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CURSO DE ESCLARECEDOR

“COMO ESCLARECER ESPÍRITOS”

2017
O Esclarecedor
É o próprio Esclarecedor que esclarece a si mesmo, esclarecendo os outros.
Sua eficiência depende da sua humildade que lhe permite compreender a
necessidade de ser auxiliado pelos Espíritos.
O Esclarecedor que não compreende esse princípio precisa de esclarecimento para
alijar de seu Espírito a vaidade e a pretensão.
Só pode exercer a tarefa de esclarecer Espíritos quem tiver humildade e amor.
1- O que é o Esclarecimento doutrinário?
O Esclarecimento é uma técnica Espírita criada para afastar espíritos obsessores
através de esclarecimento doutrinário.
A técnica foi sugerida por espíritos superiores e esclarecidos para substituir as
práticas de exorcismo usadas na antiguidade e que ainda permanecem em alguns grupos
que ainda tem ideia equivocada sobre os espíritos.

2 - Como Esclarecer (doutrinar) ?


Boa vontade não basta. É necessário um bom discernimento em suas ações, além de
possuir argumentação lógica, clara e com base doutrinária, sempre consciente que é um
irmão que auxilia ao espírito de qualquer matiz, e onde serão dados os primeiros socorros
de enfermagem espiritual.
Seja por entusiasmo, fascínio dos espíritos ou por amor próprio, o médium
Esclarecedor, longe de ser levar a crer que os espíritos se comunicam com ele são superiores.
Eles, vendo a sua pretensão, deixam se ornar com títulos conforme a necessidade, e
conforme as circunstâncias, podem tomar nomes de anjos (vestem-se de roupa roupagem
das quais se apresentam).
Em uma reunião mediúnica é imprescindível a participação dos Espíritos protetores.
Toda eficiência de um bom Esclarecedor depende de sua humildade, já que assim
compreenderá a necessidade de ser sempre auxiliado pelos bons espíritos. Caso não
compreenda esse princípio, precisa esclarecer -se primeiro de esclarecimento para libertar-
se de sua vaidade e pretensão.

3 - Qual o requisito necessário para um bom Esclarecedor conduzir no exercício


dessa função?
Não pode haver nada pior de que o indivíduo com grande dose de boa vontade,
porém, sem discernimento de ação. Acontece que uma pessoa de boa vontade, não sabendo
desempenhar a sua função a contento, termina fazendo uma confusão terrível. É melhor
alguém com uma má vontade que saiba fazer corretamente a tarefa do que outro com boa
vontade e que não possui a habilidade de agir.
Um médium Esclarecedor pode ser suscetível a influência dos espíritos, podendo
desajustar-se no momento da doutrinação, passando a sintonizar com a entidade
comunicante e não com o seu mentor espiritual.
Neste caso, ao perturbar-se, perde a boa direção mental, ficando a dizer palavras a
esmo.
Acontece em reuniões sérias de excelentes Esclarecedores que ao invés de serem
objetivos, fazem verdadeiros discursos no atendimento aos espíritos, usando palavras que
nada tem a ver com o problema do comunicante.
Não é necessário ser um técnico, um especialista para desempenhar a função de
Esclarecedor, porém, é preciso não abdicar do bom senso.
Desse modo, quando a entidade se manifesta, cabe ao Esclarecedor acercar-se do
médium e escutá-lo para avaliar de que ele necessita.
Não é recomendável falar tentando adivinhar o que está afligindo o comunicante. A
melhor técnica é ouvir primeiro o que o espírito tem a dizer, sempre atento, em
posicionamento de um humilde conselheiro e nunca um discutidor das questões.
Toma-se imprescindível que o Esclarecedor ausculte a situação que a entidade se
encontra. Por exemplo: o médium está com dificuldade e não consegue dizer nada. Então o
Esclarecedor aproxima-se e pergunta com amor e humildade: “Qual a sua dificuldade?
Estamos aqui para sermos úteis. Você consegue perceber porque foi trazido a este local?
Qual a razão de encontrar-se tão inquieto?”
Então a entidade responde: “Eu estou com raiva”.
E o Esclarecedor: “Você já imaginou o quanto a raiva é prejudicial para quem está
sentindo?”
E a entidade: “Pois eu odeio”.
O Esclarecedor: “Mas tudo nos ensina o amor. Procure superar esse sentimento
destruidor”.
O comunicante deve ser conduzido ao autodescobrimento. Nesse caso, não adianta
falar sobre o ponto doutrinário, pois ele não vai se interessar.
Outro exemplo: chega uma pessoa com dor de cabeça e a mesma é aconselhada:
“Tome um analgésico. Descanse, depois vamos conversar”.
Isso significa dar o remédio específico para o problema do paciente.
No mediúnico, o Esclarecedor deve ser breve. As discussões infundadas e demoradas
acabam desgastando o medianeiro que deve ser preservado.

