divina.

O relato verídico da Cachoeira do Jaguar, romanceado por Tia Neiva, mas repleto de
belíssimas lições de vida e moral, traduz claramente como Pai João e Pai Zé Pedro,
chegaram às posições espirituais que hoje ocupam em nossa Doutrina. Antigos nobres
romanos, como muitos outros contemporâneos em posições de destaque, estavam
presentes e dispostos a assumir as duras penas da encarnação que os conduziria ao
encontro com a Individualidade.

Muitos de nossos Mentores estiveram ali presentes e hoje se apresentam na mesma


singela roupagem, que permite atender a todos nos Tronos, sem distinção social,
econômica ou material.

Já pararam para observar a sabedoria contida na singela apresentação escolhida por


nossos Mentores? Quando chega o mais humilde, não se sentirá melindrado. Quando
chega o mais culto, a sabedoria contida nas palavras simples resplandece de Luz e a
mensagem chega ao coração, não à mente intelectualizada!

Ao ingressar em nossa Doutrina, o intelectual sente a necessidade de ir em busca dos


mistérios e conhecimentos disponíveis nas mensagens e em uma riquíssima ritualística. Já
o mais humilde, ou aquele que é mesmo analfabeto, se encanta pela possibilidade de poder
trabalhar de imediato. Não será discriminado pela pouca cultura e não será exigido que
estude durante anos para poder praticar a caridade!

Nossos Pretos Velhos são o reflexo da sabedoria e simplicidade contida nos Planos
Espirituais. Negá-los, preferir “outras origens”, “outras linhas”, é expor o estrago que o vírus
da vaidade fez em seu coração!

O exemplo vem de cima! A humildade, fator preponderante nas mensagens do Divino


Mestre Jesus, repetidas com sabedoria e emanação por nossos abnegados Mensageiros,
vem receber a todos nos Tronos. A demonstração maior do Espírito do Jaguar não foi pelas
glórias de Esparta, mas na singeleza da Cachoeira do Jaguar.

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ATENDIMENTO DO PRETO VELHO
Salve Deus, meu filho Jaguar!

Preto Velho é amor, humildade e tolerância. Ele não diz a determinado paciente que ele
está carregado porque fizeram um despacho para ele. Ele não leva ninguém ao desespero
e, sim, ao conforto espiritual. Ele nada promete. Ele ajuda, dentro dos limites cármicos e do
merecimento de cada um.

Filho, é muito triste ouvir falar que um Apará fez isso ou aquilo e, o que é pior, veio
desarmonizar um visitante nosso.

Também é muito triste saber que um Apará, com toda sua sensibilidade mediúnica, se
deixou levar por uma influência negativa e transmitiu o que não devia.

Filho, ao sentir em seu trabalho de Trono uma possível interferência, uma aproximação
negativa, proceda a passagem e deixe que o Doutrinador doutrine e faça a elevação, para
que você retorne com seu Preto Velho, transmitindo a voz direta do Céu!

Filho, evite tocar no paciente, evite o contato físico e procure trabalhar com as emanações
de nossas energias, que são fluidos benéficos aos pacientes.

Saudações tais como: “Salve o fogo!”, “Salve a Terra!”, “Salve as areias das praias!”, “Salve
o trovão!”, etc. devem ser evitadas, porque nada significam em nossa Doutrina.

Filho, tenha sempre em mente que você é um ser especial que recebeu a missão sagrada
de ser um medianeiro entre o Céu e a Terra, e que todos os que o vêm confiam em você.

Salve Deus! Que o Divino Mestre Jesus o abençoe!

Tia Neiva.

Sem data

Trejeitos de “Preto Velho”

... e: Posso desencarnar nos Tronos?

Mestre, todos os Pretos Velhos do Vale são espíritos de Luz? Se forem, por que tem estes
trejeitos físicos nas incorporações?

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No Vale do Amanhecer somente trabalham Espíritos de Luz. Para chegarem ao nosso plano
físico e atuarem em nosso socorro, escolhem uma roupagem que será usada na
incorporação. Em nossa Doutrina, a linha de roupagem escolhida para as comunicações e
trabalhos desobsessivos nos Tronos, foi a de Pretos Velhos.

Ao “vestirem” esta roupagem, nossos Mentores trazem as características físicas, que


podem ser retratadas pelo artista Vilela, deixado por Tia Neiva exclusivamente com esta
missão.

Os trejeitos inerentes à roupagem podem ser sentidos inicialmente, mas a tendência, é que,
com o tempo e maior afinidade na incorporação do Mentor, eles passem a ser
gradativamente eliminados.

Desse modo, quanto maior for sua sintonia com a Entidade, menor será sua sensação da
roupagem que ela utiliza. É uma questão de tempo e de afinar a sintonia.

O linguajar brejeiro e simplificado é uma característica dos Pretos Velhos, pois assim podem
falar com todos os pacientes de maneira envolvente e humilde. A sabedoria não está nas
palavras rebuscadas, e sim em como se emprega a emanação recebida no trabalho,
traduzida em mensagens de amor.

Imagine como ficaria um paciente humilde, sem alfabetização, se soubesse que está
conversando com uma entidade de alta hierarquia e com palavras intelectualizadas por uma
cultura que nunca teve acesso?

Assim são nossos Pretos Velhos, assim é nossa Doutrina: simples e acessível a todos, sem
discriminar ninguém pela sua condição social, econômica ou cultural.

Mestre, corro o risco de meu espírito sair e eu desencarnar em uma incorporação?

Os Doutrinadores têm total responsabilidade sobre o quê acontece nos Tronos. Devem
estar preparados para identificar e saber como agir, sempre. Sua sintonia é fundamental
para um trabalho perfeito e a obrigatoriedade de ouvir com precisão toda a comunicação é
uma das primeiras leis ensinadas, ao lado da necessária identificação da Entidade
presente.

Incorporado, o Apará estará protegido. Recebe a projeção de seu Mentor(a), conta com a
Ionização com o Doutrinador e a consciência livre para controlar a situação. Independente
da chegada de um “irmãozinho”, estará sob a proteção direta de uma Entidade de Luz, na
realização de um trabalho de caridade, e tudo só se passa de acordo com a sintonia e
merecimento no trabalho. Não existe o risco de “seu próprio espírito sair do corpo e não
voltar”, não nos Tronos.

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Comunicações de uma Entidade de Luz - 01
Meus irmãos e minhas irmãs,
Salve Deus!

Em nossa Doutrina somente trabalham Entidades de Luz. Seres Espirituais que já estão
livres de seus Karmas terrestres e possuem todas suas células espirituais em harmonia.
Ultrapassaram nossas emoções humanas e agora podem, de maneira absolutamente
isenta, auxiliar e dar esperança aos que ainda sofrem com seus reajustes neste plano físico.

Considerando que não possuem “apegos” e seus sentimentos são puros, jamais interferem
em nosso livre-arbítrio e, por mais que desejem ajudar, deixam sempre que cada um possa
receber de acordo com seu merecimento e padrão vibracional.

Deste modo existem comunicações que não serão nunca transmitidas por um Mentor e o
objetivo deste texto, a pedido de um Apará, é justamente apresenta-las. Perdoem a
exposição tão direta.

Todos nós já sabemos das primeiras recomendações das aulas de Desenvolvimento:


Entidade de Luz não dá receitas (chás, ervas, medicamentos), não interrompe tratamentos
da Medicina física, não gera fantasias e expectativas, não interfere na vida do consulente e
nem determina mediunidade (se é Apará ou Doutrinador).

Mas vamos aprofundar um pouco mais...

Interferência na vida do Paciente: Jamais uma Entidade de Luz vai dizer coisas que
provoquem ansiedades ou que deem decisões na vida da pessoa! Não diz “faça ou não
faça”, pois a decisão é de responsabilidade somente de cada um! O Mentor “escapa” das
perguntas diretas sempre orientando para que faça uma oração e consulte seu coração.

O paciente falou para a Entidade que no dia seguinte faria uma viagem e perguntou se tudo
iria correr bem. Imediatamente, na mente do Apará, se formou a imagem de um acidente
automobilístico. O Apará teve o impulso de dizer “não faça esta viagem”, mas a
comunicação da Entidade veio assim: “Meu filho, faça suas orações, consulte seu coração e
veja se realmente é necessário que viaje agora”.

Entendem? Por mais que o Apará deseje interferir pelo que “vê” projetado pela Entidade, a
comunicação jamais vem para interferir na vida da pessoa.

Outro caso: A paciente conta que sofre maus-tratos por parte do companheiro. Que ele a
agride fisicamente, a humilha, maltrata os filhos e ainda está desconfiada do olhar dele para
a filha mais velha. Depois do relato pergunta: “Oh meu pai, devo deixa-lo?” Salve Deus!
Qualquer um de nós diria imediatamente para que largasse de ser besta e mandasse o
sujeito ir pastar! E essa seria naturalmente a vontade do Apará! Mas uma Entidade de Luz

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novamente irá se abster de dar decisões na vida da pessoa. Pedirá que faça suas orações
e sinta se verdadeiramente sua missão ao lado deste espírito está cumprida.

Esclarecendo: Sabem por que o Mentor sempre manda fazer as orações? Para que o
padrão do paciente possa se elevar e assim possa estar em condições de ouvir a voz do
espírito. Para que possa ser verdadeiramente ajudado, pois nenhum Mentor consegue intuir
uma pessoa com o padrão lá embaixo.

Este assunto é bastante extenso. Amanhã continuarei aprofundando o que já abordamos


acima e ainda falando das “mensagens para o aparelho” e ainda dos “mentores que dão
ordens no templo”. Salve Deus!

Kazagrande

2ª PARTE: Comunicações de uma Entidade de


Luz
Continuando nosso assunto de ontem:

Uma Entidade de Luz não interfere na Medicina terrestre: Não receita chás, banhos de
descarrego, ervas, e muito menos medicamentos! Por mais que o Apará seja Médico, e
visualizando o quadro do paciente entenda que determinada atitude poderá trazer uma
substancial melhora de seu quadro físico.

Quem está comunicando é a Entidade, não o Apará! Seus conhecimentos e intuições são
aproveitados para a transmissão da mensagem, mas jamais interferem na vida do paciente.
A Entidade recomendará que procure o “Médico da Terra” para reavaliar seu quadro clínico,
mesmo entendendo claramente que poderia estar tomando um medicamento que provoca
um efeito contrário! Observem bem: Não vai receitar e tão pouco suspender um
medicamento!

Uma Entidade de Luz não dá “Mensagens para o Aparelho”, ou manda o Doutrinador


procurar o Aparelho depois de desincorporado. Quando necessário deixará as lembranças
na consciência do Apará! Trabalhamos na Individualidade, logo não existe o João, a Maria e
o José, para que enviem recados para a Personalidade.

Uma Entidade de Luz não provoca ansiedades. Não vai passar nenhuma comunicação em
que o coração da pessoa “fique pesado”. Seu objetivo será sempre dar esperança e elevar
o padrão vibratório do interlocutor. Algumas vezes pode até chamar a atenção, mas sempre
com muito amor! Amor e Razão são as tônicas que regem uma comunicação espiritual
elevada. Leiam as mensagens de Pai João e reparem que mesmo nos momentos em que

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nos chama a razão seu amor é imenso e sua sabedoria não permite que fiquemos com o
coração pesado.

Uma Entidade de Luz não compartilha nossos sentimentos negativos. Não tem ciúmes,
vaidade, egoísmo e nem se magoa com qualquer dúvida por parte do paciente ou do
Doutrinador. Se tiver uma comunicação interrompida porque o Doutrinador teve dúvidas, irá
ficar feliz ao saber que está trabalhando com um Doutrinador preocupado em fazer o melhor
e trabalhar sem dúvidas. Irá respeitar a “puxada” e permitir a passagem, agradecendo ao
Doutrinador depois. Eles são amor e não entram em nossas sintonias de sentimentos
negativos.

Uma Entidade de Luz transmite fé! Prefere que o paciente saia desacreditado dela e do
Apará, do que desacreditado de si mesmo.

Uma Entidade de Luz não vem para “mandar no Templo”. Não incorpora nos Tronos com
mensagens constrangedoras que provocam mal-estar em todos. O comando da Doutrina é
do Doutrinador e a responsabilidade pelos acertos e erros também. O livre-arbítrio é
respeitado como lei máxima para que um Mentor possa trabalhar na Corrente Indiana do
Espaço.

Entendo o sofrimento dos Aparás que tantas vezes olham pelos “olhos da Entidade” e
compreendem tantas coisas que precisam ser corrigidas, mas sem o poder temporal para
fazê-las. Mesmo assim, jamais devem permitir que seus próprios sentimentos ou
compreensões interfiram nas mensagens.

Ainda temos que falar das profecias e previsões, das revelações de vidas passadas, das
superstições e fanatismos, das contagens de trabalhos... Tudo isso dentro das
comunicações. Por tanto... Amanhã nova continuação!

Kazagrande

PARTE 03 - COMUNICAÇÕES DE UMA


ENTIDADE DE LUZ

Quando incorporado, devido a sua consciência, o Apará “vê” o quadro do paciente. Nestes
flashes, que chegam a sua mente, muitas vezes o futuro pode ser revelado, porém é um
futuro que se projeta apenas pelo comportamento atual do paciente e jamais é imutável. A
energia que o consulente carrega o está conduzindo para tais situações que aparecem
como quadros na mente do Apará.

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Salve Deus! Não é para comunicar isso! Estes flashes do futuro aparecem pelo contato com
a Entidade e para maior segurança diante das comunicações que serão repassadas, mas
uma Entidade de Luz não vai fazer previsões e profecias! O Mentor sabe que o futuro está
sendo escrito a cada dia de acordo com nossas atitudes, palavras e pensamentos, e a
energia que hoje projeta um futuro bom ou mau, amanhã poderá estar totalmente diferente.

Tia Neiva sempre avisava a respeito das previsões. Preferia abster-se de falar, de
responder determinadas perguntas, e como já afirmei anteriormente: é melhor que saiam
desacreditando de você, do que se si mesmo. Nem tudo que vê é para ser comunicado!

Outro ponto: Uma Entidade de Luz só revela fatos de uma vida passada se houver um
propósito real, uma utilidade para a vida da pessoa, um esclarecimento absolutamente
necessário! Não sai contando historinhas de vidas passadas que não servem para nada.
Tudo que provem da Luz é útil! Recebemos o dom do esquecimento com um propósito
Divino. Pode acontecer que no quadro formado do paciente apareça determinadas
informações, mas novamente deixo claro que são flashes para a segurança do Apará, e não
para contar contos. Qual é a utilidade de um Mentor dizer “olha meu filho, este aparelho foi
sua esposa na vida passada”? Só irá trazer ansiedade e expectativas que podem inclusive
colocar em risco a personalidade atual. Algumas raras situações, em que existe uma
utilidade real e cujo esclarecimento de um fato do passado pode contribuir para o
consulente despertar mais amor, humildade e tolerância, podem até acontecer. Mas tem
que ser útil, se não serve para nada positivo, não é uma comunicação da Luz!

Para encerrar: Entidade de Luz não provoca superstições e fanatismos! Não tem isso
“passe em três curas, sete induções”. Salve Deus! O paciente vai para a Cura, passa a
primeira vez e é informado que somente em outro dia pode passar de novo. Para passar de
novo obrigatoriamente terá que passar nos Tronos... Então para quê recomendar três
curas??? Se passando de novo a Entidade irá avaliar se naquele dia a aura está em
condições de receber o tratamento! Recomendação de trabalho é somente para o dia e
apenas um. A exceção são os trabalhos Estrela, Cruz do Caminho, Randy, etc., que são
realizados em horários que nem sempre permitem participar logo que saia dos Tronos.

Nosso “remédio” é água fluídica, e água fluídica é para beber, não para sair lavando a casa,
jogando nos cantos ou tomar banho! A Entidade de Luz recomenda que leve a água para
beber, nada mais!

Sal e Perfume do Templo, são do Templo! Não são fonte de superstição para que o paciente
leve para casa e faça suas “bendições”. A Entidade de Luz não recomenda nada além de
água para levar.

Novamente me desculpo pela objetividade destes textos, porém são fatos que devem ser
tratados com a razão sem espaço para argumentos que contradigam a verdadeira missão
de nossos Mentores.
Mestre Kazagrande – Adjunto Anavo

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Mensagem da Entidade para o Aparelho
Há alguns dias eu escrevi:

Chegar no Templo pensando em qual problema vai mentalizar primeiro, passar na Mesa
rezando por si próprio, ir aos Tronos e primeiro atender a si mesmo, consultar o Preto Velho
enquanto os pacientes estão ali, vibrando para que você termine logo e comece a atender,
ou ainda o Apará que fica “mandando recados” para o aparelho... Salve Deus!

Seus Mentores sabem exatamente o quê você precisa! Você só precisa estar em condições
de receber a ajuda que tanto pede. Para isso deve servir o Trabalho Espiritual, para
desprender-se de seus problemas, dedicar-se na Lei do Auxílio e sair do Templo sentindo
que sua vida também pode mudar! Que tudo pode se resolver.

Sobre a frase: “uma Entidade de Luz manda recado para o Aparelho”, recebi alguns emails
a respeito deste tema e não poderia me furtar a esclarecer para todos.

Ao estar incorporado o Apará está consciente de tudo que se passa. A consciência se


desvanece após a incorporação, onde gradativamente vão se apagando todas as
lembranças. Porém, as que verdadeiramente são necessárias para o próprio aparelho,
estas ficam gravadas, pois são provenientes do Mentor que sabe exatamente a
necessidade de cada um.

Ocorre que, por vezes, dentro da natural insegurança de uma incorporação consciente, o
apará, ao sentir que “tem uma mensagem para ele mesmo”, sente a necessidade de
registrar também, como uma forma de comprovar a autenticidade.

Não há nada de mal nisso, mas repito que é totalmente desnecessário, e estes “recados”
apenas demonstram a insegurança do próprio médium. É um “animismo necessário” pela
circunstância envolvida.

