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Prefácio do Autor

Olá, sou Tibério Z, metafísico e estudante da espiritualidade e estou


imensamente grato de você estar aqui interessado em Atenção Plena, seja para aprender
do zero ou para acrescentar algo aos conhecimentos que já tenha. Esse livro foi escrito
de forma singela, mas muito amorosa, com a intenção de ser um curso teórico e
prático sobre como aplicar a Atenção Plena no nosso dia a dia.

Espero que você esteja empolgado e aberto a todas as mudanças positivas que a
Atenção Plena pode trazer para sua vida. Não é exagero dizer que ela mudou a minha
em todos os aspectos! Praticar Atenção Plena é caminhar pela jornada de transformação
da mente de um mal senhor para um bom servo à consciência. Vamos juntos?

'Se quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá em grupo.'

Provérbio Africano

Esse livro conta com três acompanhamentos, meu grupo no telegram, onde
podemos conversar sobre atenção plena, a vida, o universo e tudo mais. Lá você
encontra um resumo de todas as práticas apresentadas nesse livro, gratuito para baixar
além disso, ganha o acesso à um grupo de meditação organizado especialmente para os
meus alunos. Te espero por lá!

Clique aqui para conhecer o curso de atenção plena online


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Prefácio da Editora

Conheci o trabalho do professor Tibério em uma dessas incríveis


sincronicidades da vida. Eu estava fazendo o ~maravilhoso~ curso de Cristais dele e
um dia pensei, 'nossa seria incrível trabalhar com esse cara!'. Na hora não entendi esse
pensamento, pois minha área de atuação profissional era bem diferente das que um
possível trabalho com ele exigiriam, então não dei ouvidos à minha intuição e deixei
passar.

O Universo em sua infinita bondade, resolveu me dar uma nova chance e ao


acompanhar o grupo do telegram do professor, li um comentário em que ele dizia estar
precisando de alguém para ajudá-lo com seus textos, mas que sabia que o Universo
agiria a favor, então me enchi de coragem e me candidatei à vaga. Felizmente, o
professor, tanto quanto eu, acredita nas sincronicidades dos bons encontros e me
acolheu muito receptivamente.

Assim nossa parceria começou e fico imaginando para além da terceira


dimensão tudo que não precisou ser orquestrado para esse simples encontro. Aliás,
tamanha simplicidade e fluidez me lembram que esse é o nosso maior tesouro e a nossa
maior riqueza.

Esse trabalho, e por consequência, esse livro são tão valiosos em meu coração
que não consigo nem quantificar. Aprendi muito e coloquei em cada linha mais amor
do que já havia. Esse projeto nasceu porque quis nascer, certamente alguém no mundo
precisa dele e eu fico imensamente grata de, juntamente com o professor Tibério, ser um
instrumento dessa realização.

Milena Rosa
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Um parêntese

Vamos abrir um parêntese antes da introdução e de falar sobre a Atenção Plena


em si, para primeiro entender o que é o cérebro. Desse modo, alguns conceitos que
virão logo adiante ficarão ainda mais fáceis de serem compreendidos.

O cérebro é o equipamento físico que está no corpo físico e é utilizado pela


consciência, que não está no corpo físico, para se manifestar na 3ª dimensão. A grande
confusão da humanidade é que a maioria das pessoas se identifica com seus
pensamentos. Elas associam que o que elas pensam é o que elas são, quando na verdade
o que elas pensam é o resultado de uma produção mental do cérebro.

Ele é um computador biológico com a função de gerar pensamentos e aliás, faz


isso muito bem e sem parar. Então, assim como o coração bombeia o sangue e os
pulmões fazem as trocas gasosas, o cérebro cria pensamentos. E, assim como não
podemos falar que somos nosso coração ou o sangue em nossas veias, nem os pulmões
ou o ar dentro deles, não podemos dizer que somos nosso cérebro ou nossos
pensamentos.

O desafio é quando esses pensamentos não são elevados e nos identificamos


com eles, pois geram sentimentos que acabam por baixar nossa frequência energética,
além de alterar nossas taxas hormonais. Na verdade, todo o corpo se modifica de acordo
com o pensamento e o sentimento gerado quando nos identificamos com ele, quando
acreditamos que somos ele.

Para nosso cérebro físico existem três tempos, passado, presente e futuro.
Quando lembramos do passado, com frequência geramos sentimento de culpa e perda,
que podem ser por algo que fizemos a alguém ou à nós mesmos. E quando pensamos no
futuro, muitas vezes geramos um sentimento de ansiedade, vivenciamos mentalmente
experiências que ainda não chegaram.

Estar mentalmente no passado e no futuro são as causas das maiores disfunções


psicológicas, químicas e hormonais que podemos ter no corpo e essa está sendo a sina
da sociedade moderna. Quando, para sermos saudáveis, o único tempo que a nossa
consciência deveria estar presente é no tempo presente.
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Módulo 1 – Introdução

A origem da expressão Atenção Plena

Mindfulness ou Atenção Plena é a tradução da palavra Sati, um termo budista


que surgiu da palavra Satti do sânscrito.

A palavra Satti é uma abreviação de Satipatthana, que é uma palavra constituída


de dois elementos, Sarati e Patthana.

Sarati significa clareza mental, atenção no momento presente, estar


consciente, vigilante e diligente.

Patthana significa proximidade, estabelecimento firme e estável, aplicação e


fundamento.

Juntas essas palavras significam que através da intenção colocamos a atenção


no momento presente, ou seja, a atenção plena se desenvolve através da vontade do
observador de estar no momento presente.

A técnica de estar em atenção plena é o que vamos aprender a partir de agora.


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Budismo e Atenção Plena

Buda criou um método avançado de meditação ao qual deu o nome de foco


quádruplo. Ele afirmava que se alguém desenvolvesse o foco quádruplo por sete dias
alcançaria a iluminação, mas para chegar no resultado prometido por Buda o praticante
deve vencer os cinco obstáculos preliminares:

1- Desejo sensual;
2- Má vontade;
3- Preguiça e torpor;
4- Inquietação e ansiedade;
5- Dúvida.
E para abandonar os cinco obstáculos devem ser desenvolvidos os quatros
fundamentos da atenção plena, que de acordo com Buda, são:

1º Fundamento: Plena Atenção Sobre o Corpo;


2º Fundamento: Plena Atenção (Consciência) às Sensações;
3º Fundamento: Plena Atenção à Mente e aos Estados Mentais;
4º Fundamento: Plena Atenção aos Assuntos do Dharma.

Agora vamos abordar cada fundamento resumidamente, mas eles serão


desenvolvidos com mais profundidade dentro do contexto do curso. O primeiro
fundamento nos fala da consciência plena sobre o corpo, ou seja, saber identificar cada
desconforto, prazer, necessidade e emoção manifestada nele. Essa prática se torna um
treinamento mental porque a atenção no corpo nos devolve para o presente, que é onde
o corpo sempre está.

O segundo fundamento é atenção plena às sensações. Toda sensação física vem


de uma emoção manifestada, então sempre vamos ligar a sensação à uma emoção
anterior a ela. Nosso coração acelera quando sentimos raiva de alguém, ou seja, a
emoção raiva desencadeou a sensação física.

É através da atenção plena que percebemos que o estresse gerado em nosso


corpo é fruto das emoções densas que manifestamos. Essa clareza de saber associar
sensações físicas e emocionais, umas às outras, saber identificá-las como uma via de
mão dupla, nos permite mudar padrões de comportamento indesejáveis.

O terceiro fundamento é plena atenção à mente e aos estados mentais.


Basicamente quer dizer estar atento ao que estamos pensando, ser o observador de
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nossos próprios pensamentos. Ter a percepção se estamos pensando no passado, no


presente ou futuro. Pois podemos passar o dia inteiro pensando em coisas negativas,
gerando medo, raiva, escassez e nem percebermos que esse é o nosso padrão mental.

Além disso, o que pensamos está diretamente ligado ao que sentimos, inclusive,
um modo simples de saber a qualidade de nossos pensamentos é perceber como nos
sentimos na maior parte do dia.

Como estão interligados, pensamento e sentimento, facilmente ficamos presos


em um looping mental que pode não ser positivo. Nesse looping, pensamento gera
sentimento, sentimento gera sensação física, sensação física gera um novo sentimento e
o sentimento gera um novo pensamento.

O quarto fundamento é a plena atenção aos assuntos do Dharma. Esse tópico


está mais diretamente ligado ao Budismo e não foi considerado na adaptação ocidental
da atenção plena. De maneira simples, podemos dizer que Dharma e Karma, são
sistemas universais, onde o Dharma contabiliza toda ação positiva, toda ajuda e todo
ato de bondade e o Karma todo ato prejudicial a algo ou alguém.

O Dharma e o Karma estão ligados à atenção plena, porque “somar pontos” em


um deles está relacionado aos sentimentos gerados por nossas ações. Por exemplo,
quando roubamos, nosso sentimento é de culpa e escassez, mesmo que de modo
inconsciente, então somamos pontos no Karma. Já quando ajudamos, nosso sentimento
é de generosidade e abundância, então vamos somar em nosso Dharma.

Mas embora, a atenção plena venha do Budismo, não precisamos ser budistas
para praticá-la, nem sermos espiritualizados ou termos como objetivo atingir a
iluminação espiritual. Pois como vimos, a conexão entre sentimentos, pensamentos e
sensações atua diretamente sobre a vida de todos nós e através da atenção plena
aprendemos a usar essa interação em prol da nossa qualidade de vida.
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Como a Atenção Plena veio para o Ocidente

Nos anos 60 a humanidade presenciou o surgimento do movimento hippie,


inicialmente nos Estados Unidos e depois se espalhando para o restante do mundo. Essa
onda facilitou o intercâmbio cultural entre o Ocidente e o Oriente, em especial com
a cultura indiana. Desse modo, muitas práticas de meditação chegaram aqui através de
gurus que se tornaram muito populares na época.

O Dr. Jon Kabat-Zinn, professor da Universidade de Massachusetts, percebeu os


efeitos positivos na redução do estresse nas pessoas que começaram a aderir a essas
práticas meditativas. Então, adaptou o foco quádruplo Budista e seus quatro
fundamentos, para uma técnica mais dentro do gosto da cultura Ocidental e chamou de
Mindfulness, ou em português, Atenção Plena.

Como vimos, nessa adaptação ele retirou o último fundamento, Plena Atenção
aos Assuntos do Dharma, por trazer conceitos ainda fora da visão materialista
científica do Ocidente. Em substituição, foi introduzido o quarto conceito, prestar
atenção aos conteúdos mentais, que se refere a estar atento à qualidade dos nossos
pensamentos. Então, segundo o Dr. Jon Kabat-Zinn, os quatro conceitos da Atenção
Plena, são:

1- Prestar atenção no corpo;

2- Prestar atenção em sensações e sentimentos;

3- Prestar atenção na mente e na consciência;

4- Prestar atenção aos conteúdos mentais.

Ele também foi o responsável pela criação do primeiro programa de Mindfulness


no mundo. Seu programa original possui 8 semanas de práticas pré-estabelecidas e
embasadas por seu estudo e pesquisa. Essa adaptação e organização facilitou a adesão
por ocidentais, que costumam valorizar mais os conteúdos fixos, textos escritos e
cronogramas.

Seu programa é utilizado até os dias de hoje por diversas universidades,


profissionais da saúde, empresas e organizações como a Força Aérea Norte Americana.
No Brasil, temos a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Universidade de
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São Paulo (USP) como referências em pesquisa e oferecimento de ações envolvendo a


atenção plena.

Sempre recomendo aos estudantes da atenção plena que busquem variadas


fontes de estudo. Para quem é mais espiritualista, sugiro um templo budista,
independente de religião, pois geralmente eles oferecem meditações diárias abertas ao
público.

Para os mais céticos, sugiro o programa do Dr. Kabat-Zinn, alguma organização


ou profissional que atue com a técnica. Sigam também neste curso comigo, pois abordo
a atenção plena por um novo prisma, holístico e metafísico, mas de uma forma simples
e descontraída.

Bom, agora sabemos que o movimento hippie, trouxe não somente sua
contracultura no pós guerra, seu apelo por paz e amor e muitos psicodélicos, mas
também a oportunidade de nos inspirarmos na milenar arte Oriental da meditação.
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Os benefícios da Atenção Plena

A atenção plena traz inúmeros benefícios para o corpo, mente e espírito, o


principal deles é o relaxamento. Pois, sintonizando a mente no presente e em cada ação
que estamos realizando paramos de ter angústia do passado e ansiedade do futuro, desse
modo, todo o sistema relaxa.

Quando focamos a atenção naquilo que estamos fazendo, o corpo não tem tempo
de produzir substâncias nocivas a ele mesmo. Ao contrário, por exemplo, se estamos
lavando louça e começam a vir imagens do passado e se neste momento nos associamos
à essas imagens, a consciência deixa de estar no presente, estamos então vivenciando
um teatro mental.

Essas vivências imaginárias que criamos começam a modificar nossos padrões


hormonais, nossas funções químicas e físicas, podendo culminar em quadros de
ansiedade e tristeza. Quando estamos realizando uma tarefa e começamos a pensar em
alguém que nos traz um sentimento nocivo, esse pensamento gera tensões que obrigam
nosso corpo físico a trabalhar mais, a dilatar as artérias, o coração a bombear mais
sangue e as taxas hormonais a mudar.

Essa tensão se retroalimenta e entramos em um círculo vicioso. Ao passo que, se


tivéssemos apenas concentrado na tarefa, estaríamos completamente relaxados. Pois
quando estamos focados em uma ação, o relaxamento é natural, nosso foco está no que
estamos fazendo e não na associação com os pensamentos, que é a fonte de toda tensão
gerada no corpo físico.

Um segundo benefício é o aumento de produtividade. Quando estamos


realizando uma ação completamente focados, sem interferência dos pensamentos, a
produtividade aumenta consideravelmente, porque todo nosso sistema está envolvido
apenas em realizar aquela atividade. Lá no final do curso, vamos ter uma prática focada
em exponenciar ainda mais esse resultado natural da atenção plena.

Outro benefício é melhorar o sistema imunológico. Pois, quando eliminamos


todos os pontos de tensão do organismo, paramos de gastar energia à toa, criando uma
reserva de energia física para combater os micro-organismos invasores. Já quando o
corpo está constantemente tenso, gasta mais energia, reduzindo o que seria direcionado
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ao sistema imune. Isso agravado pela péssima alimentação que a maioria de nós leva no
Ocidente, com baixíssima reposição da energia física.

A criatividade é outro benefício que a atenção plena traz. Quando estamos


focados completamente em uma ação, liberamos áreas do cérebro que estariam
produzindo e associando pensamentos, com essa liberação podemos pensar de modo
mais construtivo, trazendo soluções para os problemas.

Comumente as pessoas chamam esse processo de intuição, que nada mais é do


que o cérebro trabalhando num subnível, ele gerando soluções e essas soluções
emergindo no consciente como uma ideia, quando na verdade você simplesmente
liberou espaço nele, o que te permitiu acessar e processar uma nova informação.

O cérebro é como o processador de um computador, quanto menos comandos


são dados, mais ágil ele fica. Mas quando inundamos esse processador de pensamentos,
do passado ou do futuro, estamos sobrecarregando o sistema, reduzindo a capacidade
dele de processar funções úteis, como soluções de problemas e planejamentos a médio e
longo prazo.

A atenção plena também melhora o sono. Geralmente quem tem insônia, deita-
se e fica mergulhado em pensamentos, um levando ao outro sem parar e gerando uma
cascata de reações físicas. Esse exemplo ilustra bem o que Buda falava sobre termos
macacos incontroláveis na mente e o que a atenção plena faz é justamente nos ensinar
a controlá-los, pode acreditar que ficará mais fácil dormir assim.

Esses são alguns benefícios que a meditação plena pode trazer, acredito que ela
seja o melhor que podemos fazer por nós mesmos. Nascemos em uma sociedade que
não nos ensina como funciona o cérebro, como controlamos o pensamento, nem como
os sentimentos são gerados, por isso as pessoas estão cada vez mais tristes e deprimidas,
simplesmente porque não sabem usar a máquina que possuem.

Vivemos dentro de um corpo físico, com um computador na cabeça que


funciona de maneira descontrolada. Mas não podemos deixar que os pensamentos nos
dominem, nós dominamos os pensamentos e assim também os sentimentos, e
dominando os sentimentos, aumentamos nossa frequência energética e vibracional,
atraindo o que for mais elevado para nossa vida, simples assim.
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Como começar a praticar a Atenção Plena

Quando começamos a praticar atenção plena, alguns atributos nos ajudam a


levar adiante esta resolução. Considero-os como pilares para a prática por sua
importância na manutenção diária do compromisso que começamos a firmar, são eles a
atenção, a intenção, a atitude e a compaixão.

A primeira é a atenção, vamos conversar mais sobre esse tópico tão fundamental
mais adiante, mas por agora precisamos entender que temos a capacidade de
direcionar nossa atenção, de colocarmos ela onde queremos. Isso nos torna o
observador e como observadores temos distanciamento suficiente para decidir além dos
nossos pensamentos automáticos.

É possível escolher pensar em algo ou não, mas precisamos praticar antes e


estamos aqui para isso. Ao longo desse curso veremos várias práticas que exercitam
essa habilidade tão fundamental de escolher conscientemente o que merece nossa
atenção e o que não, pois a mente não tem filtro, ela apenas dispara os pensamentos e é
papel da consciência fazer essas escolhas.

O segundo pilar é a intenção, que inicialmente pode ser confundida com a


atenção, mas elas são diferentes. A intenção nasce antes, é a partir dela que
direcionamos nossa atenção, porque mais do que a capacidade de fazer isso, precisamos
antes querer. Então, por exemplo, temos a intenção de focar em um objeto, temos a
intenção de não focar em um pensamento destrutivo, temos a intenção de focar em
nossa respiração e através dessas intenções é que vamos direcionar nossa atenção.

Por isso, temos que ter a intenção de estar em atenção plena, a intenção de
observar nosso corpo o tempo todo, a intenção de observar o nosso pensamento, a
intenção de sermos o observador. Desse modo, saímos do modo automático e
passamos a ir para o modo do querer, damos voz a vontade de nosso ser.

O terceiro pilar é a atitude, ou seja, decidimos estudar e praticar atenção plena,


então vamos realmente fazer. Não desenvolvemos nossos músculos apenas lendo sobre
musculação, sem treinar e praticar antes. Para a atenção plena vale o mesmo princípio,
pois ela é um treinamento para o cérebro, por isso, tudo o que veremos aqui precisa da
atitude de ser colocado em prática.
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E o quarto pilar, elemento chave pois sem ele não se pratica atenção plena, é a
compaixão, a compaixão por si mesmo. Em nossa sociedade, colocamos uma pressão
enorme em tudo o que vamos fazer, começamos a estudar algo e já temos que ser o
melhor naquilo. Não há espaço para as falhas, rejeitamos os erros e os vemos como um
sinal de fracasso.

Essa visão nos põe em um nível muito alto de cobrança e a questão é que não
existe aprendizado sem erro, não há como termos boas ideias, saímos do automático,
sermos criativos, sem abrir espaço e naturalizar o erro. O medo de errar leva à zona de
conforto, porque a cobrança e a autocobrança são tão grandes a cada nova tentativa de
aprendizado, que achamos melhor nem começar.

Na atenção plena, a compaixão por nós mesmos nos permite alinhar mais
corretamente as expectativas, nós somos nós, não somos Buda e não precisamos ser, é
irreal exigir a perfeição de si. Além disso, nosso progresso deve ser comparado a nós
mesmos e não aos outros. Se meditávamos 30 segundos e agora meditamos 1 minuto,
vamos comemorar! Fizemos um enorme progresso!

Não precisamos ser os melhores em tudo o que fazemos, o melhor pai, a melhor
mãe, o melhor funcionário, o melhor líder, pois esse nível de exigência retira a leveza e
a diversão de tudo. Não devemos fazer da atenção plena mais uma obrigação chata,
precisamos encará-la como algo gostoso, como uma autodescoberta, sempre seguindo
em frente, mas sem cobranças.

Pois essa pressão de sermos os melhores em tudo nos adoece, não temos que ser
os melhores, temos que ser felizes. No fim tudo se resume a isso, qualquer dia desses
todos nós vamos embora daqui e o que levaremos? Levaremos os erros, mas também os
aprendizados ou só levaremos só medo de errar? Por isso, ressalto, não temos que ser os
melhores, temos que ser felizes.
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Meditação com foco na Respiração

Chegamos à nossa primeira prática, sim, já na introdução! Como mencionado,


esse é um curso teórico, mas também prático e essa meditação que vamos aprender é
simples, porém o princípio da atenção plena. Ela vai ser a âncora que te permitirá
praticar tudo o mais que ainda veremos, por isso, não deixe para depois, vamos começar
a praticar juntos agora.

Inicialmente, recomendo que se faça essa meditação por um a três minutos, não
mais que isso, pelo menos uma vez ao dia. Pare tudo o que está fazendo, sente ou se
deite confortavelmente, feche os olhos e simplesmente inspire e expire. Respire de
modo lento e calmo, mas fluido e natural, enquanto faz isso, observe seus pensamentos,
mas não se fixe neles, apenas os perceba surgindo, passando pela sua mente e então
indo embora.