4 - Durante a Doutrinação deve-se fornecer muitas informações doutrinárias a


entidade sofredora que se manifesta?
Não. Essa é uma particularidade que o Esclarecedor deve ter em mente. É preciso
colocar-se na posição do comunicante. Você está com uma forte enxaqueca, por exemplo,
então imagine que seu médico se prende na conversação e em explicações sobre a causa da
doença...
Você conseguiria assimilar algo?
Quanto menos informações forem dadas, melhor.
Será que aquele espírito que nunca foi adepto do espiritismo conseguirá
compreender?
Se o espírito comunica-se e o Esclarecedor diz: “você está desencarnado”, ele não
faz a menor ideia do que a pessoa está falando, já que muitos desconhecem que estão
desencarnados.
Em outros casos, o Esclarecedor diz: “você precisa se desligar do Médium”, mas
lembre-se que este vocabulário é especifico da doutrina Espírita, e por tanto, é provável que
só um Espírita entenda. Se o ouvinte não entender, ele demonstra total falta de interesse
no assunto que está sendo transmitido.
A função das comunicações dos espíritos sofredores tem por finalidade primordial o
seu contato o fluído animalizado do Médium para que ocorra o choque anímico. Essa
expressão foi usada porque quando o espírito se acopla ao sensitivo para o fenômeno da
psicofonia ou psicografia, recebe uma carga de energia animalizada que lhe produz um
choque.
Então concluímos que ao desencarnar, o psiquismo do espírito leva com ele todas as
impressões físicas, não se dando a menor conta do que aconteceu.
Quando ocorre a manifestação, o espírito recebe um choque vibratório que o aturde.
Por tanto, nesta hora, muitas das informações recebidas neste estado acabam por
complicar ainda mais e a entidade nada assimila.
Exemplo: você despertou pela manhã depois de uma noite de sono. Qual seria a sua
reação psicológica se alguém próximo da sua cama dissesse: “Você morreu”?
Você provavelmente daria uma risada e responderia: “Que nada! Estou aqui”.
No caso do espírito desencarnado, é o Esclarecedor que deve torná-lo mais seguro.
Em casos especiais, é inviável quando o próprio espírito diz: “minha desencarnação foi
consumada”.
Eis o alerta ao Esclarecedor que deve ser breve, simples e sobretudo, gentil, para que
ele receba mais pelas suas vibrações do que pelas suas palavras.
Outro exemplo: “Estou sofrendo há muito tempo e não consigo me livrar desta dor”.
Então o Esclarecedor responde: “Você já notou o que lhe aconteceu? Há muito tempo
você está sentindo essa dor? ”
E o espírito: “Eu não me lembro. Não tenho a menor ideia”.
Esclarecedor: “Meu amigo isso é preocupante. Veja bem, examine-se! Observe onde
você se encontra. Você sabe que lugar é este?”.
E o espírito: “Não sei”.
Esclarecedor: “Você se encontra entre amigos. Percebeu que está falando através de
outra pessoa? ”.
O espírito ficará surpreso porque estava convencido de que estava falando com seus
próprios recursos.
Terminada a pausa, o diálogo continua: “Você já notou que até agora esteve falando
e ninguém respondia e neste momento estou lhe respondendo? Sabe por quê? Notou que
até agora tem pedido ajuda e ninguém apareceu? Qual a razão disto?”
O Esclarecedor deve fazê-lo perceber gentilmente que algo aconteceu e ele ainda
não se deu conta: “Você já não está mais na terra. Deu-se a ocorrência de sua morte”. E o
espírito impactado dirá: “Ah, mas eu não morri”.
E o Esclarecedor concluirá: “Morreu. Só que a morte não é o que você pensa. Você
se libertou do corpo, mas continua a viver como espírito”.
Também pode ser usado outro artifício: “Qual a sua religião? Você está doente? Já
imaginou que vai morrer um dia?”
É exatamente assim que os mentores espirituais fazem no além-túmulo.
Quando chegam os recém desencarnados, a pergunta deles é: “Onde estou?”. E a
resposta: “Fique tranquilo e aguarde, pois, daqui a pouco o médico vai chegar”, - até o
momento em que o espírito familiar aproxima-se da entidade recém-chegada e esta afirma:
“Mas Fulano, você está morto...”. “E você também. Só que a morte não existe”.
Para o espírito sofredor, encontrar-se com um amigo ou familiar sobrevivente da
morte é o algo que o tranquiliza.
Não há, pois, justificativa para a preocupação de dar muitos informes. Não adianta
falar muito. Tem que ser prático e objetivo. Falar no tom de voz natural e coloquial,
principalmente quando há mais de uma comunicação.
Ao doutrinar uma entidade, use sempre um tom fraternal. Às vezes, o Esclarecedor
fala em demasia e não deixa o espírito expor seu problema.
Também se observa com muita frequência um hábito que deve ser corrigido: o
médium apresenta os primeiros estertores, e isso depende da organização nervosa ou
constituição psicológica do médium, mas logo o Esclarecedor aproxima-se, e sem ouvir o
problema da entidade, propõe logo: “tenha calma tenha calma”.
O espírito nem sequer disse uma palavra e já foi tolhido de falar. É necessário deixar
que a comunicação se dê para o Esclarecedor sentir o problema do comunicante, afim de
encontrar a forma mais sensata para atendê-lo.
Se o espírito geme, ouve-se o Esclarecedor dizer: “vem com Deus” ou “venha na paz
de Deus”.
Outra fórmula muito corriqueira que costumam usar: “ore, pense em Deus”.
São chavões que nada vão adiantar. É preciso primeiro ouvir para depois iniciar na
argumentação especifica, como se faz em um relacionamento humano.
Outro exemplo: quando alguém está chorando não se diz: “calma, calma. Não chore”.
Deixe a pessoa chorar um pouco e depois pergunte qual é o problema e porque ela chora.
Permaneça em silêncio até a outra desejar extravasar os sentimentos. Depois é que
você o interroga.
Portanto, poucas informações são sinal de bom senso.
Em decorrência disso o Esclarecedor deve fazer de tudo para criar um diálogo
abstendo-se de discursos.
Na hipótese de a entidade permanecer na teimosia, deve-se lhe dizer: “Você veio
aqui em busca de ajuda. Deixe-me ajudá-lo”.
Permaneça em silêncio até a outra desejar extravasar os sentimentos. Depois é que
você o interroga.
Portanto, poucas informações são sinal de bom senso.
Tratando-se de espíritos perturbadores que por princípio se deduz que sabem o
estado em que se encontram, agindo, portanto, com intenção maléfica, o Esclarecedor usa
outra técnica.
É bom alertar: a tática do obsessor é discutir para ganhar tempo e perturbar o
ambiente. Enquanto está discutindo, irradia vibração desagradável que a todos se irrita e
provoca mal-estar enfraquecendo o círculo vibratório. Então ele se torna Senhor das mentes
que emitem animosidade na sua direção.
Ao apresentar-se, um espírito obsessor diz mais ou menos assim: “Eu vou matar, vou
destruir fulano etc”.
A resposta é a seguinte: “...Só que você se equivocou na base. A sua vinda aqui não
foi espontânea. Você veio trazido”.
E ele continua o diálogo: “...Não, eu vim porque quis! ”.
Esclarecedor: “Você sabe que não é assim. A evidência vai de comprovar.
Experimente retirar-se para ver se vai conseguir”.
Espírito: “Eu vou no momento que quiser”.
Esclarecedor: “Isso só acontece quando os Esclarecedores espirituais permitirem”.
O Esclarecedor não deve falar como objetivo de a entidade abandonar seus
propósitos, mas porque ele sabe que enquanto o espírito estiver acoplado no médium, está
perdendo força psíquica negativa.
Saibam que um obsessor manifestado no médium, perde alta porcentagem de
energia que antes descarregava na sua vítima.
Na tentativa de sensibilizá-los (porque a vítima de hoje é sempre um grande algoz de
ontem), pode-se dizer: “Você tem ódio de alguém... Mas por que está maltratando um
médium que não tem nada com seu problema? Você veio aqui porque sente ódio de nós, e
daí?”
E o Esclarecedor continua: “Vá então contra o nosso chefe, que nos colocou neste
trabalho. Se você está a serviço de um ideal pessoal, nós estamos a serviço de uma causa
comum que é a do Cristo. Então se revolte contra ele. Você está imerso no mar da
misericórdia divina...”
Isto, deixando ele entender que não vos assusta, nem tão pouco vos intimida com
suas ameaças.
Porém, não esqueça que logo o Esclarecedor será acompanhado pelo obsessor, com
o objetivo de verificar se agiu conforme doutrinou.
Muitos espíritos não acreditam nas palavras que escutam, motivo pelo qual justificam
observando. Os espíritos vingativos não abandonam as vítimas que não demonstram nem
um propósito de mudança para melhorar-se.
Desta forma, quando os obsessores forem desta condição, a melhor técnica é não
discutir com eles, pois são faladores e tem sempre o objetivo de confundir, principalmente
os inimigos do ideal superior. Há entidades religiosas frias, cínicas e sofistas. A atitude do
Esclarecedor deve ser sempre pacífica e gentil.
Caso perceba a intenção do espírito em demorar além do necessário diga-lhe: “Agora
você pode ir. Já lhe atendemos conforme poderíamos”.
Não se preocupem, os mentores espirituais aplicam-lhe indispensável sedativo para
o tratamento específico, como hipnose ou outros recursos de origem espiritual que
anestesiam. Essa é a técnica ideal.

5 - Existem fronteiras delimitadas entre animismo e fenômeno mediúnico que


possam ser identificados pelo Esclarecedor?
Existem algumas características: no fenômeno anímico é a alma do encarnado que
fala. São seus hábitos, seus registros, seus condicionamentos...
Animismo – são fenômenos do inconsciente. No mediúnico, aquilo que está no
arquivo do médium é iluminado. É só observar que quando o fenômeno se dá, o Esclarecedor
atento é capaz de identifica-lo através do caráter do médium, se for por ele conhecido.
Todos têm vícios de linguagem, como também “bengalas psicológicas”. No estado de transe,
essas bengalas psicológicas vão aparecer se ocorrerem.
O fenômeno é mediúnico, porém com arquipélago de condicionamento do médium,
que em determinados hábitos corriqueiros podem comparecer no momento do transe.
Se, por exemplo, as comunicações têm sempre a mesma linha de raciocínio, estará
diante de um fenômeno anímico.
Cada espírito comunicante tem uma característica própria, assim como cada um de
vós. Exemplo: se várias pessoas forem ao telefone para dar a mesma mensagem, saberão
que se trata de pessoas diferentes pela maneira de se expressar, pela entonação da voz, pela
forma de compor as frases, pelo ritmo (lento ou apressado) e pelos hábitos.
Se durante a comunicação a mensagem vem entrecortada, é um fenômeno anímico,
pois o registro da personalidade do Médium é maior do que o da Entidade comunicante.
Determinados gestos que são muito típicos de cada um, por condicionamento, repetido na
hora do fenômeno.
Qualquer Esclarecedor atento na observação pode saber quando o fenômeno é
eminentemente mediúnico. Exemplo: 70% é quando é um fenômeno anímico ou vice-versa.
70% anímico e 30% mediúnico.
Por isso, a necessidade de ser grupos que estudam juntos e se conheçam entre si,
que tenham um bom relacionamento, que sejam pessoas moralizadas para não fazerem
espetáculos sem o conhecimento doutrinário, pois são equipamentos básicos para policiar
contra os fenômenos automatistas da sua personalidade.