Realmente pode ser uma mensagem do próprio Mentor, mas que deveria ficar guardada na
consciência apenas para o Apará.

O risco de dar a comunicação da própria mensagem, é que este animismo pode se


desvirtuar e ter acréscimos desnecessários que partem daquele momento de insegurança.

Não é necessário que o Doutrinador chame a atenção (naquele momento) ou faça a


“Elevação”, pois este fato não irá prejudicar ninguém, a não ser o próprio Apará, no caso do
animismo se estender além da mensagem que deveria ser guardada.

Havendo possibilidade, dependendo do relacionamento e da personalidade do Médium, o


Doutrinador tem o dever de alertar que a mensagem era para ser guardada dentro da
própria consciência.

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Esclarecido? Salve Deus! Um fraterno abraço,

Kazagrande

Médicos de Cura

Um dos trabalhos espirituais, que pouco se comenta na Doutrina é a Cura, e menos ainda
sobre os Médicos de Cura, os “Médicos do Espaço” que nos assistem nestes trabalhos.

Os Médicos de Cura têm uma incorporação bastante diferente das outras Entidades.
Passam uma tranqüilidade, uma segurança total. Na visão dos médiuns de incorporação,
existem dois fatores de peso: A ausência quase total de comunicações, que só ocorrem em
poucos casos em Curas Evangélicas, e a sutileza da emanação.

A ausência de comunicação é um fator que tranqüiliza naturalmente o médium. Seu


compromisso é manipular a energia, reequilibrando o plexo do paciente. Colocando seu
ciclo biológico em harmonia com sua aura espiritual.

Esta mesma sutileza de manipulação também, em alguns casos, traz dúvidas, e dificuldade
do médium reconhecer se já incorporou ou não. Isso pode ser resolvido com a mentalização
da aura do paciente. A Entidade passa a sensação dos pontos em desequilíbrio, e em total
sintonia, pode-se vislumbrar o quê efetivamente está sendo realizado pela Entidade.

A roupagem do Médico de Cura é quase Kardecista. Porém atua com forças altamente
precisas e iniciáticas, dentro dos Sandays, e com manipulação quase cirúrgica nos
trabalhos evangélicos.

O reequilíbrio bio-espiritual do paciente muitas vezes elimina diretamente algumas


enfermidades, e em outras, desmascara o fator espiritual que ocultava a doença, permitindo
que os “médicos da terra” encontrem e identifiquem o fator físico gerador dos problemas.

O Cavaleiro da Lança Lilás é o emissor do Raio Curador, da cura do corpo físico.

Ao iniciar o trabalho evangélico, o Doutrinador identifica a Entidade e recebe o paciente


encaminhado pelas Entidades dos Tronos.

Deitado na maca com a proteção de um lençol que o cobrirá da cintura para os pés, o
paciente deve relaxar e mentalizar o problema que lhe aflige fisicamente.

Assim como nos Tronos, o Doutrinador fala o nome do médico incorporado e solicita que o
paciente informe o seu nome e a sua idade.

Com a sua mão direita, aberta, com a palma voltada para o plexo do paciente a uma altura

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de aproximadamente 30 cm, e o braço esquerdo levantado, formando um ângulo de 90º,
com a mão espalmada, o Doutrinador dá início ao trabalho.

Nunca tocando o paciente, o Médico de Cura realiza seu trabalho em silêncio, sem emitir
sons ou ficar “vazando” (ssssssssssssss...). A comunicação neste trabalho é praticamente
inexistente. Porém algumas vezes o Médico solicita ao paciente o uso de a água
fluidificada.

Terminado o atendimento, o Doutrinador retira o lençol e o paciente é liberado.

Kazagrande

Pensamos naquele homem cuja perna ia perder. Chegou um cientista e, no plano físico, lhe
deu um remédio e o libertou.

O homem, com suas duas pernas, se pôs a correr e a se chocar, em desafio com outros
homens. Voltou à sua dor primária, indo ver-se em seu antigo estado.

O cientista, tornando a vê-lo, triste, foi lhe dar o mesmo remédio. Não, ele não precisava
mais do cientista!

Desta vez sua doença era na alma.

Enganou-se: o cientista tirou do bolso o Evangelho e lhe deu sua cura!


Tia Neiva, em 12 de dezembro de 1978

A Cura Desobsessiva

Mas afinal o quê é a Cura Desobsessiva que tanto falamos deste o início de nosso
Desenvolvimento?

Costuma-se dizer que todos os Trabalhos do Vale do Amanhecer são voltados para a Cura
Desobsessiva, mas por quê?

Vemos acontecer curas físicas em nossos Templos. Houve uma época em que atrás do
Randy, entre a mureta de entrada e a que separava a área do trabalho, ficavam depositadas
cadeiras de rodas e muletas. Muitas deixadas por pacientes que já não necessitariam mais
delas (outras para uso dos que delas necessitassem, facilitando sua locomoção no Templo).
Dessa forma se pode acreditar que a Cura Física também seria operada... Mas será isso

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mesmo?

Vamos então compreender o quê realmente se passa nos Trabalhos, para que a resposta
naturalmente nos alcance.

Ao chegar nos Tronos o paciente é recebido pelo Doutrinador e pela Entidade de Luz. A
Entidade avalia o quadro espiritual do paciente. Não importa se ele vai contar sua vida e os
seus dramas pessoais. Sobre este aspecto a Entidade no máximo emite suas mensagens
de amor e acolhimento, sem jamais interferir no carma da pessoa. O trabalho fundamental
do Preto Velho é avaliar o quadro espiritual!

O Preto Velho verifica qual faixa cármica que a pessoa atravessa, quais os cobradores que
foram trazidos e quais os que estão em condições de fazerem suas passagens, de acordo
com a sintonia do Doutrinador. Vejam também porque é importante que o Doutrinador esteja
em total sintonia com o trabalho: se ele não estiver bem e atento, aquela oportunidade pode
ser perdida, sem que possamos avaliar o quanto foi investido para que aquele paciente e
seus cobradores chegassem até ali.

Diante do quadro apresentando, a Entidade vai limpando a aura do paciente. Tirando suas
impregnações provenientes de diversas origens (dos lugares por onde passa ou freqüenta,
dos obsessores, das vibrações emitidas por quem convive, etc.).

Em determinado momento, enquanto o mentor do paciente negocia com os cobradores, a


passagem é permitida, e de acordo com a sintonia do par e o merecimento do paciente, o
irmãozinho pode ser encaminhado. Nem todos são, mas consideremos neste caso que sim,
o irmãozinho foi encaminhado.

A conversa entre a Entidade e o paciente proporciona a troca de energias, que vai


revigorando sua aura. Com o padrão em alta, após o atendimento, e ainda por cima, após a
passagem de algum irmãozinho que o acompanhava, o paciente sai naturalmente melhor e
pode ser que a Entidade ainda considere propício que passe em outros trabalhos.

Sendo encaminhado para a Cura, poderá receber o reequilíbrio energético de sua aura.
Seus chakras são realinhados e havendo algum elítrio, deslocado de sua posição original
de cobrança, será também recolocado em seu devido lugar, e, quem sabe, iniciado o
processo de libertação que poderá ser concluído na Junção.

Este deslocamento a que me referi, da posição do elítrio, pode ocorrer em função da


freqüência em outras correntes. Uma pessoa que passa por diversos tipos de cultos e
rituais, pode acabar mudando a posição original de um elítrio.
Ainda em nosso paciente imaginário... O paciente passou pela Cura, recebeu o reequilíbrio
de seu perispírito e tendo um elítrio, ele passou a ser trabalhado.

Supomos que ele foi ainda encaminhado para a Junção. Neste trabalho é que efetivamente
ele terá a oportunidade de libertar aquele elítrio! Os mantras luminosos que ali se emitem,
em conjunto com a seqüência perfeita de passes do Doutrinador, permitem esta libertação,

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de acordo com o merecimento do paciente.

O paciente sai da Junção “nas nuvens”... Nem sente o cansaço! Está notadamente melhor.
Se ele ainda foi recomendado a passar na Indução, vai receber ali mais uma grandeza. Na
Indução é possível “romper as correntes”. Uma corrente é formada pela emissão contínua
de energia direcionada, consciente ou inconscientemente. As correntes atrapalham
principalmente a vida material da pessoa.

Assim, o paciente recomendado a “todos os trabalhos”, ainda passa na Linha de Passes


para retirar alguma impregnação resistente ou mesmo alguma força esparsa que o possa
ter atingido durante seu trânsito pelo Templo.

Visualizamos este rápido roteiro para compreender que ao passar pelas Entidades nos
Tronos o paciente pode receber uma libertação, na Cura é reequilibrado, na Junção uma
libertação de maior porte ainda pode ocorrer, na Indução é libertado das correntes e por fim
na Linha de Passes sai “zero kilômetro” para levar sua vida. Isso é, claro de acordo com seu
merecimento e principalmente seguindo rigorosamente a orientação dos Pretos Velhos nos
Tronos.

Caso o paciente tenha chegado com uma doença física, provocada pela triste situação que
seu quadro espiritual apresentava, obviamente vai sair curado! Curado fisicamente também!
Porém a maioria das vezes, o quadro espiritual apenas mascara a condição física. E ao
passar pelos trabalhos, seguindo a recomendação de procurar novamente o “Médico da
Terra”, este, por sua vez, irá cumprir seu papel encontrando a causa física da doença que
tanto procurava antes e nada via.

A recomendação de outros trabalhos, como o Randy, por exemplo é dada em caso


específicos e mesmo sendo mais complexo o seu funcionamento, a finalidade também é a
mesma : a cura desobsessiva, a libertação espiritual e o encaminhamento dos irmãozinhos.

Somente uma Entidade de Luz pode avaliar o quadro do paciente, e somente nos Tronos é
que se pode obter a recomendação de passar nos outros trabalhos (exceto a passagem
pela linha de passes que é livre). Muitas vezes um paciente é recomendado a passar pela
Cura, e encontrando a fila muito extensa resolve deixar para passar em outro dia. Salve
Deus! Sua aura foi preparada para aquele dia, e a recomendação só vale para aquele
momento específico avaliado pelo Preto Velho. Outro dia, só com outra passagem pelos
Tronos e muitas vezes não receberá a mesma recomendação por uma condição diversa de
sua aura e padrão vibratório.

Creio que assim podemos enfim compreender corretamente o quê é Cura Desobsessiva.

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O Caboclo “Gritador”

Um Caboclo nos Tronos e na Linha de Passes, e a incorporação da Sessão Branca.

A “Vovozinha” atendia com sua voz tranquila ao paciente que vinha pela primeira vez. Em
determinado momento dá passagem para um sofredor. A doutrina é realizada com precisão
e o irmãozinho encaminhado, mas...

- AAAAAAAEEEEEEEEEEEIIIIIIIIIIOOOOOOOOUUUUUUUUUU

O Caboclo incorpora com um grande grito e literalmente esmurra o peito do Apará com
tamanha violência que o paciente quase cai dos Tronos e dá um grito junto!

Vocês já imaginaram o trauma deste paciente? Será que ele vai acreditar que era uma
Entidade de Luz que veio dar um passe?

Salve Deus! Meus irmãos e minhas irmãs! Um Preto Velho e mais ainda, uma Preta Velha, é
ternura! Vem com “jeitinho”, falar brejeiro, com carinho vai conscientizando o paciente dos
problemas espirituais que enfrenta... Fala de Deus, está sempre saudando “Louvado seja
Nosso Senhor Jesus Cristo”. O paciente de primeira vez vai ficar chocado! Às vezes tudo
que o Preto Velho conseguiu quebrar (preconceitos, medos, etc) vai por água abaixo. Não
foi isso que aprendemos!

O Apará tem controle da incorporação, pois é um médium consciente, isso é um ponto


pacífico. Devemos esclarecer no Desenvolvimento que realmente a energia da incorporação
do Caboclo é intensa. Que na maioria das vezes sente-se o ímpeto de gritar e liberar com
toda força as três pancadas no peito, mas... aprendemos que nossa Doutrina prima pela
elegância! Não tem gritaria de Caboclo, quem grita é o índio vivo na Sessão Branca! Lá o
índio vem para falar, para gritar, para emitir seu magnético animal puro e levar a energia
Iniciática que emitimos neste intercâmbio. É um índio vivo, sem a consciência de uma
Entidade de Luz!

O Caboclo é uma roupagem de uma Entidade de Luz, e, portanto jamais viria para chocar
um paciente, vem ajudar e não atrapalhar o trabalho de um Preto Velho. A intensidade da
energia propõe, no subconsciente do Apará, a vontade de gritar para liberar esta forte
projeção. Mas não é o Caboclo que grita, é o Apará! Todos nós sabemos que se você,
Apará, “resolver” que não vai abrir a boca depois de incorporado, não sai nada! O Preto
Velho não vai agarrar sua mandíbula e forçar que se mova. A mesma coisa é o Caboclo! O
controle existe e é seu!

Existe sim a vontade, provocada pela energia que deseja se expandir, mas a Entidade
respeita o paciente, suas possíveis crenças, medos e preconceitos...

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Gritar não é um sinal de “força” da Entidade e tão pouco é um sinal de desequilíbrio
(atenção Doutrinadores), é uma falha no desenvolvimento, que deveria ser alertada no
tempo correto.

Algumas vezes os “branquinhos” observam um médium mais antigo gritando e consideram


isso como o “correto”, por isso devem ser alertados sempre sobre o quê é certo e o quê são
“vícios de incorporação” (tema interessante para desenvolver em outro texto).

Entendam que não é uma “chamada de atenção”, mas uma preocupação pelos nossos
pacientes.

Sofredor
O plano civilizatório da Terra, iniciado pelos Equitumans (*), foi sendo alterado pelo próprio
desvio daqueles espíritos de sua missão. Os contactos com Capela foram rareando e
redobrados os esforços para guiá-los na direcção certa. A volúpia da autonomia foi
dominando e os afastou cada vez mais dos planos originais, sendo determinada sua
extinção pelos Grandes Orixás.
Desencarnados, aqueles espíritos não tinham condições para encarnar em Capela e nem
poderiam reencarnar na Terra sem um plano estabelecido pelo Planeta Mãe - Capela.
Permaneceram, então, no etérico, exercendo suas influências nos terráqueos. Foram-se
organizando em poderosas legiões de seres etéricos, em cujas consciências mal penetrava
a voz do espírito.
Aprisionados entre duas dimensões, esses espíritos se apegaram aos corpos físicos,
iniciando um processo obsessivo em massa, fazendo com que os últimos cinco mil anos
antes do nascimento de Jesus fossem marcados por violentas guerras e destruições.
Ambições, ganância, violência, vaidade, ódios, impiedade e um barbarismo cruel eram
frutos da desagregação progressiva da mente humana, sujeita às almas deformadas,
surdas de suas consciências, da voz de seus próprios espíritos.
Formou-se, assim, a grande massa de sofredores.
Para nossa Doutrina, o sofredor é um espírito sem Luz, desencarnado em tristes condições,
que não consegue seguir sua jornada e fica pairando em planos perto da Terra, porém sem
luz solar, sem sons ou quaisquer outras formas energéticas do plano físico, influenciando
espíritos encarnados com suas vibrações pesadas, especialmente os médiuns de
incorporação, que sentem seus efeitos com sua aproximação. Ele se liga ao ser humano
pelo padrão vibratório e só tem acesso quando a vibração do encarnado desce até a sua.
Geralmente o espírito sofredor continua com as impressões do mal que o levou ao
desencarne - dores de doenças terminais, de desastres - e tem grande apego pelas coisas
materiais que lhe pertenceram em vida. Na verdade, ele não tem consciência do
desencarne, e sofre, em sua mente, dores que lhe acometiam o corpo físico.
Devemos ajudá-los, principalmente na Mesa Evangélica (*), onde são levados por seus
Mentores, para que possam receber a doutrina e o choque magnético animal que lhes
proporcionará condições de serem elevados a outros planos, onde serão recolhidos em

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albergues, hospitais e dependências de Casas Transitórias, para poderem ser recuperados.
O sofredor absorve, com nosso trabalho, nossos fluidos mais pesados, permitindo que
nosso organismo físico e nosso psiquismo se equilibrem.
Por isso, o médium de incorporação deve constantemente incorporar sofredores. Como
estes têm menos técnica nas incorporações, deve o médium ter consciência disso, soltando
mais ectoplasma e procurando fazer o mínimo de ruídos e gestos.

“Não há qualquer espírito que passe por nossos trabalhos do qual não se faça a entrega
obrigatória!
Nosso trabalho é exclusivamente de Doutrina!
Não aceitamos, em hipótese alguma, palestras, nos Tronos deste Templo do Amanhecer, de
Doutrinadores com entidades que não sejam os nossos Mentores, espíritos doutrinários!
Mesmo fora do Templo, consta-me que os Doutrinadores que palestraram com exus, etc.,
atrasaram suas vidas, pois eles não se afastaram de seus caminhos.
A obrigação do Doutrinador é fazer a doutrina, conversando amigavelmente com o espírito,
procurando esclarecê-lo, continuar seu amigo, porém fazer sua entrega obrigatoriamente,
com o que ressalva sua responsabilidade perante os Mentores.
Outros Doutrinadores estão com suas vidas atrasadas simplesmente por sua irreverência
com os Mentores, acendendo para estes duas velas, saindo fora de seu padrão doutrinário.

Entre eu e os exus há um laço de compreensão e respeito mútuo. Porém, um Doutrinador,


por não ser clarividente, não está em condições de dialogar com eles, excepto no âmbito da
Doutrina.” (Tia Neiva, 7.5.74)

Sofredor conversa nos tronos?


Um irmãozinho (prefiro chamar assim a nominar como espírito sofredor) não cai de
paraquedas nos Tronos. Um Mentor o conduz! Este é o primeiro ponto a ser considerado
antes da resposta.

Existe um preparo espiritual que pode envolver diversas Entidades neste verdadeiro
trabalho de resgate. Parentes espirituais, o Mentor do próprio irmãozinho, o Mentor do
paciente, a “guarda”do Cavaleiro e Guia Missionária dos médiuns...