Continue inspirando e expirando, e se um novo pensamento surgir em sua


mente, apenas o deixe passar novamente. Se em algum momento você perceber que foi
longe nos pensamentos e não está mais prestando atenção na respiração, apenas retorne
o foco para a respiração, sem julgamentos ou punições.

Sempre siga a lógica 'um pensamento roubou minha atenção, volto para a
respiração', continue nesse processo pelos três minutos, mesmo que constantemente os
pensamentos surjam e te roubem o foco. É assim mesmo, no início não parece fazer
sentido permanecer na prática, mas persista um pouco a cada dia e verá aos poucos os
resultados.

Lembre-se que é um treino, um processo, então, não se cobre, não se julgue e


não fique irritado. Depois de tantos anos de pensamento descontrolado, você não espera
conseguir domar sua mente na primeira tentativa, não é? Então use sua intenção para
manter o compromisso e não esqueça de se divertir pelo caminho.
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Módulo 2 – Conceitos

O que é Meditação?

Podemos dividir a meditação em dois grandes grupos, a meditação passiva e a


ativa. A meditação passiva é quando tiramos um horário do dia para ficar em uma
posição x e praticar o ato de meditar, ou seja, paramos tudo o que estamos fazendo e
vamos praticar a atividade de meditação.

Já a meditação ativa ocorre quando o corpo está acostumado com a meditação


passiva, com as frequências cerebrais mais baixas que são alcançadas nesse estado e
incorpora a meditação ao dia a dia. Desse modo, é possível meditar lavando louça,
correndo, conversando com alguém ou fazendo qualquer atividade. Inclusive, grandes
meditadores podem estar sempre em estado meditativo.

No Ocidente temos uma ideia equivocada do que é meditação, acreditamos que é


o ato de ficar de olhos fechados, imóveis e sem fazer nada, mas não é isso. Meditação é
o ato de controlar os pensamentos e conseguir colocar foco no que se está fazendo, é
quando o pensamento silencia e esse silenciar não é forçado.

Uma parábola budista conta que o discípulo chegou para o Mestre e perguntou:
'Mestre, qual é a coisa mais importante da vida'? O Mestre pegou a cabeça do discípulo
e afundou em um tanque de água, quando ele estava quase se afogando, o Mestre o
soltou. Desesperado, o discípulo levantou a cabeça e respirou profundamente. Então o
Mestre falou: 'nesse momento o mais importante é a respiração'.

Com o pensamento ocorre o mesmo, não conseguimos parar de pensar, assim


como não conseguimos parar de respirar. Por isso, não devemos tentar obrigar o cérebro
a parar de pensar durante a meditação, ele foi feito para produzir pensamentos, ele pensa
24 horas por dia e ao tentar pará-lo criamos resistências corporais.

A questão não é parar de pensar e sim não se associar aos pensamentos. Quanto
menos nos associamos com eles, mais intervalos de silêncio criamos na mente e é nesse
intervalo de silêncio que se atinge o estado de não ser. Nesse estado está a paz absoluta
e com muito treino, podemos alcançá-la mesmo no dia a dia, pois o corpo e a atenção
estarão na atividade, mas a mente estará no silêncio.
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O que é Atenção?

A atenção é a concentração da atividade mental sobre um objeto determinado. É


similar a usar um microscópio, quando isolamos todas as possibilidades e direcionamos
o foco em apenas um ponto que escolhemos ver.

No dia a dia, podemos usar nossa atenção para desempenhar qualquer tarefa,
como fazer um artesanato, lavar a louça ou se exercitar. Fechamos todo campo mental e
visual e nos concentramos apenas no que estamos fazendo. Quando surge um
pensamento, deixamos ele passar, não nos associamos, nem o deixamos se desenvolver
e assim continuamos com a mente focada.

Muitas pessoas associam meditação e atenção plena com zerar os pensamentos


ou com não fazer nada, mas obviamente não é isso. Durante milhares de anos, o cérebro
evoluiu para produzir pensamentos que garantem nossa sobrevivência, com a atenção
plena não estamos tentando obrigá-lo a deixar de pensar, estamos apenas treinando a
atenção, treinando colocar o foco onde queremos.

Por isso que, mesmo sendo iniciante na prática, podemos treinar a atenção
plena no dia a dia, fazendo o que normalmente faríamos em nossa rotina. Para isso,
precisamos direcionar nosso foco para cada detalhe da ação. Quando um pensamento
surgir, ignoramos e voltamos o foco para nossa atividade.

No começo virá uma enxurrada de pensamentos, temos apenas que deixá-los


passar. Vamos sempre nos lembrar da frase 'um pensamento roubou minha atenção,
volto para a respiração', que vimos na meditação anterior. A diferença é que agora a
meditação é ativa e a atenção vai, portanto, para a atividade.

Colocar a atenção na tarefa que estamos realizando significa, sentir os objetos


que estamos tocando, suas texturas, o cheiro que está no ar, sentir a própria respiração, o
próprio corpo, sentir como está se sentindo. Isso é estar no presente, sentir o que
realmente estamos sentindo no agora e não aquilo que nossa mente está produzindo.

Quando nos associamos com os pensamentos, estamos vivendo uma realidade


virtual e, portanto, vivendo suas sensações que também são irreais. A única realidade
que existe é a realidade do tempo presente, é a realidade que estamos sentindo agora.
Por isso, o que sentimos é real desde que não sejam sensações físicas geradas a partir
dos pensamentos. Ficamos tristes, nervosos, estressados, irritados, doentes, com dor e
tudo isso é real sim, se for do agora.
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Outro ponto que gostaria de ressaltar é que a atenção vale para todos os tipos de
sensações, não apenas as positivas, temos que focar nossa atenção em tudo que
sentimos. Se no momento estamos irritados, não reagimos a isso, apenas observamos a
irritação e a aceitamos. Ela já existe, portanto, não adianta lutar contra.

Apenas colocamos atenção nesse sentimento, percebemos onde ele se aloja no


corpo, que tipos de pensamentos disparam com essa sensação. E ficamos nesse
processo de se auto-observar. Quando damos esse passo para trás como observadores
de si, o sentimento irá ensinar muito, deixará de ser um inimigo e passará a ser um
mestre.
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Quem é o Observador?

Falamos anteriormente sobre sermos o observador de nós mesmos, agora vamos


além e entender quem é esse observador em última instância. Para isso, precisamos
esclarecer o que é a consciência e essa é uma conversa mais metafísica. Peço, portanto,
que se ao final não ressoar com você, tudo bem, apenas continue o curso.

Podemos dizer que a consciência é o espírito, é a alma? Sim. Mas podemos dizer
que ela é o corpo físico? Não. O corpo físico é o instrumento para a consciência
exercer seu papel aqui na terceira dimensão. O corpo é um robô biológico em que a
consciência está ancorada e que ela anima.

Indo um pouco mais além, precisamos entender que tudo o que existe, seja
cadeira, mesa, planta, eu ou você, é Deus, não existe nada fora Dele. Não há um Deus
que está lá ou que está aqui, Ele está em tudo. Quanticamente falando, toda energia,
todos os prótons, elétrons e nêutrons que existem nessa dimensão e em todas as
dimensões, são Deus, compõe Deus.

Então tudo que existe é Deus no sentido energético e no sentido atômico, cada
átomo é um pedaço Dele. Logo, não existe eu ou você individualmente, só existe a
consciência unificada de Deus. Se conseguíssemos entrar 100% no micro ou nos
afastássemos 100% no macro, no fundo, no fim, sempre encontraríamos um ponto e
esse único ponto é Deus, por isso, tudo o que existe é Ele.

Mas então, por que Deus resolveu criar eu, você e tudo o mais? Porque só se
desdobrando em infinitas possibilidades Ele poderia experimentar. Imagina um ser
extremamente poderoso, com toda eternidade e com todo amor, mas sem poder trocar,
Ele cairia no tédio, na zona de conforto se nada fizesse. Como a zona de conforto é a
pior coisa que existe, Deus resolveu se desdobrar em pequenas consciências e se
espalhar por infinitas dimensões para experimentar Ele mesmo.

Agora pense em um grande computador quântico, porque Deus é como um


grande computador quântico, imagine tudo o que existe, em todas as dimensões,
recebendo essas informações, esse fluxo constante, 24 horas por dia pelo infinito.

Deus recebe essas informações e elas vão modificando as formas energéticas


Dele e Ele vai se abastecendo e criando mais informações. Ele cria e se abastece de
informações sem parar. Nós nada mais somos do que fagulhas de Deus, receptáculos
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de informações, como se Ele possuísse infinitos tentáculos, que vão recebendo


informações de tudo o que existe, nós somos um tentáculo Dele, essa é nossa
consciência.

Poderíamos aprofundar os conhecimentos sobre a consciência, mas por agora


basta saber que esta consciência é uma fagulha de Deus individualizada em tudo o que
existe. Como vimos, a consciência se manifesta na terceira dimensão ancorada no corpo
físico, então ela vai comer, ela vai sair, ela vai ir ao cinema, ela vai se casar, ela vai
namorar, ela vai ter filho, tudo isso para alimentar o banco de dados do Criador.

Mais especificamente falando da atenção plena, podemos dizer que se essa


consciência está ancorada no corpo físico e se esse corpo físico possui um cérebro, é a
consciência que deve dominar o cérebro e não deixar o cérebro correr sozinho, certo?

Essa consciência é o observador, ela tem que se pôr perante o cérebro e os


pensamentos e selecionar aquilo que ela quer, o que é destrutivo e o que é construtivo.
Ela é o filtro que vai escolher as informações que são positivas e que podem ajudá-la no
desenvolvimento aqui na terceira dimensão, das negativas que devem ser descartadas.

No começo pode parecer impossível controlar os pensamentos, pois


provavelmente estivemos sendo guiados pela mente até agora. Então nos sentimos como
se estivéssemos em um mar agitado com ondas gigantes, mas quanto mais damos
espaço para a consciência, quanto mais mergulhamos no fundo do mar, mais
encontramos a paz.

Em cima têm todas essas ondas, essas revoadas de pensamentos, mas embaixo
existe a paz absoluta, a paz que vem da consciência. E ela só existe quando
aprendemos a controlar os pensamentos, sem isso não somos capazes de ter paz, e a paz
é o bem mais valioso que temos.

Para finalizar, te convido a refletir quanto custa sua paz. Você já sentiu paz de
espírito? Aquela paz em que internamente está tudo bem, que não importa o que se
passa no exterior, não existe conflito, tensão nenhuma, só um estado de êxtase, um
nirvana, uma felicidade plena.

E ela não vem da conquista de bens materiais, a paz vem do domínio do


pensamento, do autodomínio, em ignorar o passado e o futuro e viver no presente.
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Agora te pergunto, quanto custa sua paz de espírito? As pessoas costumam vender sua
paz por muito pouco, mesmo sendo seu item mais valioso.
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As duas flechas de Buda

As duas flechas é uma antiga parábola budista, e através dela vamos fazer um
exercício mais filosófico e reflexivo, com grande potencial de impulsionar a atenção
plena na sua vida.

Começaremos com dois exemplos, primeiro imagine que está andando na rua,
então se desequilibra, cai e machuca o joelho, essa foi a primeira flecha. Então você
fica muito chateado, sai praguejando e se perguntando por que aquilo foi acontecer logo
com você, essa foi a segunda flecha.

Agora imagine que acabou de ser demitido, essa foi a primeira flecha. Então
você foi para casa e ficou remoendo, com raiva e mágoa do que aconteceu. Uma semana
se passou e ainda se sente triste e injustiçado, lembrando diariamente da demissão, essa
foi a segunda flecha.

O que os dois casos têm em comum? A primeira flecha foi o destino, o universo,
a vida quem mandou, pois, depois que ralamos o joelho não temos como voltar atrás,
depois que somos demitidos, não há nada que possamos fazer. Já na segunda flecha, nós
que escolhemos continuar sofrendo.

Buda falava que é impossível evitar a primeira flecha, mas é possível evitar a
segunda. Sei que vocês estão pensando que não tem como não sentir dor, que é muito
difícil não se entristecer com uma demissão, mas a questão não é deixar de sentir dor e
sim a importância que damos para ela.

Quando um fato que nos desagrada acontece, não tem como o tempo voltar, é
aquela história que já conhecemos do leite derramado. Então, se aconteceu e não temos
como desfazer, por que se dar a segunda flechada? Ela não diminui o desconforto, só
o aumento, portanto, aceite a primeira flechada e rejeite a segunda.

Mas o que esse ensinamento de Buda tem a ver com atenção plena? Tem que se
você foi demitido na semana passada e seguiu a semana inteira remoendo esse fato,
você deixou de viver no presente. Algumas pessoas fazem isso por anos, ficam dando
essa auto flechada, relembrando aquilo que aconteceu e que não pode ser mudado,
ficam se torturando com esse pensamento.

Aceitar a primeira flechada, que é da vida e inevitável, envolve a aceitação de


que milhares de coisas vão nos acontecer, coisas que constroem e coisas que destroem.
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Essas duas energias estarão presentes na nossa vida, na verdade, há potencial para
acontecer de tudo, o possível e até mesmo o inimaginável, existem tantas probabilidades
na vida, que chega a ser infinito.

E para que você não seja seu próprio algoz com a segunda flecha entenda que o
que aconteceu, aconteceu! Não tem como mudar. Tenha seu tempo de luto, de
absorver a ideia, de ficar triste, de deixar que vários sentimentos brotem, mas depois
desse tempo siga em frente, não fique remoendo o que já aconteceu.

Portanto, use a primeira flecha para viver o que tem que ser vivido, melhorar
algumas experiências e ter mais informações sobre a vida. E se pergunte em que
situações está cravando uma segunda flecha em você mesmo, então em vez de se
punir com ela, largue-a e pense como pode usar esse tempo e energia para melhorar a
sua vida agora, não amanhã, nem ontem, hoje.
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Módulo 3 - Fundamentos Básicos da Atenção Plena

Prestar Atenção

Atenção é focar nossa consciência em uma única ação. Portanto, tudo o que
fazemos, seja lavar a louça, escrever um relatório da empresa ou dirigir, deve ser o foco
de nossa atenção no momento da ação e os pensamentos que surgirem simplesmente os
observamos.

Não devemos tentar frear os pensamentos, mas sim jogar nossa percepção nas
respostas orgânicas do corpo, ou seja, nas sensações das pontas dos dedos, no olfato,
no paladar, na postura que o corpo está. Pois, os pensamentos começam pequenos e se
ampliam gradativamente, mas quando o foco está no corpo, na tarefa ou na respiração,
eles naturalmente diminuem e somem.

No começo, eles surgem em fluxos constantes, mas quando aprendemos a não


focar neles, passam a existir intervalos de silêncio, ou seja, espaços de tempo em que
os pensamentos não se manifestam. Com a prática, esse intervalo de silêncio irá crescer
e é justamente neles que vamos experimentar uma sensação maior de relaxamento, de
paz e plenitude.

O objetivo da atenção plena é aumentar os intervalos de silêncio, não importa o


quão pequenos eles sejam no começo. Devemos treinar diariamente enquanto
executamos algumas tarefas simples e assim progredir nem que seja 10 segundos a mais
de silêncio por dia. Conforme ganhamos habilidade vamos ampliando esse treino para
outras atividades da nossa vida.

Os pensamentos não deixarão de ter utilidade, mas sim serão usados com foco,
para alguma atividade específica ou para resolver algum problema prático. Nesses
casos, eles apenas deixam de ser automáticos, há atenção envolvida e sabedoria da
hora de desligá-los e deixar a consciência agir.

Para chegar nesse ponto, começamos com o básico que é aprender a prestar
atenção, por isso exercite esse primeiro fundamento. Pratique-o diariamente em suas
atividades e evolua seus intervalos de silêncio. Paradoxalmente, é através do silêncio
que a consciência fala conosco, você quem decide o quanto quer ouvi-la ou não.
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Momento Presente

O segundo fundamento nos traz a ação de estar no momento presente como um


caminho para a atenção plena. Para isso, precisamos ignorar qualquer tipo de
pensamento que a mente produza em relação ao passado e ao futuro, sejam esses
pensamentos, lembranças da infância ou uma tarefa que precise ser entregue.

Uma ferramenta para lidar com esses momentos é sempre se perguntar: 'Em
que tempo eu estou? Então afirme: 'Eu estou no hoje, tudo está bem!' Repita quantas
vezes forem necessárias no seu dia, quando vir um pensamento do passado, uma
preocupação de algo no futuro ou mesmo para pensamentos negativos, de doença,
pobreza e carência.

Pense 'Em que tempo eu estou? Eu estou no hoje, tudo está bem!' e volte para o
presente. Mas lembre-se de não tentar chegar na excelência em um mês, é realmente
treino, pois não fomos acostumados a usar o cérebro de maneira eficiente e para
reaprender demora. Precisamos ter paciência e amorosidade conosco e saber comemorar
as pequenas vitórias.

Estar no momento presente passa por cultivar o hábito de focar no que temos
hoje, não nos deixarmos levar por medos de perdas, de falta, de escassez. Nunca deixe
as projeções dos seus medos, ou seja, os medos criados na mente tomarem conta de
você, sempre retorne seu foco para a situação que se apresenta no momento presente.

Na maioria das vezes nossos problemas são projeções de um passado que já foi
ou de um futuro que nem chegou. Além disso, o único momento em que podemos fazer
algo para resolver uma questão é no presente e talvez fugimos dele justamente por
medo de resolver o que nos atormenta.
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Não reagir aos pensamentos

Não reagir significa escolher não responder imediatamente aos pensamentos e


sentimentos. E a palavra-chave aqui é escolher, pois podemos acreditar que nascemos
ou não com o dom da não reatividade, mas a verdade é que, como tudo em nossa
personalidade, é fruto de intenção e treino.

Um pensamento sempre vai nos ligar à um sentimento, podemos reagir a esse


sentimento de maneira positiva ou de maneira negativa, a questão é que na maioria das
vezes não temos nem consciência desse processo, a reação ocorre de modo automático.

Quando surge um pensamento de um trauma ou uma situação difícil pela qual


passamos, se desencadeia um sentimento que já está relacionado a esse pensamento.
Esse sentimento vai influenciar toda nossa química corporal, trazendo tensão e estresse,
mesmo que a intenção inicial tenha sido reagir positivamente a ele.

Portanto, o treino agora é manter-se neutro em relação aos pensamentos, ser o


observador, porque pode ser frustrante tentar reagir positivamente a algo e não
conseguir. Por isso, antes de tentarmos direcionar nossa reação precisamos ter
consciência dos pensamentos que as disparam, isso torna tão importante simplesmente
observar.

Sim, não reagir também pode ser difícil. Se no começo conseguimos só observar
e não reagir à 1 de 100 pensamentos do passado ou do futuro, já é motivo de
comemoração, pois quer dizer que conseguimos praticar e aplicar a técnica com um
pensamento. Reafirmo que não façamos cobranças pois elas levam à frustração.

Para ajudar nesse processo de manter-se neutro, precisamos entender que o


pensamento passa. É um processo natural, se não nos apegarmos a ele, ele vai surgir e
sumir naturalmente. Os pensamentos possuem início, meio e fim.

Com o tempo e treino, o intervalo entre os pensamentos vai aumentando, então o


cérebro entende que não adianta lançar imagens, pois não vamos reagir a elas. Assim,
a mente fica cada vez mais no presente e fatos que aconteceram no passado ou que
podem acontecer no futuro, já não vão mais nos atingir emocionalmente como antes.
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Não Julgar

Em algum momento das nossas vidas ligamos a chave do julgamento, passamos


a julgar o que fazemos, pensamos, sentimos, tudo e todos. E geralmente, esse
julgamento ocorre de duas formas, se acreditando que algo está certo ou se acreditando
que algo está errado.

Fazemos julgamentos de beleza, essa mesa é feia, essa mesa é bonita,


julgamentos de gosto, essa comida é gostosa, essa comida é ruim, julgamentos morais,
isso está certo, isso está errado. De tal forma que se torna uma constante em nossa vida
e assim, passamos a julgar o mundo e não a experimentá-lo.

Ao julgar como ruim uma fruta que nunca comemos, perdemos a chance de
prová-la. Ao julgar uma pessoa por sua aparência, perdemos a chance de conhecer um
ser humano que poderia ser extraordinário. Com esses exemplos, vemos que o processo
de julgamento elimina as possibilidades de ampliar a nossa consciência, o julgamento
nos afasta tudo e todos.

Lembra do primeiro fundamento visto nesse módulo? Não dê atenção aos


pensamentos passados e futuros, dê atenção ao presente! Portanto, o exercício para
praticar a atenção plena é não julgar nada nem ninguém, mas principalmente não julgar
os pensamentos.

Quando damos atenção a um pensamento passado ou futuro é porque estamos


associando um julgamento a ele e há grandes chances de ser um julgamento negativo,
de que o que aconteceu foi ruim ou o que acontecerá será ruim.

Julgamos que se não tivermos aquilo que queremos, que se não recebermos a
promoção ou que se não mudarmos de casa, não vamos estar felizes. Percebam como o
julgamento está infiltrado em nossa mente e acaba por ser um processo automático e
nocivo para nós.

Por isso, também vamos exercitar pensar em tudo como experiências, não
importando se foram boas ou ruins e sim que as vivenciamos, pois viemos à Terra só
para vivê-las. Quem coloca o julgamento, começa a determinar o que é bom e o que é
ruim, é o ser humano.