6- Qual a conduta correta do Esclarecedor no fenômeno anímico?


A postura correta é a de esclarecer, tanto o Espírito encarnado como desencarnado.
Além disso, fazer o médium perceber que a doutrinação está sendo direcionada ao seu
inconsciente, a fim de que seja mais vigilante, passando a bloquear a erupção do fenômeno
automatista (ou seja, o que quer dizer do mesmo) ou criação do seu inconsciente.
Não há graduação de determinado período para o fenômeno anímico. Com estudo,
essas pessoas que têm muitos registros criam personificação parasitária em variados
números, dando a impressão de se tratarem de entidades desencarnadas. Quando se
concentram, assumem esses conflitos de arquivos inconscientes.
Como a tarefa de Esclarecedor é auxiliar sempre os espíritos, no caso de animismo,
é válido socorrer o encarnado (médium), que também é espírito.

7- Qual é a abordagem correta do Esclarecedor, quando identifica a presença de


um Espírito mistificador?
Detectar a farsa da Entidade perturbadora.
O dever do Esclarecedor é desmascará-lo e dizer que ele está em uma atividade
muito séria, que ele está perturbando o trabalho que tem finalidade superior.
Benfeitores Espirituais permitem que venham Espíritos mistificadores para trabalhar
no médium a humildade para não alimentar a presunção dolorosa. Depois para treinar os
Esclarecedores a separarem o joio do trigo. Além disso, quando o Espírito mistificador se
comunica, é credor de misericórdia e caridade, pois está em sofrimento.
Essa máscara que se apresenta é o mecanismo de autonegação da sua realidade e
merece ser esclarecido com bondade e compaixão para que se dê conta da farsa. Uma vez
despertado, os instrutores Espirituais prosseguem o atendimento, fazendo perceber os
sofrimentos que vai passar pela sua larga mentira para si e para os outros.
Porém, a tarefa do Esclarecedor é esclarecer identificando a mistificação, sem que o
médium se sinta melindrado.

8 – Como deve proceder o Esclarecedor diante de uma comunicação que se


prolonga por tempo demasiado? Nesse caso, cabe pôr termo a comunicação ao
Esclarecedor ou ao Médium?
Ao Esclarecedor cabe disciplina-lo, pois ele é o terapeuta.
A função primordial da comunicação mediúnica de um ser desencarnado sofredor é
aliviá-lo através do choque anímico ou fluídica: o espírito absorve a energia animalizada do
Médium para dar conta da ocorrência da sua desencarnação. O Esclarecedor o desperta um
pouco para que os benfeitores espirituais em campo de ação continuem o trabalho depois
dessa primeira etapa.
Toda vez que o diálogo se prolonga (se for o caso de um espírito perturbador), é
prejudicial ao Médium que assimila as energias deletérias do espírito.
Ao Esclarecedor, cabe depois de cinco minutos (ou dez, no máximo) dizer: “Muito
bem, agora permaneça no recinto para continuar ouvindo os bons espíritos que irão assisti-
lo”. E ao Médium, pede que colabore para encerrar a comunicação.
Neste sentido, sua responsabilidade é muito delicada, pois precisará de tato
psicológico para orientar o espírito e o paciente.

9 – Focalizando o Esclarecedor: quais os padrões de qualidade que deverá guia-lo


no exercício de suas funções?
O Médium Esclarecedor tem perfil próprio que deve caracterizar a tônica principal.
Dentro desse perfil, deverá ser a racionalidade, o que não significa frieza, mas a base onde
vai apoiar-se no campo das ideias para expressar o seu trabalho em um clima de segurança
e estabilidade emocional, capaz de infundir confiança naqueles que atende (consciente que
lidará sempre com espíritos de todos os matizes).
Diferente do Médium de transe que tem uma característica emocional muito vibrátil,
o Esclarecedor Terapeuta Espiritual deverá ser emocionalmente menos oscilante e menos
excitável, embora amoroso e disponível. A Mediunidade se expressará da assimilação de
correntes mentais sem participação nervosa, através da intuição, a fim de que se ligue aos
Espíritos Socorristas em ação que o inspiram sem se envolver mediunicamente com os
sofredores que se comunicam e com as quais, seu papel principal é dialogar.
Porém, isso não os impede de passar-lhes a energias dos bons sentimentos, bem
como a força de sua palavra gentil.
Essa forma especial de ser Médium de intuição, lhe garante a recepção ou quanto
ouve os espíritos, mesmo raciocinando para organizar respostas adequadas e coerentes,
estímulos e orientações que passarão sob a forma de reflexões àqueles com quem dialoga.
Como questão importante a todos os participantes do trabalho mediúnico, temos o
comportamento moral. No Esclarecedor essa qualidade se torna vital, essencial, pois como
Terapeuta Espiritual, ajudará muito mais com o sentimento do que com o raciocínio, sendo
a condição moral, a única capaz de estabelecer a sintonia com os mentores espirituais e a
única força capaz de infundir respeito aos espíritos rebeldes, ignorantes, primitivos e
desaforados, que são trazidos para receberem as terapias especificas.
Exige-se ainda, um largo conhecimento doutrinário e do Evangelho Segundo o
Espiritismo. Estes são fonte supridora de onde emanarão suas orientações. A posse desses
elementos em um nível adequado e razoável, enseja ao Esclarecedor alcançar os seguintes
talentos que serão os indicadores com que avaliar o seu trabalho:
Saber ouvir: fruto de uma observação atenta, concentrada, sem tensões emocionais
e inquietantes do medo e ansiedade.
Rapidez de percepção: derivada de uma intuição clara que não acontecendo, fará
perder-se em sindicâncias demoradas que prejudicam o atendimento todo.
Intervenções oportunas na hora certa: resultado da interação das conquistas
anteriores.
Terapias complementares: o passe, oração, sonoterapia, sugestão hipnótica e a
regressão de memória, que são procedimentos indispensáveis em determinados momentos
e que deverão ser aplicados em consonância com os mentores espirituais. Essas terapias
poderão ser facilmente percebidas se estiver funcionando efetivamente a intuição.
Posturas corporais e psicológicas: são ainda padrões de qualidades para o
Esclarecedor, pois refletem nos resultados conforme o teor das mesmas, favorecendo o
êxito ou limitando-o.
Postura correta do Esclarecedor: coloca-se atrás ou ao lado do Médium em transe,
evitando aproximar o seu rosto no dele para não invadir o campo mental. Caso o Médium
esteja falando baixo, o Esclarecedor pedirá para alterar o tom de voz, ao invés de inclinar-se
em demasia sobre o Médium em transe.
Assume postura incorreta o Esclarecedor quando se interpõe entre o Médium e a
pessoa que esteja sentada ao lado, colocando a mão sobre a mesa, o que por sua vez limita
os movimentos de ambos, principalmente do Médium em transe que está sendo acoplado
pela energia do espírito.
Certas posições que não são adequadas podem parecer displicência, insegurança e
cansaço do Esclarecedor.

10 – A palavra
A terapia básica do Esclarecedor é a palavra.
É sobre ela com recursos complementares que as demais terapias serão aplicadas.
Como podemos avaliar no auxílio a eficácia dessa terapia?