O espírito pode chegar em diferentes condições: pode chegar sofrido, esperando


ansiosamente aquela oportunidade; revoltado por ter sido trazido até ali; com ódio do
paciente, por conta dos reajustes; enfim, de maneiras que não podemos saber até o
momento em que se apresenta.

O Apará sente as vibrações da incorporação mais pesada. Quando o espírito chega com
raiva, se ele permitisse, algumas vezes, o espírito poderia aproveitar-se da incorporação e
“voar no pescoço” do paciente. Sim, ele sente vontade de falar, desabafar, conta sua versão
da “história” que os envolve (paciente / irmãozinho), porém...

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Porém o dever do Apará é controlar a incorporação! Não permitir as agressões físicas e
também as verbais. Haja vista que um irmãozinho não tem qualquer compromisso com a
verdade, vai contar apenas sua versão limitada da história e sem ao menos saber o quê
passou anteriormente, em outras vidas. Às vezes aquilo que parece uma grande cobrança,
na verdade igualmente foi um reajuste no passado.

POR ISSO UM SOFREDOR NÃO PODE PASSAR COMUNICAÇÃO NOS TRONOS!

Uma comunicação de um sofredor poderia desequilibrar a vida de um paciente para


sempre! Gerar um novo karma e este de responsabilidade do Doutrinador e do Apará
envolvidos! Do Apará porque permitiu a comunicação, porque deixou seus sentimentos
mesclarem-se com o do espírito e facilitou a comunicação. Do Doutrinador, porque ele é o
comandante, não a entidade. O comando e a responsabilidade dos Tronos é do
Doutrinador. Sua obrigação é interromper e impedir que se processe algo assim.

Ao receber um irmãozinho revoltado, o Apará deve emanar apenas amor! Deve transmitir a
ele sua caridade, vibrar com a possibilidade dele clarear a mente pela limpeza de aura
promovida pelo Doutrinador e que possa sentir este amor! Que se sinta acolhido recebendo
a oportunidade de mudar a sua vida. O Apará JAMAIS pode permitir que suas próprias
frustrações se misturem com os sentimentos de revolta do irmãozinho, isso é extremamente
perigoso para todos!

O Doutrinador, por sua vez, deve doutrinar com Amor. Sentir que verdadeiramente limpa a
aura do espírito. Sentir e viver cada uma das palavras que profere em sua doutrina. O
irmãozinho sente! Ele sente se está recebendo uma doutrina robotizada, ou se existe ali
sentimento, emanação, compromisso com a verdade.

Salve Deus! Existem trabalhos especiais, Angicais e algumas oportunidades (raras) em


trabalhos de libertação por Julgamento. Somente nestes casos, pelas bênçãos da
Espiritualidade e dentro de uma ritualística Iniciática trazida por nossa Mãe Clarividente, é
que podem haver comunicações. Nestes trabalhos não passam pacientes. Somente
médiunspreparados para estas situações.

O Comportamento na Mesa Evangélica


Atendendo ao email de um médium aspirante, vou falar um pouco sobre um dos trabalhos
que mais me emociona em nossa Doutrina: A Mesa Evangélica. Como o pedido se refere à
conduta, procurarei me ater ao tema, pois se começo a escrever sobre todo o trabalho...
humm... O blog vai acabar ficando sem atualização esta semana, vai virar um jornal igual
aos emails de meu amigo Adriano.

Tocou a sineta é hora de dirigir-se para o setor! Ah, mas eu estava na “sintonia” de um
cafezinho... O chamado da sineta é uma alerta de que necessitam de você naquele setor, e

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você tem um compromisso. Garanto que o café vai ficar bem mais saboroso depois do
trabalho realizado.

No setor evangélico, enquanto aguardamos a quantidade necessária se completar, é hora


de imantrar. Não há espaço para conversas vazias e que só atraem forças esparsas! Tem
que colocar o pé lá dentro e já estar trabalhando! Imantrar, mentalizar, e com seu
comportamento verá que outros, que normalmente se perdem nas “conversas sem
procedência” irão te acompanhando na conduta correta. É uma lei de atração em que o
certo vai sempre vencendo. Ah, mais uma coisa, entrou para o trabalho, não saia! Às vezes
você induz a outro a sair, e acaba sendo o responsável pela não realização do trabalho
todo. Isso tem preço!

Aparás acomodados... Doutrinadores atrás, concentração total durante a abertura e então o


Comandante determina que se façam as puxadas. Xi... O Apará não incorporou! E agora?
Quando você faz a puxada, o Apará passa a receber a projeção, independente de qualquer
sintoma aparente. Por tanto, não vá “dar banho em Jesus”...??? ... Explico, baixar a cabeça
perto do ouvido do Apará e gritar "LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO”...
Salve Deus! Um Apará está ali mediunizado, buscando a sintonia daquela incorporação,
que muitas vezes é difícil, pesada, e o Doutrinador faz algo assim? Não!!! Um médium deve
ter o comportamento exemplar, com carinho e respeito! E mais do que isso, “Louvado Seja
Nosso Senhor Jesus Cristo” é uma chave! Aprenda a pronunciar corretamente! A postura
elegante e a voz em bom tom fazem parte da conduta doutrinária.

Após a puxada, o Apará, sob projeção, deve manter o equilíbrio, mesmo diante da mais
feroz vibração. Com as mãos fechadas, mantendo o corpo no mesmo equilíbrio, sem emitir
sons, ruídos de qualquer espécie, gestos corporais que incitem qualquer tipo de sentimento.
Estas manifestações são sinais de uma incorporação perfeita, de muita sintonia e de força
do médium. Quando ocorre o contrário é sinal de fraqueza, de falta de controle e até mesmo
de desequilíbrio! Não foi isso que aprenderam nas aulas de desenvolvimento! Se não foram
corrigidos, a culpa é do Instrutor!

O Doutrinador realiza então sua doutrina. “Tem um doutrina específica para a mesa”...
MENTIRA! Não, a doutrina que acompanha a limpeza da aura deve ser espontânea. Seguir
um determinado padrão, porém sem ser cansativa e decorada. Tem que ter sentimento!
Levar sua vibração energética! Não pode ser uma fala decorada sem emoção, enfadonha e
cansativa. Você tem que se concentrar no que está fazendo. Está encaminhando um
espírito desconhecido que jamais te esquecerá, se aquela realização for completa. Está
formando uma amizade que irá, quem sabe, te receber quando chegar a sua hora de partir.
Pois ele jamais te esquecerá. Pense nisso! E não no café que você deixou de tomar.

Ao realizar a limpeza da aura, o cuidado com a elegância também é fundamental. Aqueles


que fazem tudo correndo ou que gesticulam fora dos padrões, inevitavelmente são notados
e vibrados. Atraem para si a atenção que parecem querer, mas com certeza, não vem nada
positivo junto. Ah... Uma lembrança importante: Nunca, jamais se toca no Apará durante a
limpeza de aura!!! Pergunte o quê sentiu um Apará que recebeu um toque. Vai ver como ele
ficou “feliz” com o choque recebeu, e como o doutrinador(a) caiu em seu conceito.

27
Quando é realizada a elevação, o objetivo é permitir que o espírito siga sua jornada.
Segurar a incorporação é um dos piores erros que um Apará pode cometer. Claro que
algumas vezes, existe a necessidade de um espírito receber um pouco mais de ectoplasma,
ou mesmo um fluido de diferente doutrinador(a), mas está não é a regra, é a exceção! Fazer
isso no encerramento da mesa, criando um clima de espetáculo, é ainda pior! Quem leva as
vibrações, não é o doutrinador(a) que não “conseguiu” elevar o espírito, e sim o Apará que
deu show! Salve Deus! Falo isso assim, de forma clara, porque é o quê na verdade todos
comentam. Digo ao Apará que não acredite se alguém foi elogiar “sua força” na mesa...
Quem fez isso agiu por ignorância ou falsidade.

Resta ainda falar do giro... Giro, quer dizer andar em círculos! É deixar o fluxo energético da
mesa seguir a trajetória. Quando um doutrinador(a) estaca atrás de um determinado Apará,
esperando que o outro doutrinador termine sua doutrina e elevação, ele pára este fluxo e
sujeita-se às forças esparsas. Fica segurando “carga”. Portando não pare! Siga o giro,
somente pare para aguardar quando ouvir o “Obatalá”. Nos faróis é mais uma questão de
bom senso. Se tem um ou dois esperando para fazer a limpeza, espere também, mas se já
tiverem três ou quatro esperando, Salve Deus, siga em frente e não cause um
“engarrafamento doutrinário”. A passagem sem fazer a limpeza, quando já existem mais de
três esperando no farol, foi autorizada pelo Trino Arakem.

Eu deveria continuar escrevendo sobre este tema, mas como afirmei, vai acabar virando um
jornal. Espero já ter atendido as expectativas do médium que fez sua consulta, e aguardo
novos questionamentos sobre o tema, para ter a oportunidade de escrever mais.

Incorporando fora do Templo


Muitos médiuns de nossa Doutrina perguntam a respeito de incorporações fora do Templo.
Seja em suas casas, na casa de pacientes ou mesmo em situações que consideram
“incontroláveis”. Salve Deus!

O assunto é muito delicado! Para que tenham uma idéia, em 1.984, Tia Neiva afixou um
aviso na porta do Templo que dizia:

“O 5º Yurê que incorporar fora do templo perderá suas classificações”

No Templo existe toda uma ritualística para a incorporação... Abrimos nosso plexo ao entrar,
nos preparamos na Pira, nos anodizamos com Sal e Perfume, e se vamos aos Tronos para
uma comunicação, ainda registramos nossa presença junto a um Comandante, fazemos um
cruzamento de forças e ionizamos o Apará. Um convite é realizado com uma determinada
Chave e a Entidade identificada perante o conhecimento do Doutrinador. Seria tudo isso em
vão? Será que podemos acreditar na incorporação de uma Entidade de Luz fora de toda
esta ritualística? Seria tudo sem necessidade? Nossos Mentores iriam desrespeitar as Leis

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do Amanhecer em uma incorporação? Não!!! Esta é a resposta para todas estas questões.

Entendo que muitos sentem uma “afinidade tão grande” com seu Mentor que sentem sua
presença em todos os momentos, mas jamais um Mentor virá para quebrar as Leis do
Amanhecer e jogar no lixo toda uma ritualística trazida com tantos detalhes.

Sentir a presença do seu Mentor, sua projeção e intuição, não significa, em absoluto,
necessidade de “dar passagem”. Seu Mentor está ali sim, mas não é necessária a
incorporação para dar uma mensagem ou acalmar um coração aflito! Lembre que você é
50% da incorporação em qualquer situação, e a mensagem chega com a consciência
desperta.

Ao abrir sua aura para uma incorporação sem toda a preparação necessária, e
principalmente, sem a presença de um Doutrinador, o Apará se sujeita a tornar-se um
“brinquedo espiritual” nas mãos de espíritos de grande conhecimento, mas que ainda
seguem vagando pelo etérico da Terra. Lembrem que muitos espíritos conhecem nossa
forma de trabalho e ficam muito satisfeitos em poder manipular as mentes dos
despreparados, mistificando mensagens belíssimas, mas sem o cunho crístico... Ou seja,
aferradas ao deturpado senso de justiça do “dente por dente...”.

Se um Doutrinador faz o convite para uma Entidade de Luz fora do Templo, ele poderá ser
atendido, dependendo de seus bônus, afinal há um custo para isso! Mesmo que seja no seu
Aledá, executando o ritual da Carta dos Pequenos Detalhes. Não se iludam, na
Espiritualidade importa a Lei da Razão também! Tudo tem um custo, por isso a presença
dos cadernos de bônus no ritual.

Certa vez Pai Seta Branca se manifestou na casa do Trino Ajarã, 1º Doutrinador deste
Amanhecer... Sabem qual foi sua reação:

“Meu Pai nos perdoe, mas gostaria que o Senhor desocupasse o aparelho, pois o senhor
mesmo nos ensinou que só incorporaria em local adequado e com condições apropriadas”.
Salve Deus!

Lembremos ainda do Trino Araken, em sua costumeira “dureza”: “Seu Mentor não é seu
amiguinho para atender suas mazelas. Ele lhe escuta, lhe aconselha, mas sempre usará a
razão para poder lhe atender, se não merece... Salve Deus!”.
Tia Neiva, Trino Araken, Trino Ajarã... para não ficarmos garimpando outros exemplos...
Estão todos errados?

Não brinquem com o Sagrado em nossa Doutrina!

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Por que a falta de controle?
Realmente, a “vontade de bater, xingar e às vezes até voar no pescoço do doutrinador ou
do paciente” é quase incontrolável!

Porém, devemos ter em conta que ela só será externada se encontrar, no próprio aparelho,
sentimento semelhante, para criar uma simbiose mental e traduzir em impulso físico ou
verbal.

Deixar o irmãozinho liberar esta energia, não vai ajudar em nada o Doutrinador, que
também possui seus sentimentos próprios e receios naturais, que podem em conjunto
mesclarem-se com a energia liberada, colocando a perder todo o trabalho, dando mais força
ainda ao sofredor.

A responsabilidade do Doutrinador é de emanar a aura do médium e do irmãozinho, com


sua energia mediúnica vibrante e na tônica do amor.

Claro que não podemos criticar quem ainda não compreende, ou não recebeu a orientação
necessária sobre como se conduzir nestes momentos delicados. O Apará não pode se
render aos sentimentos do irmãozinho, justamente ao contrário! Tem que vibrar para que ele
compreenda aquelas palavras e mentalizar (visualizar) a sua Elevação.

Vejo que normalmente os médiuns que mesclam suas energias com a do sofredor, dando
vazão aos sentimentos que lhe invadem, são justamente os que saem “passando mal” e
com vibrações de todo tipo. Ao passo que os que se controlam e possuem uma
incorporação perfeita, saem tranqüilos e com a sensação da missão verdadeiramente
cumprida.

Também conheço médiuns de todos os tipos, veteranos e “graduados” com os mais


diversos comportamentos. Tia nos ensinava que o médium mais sujeito a mistificação é
justamente o mais antigo e de maior classificação.

Não falo em “falta de conduta”, mas sim, em falta de conhecimento! A falta de conduta se
dá quando o médium tem esclarecimento e não segue as leis que nos regem neste
Amanhecer, e uma das Leis que Tia mais primava era justamente a elegância nas
incorporações, e o comportamento de Cavalheiro do Doutrinador.

Mal formados? Desequilibrados? Talvez... Mas o quê realmente pesa é o momento em que
o médium atravessa em sua vida e o quanto ele mesmo está precisando externar sua
energia. O sofredor ao encontrar este campo fértil sente mais facilidade e aí o médium
acaba “debaixo dos Tronos”. Por isso a necessidade de total responsabilidade ao ir para os
Tronos! Nosso compromisso não é só com o paciente físico, é também com o paciente
espiritual! E estes não podem encontrar um lugar para aumentar sua negatividade, e sim,
para contê-las! O Apará, médium Iniciado na Corrente Indiana do Espaço, por esta
característica é consciente e pode controlar as reações. Somente não conseguindo, quando

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sua própria energia está compatível com a do irmãozinho... De modo, que é melhor nem ir
para os Tronos, se não puder se controlar. Pois sairá dali pior do que entrou ou terá que
contar com o merecimento de ter ao lado um Doutrinador que possa trabalhar dobrado:
controlando aparelho e sofredor. De qualquer forma, os dois acabam esgotados.

Em nossa Doutrina, segundo descrito pelo Trino Tumuchy trabalhamos com a “projeção do
Mentor”! Ele não entra e domina o corpo do Apará! Projeta sua energia e intuição para a
realização do trabalho. Quando chega o sofredor, o Mentor se afasta (por isso a sensação
da voz do Mentor se distanciar) e permite que o irmãozinho, projete. Com a “Puxada”, o
Doutrinador abre a aura do Apará para que ele receba a projeção da aura do irmãozinho,
que passará a receber a limpeza propiciada pelos movimentos iniciáticos do Doutrinador e
sua emissão de ectoplasma através da doutrina verbal.

Quanto ao controle dos movimentos físicos... Salve Deus! O Apará, Iniciado em nossa
Corrente, tem o controle de seus movimentos. Obviamente, quando seu nível de
mediunização é muito forte, ele sente com maior intensidade os movimentos projetados
pela Entidade de Luz. Porém, jamais, repito, porque são palavras de Tia, jamais uma
Entidade de Luz viola a vontade de um médium. Ela projeta e o movimento só se realiza
com a permissão do médium! Dores não podem provir de uma Entidade de Luz, que nunca
força o médium a nada.

Kazagrande

O EMPLACAMENTO DO APARÁ

Sim, meus irmãos! Como é difícil sentir-se digno de ser um receptáculo da majestade
divina! A consciência que tanto os protege na incorporação, também fomenta a dúvida e
aumenta ainda mais a já tão grande responsabilidade.

Visando trazer um pouco mais de esclarecimento para este tão extenso tema, volto a tecer
alguns comentários sobre o desenvolvimento do Apará.

É preciso todo o carinho e segurança ao tratar com estes médiuns responsáveis pela Voz
Direta. Principalmente com os Ajanãs, que por sua condição masculina e predisposição
natural a liderança, sentem-se inicialmente confusos com sua tão distinta participação em
nossa Doutrina.

O Doutrinador tem a função de comando, de dirigir e expandir seu espírito científico, mas o
Ajanã foi poupado da responsabilidade dos comandos para carregar em suas costas
unicamente a missão que lhe é confiada. Não necessitando se imiscuir em outros
problemas. Deve ter a tranqüilidade de não precisar preocupar-se com todo o restante, vai
ao templo apenas para transmitir as mensagens do céu e ser o portador do equilíbrio vindo
da espiritualidade Maior. Por isso o grande risco de desarmonizar um Ajanã, que Tia tanto

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recomendava.