Para ajudar a diminuir o julgamento ao outro, vamos tomar consciência que


geralmente nós nos incomodamos muito com pessoas que são iguais a nós. Buda falava
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do espelho, isto é, quando uma pessoa é muito parecida conosco, quando ela possui
traços negativos muito similares aos nossos traços negativos, nos incomodamos com ela
porque ela é um espelho das nossas sombras.

Então, na verdade, toda pessoa que nos incomoda, que nos faz reagir, é um
mestre em nossa vida, porque nos dá a possibilidade de ver nossas sombras. Portanto,
vamos utilizar positivamente essa oportunidade fazendo um autoexame em vez de
cultivar o julgamento alheio.

Se julgamos alguém porque o achamos muito arrogante, temos que nos


perguntar: 'Por que a arrogância dessa pessoa me incomoda tanto?' Pode ser uma
verdade um pouco indigesta, mas a sombra que não temos não nos incomoda. Mas
não julgue a você também por isso, como disse, são experiências e oportunidades de
aprendizado.

A consciência se expande muito a partir desse processo de perceber que o que


mais nos incomoda nos outros é aquilo que mais temos dentro de nós. Quando
reconhecemos nossa sombra, os aspectos negativos de nossa personalidade,
conseguimos então começar a mudar.
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Coração Aberto

Esse quinto fundamento nos convida a fazermos o treino diário da atenção plena
com o coração aberto, não com um sentimento de obrigação, mas como um
experimento. Abrirmos o coração, testar e sentir em nossa vida as modificações que
ela traz, sem julgamentos sobre o processo e os possíveis resultados.

É importante dedicar-nos à atenção plena um pouco todo dia, pois é na vivência


que realmente conhecemos algo. Com certeza aprendemos somente em ler sobre a
técnica, mas nem perto do que podemos conquistar e expandir a colocando em prática.

Em uma sociedade que não ensina e valoriza o controle mental, estudar e


praticar a atenção plena é um ato de autocuidado, coragem e humildade. Pois, no
processo, precisamos reconhecer nossas limitações, tentar novamente a cada falha e
priorizar a saúde de nosso ser em prol de outras possibilidades.

Estar de coração aberto é pensar 'O que posso melhorar? Que erros posso não
mais cometer'? O comum é jogarmos para debaixo do tapete as experiências
traumáticas, tentar não pensar no que nos dói ou em partes de nós que não gostamos
tanto. Na atenção plena precisamos encarar esses pensamentos, para através do não
julgamento, deixá-los ir.

Quando olhamos sem julgamentos nossa sombra, nosso trauma ou nossa dor,
trazemos luz a eles, pouco a pouco aceitamos que vivemos aquilo, que nos modificou,
mas passou e que agora pode ir, não precisamos mais guardar dentro de nós.

Todo esse processo exige muita paciência com nós mesmos, não somos uma
máquina que se desprograma e programa imediatamente, muito foi acumulado dentro
de nós durante toda nossa existência. É preciso um coração aberto pois as mudanças
podem parecer lentas em uma sociedade tão imediatista.

Te convido agora, a definir uma característica que quer mudar e então tentar ser
um pouco melhor nela a cada dia. Sem obrigação de conseguir, não se frustre se você
falhar, apenas preste atenção nesse aspecto de coração aberto. Buscando mudar um
pouco a cada dia, você vai se tornando um ser com a consciência mais expandida, um
ser mais centrado, um ser mais dentro daquilo que sonha para si mesmo.
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Módulo 4 - Bons Hábitos

Ser e Fazer

Nesse módulo vamos acompanhar 8 bons hábitos que sugiro serem


desenvolvidos para favorecer e potencializar a prática da atenção plena. Claro, sempre
respeitando a vontade e a disponibilidade de cada um. Na sequência da explicação de
cada hábito haverá um exercício para orientar a aplicação dele no dia a dia.

O primeiro bom hábito é praticar o ser e o fazer. O ser é um estado natural, todo
mundo é, mas na sociedade moderna, temos a crença de que se não fazemos algo, não
somos nada. Poderíamos passar a vida inteira contemplando árvores, rios, vivendo de
forma retirada, fazendo nada, e ainda sim, continuaríamos sendo.

Nossa consciência continua existindo, não importa se fazemos algo ou não,


continuamos sendo um ser importante, relevante, uma fagulha de Deus no Universo.
Porém, nossa organização social programa as pessoas para acreditarem que se não
produzem, não valem nada e isso é uma grande mentira.

Então essa é a primeira ilusão que devemos quebrar, não precisamos o tempo
todo estar produzindo para sermos alguém. Obviamente, para nossa subsistência
material, para termos uma vida harmoniosa, vamos ter que realizar algumas ações,
trocas materiais com outras pessoas e isso de modo algum é um problema.

O problema é que esse estado de fazer está na nossa vida de modo


descontrolado. Não temos um momento de descanso, de relaxamento, não
conseguimos nos permitir não fazer nada nem por um instante, temos que estar
produzindo como uma máquina o tempo todo.

A maioria de nós separa cerca de 8 horas diárias para trabalhar ou produzir de


alguma forma, então o expediente acaba e não conseguimos parar, nosso cérebro
continua produzindo. Nem que seja em pensamento, pois o fazer nem sempre é uma
ação física, pode ser não conseguir parar de projetar o futuro e criar planos, mesmo
quando visivelmente isso não é eficaz ou produtivo.

Quantas vezes tentamos resolver um problema na mente? Mesmo sabendo que


sua solução demanda um recurso prático ou que não depende de nós. Contra toda a
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lógica, continuamos a tentar resolvê-lo através de pensamentos repetitivos e teimamos


em chamar isso de produtividade ou dedicação.

Viver esse padrão distorcido da sociedade está nos enlouquecendo, não temos
um momento de ser. Sentimos quase como uma heresia ter um tempo de relaxamento
ou apreciação. E isso causa um desgaste enorme de energia psíquica e física, além de
ser um curto caminho para a ansiedade.

Se observarmos a natureza, veremos que uma leoa tem momentos de fazer e


momentos de ser. Se está com fome, ela caça uma zebra, se alimenta e depois
simplesmente fica em estado contemplativo. Aliás, os animais em geral se permitem,
sem culpa, ficar nesse estado.

A natureza é contemplativa, tudo o que existe é para sentirmos, para vivermos,


mas o estado frenético de fazer não nos permite. Seria como uma leoa que não para de
caçar, abate uma zebra, mal termina de comer e caça outra.

Se observarmos a expressão das pessoas por aí, veremos que muitas estão
caçando o tempo todo e tensas, isso quando já não estão desgastadas, deprimidas,
saturadas do fazer. Por isso, esse primeiro bom hábito é um convite para quebrarmos
esse paradigma e assim como os animais, nos permitirmos ter momentos de
simplesmente contemplar nossa existência.
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Exercício Ser e Fazer

O primeiro passo é diferenciar em qual momento você está produzindo algo e


em qual não está. Porque os momentos que você for produzir algo, que está no modo
fazer, você tem que estar 100% focado naquilo que está fazendo e quando você
determinar que está no modo ser, você tem que ignorar completamente o fazer.

Na prática, quando está trabalhando ou em outras tarefas, já identificadas como


o seu fazer, você se concentra no presente e faz tudo bem feito, o seu melhor mesmo
que não goste da tarefa. Mas, acabado o horário de fazer, você deve entrar no modo ser.

No modo ser, você se recusa a pensar no fazer, a deixar a mente trabalhando.


Faça isso com a consciência de quem já desempenhou seu papel no fazer e deu o seu
melhor, portanto pode simplesmente ser por um tempo.

Agora vem o desafio para o ocidental, como só ser? Você pode fazer nada, pode
meditar, pode ficar em estado contemplativo ou pode fazer algo com a condição de que
te dê prazer, mas um prazer real, que nutra o seu ser, não vale ficar nas redes sociais
com a desculpa de que gosta disso.

O fazer que está relacionado ao ser não está atrelado à uma recompensa.
Estamos acostumados a fazer algo pelo ganho que podemos obter, seja o salário, um
elogio ou um like. O ser te convida a experimentar fazer algo para você mesmo, por
fazer, apenas por prazer, sem a pretensão de ser bom, útil ou ficar bonito.

Você gosta de cantar, cante. Você gosta de dançar, dance. Você gosta de montar
quebra-cabeças, monte. Você gosta de um assunto, estude, mas sem ser para aumentar o
currículo. Faça pelo prazer em si, não por algum objetivo posterior.

Obviamente aqui na terceira dimensão não é possível ser 24 horas por dia,
precisamos trabalhar, trocar com as pessoas os nossos serviços. Precisamos do modo
fazer, mas acabado esse tempo de troca com a humanidade, precisamos também saber
entrar no modo ser.

Faça o treino diário de desligar o modo fazer e ligar o modo ser. Para trazer
essa consciência, utilize a pergunta 'Eu estou sendo ou fazendo?' Se estiver fazendo,
foque sua atenção em fazer o melhor possível. Se estiver sendo, então se permita
aproveitar o prazer que vem do ser.
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Aceitação

A aceitação é um bom hábito que devemos cultivar no caminho da Atenção


Plena, mas aceitar as coisas como elas são pode ser bem desafiador para o nosso ego.
Quando toco no assunto a primeira coisa que ouço é 'ah, mas esse mundo é muito
injusto e eu gostaria que fosse diferente'.

Porém, a difícil verdade para nossos egos, é que não importa o que gostaríamos,
o mundo é o que é e ponto final. Sei que é um desafio assimilar que não temos controle
sobre o mundo, mas a não aceitação apenas nos traz sofrimento, não nos torna um
objeto da mudança.

Observe como a queixa vem sempre no futuro, 'eu gostaria que o mundo fosse
diferente, que minha vida fosse diferente', e isso não é à toa, pois o futuro não existe e
só podemos agir no presente. E falando assim, será que estamos querendo ser parte da
mudança ou só queremos reclamar?

Se pôr em um papel de vítima nunca resolveu problema nenhum, precisamos


aprender a olhar o agora mais friamente. Se questione: 'O que a vida está me dando
agora?' Responda sinceramente e sem drama, então pense: 'Bom, a vida está me dando
isso, como eu resolvo?' Esse é o tipo de mentalidade que te permite chegar na solução.

Pois, o único modo de resolver algo é olhando de frente, vendo realmente como
a situação é, sem as nossas projeções, para a partir daí utilizar a consciência e chegar
na solução mais satisfatória, e isso passa totalmente pelo processo de aceitação.

Sempre haverá esses dois caminhos mentais frente às situações desafiadoras, o


do vitimismo e o da autorresponsabilidade. E a verdade é que os problemas humanos
são sempre muito parecidos, o que nos diferencia é qual caminho escolhemos.

Quando culpamos a vida, tendemos a não fazer nada para mudar e não é dessa
aceitação que estou falando. Estou falando da aceitação que escolhe não sofrer e se
coloca numa posição de mudança e resolução. E só chegamos nesse nível de
profundidade de resolução de problemas através da aceitação.

A vida não é pessoal, por isso não adianta cultivar raiva acreditando que ela é
injusta, pois ela não é. Ela simplesmente lança informações e acontecimentos, de acordo
com o que precisamos, há na vida uma sabedoria intrínseca muito maior que nós.
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Exercício Aceitação

Uma maneira bem simples de começar a “virar a chavinha” da aceitação é


independentemente se a vida te mandou sol ou chuva, uma situação boa ou ruim, você
repete para si, 'eu aceito'. Só isso! Se está tendo um dia maravilhoso, repita 'eu aceito'.
Se está tendo um dia ruim, repita igualmente, 'eu aceito'.

Facilita muito esse processo quando entendemos o fluxo natural de tudo, pois no
Universo nada é linear, sejam as situações, a vida ou a natureza. A linearidade é uma
percepção limitada do nosso ego, isso significa que naturalmente, tudo tem altos e
baixos, tudo oscila e se modifica, como o verão e o inverno.

Nossa vida também não é linear, ela é mais como uma onda e sendo assim terá
horas em que estaremos no alto, no pico e horas em que estaremos embaixo, no vale.
Assim como as estações, às vezes seremos verão, recebendo um fluxo positivo de
energia, às vezes seremos inverno, quando essa onda começa a cair e então recebemos
um fluxo negativo de energia.

Mas essa característica de impermanência não é algo ruim, pois é o contraste


que nos dá as sensações, nunca sentiríamos alegria se não soubéssemos o que é a
tristeza, não saberíamos o que é a saúde se não conhecêssemos a doença. A vida precisa
criar contrastes para vivenciarmos tudo o que existe.

Então cabe a nós aceitar essa sabedoria universal, de que a vida não é feita
apenas de verão, nem todo dia é de sol. Na vida, existem micro e macro períodos de sol
e de chuva, por isso, quando estiver tudo fluindo, dando certo, aceite. E quando tudo
estiver meio travado, dando errado, aceite também, pois faz parte do fluxo.

Mas se a aceitação for muito desafiadora para você, comece com coisas simples,
por exemplo, você está tomando leite, o copo cai e quebra. Dá para você refazer o copo
quebrado? Não, não dá, então aceita. Vai lá, limpa a bagunça sem reclamar e segue a
vida. 'Ah, mas era o copo que eu amava'. Paciência, ele quebrou, aceite isso.

Então, pratique a aceitação minuto a minuto do seu dia, cada vez que uma coisa
negativa acontecer, pare e pense 'eu aceito'. Pare de lutar com os pensamentos, de lutar
com as pessoas mentalmente, de lutar com a vida. Aceite o que a vida traz e encare tudo
como experiências que vão te levar à uma consciência maior.
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Paciência

Sabemos que nós, humanos, somos parte da natureza, o que nem sempre
percebemos é que a realidade que nosso cérebro cria não faz parte dela. Por isso, nem
estranhamos quando queremos tudo para hoje, para o ego é um sofrimento a ideia de
esperar até amanhã.

Um exemplo disso é a quantidade de pessoas endividadas que existe. Isso


ocorre, em sua maioria, porque o desejo de comprar algo naquele momento é tão
grande que se gasta o que não se tem, mesmo quando se sabe das consequências.

O ego sem controle atrapalha muito nossa vida, porque ele não quer esperar, não
aceita o tempo necessário para algo acontecer e esse querer para hoje é contrário às leis
naturais. A natureza não tem pressa, tudo tem seu tempo para existir e ela é paciente
em suas criações.

Um bebê demora 9 meses para nascer, uma macieira precisa de pelo menos 3
anos para dar frutos, a Terra demora 365 dias para dar uma volta em torno do Sol. Isso
mostra que a paciência é fundamental para realizarmos nossos projetos, uma vez que
fizemos o que havia para ser feito, precisamos esperar o Universo agir, esperar
acontecer.

Se plantamos uma macieira, não adianta apressá-la, a maçã não virá mais rápido
porque desejamos. O ego, porém, não quer esperar e esse tipo de sensação pode levar a
duas ações. Nem se planta pensando em como vai demorar para desfrutar da maçã, ou
seja, nem se inicia um projeto por conta do tempo que pode levar para realizá-lo ou se
planta a macieira, mas se desiste no meio do caminho, achando que a maçã nunca virá.

O projeto pode estar andando, a macieira brotando e virando uma pequena


árvore, mas a expectativa da maçã ainda não se realizou, o projeto mental da maçã
começa então a se tornar uma frustração para o ego, nesse ponto a maioria das pessoas
desiste de seus projetos. A maçã está a caminho mesmo que elas não vejam, mas não há
paciência para esperar.

Na Grécia Antiga, se difundiu o conceito de psiquê, ou seja, algo que permeia


tudo o que existe, trazendo consciência a tudo, uma psiquê única, seja uma mesa, uma
cadeira, eu ou você. A psiquê que há em tudo controla as sincronicidades que
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ocorrerão por nós e através de nós. Sincronicidade é um conceito junguiano para definir
acontecimentos que ocorrem por significado e não por uma relação causal.

Por exemplo, alguém precisa de um produto específico para solucionar um


problema que possua, de repente num dia qualquer, aparece no caminho dessa pessoa
alguém que oferece o produto. A pessoa que vendeu estava precisando muito do
dinheiro, desse modo, o Universo, com uma única ação beneficiou duas pessoas.

A psiquê controla todo esse movimento complexo do Universo e para promover


suas sincronicidades ele precisa de tempo. Quando paramos para observar fica claro,
que o Universo está sempre agindo, unindo a pessoa A com a pessoa B no momento
exato de suas necessidades, orquestrando situações perfeitas, mas não temos paciência
de esperar, queremos resolver tudo para ontem, não é?

Antigamente, quando se estava mais conectado com os ciclos da natureza, e


ainda hoje, quem trabalha diretamente com ela, consegue ter uma noção maior do
tempo, pois sabe que quando se planta, não há outro modo além de esperar frutificar.
Mas nas cidades, se está perdendo essa noção, não desenvolvemos a paciência e por isso
nos sentimos muito angustiados constantemente.

Isso se estende para tudo na vida, se o projeto é meditar, logo nos frustramos
pois não nos tornamos exímios meditadores em um mês. Mas se passamos anos
fazendo mau uso do cérebro, não podemos querer que em um mês meditar seja um
hábito já consolidado como escovar os dentes.

O ego não aceita que desenvolver uma nova habilidade é um treino lento, como
aprender um esporte, um instrumento ou uma nova língua. Não existe mágica no
universo, por isso, não busque fórmulas prontas. Principalmente quando se tem contato
com o espiritual, pode-se acreditar que tudo se resolverá como um milagre, mas esse é
um pensamento infantil.

A criança por ainda não ter noção de como está estruturada a sociedade, quando
ganha um brinquedo, acredita que ele simplesmente brotou ali. Ela ignora que o
brinquedo foi produzido, vendido, comprado e que tudo isso exigiu tempo e esforço.

Muitos de nós cresce ainda com essa visão infantil, com a ilusão de que tudo vai
se resolver em um passe de mágica, sem tempo e dedicação próprias, mas tudo exige
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uma ação. Por isso, tantos buscam nas religiões soluções imediatas para resolver os
problemas que eles próprios levaram anos criando.

Também é importante ter clareza de que semente estamos escolhendo quando


plantamos. Se o objetivo for colher maçãs, não adianta plantar alface. Por mais óbvio
que seja dizer isso, quantos de nós não insiste anos a fio nesse erro?

Mas uma vez se tendo certeza de ser a semente certa, os próximos passos são
estudar o melhor modo de fazer essa semente frutificar, agir de acordo e então esperar
o tempo do Universo de fazer todas as coisas acontecerem.

Quando o ego começar a tomar conta e a paciência vacilar, lembre-se que o


Universo sabe o que é melhor para nós. Deus é puro amor, portanto é inadmissível crer
que Ele queira o mau de alguma das suas criações. Ele tem o tempo dele, a natureza tem
o tempo dela e só cabe a nós ter a paciência de esperar.

Ser paciente pode parecer difícil, mas não ser é muito mais. Quanto menos
paciência temos, mais angústia sentimos, mais neuroses desenvolvemos e maior a
chance de nossos projetos falharem, isso quando nos permitimos começá-los.

A natureza pode ser uma grande fonte de inspiração, seja em uma pedra virando
areia, seja numa planície virando montanha, num córrego virando rio, num bebê sendo
gestado. A natureza nos ensina diariamente que com ação, tempo e paciência, tudo
pode existir.
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Exercício Paciência

Pode parecer uma antítese, mas uma forma muito eficaz de treinar a paciência é
estando em situações de impaciência. Portanto, aproveite esses momentos que surgem
naturalmente e quando se perceber impaciente, ansioso, angustiado, repita para si
'paciência, paciência, paciência', como um mantra.

Por exemplo, você está na fila do banco e há dez pessoas na sua frente, você
poderia ficar impaciente, então nesse momento, repita mentalmente 'paciência,
paciência, paciência'. Com o tempo esse exercício vai trazendo a clareza da
arrogância que é querer que tudo funcione no nosso tempo, querer prioridade de
atendimento e situações privilegiadas.

Esquecemos que vivemos em sociedade e precisamos esperar nossa vez e que


também há a vez do outro. A paciência nos coloca no nosso lugar, porque o ego
encontra mil desculpas e justificativas para ter vantagens, 'eu tenho que ser atendido
primeiro pois estou atrasado para outro compromisso'. Paciência!

Outra ótima fonte de exercício da paciência são os engarrafamentos no trânsito.


Não importa com quanta pressa você esteja, você pode gritar, ficar bravo, querer
avançar o carro em cima do outro, ainda continuará preso no engarrafamento e terá que
esperar sua vez de andar.

Aproveite essa oportunidade, pois a vida praticamente está te forçando a


aprender a esperar. Quando começar a vir a ansiedade e a raiva, repita o mantra da
paciência. No começo é difícil, mas pouco a pouco, você vai doutrinando a mente,
fazendo ela entender que precisa esperar sua vez para tudo.

Esse entendimento favorece a Atenção Plena, pois geralmente quando não temos
paciência, estamos projetando o futuro, 'estou no banco, mas gostaria de estar no
trabalho', 'estou no inverno, mas gostaria de estar no verão'. Mas você está onde está,
admita que você está no banco, admita que ainda é inverno. A verdade é que não é estar
em outro lugar ou em outro momento que te traria paz.