Alguns itens para facilitar a avaliação da reunião mediúnica sob esse aspecto:
Móvel da comunicação identificado: esse é um item fundamental. Se o Esclarecedor
percebe a problemática do espírito, a terapia pode chegar a bom termo. Caso contrário, o
trabalho se restringirá ao choque anímico, podendo inclusive sofrer prejuízos para o espírito
e médium.
Alguns espíritos expressam claramente seu problema, outros, disfarçam. Quando
não, é o caso de dificuldades inerentes ao próprio Médium que não consegue interpretar a
mensagem lucidamente. Não que seja isso, todavia, uma dificuldade insuperável, mas um
teste a ser vencido pela carga de sentimentos elevados que o Esclarecedor deve colocar no
seu trabalho.
Os bons atendimentos ficarão sempre por conta dos Esclarecedores de percepção
rápida, com intuição clara, tato psicológico, empáticos e otimistas.
Diálogo sustentador: é a base sobre o qual se estabelecerá o entendimento. Haverá
de saber o Esclarecedor, ouvir e tomar a fala na hora certa para tornar a cedê-la em seguida
(isso abrirá espaço para o padrão de qualidade seguinte).
Exemplo de espírito induzido a reflexão: dialogar com esses companheiros que
pedem espaço através da mediunidade é a arte de compreender a dor dos enfermos que
ignoram a doença em que se debatem, usando a palavra oportuna e concisa, qual um bisturi
que opera com rapidez, preparando o paciente para uma terapia de longo curso. Por isso,
propõe que não tenha a intenção de irradiar naqueles breves minutos de diálogo as
problemáticas enraizadas, mas que se aponte o rumo, despertando esses sofredores
desencarnados para uma visão mais otimista da vida. Assim, os realmente interessados no
próprio progresso colocarão em prática as reflexões e orientações recebidas.

11 – Como deve ser utilizada a prece no transcorrer da Doutrinação para atingir


efeitos terapêuticos em benefício dos espíritos comunicantes, em estado de sofrimento?
Alguns Esclarecedores, enquanto nas fases de experiências, costumam recomendar
aos espíritos em estado de desespero ou mesmo sofredores que façam preces e se utilizem
da oração em tom imperativo: “meu irmão, ore”. Em outras vezes, em tom sugestivo: “você
precisa orar”.
A atitude de ambas as formas não é um procedimento recomendável, pois, nenhum
espírito em condições de desarmonia emocional (como se apresentam a maioria em
reuniões mediúnicas) tem condições para tanto.
Essas recomendações soam como chavões que em nada ajudam.
Depois de atendidos e aliviados, alguns, conforme o temperamento, podem ser
orientados nesse sentido, mas de uma forma sutil, como uma recomendação a ser praticada
depois daquele encontro.
O Esclarecedor poderá fazem um comentário desse tipo: “Graças a Deus você está
melhor. A falta de oração fez com que você chegasse até esse ponto. Mas amigo, doravante
deverá se lembrar de Deus, e certamente orando, conservará o estado de paz que se
encontra agora.”
Em ocasiões especiais, o Esclarecedor recorrerá a prece, fazendo-a como se estivesse
em associação com o espírito que diante dele, tem experimentado o asserenar de seu
tormento ou ansiedade e assim terá condições de acompanha-lo com respeito.
Como exemplo, no livro “Nos domínios da mediunidade”, o Esclarecedor em serviço
leva a emocionar-se, propondo no meio do diálogo a oração que ele mesmo proferiu.
- Ignoro por que me entravam agora os passos. É inútil. Aliás, não sei a razão pela
qual me contenho. Um homem provocado, qual me vejo, decerto deveria esbofeteá-los a
todos.... Afinal, que fazem aqui estes cavalheiros silenciosos e estas mulheres mudas? Que
pretendem de mim?
- Estamos em prece por sua vez – falou Silva, com inflexão de bondade e carinho.
- Grande novidade! Que há de comum entre nós? Devo-lhes algo?
- Pelo contrário – exclamou o interlocutor, convicto -, nós somos quem lhe deve
atenção e assistência.
Sob o sábio comando de Clementino, falou o Esclarecedor com afetividade ardente:
- Libório, meu irmão!
Raul avançou para ele, impondo-lhe as mãos, das quais jorrava luminoso fluxo
magnético, e convidou:
- Vamos orar!
E no fim da oração, o visitante chorava.

Algumas regras, por tanto, para a oração durante o Esclarecimento, as quais


considerada como padrão de qualidade:
Orar somente diante de um espírito comovido: face o resultado exitoso do diálogo,
equivale dizer: espera a tormenta passar onde do desespero amenize para fazê-lo.
Orar em atitude associativa: isto é, junto com o espírito. Como se o problema fosse
em comum.
Não tomar um procedimento rotineiro: orar telementalizando pelo espírito que o
assiste no trabalho da orientação. Em Doutrinação, inspiração é tudo.
12 – O passe.
O passe como terapia auxiliar a palavra, pode ser usado indiscriminadamente ou
somente em momentos adequados?
O passe durante o Esclarecimento dos espíritos deve ser usado com moderação e
cautela, somente quando sua aplicação for indicada.
Nesta hora deverá ser como a natureza – ela nunca se utiliza de recursos que não
estão sendo reclamados e jamais consome energia além do necessário.
É preciso ter sempre em mente que quando o espírito aclopa no Médium, dá-se uma
imantação e através do choque anímico e assim começa a fluir energia em um circuito de
ida e volta do Médium para o espírito e vice-versa, em um sistema energético que é
controlado e ajustado pelo mentor espiritual que funciona como uma verdadeiro técnico
em eletrônica espiritual (ou transcendental).
Se o nível de energia estiver bom, isto é, a comunicação do Médium se expressando
de forma equilibrada e controlada, não há necessidade alguma de passe, não sendo de
estranhar que estes possam ser mais prejudiciais que úteis, por se constituírem uma energia
externa nem sempre bem dosada e corretamente aplicada. Se em excesso, poderá causar
irritação. Não será assim que se procede quando deseja impedir uma comunicação
indesejável, fora da reunião mediúnica, por exemplo, através de um médium
desarmonizado?
Por tanto, passe somente no momento adequado e com conhecimento de causa.
Isto é padrão de qualidade.

