Você está na página 1de 9

1

CURSO DE MÉDIUNS - AULA 5 – INCORPORAÇÃO

Quem tem medo de incorporação? Quem acha que o espírito vai se apoderar do
nosso corpo e nunca mais sumir? Quais os medos?

1 Psicofonia ou Incorporação

Primeira coisa que vamos entender é o significado da palavra Psicofonia. “Psico” é


relativo a cérebro, mente, pensamento. “Fonia” é relativo à fala. Logo, psicofonia é a
faculdade mediúnica na qual o médium fala sob algum grau de influência de
espíritos desencarnados. Ou seja, vamos gravar que nessa faculdade o médium vai
efetivamente FALAR (Não escrever, desenhar, fazer mímica, etc...) Sendo assim,
vamos ver na aula de hoje que a psicofonia é uma parte da faculdade de
incorporação.

Por que essa mediunidade é importante? Porque ela possibilita diálogo direto com
espíritos desencarnados, travando conversações com eles. Pode ser usada tanto
com espíritos superiores para lições e esclarecimentos quanto com espíritos
inferiores/sofredores/obsessores para seu esclarecimento e choque energético.
Nesse último caso, é uma forma de caridade cedermos nosso corpo para que, de
alguma forma, o espírito possa falar, desabafar, relatar sua dor, receber ajuda, etc.
Ouvimos alguns médiuns falarem que só incorporam “espíritos superiores”. Não
estamos aqui para julgar, mas se portamos uma faculdade na qual podemos exercer
a caridade, por que não exercê-la? Será que alguma vez como desencarnados já
não utilizamos algum corpo para nos manifestarmos e receber socorro?

A maior parte dos médiuns, portadores de mediunidade de prova/tarefa (a maioria


de nós, salvo espíritos evoluidíssimos) possuem a faculdade da incorporação
(psicofonia).

2 Tipos de incorporação/psicofonia

Dentro da incorporação psicofônica, há uma divisão quanto ao grau de influência


dos espíritos sobre o médium. São eles: consciente, semiconsciente e inconsciente.
Dentre os médiuns de incorporação a maioria, hoje, apresenta o grau consciente de
incorporação.
1.1 Incorporação Consciente

Nessa forma de incorporação, a transmissão de idéias entre desencarnado e


encarnado se dá através da telepatia, ou seja, do pensamento (para o cérebro
perispiritual). O desencarnado se aproxima do médium, não mantém contato
perispiritual nem controla a fala nem as funções motoras do médium.

Vamos falar da “prática” dessa incorporação, pois gera dúvidas. O espírito transmite
as idéias através do pensamentos e nós, como médiuns conscientes, iremos passar
aquela idéia usando as nossas palavras. Talvez uma ou outra palavra do espírito,
depende de como receberemos essas idéias. Podemos receber as palavras na
nossa cabeça, podemos receber imagens, palavras soltar, etc. Tudo isso vai vir “na
nossa cabeça”. E aí nós iremos “dar passividade”, ou seja, permitir que o espírito
fale através de nós. Iremos falar um pouco mais da passividade adiante.

E como a gente vai transmitir isso? De acordo com nosso grau de conhecimento, ou
seja, estudo. Quanto mais conhecimento tivermos, maior o leque de opções para
entendermos o que o espírito quer dizer e como iremos transmitir. Esse nosso
conhecimento pode ser dessa ou de outras vidas e a ele daremos o nome, a partir
de agora de animismo. Então, o nosso animismo participar das comunicações não é
nenhum absurdo, pelo contrário. O nosso exercício será não deixar o animismo
tomar conta da manifestação, o que gera a famosa pergunta “Como vou saber que
aquilo não é coisa da minha cabeça?”. Já falamos isso aqui não é?

Primeiro ponto: sempre teremos essa dúvida, ainda mais no começo. Com o tempo
e a prática ela vai se dissolvendo e diminuindo mas nunca irá desaparecer. Como
médiuns conscientes, estaremos cientes de tudo que se passa ao nosso redor
durante a manifestação e teremos a perigosa chance de racionalizar em cima do
que vem à nossa cabeça. No começo pessoal, é natural, afinal será algo novo pra
nós. Porém se ficarmos pensando “Ah, será que isso é meu? Ah não vou falar? E se
não for meu? Será que eu falo? Ah, vou falar...pera, mudei de idéia” iremos muitas
vezes bloquear o que o espírito quer falar e tirar dele a chance de ser esclarecido e
de ser tratado. Portanto, vamos confiar em nós e na espiritualidade e falar! Com o
tempo e a prática vamos adquirindo segurança nas nossas transmissões. Diversas
vezes já falamos da importância da Reforma Íntima e do autoconhecimento no
desenvolvimento e trabalho com a mediunidade. Por que? Porque nos conhecendo,
saberemos o que sentimos, como sentimos e como manifestamos isso. Se
sentirmos algo de diferente, saberemos que não é nosso. Nem sempre será assim,
mas as vezes conseguiremos distinguir o que é ou não da nossa cabeça.