Então foque sua mente no presente, relaxe, relaxe os ombros e repita o mantra da
paciência. Depois de algum treino você começa a ver que pode aproveitar esses
momentos para ser mais feliz. É sempre uma questão de escolha tornar um momento
desafiador, que não pode ser evitado, no melhor possível.
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Se estiver paciente, você pode estar parado no trânsito, relaxado, escutando uma
música, praticando um exercício de respiração ou cantando com o rádio. E quando for
contabilizar todos os momentos da sua vida, os momentinhos alegria e prazer, serão
maiores que os de aborrecimento.
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Confiança

Você acredita que quando uma águia pousa em um galho, ela tem medo do galho
quebrar? Não, ela não tem. Ela confia em suas asas e sabe que mesmo que o galho
quebre, ela pode sair voando.

Então a partir dessa pergunta vamos refletir sobre a falta de confiança, que penso
ser sempre, na verdade, falta de acreditar que existe um ser consciente por trás de todo
Universo, que controla tudo e que quer o bem de todo mundo, o que gera, por
consequência, uma falta de confiança em si mesmo.

O Criador está por trás de tudo, porque Ele é tudo que existe, como vimos, Ele é
cada átomo, próton, elétron, cada quark e além. E se Ele é tudo, não vai querer para si
algo que O faça infeliz, Ele quer abundância, amor, alegria, quer o melhor para Ele
mesmo.

O que impede as pessoas de vivenciarem o melhor é a falta de confiança nelas e


na vida. E confiar é parar de por pressão. Se eu confio que o arroz vai cozinhar em 15
minutos, eu não fico a cada 2 minutos verificando se ele está cozinhando mesmo, eu
coloco o arroz no fogo e sei que a natureza se encarregará do restante.

A confiança traz um senso de relaxamento, faz com que paremos de ficar


projetando o futuro e lembrando do passado, cria um sentimento de que tudo flui como
tem que fluir, como Deus quer. Por isso a falta de confiança está atrelada à falta de fé.

Quando observo pessoas falando 'eu acredito em Deus' e percebo na vida delas
uma total falta de confiança, que colocam pressão em tudo o que fazem, que querem a
vida do jeito delas, vejo que é uma fé vazia, uma fé da boca para fora.

Quando confiamos totalmente em Deus, não existe motivo para acordar da cama
tenso, não há motivo para exigir do Universo o que se quer, porque Ele sabe o que é
melhor para nós. Se Ele mandar chuva, é chuva o melhor, se Ele mandar sol, é sol o
melhor.

Essa confiança nos torna mais relaxados na vida, pois começamos uma ação,
fazemos o possível dentro da nossa capacidade humana e então confiamos que o
Universo vai pegar essa ação e vai nos levar para onde Ele quiser, não está mais sob
nosso controle. Afinal, não sabemos quais são os planos Dele para Ele mesmo, ninguém
sabe o que Ele quer experimentar através de nós.
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Certamente você consegue pensar em algo na sua vida, que aconteceu há muito
tempo, mesmo que algo simples, como uma ida ao shopping ou à um show, mas que se
não tivesse acontecido, não teria desencadeado várias outras ações, algumas de
grande impacto na sua vida até hoje.

Dessa forma, percebemos como uma única ação é fundamental para que todas as
outras ações aconteçam, mas a nossa mente não é capaz de processar a quantidade de
variáveis que uma vida pode ter. E já que ela não é capaz de processar todas as
sincronicidades, a única coisa que nos resta é confiar!

Confiar que existe uma consciência muito superior à nossa, com real
capacidade de calcular os acontecimentos e tomar conta de tudo. Cabendo a nós
simplesmente se dedicar para fazer um trabalho melhor, para ser uma pessoa melhor,
estudar, estudar e estudar, então relaxar e entregar o restante para Deus e seu fluxo
natural.

Não existe fé sem confiança e não adianta confiar só quando tudo está bem.
Confiar é confiar até o fim, mesmo nos períodos de turbulência. Confiar na vida é saber
que mesmo um grande problema desencadeia uma série de ações que sempre nos
levarão à um lugar melhor, sempre.

Por isso, todo processo que possa parecer negativo em nossa vida, como uma
doença, um desemprego ou o fim de um relacionamento, vão a médio e longo prazo
desencadear outras ações com potencial positivo, apesar dos desafios iniciais. A
natureza sempre encaminha todos os seres para um lugar melhor, mesmo que não
consigamos enxergar ainda nessa vida.

Na verdade, podemos demorar várias vidas para lapidar situações ou


características, talvez sem entender o porquê de determinados eventos, mas de repente
em alguma vida, aqui ou em outro planeta, vamos entender que sem aquele evento
passado, não teríamos chegado ao estado atual de desenvolvimento.
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Exercício Confiança

Geralmente quando não temos confiança é porque estamos criando na mente


uma imagem do passado de alguém que nos diminuiu ou de algo que fizemos e não deu
certo. De alguma forma, essa imagem reverbera até hoje causando um pensamento de
que não somos capazes de realizar e não há como ser confiante sem mudar esse padrão
mental negativo.

Pense, qual a diferença entre uma pessoa que sabe fazer algo de uma que não
sabe? A pessoa que sabe estudou, pesquisou, treinou, tem um conhecimento técnico
sobre o assunto, mas mais que isso, ela confiou que podia. A pessoa que não sabe, não
estudou aquele conhecimento específico, mas isso de maneira alguma quer dizer que ela
não fosse capaz, talvez só tenha faltado confiança em si.

Percebam como é mais uma questão de confiança para começar do que de ter
capacidade ou não. Muitas vezes nem começamos porque temos muitos pensamentos de
incapacidade minando nossa mente. Você não consegue, por exemplo, ser um químico
avançado, se não tiver se dedicado e estudado para isso, mas antes de tentar não tem
como saber se você seria capaz ou não.

Pensamentos derrotistas, como a lembrança de algum familiar desacreditando de


nossas capacidades ou uma experiência dolorosa em algum emprego podem rondar
nossa mente, mas não podemos seguir deixando que eles influenciem nossas atitudes
hoje. Eles referem-se somente à uma situação do passado, o que importa é o que
podemos fazer agora.

Portanto, pare de rotular que não consegue, que não é capaz de algo. A confiança
vem principalmente do seu estudo e da sua pesquisa. Para ser confiante, domine o
assunto que é mais importante para você no momento, estude, pesquise e pratique.
Depois de um tempo esse conhecimento vai estar dentro de você e então será um
processo natural se sentir mais confiante a partir dele.

Durante esse caminho, o exercício que sugiro, é policiar constantemente sua


mente para quando vir um pensamento negativo, imediatamente lançar um positivo em
cima. Por exemplo, pensou 'eu não posso', imediatamente pense, 'eu posso'. Pensou 'não
consigo', coloca um 'eu consigo' por cima, pensou 'eu sou um inútil', pense 'eu sou útil
como tudo o que existe na natureza'.
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Cada vez que vier um pensamento que vai tirar sua confiança, te depreciar, te
jogar para baixo, use essa técnica de rebater a afirmação negativa com uma positiva,
não se deixe convencer pelo pior. Se te deram uma tarefa desafiadora, sua mente vai
falar 'você não consegue fazer isso', então imediatamente lance o pensamento em cima
'sim, eu posso fazer isso, eu consigo'.

No começo pode ser difícil, pois sua mente já está habituada a você se associar
com pensamentos ruins sobre si, mas conforme vai deixando de se associar, o cérebro
vai entendendo que esse tipo de pensamento não ressoa mais, que não é para ele ficar
lançando isso na sua mente. Então, aos poucos os pensamentos negativos vão se
silenciando e se atenuando.

Repita para si 'eu posso tudo, sou capaz de tudo'. E, na verdade, todos podemos
tudo, desde que estudemos e tomemos ações rumo a fazer o que queremos. Claro, seja
coerente com as possibilidades, não adianta se dizer capaz de construir um foguete, sem
o conhecimento especializado, sem a matéria-prima, e no caso, talvez um emprego na
Nasa.

A questão é que depreciamos até mesmo as coisas mais simples em nós. Você
quer cozinhar algo diferente, mas se limita, nem tenta porque se sente incapaz. Sonha
com uma viagem, mas não se permite nem pensar por que não tem dinheiro. Com isso
está sempre colocando um pensamento de impotência na mente, roubando seu poder
pessoal e sua capacidade de realização.

Independente dos seus sonhos serem simples ou complexos, sempre se pergunte


'o que eu posso fazer para que isso se realize?' Estude a sério a situação e descubra o
que você está disposto a abrir mão para fazer o que realmente quer. Na maioria das
vezes há caminhos e possibilidades, desde que se esteja disposto a alguns sacrifícios, a
se fazer escolhas e renunciar às idealizações.

Podemos tudo, só não podemos nos deixar derrotar pelo primeiro pensamento
que aparece. É esse pensamento que nos distância do que nos dá prazer e realmente
queremos vivenciar. Ao substituir pensamentos negativos por positivos, estudar e
desenvolver nossas habilidades intelectuais, vamos entendendo que somos a experiência
de Deus na Terra e, portanto, não há limitações para os desejos reais de nosso coração.
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Curiosidade

O ser humano percebe o universo através dos 5 sentidos, mas quando nos
comparamos com algumas outras espécies concluímos que nossa percepção do que está
acontecendo a nossa volta é limitada. O cachorro, por exemplo, tem uma audição duas
vezes mais ampla que a nossa, e ainda sim, não possui nem 1/3 da capacidade auditiva
de um golfinho.

Já no olfato, os cães nos superam em pelo menos 25 vezes. Quando o assunto é


visão, se for de longo alcance perdemos fácil para as aves de rapina e para os felinos,
para os coelhos perdemos em amplitude, para a coruja em visão noturna, já na visão
colorida perdemos feio para uma espécie de camarão, na verdade, quando o assunto é
ver cores, perdemos até mesmo para os pombos.

Esses são só alguns exemplos para mostrar que cada ser desenvolveu uma
potencialidade de sentidos para perceber o universo e a realidade que existe. E nós, os
seres humanos, também usamos os sentidos para perceber a realidade, só que os
sentidos possuem uma faixa de atuação, por isso percebemos uma fatia muito pequena
da realidade e do universo.

É loucura, ingenuidade ou soberba achar que aquilo que nós percebemos com
nossos sentidos é toda a realidade, o universo é muito mais amplo e complexo. Há uma
infinidade de partes da realidade que sequer nossos sentidos percebem, o universo vai
imensamente além do que nós experienciamos dele através dos nossos sentidos.

Por isso, pare de associar a verdade a aquilo que os sentidos percebem, não é
porque você não enxerga a luz ultravioleta, que ela não existe, não é porque você não
enxerga os micro-organismos, que eles não existem, não é porque você não enxerga
outras dimensões, que elas não existem. Tudo continua existindo, nós só não
percebemos.

Então, como um ser que percebe tão pouco da realidade, do que ela realmente é,
pode determinar que essa realidade é a verdade? Nossos sentidos são um instrumento
muito fraco para perceber a existência inteira, percebemos aquilo que é necessário para
continuar existindo nesse planeta e só.

Por isso a curiosidade é importante, porque nos incentiva a usar os sentidos e ir


além. Se limitamos a vida apenas ao que os sentidos oferecem, chega um momento que
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não temos mais curiosidade por nada. A mente acredita que aprendeu tudo que
poderia aprender sobre essa realidade, então fixa a ideia e enrijece os pensamentos,
porque julga que não há mais nada para ser descoberto.

Perdemos o sentimento de surpresa, de espanto, de cada dia descobrirmos um


pouquinho da realidade que Deus “escondeu” de nós e que está para além dos nossos
sentidos. É como crianças entediadas quando há uma infinidade de ovos de Páscoa para
se procurar pelo jardim. Elas acreditam que não há mais nada porque não veem, não
importa o quanto tenha sido dito que há muito mais.

O que ocorre é que estamos sempre nos fechando para o novo, seja em nossas
profissões, em nossos relacionamentos, na vida. Nós fechamos inclusive ao que os
sentidos oferecem, paramos de explorar a realidade que nos é naturalmente oferecida,
ficamos com o que é conhecido e rejeitamos todo o restante.

Mas se não nos abrirmos a explorar os sentidos como poderemos sequer cogitar
ir além? Precisamos nos permitir experimentar comidas novas, novos cheiros, novos
toques, novos sons, novas paisagens. Alimentar mais fartamente esse banco de dados
sobre a realidade que temos.

Nascemos como crianças, seres naturalmente curiosos, chegamos a um novo


planeta, com um cérebro novo, recebendo muitas novas informações, afinal tudo para a
criança é uma descoberta, tudo é uma exploração e uma aventura. Mas depois de uma
certa idade perdemos isso, a vida deixa de ser uma aventura e passa a ser uma rotina
maçante, por quê?

Porque fechamos nossa mente, definimos que o mundo é A, B ou C e pronto,


não mudamos por nada essa mentalidade que fixamos. Quando na verdade, cada dia que
passa, nossa mente poderia ampliar mais, o mundo poderia ser uma fonte infinita de
novas descobertas, um pouco a cada dia, mas sempre em expansão.

Se não tivermos curiosidade, vamos viver eternamente no passado, com


conceitos antigos, numa eterna nostalgia, achando que o passado é sempre melhor e que
hoje tudo é complicado. Então a mente se refugia nesse passado, perdemos contato
com o presente, viramos uma espécie de zumbi. Nisso, a Atenção Plena nos ajuda a
reconectar com o momento presente e com cada novo segundo que vivemos.
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A vida dá novos dados a todo momento, mas se nós fechamos em nós mesmos,
numa imagem mental de passado, paramos de expandir nossa consciência. Só que parar
a expansão é contra as leis naturais do universo, leva a doenças no corpo físico e logo
se torna incompatível com estar aqui na Terra. Então vamos para outra dimensão para
mais a frente nascer em um outro corpo físico, com uma nova mente, para continuar
recebendo novas informações.

Ou seja, se chegamos a um momento de nossa encarnação, que estamos tão


fechados no passado que qualquer conceito novo não entra mais em nossa mente,
precisamos desencarnar, voltar em um novo corpo, com uma mente nova, para nos
darmos a possibilidade de ampliar os conhecimentos e as percepções, por isso a
curiosidade é tão fundamental aqui e agora.

Devemos perceber a realidade com a premissa de que tudo é novo, que não
sabemos nada e estamos aqui como observadores, não como julgadores. Não estamos
definindo, sabendo tão pouco, que a realidade é A, B ou C. Então, estando nessa
posição, a vida vai trazendo novas informações continuamente, que pouco a pouco vão
ampliando nossa consciência.

A realidade toda apenas o Criador consegue enxergar, a verdade que tanto


brigamos para possuí-la, apenas Ele tem capacidade consciencial de conhecê-la. Todos
os outros seres, as pequenas fagulhas que Ele lançou de Si, veem pequenas fatias da
realidade, pequenas percepções do que é a verdade, isso quando estão de olhos abertos
para verem.
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Exercício Curiosidade

Para praticar a curiosidade precisamos estar focados totalmente no presente, não


conseguimos ser curiosos se a mente não estiver no agora. Se estivermos viajando em
pensamentos do passado ou do futuro, não há como sermos curiosos, estaremos apenas
vivendo no teatro mental.

Ser curioso é olhar as coisas do mundo, quem tem cachorro sabe que eles
costumam ser curiosos. Se veem um bichinho novo pelo chão, eles observam seus
movimentos, mexem com a patinha, enfiam o focinho, brincam. Isso porque os cães
estão totalmente no agora, então a curiosidade aflora naturalmente para eles.

O ser humano por viver no pensamento, se afasta do mundo e do momento


presente, com frequência estamos num local e nem damos conta de nada que está ali, do
que está acontecendo e muitas vezes nem das pessoas presentes. Atualmente com o
celular, é ainda mais desafiador, estamos constantemente presos no mundo mental.

Digo que o celular é um mundo mental, não concreto, porque as imagens e as


palavras estão somente na mente. Por exemplo, ver a foto de uma paisagem é bem
diferente de estar no local da paisagem. Quando vemos a foto criamos uma imagem
mental, mas quando estamos de corpo presente nessa mesma paisagem, tudo o que
estiver ao redor desperta nossos sentidos e nos enche de novas informações.

Mas é preciso estar de corpo e mente presente, assim conseguimos ser curiosos
com a vida. E quanto mais curiosos, mais percebemos a grandiosidade da criação, são
milhares de insetos, tons de cores, tipos de sabores, milhares de tudo. Tanto que é
impossível em uma única vida termos a experiência sensorial de tudo que existe aqui,
mas ser curioso é expandir ao máximo o que se pode experimentar no agora.

Então, o exercício é, onde você estiver, preste atenção em todos os detalhes,


esteja presente. Preste atenção na parede e em como ela foi pintada, no móvel e na
lasquinha do móvel. Mas prestar atenção não é julgar, ser detalhista é simplesmente
tentar absorver o máximo possível de informação do ambiente em que se está.

Se você estiver na rua, indo até a padaria, por exemplo, você presta atenção no
caminho, no cheiro que as plantas emanam, preste atenção nos carros, no vapor que sai
do asfalto num dia quente, preste atenção num pássaro que pousa na árvore. Sempre
sem julgamentos, isso é ser um observador real.
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Mas, se estiver com os pensamentos no passado ou no futuro, não há como


prestar atenção nas coisas como elas são agora. Não é à toa que a curiosidade é um
excelente exercício para a atenção plena e a atenção plena é totalmente necessária para a
curiosidade.

Ser curioso é o tempo todo estar explorando, buscando novas informações,


ampliando seus dados sensoriais e o que seus sentidos podem trazer para você. Fazendo
esse treino, cada vez mais será meticuloso, detalhista, se sentirá à vontade em explorar
novos aspectos da realidade e cada vez mais sua consciência expandirá com isso.
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Bondade

Estudos sociológicos mostraram que nas comunidades em que as pessoas são


mais bondosas, existe maior chance de sobrevivência, do que nas comunidades em que
as pessoas têm uma tendência predatória e não há senso moral quanto a destruir o outro.

A bondade não é uma característica religiosa, não é metafísica, ela é um


instrumento de sobrevivência da espécie, seja qual ela for. Se a espécie não tiver
bondade, senso de ajuda, de cooperação e de coletivo com os outros da sua espécie, ela
em pouco tempo deixa de existir.

Então, a bondade é muito mais um instrumento material da existência, do que


um instrumento abstrato. Falam de bondade como santificação, mas ela está mais
relacionada à percepção de ajudar o sistema a funcionar melhor, cooperar com a
fluidez dos processos, ajudar o mundo e as pessoas a se desenvolverem. Se todos
tivessem esse senso ampliado de bondade, os problemas sociais seriam quase
inexistentes.

Por isso, digo que não existe governo perfeito, qualquer utopia racional que o ser
humano crie da sociedade ideal não vai existir, se individualmente, cada pessoa desse
planeta, não tiver a percepção de fazer o que é melhor para a sociedade como um todo,
fazer o que é melhor coletivamente.

Mas, relacionaram bondade com santidade, que é preciso ser santo para ser bom
ou que basta ser bom uma vez na semana. Porém, a bondade tem muito mais a ver com
ética, com a máxima que diz 'não vou fazer para o meu próximo aquilo que eu não
gostaria que fizessem para mim'. Viver essa máxima já seria a base de toda bondade,
pois não iríamos prejudicar, trapacear, roubar o outro pois certamente não queremos
nada disso para nós mesmos.

Entretanto, a ideia de santidade afastou muito as pessoas do conceito real de


bondade e até do conceito real de espiritualidade. As pessoas creem que para ser
espiritualizadas precisam ser santas, mas não, somos um ser falho, erramos em muitos
momentos, falamos o que não devíamos ter falado, temos nossos vícios e hábitos
prejudiciais, definitivamente não somos a imagem de um santo.

Cremos, então, que é preciso abdicar da nossa vida para ser bom, que é preciso
ser pobre, fazer sacrifícios, não ter prazeres, dedicar totalmente nossa vida ao outro.
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Mas, tudo o que precisamos, na realidade, é fazer nossa pequena parte no dia a dia,
assim contribuiremos muito para o desenvolvimento da nossa sociedade.

Vamos imaginar um planeta semelhante a Terra e supor que foi determinado um


tempo hipotético de 20 mil anos para que a sociedade desse planeta se desenvolvesse e
resolvesse problemas sociais e climáticos. Esse é o desafio que o universo deu, 20 mil
anos para como sociedade, se organizar, evoluir moralmente, criar aparatos tecnológicos
e soluções para esse problema ou a raça acabará consequentemente por ser extinta.

Isso é o que, mais ou menos, ocorre conosco hoje, temos um tempo x para
resolver os problemas do nosso planeta, nossos problemas sociais e morais antes de
sermos extintos. Todas as civilizações que existiram antes de nós, também tiveram a
oportunidade de resolver seus desafios. Mas se somos hostis, se um quer prejudicar o
outro o tempo todo, se não desenvolvemos o senso de bondade e coletividade, não
haverá tempo hábil para resolver o desafio.

A natureza e o universo não têm apego ao nosso corpo físico, são átomos,
prótons e elétrons, se essa raça for extinta, começa outra, mesmo que leve alguns
bilhões de anos, pois se tem a eternidade. Só que nos é dado a oportunidade de como
seres prosperar, basta sermos bondosos, empáticos e ajudar o coletivo. Se todos
fizessem um pouquinho disso, incluindo eu e você, concluiremos o nosso desafio com
sucesso.

Podemos perceber que há uma seleção natural do próprio universo, entre a raça
que consegue se unir, resolver seus problemas juntos, como humanidade, e, portanto,
prospera, e a raça que fica um brigando com o outro, querendo ser mais que o outro,
subjugando o outro, querendo somente vantagens individuais e acaba por se
autodestruir.