13 – Quando e com que técnicas se deve aplicar passes em médiuns em transe


durante as reuniões mediúnicas?
Os médiuns em transe somente deverão receber passes quando se encontrem sob
ação perturbadora de entidades em desequilíbrio, cujas emanações psíquicas possam afetar-
lhes os delicados equipamentos perispirituais. Notando-se que o médium apresenta
estertores, asfixia, angústia acentuada durante o intercâmbio, como decorrência de
intoxicação pelas emanações perniciosas do comunicante, é de bom alvitre que seja aplicada
a terapia do passe que alcançará também o desencarnado, diminuindo-lhe as manifestações
enfermiças. Nesse caso, também será auxiliado o instrumento mediúnico que terá
suavizadas as cargas vibratórias deletérias.
Em caso de tal natureza, deve-se objetivar os chacras coronário e cerebral do
médium, através de movimentos rítmicos dispersivos, logo após seguidos de revitalização
dos referidos Centro de Força. Com essa terapia, podemos liberar o médium das energias
miasmáticas que o desencarnado lhe transmite, ao tempo em que são diminuídas as cargas
negativas do Espírito em sofrimento.
Essa intervenção do Esclarecedor se dará no momento em que o desequilíbrio se
instala, o que pode ocorrer no início, no meio ou no final da comunicação.
Uma outra situação extremamente dramática e perturbadora é a que acompanha a
comunicação de Espíritos, vigorosa e demoradamente fixados ao mal, vinculados as
organizações das sombras de que se fizeram líderes, o que efetivamente acontece em
memoráveis encontros, divididos em dois tempos: um no plano físico e outro no plano
espiritual, com a equipe mediúnica desdobrada pelo sono.
Nesse encontro, líderes enlouquecidos do anticristo são atendidos por Espíritos com
grande competência, funcionando como Esclarecedores .
Esses líderes da sombra trazem máscaras ideoplásticas aderidas ao perispírito,
construídas e vitalizadas há séculos, as quais ocultam o estado de miséria moral em que se
encontram. Eles são capazes ainda de construir outras figurações momentâneas, fruto de
grande treino mental, tais como a de monstros, demônios etc, para assustarem suas vítimas
e contendores. Vencidos pela força crítica que os Esclarecedores conseguem portar, são
submetidos a processos magnéticos complexos que são eficazes para o desfazimento dessa
ideoplastia.
Vivemos em um mundo de vibrações e de ondas, nas quais as construções mentais
se expressam com facilidade, dando surgimento a ideoplastia de variado teor, a se
manifestarem em formas-pensamentos, vibriões destrutivos, fantasmas com formas
apavorantes e fixações mais demoradas, que se transformam em instrumento de flagício
para os próprios desencarnados como para os deambulantes da forma física. Desse modo
os passes devem ser longitudinais e circulares. São de resultados salutares por destruírem
essas condensações de energia negativa e enfermiça. Porém, é sempre de bom tom que o
próprio médium se evangelize para poder, ele próprio, desfazer essas constrições que lhe
são aplicadas pelos desencarnados, mediante os pensamentos edificantes que conseguem
diluir essas materializações de dentro pra fora.
14 – Em caso de se tratando de médiuns inexperientes, pode-se induzi-los à
comunicação quando se notar que estão sentindo a presença do Espírito, mas não
conseguem completar o transe? O passe pode ser aplicado?
Sim, e somente quando notar que estão sensibilizados. Nada de estimular aquilo que
ainda nem começou mediunicamente.
Percebido os primeiros sinais da comunicação e se ela não deslancha, devem auxiliá-
los com passes de modo a liberar os centros de captação psíquica das cargas vibratórias que
lhes são habituais e criam dificuldades para o registro das comunicações. A técnica deve ser
a mesma de transe sob ação perturbadora e desequilibrada: o passe é dispersivo nos chacras
coronário e cerebral, seguido de revitalização. Só após aplicado esses recursos liberativos,
deve-se estimular o médium inexperiente à manifestação.

15 – A quem cabe a aplicação do passe durante a fase do atendimento: aos


Esclarecedores ou aos Médiuns aplicadores do passe?
A tarefa de aplicar passes nas reuniões mediúnicas sempre cabe ao encarregado do
Esclarecimento. Ou poderá pedir auxílio e contribuição de médiuns especialistas em
aplicação do passe.
Obs: é preciso ter muito cuidado com a aplicação do passe oriunda de Médiuns que
receberam comunicação e estão carregados com fluidos das entidades comunidades.

16 – Como começar o diálogo com o Espírito comunicante?

Dizendo-lhe: “Seja bem-vindo aqui neste ambiente, somos pessoas amigas, cristãs,
empenhadas em fazer o bem indistintamente e disposto (a) a ouvi-lo, caso esteja com
vontade de falar”.
Nessa linha fraterna, poderá ocorrer o entendimento que conduzirá a um clima
harmônico, fazendo acontecer resultados de interesses de todos que aí se encontram,
imbuídos de um propósito verdadeiro, sincero de ajudar, colaborar, contribuir para um
trabalho e paz e serenidade. Após a acolhida, aguardar com confiança e vibrações positivas
para então se situar em que linha de argumento conduzirá a conversação. Mas isso se trata
de um Espírito que esteja disposto ao diálogo, descrevendo suas condições.
17 – Essa argumentação como deve ser com o Espírito?
O Esclarecedor deverá utilizar-se de uma argumentação lógica, clara e com base na
Doutrina Espírita e acima de tudo permeada de amor ao próximo. Sem criticar, sem censurar
ou julgar. Porém, sem usar de fraqueza excessiva. Lembrando que diante de qualquer
situação devemos nos colocar na posição que se encontra o outro.

18 – E quando for um Espírito obsessor?


Deve o Esclarecedor levar em consideração que os Espíritos são como seres humanos.
A diferença é que já não estão em um corpo físico. Mas ao atravessarem o portal do túmulo
ou da morte física, levaram consigo os mesmos vícios ou as mesmas virtudes que cultivaram.
Deve o Esclarecedor tratar um obsessor desencarnado com uma psicologia de quem está
tratando uma criatura problemática que ainda se encontram com sentimentos conflitantes
e fortes cargas emocionais desajustadas.
Exemplo: pessoas que buscam ajuda nos hospitais, religiões, centros espíritas etc.
Todas em busca de alívio e alternativas. E ainda temos os que se isolam e se fecham de
qualquer possibilidade de mudança (depressivos).
Não existem regras ou normas rígidas nesses casos. Por isso, o melhor é se utilizar do
exemplo do Cristo: palavras dóceis do coração, verdadeiras, porém, com bom senso, ou seja,
a autêntica moral do Esclarecedor que deve ser o irmão bondoso e vigilante, procurando
sempre identificar o Espírito que ali se manifesta, através dos ecos que partem do mais
profundo íntimo do comunicante.

19 - Existe caso em que o Esclarecedor é surpreendido em uma reunião pelo seu


próprio obsessor, onde o mesmo nem sabia que estava sendo obsidiado. O que fazer?
Nesse caso, o Esclarecedor deverá tratar o obsessor com muita serenidade e
humildade, mantendo o equilíbrio e procurando sensibiliza-lo, conduzindo a linha de
esclarecimento de que como encarnado nesta vivência, não tem a menor noção dos males
que eventualmente tenha lhe causado. Mas mesmo assim, espera que ele possa perdoa-lo,
compreendendo toda a situação e que está nesta missão se esforçando para melhorar suas
imperfeições para não reincidir nos mesmos erros do passado. O diálogo deve ser
verdadeiro, sempre demonstrando humildade e arrependimento, pedindo-lhe perdão.
Exemplo: em vidas passadas, o Esclarecedor, na época da guerra, era padre na cidade
do acontecimento. O irmão X, buscando se esconder, chega até a igreja pedindo abrigo com
sua família. Porém, o abrigo é negado pelo padre, por algum motivo justificado na época. Ao
saírem, são atingidos e morrem. A quem acusar toda sua revolta em achar que se tivesse
sido acolhido, não poderia ter acontecido a execução?
Então ele vem e diz: “Assassino! Assassino! Tu não prestas! És perverso!”
Imagine a situação do Esclarecedor que não lembra do passado... Toda a habilidade,
equilíbrio, serenidade e paciência para sensibilizar o seu antigo desafeto, ajudando-o a se
libertar do seu ódio e sentimentos vingativos. O Esclarecedor conduz o diálogo levando em
consideração a recomendação de Jesus: “Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos
perseguem e caluniam. Orai por eles”.

20 - Como os Esclarecedores são vistos pelos Espíritos comunicantes?


A ideia de muitos é de encontrarem em um julgamento e com isso sentem-se
ofendidos por se considerarem sempre vítimas e não réus. No diálogo Esclarecedor, é preciso
conduzi-los ao entendimento de que não estão sendo julgados. Outros acham-se insultados
e outros tantos sem a menor capacidade de reagir, como se estivessem hipnotizados pelas
suas viciações mentais. Esses ficam indiferentes ao diálogo. Cabe ao Esclarecedor, a
habilidade de conduzi-los ao que estiver ao seu alcance e depois conduzir à direção espiritual
em atendimento.

21 - Os Esclarecedores podem ser visitados pelos Espíritos inferiores?