Por exemplo: estamos tranquilos, felizes, alegres antes do trabalho. De repente, no


momento do trabalho sentimos uma angústia, uma tristeza, que vem “do nada”.
Aquilo não é nosso, logo estamos sintonizados com um espírito com aqueles
sentimentos. Ou então quando ouvimos falas que não poderiam ser nossas. Vou dar
um exemplo que aconteceu comigo, no meu curso de médiuns: estava na minha vez
de incorporar e eu com aquela dúvida na cabeça se era ou não meu. De repente ve
uma frase “Cadê meu filho?”. Como eu não tenho filho, na hora percebi que não era
eu que estava pensando aquilo. Ou então uma frase “Estou amarrado, me solta!”.
Bom, eu não estava amarrado na cadeira, então, com certeza não era pensamento
meu!

Então, vamos ficar calmos que a prática vai nos trazer segurança. Que nos
exercícios práticos a gente possa se entregar sem medo de errar, de falar coisas da
cabeça ou não. Tentar reprimir nosso animismo não será benéfico, até porque já
vimos que ele fará parte do trabalho na forma de transmitir o que o espírito quer
dizer.

Ponto importante e vamos falar muito isso: o médium é dono do próprio corpo! Ou
seja, as vezes o espírito vai querer falar palavras de baixo calão, ofender, gritar ou
até querer levantar, caminhar pela sala, agredir alguém, mesmo se comunicando
pela mente do médium (lembrando da força que tem o pensamento). Cabe ao
médium filtrar e não deixar isso acontecer.

E como a gente explica médiuns conscientes que sentem sensações no corpo


físico? Quem sabe por que isso ocorre? Por causa dos fluidos! O espírito
comunicante estará próximo do médium – e mesmo que não estivesse vimos na
aula que os fluidos atuam a distância graças ao magnetismo – e com isso, o médium
perceberá os fluidos do espírito. Como os fluidos atuam no perispírito e
consequentemente no corpo, o médium pode (nem todos terão) ter sensações que o
espírito está sentindo ou pensando, no seu corpo físico. Por exemplo, o espírito está
nervoso e com o gástrico afetado. O médium pode perceber esse fluido e sentir um
incômodo no seu gástrico. Ou sentir o que o espírito sente: raiva, ódio, angústia,
tristeza, ironia, etc...já que fluidos carregam sentimentos, podemos percebe-los. É
possível perceber, também através dos fluidos, se o espírito está envolto em
energias materiais como do fumo, do alcool, de tóxicos, etc.

Outro ponto que falamos na aula de fluidos: só iremos atrair espíritos de acordo com
nossa sintonia fluidica e de pensamentos. Da mesma forma que nós teremos
contato com fluido do desencarnado, eles terão com os nossos.

O que podemos concluir sobre : como nos tornarmos médiuns conscientes mais
aptos para o trabalho? Estudando, por que? Para ampliarmos nossos
conhecimentos e aumentar nosso animismo, adquirindo novos conhecimentos e
maneiras de transmitir as idéias dos espíritos. O que mais? Reforma íntima, por
que? Para melhorarmos nossa conduta, elevarmos nossos sentimentos e nos
conhecer para distinguir o que é nosso e o que é influência de um espírito
desencarnado. E preparação para o trabalho. Aliás, como foi falado na última aula,
muitas vezes no dia de um trabalho no qual iremos utilizar a faculdade de
incorporação, a espiritualidade irá trabalhar conosco durante todo o dia para que nos
preparemos para o momento das manifestações.

1.2 Incorporação Semiconsciente

Nessa forma de incorporação o perispírito do desencarnado que vai se comunicar


entra em contato com o perispírito do médium e, por meio desse, toma o controle do
aparelho fonador do médium, em outras palavras: da fala do médium. Não há
afastamento do perispírito do médium e o médium não perde a consciência do que
se passa com ele ou em seu redor. Fica no estado, como diz Armond, de
semitranse.