Suas dúvidas, quase todas decorrentes de sua responsabilidade e consciência, por vezes
atrasam seu desenvolvimento, e mesmo depois de emplacados ainda sentem certo receio
de ir aos Tronos. Não por não confiarem em suas Entidades, mas sim por muitas vezes não
se considerarem dignos ou capazes de tão grandiosa missão.

Para que um Ajanã seja formado e desenvolva verdadeiramente todo o seu potencial, é
preciso muito carinho, compreensão e segurança dos Instrutores. Explicar claramente que o
primeiro passo é sempre dele, que a Entidade o respeita profundamente e jamais irá tomar
uma posição agressiva fazendo com que ele incorpore! Só vai incorporar se quiser, se sentir
seguro. Os movimentos, as primeiras saudações e palavras, são claramente inspiradas e
saem pela vontade do Apará.

Incentivar o médium a soltar a voz é fundamental! Nem que seja para repetir durante toda a
incorporação no desenvolvimento apenas “Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo”. A
energia do aparelho deve ser liberada para que possa ser manipulada.

Muitos médiuns de incorporação, ainda em desenvolvimento, se calam por ouvir somente


em sua cabeça a mesma frase. Mas isso é parte do desenvolvimento! A Entidade o inspira
a repetir constantemente a mesma frase ou saudação para que emita a energia que está
acumulada e precisa ser manipulada. É isso! Sim, é necessário que o aparelho fale! Jamais
um Instrutor pode questionar porque a Entidade só diz a mesma coisa, isso faz parte do
processo. A energia emitida é trabalhada pela Entidade em favor do próprio aspirante.

Dizer o nome da Entidade, no início, por vezes também é fator de preocupação


desnecessária. Normalmente o primeiro nome que vem na cabeça é o nome projetado pela
Entidade. Lembremos que a entidade se apresenta em uma roupagem, e o nome pertence
a esta roupagem que ela está usando. Muitos espíritos que se apresentam como Pretos
Velhos, nunca tiveram uma encarnação como escravos. São mentores de luz que “vestem”
esta roupagem, característica de nossa Corrente, para se apresentarem em conformidade
com nossa leis. Portanto não há nenhum dano se você disser o “nome errado”. Seu mentor
já superou há muito tempo a fase da “mágoa”. Ele estará a sua disposição, e se necessário,
outro nome virá mais tarde, às vezes somente na hora do emplacamento é que vem um
nome diferente, e por vezes com o mesmo tônus energético.

As primeiras mensagens são realmente difíceis! Parecem vagas, um tanto superficiais, e


muitas vezes acabam novamente gerando dúvidas no Apará. A missão do Instrutor é
esclarecer que isso também faz parte do processo natural de desenvolvimento. Seria
maravilhoso poder incorporar e já sair dando aquelas maravilhosas mensagens que lemos
nas cartas de Tia Neiva, ou ouvimos em gravações. Mas tudo isso é um processo de
confiança e entrega. A Entidade, além de usar sua energia para realização do trabalho,
também tem eu adaptar-se a sua mente, aos seus conhecimentos, para inspirar as
mensagens de acordo com sua possibilidade inicial. Caso chegasse aos seus ouvidos uma
mensagem com palavras eruditas e desconhecidas para você, será que teria coragem de
falar o que você não conhece? Não questionaria se aquilo não é interferência? Pois bem,

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sabendo disso, as Entidades usam palavras que provem de sua mente. Isso inicialmente,
pois com o tempo, com a sua segurança e confiança, passará a receber mensagens cada
vez mais elaboradas e que só serão compreendidas pelo próprio paciente e pelo
Doutrinador.

Resumindo... Solte a voz, libere-se dos preconceitos, medos e orgulhos! Quando estiver
desenvolvendo não tenha medo de nada, erre se necessário for, mas não deixe de seguir a
intuição. Caso fale alguma saudação que não seja condizente, ou dê o nome de uma
entidade que soe estranho demais para nossa Corrente, receberá a orientação para que na
próxima vez também atente para este pequeno detalhe. Está em desenvolvimento e são
naturais as confusões até mesmo sobre a energia que está presente. Um Preto Velho
batendo no peito igual ao Caboclo... Sim, os dois, Preto Velho e Caboclo estão ali presentes
e o médium em desenvolvimento capta as duas vibrações e ainda não consegue
separá-las, então acontece.

Para maior conforto ainda... Observe o desenvolvimento de um Doutrinador: Quantas vezes


têm que repetir o passe magnético para que acertem? E quantos ainda acabam errando
justamente na hora do emplacamento? O Apará também tem suas dificuldades e vai errar
no principio como qualquer aspirante.

Apará
Vamos chamar o sistema nervoso(*) simpático ou autônomo de passivo e o parassimpático
de ativo, para facilitar o entendimento dos dois tipos de mediunidade (*) em nossa Corrente
do Amanhecer: a do Apará, o médium de incorporação, está baseada no sistema nervoso
passivo, tendo natureza passiva, orgânica e anímica, onde a vontade e a consciência pouco
ou nada atuam; enquanto a do Doutrinador funciona com base física, no sistema nervoso
ativo, com predomínio da consciência e da vontade, fazendo com que passasse a existir um
transe mediúnico totalmente consciente.

No primeiro dia em que comparece para iniciar seu Desenvolvimento, o médium faz um
teste para verificar o tipo de mediunidade de que é portador, momento em que toda a
atenção deve ser dispensada aos chegantes, pois a tentativa de desenvolver a mediunidade
de um Doutrinador nato como médium de incorporação, por seus plexos inferiores, leva a
conseqüências imprevisíveis.

A nenhum espírito - de Luz ou sem Luz - é dada permissão para incorporar, usar o corpo de
um médium, sem que ele o permita. Por isso existe o mecanismo da percepção do que
acontece durante uma incorporação, garantindo ao médium a idoneidade de seu trabalho e
lhe fazendo sentir sua responsabilidade, pois existe sutis diferenças entre as manifestações
de um espírito incorporado e as do próprio médium.

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A força da incorporação é recebida no plexo solar e transmitida aos plexos vizinhos, em
perfeita harmonia com os chakras, concentrando o fluxo sanguíneo na região, o que
provoca diminuição da irrigação cerebral e, conseqüentemente, diminuição dos sentidos
físicos do médium, resultando em uma emissão fluídica alheia ao processo psicológico.

O médium de incorporação, que sempre existiu sob uma força nativa, recebeu, dentro do
Africanismo, uma nova forma: sua força, com a consagração de Nossa Senhora Apará -
Nossa Senhora da Conceição - teve a transformação para uma força crística extraordinária,
agindo em seu plexo iniciado, com muito maior responsabilidade por ser instrumento da Voz
Direta.

Naqueles tristes navios negreiros, nas senzalas, a força iniciática trazida pelos Enoques se
manifestou de forma grandiosa, atendendo aos negros desesperados através de médiuns
que incorporavam entidades de Luz, e que, por isso, passaram a ser denominados
APARÁS, tanto os mestres como as ninfas.

Aos mestres foi dada uma designação especial: AJANÃ, dentro das diferentes condições
entre o plexo masculino, positivo, forte para receber projeções e incorporações poderosas,
tanto de espíritos evoluídos como os sem Luz, e o plexo feminino, negativo, sensível, apto à
manipulação de energias poderosas, intensas, porém suaves.

Recebem, também, a denominação de RAIO LUNAR, embora alguns achem que esta só se
aplicaria àqueles que estão em condições de incorporar o Pai Seta Branca.

Existe, para os Ajanãs, a classificação de QUINTO YURÊ, bem como de Estrelas -


Cautanenses (*) e Vancares (*). Deve o médium de incorporação manter-se alerta para
estar em condições de proporcionar perfeitas manifestações tanto dos espíritos sofredores
como das mais complexas e elevadas formas de entidades espirituais.

Também é preciso lembrar que o trecho da Prece do Apará, em que se roga a Deus “tira-me
a voz quando, por vaidade, enganar os que me cercam” não significa ficar mudo, sem voz,
mas, sim, ser tirada a Voz Direta da Espiritualidade daquele médium, que passa a agir por
simples animismo ou a ser instrumento de espíritos sem Luz, que se fazem passar por
Mentores.

Na Doutrina do Amanhecer, ao iniciar suas aulas de Desenvolvimento, o médium tem


identificada sua mediunidade. Se é de incorporação - um apará - é feita uma avaliação de
como essa capacidade se apresenta, pois pode trazer hábitos e posturas de outras
correntes que devam ser minimizados, para que possa trabalhar adequadamente como
médium de incorporação da Corrente do Amanhecer. Segundo o Mestre Guto, Coordenador
dos Aparás, existe uma classificação dos médiuns de incorporação: Mestre ou Ninfa Lua – o
médium em Desenvolvimento; Apará – o médium após sua Iniciação; Ajanã – o médium que
fez a Elevação de Espada; e 5º Yurê – o médium (mestre ou ninfa) que consagrou sua
Centúria. O médium de incorporação deve ter as seguintes condições básicas:

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·Incorporar um sofredor sem fazer muito alarde, sem palavras inconvenientes e sem cair em
posições grotescas ou desagradáveis;

· Incorporar e saber distinguir a emanação do Preto Velho, do Caboclo, do Médico ou de


qualquer outra Entidade que se faça presente através dele;

·Assimilar as mensagens e as transmitir, sem nelas interferir ou dar algum toque pessoal;
· Ser suficientemente humilde para trabalhar no Templo, com amor, sempre que for
convidado, sem escolher o trabalho ou o comandante;

· Saber mediunizar-se profundamente, de modo a evitar cansar-se no trabalho, pois, bem


mediunizado, não terá noção do tempo nem do calor, ou do frio, nem do que acontece a seu
redor.

CANTO DO APARÁ

Senhor! Nesta bendita hora, venho Te pedir a permissão para melhor me conduzir à mesa
redonda do Grande Oriente de Tapir! Que as forças dos Veterano Espíritos me conduzam e
me ilustrem, Para melhor servir nesta era para o Terceiro Milênio!Senhor! Sinto a
transformação do meu espírito e, para que eu possa trabalhar sem dúvidas, tira-me a voz,
quando, por vaidade, enganar aos que por mim esperam...Não permita, Senhor, que forças
negativas dominem a minha mente! Faze, senhor, com que somente a verdade encontre
acesso em todo meu ser! Faze-me instrumento da Tua paz! Ilumina a minha boca,Para que
puras sejam as mensagens do céu por mim!Ilumina, também, as minhas mãosNas horas
tristes e curadoras, e para sempre!...Juro seguir as instruções dos mestres doutrinadores,
veteranos desta doutrina do amanhecer! Faze-me instrumento da Tua Santa Paz! A partir
de então viverás em meu íntimo,E serei sábio para melhor Te servir!...Este é o teu sangue
que jamais deixará de correr em todo o meu ser!Salve Deus!

PRECE DO APARÁ
Jesus! Não permita que forças negativas dominem a minha mente! Que somente a verdade
encontre acesso em todo o meu ser...Faze-me perfeito instrumento de tua Paz! E para que
eu possa trabalhar sem dúvidas, Tira-me a voz quando, por vaidade, enganar os que me
cercam...Ilumina a minha boca para que puras sejam as mensagens do céu por mim!
Ilumina, também, as minhas mãos Nas horas tristes e curadoras e para sempre!...Jesus!
Ninguém, jamais, poderá contaminar-se por mim!Salve Deus!

“Uma faixa magnética não passa pelo médium de incorporação sem a puxada do
Doutrinador ou sem o devido consentimento do mesmo. O Doutrinador iniciado é mais útil
ao trabalho do que mesmo os próprios guias, que, para terem um trabalho eficiente, o
fazem com as ordens dos Doutrinadores, aos quais respeitam e acatam.

O médium de incorporação é um simples instrumento. Ele não tem, absolutamente,


condições de fazer um trabalho perfeito ou dar uma comunicação perfeita sem a presença e
cuidados de um Doutrinador. Nos meus olhos de clarividente, não vejo condições curadoras

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sem esta perfeita manipulação de forças e de ectoplasmas. Existem muitas comunicações
perfeitas entre nós, graças a Deus! Temos médiuns perfeitos! Quando o médium se mostra
com toda euforia para a incorporação, começam a se esgotar suas energias, e sua
comunicação fica perigosa porque seu ectoplasma entra em decadência, não mantendo
uma conjunção com o Doutrinador.

A função dos espíritos que labutam no nosso trabalho profissional é conjugar os


ectoplasmas para a realização de curas. O médium que recebe espíritos sem qualquer
disciplina própria poderá acertar uma profecia, porém aqui tratamos com profissionais e,
como tal, exigimos essa disciplina.

O Espiritismo ainda não se difundiu, conforme meus olhos de clarividente registram,


justamente por causa desta falta de disciplina. Os meios de manipulação de forças nos
trabalhos são propícios à perfeição, dependendo unicamente da humildade e disciplina de
cada médium. Se um médium incorporar sem disciplina, seu Doutrinador poderá ser
chamado à atenção, severamente, por mim!” (Tia Neiva, 7.5.74)

“Mestres Luas, aparás, vejam a maravilha que está acontecendo naquela Estrela
Candente! Uma maravilha deste século - as Sereias! Elas não falam. Só emitem
ectoplasma, só emitem Luz. Elas não vêm para orientar o Homem em sua conduta. Elas já
encontram todos com uma conduta perfeita... Assim somos nós, aparás! (...)

Nós estamos aqui para trazer a Luz do Céu. Nós somos porta-vozes do Céu. Não se
preocupem com o destino do Homem, porque, aqui na Terra, mesmo com um anjo dentro
de nosso coração, não temos a capacidade de remover um Homem sem sentimentos, um
Homem desajustado.

Nós temos capacidade para remover, nós temos capacidade para muito mais, se
soubermos, se nos compenetrarmos do nosso papel, mas do papel sem refúgio, este papel
pelo qual o Espírito da Verdade nos guia, curando, emanando, isto sim, sem pretensão de
ficarmos ali num Trono, ou onde quer que seja, com espírito de profeta ou profetiza! Esta é
uma das coisas mais erradas que ainda temos, um ranço aqui na nossa Corrente.

A maioria dos aparás diz assim para mim: Tia, estou ouvindo a minha comunicação! Eu
sempre repilo: Você está ouvindo a comunicação do Preto Velho! Salve Deus!(...)
Lembrem-se, apenas, de que são aparelhos divinos, que são medianeiros, que atraem
todas as forças benditas do Céu e que têm capacidade perante suas consciências... Às
vezes, se assustam, pensando estar mistificando. Somente essa consciência bendita pode
impedir, muitas vezes, um desajuste maior! (...)

Quero que vocês, doutrinadores e médiuns de incorporação, que tanto bem vêm fazendo a
esta Humanidade, nos Tronos ou onde estiverem lembrem-se somente de uma coisa: que
ali estão manipulando uma força cristã, transformada no Cristianismo, para uma Nova Era.
Quando chegar um paciente perto de vocês, não se preocupem com a mensagem do Preto
Velho... doutrinária, somente doutrinária! E lembrem-se de que, acima deste trabalho, o
trabalho de atender a uma pessoa, ali vocês estão fazendo uma caridade transcendental.

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E é só abrir os seus olhos físicos e ver: um homem doente, desajustado, ao qual vocês
estão fazendo a caridade, procurando reajustar aquele paciente, com toda a consciência.
Graças a Deus, vocês estão fazendo um trabalho transcendental. Muitas vezes, deste
paciente vocês estão tirando um monstro, um impostor, que está desfazendo e
desajustando, às vezes, dezenas de famílias... Um só!” (Tia Neiva, 27.6.76)

“A Centúria do Doutrinador não me emocionou tanto como a do mestre Apará. Esta


Centúria significa para nós, Aparás, a Chave de um portal de desintegração para mundos
ainda desconhecidos nesta encarnação, a vocês. Lembro-me de quando recebi esta Chave
e, com ela, percorri uma grande parte deste Universo! Deste Universo, aqui na Terra e no
espaço. Recebi todo o conhecimento e energia, andei e me transportei mil vezes, para
trazer ao Doutrinador tudo o que temos e o muito que ainda vamos receber. Receberam
esta Chave, e com ela vão adquirir mil conhecimentos como eu recebi! Jesus lhes dê as
forças necessárias, aquela força que recebi há vinte anos. O Apará é um filho querido,
como o Doutrinador. O Apará não é um médium comum de incorporação.” (Tia Neiva,
16.3.78)

“A Centúria significa, para o mestre Apará, a Chave de um portal de desintegração aos


mundos ainda desconhecidos, nesta encarnação, a vocês. Com esta Chave, você vai
adquirir mil conhecimentos, como eu recebi. Jesus lhe dê as forças necessárias para
cumprir, com perfeição, sua tarefa cármica e possa sentir-se um Homem plenamente
realizado. Possua sempre a paz interior, que é indispensável para que seu Sol Interior
possa irradiar e iluminar sua luz a todo este Universo! Conheço bem os seus caminhos, e
peço por você em meus trabalhos.” (Tia Neiva - Carta Aberta n. 6, 9.4.78)

“Meu filho Jaguar Raio Lunar! Da Comunicação do Poder na ordem e no amor, neste
universo perfeito, muito tens a revelar porque, filho, as estrelas do teu caminho vivem em ti,
buscando e reparando em tua boca e em teus ouvidos, dando conta de teus misteres. Não
temas, não te amedrontes diante da posteridade. Porém, saibas que pelo poder do teu
juramento muito tens a respeitar.

Tomaste o CÁLICE que percorre todo o teu ser, entregaste a tua VOZ a bem do Espírito da
Verdade! E hoje, filho querido do meu coração, recebestes, em troca, o CANTO
UNIVERSAL! Todo o universo ouve o juramento que fizestes, com as seguintes palavras: Ó,
SENHOR, FIRA-ME QUANDO MEU PENSAMENTO AFASTAR-SE DE TI! E mais, ao tomar
o Cálice: ESTE É O TEU SANGUE QUE CORRE EM TODO O MEU SER. NINGUÉM
JAMAIS PODERÁ CONTAMINAR-SE POR MIM! De Deus terás tudo por estas palavras.
Amando cada vez mais, o Teu Pai.” (Pai Seta Branca, 30.12.78)

“Alma livre, evoluída! É o mestre Apará, que rompe o véu da Ciência, dos preconceitos,
que transporta o transcendente, perscruta a alma, descreve com clareza e precisão.