Com certeza. Não somente os Esclarecedores, mas todos os demais que fazem parte
da equipe mediúnica. Eles acompanham os seus passos para verificarem os seus
comportamentos e a veracidade sobre o que falam e os aconselham. Se encontram em vós
bons exemplos, sentem-se encorajados a se modificarem. Serve a lição de Jesus: “Vigiai e
orai para não caírem em tentação”. (Mt. 26:41)

22 - E nesta condição de serem acompanhados, como fica a assistência dos bons


Espíritos?
São sempre auxiliados pela ação dos bons Espíritos, principalmente no atendimento
a obsessores e aos obsidiados. Porém, a vigilância é de cada um de vós.
23- Existe um tempo necessário para se preparar um Esclarecedor?
Assim como o Médium, o Esclarecedor não tenho tempo especifico para se preparar
em sua delicada e nobre tarefa de orientar os Espíritos necessitados. Esse aprendizado é
permanente. Quanto mais conhecimento e crescimento moral conquistar, mais estará
preparado para tarefa, devendo participar de cursos regulares e outros estágios específicos
de atendimento espiritual.

24 - O uso de bebida alcoólica tem influência sobre o Esclarecedor?


A orientação é a mesma para Esclarecedores, Médiuns e Espíritas em geral: mesmo
os inocentes aperitivos devem ser evitados. Ter sempre em mente consciente que Médiuns
Esclarecedores os são vinte quatro horas do dia e todos os dias, desconhecendo o momento
em que o mundo espiritual necessitará do seu auxílio. A verdade é que quem bebe não tem
condições morais para orientar Espíritos. Como sabeis, a autoridade do Esclarecedor está no
seu ascendente moral, principalmente quando se trata de obsessores.

25 - Sobre a alimentação, existe recomendação específica para tarefa do


Esclarecedor?
É uma questão de fórum íntimo. Recomenda-se uma alimentação mais leve para os
dias de tarefas. Mas o próprio Mestre vos informa pelo Evangelho: “Não é o que entra pela
boca que macula o homem, mas o que sai da boca, porque o que sai da boca, está cheio o
coração”. Recomenda-se apenas o bom senso.

26 - Como o Esclarecedor deve se comportar diante dos Espíritos que rejeitam o


esclarecimento?
É preciso deixar a entidade falar o que deseja e ir conduzindo a conversa sem
agressão, chamando sempre para a meditação, compreensão e prevalecendo sempre o bom
senso, consciente que nem sempre a tarefa é fácil ou imediata. Assim como há encarnados
que têm suas dificuldades de aceitar as coisas por várias razões, acontece o mesmo com os
desencarnados endurecidos, rebeldes e perversos.
27 - O Esclarecedor deve revelar a condição espiritual que se encontra o
comunicante?
Essa questão de esclarecer o espírito nos primeiros encontros é ato de invigilância e
pode até contribuir para agravar o estado de perturbação e desespero da entidade. Como
dizer a alguém que ele já morreu e esperar que essa pessoa receba a informação com
serenidade? Não fala o bom senso em considerar como um encarnado receberia uma
informação do médico que ele se encontra em fase terminal? Os Espíritos são seres e
necessitam igualmente de habilidade da psicologia humana para receber determinada
informação a respeito daquilo que lhe interessa e faz parte do seu ser íntimo.
Daí deve o Esclarecedor traçar a linha do diálogo de forma esclarecedora e objetiva.

28 - Na tarefa de auxílio, quem deve falar mais: o Esclarecedor ou o comunicante?


É recomendável dispensar sempre os discursos durante a tarefa do auxílio, de modo
a permitir que o comunicante possa expressar suas dificuldades, em razão das quais o
Esclarecedor traçará a linha do diálogo de forma objetiva e esclarecedora. Muitas vezes, na
ânsia de ver as entidades de esclarecidas e renovadas, o Esclarecedor se perde numa
excessiva e cansativa fala, quase sempre improdutiva e exasperante. Para tudo existe um
meio termo. Nem tão empolgante, nem tão frio.

29 - A tarefa de esclarecer deve ser de olhos fechados, isso será mais favorável?
Não. O Esclarecedor deve estar em permanente estado de vigilância. Não só quanto
aos seus pensamentos, mas também quanto aos sentimentos, suposições e intuições. Ficar
atento ao que diz o manifestante e sobretudo, quanto ao que acontece à sua volta,
principalmente com os demais componentes do grupo. Deverá estar olhando para dentro
de si e para fora, para que possa enxergar também a sua própria conduta. Isso não se reporta
só durante as tarefas de trabalho, mas no seu proceder diário. Como já foi dito, os espíritos
lhe acompanham.
É necessário que o Esclarecedor e o Presidente do mediúnico estejam atentos a tudo
para comandarem com segurança a sessão. Essa deve ser uma das maiores preocupações e
atenção do Esclarecedor.
30 - Até que ponto os Espíritos mais rebeldes são capazes de respeitar os
Esclarecedores?
Para que o Esclarecedor seja respeitado, é necessário firmeza de sua postura pelo
seu ascendente moral real e não aparente. Confiança na colaboração dos dirigentes
espirituais e depende também da seriedade da reunião. Os dirigentes invisíveis agem com
toda presteza para coibir qualquer perturbação ou ameaças aos trabalhos.

31- E se um Espírito comunicante chegar lançando ameaças e desafiando ao


Esclarecedor ou Presidente do mediúnico?
A prudência é a postura indicada. Não aceitar a intimidação. Isso não significa que
deve reagir a provocação no mesmo tom. Não pode o Esclarecedor ridicularizar qualquer
bravata do obsessor, nem desafiar a ameaça, nem responder à ironia com morfa e nem se
intimidar. Devo dizer-lhes que a vós, muitas vezes, eles poderiam vencer, em razão das
vossas próprias limitações morais, mas a proteção da equipe espiritual ali em missão, lhes
passará o amparo e assistência momentânea, considerando-se o elevado objetivo da
reunião.

32- Se o Espírito obsessor na reunião passar a acusar o Esclarecedor, apontando


suas falhas?
Como Espíritos imperfeitos, a exemplo dos encarnados, procuram explorar as
imperfeições e os defeitos. Já na condição de desencarnados, vê e vos observam com muito
mais profundidade, “tentam conhecer seus pensamentos e muito mais do que pensais”. Daí
terem acesso às vossas falhas atuais e do vosso passado. O Esclarecedor consciente deve
manter sempre a posição de humildade, mostrando-lhe que permanece na luta contra as
nossas imperfeições. E que merece ser compreendido pelo seu esforço de melhorar. Pedir
a ele que se deseja melhorar-se, esta é a oportunidade, estimulando o respeito. Com
paciência e sinceridade, ele terminará compreendendo.
Cuidado para não exibir virtudes que ainda não possuem.
33 - E quando o Espírito chega gritando, sem querer ouvir, confundindo o
Esclarecedor?
A gritaria e a construção não conduzem a nada, a não ser para criar clima de
perturbação na reunião. Às vezes são manobras que se utilizam para desestabilizar
emocionalmente ou Esclarecedor e seus companheiros na tarefa, tudo para impedir o êxito
do trabalho de desobsessão. Caso não haja condições de diálogo, deve o Esclarecedor
solicitar o auxílio dos bons espíritos que ali se encontram para retirar o irmão perturbador
na condição de voltar em outra oportunidade.

34 - Como deve agir o Esclarecedor se o espirito comunicante pôr acordo, pacto,


barganha?
Simplesmente não aceitar, sem deixar transparecer que esteja censurando. Não deve
tentar ludibria-lo com propostas e promessas com o objetivo de levar vantagens sobre o
comunicante. Usar de sinceridade, conduzindo-lhe a entender que a única proposta de
interesse real que é aquela que vem do Mestre Jesus em que você aconselha o perdão aos
inimigos e a proposta real e verdadeira que é “Amai-vos uns aos outros”.