Esse caminho natural de autodestruição de uma sociedade que tende à crueldade


já foi provado em alguns estudos com simulações computadorizadas e em comunidades
de ratos. Toda raça que permanece na hostilidade com o outro, em pouco tempo chega à
extinção, mas quando alguns fores dessa comunidade resolvem ajudar o outro e isso se
propaga, há uma estabilização e a raça acaba por prosperar.

Por isso é importante parar de pensar em bondade como santidade. Não somos
santos, mas devemos ser bons. Todos encarnamos para resolver problemas mentais,
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emocionais e as várias pendências conscienciais que temos. Então, não ache que para
ser bom e espiritualizado você precisa ser santo, nem use mais isso como desculpa.

Existe uma parábola que nos conta de um Mestre que antes de se iluminar
pegava água do poço e cortava madeira para levar para casa. Um dia um discípulo
perguntou: 'Mestre, como sua vida mudou depois que você se iluminou?' E o Mestre
agora já iluminado, respondeu: 'Eu continuo cortando madeira e pegando água do
poço, nada mudou'.

O que muda é que conseguimos ver um pouco mais amplo, a fatia que se vê da
realidade amplia, é só isso. Não tem a ver com santidade, com andar descalço, com a
Netflix que você vê ou não, se você sai, frequenta restaurantes, viaja ou não. Você pode
ter sua vida normal, afinal estamos aqui para viver essa vida, não para renegá-la.

Qualquer um que tente renegar a vida, se tranque em uma caverna, acreditando


ser a única forma de estar mais perto de Deus, está errado. Ele não está longe ou em um
lugar específico, seja uma caverna ou um templo, Deus é tudo o que existe, é a comida
que você come, o carro que você dirigiu, você mesmo, tudo é Ele, portanto, Ele está em
todo lugar. Já dizia Cristo, 'levante uma pedra e me encontrarás'.

Para ter contato com Deus só precisamos estar no tempo presente. Ele conversa
no agora, basta silenciar o turbilhão mental, e prestar atenção no que Ele está falando.
Não precisamos estar em estado de oração ou meditação profunda, nem ir para o
Ganges, só precisamos silenciar a mente por alguns segundos e escutar o que Ele quer
dizer. Eu não me surpreenderia se uma consciência pura amor nos dissesse para
lembrarmos da bondade que já existe em todos nós.
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Exercício Bondade

O exercício da bondade é tão simples, que proponho um desafio a você!


Preparado? Por um mês se comprometa a ajudar o mundo, fazendo dois movimentos,
pare o máximo possível de atrapalhar as pessoas, as situações e o universo, e ajude o
máximo possível tudo o que estiver ao seu redor.

Nesse mês, faça tudo o que estiver ao seu alcance para ajudar o universo a
funcionar melhor. Ao entrar no elevador, dê a vez para outra pessoa, se fez sua
refeição na praça de alimentação do shopping, leve sua bandeja para o restaurante, viu
que algo caiu no chão, junte, passou por um lixo na rua, leve-o até a lixeira.

Se dedique a praticar a bondade e a perceber as situações em que você pode


exercê-la. Se está dirigindo e alguém precisa entrar na sua frente, dê a passagem, viu
alguém precisando de ajuda para atravessar a rua, se disponibilize, um amigo está triste,
ofereça apoio e palavras de motivação. Comece a desenvolver esse olhar atento às
necessidades alheias e que, na maioria das vezes, com pouco esforço, você pode suprir.

Mas, lembre-se que ajudar não é ser tonto, vivemos em um planeta em que
grande parte das pessoas não desenvolveu a consciência de unicidade e coletivo e,
portanto, tem costume de fazer as outras de marionete, de usá-las. Então aproveite a
oportunidade para entender quais são os seus limites e aprender a colocá-los com
segurança e gentileza quando o outro ultrapassá-lo.

Por outro lado, jamais esqueça que temos livre-arbítrio, às vezes as pessoas não
querem ser ajudadas, respeite essa vontade sem julgamentos. Não ultrapasse o limite
delas, por mais que o benefício de ser ajudado seja óbvio para você, o outro não é
obrigado a querer receber, portanto, só ajude quem quer ser ajudado.

E estenda essa ajuda não só às pessoas, mas a tudo que conseguir pensar, passe a
se enxergar como um facilitador, alguém que coopera para que tudo a sua volta
funcione melhor. Aproveite para colocar em prática ações positivas para o planeta, para
os animais, para a natureza, que talvez você já tenha consciência de fazer e venha
adiando.

Se disponha a resolver qualquer coisa que esteja atrapalhando o fluxo, conserte,


arrume, jogue no lixo, organize, não espere o outro fazer, nem caia na armadilha de
acreditar que não é sua obrigação. Faça o máximo que puder para tudo funcionar
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melhor, para transformar positivamente onde quer que você esteja, para colaborar com o
desenvolvimento das pessoas e da sociedade.

Mas faça tudo isso sem julgamentos, sem ficar se achando melhor do que quem
não faz, não se torne um arrogante tentando ser caridoso. Obviamente tenha
paciência com você no processo, apesar de simples, existem armadilhas para o ego
quando resolvemos ser bondosos.

Pratique um mês esse exercício de ajudar sempre que puder, e você vai começar
a ver a transformação que ocorrerá na sua vida, não vou falar mais que isso, nem
prometer nada aqui, mas você verá com os próprios olhos o que ocorre quando sua
frequência começa a subir.

O universo passará a te perceber em uma frequência criadora, de alguém que


ajuda o sistema a funcionar, que colabora com o fluxo e deixará de te perceber como
uma frequência destruidora, de alguém que prejudica o sistema, que atrapalha o fluxo. E
então algo poderoso acontece, vemos na prática que ninguém supera Deus em bondade,
Ele sempre quer ser quem retribui mais.
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Gratidão

A primeira gratidão que devemos ter é por estarmos aqui, mas sei que há quem
ache o mundo cruel, que preferiria não estar, talvez nem existir como consciência e tem
o direito de pensar assim. Porém, para aqueles que já conseguem ver um aspecto mais
profundo da vida, a primeira gratidão é ter um corpo físico, estar encarnado em um
planeta, sentindo tantas sensações e vivendo tantas experiências.

Mas temos que ter atenção para não tentarmos ser gratos por comparação, ou
seja, usar o outro como referencial. Por exemplo, acreditar que devemos agradecer a
comida porque outras pessoas não têm, que devemos agradecer a vida porque outras
pessoas têm uma vida pior, isso não é gratidão, é julgamento.

Cada ser recebe um conjunto de influências sensoriais específico e não


possuímos a base necessária para fazermos julgamentos do que é melhor ou pior,
simplesmente não sabemos. Não temos como julgar uma situação como melhor do que
outra, uma vida como melhor do que outra. A gratidão simplesmente é, ela independe
de fatores externos e comparações.

Mas, ser grato pela existência em si, e não por comparações de melhor ou pior,
passa por entender que o Criador poderia não ter se individualizado em eu, você e tudo
o que existe. Esse é o amor do Criador, propiciar às pessoas, às coisas, aos seres e todas
as consciências que troquem informações, que vivam e que experenciem. Por isso,
tudo que vivemos é um presente, cada respiração e cada segundo.

Assim, cada momento da nossa existência é valioso porque Ele poderia estalar
os dedos e tudo deixaria de existir, mas Ele propicia que tudo continue existindo, nos
vários níveis e dimensões, porque Ele realmente ama a tudo e a todos, não há outro
motivo além do amor para tanta doação incondicional, então esse é o nosso primeiro
motivo de gratidão.

O segundo motivo de gratidão são nossas conquistas e avanços conscienciais.


Sejam pequenos como aprender a abrir uma lata de ervilha, ou maiores, e aqui vou dar
um exemplo próprio, eu era egoísta e acreditava que estava tudo bem, até que vivi
experiências que me levaram a perceber que o egoísmo não leva há nada, então aprendi
o valor do compartilhar. Antes eu não sabia, agora eu sei, portanto, devo agradecer essa
vitória consciencial que tive.
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Muitas vezes, o que aprendemos parece menor perto de conquistas materiais,


nem paramos para identificar o quanto estamos expandindo a cada ano. Mas a gratidão
tem mais a ver com agradecer as mudanças de ponto de vista e as melhorias como ser
humano e menos com o que conseguimos comprar ou ter. Os bens materiais serão todos
acrescentados naturalmente, o esforço do universo está em expandir nossa
consciência, aí é que está o amor de Deus em ação.

Saia da escala humana de tempo, de 70 anos uma vida terrena e pense nos
bilhões de anos da nossa existência, em quantas informações foram dadas a nós, o
quanto expandimos nossa consciência, só por isso já devíamos agradecer diariamente.
Já o que temos, obedece a uma ordem natural, quando confiamos e estamos na mesma
frequência do Criador, entregues, tudo vem automaticamente.

A prosperidade, a alegria, o amor, tudo isso são naturais e nos oferecido


constantemente, os recebemos por uma lei assim como a gravidade. Se estamos
positivos, relaxados, no tempo presente, fazendo nosso melhor, praticando a bondade,
aceitando e confiando plenamente em Deus, vamos atrair tudo aquilo que estamos
vibrando de bom, mas se estamos em uma frequência negativa, ansiosos, sem confiança,
sem perdão, vamos atrair aquilo que estamos vibrando de ruim.

Então o agradecimento real não é pela matéria, porque isso é uma lei física, uma
lei natural de atração do nosso campo magnético, tudo nos é dado sempre, nós que
barramos o recebimento. E sim o agradecimento por ser consciente e experimentar,
por ver uma fatia do universo, por ser um pouco melhor a cada mês, a cada vida, e
durante milhões ou bilhões de anos de nossa existência entender um pouco mais do
universo.

Novamente falo, se Ele fosse cruel, egoísta, se tudo não fosse um ato de amor,
Ele estalaria os dedos e tudo deixaria de existir. Então o agradecer final é 'obrigado, eu
existo'. E quando temos essa gratidão pela existência, ela permeia tudo, se está sendo
grato por tudo, por todo conjunto de coisas que nossa existência precisa aqui na terceira
dimensão, seja algo material, seja amor, saúde, tudo que existe.

Quando vivemos esse sentimento 24 horas por dia, estamos tirando o


sentimento de escassez e de carência da mente e estamos colocando o de gratidão no
lugar. Ao agradecer, focamos no que temos, e se a gratidão é verdadeira, acreditamos
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que já temos tudo o que precisamos, paramos de reclamar do que não temos e então o
que precisamos e mais de repente surge em nossa vida.

A gratidão cria uma imagem mental de que já temos tudo o que precisamos,
nada nos falta, e quando isso fica completamente enraizado no nosso inconsciente,
automaticamente tudo é preenchido na vida, não há carência, não há falta, não há
escassez. Por isso a gratidão pela existência é o primeiro passo para a prosperidade e
não existe prosperidade sem gratidão.

Então, quando somos gratos pela existência, tudo o mais começa a se encaixar, a
se resolver, porque abandonamos o sentimento de carência, o sentimento de não ter e de
não poder e nutrimos o sentimento de 'obrigado por existir, por ser quem sou, pelas
experiências que vivo, por tudo o que sinto, obrigado, obrigado, obrigado'.
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Exercício Gratidão

A gratidão está intimamente ligada à aceitação e à prosperidade. A aceitação


vem antes, porque para ser grato é preciso aceitar a própria realidade, e a prosperidade
vem depois, porque só é próspero quando já se é grato pelo que se tem. Pois, se não
formos gratos pelo que temos, como seremos gratos por aquilo que ainda nem
conseguimos?

Vivemos em um mundo material e tudo que existe aqui na terceira dimensão,


tirando nossa consciência, é um empréstimo. Não levaremos nada de material daqui,
pois tudo, absolutamente tudo, nos é emprestado pelo Criador. Ele nos empresta o carro,
empresta a casa, empresta diariamente o prato de comida, empresta o corpo físico, tudo
é Ele e Dele, nada é nosso.

Aprendemos desde pequenos que quando alguém, independente de quem seja,


nos empresta algo, o mínimo a fazer é agradecer. Se pedimos açúcar à um vizinho e
ele nos empresta, nós agradecemos, não é? Ou vamos dizer 'não fez mais que a
obrigação em me emprestar o açúcar'? Imagino que não. Então por que não
agradecemos diariamente a Deus que nos empresta tudo?

Ele empresta por amor, empresta a si próprio porque quer o bem de tudo e todos,
o fluxo perfeito. Para Ele estar bem, eu preciso estar bem, você precisa estar bem e Ele
certamente não mede esforços para isso. Mas agimos como crianças, não percebemos as
bençãos do prato diário de alimento, estamos sempre chorando por um brinquedo a
mais e quando ganhamos já queremos um próximo.

Por isso, o exercício da gratidão é repetir 'obrigado, obrigado, obrigado', como


prática diária, em vez de reclamar do que não se tem, agradecer o que se tem. Ao fazer
as tarefas diárias, repetir mentalmente 'obrigado', vai comer, 'obrigado', está dirigindo
seu carro, 'obrigado', está fazendo um passeio com a família, 'obrigado', vai tomar
banho, 'obrigado', ganhou um presente, 'obrigado', está com saúde, 'obrigado'.

Esse pensamento repetitivo de obrigado vai começar a gerar um sentimento de


gratidão e o sentimento é muito mais forte que o pensamento. Então, se no começo o
pensamento é forçado, com o tempo, conforme vai se tornando uma verdade interna,
se transforma em um sentimento natural, seremos realmente gratos. Nesse ponto
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começamos a sentir a prosperidade fluir, já que a gratidão e a prosperidade estão


ligadas, lembra?

Quando somos plenamente gratos pelo que temos, vibramos plenitude e


satisfação, pois se temos a certeza de ter tudo, não há por que sentir medo, escassez ou
ansiedade. Sabemos que temos o que precisamos para estar aqui, então o universo pode
acrescentar mais. O Criador adora uma oportunidade de ser mais generoso, mais
abundante, mas isso não pode acontecer se nós mesmos estamos olhando só a escassez.

Além disso, sendo gratos, o universo sabe que já somos felizes, o que for
acrescentado só irá melhorar. Pois para o ingrato, não importa se ele já tem tudo, e
provavelmente tem, ele não percebe e quanto mais recebe do universo mais falta vê,
então gera para si mais e mais medo, ansiedade e escassez. O material que vem a essa
pessoa mais prejudica que ajuda, então o universo está sendo bondoso em pouco
acrescentar a ela.

Pratique a gratidão com a intenção de torná-la cada vez mais a sua verdade,
mesmo que inicialmente não seja natural, insista, coloque seus pensamentos para
trabalhar a seu favor e então torne a gratidão um sentimento. É quando renunciamos às
infantilidades do ego e nos tornamos adultos, não só no corpo, mas também no
espírito, que sentimos a satisfação de ter o coração repleto de gratidão e vê-la em
expansão por toda nossa vida.

Mantrar o 'obrigada' como um exercício para a gratidão é simples e poderoso,


a própria ciência e a psicologia positiva vêm provando os benefícios de cultivá-la em
nossa rotina. A gratidão pelo material é só a ponta do iceberg, mas muitas vezes é por
onde nos faz mais sentido começar, porém a partir dela conseguimos expandir
genuinamente nossa percepção de que só é grato pelo que se tem, quando se é grato
pelo que se é.
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Perdão

Todos nós carregamos um saco de pedras nas costas, sim, pedras! Desde
pequenos vamos pegando pedrinha por pedrinha, umas bem pequenas, outras maiores e
bem pesadas e vamos adicionando nesse saco. Essas pedras são as mágoas, as rusgas, os
ranços, os ressentimentos, tudo que fizeram para nós e que não perdoamos.

Esses sentimentos citados, como a mágoa e a raiva, começam principalmente no


hábito de viver no passado. Estão relacionados ao que não liberamos, ao que não
perdoamos, a mente projetando uma imagem e a revivendo repetidamente.

Estamos, então, indo constantemente para o passado mental, resgatando aquela


imagem que nos gera esse sentimento de mágoa ou ressentimento. E assim, não
viveremos o presente, a vida real e sim uma vida subjetiva, vivendo em looping algo
que já aconteceu.

Essas imagens mentais se repetem sem parar, não importa se aconteceram há


uma semana, um ano ou cinquenta anos, elas travam a mente, assim como ocorreria
com um computador, é um bug no processamento mental, e então simplesmente não
conseguimos sair disso, desse pensamento cíclico.

Mas é no presente que vivemos, é no presente que realizamos, que exploramos o


mundo, que expandimos a consciência, e isso não é possível quando estamos
repetidamente vivendo o passado. Precisamos, então, quebrar esse ciclo e o único modo
de quebrar o looping da mágoa, do ressentimento e do rancor é através do perdão.

Assim como ocorre com a bondade, o perdão foi associado à santificação, algo
possível somente para os iluminados, para alguns poucos escolhidos, mas esqueça isso!
O perdão é uma ferramenta prática para quebrar os loopings mentais, para te tirar do
passado e te trazer para o presente, para aliviar o peso do saco de pedras que carregamos
nas costas.

Muitas vezes as pessoas nos magoam, mas sem a intenção de machucar, elas
também têm problemas, também estão vivendo seus loopings, também estão com os
pensamentos e os sentimentos desorganizados. Exigir que ninguém te machuque, é
exigir um mundo perfeito que não existe, é somente uma projeção do futuro.

Cada pessoa é o que é, não adianta querer que elas sejam diferentes, e se
queremos, fica evidente que precisamos desenvolver a aceitação. Porque ou aceitamos
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alguém como é ou nos afastamos, o que não podemos é ficar julgando, discutindo,
apontando o dedo e juntando cada vez mais pedrinhas.

O perdão é a ferramenta que nos permite largar as pedras, desistir delas por
perceber que elas não trazem nada de bom e só dificultam a caminhada. Reviver o
passado sem parar, rouba energia física, mental e emocional, energia essa que poderia
ser usada para produzir, aprender, buscar novas experiências e ser feliz.

Se alguém te magoou, pense 'eu não posso fazer mais nada a respeito', pois o
que aconteceu não pode ser mudado ou desfeito. O que se pode fazer é decidir não
carregar esse sentimento em si, não carregar as pedras. E não porque você é santo, mas
porque essa mágoa te prejudica, ela dificulta o seu caminho, tem a ver com você e não
com quem te magoou.

O ser humano sai coletando tudo que encontra pelo caminho, não interessa se é
lixo, se faz bem ou faz mal. Vira um catador de pequenas pedrinhas, tudo o que o outro
faz ou deixa de fazer vira raiva, vira ranço, vira rancor, vira mágoa e no fim da vida, a
maioria das pessoas, é um grande saco de ressentimentos. Mas para que carregar tudo
isso?

E chegar no fim da vida nem é garantia de que o ressentimento acaba, se pode


ficar revivendo isso pela eternidade, morrer e continuar nesse surto mental, virar
encosto do outro, buscando uma espécie de compensação. 'Ah, mas em 1875 fulano
colocou fogo na minha fazenda de café'. Amigo, o tempo passou, o tempo correu.

Reconheça as pedras que você carrega, algumas talvez já tenham até virado de
estimação, mas você pode viver sem elas, e vai viver melhor, vai se sentir mais livre,
mais leve, mais focado no presente, tudo será melhor. Use o perdão para se libertar dos
pesos que você mesmo tem escolhido carregar, solte suas pedras.
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Exercício Perdão

Acabamos de falar sobre o perdão e a importância de largar pesos desnecessários


através da sua prática. E uma técnica que ajuda muito nesse processo e que veremos
agora, é o ho'oponopono, uma antiga técnica havaiana para o perdão, desenvolvida por
Kahuna Simeona.

Pense em um fato que aconteceu no passado, que te magoou muito e que você
não consegue esquecer. Coloque esse fato em destaque na sua mente, preste atenção aos
pensamentos que surgirem e de onde eles vêm. Fixe esses pensamentos que estão
gerando a mágoa, a raiva, na sua tela mental, como se estivesse dando pause em um
filme, se há uma pessoa envolvida na situação, olhe fixamente para ela, então repita
'sinto muito, me perdoe, eu te amo, sou grato'.

Repita essa frase mesmo que se, pelo seu julgamento, você esteja certo e a
pessoa errada, você seja a vítima e o outro o algoz, não importa. Porque o
ho'oponopono, tem como base a ideia de que todos estamos interligados, seja por um
contato nessa vida ou em vidas passadas e que é impossível o universo te trazer uma
vivência equivocada.

Imagine que três vidas atrás prejudiquei alguém, roubei o carneiro da pessoa,
bati nela, passei com a carruagem por cima, gritei com ela na rua, cuspi, enfim, a lista
de possibilidades é enorme. Então, passaram-se duas vidas, eu a encontrei de novo e ela
me devolveu aquilo que fiz, talvez tenha levado meu celular ou gritado comigo no
trânsito.

A questão é que, no universo, não existe ação sem reação, mesmo que elas
pareçam separadas por algum espaço de tempo. Em algumas culturas isso é chamado de
karma, e essa reação recebida seria o karma negativo acumulado. Na verdade, o
universo é um grande espelho, o que você manda para ele, retorna para você, não
importa quantas vidas atrás foi.