Quanto mais simples, mais perfeito o exemplo de amor do extrasensorial; cientista, se


expande com fenômenos inexplicáveis dos surdos e mudos. É, também, a dor para os que
desejam prova. É mais verdadeiro do que pensamos, pois o mundo é o seu cenário, onde
se desenrolam os dramas da vida e da morte.

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Quando desejo explicar, na minha clarividência surge um foco diferente: é fenômeno
especial! Cada Apará é um ator diferente, que exige seu cenário de acordo com seu padrão.

Com auxílio da minha clarividência, vai além do impossível, chega ao que não foi
descoberto. Sua maravilha e distinção são que o Apará não dispõe de sua inteligência,
vendo tudo por natureza, indo além, muito além de tudo que, comumente, é possível
descobrir, nem sequer pressentido pela inteligência mais perspicaz, mesmo servida por um
microscópio.

Salve Deus, meu filho Apará, fui onde me era possível, onde minha pobre analogia pode
chegar, prevendo outras buscas de Evolução! Alma humana que não provém de seitas ou
de escolas, somente Castro Alves nos recorda, com a figura do majestoso “O Navio
Negreiro”, que, entre mil versos, diz: (...) Era um sonho dantesco... O tombadilho/ Que das
luzernas avermelha o brilho,/ Em sangue a se banhar./ Tinir de ferros... Estalar de açoite.../
Legiões de homens negros como a noite,/ Horrendos a dançar...//Um, de raiva, delira, outro
enlouquece.../ Outro, que de martírios embrutece,/ Cantando, geme e ri! Foi então que
neste quadro dantesco de dor, apareceu a figura de Nossa Senhora da Conceição APARÁ;
compadecida, chegava sutil e falava, naquela era sofrida, àqueles que, por Deus, ali
estavam, sem carinho, sem esperança e sem amor. Apará, Apará! Era como a chamavam.

Ela se manifestava entre eles, dando-lhes força, soprando suas feridas. Apará hoje és, na
tradição deste exemplo, deste amor. Apará, meu filho, Apará! Não te esqueças de que,
outrora, na dor, Nossa Senhora Apará, de poderes infinitos, nunca ensinou a ira, muito
menos a vingança ou a riqueza, mas, sim, a humildade, a tolerância e o amor! É tudo, filho
querido do meu coração, na tua graça singular. É a história que ficou. Os teus poderes são
tudo o que disse, este pouco que pude dizer...” (Tia Neiva, 23.1.79)

“Sabemos que nossas vidas são governadas pelos nossos antepassados e que tudo vem
do princípio doutrinário que nos rege. A vontade tem sua origem na sensitividade, com
predominância na fonte de energia que nos dá a faculdade da inteligência, na consciência
animal que se transforma na sensibilidade cristã, a consciência espiritual.

Sim, filho, a consciência espiritual. Aparelho anímico ou material psíquico, constituído pela
memória, atenção, percepção, compreensão e cristianismo, sempre iluminado pela razão.
Em ti, filho, refletimos todos os atos da força absoluta que vem de Deus Todo Poderoso.

E para que possamos condenar sem precipitação, o teu comportamento é o único


sentimento a ser julgado. Você, filho Jaguar, RAIO LUNAR, é a própria revelação.

Sim, muitas vezes, um aparelho em sua conduta moral agasalha um espírito das Trevas,
dando-lhe a oportunidade de ser gente, isto é segurando suas terríveis e pesadas vibrações
e, com amor, o deixa falar ou promover um diálogo com o Doutrinador.

Filho, muitas vezes, eu, tua mãe clarividente, vejo muitas oportunidades perdidas: um feroz
exu que, por falta de um diálogo, poderia voltar para Deus. No entanto, só diz heresias por
falta do bom comportamento do sensitivo. Filho, todos nós precisamos de carinho e, eles,

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apesar do seu endurecimento, são carentes de amor. Eis a razão do Doutrinador, em Cristo
Jesus, sabendo conduzir o anjo e o demônio em sua conduta doutrinária.

É assim, filho, um aparelho sensitivo espiritual pelo qual as forças extrasensoriais se


manifestam. Por conseguinte, você é o próprio poder da Justiça, se engrandece ou se
condena. Sim, a consciência fecha o ciclo evolutivo da força psíquica sensitiva.

Então, filho, com um pouco de reflexo poderá concluir as mensagens e se souber colocar
esta candeia viva nos mais tristes recantos da dor, mais uma vez poderá aliviar e esclarecer
os incompreendidos. TANOAÊ, filho, é um poder que emite sua força no vento, nas
tempestades.

Tanoaê tem poderes de manipular forças, abrindo o neutrôm, para levar sua mensagem e
fazer a sua reparação. Não é justo, filho, depois da incorporação, ficar em dúvida: Será que
incorporei? Será que foi o Preto Velho ou o Caboclo? Não foi somente um impressão
minha? É triste para os nossos mentores que se apressam para que saia tudo com a
precisão do Espírito da Verdade.

Trata-se de um conjunto, de um ritmo de aparência, de encantos, de energia. Não podemos


designar este sentimento de amor. É o coroamento das virtudes, é muito mais científico do
que pensamos. Quando solicitamos um incorporação, uma enorme e complexa força se faz
em nós. Seria bastante os cruzamentos destas forças para a cura desobsessiva, quanto
mais que sabemos da presença de Caboclos e Pretos Velhos.

Contamos ou marcamos um história que o velho mundo ensinou, quando surgiu o


cristianismo. Subiram os Deuses Alexandrinos e o Mitra Solar para combater a adivinhação,
os adivinhos, porque, além da sua magia, formaram um grande comércio. E a religião não
sobrevive ao lado dos adivinhos, dos magos ou pitonisas.

Condena-se os adivinhos porque predizem sem intervenção divina. Muitas vezes,


pensamos que somos obrigados a dizer o que exige a nossa real intuição. Não,
absolutamente, a profecia ou adivinhação é algo muito perigoso. A nossa obrigação em
Cristo, na Lei de Auxílio, é procurar, pois, a nossa luz íntima, oferecendo, aceitando e
confiando o máximo de nós sem pedir nada em troca, isto é, nem mesmo a vaidade pelos
fenômenos de que somos portadores.

Estamos no caminho dos homens e, por isso, devemos nos resguardar de cada coisa. Uma
expressão diferente para fazer luz desde as manifestações dos humildes dos planos
inferiores, desta natureza em sua feição divina, porque até o mar profundo sabe agasalhar
sua natureza.

Sim, a função do duplo é servir como condutor e condensador de energia e de emanações


ectoplasmáticas entre o perispiritual e o físico. É um processo no centro de forças que
denominamos chakras. Neamze, um rica pitonisa, que estarrecia a todos com sua força,
seu poder, de qualquer forma era eficiente. Sim, ainda se falava em AMON-ZEUS por todo
o Egito. ORÁCULO DE AMON-ZEUS. Neamze era uma das divinas, após curar o filho de

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Thunis, fez uma adivinhação: Preconizou a morte de sua escrava preferida. Thunis ficou
furioso e esperou o dia fatídico, porém, a escrava não morreu naquele dia.

Então, Thunis esqueceu do que recebera e pensou: Foi a fatalidade que decidiu a cura de
seu filho e, acusando-a de impostora, mandou matá-la. Três dias depois, sua escrava
morreu, também, porém, seu filho foi feliz e nada lhe aconteceu, Thunis foi infeliz por toda
sua vida. No entanto, tudo era tão lindo antes da adivinhação.

Sim, não se preocupe se o seu Mentor não é adivinho. Partimos, filhos, para os curadores
ou curandeiros. Não são médiuns Aparás - ou são e não se desenvolveram - e fazem suas
curas pelo seu canal de emissão que Deus lhes proporcionou. Pagam, na maioria das
vezes, os velhos débitos pelas críticas dos que são curados. A percepção é algo perigoso.

O médium que tenha a faculdade de percepção, vive sempre triste por suas percepções.
Eu, com toda a minha clarividência, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, sofro por não
saber assimilar uma visão.

Filho, para ser um verdadeiro medianeiro, viver emitindo a voz direta do céu é preciso única
e exclusivamente a sua conduta doutrinária ao lado do seu Mentor, para sustentar a sua
emissão. Sim, filho, o desenvolvido recebe a sua emissão. Emissão é um canal na linha
horizontal, que capta as forças que atravessam o neutrôm.

O médium desenvolvido é responsável por dois canais de emissão que se cruzam e são
ligados em seu interoceptível, formando seu equilíbrio na conduta doutrinária. Vê-se o poder
que se levanta em um Mestre Lunar. Observem, também, que o simples Apará, em força ou
emissão menor, também tem suas emissões diretas.

Sem mestres iniciados, o médium que não tem suas emissões em heranças
transcendentais, está sempre em desequilíbrio. Sim, o interoceptível é como uma balança
onde nossa cabeça é o fiel desta balança. Pesando só terra entra em equilíbrio. Salve
Deus, meu filho! Que Jesus nos ilumine nesta jornada.” (Tia Neiva, 8.4.79)

“O Quinto Yurê Vancares ou Cautanenses, após receber a instrução de sua Estrela, terá a
força necessária e precisa para certos comandos. No entanto, um Quinto Yurê ou Mestre
Lua não pode sentar sozinho numa Cassandra, porque ele entra nas Sete Linhas de Olorum
e vai formando a sua vibração fluídica, podendo, assim, atrapalhar todo o comando de um
Trabalho Oficial.” (Tia Neiva, 21.8.83)

“O médium, em geral, tem a mediunidade na mente, e é hora de tirar os seus reflexos


negativos pelos positivos, com muito cuidado, sem apavorá-los. Tudo é Deus, tudo é bom,
desde que não se insista em andar errado. Dizemos que a mediunidade é um fator
biológico, que se altera no plexo mil vezes, do seu infeliz condutor, daqueles a quem
chamamos de grandes médiuns! Sim, esta mediunidade, alterada por qualquer desequilíbrio
psíquico, começa a encharcar o fígado, o baço, enfim, se fazendo cada vez mais infeliz. Ser
um Doutrinador... Ser um Apará... Estão na mesma situação! Não há distinção de
mediunidade, porque os plexos são idênticos. Não há diferença, absolutamente, a ponto de

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levar longe suas manifestações. Agora, por exemplo: o Apará ficar como Doutrinador? Sim!
Enquanto Doutrinador, com manifestações de um Apará, são irradiações de um médium
passista e, justamente, os perigos: não recebe diretamente do Preto Velho e fica com
manifestações alteradas, fato que não se passa aqui na Doutrina.

As consagrações lhe modificam, seja qual for o caso. Quanto ao Apará insistir em ser
Doutrina, tudo bem. A perda é bem menor, porque está livre de uma interferência. A
interferência é proveniente do aparelho com preocupações, sem conhecimento ou vaidoso.
Qualquer espírito penetra, e faz sua maldade. Vejam quantas infelicidades poderá fazer!... E
de seu plexo nada poderá oferecer.

Geralmente, se descrêem da Doutrina, a ponto de deixá-la. O Doutrinador é responsável


pelo que faz o Apará. A interferência de um espírito cobrador em um Trono, como inúmeros
casos que eu conheço, por displicência do Doutrinador, pode arrasar a vida de um Homem.
Sim, o Doutrinador é a única testemunha defesa.

A mediunidade deverá ser desenvolvida somente no Templo, com os Instrutores. (...)


Primeiro, o sermão ou aula de prática; depois a técnica, sob os olhos e ao alcance dos
Instrutores, quando e sempre lhes explicando o fenômeno do extrasensorial, que o Apará
não vai ver sua incorporação, e que tudo vem de Deus, e só de Deus. (...) Cuidado, porque,
no médium em decadência, a deformação da mente é total. Em consequência, por este
desequilíbrio, se apresentam projeções, vozes, etc.

No caminho desta nova jornada, por momentos, podemos sentir o absurdo e o contraditório
em nossas condições humana e social. Porém, tão logo haja uma disciplina doutrinária ao
alcance deste mundo, veremos juntos o Céu e a Terra. (...) O médium em desenvolvimento
se manifesta pela projeção luminosa e nunca pela projeção de espíritos sofredores, isto é,
nunca pelas trevas. Somente os luminosos Iniciados podem, com seus instrumentos, fazer
uma projeção em fonia e manifestar-se em um aparelho. É algo tão puro que eu tenho
ordens de Jesus para dizer: Está incorporado!” (Tia Neiva, 13.9.84)

Dúvida dos mestres aparas


Salve Deus! A incorporação consciente, característica dos Iniciados na Corrente Indiana do
Espaço, é sempre um tema delicado a ser tratado pelos instrutores.

Vejamos o quê acontece, passo a passo com um Apará:

Ao iniciar seu desenvolvimento mediúnico ansiedade natural toma conta do médium. Não
sabe o quê esperar! Inicialmente acredita que a Entidade vai “tomar conta do aparelho”
gerando um estado de inconsciência total. Vai “apagar”, como se estivesse dormindo, e
despertar sem lembrar de nada.

Na verdade isso não acontece! Ao iniciar o desenvolvimento passa a sentir um leve torpor,
mas que não desvanece sua consciência. Uma Entidade de Luz respeita completamente a

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individualidade do médium. Não vai “incorporar” 100%. Na verdade vai posicionar-se, e
projetar no médium suas energias e intuições, inspirando os movimentos e palavras. Ou
seja: Não vai agarrar o braço do médium e fazer com que ele se movimente. O médium
sente a “vontade” natural de movimentar os braços no sentido de limpar sua aura, mas se
não der o primeiro passo, se não mover-se manifestando sua concordância, simplesmente
isso não vai acontecer.

Ao dar o primeiro movimento, os outros a seguir vão surgindo de forma naturalmente


inspirados. A consciência continua ativa!

O mesmo se dá com as primeiras palavras. “Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo”. A
frase não sai da cabeça, é repetida pelo instrutor, a vontade de repeti-la é grande, mas se
não houver o primeiro passo, se não falar pela primeira vez, a Entidade não vai dominar
suas cordas vocais e pronunciar as palavras! Quem fala é o Apará! Ele é a manifestação do
fenômeno e não o fenômeno. Após as primeiras palavras a intuição se apura, e sente como
se uma voz fosse “soprando” em seu ouvido as palavras a serem ditas. A voz sai
normalmente um pouco alterada, resultado do torpor físico que se submete durante a
mediunização, mas a consciência está desperta.

Vejam: Durante a incorporação um Apará tem total consciência do que está se passando.
Pode ouvir, e quem transmite a mensagem é ele. A mensagem vem inspirada e quase
nunca sabem quais são as próximas palavras que serão pronunciadas, mas
amedrontando-se e não iniciando a mensagem, simplesmente não irá falar nada. Tem o
total controle e domínio do fenômeno.

“Mestre, eu não lembro nada que passou nos Tronos!” Salve Deus! Após a incorporação, as
lembranças vão se desvanecendo. Vão se apagando e normalmente só fica registrado o
quê efetivamente pode ser útil ao médium, como uma mensagem especial e particular para
ele mesmo. Repito, depois da incorporação a lembrança da comunicação vai se apagando,
mas durante a comunicação a consciência é clara! Ele ouve tudo que está a sua volta!

Voltando aos movimentos... O comportamento do corpo do Apará também está sob seu
controle total! A maneira como se comporta, como manipula as energias, é inspirada e
jamais “tomada” a força.

Quando incorpora um “irmãozinho” o Apará sofre uma forte influência sobre seus
sentimentos e desejos. Tem vontade de bater na mesa, gritar, emitir sons, movimentar-se,
tomar posturas arrogantes, tentar fitar o Doutrinador. Porém nada disso é possível sem a
permissão do Apará! Quem permite os movimentos, sons, etc. é sempre o Apará.

Um médium bem formado comporta-se com elegância em qualquer situação. Respeita a


Entidade de Luz e o sofredor, que necessita de amor, acolhimento e Doutrina naquela hora,
e não de mesclar-se nas emoções de um médium desequilibrado, que dá vazão as suas
vontades de manifestar-se de forma fora do correto.

Movimentações e sons inapropriados ao nosso trabalho são na verdade desequilíbrios do

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médium ou erros em sua formação, onde o instrutor não soube conduzir devidamente as
manifestações que se apresentavam.

Médiuns que batem na mesa, que permitem comunicações de sofredores, que voltam-se
para o Doutrinador, que respiram de forma ameaçadora... São médiuns que não estão em
seu equilíbrio perfeito, com falha de formação, e jamais podem ser considerados como
exemplos de conduta e de “força”.

Os médiuns mais antigos são exemplos para os mais novos. No período de instrução os
aspirantes são orientados justamente sobre como comportarem-se nos setores de trabalho.
Porém com o tempo, passam a observar médiuns mais antigos, que adquiriram certas
deformidades na incorporação, e pensando serem estas na verdade uma “manifestação de
força”, acabam seguindo os mesmos passos.

Em nossa Doutrina, a Corrente Mediúnica é fidalga, elegante. O comportamento dos


médiuns é discreto. Somente incorporam Entidades de Luz para os trabalhos, o quê
significa que irão respeitar o médium e sua integridade física. Um sofredor ao incorporar,
por menos esclarecido que seja, sentirá os efeitos benéficos da troca de energia,
tranqüilizando naturalmente seu caráter revoltoso. Ele somente se manifesta de forma
negativa, se encontra nos médiuns um desequilíbrio do qual possa se aproveitar.

Voltando as dúvidas... Esta total consciência nas incorporações leva muitos médiuns a
duvidar de seu próprio trabalho e até mesmo a buscar refazer seu teste mediúnico. Meus
irmãos e irmãs, é natural! Naquele momento em que tudo parece tão claro e consciente, ao
mesmo tempo as palavras surgem intuídas, os gestos são tranqüilos e quase automáticos.
A mensagem toca o coração!