35 - Quando a entidade chegar e resolve ficar em total silêncio, recusando-se a


falar, como entrar no diálogo?
O Esclarecedor deve insistir amorosamente, utilizando algumas técnicas da própria
psicologia social, estimulando ao diálogo e ao mesmo tempo analisando as reações físicas
no médium, se não está em condições de passar para a entidade a abertura de comunicação.
Ou pode ocorrer do Espírito ter sido mudo e transportou para a erraticidade os
condicionamentos do equipamento da fala.
Esclarecê-lo que aquela condição foi passageira, fazendo compreender que precisa
ceder a possibilidade de mudança de atitude mental. Daí é aconselhável o Esclarecedor
deixar à vontade. Caso não queira aceitar o esclarecimento, entregar ao socorro espiritual,
solicitando que liberte o médium.
36 - Qual a forma de identificar se o Espirito está aceitando o esclarecimento?
Quando o Espírito passa a ouvir, saindo do campo da rejeição pura e simplesmente
demonstrando arrependimento que muitas vezes o leva às lágrimas. Nesse momento, o
comunicante rebelde começa a ser alcançado no sentimento. Outros Espíritos demonstram
essa aceitação entregando-se ao silêncio. Com isso, o Esclarecedor investe com toda
vibração de amor fraternal, reforçando palavras de estímulos.

37 - Quando o Espírito chega se queixando de dores, dizendo estar na treva, que


está em desespero, como deverá ser esclarecido?
Nessa linha de queixas, deve o Esclarecedor dizer ao espírito: “Sim meu irmão, todos
nós somos enfermos, mas precisamos confiar na providência divina, porque todos nós somos
filhos do mesmo Pai misericordioso que compadece dos que sofrem e ampara no seu imenso
amor.”
Se nessa linha de diálogo, o Espírito pode perguntar: “Tu és padre? Não! não sou
padre. Sou seu irmão como já lhe falei”.
O mesmo Espírito se revolta e diz: “Como és meu irmão, se não te conheço?” “- Oh!
Meu irmão é isso que quero esclarecer. Somos todos uma só família para Deus. Foi ele que
nos deu a vida e enviou nosso irmão Jesus para nos dizer que temos um Pai supremo, que
somos todos irmãos”.
Então continua o diálogo com sentimento de paciência e humildade.
Em nenhum momento levar o diálogo para o rumo de religião, a fim de não
constranger o comunicante.

38 - Como pode ser identificado o sexo do Espírito comunicante?


A identificação não é uma coisa absolutamente necessária na reunião mediúnica,
porque na prática do auxílio, é levada a luz da caridade que dispensa essas preocupações.
Mas para facilitar o diálogo, basta o Esclarecedor ficar atento a linguagem do Espírito
comunicante e logo terá como identificar se é homem ou mulher, jovem ou criança ou idoso.
Se o Espírito que toma o instrumento do médium, queixar-se assim: “Estou cansada”,
se verificará que a fala é do sexo feminino. Outro exemplo: “Estou revoltado”, lógico que é
do sexo masculino.
A vivência com cada sessão de trabalho de esclarecimento vai habilitando para essa
prática.
39 - Quando o Espírito se diz preso e algemado, tolhido de suas forças, o que está
acontecendo mesmo no plano espiritual onde ele se encontra?
Aí está claro que ele se encontra preso ou sob controle das entidades espirituais
dirigentes e do próprio ambiente fluído preparado para este fim. Esse aprisionamento de
que o espírito se queixa, decorre frequentemente da contenção cautelosa do médium.

40 - Se em uma sessão de desobsessão comparece Espírito encarnado, pode ser


esclarecido?
É possível que isso aconteça quando o Espírito for invocado durante o sono ou
aparece espontaneamente. Isso pode acontecer não só em reuniões mediúnicas, mas em
muitos outros tipos de eventos dos dois planos. Como os encarnados não gozam do mesmo
grau de liberdade do desencarnados por estarem sob a influência pesada da matéria, ao
voltarem para o corpo, recordarão de um esclarecimento em sessão de desobsessão que
deve ter comparecido, mais ou menos como se recordam dos sonhos.

41 - Como diferenciar o Esclarecedor que o Espírito comunicante é encarnado ou


desencarnado?
É preciso muita experiência e também muita atenção do Esclarecedor para os
detalhes da conversa do comunicante, a fim de situa-lo na sua verdadeira situação espiritual.
Exemplo: o comunicante que só fala de personagens e situações presentes e de locais
onde vive. Descreve cenários, hábitos e vícios projetando fatos como de alguém que leva
uma vida em comunidade, demonstrando viver em comunidade. Dá para começar a ficar
atento...

42 - Deve o Esclarecedor participar de esclarecer manifestações fora do centro


Espírita?
Em situação de emergência que poderão levar eventualmente um Esclarecedor a ter
que dialogar com Espírito através de um médium enfermo ou invigilante, em local impróprio
e horário inoportuno, o Esclarecedor deve se resguardar de qualquer envolvimento com
manifestações dessa ordem fora da casa Espírita. As mesmas recomendações que são dadas
para os médiuns, servem para Esclarecedor. Não deve, portanto, envolver-se com qualquer
atividade de coordenação mediúnica que não tenha o respaldo de uma instituição
responsável. A não ser de extrema emergência.

43 - O esclarecimento em uma sessão se destina exclusivamente aos obsessores e


obsidiados?
No concurso dos colaboradores terrenos, nos programas de assistência espiritual:
O Esclarecedor humano na tarefa, não só para facilitar a solução desejada, mas também
para proporcionar ensinamentos vivos aos companheiros humanos, despertando-lhes o
coração para a espiritualidade. E ajudando a entidades em desequilibro, ajudarão a si
mesmos. Esclarecendo, acabarão igualmente esclarecidos.

44 - Como o Esclarecedor deve agir quando o médium passa mal e não colabora
para o desligamento da entidade comunicante?
O Esclarecedor deve manter toda a tranquilidade e confiar plenamente na direção
espiritual dos trabalhos. O médium deve estar devidamente orientado que não deve ceder
ao descontrole da entidade comunicante, dominando qualquer situação, principalmente de
medo e não criar resistência que provoca o mal-estar. A dificuldade surge também quando
o médium não trabalha pela elevação moral as defesas energéticas próprias, absorvendo a
pesada carga fluidificada do obsessor.

45 - E quando o médium sente a entidade, mas não consegue completar o transe,


ou seja, bloqueia a comunicação, como o Esclarecedor deve agir?
O Esclarecedor deve orientar o médium para não resistir à onda mental que o
alcança, embora venha com fortes emoções e sensações desconfortantes. Explicar que elas
procedem dos Espíritos e são ações que deverão ser canalizadas sem bloqueios, porém, com
equilíbrio e disciplina. Com continuidade da prática e a dedicação, o médium vai percebendo
com facilidade o momento em que se processa a adesão do comunicante ao seu campo
psíquico, ou seja, no momento que se dá a ligação efetiva com o comunicante, consolidando
assim a sintonia. Quando o médium já é experiente e devidamente habilitado, a
comunicação é como um imã, o Espírito arronjando-se sobre a organização física do médium,
colocando-se a ele instintivamente. Já em um médium que a educação mediúnica é
deficiente ou viciosa, o intercâmbio é dificultado, faltando liberdade e segurança no
médium, reage a exteriorização perispirítica, dificulta o desligamento e quase sempre
intervém na comunicação.

46 - Qual a postura que deve ter o Esclarecedor diante de manifestações de risos,


gracejos, piadas ou outras situações provocadas pelos Espíritos brincalhões e galhofeiros
nas sessões mediúnicas?
Se o médium deixar-se afinar com eles, haverá troca de vibrações, daí se
estabeleceria o malefício. Portanto, será necessário o médium, ter o domínio de todo e
qualquer impressão e emoção. Um equilíbrio traduz superioridade moral. No intercâmbio,
o médium deve ser orientado a não acolher essas ações perturbadoras.