Por isso, o ho'oponopono ensina a pedir perdão mesmo quando nos julgamos
certos, porque não sabemos! Se você está vivendo uma situação desafiadora, é porque
de alguma forma merece, não está errada a máxima que diz que colhemos o que
plantamos. Então, sim, somos responsáveis pelo que nos acontece, mas devemos ver
isso sem julgamento, apenas como sensações e experiências.
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Mas o mais comum é que tenhamos a atitude infantil de nos vitimizarmos e


culparmos o outro ou Deus, pelo que nos ocorre de negativo, relutamos em aceitar que
somos responsáveis por nossa existência. Perdoar implica nos tornarmos adultos
conscienciais, adultos espirituais e desenvolver a autorresponsabilidade.

Então, se algo aconteceu na sua vida de positivo ou negativo, tenha a


consciência de que você atraiu aquilo, ninguém te mandou, Deus não está te punindo,
você não é uma vítima das circunstâncias, nada disso, você atraiu. Por isso, se alguém
está te prejudicando, a pergunta a ser feita, para trazer consciência e não
necessariamente para encontrar a resposta, é 'o que eu fiz para essa pessoa estar
fazendo isso comigo?'

Repetir o mantra do ho'oponopono, 'sinto muito, me perdoe, eu te amo, sou


grato' dissolve os desconfortos e começa a gerar amor. Isso porque a energia do amor
é positiva e capaz de dissolver a energia negativa do ressentimento. Ou explicando
quanticamente podemos dizer que quando fazemos uma atitude positiva, agregamos
matéria, quando fazemos uma atitude negativa, agregamos antimatéria, e apenas a
matéria consegue aniquilar a antimatéria e chegar no neutro novamente.

Portanto, quanto mais raiva você sentir, mais antimatéria acumulará no seu
campo, antimatéria acumulada induz à desequilíbrios que se agravam cada vez mais,
inclusive no plano físico. Quando nos dispomos a resolver uma situação com amor, com
perdão e agregando matéria, ela vai aniquilando aos poucos a antimatéria acumulada
em nosso campo quântico, em nosso campo energético.

Enquanto não perdoar, o passado continuará assombrando sua mente, roubando


seu foco do presente, pois só através do perdão é possível livrar-se dos fantasmas do
passado, não há outro caminho. Mesmo que desencarne, quando acordar em outra
dimensão, esses fantasmas continuarão existindo. Apenas perdoando é possível limpar a
mente, parar de viver no passado e focar a atenção no presente.

Então, perdoe, pegue todos aqueles fatos que não consegue lidar, todas aquelas
pessoas que sente raiva, que nutre ressentimentos, coloque uma por uma na sua tela
mental e repita 'sinto muito, me perdoe, eu te amo, sou grato'. Quantas vezes e por
quanto tempo precisar, talvez leve meses até você sentir apenas amor, porém a energia
negativa estará sendo aniquilada pela positiva e um dia somente o positivo existirá em
você.
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Módulo 5 - Práticas fundamentais da Atenção Plena

Silêncio

Nesse módulo veremos 10 práticas fundamentais no caminho da Atenção Plena e


que podemos incorporar no nosso dia a dia, elas irão potencializar a prática, trazendo
mais rapidamente os inúmeros benefícios da atenção plena.

A primeira prática é o silêncio, nela te convido a passar algum tempo quieto e


relaxado. Pode ser por 5, 10 ou 15 minutos, o importante é você reservar um tempo do
seu dia para ficar absolutamente em silêncio. Escolha também um canto da sua casa que
seja mais reservado, sem interrupções e confortável para si.

Porém, ficar em silêncio não é só ficar quieto, não é só não falar, ficar em
silêncio também é ficar em silêncio mental. Então, nesse tempo que você reservou para
a prática, não se associe com nenhum pensamento, como sabemos, eles irão começar,
irão se formar e você simplesmente os deixará passar.

Esse tempo não é para ser usado para refletir sobre a vida, nem para planejar
nada, sua meta é o silêncio interno. Sente ou se deite, permita-se relaxar, perceba o
fluxo dos seus pensamentos, mas não os compre. Com o tempo esse fluxo fica cada vez
menor e você vai começar a experimentar intervalos de silêncio na sua mente.

O intervalo de silêncio é que vai reconstruir todo seu corpo, te harmonizar, te


trazer mais paz, diminuir o estresse e trazer mais confiança. Quanto mais silêncio tiver
em sua mente, maiores serão os benefícios que você colherá.

Mas não esqueça que é um treino, precisa haver compromisso de todo dia
silenciar no período reservado. Não há problema que inicialmente seja por poucos
minutos, com o tempo você vai conseguir silenciar por horas, isso porque a prática vai
sendo incorporada no dia a dia e mesmo realizando suas tarefas continuará em silêncio.

Então, essa é a primeira prática sugerida, simples e fundamental. Espero que


você firme esse compromisso consigo mesmo e passe algum tempo quieto, exercitando
essa valiosa habilidade que é o silêncio.

“O silêncio é um espaço vazio. O espaço é o lar da mente desperta.”

Buddha
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Conecte-se às pessoas

Você se sente conectado às pessoas a sua volta ou sente como se estivesse em


um mundo à parte? Bom, se você se sente desconectado, assim como a maioria, saiba
que existem dois erros básicos que nos afastam de uma conexão real com o outro, são
eles, o julgamento e o hábito de ouvir, mas não escutar.

O julgamento é o primeiro a entrar em ação, pois tão logo conhecemos alguém


começamos a julgá-lo. Julgamos a roupa, a aparência, como fala e se porta, se têm bens
materiais e o valor deles. A partir disso, criamos uma imagem dessa pessoa em nossa
mente, de acordo com as conclusões a que chegamos.

Porém, muitas vezes essa imagem mental está equivocada, depois que
conhecemos a pessoa, vemos que o que imaginávamos dela não tinha tanto a ver com o
que ela realmente era. Por isso, comece trabalhando o não julgar, seja quando conhece
alguém ou com pessoas que já são do seu convívio. Evite formar uma imagem mental
delas e tirar conclusões precipitadas sem conhecê-las à fundo.

O segundo erro básico na hora de se conectar às pessoas é ouvir, mas não


escutar. Pessoalmente, quando comecei a praticar atenção plena muitos anos atrás,
percebi que enquanto alguém estava falando, eu mantinha um diálogo mental interno de
como iria retrucar o que a pessoa estava me dizendo. Na verdade, eu não a escutava, na
ânsia de responder logo e usar meu discurso pronto.

Comecei, então, o seguinte exercício para corrigir esse padrão, toda vez que
conversava com alguém, me obrigava a realmente prestar atenção no que a pessoa
estava dizendo, e quando se formava um diálogo interno na minha cabeça, paralelo ao
que estava sendo dito, eu parava, tentava silenciar minha mente e voltava minha atenção
novamente ao outro.

A pessoa com quem estamos conversando sabe, olhando nos nossos olhos,
quando realmente estamos presentes ou quando falamos uma coisa pensando em outra.
Quando ela não percebe, é porque também não está ouvindo o que você está dizendo,
ambas estão fingindo ter um diálogo, quando na verdade só existe dois monólogos.

Isso ocorre porque o ego sempre quer ganhar a discussão, mesmo que ela não
exista, para ele tudo é uma chance de sair vencedor e de ser dono da verdade. Fora o
medo de parecer vulnerável, de não saber uma resposta ou de soar burro. Então, nem
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ouvimos a pessoa falar, estamos ocupados conosco nesse momento, e tão logo a pessoa
silencie, às vezes antes disso, já falamos nosso discurso pronto, com o objetivo de
mostrar que nossa palavra é a que vale e não de criar empatia e conexões.

Por isso, quando estiver conversando e começar uma tagarelice mental,


pensamentos se formando sobre o que irá falar depois, silencie. Silencie seus
pensamentos, preste atenção no que a pessoa está dizendo e quando for falar, certifique-
se de realmente estar respondendo o que a pessoa perguntou ou comentou, não use
um pensamento pronto como base para sua fala.

Retomando, o primeiro exercício é não julgar as pessoas pela aparência antes de


conhecê-las, elimine a imagem mental criada sobre elas. Só passamos a ter uma noção
sobre quem a pessoa é depois que convivemos muito tempo com ela, até lá nossas
percepções são muito rasas. Como pode estar certo julgar alguém por um brinco, sapato
ou a cor da pele, se cada ser é um universo muito vasto? Acredito que, na verdade,
nunca conhecemos totalmente alguém, dada a nossa complexidade.

O segundo exercício é, enquanto estiver conversando, não crie discursos


mentais, realmente preste atenção no que está sendo dito. Esse hábito te força a estar
sempre no presente, porque quando se está criando um discurso mental, se está criando
no futuro. Lembre-se, o ego está no passado e no futuro, o seu ser está no presente, não
fale o que vem do seu ego, fale o que vem do seu ser.
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Conecte-se à natureza

A natureza é uma das maiores fontes de conexão para o ser humano, nosso corpo
é feito de carbono, portanto veio da natureza, somos um pedaço do planeta Terra. Por
isso, tudo o que está ligado à natureza e ao planeta, sejam as plantas, os cristais, o mar,
o vento, a montanha, a cachoeira, vão revitalizar nosso corpo e nossa energia.

Há um tratamento médico no Japão, chamado shinrin-yoku ou banho de floresta,


que consiste em passeios em áreas naturais, sejam realmente florestas ou até mesmo em
parques. A única condição é que se faça o passeio com presença, com atenção plena.
Cientificamente, o tratamento mostrou resultados na diminuição do estresse, da pressão
arterial e melhorias na concentração e na imunidade.

O banho de floresta comprovou o que já dizia a sabedoria popular, a natureza


acalma o corpo e a mente. É só lembrar de algum dia em que esteve estressado e ao
entrar em contato com ela se sentiu imensamente melhor depois. Isso ocorre porque o
corpo descarrega as energias densas e se energiza de energias limpas quando em íntimo
contato com sua primeira casa.

Por isso, sugiro que você reserve na sua rotina, alguns momentos
especialmente para se conectar com ela, pelo tempo que for possível, talvez todo dia por
10 minutos, meia hora uma vez por semana ou uma tarde no mês. Inicialmente, foque
mais em existir esse momento de reconexão do que na duração dele, já que pode ser um
ponto de desmotivação para pessoas com agenda muito corrida.

Se não tiver uma natureza exuberante por perto busque alternativas, como um
parque arborizado, o contato consciente com a água do banho, com plantas de um vaso
ou com a lua, mesmo que seja da varanda. Mas se for possível, aproveite a natureza em
sua forma mais pura, conectando-se no mar, na cachoeira ou em uma densa área verde.

Aprecie o que ela tiver a te oferecer, lembrando que nesses momentos o foco é a
natureza, por isso não leve celular e não vá com a intenção de pensar em nada.
Caminhe descalço prestando atenção nas árvores, sentindo o cheiro da vegetação,
sentindo a terra no chão e ouvindo os seus sons.

Aproveite para exercitar tudo o que vem aprendendo sobre Atenção Plena, pois a
natureza é um ambiente muito convidativo para esquecer os compromissos, esquecer os
prazos, esquecer as tarefas a serem feitas e simplesmente ser.
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Focar no presente

Uma das dificuldades de se estar no presente, é justamente os pensamentos que


teimam em ir para o passado e para o futuro, então treinamos o controle mental
jogando-os constantemente para o agora e fazemos isso através da escolha consciente
do presente ao perceber os pensamentos vagando.

O exercício proposto é fazer dessa percepção uma prática diária. Quando, por
exemplo, começar um pensamento de preocupação com um trabalho para entregar
semana que vem, volte para o presente, quando surgir um pensamento de culpa sobre
algo que já ocorreu, volte conscientemente para o presente.

Mas como a mente volta para o presente? Ela volta quando nos conectamos
com o corpo, com os sentidos, com as sensações, com o que estamos fazendo neste
momento, com a pessoa que está conosco agora e com o ambiente em que estamos
fisicamente.

Exercite a presença constantemente, fazendo desse exercício um hábito,


pratique, mas não se force, seja gentil consigo quando falhar em suas intenções. Porém,
ao longo do tempo, como em qualquer exercício, você vai ter uma capacidade muito
maior de se manter no momento presente em suas meditações e no seu dia a dia.
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Conecte-se aos pensamentos desagradáveis

Imagine uma visita indesejada que chega à sua casa e toca insistentemente a
campainha, que não desiste até você ir atender à porta. Os sentimentos e pensamentos
desagradáveis também agem assim, eles persistem incansavelmente até pararmos de
tentar ignorá-los. Portanto, não adianta fingir que eles não existem, se está com raiva,
magoado, com inveja, ignorar não vai fazê-lo sumir, é preciso encará-lo de frente.

Porém, aceitar que sentimos algo desagradável pode ser desafiador, por isso
sugiro quatro passos fundamentais nesse processo. O primeiro é descobrir o porquê
desse sentimento ter surgido, já que não ocorrem à toa. Eles sempre querem trazer
clareza sobre algo que não estamos querendo ver. Se é raiva que você sente, ao
identificar a situação chave pode, por exemplo, encontrar uma injustiça que sofreu ou
alguma expectativa que foi contrariada.

O segundo passo é aceitar esse sentimento, percebendo em qual parte do corpo


ele está. Para isso, pare e sinta qual parte está mais tensionada quando o sentimento se
manifesta, a raiva geralmente se mostra no estômago ou nos ombros carregados. Com
essa identificação você está sinalizando para o seu sistema que está consciente do
sentimento e fica mais perto de aceitá-lo.

O terceiro passo é extravasar com segurança esse sentimento, se permitindo


expressá-lo sem julgamentos e repressões. Num momento de privacidade, direcione o
sentimento para algo neutro, pode ser gritar, balançar o corpo ou socar uma almofada, o
importante é poder expressar corporalmente o sentimento até se sentir aliviado.

Esse passo é fundamental porque aprendemos que é feio sentir alguns


sentimentos e acabamos por tentar reprimi-los, mas isso só faz crescê-los até que
acabamos por explodir. Por isso, se permita sentir e esgotá-los, desse modo, eles vão
embora naturalmente. Se é um sentimento recorrente, faça esse terceiro passo todos os
dias, então uma hora terá ido completamente.

O quarto passo é resolver a situação, seguindo nossa metáfora inicial quando


abrimos a porta, a pessoa para de tocar a campainha, mas então temos que encará-la e
sermos sinceros, nesse caso, dizer para a visita que ela não é bem-vinda. Portanto, é
importante não pular o passo um, porque ele te trará clareza sobre os porquês e só assim
você poderá tomar uma atitude concreta rumo à solução.
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Um ponto extra importante é se permitir sentir tudo, mas não guardar nada. Se
escolher guardar, saiba que isso traz consequências nocivas. Então, olhe para o que está
sentindo, entenda por que isso surgiu, aceite, gaste o sentimento e deixe ele ir. Não
temos como impedir que esses sentimentos surjam à nossa porta, mas é nossa escolha
não fazer deles um residente.
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Gratidão

Você deve estar pensando, gratidão de novo? Sim, não estou brincando quando
digo que ela é fundamental! Primeiro falamos da gratidão mais básica que devemos ter,
que é por nossa existência, depois sobre ser grato por tudo o que temos e agora vamos
avançar um nível e falar sobre ser grato pelo que não temos.

Agradecer por aquilo que ainda não se tem, como se já tivesse, parte do
princípio de que não temos dúvidas de que o universo está a nosso favor, que nos provê
completamente, que é abundante e de infinitas possibilidades. Se você quer um carro,
agradeça por ele como se já estivesse na garagem, se quer um emprego, agradeça como
se já estivesse trabalhando, sem se preocupar com como ou quando.

Já alerto para não esperar a compreensão externa, pois a maioria de nós ainda
engatinha quando o assunto é gratidão, então não vê sentido em alguém agradecendo o
que não possui. O padrão da sociedade é culpar a vida, ficar magoado e se sentir
esquecido por Deus, como se isso fosse possível.

Mas quem está disposto a abrir os olhos, começa a perceber que o universo
concede tudo o que precisamos, dentro do limite que conseguimos lidar. Pois, muitos
querem ficar ricos, mas poucos conseguem lidar com a riqueza, muitos querem um
amor verdadeiro, poucos querem ser vulneráveis para viver sem amarras e preconceitos.
E o universo sabe disso.

O exercício que sugiro então, é identificar o que você quer realmente


conquistar em sua vida, seja material, emocional ou espiritual e começar a agradecer
como se já tivesse essas bençãos. Esse sentimento de gratidão vai elevando sua energia
e seu campo vibracional, desse modo, você entra em uma faixa de prosperidade e de
amor, então tudo vem até você naturalmente, sem esforço.

É preciso sair da faixa da autopiedade, da reclamação, de sentir-se inútil, porque,


assim como sintonizamos uma estação de rádio, você estará sintonizado com essa
frequência e, portanto, atraindo mais disso para si. E a melhor forma de aumentar a
frequência energética é agradecer, mesmo aquilo que não se tenha.

Aproveitando que estamos nos desafiando a respeito da gratidão, vou mais longe
e digo que devemos agradecer também às situações e às pessoas difíceis. Tem um
ditado árabe que diz 'árvore que não pega vento, não cria raiz'. Então, quanto mais a
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pessoa tenta te prejudicar, mais ela te ensina a como se proteger e a como se manter
firme nas adversidades.

Pense nas pessoas e nas situações que mais te ensinaram, grandes chances de
serem justamente as que foram mais desafiadoras, pois elas nos tiram da zona de
conforto e ampliam nosso conhecimento. E o universo sabe disso. Então agradeça as
pessoas difíceis que passam na sua vida, elas são os grandes mestres que te ensinam a
ser cada vez melhor, pois, embora muitos neguem, todos estamos à serviço da Luz.
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Use a tecnologia com sabedoria

A tecnologia de modo acessível e universal, é algo recente na história e,


portanto, não paramos para avaliar profundamente seus impactos em nossas rotinas,
com isso continuamos usando nossos celulares indiscriminadamente e com pouca
consciência.

Quase todo mundo possui um smartphone e tem acesso constante às redes


sociais, naturalmente que podemos usar positivamente tanta acessibilidade às outras
pessoas e informações. A tecnologia está no mundo para ser usada, mas para ela ser
bem usada é preciso um pouco de sabedoria.

Usar a tecnologia com sabedoria significa saber identificar quando ela é positiva
e quando é negativa, ou seja, quando ela está te acrescentando algo, como boas
informações e conexões com pessoas que agregam, ou te tirando algo, como tempo e
presença.

Há momentos que são marcadamente únicos, mas escolhemos fazer uma foto ou
vídeo a aproveitá-los ao máximo. Quem nunca conheceu um ponto turístico ou uma
beleza natural e ficou mais preocupado em fazer a foto perfeita para o Instagram do
que em apreciar a vista? Quantos de nós vai à um show e aproveita realmente, em vez
de ficar filmando?

Precisamos nos questionar se queremos viver aquele momento para ter a


experiência ou para mostrar nas redes sociais que a tivemos. Não estou dizendo para
você não tirar fotos em suas viagens, nem para não as postar, mas para se questionar
quais são suas prioridades e por quê. Viver o momento é apreciar totalmente o
presente com os sentidos e isso é incompatível com olhar a paisagem por uma tela.

O celular não só nos rouba do presente, como nos coloca em um lugar de


constante comparação e julgamento. Se por um lado os outros sempre parecem estar
mais felizes e fazendo coisas mais legais, por outro, ninguém parece saber de tudo tanto
quanto nós, nossa opinião parece ser a única possível e certa. O quão bem isso pode
fazer à nossa saúde? Estar com a mente em um eterno saltar, de vítima à juiz em
segundos.

Portanto, o exercício é identificar momentos em sua rotina em que usa a


tecnologia indevidamente, seja em um almoço com a família, enquanto caminha em
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um parque, em um jantar com os amigos ou enquanto se exercita na academia e então,


não usar o celular nesses momentos. Coloque no silencioso, desligue, não leve, qualquer
coisa que te faça não ficar olhando a cada 5 minutos para a tela dele.

Reserve esses momentos unicamente para estar presente, para apreciar a


paisagem, as conversas, a comida, para usar melhor seus sentidos. Se liberte do medo de
não ser encontrado, de perder algo muito importante ou interessante, se algo for
realmente importante para você, irá te encontrar. Priorize viver o presente
intensamente, depois, no momento certo, pegue o telefone e interaja com ele.

São inegáveis os benefícios da tecnologia, a produtividade, a informação, a


conectividade e outros tantos, mas também é inegável que não se pode estar em atenção
plena se a usamos de modo descontrolado. Se estamos constantemente nas redes sociais,
conversando, discutindo, julgando, vendo, estamos constantemente no modo fazer, e se
estamos no modo fazer, como já vimos, não estamos no modo ser.
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Sorria

Talvez você acredite que não tem motivos para sorrir, embora espere que não
depois de tanto conversarmos sobre gratidão. De qualquer forma, não importa! A partir
do momento que fazemos o movimento muscular de sorrir, o cérebro automaticamente
libera endorfina, o hormônio da felicidade, então mesmo que não tenha motivos para
sorrir, sorria!

Sorrir é importante porque relaxa a mente e o corpo, traz uma sensação de bem
estar, alivia dores e diminui o estresse. Por isso, supere o medo de parecer bobo, ria,
sorria e se quiser ir além, gargalhe. Lembre-se que não precisa de motivos, apenas
precisa fazer, comece fingindo se necessário, e então, em algum momento, a risada será
como um mantra e se verá capaz de rir por meia hora sem parar.