“Mas será que não estou com uma interferência?” A interferência de um “irmãozinho” é de
total responsabilidade do Doutrinador! Ele é quem deve identificar se algo está errado. Se
houve alguma mudança de energia, se a mensagem está truncada, se está seguro de tudo
que ali se passa. Um Doutrinador tem total responsabilidade sobre um Trabalho de Tronos e
deve respeitosamente interferir em qualquer situação que considere duvidosa, seja
fundamentada ou não. Uma Entidade de Luz não vai incomodar-se com o excesso de zelo,
ao contrário, ficará feliz em saber que ali está um Doutrinador que deseja ter certeza do
Trabalho e está focado em sua realização.

A aproximação de um sofredor se caracteriza pelo distanciamento da “voz” da Entidade de


Luz. A mensagem vai ficando mais longe... É nessa hora em que deve fechar as mãos, e
entregar-se a Doutrina e Elevação. Não tem que sentir “um peso” para isso! Qualquer
distanciamento, dúvidas que surjam durante um atendimento, é sinal de que existe a
possibilidade de estar aproximando-se um irmãozinho, e é hora de dar passagem a ele.

“E quando o Apará interfere na comunicação?” Este sim é o caso mais grave de


interferência que pode acontecer! E tem responsabilidade real, e um altíssimo custo para o
Apará. Devido a consciência do Apará no momento da comunicação, este pode se sentir
tentado a realizar alguma interferência. Passando alguma mensagem pessoal ou particular

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para alguém de seu círculo íntimo. Este é o maior risco que um Apará corre ao atender nos
Tronos principalmente a familiares, amigos e outros médiuns de sua convivência. Ao
direcionar mensagens de acordo com sua vontade, a Entidade de Luz se afasta, e ele
assume o risco sozinho pela sua desdita. O Doutrinador pode até identificar a situação e
deve interferir se assim sentir a intuição e necessidade. Porém, a interferência do próprio
Apará nas comunicações gera uma dívida exclusiva para ele mesmo. Consciência e
responsabilidade. Cada um no seu papel!

Prepara-se, mediuniza-se, e desta forma, nenhum Apará precisa sentir receios de ir


trabalhar nos Tronos. Lá, ele entregando-se ao Trabalho, entrega a responsabilidade ao
Doutrinador. Confia nele! Na comunicação, nos gestos, apenas deixa fluir... Dá o primeiro
passo e o restante vem por acréscimo!

A sincronia e precisão de nossos Trabalhos praticamente garante sua realização com


perfeição. Temos toda uma ritualística energética antes de chegar aos Tronos. Nossa parte
é cumpri-la com precisão e estarmos verdadeiramente bem para este trabalho.

Quando o espírito “não sobe” – o Apará


segura?
Salve Deus!

Creio que quase todo Doutrinador já passou pela triste experiência de terminar uma
elevação e o “espírito não subir”.

Quando Doutrinador, ou Doutrinadora, já é Centurião, a experiência já não é tão traumática,


mas quando é um médium de branquinho ainda... Salve Deus! Passam todo tipo de
conclusões em sua cabeça. Então vamos abordar o tema com mais clareza, nas visões, do
Apará e do Doutrinador, e nos dois trabalhos principais, Mesa e Tronos.

NA MESA EVANGÉLICA:

Em suas instruções de Desenvolvimento o médium Apará é orientado para que, ao ouvir


uma Chave de Elevação, libere a incorporação. Porém, na Mesa Evangélica, podem se
apresentar situações que impulsionam o Apará a manter esta mesma incorporação: o
espírito necessita de mais fluído para fazer sua passagem, ou necessita de um fluído
diferente.

Nestes casos, o Doutrinador, percebendo que a incorporação não foi liberada, deverá seguir
com sua circulação pela Mesa, pois em seguida outro Doutrinador irá assumir sua posição

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atrás do Apará para complementar o necessário trabalho. Nada demais e é perfeitamente
normal.

O que não está certo é quando o Apará “segura” a incorporação no encerramento do


trabalho! Quando o Comandante toca o sininho, é o alerta para sintonizar com o
encerramento do trabalho, liberando a incorporação assim que ouvir a chave de Elevação.
Algumas vezes, sentindo ainda irradiação, uma última passagem é permitida, mas o dever é
entrar em sintonia com o encerramento daquele trabalho. Neste caso, se a incorporação
não é liberada e a Mesa fica sendo “segurada”, não é “por falta de força do Doutrinador”,
mas sim por falta de esclarecimento do Apará, ou porque permitiu seus sentimentos se
misturarem aos sentimentos do sofredor, dando mais força a ele.

Neste caso não sintonizou com o encerramento e vai ficar recebendo vibração de todos os
demais. Ninguém fala disso, mas não lembram do Doutrinador que “não conseguiu elevar”,
mas sim do Apará que segurou a Mesa. Como ninguém quer ficar “pagando mico”, acabam
se afastando daquele médium, visando evitar terminar a mesa justo com ele...

NOS TRONOS:

Nos tronos não tem meio termo! Ouviu a chave de Elevação, tem que liberar a
incorporação. Salve Deus! Existe uma ionização ligando a aura do Doutrinador responsável
e não se pode trazer outro médium para fazer mais doutrina...

Libera a incorporação, e, sentindo ainda irradiação, permite uma nova incorporação, para
que o Doutrinador possa fazer nova Puxada, Doutrina e Elevação.

Não existe isso de três Elevações nos Tronos! Salve Deus! A Elevação é uma só! Esta
prática de fazer três Elevações “vai virando moda” e hoje vemos médiuns que seguram a
incorporação para ouvir outros dois “Obatalás”. O que poderia significar isso??? Que o
Doutrinador não teve força? Ou que o Apará não tem equilíbrio para liberar a incorporação
no momento preciso? Salve Deus!

Casos extremos, de acrisolamento do sofredor na aura interligada de Doutrinador e Apará


são raríssimos! E aí não são três “Obatalá” que vão resolver.

Kazagrande

Nem sempre é culpa do Apará!


Ao vermos um Apará gritando, esmurrando os Tronos, dando risadas, permitindo
comunicações de sofredores ou mesmo realizando gestos intimidadores durante uma
incorporação de um irmãozinho (virando-se para o Doutrinador, gesticulando
ameaçadoramente), normalmente já consideramos que o médium está desequilibrado!

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Já escrevi anteriormente que estas manifestações não são, em absoluto, qualquer sinal de
“força”, muito pelo contrário, são falta de conduta de um médium mal preparado e
consciente durante a incorporação.

Porém nem tudo é culpa do Apará!

Além da formação do médium estar a cargo de um Instrutor Doutrinador, que tem por
obrigação ensinar os conceitos, que Tia sempre insistia, de que nossa Doutrina é fidalga e
prima pela elegância, existe toda uma ritualística a ser cumprida para evitar interferências e
estes tristes desequilíbrios.

Ao adentrarmos no Templo nossa tônica deve ser outra, pois entramos em contato com
nossa Individualidade, desde o momento do primeiro passo, ao abrirmos nosso plexo (“Meu
Senhor e meu Deus”), temos que voltar nossa mente para a realização com a qual vamos
nos comprometer.

Fazemos nossas reverências, uma Prece ao Pai, seguimos para a Preparação, cumprimos
este passo e chegamos a Mesa Evangélica! Trabalhar na Mesa Evangélica não é “só
quando eu quero”. Faz parte de uma seqüência para estar em condições de ir aos Tronos.
Ali entregamos os irmãozinhos que nos acompanharam, ou nos foram confiados pela Luz
que refletimos de nosso Plexo Iniciático.

Ao sair da Mesa, antes de ir aos Tronos, tem o Castelo do Silêncio! A passagem por ali não
é uma formalidade, faz parte de uma seqüência de preparação dos médiuns, visando anular
interferências e evitar desequilíbrios.
O Doutrinador, com a mente ágil, sente-se pronto imediatamente para o Trabalho e
normalmente acaba apressando o Apará. Salve Deus! O Apará precisa de muita sintonia,
ele vai ser receptáculo de um Ser de Luz, trazendo mensagens que podem mudar o destino
de uma pessoa. Vamos tratar com vidas humanas, entrar em suas vidas!

Não posso crer que nada em nossa Doutrina tenha sido trazido dos Planos Espirituais sem
um verdadeiro motivo.

Assim, ao entrarmos no Castelo do Silêncio, temos um tempo para nos interiorizamos. O


Apará orando, pedindo conscientemente pelo segurança que precisa nesta realização; o
Doutrinador tranqüilizando seu espírito e encontrando-se com a paz necessária neste
momento.

O Doutrinador que vai para os Tronos, para ele mesmo consultar com o Preto Velho, está
do lado errado! O quê está fazendo de uniforme? Vai consultar? É PACIENTE!!!

Meus irmãos e irmãs... Ainda têm mais! Chegando aos Tronos o Apará precisa de um
tempo. Vai sentar-se, fazer sua prece, isolar-se do mundo e entregar-se a missão. Somente
quando estiver seguro é que vai dar o sinal para receber a ionização.

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Salve Deus! É muito difícil que depois de todo este preparo (eu nem citei os cruzamentos
realizados na entrada do setor de Tronos), de toda esta tranqüilidade, conduzida com
elegância pelo Doutrinador, é muito difícil que ainda assim possam acontecer os
desequilíbrios nos Tronos.

Agora... Quando apressamos o Apará, quebramos sua sintonia, não respeitamos as


instruções básicas recebidas lá no Desenvolvimento, por arrogância ou orgulho, achando
que a quantidade de medalhas no colete “nos garante” para ir direto para os Tronos... Salve
Deus!

A culpa nem sempre é do Apará!

Kazagrande

Incorporando várias Entidades


Durante o Desenvolvimento mediúnico o Apará deve ser orientado a concentrar-se em seu
Mentor, de maneira que vá aprendendo bem a identificar as energias dos diferentes
Mentores.

O Preto Velho, ou Preta Velha será o Mentor “de frente”. O Mentor com o qual é emplacado
e que irá acompanha-lo até o Castelo de Iniciação. Será, para sempre, a Entidade que o
acompanhará em todos os passos de sua Jornada Missionária.

Porém, o Apará é um aparelho perfeito! Sente claramente a energia de outros Mentores


quando está incorporado. Percebe, por exemplo, em um atendimento de Tronos, a presença
do Mentor do paciente, a aproximação do Mentor de Cura, ou do Caboclo... Caso não esteja
concentrado em sua Entidade, irá inevitavelmente incorporar outras.

Mas... Está errado incorporar outras Entidades que não sejam Mentores diretos do Apará?

Não! Em absoluto! Depois de concluído o Desenvolvimento, Emplacamento e Elevação de


Espadas, o médium está completo! Poderá trabalhar sem qualquer problema com outras
Entidades. Inclusive com certas particularidades, exemplos:

O paciente aproxima-se e claramente a energia muda do Mentor muda, pode ser que uma
determinada Entidade tenha a necessidade de realizar aquele trabalho para este paciente
específico;

O Apará pode passar por uma faixa kármica que será manipulada com a incorporação de
outro Preto Velho;

O Mentor assume determinada missão espiritual e outro fica responsável durante certo
período, voltado após cumprir aquela missão.

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Estes são apenas alguns exemplos clássicos, mas existem inúmeras situações espirituais,
que não temos a faculdade de ver ou interpretar, que podem gerar uma troca de
incorporações.

O Apará ao incorporar coloca-se a disposição da espiritualidade e, portanto sempre estará


recebendo a projeção de todos seus Mentores. Em qualquer trabalho, todos os Mentores do
Apará estão a sua disposição. No Desenvolvimento o Médium de incorporação deve ser
orientado a concentrar-se na Entidade que trabalha no setor correspondente, justamente
para evitar Preto Velho batendo no peito e Caboclo estralando os dedos. Obviamente
estarão os dois presentes, mas a manipulação depende da concentração do aparelho
consciente da incorporação.

É natural que em alguns casos o Apará sinta a projeção, por exemplo, do Médico nos
Tronos, por uma necessidade do paciente e pela constatação de que aquele paciente não
poderá ir até a Cura depois. Isso não quer dizer que vá incorporar o Médico nos Tronos. Ele
está presente e emana sua energia curadora junto ao Preto Velho. Uma projeção de Preto
Velho durante a incorporação do Caboclo, também pode ocorrer, porém, não existe a
necessidade de “misturar” as incorporações por conta desta projeção. A presença das
Entidades é patente, porém sua manifestação depende do nível de concentração do
Aparelho na Entidade que efetivamente está incorporada.

Desta forma, voltamos a necessidade da orientação no Desenvolvimento, onde o Instrutor é


responsável por corrigir as incorporações antes da liberação do emplacamento.

Ao médium Centurião que começa a manifestar estes sintomas, somente podemos abordar
como um tema geral de reunião, pois jamais se chama a atenção de um Centurião: ele já é
responsável por todos seus trabalhos mediúnicos.

Kazagrande

Alertas dos Mentores

Não é fácil aceitar quando recebemos uma comunicação com a qual não concordamos.
Infelizmente, na maioria das vezes, procuramos culpar o Apará, julgamos que “houve
interferência”, ou mesmo caímos no triste julgamento de dizer que “está desequilibrado”.

Muitas vezes queremos ser alertados sobre problemas que possamos vir a enfrentar,
porém, quando chegam estas mensagens inesperadas, questionamos, e até nos irritamos,
pois sempre estamos acreditando que “estamos fazendo tudo direitinho”, “não há porque
termos mais problemas agora”.

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Meus irmãos e irmãs, justamente quando estamos “bem” é que temos condições de
enfrentar nossos reajustes kármicos, por isso é que as coisas desandam e aparecem
problemas no momento em que parece que estamos fazendo tudo direito. Ao estarmos com
o padrão elevado temos melhores condições de suportar o peso de nossas ações
passadas. É preciso ter equilíbrio, manter este padrão e absorver a mensagem como
aquele alerta que sempre pedimos antes de qualquer prova inesperada.

Também podem aparecer estas mensagens em momentos em que tudo já estava mal... “e
ainda vem mais esta mensagem???” Muitos até se revoltam, quando na verdade recebem a
feliz oportunidade de refletir sobre suas ações e procurar o quê ainda não foi aprendido da
lição que estão enfrentando. A encarnação na Terra é um aprendizado, e os ensinamentos
adquiridos devem ser colocados em prática para que possam fazer efetivamente parte de
sua personalidade, que um dia se agregará ao seu espírito, fazendo parte de sua jornada
transcendental.

Questionamentos? Só se forem a nível interior! Questionar o quê ainda falta melhorar em


nossas personalidades; quais falhas de caráter ainda precisam ser corrigidas. Sim! Somos
imperfeitos e sempre temos o quê aprender. Assumir que existem falhas e fugir da
“síndrome do justificador”, é um passo primordial. Já temos conhecimento da vida espiritual
suficiente para abandonarmos as revoltas e buscar os porquês que geram tristezas em
nossas vidas.

O Apará em sintonia é um instrumento perfeito! E a perfeição do trabalho, que resulta em


uma mensagem, está atrelada a atenção do Doutrinador. O Doutrinador é o fiel da balança,
deve sentir e estar seguro do trabalho, da presença da Entidade, da precisão das
comunicações, ou então encerrar o trabalho! Um Doutrinador em dúvida desequilibra
qualquer trabalho, põe a perder a oportunidade e arrisca endividar-se.

Defendo os Aparás porque a responsabilidade nos Tronos é do Doutrinador! Ele tem que ter
o preparo para avaliar o trabalho e optar por seguir em frente ou encerrar.

- Mas se o Apará mistificar, a responsabilidade ainda é do Doutrinador? Sim, mas o Apará


irá pagar sua cota kármica de qualquer comunicação em que interferir.

Muitas vezes o Apará incorporado vislumbra todo o quadro kármico da pessoa, pois a
Entidade abre esta visão de maneira que ele se sinta seguro em comunicações difíceis.
Mas não é porque “viu” todo o quadro, que este pode ser revelado! Tia Neiva deixava muito
claro isso! Dizia que preferia sair desacreditada de uma comunicação, a deixar a pessoa
sem esperança ou desacreditando de si mesma. “Matar ilusões é um crime”.

O Apará indubitavelmente controla as comunicações e não pode sair falando tudo o quê vê,
somente o quê a Entidade intuir.

Um Doutrinador não pode trabalhar em dúvida e JAMAIS deverá sair comentando as


mensagens que recebeu, ou ouviu, nos Tronos, em detrimento do Apará ou para tentar
confirmar suas dúvidas.

49
Uma mensagem somente pode ser comentada quando serve de exemplo para todos e sem
qualquer possibilidade de identificar aos envolvidos, como Tia Neiva fazia!

Kazagrande

Quem é o seu Mentor?

Seu Mentor é o espírito designado a lhe acompanhar nesta jornada física.

É um Espírito de Luz, não possui mais real necessidade de encarnar neste plano, salvo se
para cumprir uma determinada missão. Já superou nossos conceitos de “bem e mal” e
agora cumpre a missão de acompanhá-lo durante toda sua encarnação.

Sendo um Espírito de Luz, seu Mentor usará a roupagem de acordo com a sua crença, para
que possa “fazer contato”. Por exemplo, quando um irmão católico desencarna,
normalmente ele encontra com seu Mentor em uma roupagem sacerdotal.

Em nossa Doutrina, quem conduz um Apará ao Castelo de Iniciação é sempre um Preto


Velho (ou Preta Velha). Assim, seu Mentor estará usando esta roupagem, e nenhuma outra!
Por isso que somente se pode emplacar um Apará com o nome de um Preto Velho na
plaquinha. Exceções? Somente aquelas que foram deixadas por Tia Neiva, que podia ver
claramente a roupagem do Mentor, sem a necessidade que este trocasse de roupagem por
ocasião do emplacamento! Hoje não temos mais exceções. Repito: Quem conduz um Apará
ao Castelo de Iniciação é um Preto Velho (Preta Velha)!

Nossa relação com os Mentores vai se estreitando de acordo com nossa prática e sintonia.