Mesmo o espírito não tendo o controle total do médium, ele transmite suas idéias de
uma forma mais “direta” que na incorporação consciente. O médium tem controle
sobre algumas falas, em especial quando o espírito deseja falar palavras baixas ou
proferir ofensas.
1.3 Incorporação Inconsciente

Apesar das duas outras formas serem incorporações, essa é a “incorporação


genuína” se podemos assim dizer, é a incorporação que nós imaginamos, com o
espírito “tomando conta” do corpo do médium. Ou seja, o perispírito do médium é
afastado do corpo e o perispírito do desencarnado assume o corpo e passa a
controlá-lo de alguma forma. Lembrando que o médium permanece ligado ao seu
corpo pelo cordão prateado, porém está afastado dele. Nós vimos essa incorporação
no livro do André Luiz (Nos Domínios...) na apresentação da aula passada (Caps 7 e
8), quem lembra? A médium permanecia próxima ao corpo mas o espírito
comunicante se apoderava dele por alguns instantes. Dessa forma, a transmissão
das idéias do desencarnado é totalmente direta e sem nenhuma interferência do
médium. Como o médium permanece ligado ao seu corpo por cordões e a
comunicação não passa pelo seu cérebro espiritual, ele não toma conhecimento
simultâneo do que se passa como nos outros casos.

Vamos dividir em dois tipos de acordo com o tipo do transe no qual o médium entra
quando incorpora:

 Transe letárgico: Nesse estado, o espírito fala utilizando o corpo do médium


porém o corpo do médium permanece imóvel, estático

 Transe sonambúlico: Nesse estado, além da fala o espírito tem controle sobre
as funções motoras do médium.

Se nessa forma de incorporação o médium não tem o controle, como evitar


palavrões e movimentos que não sejam úteis ao trabalho? A Espiritualidade irá
ajudar esse médium e o espírito a se adequarem ao trabalho de forma a manter sua
vibração e equilíbrio. O médium não se lembra do aconteceu durante a comunicação
e pode, durante o transe, permanecer ao lado do corpo “observando” o que se passa
ou até realizar alguma tarefa útil. Isso dependerá do seu grau de evolução moral e
estudo. Se o médium inconsciente não é preparado para o trabalho, ele terá
dificuldades em se desligar do seu corpo, dificultará a comunicação do espírito
interferindo diretamente nela. No caso de espíritos sofredores e obsessores, irá
dificultar o tratamento dos mesmos.
A constituição do corpo mental desse médium é diferente das demais bem como
algumas características dos seus chakras. Em resumo, ele apresenta uma tela
etérica que vai permitir uma ligação fluidica do encarnado com seu corpo. Nossos
chakras, localizados no duplo etérico tem um “par” no perispírito. No médium
inconsciente, o fluido do espirito desencarnado passa pelos chacras perispirituais,
passa por um filtro (camada de átomos, permeado por força vital que possibilite o
controle dos chakras no duplo etérico) até chegar nos chakras no duplo etérico e,
por meio desses, controlar os plexos nervosos e consequentemente o corpo do
médium.

3 Médium Passivo x Médium Ativo

No livro encontramos um trecho no qual Armond comenta sobre o médium ser ativo
ou passivo. Se analisarmos o que vimos, podemos pensar que a incorporação é
uma faculdade passiva ou “somente um pouco ativa” nos casos: consciente e
semiconsciente. Veremos que é uma faculdade muito ativa, nos três casos.

Utilizamos o termo “dar passividade” como “deixar o espírito falar”, ou seja, nos
colocar em um estado passivo de transmitir o que o desencarnado deseja. Porém,
há um lado ativo nessa comunicação. No caso da incorporação consciente, o
médium tem interferência direta no que é transmitido, além de controlar o que é
falado e garantir a ordem a harmonia do trabalho. Na semiconsciente há uma
interferência menos direta que no consciente mas o médium segue responsável pelo
que ele fala em especial às palavras não elevadas. E mesmo na inconsciente, por
mais que no momento da comunicação o médium não tenha o controle do que é
falado, ele é responsável direto pela qualidade da ligação, por auxiliar o espírito a se
apoderar do seu corpo e de amparar o irmão, como é falado no Capítulo 7 no
NDDM.

E em todas as formas somos responsáveis pela qualidade do nosso trabalho e do


nosso fluido com nossos estudo e nossa reforma íntima. Portanto, seja qual for a
faculdade, o médium sempre terá papel ativo no seu uso.
4 Incorporações Parciais

São incorporações distintas das que foram vistas até agora e acontecem de várias
maneiras

1.4 Transmentação

Incorporação mental. Podemos pensar que é igual a incorporação consciente mas


não é devido a algumas diferenças. Aqui, o espírito comunicante ele toma conta da
mente do médium colocando-o num estado de inconsciência/semiconsciência
exercendo domínio quase completo sobre corpo e mente. Por que não é uma das
incorporações já vistas?

Por que não é incorporação consciente ou semiconsciente?

Porque não há transmissão de pensamentos, o espírito já se apoderou da mente do


médium. Segundo porque não é necessária a presença do espírito que vai se
comunicar.

Por que não é incorporação inconsciente?

Porque o médium não perde controle dos seus movimentos pois o espírito os
controla por meio da mente. No caso inconsciente o médium não controla seus
movimentos, aqui já é possível. O médium não entra em transe aqui e não há
incorporação física.