Por isso, a sugestão de exercício é sorria o máximo que puder, se precisar


reserve 10 minutos do seu dia, vá para o quarto e ria sozinho, isso vai transformar sua
bioquímica corporal e melhorar visivelmente seu dia. Não tenha medo de ser alegre, a
vida é um paradoxo entre ser séria e uma brincadeira ao mesmo tempo.

Rir de si mesmo e das situações embaraçantes em que nos colocamos alivia o


peso de tudo, não adianta ficar se punindo por algo que está além do nosso controle,
então se você fez uma besteira, passou vergonha, ria junto. Conserte o que pode ser
consertado e ria do que não pode.

Nós levamos a sério demais, esquecemos que estamos aqui aprendendo, a vida
na Terra é como um workshop de fim de semana de uma experiência sensorial e
material. Afinal, o que é 70 anos perto do infinito? Não seria nem como 0,00001
segundo, nosso cérebro nem consegue processar essa informação. Por isso, cumpra seu
dever, mas relaxe.

O riso, assim como o choro, é contagiante e se espalha em uma onda energética,


portanto, quando estiver em um local pesado, fale uma bobagem, faça os outros rirem,
seja a pessoa que transforma positivamente o ambiente. A alegria deixa tudo mais leve,
por isso, quebre a expectativa da seriedade, conecte-se com seu lado humorista,
conecte-se com seu lado criança.
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Mude a sua rotina

Se você poderia ter sido inspiração para a música do Seu Jorge que diz 'todo dia
ela faz tudo sempre igual', se prepara porque vou contar o porquê devemos mudar isso.
Os humanos possuem uma capacidade natural de transformar tudo em rotina, isso é
uma exigência cerebral evolutiva, que visa economizar energia.

Aprender algo novo, seja uma nova habilidade ou apenas fazer um novo
caminho, exige grande parte da atenção cerebral e consome muita energia, pois novas
conexões entre os neurônios estão sendo criadas. Com o tempo e conforme as conexões
vão se estabelecendo pela prática, qualquer ato passa a ser mais natural, a depender
menos de nossa atenção e da mente consciente, até o ponto de ficar automático.

Então, se quando aprendemos a dirigir precisamos pensar em tudo, em cada


ação feita, quando já se tem prática não se precisa pensar em mais nada para se ir do
ponto A ao B. Mas quando esse processo acontece nas diversas áreas de nossa vida, sem
nunca trazermos questionamentos e revisões, tendemos a nos colocar em um modo
robô com relação ao que falamos e fazemos.

Além disso, nosso cérebro uma vez automatizado, libera espaço mental para a
criação de pensamentos, e sabemos que na maioria das vezes esses pensamentos
gerados enquanto fazemos uma tarefa são pensamentos do passado ou do futuro.

A atenção plena nos ensina a vigiar esses pensamentos e jogá-los para o


presente, ou seja, se colocar em uma situação mental de aprendizado, mesmo para
funções já aprendidas. Mas então por que é importante mudar a rotina? Porque fazendo
isso usamos a biologia a nosso favor!

Em vez de só treinar seu cérebro para que ele fique no presente em situações já
conhecidas, você cria situações desconhecidas para que ele naturalmente faça isso.
Dirigir é uma ação única, mas a verdade é que temos blocos de ações preestabelecidas
que executamos durante o dia no automático. Acordamos e fazemos as mesmas coisas,
do mesmo jeito, tudo sempre igual, repare.

Aposto que você acorda, levanta e vai fazendo uma sucessão de tarefas simples
sem nem pensar muito nelas, a mente já vagando nas atividades maiores que virão ao
longo do dia. Mal percebe que escova os dentes, lava o rosto sempre da mesma forma,
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vai para o trabalho pelo mesmo caminho, trabalha no automático tanto quanto possível e
então volta para casa para fazer o mesmo de sempre.

Se não fossem os imprevistos do dia, o que ocorre para além do nosso controle,
todo dia seria igual. Para a maioria de nós, o único momento de mudança que
planejamos são as férias e veja o quanto elas são desejadas e esperadas. Também
contamos os dias para o fim de semana e por quê? Será que nosso problema é trabalhar
ou é uma vontade desesperadora de quebrar a rotina?

Por isso, o exercício é, escolha alguns dias para mudar suas ações. Comece
pelas pequenas, se você acordava e ia lavar o rosto, acorde e vá fazer o café, se ia para o
trabalho por um caminho, vá por outro, se trabalha seguindo passos fixos, tente mudar
isso, almoce em um lugar diferente ou em um horário diferente. Busque em sua rotina
as várias pequenas coisas que podem ser alteradas.

Feito isso, se desafie um pouco mais e remova ou insira atividades na sua


rotina. Se não fazia exercício, comece, ou talvez um curso sobre algo que você gosta,
coma algo que nunca comeu, oportunize conhecer novas pessoas, estude um novo
idioma, e quando essas coisas ficarem automáticas, mude-as novamente.

Os xamãs chamam isso de espreita, o ato de se colocar em situações novas na


vida. E quanto mais dificuldade de estar no presente você tem, mais precisa mudar
radicalmente suas ações, mais precisa estar à espreita, atento às oportunidades de sair
da zona de conforto. Uma vez estando no presente, vai sentir-se mais energizado, mais
atento, mais feliz, vai sentir um novo rumo na vida.

Esse é o motivo, aliás, para nos sentirmos tão bem em viagens de férias,
voltamos para casa reenergizados, descansados e rejuvenescidos. Será que é o simples
ato de viajar ou o fato de a rotina ter mudado radicalmente? Será que o lugar era mágico
ou você se sente tão melhor porque se permitiu experimentar coisas novas? Agora
pense, por que não se sentir sempre consciente das infinitas possibilidades do dia?

Cada vez que se coloca novos desafios e situações, uma nova onda de
energização é gerada. Por isso, não tenha medo de experimentar, de fazer diferente e de
mudar a rotina. Guarde o medo para a possibilidade de viver todo ano o mesmo ano e de
seguir sempre os mesmos caminhos no cérebro e na vida.
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Pensamentos não são fatos

Chegamos ao último exercício das 10 práticas para o dia a dia e se no exercício


anterior tivemos que olhar o nosso exterior e entrar em ação para mudar a rotina, nesse
vamos olhar o interior e organizar o que se passa em nossa mente. Ele te convida a
perceber que pensamentos não são fatos. Preparado para se livrar das ilusões?

O cérebro forma um pensamento a partir da junção de várias imagens, situações,


experiências e traumas. Toda nossa bagagem individual é usada como base para a
formação de um pensamento. É por isso, que uma mesma situação pode gerar ideias
opostas em duas pessoas, pois o que pensamos não é a realidade, o que pensamos é um
produto do nosso cérebro.

Por exemplo, você tem um trauma de abandono, seja por uma memória familiar
ou porque vivenciou essa experiência. Então, começa a se relacionar com uma nova
pessoa, mas não consegue parar de pensar que a qualquer momento ela vai ir embora. A
fonte desse pensamento é o trauma e não a realidade em si. O relacionamento pode
estar ótimo, o outro nem cogitando partir, mas você seguirá buscando os menores
indícios de que a pessoa irá te deixar.

Muitas vezes nesse ponto ocorre autossabotagem, você tem tanta certeza de que
a pessoa vai embora que não sossega até que vá mesmo. Se pararmos para analisar, isso
permeia tudo em nossa vida, a formação do pensamento é neutra, mas o ser humano é
tão incrustado de traumas, que nossas ações são mais ditadas pelo medo e pela não
realidade do que imaginamos.

Temos uma tendência a enfatizar as dores e elas parecem criar uma cicatriz
muito mais profunda do que as alegrias. E essa cicatriz faz gerar pensamentos que não
tem base na realidade atual. É como quando éramos pequenos e tínhamos medo do
monstro embaixo da cama, nosso medo era real, a sensação da presença do monstro
também, mas ele não era. Crescemos, mas ainda temos nossos monstros.

Por isso, sempre analise se o que está pensando tem base na realidade ou não,
se decidir que não, ignore o pensamento, não aja de acordo com ele. Traumas profundos
são mais desafiadores, costumam ser mais insistentes e exigem mais da nossa
capacidade de perceber que não são reais. A maneira de lidar com eles é a mesma,
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identificando, ignorando e não agindo de acordo, mas não hesite em buscar ajuda
psicológica ou terapêutica para lidar melhor com esse processo.

Uma vez que se tenha entendido que pensamentos não são fatos, minha sugestão
de exercício, para trazer clareza à sua mente é, coloque os pensamentos de um dia
inteiro no papel. Depois, separe-os em duas colunas, em uma os pensamentos reais e
em outra os que identificou como não reais. Esse pode ser um processo longo e
profundo, então seja paciente consigo, não tenha pressa, mas comece.

Trago dois exemplos de pensamentos possíveis, para ficar mais claro sobre o que
é ou não real. 'Quando saio na chuva eu me molho', esse vai para a coluna do real, 'não
concluo nada que começo', esse para a coluna do não real, pois grandes chances de ser
algo que ouvimos, acreditamos e então materializamos por autossabotagem. Além
disso, certamente concluímos muitas coisas, mas focamos nas não concluídas.

Uma vez feita a lista, ignore o que não for real, lembrando que ignorar não é
reprimir, não proíba o pensamento de surgir, somente o identifique na hora como não
real e deixe-o ir. Com o tempo ele ficará cada vez menos regular, até que terá
desaparecido da sua mente. Lembre-se que você ficou alimentando esse pensamento
por muito tempo, portanto, pode levar um tempo até o cérebro entender que esse
pensamento não é verdade e que não se associa mais a ele.

Pense o quão mais simples tudo será se tivermos claro em nossa consciência que
pensamentos não são fatos, que são uma representação do mundo interior. E o quão
mais claro tudo ficará com a sabedoria de entender que o mundo interior não
necessariamente condiz com o mundo exterior.
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Módulo 6 – Lidando com o Estresse

O que é o estresse?

Iniciamos agora uma pequena série para falar sobre o estresse, entendê-lo da
perspectiva da atenção plena e desmistificar algumas ideias sobre ele. O estresse é uma
reação natural do corpo mediante o perigo, algo muito necessário para nossa
sobrevivência como espécie, principalmente na época em que convivíamos com animais
selvagens e dependíamos constantemente de uma ação rápida para lutar ou fugir.

Esse mecanismo ocorre através de comandos cerebrais que fazem lançar uma
enxurrada de hormônios na corrente sanguínea e que vão causar uma série de
mudanças corporais, como a alteração da pressão arterial, dos batimentos cardíacos, da
respiração e outros. Tanto que em situações de estresse, ocorre de se conseguir ir além
das capacidades físicas do estado normal, como correr mais, levantar pesos maiores ou
pular mais longe.

Desse modo, vamos desmistificar a ideia de que o estresse não é saudável, na


verdade ele é saudável e útil em situações de riscos reais. O que não é saudável é estar
nesse modo luta ou fuga diariamente, o que acontece com frequência em nossa
sociedade moderna. Esse excesso de liberação hormonal mantém o corpo em constante
estado de ação e com o tempo isso gera danos ao sistema como um todo.

Quando estamos parados em casa, sem um risco iminente, nenhum leão à


espreita, essa liberação hormonal é desencadeada pelos nossos pensamentos. O corpo
não sabe diferenciar o que é real e o que é pensamento, então se estamos pensando em
uma situação de perigo, seja do passado ou projetada no futuro, algo que nem ocorreu,
ele acredita que o perigo é real e imediato.

Só que nesse caso o perigo não existe, é uma projeção mental, mas que leva
igualmente a um estado de alerta físico, então não conseguimos dormir, relaxar, não
conseguimos nos relacionar amigavelmente com as pessoas, estamos constantemente
agressivos, estamos no modo luta ou fuga mesmo quando no sofá de casa.

Como lidamos com as situações do dia a dia pode ir reforçando esse estado,
como o que penso quando sou fechado no trânsito, se sinto medo constante por minha
saúde, por minha segurança, se me sinto ameaçado de alguma forma por algo ou
alguém. Assim, ficamos esgotados energeticamente, pois o estado de alerta consome
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nossa glicose, rouba a energia que seria gasta com as funções básicas de nossos órgãos e
com o tempo vamos sentindo o impacto disso em nossa vitalidade e saúde.

Não é possível obrigar nosso corpo a não produzir hormônios, mas podemos
aprender a controlar nossos pensamentos e aí sim frear a cascata do estresse bem em
seu princípio. Assim como, também podemos aprender a utilizá-lo a nosso favor, pois
há momentos em que precisamos agir rápido e de uma dose extra de energia.

Portanto, não é o estresse que é um inimigo, mas nossa incapacidade de


identificar os perigos reais, por isso é fundamental aprender a discernir o que é um
perigo real de um perigo imaginado, e se não é real então não o alimentar. Se sua
cozinha está pegando fogo, o perigo é real, então aja. Se você está imaginando que isso
pode acontecer um dia, então o perigo não é real, é projetado, deixe ir e relaxe.

Reveja o que em sua vida está te colocando em estresse constante, às vezes


pequenas mudanças já nos permitem relaxar em nosso dia a dia. Não caia na loucura
social de acreditar que estar em constante tensão nos afasta dos perigos externos, na
verdade, tudo o que conseguimos com isso, é alimentar um perigo interno.
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Estresse Físico

O estresse físico, surge da repetição inadvertida de uma ação física por um longo
período, e um bom exemplo disso é a famosa tendinite. A questão é que essa ação e o
tempo necessário para que ela cause estresse variam de pessoa para pessoa, sendo
indispensável o autoconhecimento nesse caso.

A resposta ao estresse físico também varia, mas costuma se apresentar como um


processo doloroso, que dificulta ou impede o movimento. O corpo pode simplesmente
travar, inflamar, quebrar ou romper alguma estrutura. É como uma máquina que pifa se
exigida além da conta, e fazemos isso com nosso corpo quando estamos inconscientes
da nossa realidade corporal.

Para resgatar esse autoconhecimento precisamos estar mais atentos ao que nosso
corpo pode fazer, até onde ele pode ir e entender os limites dele. Essas informações
nenhum livro pode trazer, pois por mais que se possa indicar exercícios e intensidades,
cada corpo é único e têm demandas únicas, que só o próprio dono do corpo tem, ou
deveria ter, condições de dizer até onde vão.

Temos uma ideia de que o cérebro controla totalmente o corpo, mas na verdade,
principalmente quando falamos dos desejos de nossa mente egóica, existe um máximo
que pode ser feito por meio exclusivo da vontade. Então, se nunca praticamos exercício
e vamos à academia, não podemos querer que nosso corpo tenha a capacidade física de
alguém que malha diariamente a cinco anos e se forçarmos que tenha, com certeza
vamos pagar o preço por isso.

Por mais óbvio que pareça, tenho certeza de que muitos se identificam com essa
inconsciência corporal, com fazer valer mais os desejos do ego, com ser mais
importante acompanhar outra pessoa em um exercício ou habilidade, do que respeitar a
nossa própria capacidade. Por isso, a primeira palavra fundamental quando falamos de
corpo é respeito, senão somos pouco amorosos quando se está em jogo a comparação
ou a sensação de pertencimento em relação ao outro.

Então, se por exemplo, começar a praticar uma atividade física ou iniciar um


emprego que exija muito do seu corpo, fique atento aos seus limites, não os ultrapasse.
Pouco a pouco, com respeito, amor, sem cobranças e comparações, você irá desenvolver
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as novas habilidades necessárias. Foque em estar no presente, em olhar para si em vez


de se projetar no outro.

Assim como na atenção plena, nas atividades físicas, também precisamos saber
da necessidade de treino para se obter bons resultados. Não podemos querer consertar
em um mês o que às vezes levamos anos para estragar. O corpo demanda um processo
lento de repetição, sempre dentro do seu limite, pois para mas você o estressa, para
menos você não adquire os benefícios desejados.

A segunda palavra então é constância, e não intensidade, pois mais vale dez
minutos de exercício diário, do que três horas em um único dia do mês, mais vale cinco
minutos de meditação diária, do que um retiro no final de semana. O corpo precisa de
constância e recompensa largamente por isso.

Apreciar os processos evita a ansiedade de querer resultados imediatos, que


mais paralisam que realizam. Busque seus propósitos com amor, respeito e
consistência, se está cansado, descanse, se algo não saiu como o esperado, recomece.
Aos poucos vá entendendo e trabalhando seus limites e qualidades, sem precisar fazer
seu corpo sofrer no caminho.

Nós somos nosso próprio corpo, mas também o que vem antes dele e o que vem
depois, somos o inconsciente, o consciente e o ego, somos nosso passado, presente e
futuro, e todas nossas camadas merecem ser tratadas com amor. Sempre que for
atuar em seu corpo físico lembre-se, do processo lento, mas eficaz, de como a natureza
transforma as pedras em areia, com o pingar de milhares e milhares de gotas de chuva.
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Estresse Mental

O estresse mental é cada vez mais comum em nossa sociedade, isso porque,
nosso cérebro tem uma capacidade limitada de processamento de informações diária
e em um mundo conectado como o nosso, a quantidade de informações a que estamos
expostos se multiplica freneticamente.

Esse limite de processamento que dita, por exemplo, a necessidade de se ter


aulas por períodos, sendo que quanto menor a capacidade de atenção, menor deve ser
essa duração. Na escola também percebemos que quanto mais informações temos que
assimilar, mais tempo precisamos. Quando tentamos estudar o conteúdo de um ano em
um dia, descobrimos que não saímos da superficialidade e ainda geramos um grande
estresse mental.

Novamente a palavra é constância, ou seja, fazer um pouco todo dia, com


atenção e frequência. Não adianta forçar desempenho, é como tentar rodar um jogo
atual em um computador antigo, ele trava. Mas também não estou dizendo que os
limites são fixos, para a mente vale o mesmo princípio de treino que vimos para o corpo
físico.

Para melhorar a capacidade mental, comece identificando qual é o seu limite


atual, qual é o tempo que você fica concentrado em determinada tarefa, seja estudar,
trabalhar ou tocar um instrumento. Perceba quando começa a dispersar sua atenção e em
vez de automaticamente ir para o celular, determine conscientemente uma pausa e
uma outra atividade para fazer durante ela.

Pode ser tomar uma água, dar uma caminhada, brincar com o cachorro, depois
retorne para a tarefa inicial e repita o processo de auto-observação do momento em que
necessitará de uma nova pausa. Então, assim como ocorre com o corpo físico, sua
capacidade de concentração vai aumentando com o tempo e com o treino constante e
consciente.

No trabalho, pode ser mais desafiador estabelecer esse limite, pois nem sempre a
empresa entende que produtividade não é número de tarefas, mas o quão
eficientemente se resolve um problema. Um funcionário que entrega três tarefas bem
feitas é mais produtivo que aquele que entrega dez que precisarão ser refeitas. Aqui, um
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diálogo claro com seu chefe sobre carga de trabalho e desempenho pode ser necessário
se você se sente exigido além do que deveria.

A questão é que se você não estabelecer um limite, dificilmente o seu chefe o


fará. Se mesmo após a conversa, continuar se sentindo esgotado, procure outro
emprego, precisamos nos respeitar não estando em um ambiente que nos trata como
descartáveis. Não estou falando para você pedir demissão amanhã, mas para criar uma
estratégia que te permita se livrar disso mais à frente.

Permita-se buscar novos caminhos se o atual não está te trazendo felicidade,


prazer e paz. Aqui novamente a palavra respeito surge como algo fundamental, pois
muitas vezes nos mantemos em situações ruins porque estamos nos comparando ao
outro e não respeitamos os nossos limites. Esquecemos que somos únicos no universo e
que merecemos o melhor.

Quando largamos a autocobrança, de termos que fazer isso ou aquilo, e focamos


em nós, nas nossas capacidades, limites, qualidades e no que pode ser aperfeiçoado,
estamos oportunizando que o nosso exterior também reflita um cenário melhor. Mas
se somos os primeiros a nos castigar, punir e a manter uma situação degradante, por que
quem está ao redor não faria o mesmo?

Estamos aqui para sermos felizes, não para sermos máquinas de produção, o
trabalho é para ser fonte de prazer e de realização, mas se você não se sente assim,
revise sua vida, veja o que te traz aborrecimentos e pressões, então, direcione-se para a
mudança. Cumpra suas responsabilidades, mas não se coloque obrigações irreais, nosso
único dever é viver o presente.
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Estresse Emocional

Comumente temos em nossa vida alguns momentos que geram estresse


emocional, por exemplo, quando perdemos um ente querido ou quando um amigo
próximo muda de país. Em ambos os casos, há uma ruptura brusca de um convívio
estabelecido, então nossa mente precisa de um tempo para trabalhar essa nova
configuração.

Esse luto é normal e necessário, pois as emoções precisam ser organizadas e


elaboradas novamente até estarem calmas dentro de nós. Portanto, se você perdeu
alguém ou algo muito importante, não se cobre por estar vivendo um luto, em algum
momento seu corpo assimilará tudo e trará um novo significado dessa experiência para
você.

Agora, quando sofremos por algo que não existe ou não aconteceu, geramos um
estresse emocional desnecessário. Como, por exemplo, sofrer antecipadamente porque
alguém que amamos vai partir um dia. Na verdade, não faz sentido sofrer por algo que
não sabemos quando vai acontecer, mas que inevitavelmente vai. O mesmo podemos
pensar sobre sofrer antecipadamente por uma demissão, ora, a não ser que nos
aposentemos nesse emprego, em algum momento pediremos demissão ou seremos
demitidos.