Quando deixamos a Doutrina, nosso Mentor não nos abandona! Ele tem esta missão e não
irá deixar de cumpri-la por você realizar uma opção que pertence exclusivamente ao seu
livre arbítrio. Ele mudará de roupagem, se necessário for, para poder continuar lhe
acompanhando e tentando inspirá-lo a cumprir o quê programou ao reencarnar.

Quando chegamos, provenientes de outras Correntes espiritualistas, é bem provável que


nosso Mentor já tenha se manifestado por lá (se forem ambientes que permitam a
manifestação da Luz), e trocará de roupagem da mesma forma, para que possa continuar
ao seu lado, dentro de sua jornada em nossa Doutrina.

Não existem Mentores “das Sombras”, existem sim cobranças, reajustes e até mesmo
afinidades com espíritos “inluz”, provocadas pela nossa falta de esclarecimento e padrão
vibratório compatível.

50
Muitos perguntam se pode “trocar de Mentor” no transcorrer da vida mediúnica... Salve
Deus! O Mentor que o conduziu ao Castelo de Iniciação lhe acompanhará por toda a
jornada! Porém, nada impede, que durante sua missão, se apresentem diversos outros
Guias Espirituais, compatíveis com a missão que você desempenha e designados para
auxiliá-lo nos seus compromissos transcendentais. É perfeitamente natural que um Apará
incorpore outros “Pretos Velhos” em determinadas faixas da missão, mas repito, seu Mentor
nunca lhe abandonará. Poderá afastar-se, por você não colocar-se em condições de
receber suas vibrações e energia (no Plano Espiritual predomina o “Amor e Razão”), mas
lhe atenderá assim que você emitir com sinceridade a necessidade de sua presença.

Sofrerá ao ver que você desvia-se de seu caminho, procurando formas de escapar de suas
metas cármicas, mas jamais irá interferir em seu livre arbítrio.
Em outro texto tratarei particularmente da condição do Mentor dos Doutrinadores.

Carta Resposta - Ninfa Lua

Minha Estimada Irmã, Salve Deus! É exatamente assim que a grande maioria dos médiuns
desperta: pela dor! Poucos, mas muito poucos mesmo, assumem sua missão apenas pelo
amor, natural e espontaneamente, apenas pela vontade de fazer o bem.

O médium não é “um privilegiado”, ser especial ou iluminado. Somos atualmente


missionários kármicos (com raríssimas exceções). Assumimos, ainda no planejamento
desta encarnação, o compromisso de ter uma mediunidade a ser colocada em favor da
humanidade, como uma forma de sanar, com mais brevidade, os nossos inúmeros débitos
de vidas passadas.

Desta forma, o médium quase sempre chega a uma corrente mediúnica em desequilíbrio,
cheio de dúvidas, mas com uma “certeza interior” de que ali é o seu lugar.

Um dos maiores instrumentos de nossa evolução são nossos filhos. Seres que recebemos
já amando pelos laços que nos unem no sangue da vida e que se identificássemos, não
teríamos a coragem de pedir perdão. Chegam pequenos e doces e os amamos
incondicionalmente.

Até os sete anos de idade, nas situações normais, uma criança não sofre com o próprio
karma, está sujeita ao karma dos pais. Bebês que nascem com problemas, ou
desencarnam muito cedo, ou mesmo com a agitação que você descreveu, têm uma
profunda ligação, de outras vidas, com os pais, pois serão estes que sofrerão muito mais
com as dores, do que a própria criança.

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A primeira missão do médium, que recém descobriu sua mediunidade e ingressou em uma
corrente, é justamente com a família. É buscar a harmonia e o equilíbrio do lar. Ser médium
hoje, para você, representa a possibilidade de trabalhar espiritualmente, dedicando-se a
este espírito que aceitou receber como filho. É ter a paciência e tolerância de levá-lo,
sempre que possível, para passar nos Trabalhos e principalmente no Pajé. Gostaria de
descrever inúmeros casos, até mesmo de deficiências, que vi serem totalmente resolvidos
dentro do Pajé, mas prefiro lembrar que, pelo seu pequeno, tem uma missão junto aos
outros pequenos. Recebemos sempre na medida em que doamos, esta é a regra dos
trabalhadores da Luz.

Ser Apará é ouvir primeiramente com os próprios ouvidos todas as mensagens que uma
Entidade transmite. É dominar-se, buscando a Individualidade transcendental para ser um
fiel receptáculo da Luz. É cultivar a humildade pela consciência de que, mesmo com todas
as imperfeiçoes que se possa carregar na personalidade física, ainda tem a oportunidade
de ser um instrumento do céu e receber a projeção luminosa que traz a paz e a cura para
tantos irmãos. Irmãos encarnados e desencarnados. Irmãos que não conhecemos e depois
ainda não reconheceremos. A verdadeira caridade é prestada ao desconhecido, a aquele
que nada poderá nos dar em retribuição, somente assim a retribuição virá do Céu.

A consciência é uma característica de nossa Doutrina, é o quê caracteriza o médium


Iniciado. Você não vai perder a consciência. Sensações de arrepios, gente chegando ou
saindo, só aparecem de acordo com nossa capacidade de entrega, porém, para que tenha
certeza, basta terminar um dia de trabalho espiritual e no dia seguinte tentar lembrar de
quantos pacientes atendeu e quais foram as mensagens de cada um... não vai conseguir!
As mensagens se desvanecem como um sonho. Como se você estivesse dormindo e
despertasse somente com as lembranças que foram muito marcantes e que podem servir
para sua vida também.

Assim funciona a incorporação em nossa Corrente. Na hora você tem total consciência,
sabe o que passa, escuta com clareza e sente as palavras chegando a sua mente de uma
maneira natural. Você não precisa pensar para responder uma pergunta do paciente. Mas
depois... Tudo vai se apagando e só resta o quê o que seja produtivo para você. Tudo que
provem da Luz é útil!!!

Um Apará somente vai se “endividar” quando sai de sua conduta. Quando utiliza-se
conscientemente da incorporação para manipular pessoas ou obter benefícios. Quando algo
“errado” passa de maneira inconsciente, sem que o Apará se dê conta, a responsabilidade é
total do Doutrinador! É ele o médium preparado para identificar qualquer interferência. É
dele a responsabilidade! Somente a mistificação consciente é de total responsabilidade do
Apará, enganando porque quer ou deseja algo, destruindo sua missão e semeando o caos
para sua própria vida.

Posso apenas dizer que esta sua preocupação de “não estar fazendo nada errado”
praticamente exime sua consciência de qualquer problema. Cumpra sua missão junto ao
Pequeno Pajé e ao seu filhinho. Ali poderá, na medida de sua real dedicação, obter o
necessário equilíbrio e segurança para tudo que ainda irá se apresentar em sua jornada! Os

52
melhores médiuns são justamente aqueles que buscam o esclarecimento e possuem esta
responsabilidade que você demonstrou.

Kazagrande

A JUSTA MEDIDA DO APARÁ


Texto do Mestre Lua Anderson Augusto

Mesmo não sendo contemporâneo de Koatay 108 sei que ela evitava ao máximo a
padronização de um conceito para o(a) Mestre/Ninfa Apará, mas a própria como médium de
incorporação foi o exemplo de equilíbrio, mesmo com o neutrom se diluindo por várias
vezes diante de seu olhar. O homem comum dificilmente conseguiria manter o equilíbrio ao
ver desencarnados que perderam seus corpos físicos em situações trágicas, perispíritos
deformados ou mesmo o magnético animal em sua forma comum. Por isto o Neutrom é
uma verdadeira proteção dada por Deus; muitos de nós já enfrentamos uma grande
dificuldade na simetria de encargos energéticos comuns, imaginemos uma alimentação dos
pensamentos através de imagens fantásticas ou inesperadas advindas do plano etérico,
Salve Deus! O Sol interior chegaria a um ponto desarmônico emanando uma força
centrípeta em desequilíbrio.

Um Apará equilibrado é uma dádiva divina, pois a verdadeira força do Apará está
justamente no seu equilíbrio. A reflexão das energias extracósmicas precisam de um
espelho limpo ou não se fará eficaz em seu conjunto. O importante é sabermos que não
somos as entidades de que damos vozes, então a soberba é só mais um peso no lado
enferrujado da balança; do mesmo modo não somos os irmãos em sofrimento do outro
plano, dar vazão aos seus desejos de vociferar, de gritar ou esmurrar é mais um peso sem
aferição espiritual. Esta é uma doutrina elegante, de espíritos apadrinhados pelo Mestre
Jesus, ninguém é tão grande que não possa amar o exemplo de sua simplicidade espiritual.

A semiconsciência foi um presente, pedido ao Simiromba de Deus, por Koatay 108; alguns
ainda confundem o esquecimento das palavras dos mentores com inconsciência. O controle
pelo médium de suas faculdades físicas é mostra da sua capacidade e atestado de
confiança do plano espiritual. O médium de incorporação nesta doutrina acreditar-se
inconsciente é como praticar um desrespeito a quem tanto sofreu para deixá-la pronta e
acabada. Se quiserem saber como seria um médium incorporado inconscientemente vejam
um irmão epiléptico em uma de suas crises, Salve Deus! Um cobrador ou um exu se
incorporasse em um médium que se diz inconsciente, este seria como uma marionete, que
certamente não conseguiria manter sua integridade física. Algumas doutrinas podem
possuir médiuns inconscientes, mas para suas incorporações necessitam de muita
preparação ritualística e um complexo emaranhado de “contratos espirituais”. Não somos
melhores que ninguém, mas a diferença nos faz os pioneiros das mudanças de ciclos
terrenos.

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Deste feito, podemos ter uma idéia do porque a palavra equilíbrio é tão importante para nós.
Se estivermos alinhados em maior parte com as forças negativas do plano terrestre, portas
largas de interferência serão abertas, a personalidade desejará assumir o controle,
intencionalidades diversas se cruzarão, hedonismo e loucura! Se pareçamos carroças ou
cavalos, isto não importa, o que conta é que não somos nada disto e temos condições de
transportar qualquer tipo de energia para que seja trabalhada sem nos imiscuirmos nelas,
pois nenhum poder é demasiado ao poder dinâmico de nossos espíritos.

Também não posso generalizar todas as atitudes de nossos irmãos de incorporação,


eventualmente forças nos pegam de surpresa, e no universo real 2 mais 2 nem sempre é 4.
Mas peço a Deus que eu não caia no ridículo de “interpretar” uma entidade de hierarquia do
mundo negro, quando na verdade tenha em mãos um simples sofredor, muitas vezes sem
forças ao menos para falar; e isto se tornaria mais ridículo ainda quanto mais idade possa
eu ter, além da falta de respeito com este ser que veio em busca de ajuda. Mais uma vez
eis a importância do controle da incorporação, que nos foi dado por merecimento, e que
possamos honrar esta característica e assim até tirar a voz daqueles que querem vir trazer
seu ódio em palavrões e risadas diabólicas, pois no mundo da vida e da morte temos a
força Crística da misericórdia e a proteção intensificada pelas nossas “armas” ou uniformes.

Por fim, nada está errado, nem o desequilíbrio do outro; o trabalho é pessoal e individual,
todos estão no caminho da evolução, até o entendimento e a compreensão são dados por
merecimento; não saberíamos avaliar onde termina o nosso equilíbrio e começa o do outro,
pois aí voltaríamos a falhar, querendo que estes nossos personagens fossem Deuses;
podemos sim, nos avaliar, nos renunciar, e entregar nossas vozes e intenções aos nossos
mentores que trabalham no amor incondicional. Quem sabe nosso amor não chegue
próximo à incondicionalidade, ou ainda estaremos presos a recepção de bônus por
trabalhos realizados ou busca de evolução? O fruto de uma arvore é a proteção que a
mesma cria para que sua descendência seja eternizada através de uma semente. Que
possamos jogar nossas sementes cobertas pela coerência de uma doutrina de humildade e
tolerância.

O grande sonho da Mãe Clarividente era ter filhos esclarecidos e no caminho do bem; os
rabugentos que procuram morder o próprio rabo terão outra oportunidade em outro mundo,
talvez com um pouco mais de dificuldade, pois foram carregados no colo tanta vezes, que
tiveram a chance de aprender algo; até os que se acreditam Reis poderão exercer seu
reinado aos seus semelhantes de padrão vibratório e menor envergadura intelectual, mas
sofrerão as mesmas penas de seus súditos, em dependerem de algo externo a eles
mesmos para encontrarem a paz interior.

O Divino e Amado Mestre Jesus não nos falta, e nos envia o seu cordel do poder absoluto!
Jaguar, tu que viestes em passos firmes provar a sua capacidade de perdoar, e em tua
missão fortifica os raios do sol e da lua! Que não decepcionemos o grandioso Ministro
Olorum, que em nossas mãos deposita o amor de um Pai que não descansa! Salve Deus!

Mestre Lua Anderson Augusto

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PRIMEIROS PASSOS DO AJANÃ
Após a publicação dos últimos artigos sobre as incorporações, recebi vários e-mails,
principalmente de Ajanãs, que protegidos pelo anonimato que a internet proporciona,
puderam enfim expor suas dúvidas e revelar um pouco mais sobre a dificultosa e grandiosa
missão de incorporar uma Entidade de Luz.

Sim, meus irmãos! Como é difícil sentir-se digno de ser um receptáculo da majestade
divina! A consciência que tanto os protege na incorporação, também fomenta a dúvida e
aumenta ainda mais a já tão grande responsabilidade.

Visando trazer um pouco mais de esclarecimento para este tão extenso tema, volto a tecer
alguns comentários sobre o desenvolvimento do Apará.

É preciso todo o carinho e segurança ao tratar com estes médiuns responsáveis pela Voz
Direta. Principalmente com os Ajanãs, que por sua condição masculina e predisposição
natural a liderança, sentem-se inicialmente confusos com sua tão distinta participação em
nossa Doutrina.

O Doutrinador tem a função de comando, de dirigir e expandir seu espírito científico, mas o
Ajanã foi poupado da responsabilidade dos comandos, para carregar em suas costas
unicamente a missão que lhe é confiada, não necessitando se imiscuir em outros
problemas. Deve ter a tranquilidade de não precisar preocupar-se com todo o restante, vai
ao templo apenas para transmitir as mensagens do céu e ser o portador do equilíbrio, vindo
da espiritualidade Maior. Por isso o grande risco de desarmonizar um Ajanã, que Tia tanto
recomendava.

Suas dúvidas, quase todas decorrentes de sua responsabilidade e consciência, por vezes
atrasam seu desenvolvimento, e mesmo depois de emplacados ainda sentem certo receio
de ir aos Tronos. Não por não confiarem em suas Entidades, mas sim por muitas vezes não
se considerarem dignos, ou capazes de tão grandiosa missão.

Para que um Ajanã seja formado e desenvolva verdadeiramente todo o seu potencial, é
preciso muito carinho, compreensão e segurança dos Instrutores. Explicar claramente que o
primeiro passo é sempre dele, que a Entidade o respeita profundamente e jamais irá tomar
uma posição agressiva, fazendo com que ele incorpore! Só vai incorporar se quiser, se
sentir seguro. Os movimentos, as primeiras saudações e palavras, são claramente
inspiradas e saem pela vontade do Apará.

Incentivar o médium a soltar a voz é fundamental! Nem que seja para repetir durante toda a
incorporação no desenvolvimento apenas “Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo”. A
energia do aparelho deve ser liberada para que possa ser manipulada.

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Muitos médiuns de incorporação, ainda em desenvolvimento, se calam por ouvir somente
em sua cabeça a mesma frase. Mas isso é parte do desenvolvimento! A Entidade o inspira
a repetir constantemente a mesma frase ou saudação para que emita a energia que está
acumulada e precisa ser manipulada. É isso! Sim, é necessário que o aparelho fale! Jamais
um Instrutor pode questionar porque a Entidade só diz a mesma coisa, isso faz parte do
processo. A energia emitida é trabalhada pela Entidade em favor do próprio aspirante.

Dizer o nome da Entidade, no início, por vezes também é fator de preocupação


desnecessária. Normalmente o primeiro nome que vem na cabeça é o nome projetado pela
Entidade. Lembremos que a entidade se apresenta em uma roupagem, e o nome pertence
a esta roupagem que ela está usando. Muitos espíritos que se apresentam como Pretos
Velhos, nunca tiveram uma encarnação como escravos. São mentores de luz que “vestem”
esta roupagem, característica de nossa Corrente, para se apresentarem em conformidade
com nossa leis. Portanto não há nenhum dano se você disser o “nome errado”. Seu mentor
já superou há muito tempo a fase da “mágoa”. Ele estará a sua disposição, e se necessário,
outro nome virá mais tarde, às vezes somente na hora do emplacamento é que vem um
nome diferente, e por vezes com o mesmo tônus energético.

As primeiras mensagens são realmente difíceis! Parecem vagas, um tanto superficiais, e


muitas vezes acabam novamente gerando dúvidas no Apará. A missão do Instrutor é
esclarecer que isso também faz parte do processo natural de desenvolvimento. Seria
maravilhoso poder incorporar e já sair dando aquelas maravilhosas mensagens que lemos
nas cartas de Tia Neiva, ou ouvimos em gravações. Mas tudo isso é um processo de
confiança e entrega. A Entidade, além de usar sua energia para realização do trabalho,
também tem eu adaptar-se a sua mente, aos seus conhecimentos, para inspirar as
mensagens de acordo com sua possibilidade inicial. Caso chegasse aos seus ouvidos uma
mensagem com palavras eruditas e desconhecidas para você, será que teria coragem de
falar o que você não conhece? Não questionaria se aquilo não é interferência? Pois bem,
sabendo disso, as Entidades usam palavras provenientes de sua mente. Isso inicialmente,
pois com o tempo, com a sua segurança e confiança, passará a receber mensagens cada
vez mais elaboradas e que só serão compreendidas pelo próprio paciente e pelo
Doutrinador.