1.5 Psicografia

Pelo nome já vemos que ela se distingue da psicofonia, pois agora a forma de
transmitir o que o espírito quer dizer é através da escrita. Armond considera
psicografia somente o que conhecemos por “psicografia mecânica”, como Chico
Xavier (ou as médiuns que trabalharam com Kardec, irmãs Baudin), na qual o
espírito passa a ter controle sobre o braço do médium e escreve o que deseja
transmitir. Não é uma incorporação total, somente do braço. Por isso entra na classe
de incorporações parciais. O médium permanece consciente ou semiconsciente
durante a comunicação.
Para médiuns consciente, há o que Armond chama de “psicografia intuitiva” na qual
o espírito não se apodera do braço do médium e o médium transmite as idéias
passadas pelo espírito da sua maneira para o papel, análogo ao que acontece na
incorporação consciente. Armond considera esse fenômeno telepático e não o
classifica como psicografia. Mas alguns de nós podemos apresentar essa faculdade
e exercitar a escrita dessa maneira. Faremos exercícios práticos sobre isso na 2ª
parte do curso.

1.6 Transfiguração

O espírito comunicante desliga o médium do corpo (como no caso inconsciente) e o


adormece, provocando um relaxamento do corpo físico e dos centros nervosos.
Assim quando ele assume o comando do corpo físico com seu perispírito, ele passa
a ter controle sobre os tecidos do corpo do médium, podendo dar forma a ele como
desejar. E é visível a todas as pessoas, sejam médiuns videntes ou não.

5 Importância da Faculdade de Incorporação/Psicofonia

Onde iremos utilizar a faculdade de incorporação/psicofonia nos nosso trabalhos


aqui na Casa?

Nos trabalhos de P3B e para transmitir mensagens do Plano Espiritual Superior


(Exames Espirituais, etc).

Nos trabalhos de P3B, os médiuns de incorporação irão permitir a manifestação de


espíritos sofredores e obsessores, de forma que eles possam receber amparo,
fluidos curadores e palavras de conforto. Além disso, podem desabafar, externar o
que sentem e muitas vezes receber um choque energético ao terem contato com o
nosso fluido. Isso auxilia no seu tratamento e muitas vezes é assim que muitos
percebem que desencarnaram pois entram em contato com o nosso fluido material
que é muito denso. Isso ocorre em qualquer forma de incorporação. Na parte do
P3B na parte prática nós iremos abordar outros pontos importantes desse trabalho
que não são o foco dessa aula.

Nos exames espirituais ou mensagens, iremos transmitir uma orientação/mensagem


do Plano Espiritual superior.
6 Espiritualidade e Nós

Vamos lembrar algo importante: estamos em um ambiente protegido e com equipes


espirituais prontas para nos auxiliar. Portanto, depois que desenvolvermos nossa
faculdade de incorporação, vamos dar passividade em casa, na rua, no trabalho?
Não! É verdade que há quem faça, outras linhas de trabalho e não estamos aqui
para discutir cada uma delas. Muitos dos médiuns que o fazem ou tem um preparo
espiritual muito diferente para poder fazê-lo ou estão usando sua mediunidade para
fins não elevados.

É importante que, a partir de quando começarmos os exercícios de incorporação,


que nos entreguemos de corpo e alma ao trabalho sem medo de que algo possa
acontecer porque a espiritualidade não deixará nada acontecer. Adquirir confiança é
o primeiro passo para desenvolvermos essa faculdade da melhor maneira possível.
O espírito não vai tomar conta pra sempre do nosso corpo, ele não vai ficar ligado
para sempre em nós e etc. (Isso só acontece em casos gravíssimos de obsessão
conhecidos por subjações) Tudo isso nós aprenderemos, como médiuns, a ligar e
desligar, a iniciar e finalizar uma comunicação e etc. Kardec disse no livro dos
espíritos, na pergutna 473:

“O espírito não entra em um corpo como entras numa casa. Identifica-se com o
espírito encarnado, cujos defeitos e qualidades sejam os mesmos que os seus, a fim
de obrar conjuntamente com ele. Mas o encarnado é quem sempre atura, conforme
quer, sobre a matéria de que se acha revestido. Um espírito não pode se substituir
àquele que está encarnado, por isso que terá que permanecer ligado ao seu corpo
até o termo fixado para sua existência corporal”.

E a espiritualidade estará sempre conosco, em um ambiente protegido e preparado


para esse tipo de trabalho. Aprenderemos no curso a sentir a aproximação de um
espirito, o envolvimento e quando ele quer se manifestar. Mais do que aprender, a
sentir e perceber como cada um sente esses fenômenos. Tudo no momento certo.

Você também pode gostar