Por isso, precisamos aprender a soltar, a não ter apego, pois ele que traz o
estresse emocional. Quanto mais apego temos por algo, sejam pessoas, coisas ou
situações, mais estresse emocional geramos quando as perdemos. Pode ser algo simples
como uma roupa ou algo profundo como uma mãe, sempre que você sentir que perdeu
algo a que é apegado, inevitavelmente vai sofrer com isso.

Então, para não ter estresse emocional desnecessário, não devemos ter apego e
para não ter apego, precisamos entender que não possuímos nada e que tudo é
transitório. Tudo passa por nossa vida, nós somente convivemos com o que está a
nossa volta, nada temos, portanto, tudo é um empréstimo, são instrumentos para a
expansão da consciência.

As coisas materiais estragam, as pessoas vêm e vão e nós também um dia


partiremos da vida delas. Mas insistimos em nutrir apegos mesmo com coisas
pequenas, deixamos de usar uma roupa que amamos por medo de estragá-la, mesmo que
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ela nos faça sentir melhor. Será que não é pior a sensação de ver uma roupa que
amamos nova, mas nunca usada? Como nos sentiremos quando o tempo agir sobre ela e
ela for uma novíssima roupa velha?

O desapego nos mostra que se nada é nosso e tudo é passageiro, temos que
aproveitar o máximo de cada coisa e de cada pessoa. O momento de apreciar a
companhia de quem amamos é agora e só fazemos isso estando presentes. Aqui a
atenção plena nos ajuda a realmente estar nos momentos que compartilhamos com elas,
e se isso é feito, se esses momentos são vividos, no momento da separação o estresse
emocional é minimizado.

Por isso, usufrua de tudo sem apego, com a consciência que cada momento é
único e sagrado e assim não terá estresse emocional desnecessário. Estamos aqui para
viver e não para ter, ninguém tem nada, nem ninguém. Nada permanece igual por muito
tempo. Tudo, tudo o que está a nossa volta é um empréstimo. O quanto antes
aceitarmos essas verdades, menos dor e mais prazer teremos em nossas jornadas.
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Estresse Espiritual

Diferentemente do que talvez imagine, o estresse espiritual não é o estresse


causado pela pressão de seguir dogmas religiosos, ou seja, manter-se de acordo com o
sistema de crenças e regras da religião que se segue. Mas sim o estresse causado por três
perguntas que precisam ser respondidas por nós, são elas: 'De onde vim, o que faço
aqui e para onde vou?'

Mesmo que a nível inconsciente, essas perguntas não respondidas causam um


estresse enorme em nosso sistema. Pense em nossa vida aqui na Terra como um jogo,
estamos encarnados, com um ego que não lembra das existências anteriores e temos que
resolver esse quebra-cabeça interno, precisamos responder 'de onde vim, o que faço aqui
e para onde vou', senão a vida não faz sentido.

Nosso cérebro precisa dessas respostas, da clareza dessas respostas para sentir
que realmente começou o jogo, senão a sensação de que ficamos é de estar eternamente
parados no começo da primeira fase. Por isso, enquanto não resolver essas três
perguntas, ficamos com um buraco no peito e com uma sensação de vazio, mas depois
de resolvê-las começamos um período de mais paz interior.

Chegar às respostas é um processo individual, mas trago aqui minha explicação


metafísica, para talvez trazer um norte à questão. De onde viemos? Viemos da
consciência do Criador, somos um pedaço da consciência Dele. Já falamos sobre isso
anteriormente, sobre como somos uma centelha do Divino, de como tudo emerge do
Todo, inclusive nós.

O que estamos fazendo na Terra? Estamos acumulando experiências,


simplesmente isso. Digo pela lógica, pois estamos em um corpo sensorial 24 horas por
dia e possuímos um arsenal para coletar informações sensoriais, como o tato, a visão, o
paladar, os sentimentos e mais. São milhares de informações que agregamos o tempo
todo. Logo, a vida nos mostra que estamos aqui para captar essas informações e viver
experiências.

Então, quanto mais informações coletamos, quanto mais expandimos nossas


percepções, mais estaremos cumprindo nosso propósito de estar aqui. Se fosse para
sermos seres iluminados espiritualmente, não teríamos encarnado em um corpo físico na
Terra, vivendo no planeta do jeito que ele é hoje. Se estamos aqui é porque são as
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experiências que ele oferece que precisamos ter, sempre lembrando da


autorresponsabilidade.

Então, só cabe a nós ampliar cada vez mais essas experiências. Se estamos
num corpo que nos permite sentir o sabor dos alimentos, então vamos experimentar
todos os tipos que pudermos. Se podemos ver, então vamos ver o máximo de novas
paisagens, vamos olhar para tudo de verdade, com atenção plena. Com essa mentalidade
é que vivenciamos o máximo do que a vida nos oferece.

E para onde vamos? Vamos voltar para o Criador. Assim como saímos Dele,
regressaremos à Ele. Sei que pode ser desafiador entender o sentido disso,
principalmente porque temos muitas crenças do paraíso final, e tudo bem. Cada religião
e cada pessoa tem sua crença, portanto, acredite no que te faz melhor.

Como disse, encontrar essas respostas é um caminho individual, então se você


chegar a conclusões diferentes sobre de onde veio e para onde vai, não tem problema,
elas só precisam realmente te trazer paz interior. Mas, sobre o que estamos fazendo
aqui na Terra, reforço que estamos vivendo uma experiência sensorial e quanto mais nos
permitirmos absorver informações, mais significado encontraremos na nossa vida.

Por isso, não se feche nas experiências que já teve, nem se limite por sua idade
ou por achar que viveu tudo porque cumpriu o protocolo social. Idade é relativo e
enquanto estamos aqui nosso corpo está recebendo informações, não há limite
máximo. Trabalhe em si crenças limitantes que nos fazem não experimentar o novo,
como acreditar que antigamente tudo era melhor, liberte-se desse saudosismo
exagerado.

Tudo está sempre em constante transformação e expansão, não pare no tempo,


senão a vida acaba por te arrastar. Ao fazermos algo novo, seja ouvir uma música
que nunca ouvimos ou fazer uma nova amizade, é normal sentir algum estranhamento,
pois não estamos acostumados às informações que elas trazem, mas isso é algo bom,
pois significa que elas estão de fato trazendo algo novo.

Por isso, se abra conscientemente para a experimentação e quando ir para a


próxima fase dessa existência terá adquirido muito da única moeda que levamos daqui,
as informações. Não se acomode achando que já aprendeu ou experimentou o
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suficiente da vida, pois nunca é o suficiente, sempre podemos expandir mais e mais,
pois não há limite para quantas moedas podemos coletar no jogo da vida.
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Módulo 7 – Treinando

Prática 1 – Aumentando a Produtividade

Começamos agora uma série de exercícios práticos com a intenção de te levar


um nível além do que você vem praticando. E o primeiro é como aumentar (e muito!)
a produtividade com a atenção plena.

Produtividade está diretamente associada a amar o que se faz. Esse é o caminho


mais curto, pois se amamos o que fazemos, nos sentimos bem fazendo e se nos sentimos
bem, queremos fazer mais e mais. Desse modo, você é produtivo por prazer e não por
uma exigência social.

Outra razão, é que quando amamos o que fazemos, os pensamentos destrutivos e


desgovernados são naturalmente substituídos pelo prazer e concentração. Já quando
fazemos o que não gostamos, entramos no modo robô e deixamos a mente viajar. Isso
ocorre porque a maneira mais rápida de fugir de algo é não pensar naquilo,
principalmente quando não nos é dado a possibilidade de ir embora fisicamente, seja por
alguma obrigação ou compromisso.

Atualmente, grande parte da população vive nessa fuga das atividades que não
gosta, mas faz simplesmente para sobreviver. Num futuro, ainda utópico, as pessoas
poderão fazer o que amam sem se preocupar com o básico, então a produtividade será
crescente e natural. Mas até lá, enquanto ainda há obrigações não prazerosas a cumprir,
podemos usar a atenção plena para transformar um problema em um aprendizado.

Isso porque, é fácil se concentrar naquilo que se gosta, o desafio é fazê-lo com o
que não se gosta. Por isso, proponho que a partir de agora coloque atenção total
mesmo nas tarefas desagradáveis. Pois, ainda não podemos ter prazer em tudo o que
fazemos, mas colocando atenção plena, por mais contraditório que pareça, podemos
sofrer cada vez menos com elas.

E o caminho para isso é silenciar os pensamentos e não dar espaço para a mente
fugir. Desse modo, gostando ou não da atividade, a produtividade aumenta, porque
terminamos mais rápido, com menos erros e com mais exatidão. Portanto, aplicar a
atenção plena nas tarefas desagradáveis te ajuda a fluir melhor por elas.
Licensed to Rodrigo Cremonez Novoa Lopez - disgracenaked@gmail.com

Porém, reforço que tenha em mente que todo dia aqui na Terra é valioso e
deveria, no mínimo, não ter uma rotina que nos deixasse desmotivados. Sempre se
pergunte, se eu tivesse só mais três dias de vida, quanto valeria um dia? Isso porque,
ainda não podemos não fazer algumas tarefas que nos desagradam, mas também não
podemos levar uma vida totalmente insatisfatória e achar que a atenção plena vai nos
salvar disso.

Mas independente do que façamos na vida, cada ato nosso tem que ser um ato
divino, o melhor que podemos dar. Não estou falando de perfeição, nem de
competição, mas sim, dentro de você estar a certeza de que fez tudo o que podia. Se o
outro não acha suficiente, isso é outra história, o importante é você estar comprometido
com a sua maestria.
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Prática 2 – Atenção na Respiração

Esse é um exercício básico, porém fundamental, para desenvolver a atenção


plena, que é colocar a atenção na respiração. Percebam que quando uma pessoa está
em crise de ansiedade ou pânico, o exercício passado é que ela foque em respirar, pois
desse modo, para de prestar atenção nos pensamentos e nos sentimentos que estão
desorganizados e sem controle.

Mas todos nós podemos nos beneficiar dessa prática, para isso, inicialmente
recomendo que reserve cinco minutos do seu dia, tanto faz o horário, mas tem que ser
diariamente, para somente prestar atenção na respiração. Você pode estar sentado ou
deitado, o importante é que possa fechar os olhos e se concentrar nela.

Inspire, sinta o ar entrando pelas narinas, sinta o ar inflando os pulmões e ao


expirar sinta o ar saindo deles. Inspire novamente repetindo o processo, com calma, mas
num fluxo natural. Quando surgir um pensamento, simplesmente observe, deixe-o
passar sozinho, não julgue e não reaja aos sentimentos que ele possa gerar. Apenas
continue jogando toda sua atenção no ato de inspirar e expirar nesses cinco minutos.

Conforme sinta seu progresso, sem pressa, pode ir ampliando o tempo inicial em
mais um minuto a cada semana ou mês. Quando avançar ainda mais, pode ampliar o
exercício para prestar atenção à respiração enquanto faz outra atividade, como por
exemplo, dirigir, cozinhar ou tomar banho.

Portanto, cada vez que um pensamento crescer em sua mente, cada vez que um
sentimento te dominar, cada vez que você sentir que se perdeu no passado ou no futuro,
que seus medos e preocupações estão te apagando por dentro, inspire e expire
conscientemente e retorne à fonte da vida, a respiração.
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Prática 3 – Scanner corporal

Minha indicação é que uma vez que já se tenha criado uma familiaridade com o
exercício da respiração, você agregue o exercício do scanner corporal a ele. Para isso,
comece focando na inspiração e na expiração como indicado no exercício anterior,
então leve sua consciência para o corpo, relaxando lentamente cada parte, indo dos
pés à cabeça.

Perceba se cada parte está tensa e dê um comando mental para que relaxe.
Sem pressa, vá sentindo a musculatura ceder, seus ossos se aliviarem da tensão, até a
região estar completamente relaxada. Comece pelos dedos dos pés, então suba um
pouquinho, perceba o calcanhar e dê o comando para que relaxe, observe, sinta ele
relaxando. Passe para as canelas, para as batatas das pernas, os joelhos, sempre se
perguntando 'essa parte está relaxada?' e dando o comando mental para que relaxe.

Continue subindo, chegue aos órgãos internos, dê um comando para relaxar os


rins, o estômago, o baço, o coração, o abdômen... Cada parte do corpo, sempre de
baixo para cima, vá relaxando, até chegar nos ombros, nos braços, nas mãos, no
maxilar, na língua, nos olhos, nos músculos da face, nos ouvidos, no couro cabeludo,
então relaxe inclusive os pensamentos.

Fique nesse estado de relaxamento por um tempo, apenas curtindo o momento.


Seu corpo vai estar reaprendendo a ficar relaxado e a aliviar seus pontos de tensão,
desse modo, a energia fluirá cada vez melhor por ele e os pensamentos ficarão
naturalmente mais calmos. Experimente começar ou terminar o dia com esse exercício e
verá a diferença na qualidade da sua noite ou do seu dia.

Embora inicialmente esse exercício seja feito juntamente com o foco na


respiração, ele pode (e deve) ser feito sempre que estiver tenso. Se passou por uma
situação que te deixou nervoso, sinta em qual parte essa tensão estagnou, se suas costas
ficaram tensas por exemplo, inspire, expire e dê um comando mental para que elas
relaxem, pois geralmente os sentimentos ficam grudados em alguma parte do corpo
causando a tensão.

Somos suscetíveis aos sentimentos, pois todos ficamos nervosos, tristes, com
raiva em algum momento e é normal sentir isso. Não precisamos evitar as emoções, mas
aprender a identificar em nosso corpo onde elas ficaram armazenadas, relaxar e então
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deixá-las ir. A partir do momento que respiramos conscientemente e damos o comando


mental para o relaxamento a tensão e o sentimento acumulado vão naturalmente se
dissipando.

Com a prática, esse relaxamento vai sendo cada vez mais internalizado no seu
dia a dia, trazendo uma melhor fluidez do chi, da energia pelo seu corpo, diminuindo o
peso das emoções densas e aumentando a fluidez das emoções sutis.
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Prática 4 - Atenção nos Sentidos

Nos últimos exercícios vimos como podemos meditar colocando a atenção na


respiração ou colocando a atenção no corpo e agora vamos aprender como meditar
colocando a atenção nos sentidos.

Começamos escolhendo qual sentido queremos prestar atenção e desenvolver. A


audição e a visão se adaptam melhor com meditações passivas, quando sentamos e
reservamos um tempo exclusivo para elas, embora assim como o olfato, o tato e o
paladar, possam ser adaptadas para meditações ativas, ou seja, mescladas com outras
tarefas no nosso dia a dia.

Para a audição, reserve um momento do dia, sente, relaxe e foque apenas em


ouvir, abra seus ouvidos para os sons ao redor, sem julgamentos. Com esse passo você
já perceberá uma grande diferença no que é capaz de ouvir naquele momento, pois no
dia a dia nosso foco, além de estar distribuído entre todos os sentidos, está voltado para
os pensamentos, mas quando dirigimos nossa atenção plena a um sentido, a percepção
sensorial dele inunda nosso sistema.

A visão é um sentido naturalmente muito usado, a questão é que muitas vezes


enxergamos, mas não vemos. Para exercitá-la podemos meditar com um cristal, focando
em perceber seus mínimos detalhes, na verdade pode-se adaptar para qualquer objeto,
inclusive a própria mão. O fundamental é jogar toda atenção em realmente ver e não
apenas criar uma imagem mental do objeto.

O tato é um sentido que pode proporcionar sensações muito agradáveis quando


colocamos o foco nele e podemos exercitá-lo praticamente em qualquer tarefa, como
por exemplo, lavando a louça ou no banho. Há uma meditação ativa que consiste em
levar a atenção para as solas dos pés enquanto caminhamos, pode ser bem desafiador no
início, mas é uma excelente meditação, muito libertadora pois favorece incrivelmente
que a mente entre em silêncio absoluto.

A atenção ao paladar e ao olfato pode ser desenvolvida em situações que


consideramos extremamente corriqueiras. Fazendo uma refeição, por exemplo, podemos
nos dedicar a sentir realmente o sabor dos alimentos. Quando fazemos uma refeição
com pressa, preocupados com o trabalho ou comemos “qualquer coisa”, estamos
renunciando às incríveis sensações que poderíamos ter.
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É um treino diário comer percebendo todos os sabores, valorizando essa


alquimia que é a comida, não caindo no automático de só mastigar e engolir. Aliás,
quando essa alquimia é perfeita, essa combinação de sabores cria percepções cerebrais e
acaba por ser inesquecível para nós, não é à toa que muitos chefes de cozinha e
profissionais trabalham e estudam muito para alcançá-la.

Então percebam como é rica a atenção plena aplicada aos sentidos, como nos
favorece imensamente em vários aspectos estar presente e apreciar através deles os
momentos. Quantas vezes não buscamos prazeres fugazes como compras ou jogos
porque estamos nos privando do prazer dos sentidos? Precisamos saber que se os
usamos com consciência, eles são fontes naturais de alegria.
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Prática 5 – Atenção nos Pensamentos

Chegamos à nossa última prática e ao contrário do que temos falado até aqui,
não vamos ignorar, mas aprender a como colocar atenção nos pensamentos, usando
essa habilidade a nosso favor.

Existem duas forças básicas no universo, a criação e a destruição. Nós humanos


temos acesso a ambas, somos inerentemente capazes de criar e de destruir. Essa
dualidade que possuímos, faz com que tenhamos um lado sombra e um lado luz, sendo
o lado luz os pensamentos construtivos, que ajudam a sociedade, que enobrecem, que
exaltam e lado sombra os pensamentos destrutivos, que prejudicam, diminuem e
corrompem.

Nosso livre-arbítrio está em escolhermos qual dessas forças vamos utilizar na


vida, se queremos ser parte da força criadora ou parte da força destruidora. Mas é
importante sabermos que escolher um lado não anula o impulso oposto. Isso quer
dizer que mesmo escolhendo ser parte da força criadora, os pensamentos de destruição
que tivermos ainda existirão em nós.

Então, já que eles não vão simplesmente sumir, o que devemos fazer é
reconhecê-los. Se você percebe um impulso de prejudicar alguém, algum egoísmo,
inveja, olhe esse pensamento de frente, não adianta tentar escondê-lo. É fundamental
identificar e assumir nosso lado sombra, pois fingir que um impulso destrutivo não
existe não o faz desaparecer, é somente encarando-o que conseguimos resolvê-lo.

Fazemos isso fixando esse pensamento em nossa mente, colocando atenção e


foco nele e nos deixando ser inundados por todas as sensações que ele trouxer. Nesse
momento muitas emoções podem vir à tona, choro, raiva, melancolia, medo, mas tudo
isso faz parte da catarse, é o processo de liberação acontecendo.

Então seja extremamente gentil e acolhedor consigo próprio, seja o melhor


amigo que puder ser para si mesmo. Não se julgue, não se culpe, não se puna, nem se
vitimize, apenas permita-se sentir e liberar o que vier. Quanto mais você fizer isso com
seus pensamentos destrutivos, mais essa conexão entre pensamento e sentimento vai se
esvaziando e esgotando.

Somos duas forças em um ser e podemos fazer disso uma fraqueza ou uma
potência. Por isso, não esconda seus pensamentos destrutivos, encare seus monstros e
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medos de frente. Muitas vezes acabamos por descobrir que eles eram muito menores do
que imaginávamos ou que, na verdade, nunca existiram, sempre foram o monstro
embaixo da cama que desaparece quando acendemos a luz.
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Posfácio

Você chegou ao final desse livro/curso e eu não poderia estar mais feliz. Como
professor minha meta é levar informação de qualidade, adquirida em muitos anos de
estudo e experimentação, à outras pessoas, de forma simples e acessível. E se você
chegou até aqui já posso sentir que parte disso se realizou.

O mérito é seu, é claro, e é maior do que imagina. Estudar Atenção Plena em


um mundo onde se incentiva o descontrole, em que se enaltece a superprodução, em que
se romantiza o estresse mental é um grandessíssimo ato de coragem e até de
insubordinação, eu diria!

Afinal, o domínio do pensamento é extremamente temeroso a quem ganha com o


descontrole das massas. Mas seguimos nesse trabalho de formiguinha, sabendo que o
individual é tão poderoso quanto o coletivo e que qualquer mudança começa sempre
por dentro.

Espero que você tenha aproveitado o livro, em sua mente, é claro, mas também
em seu coração. Não ache que ele foi menos eficaz se você não conseguiu implementar
a maioria dos exercícios, pois há muito conteúdo nessas linhas, com práticas para uma
vida inteira.

Então vá no seu ritmo, coloque em prática o que lhe fez mais sentido, releia o
livro e faça anotações quando sentir, o importante é seguir em frente e se manter sempre
em expansão. Se você permitir, sigo te acompanhando nessa jornada, para isso me
procure em meu telegram e em minhas redes sociais, se ainda não o fez. Elas estão
linkadas logo abaixo e será um prazer te receber.

Lá também disponibilizamos gratuitamente um resumo de todas as práticas e o


acesso à um grupo de meditação! Saiba que esse livro não termina quando acaba, ainda
há uma longa jornada para todos nós no caminho da atenção plena, mas isso é uma
alegria pois significa que há muito para viver e experimentar.

Meus links: Telegram, Facebook, Instagram, Blog, YouTube e Cursos gratuitos e pagos.

Grato por termos seguido juntos nessa jornada.

É isso aí, até logo!

Tibério Z

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