Resumindo... Solte a voz, libere-se dos preconceitos, medos e orgulhos! Quando estiver
desenvolvendo não tenha medo de nada, erre se necessário for, mas não deixe de seguir a
intuição. Caso fale alguma saudação que não seja condizente, ou dê o nome de uma
entidade que soe estranho demais para nossa Corrente, receberá a orientação para que na
próxima vez também atente para este pequeno detalhe. Está em desenvolvimento e são
naturais as confusões até mesmo sobre a energia que está presente. Um Preto Velho
batendo no peito igual ao Caboclo... Sim, os dois, Preto Velho e Caboclo estão ali presentes
e o médium em desenvolvimento capta as duas vibrações e ainda não consegue
separá-las, então acontece.

Para maior conforto ainda... Observe o desenvolvimento de um Doutrinador: Quantas vezes


têm que repetir o passe magnético para que acertem? E quantos ainda acabam errando

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justamente na hora do emplacamento? O Apará também tem suas dificuldades e vai errar
no princípio como qualquer aspirante.
Mestre Kazagrande – Adjunto Anavo

Aninha - uma história real


Aninha era uma médium apará que aparentemente em um “descuido”, acabaram
emplacando. Esta sempre no templo! Ia tanto ao templo, que creio que nem dava tempo de
lavar o vestido, que um dia fora branquinho. Exalava um cheiro característico da falta de
banho e ainda tinha os dentes mal cuidados, que aliado ao cabelo eternamente
despenteado contribuía para seu aspecto quase asqueroso. Na mesa evangélica,
esmurrava e gritava, além de constantemente “segurar” a incorporação, fazendo muito
“mestrão” suar para concluir a elevação no fim do trabalho.

Aninha também estava todos os domingos no desenvolvimento. Freqüentava todas as


aulas, repetia as aulas de Iniciação. Todo domingo perguntava ao responsável se já podia
iniciar, recebendo não como resposta, não dava ouvidos e continuava como se nada tivesse
passado.

Quando Clodomiro assumiu a Coordenação do desenvolvimento, reparou Aninha ela já


devia estar há mais de um ano nas aulas de Iniciação.

Sabia que ela nunca ia aos tronos porque ninguém suportava o cheiro. Primeiro quis saber
quem havia emplacado-a, para tentar entender. Obviamente, nestas horas, ninguém quer
assumir...

Era um domingo, já passava da uma da manhã e ainda tinham pacientes na fila. Quase
nenhum médium disposto a ir aos Tronos. Mas a Aninha estava por ali rondando...
Clodomiro resolveu “arriscar”: Salve Deus Ninfa, Vamos para os Tronos?

Aninha nem acreditou, olhou para um lado, para o outro, procurando quem o mestrão
estava convidando, até que criou coragem e perguntou:

- Eu?

- Sim, vamos para os tronos ninfa?

Quase correndo, sem acreditar, Aninha, que só conseguia ir para os Tronos com algum
emplacadinho desavisado, pela primeira vez iria com um Arcano.

O Comandante dos Tronos arriscou tentar avisar Clodomiro:

- Mestre, o senhor conhece esta Ninfa? Ela...

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Não pode terminar, Clodomiro disse um solene: Salve Deus! Que teve o sentido de “cale-se”
bem compreendido.

O Arcano não parecia incomodado pelo cheiro. Fez o convite, e enquanto tomava seu
passe, antes de iniciar o atendimento aos pacientes, o grito:

- AAAAAAAEEEEEEEEEEEIIIIIIIIIOOOOOUUUUUUUU.

Incorporou o irmãozinho. Na hora da elevação “o irmãozinho não queria subir”. Recomeçou


tudo de novo, como deve ser, afinal não existe este negocio de fazer 2 ou 3 “obatalás”, ou
faz um só, ou faz tudo do começo: puxada, doutrina e elevação. Doutrinou sem enfado, com
amor e dedicação.

Quando retornou a Entidade ela começou a falar:

- Salve Deus meu filho, esta filha precisa iniciar. Faz tempo que ela está esperando esta
oportunidade.

- Salve Deus Vovó! Sei que esta vossa filha tem muito amor no coração e sente a
necessidade de seu espírito trabalhar em prol dos que necessitados que a procuram.
Porém, para que ela possa continuar seu progresso nesta Doutrina, precisa ainda
compreender que, na grandeza desta missão, precisa aperfeiçoar seu trato com si mesma e
com os espíritos, transmitindo assim a luz desta jornada.

- Sim meu filho – assentiu a Preta Velha -, esclareça meu filho os pontos que esta minha
filha precisa para esta compreensão.

- Querida Vovó. O cuidado pessoal é muito importante, afinal irá receber e transmitir a vossa
luz, a luz bendita que vem de nosso Senhor Jesus Cristo. Cuidar da aparência, da higiene,
do uniforme, são coisas que parecem vaidade em um primeiro momento, mas considerando
a missão, se transformam no reflexo do respeito que temos pelo trabalho. Dessa forma,
procurar estar sempre asseada, cabelos penteados, uniforme limpo, são coisas que ficam
importantes para demonstrar este respeito, a senhora não concorda?

- Está certo meu filho! É preciso que se fale isso. Continue.

- Nunca sabemos o paciente que virá ser atendido, ele normalmente é um desconhecido e
vai precisar sentir confortável para confiar. Então um “perfuminho”, os dentes escovados, as
unhas limpas, vai ajudar também. Não é assim Vovó?

- Sim meu filho! Às vezes é difícil conseguir as coisas materiais, sempre dá para dar um
jeitinho.

- Também é importante esclarecer que não se pode render aos sentimentos dos
“irmãozinhos” desencarnados que chegam. É claro que se sente vontade de gritar, de
esmurrar a mesa, de falar coisas ofensivas, pois eles chegam assim mesmo, revoltados e

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nem todos estão dispostos a aceitar a doutrina que recebem. Porém, cabe ao Apará
controlar estas forças e buscar a sintonia com a Entidade de Luz, com a senhora, por
exemplo, para poder controlar esta revolta que sentem, e passar para eles a tranqüilidade e
a luz da Doutrina. Esta conduta de manter o controle e passar a calma que eles precisam, é
fundamental.

- É meu filho, pena que muitos não enxergam isso e acabam ensinando estes mais novos
que chegam a irem por um caminho diferente, demonstrando toda a força que recebem
naquele momento. Salve Deus!

- Sim Vovó! Por isso os instrutores têm que sempre orientar que a força está no controle, e
não em misturar-se com os sentimentos do sofredor que chega. Quando o espírito vem,
recebe a Doutrina e a Elevação, o Apará tem que liberar a incorporação! Não fará bem, nem
a ele e nem ao espírito, ficar segurando, esperando que venha uma doutrina que o agrade.
Alguns vêm, e compreendem, e seguem. Outros ficarão voltando, até terem condições de
se libertar.

- Meu filho você tem uma bela missão neste trabalho de Desenvolvimento. Seu
esclarecimento é a luz que muitos filhos de Seta Branca precisam ouvir. Tenha certeza que
esta filha vai guardar na lembrança as suas palavras.

- Salve Deus, Vovó! Vamos atender os pacientes?

Então trabalharam o restante daquele fim de noite atendendo os pacientes que aguardavam
na fila. Já havia uma nítida mudança no seu comportamento.

Durante a semana a Aninha sumiu. Não foi ao Templo, alguns deram “Graças a Deus” e
outros se preocuparam, mas poucos não notaram sua falta.

No domingo lá estava ela no Desenvolvimento. Vestido limpo, cheirando um perfume


daqueles que é forte nos primeiros minutos, mas depois “passa”. O cabelo penteado com
alguma coisa que parecia gel, mas estava em ordem.

Mal entrou no Templo e foi direto ao Clodomiro perguntando se ele é que iria dar as aulas
de Iniciação.

- Salve Deus! Como estou na coordenação, hoje não vou dar aulas. E você já fez suas
aulas de Iniciação, não é?

- Sim – respondeu entristecida, pois tinha a esperança de que com ele nas aulas em fim
dessem sua autorização.

- Mas vamos fazer o seguinte, vou lhe acompanhar hoje em uma aula do último grupo,
aquela de revisão do emplacamento, você aceita?

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Resignada ela concordou. Nesta aula Clodomiro, sob os olhos curiosos de outros mestres,
acompanhou todo seu trabalho. Orientou passo a passo os pequenos detalhes, tão
necessários a conduta de um Apará. Aninha estava diferente, concentrada, com uma cara
meio contrariada, mas seguindo a risca as orientações.

Como de costume, ao final da aula, o instrutor responsável pelo grupo pediu os cartões de
presença para carimbar. Clodomiro procurou o cartão de Aninha e ela disse que não tinha
mais onde carimbar então jogou fora, pois não servia para mais nada mesmo. Ele então
pediu para que ela esperasse um pouquinho. Quando retornou trouxe um novo cartão. Ela
nem olhou, pendurou no laço de vestido e começou a se dirigir para a saída.

- Ei! Salve Deus Ninfa! Não vai nem olhar o cartão?

- Para quê? Vou ter que fazer tudo de novo, já me deram uns três cartões destes –
respondeu já com a voz alterada.

- Duas coisas preciso lhe dizer, primeira: Leia o cartão!

- Já está todo carimbado!– verificou surpresa.

- Veja mais! – Observando o cartão com mais atenção viu que estava também assinada sua
autorização para Iniciação Dharma Oxinto.

- Eu... Eu... Eu posso Iniciar?

- Sim, terça-feira. Posso ser seu padrinho?

- Obrigada Mestre! Claro que sim! Quem mais ia querer ser meu padrinho? Que quê eu
preciso fazer, como é que eu faço agora? Ai meu Deus, não sei se tenho o dinheiro do
colete...

- O quê você precisa fazer, é vir na terça-feira e fazer o Retiro completo, você pode? O resto
te explico neste dia de Retiro.

- Sim, eu venho.

Com o rosto lavado de lágrimas, foi novamente se dirigindo para a saída do Templo.

- Salve Deus, ninfa! Falta a segunda coisa!

- Salve Deus! É verdade, o que é?

- A saída correta do Templo é por aquele lado.

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Ela fez uma cara de quem ia perder a sintonia de novo, mas se rendeu ao sorriso do
Doutrinador. Então, saíram juntos do Templo e ele explicou porque deveria sair sempre por
aquele lado, e outros detalhes aos quais ela ouviu com interesse.

No Retiro do dia de Iniciação, ela estava lá as oito da manhã esperando o Templo abrir...
Andando de um lado para outro pelo pátio.

Clodomiro chegou um pouco antes das dez e lhe avisou que seu colete havia sido doado
pela Lojinha, a pedido do Mestre Raul. Ela tentou tirar algumas notas amassadas par lhe
dar, e ele repetiu que era doação e não era nem dele, era de um filho de Tia Neiva, para
que ela sentisse a responsabilidade.

Esta história ficou muito comprida, não é? Mas é uma história real! Com os nomes trocados,
e contada em forma de crônica, mas toda sua trajetória é real. Passou-se há vários anos no
Templo Mãe.

Aninha depois de iniciar mudou muito seu comportamento. Eu mesmo cheguei a trabalhar
com ela em um fim de noite, pois ela sempre ficava até o fim do trabalho. Ela elevou e
concluiu a Pré-Centúria.

Não virou uma ninfa modelo, mas procurava se cuidar. Às vezes ainda vinha com o cabelo
de “doida”, mas normalmente procurava se cuidar. Uma vez ou outra ainda dava um grito na
Mesa Evangélica, mas não segurava mais as incorporações, e até conseguia ir aos Tronos
sem dificuldade. Alguns anos depois ela sumiu. Nunca soube o quê se passou,
simplesmente desapareceu, acho que cumpriu sua missão.

Clodomiro foi duramente criticado pela sua decisão de iniciá-la, mas com o tempo,
observando a mudança de Aninha, todos passaram a dizer que a Iniciação tinha consertado
a ninfa.

Esta pequena história demonstra o tamanho de nossas responsabilidades, e do perfeito


compromisso entre Apará e Doutrinador. Ao conversar com a Vovó sobre aqueles
problemas, por fim a ninfa pode ser esclarecida, e em um momento de total sintonia
compreender seus problemas. É um pequeno exemplo de muitos que ainda espero ter a
oportunidade de contar. Ao “Clodomiro” que, com certeza, irá lembrar desta história, peço
que me autorize a contar outras de sua passagem pelo Desenvolvimento, foi um grande
instrutor para mim, naqueles primeiros anos em que me tornei instrutor.

Medium de Incorporação
1. Médium de Incorporação – 1ª Hierarquia

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1.1 O Médium de Incorporação é aquele Médium que acabou de chegar na Doutrina, está
iniciando seu desenvolvimento (Aspirante), sendo ainda aquele Aparelho que incorpora sem
nenhum domínio da própria mediunidade.

1.2 A força que ele manipula é uma Força Pagã (Não Iniciática), ou seja, ele além de ser um
Médium que fica sujeito às forças que ainda desconhece, ele não tem um controle real
sobre essas forças.

1.3 Características marcantes: Pode continuar sendo Médium de Incorporação até depois
da Iniciação, dependendo de sua estrutura mediúnica. Ainda dá murro na mesa, acredita
que está incorporando entidades de alta hierarquia (de Luz ou inluz), “passa mal”
frequentemente, etc.

2. Apará – 2ª Hierarquia
2.1 O Apará já é aquele médium que vem na Linha de NOSSA SENHORA. Ele já fez a
Iniciação e muitas das vezes também a Elevação de Espadas, pois está a caminho de
absorver em seu plexo a CORRENTE INDIANA DO ESPAÇO e as CORRENTES
BRANCAS DO ORIENTE MAIOR.

2.2 Ele está se preparando como Apará, para receber essas duas Raízes. Ele continua com
a Força de Apará, ou seja, a caminho de receber em seu Plexo as forças das Raízes do
Amanhecer (as Raízes Africanas principalmente).

2.3 Características marcantes: Já possui um controle relativo de sua mediunidade, não dá


murro nas mesas, já está se afirmando com seu Mentor (Preto Velho ou Preta Velha) e já
compreende que todo o trabalho no Vale é através de rituais cientificamente controlados e
que somente incorpora entidades das quais suporta a manipulação de energias, tudo sob a
coordenação de seu mentor. Dificilmente “passa mal”.

3. Mestre Lua – 3ª Hierarquia


3.1 O Apará faz a Centúria, e então ele passa a ser um Mestre Lua.

3.2 Como Mestre Lua, ele começa a adquirir determinados direitos de manipulação, e ele
começa também a adquirir a sua personalidade mediúnica, passando a dominar as Forças
que o regem.
3.3 Características marcantes: Já possui controle real de sua mediunidade, não dá murro
nas mesas, já domina as forças que o regem e não “passa mal”.

4. Ajanã – 4ª Hierarquia
4.1 Quando o médium chega a essa estrutura de AJANÃ (não há uma Consagração de
AJANÃ), é quando ele está entre a Centúria e o Curso de Sétimo, lembrando que AJANÃ
pode ser o Mestre ou a Ninfa.

4.2 Ele deixou de ser Médium de Incorporação, está deixando de ser Mestre Lua, e, como
AJANÃ, está se colocando a caminho do 5º CICLO, que é o 5º YURÊ.

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4.3 Como esse 5º CICLO nós realmente nunca saberemos quando ele fechará, ele
continuará AJANÃ, mesmo após ter concluído o curso de 5º YURÊ.

4.4 Então, ele passa a ser um AJANÃ nesse intervalo, até que ele faça o Curso de 5º YURÊ
(Sétimo), e recebe aquele Radar, e faz a sua Consagração.

4.5 Características marcantes: Controla com precisão sua mediunidade, dominando as


forças que o regem, está apto a todos os trabalhos e já é capaz de entender totalmente o
conjunto Apará / Doutrinador.

5. 5º YURÊ – 5ª Hierarquia
5.1 O 5º YURÊ passou pelos cinco processos: Médium de Incorporação, Apará, Mestre Lua,
AJANÃ e 5º YURÊ. Ele tem o domínio das Forças em qualquer incorporação, seja de
Espíritos de Luz ou de Espíritos Sofredores.

5.2 Manipula as forças cruzadas das Linhas Orientais nas Linhas Africanas.

5.3 Características marcantes: É capaz de incorporar qualquer espírito sem manifestações


exteriores de sentimento, sabendo distinguir o que é seu e o que é do Espírito manifestado
com precisão. Está apto a qualquer incorporação, desde as mais simples à incorporação do
Pai Seta Branca nos rituais específicos.

CONSCIÊNCIA DOUTRINÁRIA DO MEDIUM APARÁ


Salve Deus!
O templo estava lotado, os rituais em pleno funcionamento, os pacientes esperavam
compenetrados seu atendimento. Quase próximo ao Sanday dos Tronos um Ajanã com seu
Preto Velho atendia um paciente e o desenrolar dos fatos foram esse:
-Preto Velho, estou carregando um sentimento de culpa que está me tirando a paz, o sono e
estou apavorado!

-Preciso que me ajude! Disse o paciente


-Meu filho, Jesus haverá de lhe dar a paz que tu buscas.
Disse serenamente Pai Zé Pedro!
-Me conte o que te afliges, podes confiar nesse Preto Velho.
-Sei que não sou boa pessoa, e me meti em uma tremenda confusão, e fui assaltar um
homem e ele reagiu e tive que mata-lo! E contou toda a história ao Preto Velho.
Pacientemente Pai Zé Pedro, consolou aquele homem aflito, fez algumas passagens e
sempre dizendo que iria pedir a Jesus que o perdoasse.
O paciente mais aliava do seguiu seu caminho!

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Essa história é igual a tantas que acontece em nossos templos se não fosse por um grande
e importante detalhe.

A pessoa que foi assassinada por aquele paciente era irmão do Ajanã que ali estava
incorporado com Pai Zé Pedro!
E o atendimento transcorreu com imensa tranquilidade e disciplina por parte daquele
médium e como era realmente um processo verdadeiro e real de incorporação, a Entidade
fez sua parte e o médium também.

O que aconteceu depois foi que o médium tentou localizar aquele paciente e não conseguiu
encontra-lo.
Gilmar Adjunto Adelano

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