47 - Como o Esclarecedor deve enfrentar o problema das comunicações


simultâneas em reunião de desobsessão?
Embora em reuniões venham entidades aflitas (ansiosas pelo socorro espiritual) para
se assenhorarem do aparelho mediúnico, o dirigente da reunião de desobsessão não deve
permitir as comunicações simultâneas, ou seja, que mais de um médium se manifestem ao
mesmo tempo. Nesses casos, o Esclarecedor orienta os médiuns que mesmo assediados
pelas entidades, enquanto seu companheiro da tarefa esteja mediunizado, dialogar
mentalmente com Espírito comunicante para esperar que serão atendidos. Até mesmo o
médium que tenha um estado mais avançado de sonambulismo, marcado pela
inconsciência, deve exercitar esse domínio, evitando assim comunicações simultâneas.
O médium é sempre responsável pela boa ordem do desempenho mediúnico, mesmo
na forma inconsciente porque somente com a sua conivência o comunicante pode agir.

48 - Existe um número limitado de comunicações que o Esclarecedor deve permitir


para cada médium?
Só deve ser permitido duas ou três passividades a cada médium por reunião. Em
todas as circunstâncias, o médium, a serviço da desobsessão não se pode alhear da equipe
na tarefa, compreendendo que dentro do médium, assemelhando-se a um órgão no corpo,
e que precisa estar no lugar que lhe é próprio, para que haja equilíbrio e produção no
conjunto. Se a equipe de médium for maior do que o comum, deve permitir apenas uma
comunicação, assim o médium já estará cumprindo seu dever.
Porém, isso não é uma regra, pois depende do comunicante e da circunstância da
reunião. Duas ou no máximo três manifestações em cada médium é o ideal ao equilíbrio dos
trabalhos dos médiuns de psicofonia.

49 - E quando os Espíritos se apresentam falando línguas diferentes de que o


Esclarecedor não tenha qualquer conhecimento, como lidar com o comunicante?
Com efeito, toda a comunicação com os Espíritos encarnados como com os Espíritos
desencarnados, se faz pela irradiação do pensamento. O pensamento não tem necessidade
das vestes das palavras para serem compreendidos pelos Espíritos. Mas sabeis que logo que
Espíritos desencarnam, eles (os espíritos) não se libertam da linguagem articulada, como
também dos gestos e expressões, tais como cultivam na Terra. Os hábitos e costumes dos
grupos determinam a sua reunião em família e também o núcleo no Mundo Espiritual, onde
civilizações inteiras continuam na marcha evolutiva. Por isso, enquanto não estiverem ainda
libertos desses condicionamentos, os Espíritos podem se manifestar nas sessões mediúnicas
falando a língua que levaram do país ou região da Terra onde tiveram suas experiências.
Caso haja esse tipo de comunicação em reunião, é porque tem médium poliglota que tem a
faculdade de falar ou escrever em línguas. Nesse caso, cabe ao Esclarecedor, se não conhece
a língua em que o Espírito se comunica, deve limitar-se a ouvir e acompanhar a mensagem
para ser avaliada depois.
Caso o Esclarecedor conheça e saiba que o que está sendo transmitido está correto,
deve registrar o comunicado da entidade e dispensá-la, sugerindo-lhe em pensamento que
é a linguagem comum a todos que ela procure em uma próxima oportunidade. Comunicar-
se na forma acessível da vossa linguagem para possibilitar o diálogo. Mas na insistência da
mensagem indecifrável, o melhor que faz o Esclarecedor é despachar o Espírito e passar a
examinar o fenômeno com mais atenção, como também avaliar o médium. Se for realmente
o espírito que tenha necessidade de comunicar-se, ele encontrará os meios mais eficazes e
menos complicados para a comunicação.
50 - Como o Esclarecedor deve proceder quando o médium que exibe muitos tiques,
ruídos, assobios, respiração ofegante, estalo de dedos, arrastamento de pés, fungados
etc?
Isso tudo pode nada ter a ver com o Espírito comunicante. Muitos médiuns
geralmente sofrem o contágio decorrente de sugestões, e isso com o tempo vira reflexo
condicionado, quer dizer, sempre que o médium estiver nessa situação, ele se expressará
com essas mímicas. Nesses casos, é aconselhável ao Esclarecedor, com atitude de prudência,
tentar mudar os hábitos do médium com habilidade, recomendando-lhe o estudo da
Doutrina Espírita que explique a esse respeito. Muitos médiuns acham que necessitam
desses trejeitos, como por exemplo, certos músicos se exprimem melhor fazendo certos
gestos, caretas, até mesmo assumindo posturas físicas bizarras.
Hoje existe formação para os médiuns e orientações doutrinárias pela autoeducação
para esses hábitos que nada contribuem para uma consequência positiva no exercício
mediúnico. Porém, os médiuns nestas condições não devem ser pressionados, nem forçados
a uma mudança brusca, mas sim, uma mudança cautelosa para não criar inibições.
Tem médium que só acredita estar dando passividade ao Espírito se assumir esses
trejeitos que supõe serem exteriorizações dos Espíritos comunicantes. Outros, adotam
inconscientemente, e muitos outros, por hábitos próprios, como quem só conversa
gesticulando com as mãos ou com a cabeça.

51 - Se em uma reunião mediúnica se manifestarem entidades com linguajar de


caboclos, índios e pretos velhos, como deve ser tratado pelo Esclarecedor?
Devo dizer que a Doutrina Espírita não deve estar nesses preconceitos e sim no
conteúdo filosófico-doutrinário que encerre. Se quiserem conservar a autenticidade do
Espirito, terão que aceitá-los como são e não como querem que sejam. O verdadeiro Espírita
conhecedor da Doutrina não se preocupa com este problema. Sabe que o Espírito pode falar
da forma que lhe aprouver. O preto-velho de hoje pode ter sido o intelectual de ontem. Mas
o índio de agora não deve ter sido o homem sábio do passado. O homem culto que exerceu
mal o conhecimento, pode vir reencarnar na área do analfabetismo para desenvolver outros
sentimentos ou na escravidão para santificar o amor.
Mas saibam que a língua universal é o pensamento. Para traduzir suas ideias em uma
linguagem articulada, transmissível, toma suas palavras no vocabulário do médium.
52 - Isso significa dizer então que o médium não precisa mudar sua linguagem?
Não precisa, uma vez que o que ele está transmitindo diretamente é o pensamento
do Espírito comunicante. É o Espírito do médium que interpreta porque está ligado ao corpo
que serve para falar, e é preciso um laço entre vós e os Espíritos que se comunicam, como
é necessário um fio elétrico para transmitir uma notícia ao longe e no fim do fio alguém
inteligente a recebe e transmite. Os pensamentos do Espírito por meio de seu perispírito,
atingem o perispírito do médium, penetram até o corpo físico e chegam ao cérebro. O
médium transforma esses pensamentos ou esses quadros mentais em palavras ou em
escritas. Ficando dessa forma, caracterizada a comunicação.
Compreendeis, portanto, que não é o Espírito desencarnado que fala ou escreve, é
o médium que interpreta os pensamentos recebidos, segundo sua própria evolução ou
desenvolvimento da faculdade. É por isso que médium significa intermediário.
Dependendo do seu grau de sensibilidade, as sensações dos Espíritos comunicantes,
de tristeza, de alegria, de revolta, de medo, de dúvida, etc. até mesmo as sensações físicas
que o Espírito tenha levado para o plano espiritual, essas impressões predominam em seu
estado mental perispiritual, devido o apego material. Com essa informação, da realidade
como se processa, mudará a visão que fazem sobre mediunidade.

53 - Mas essas linguagens usadas pelos Espíritos comunicantes não facilitam ou


comprovam a sua identidade?
Muitos Espíritos que na Terra viveram uma personalidade de preto-velho, índios e
caboclos, podem, através de um médium, dar essas características como meio de
identificação.
Nas comunicações mediúnicas se faz importante o esclarecimento fraterno para
essas entidades abandonarem as antigas concepções da vida terrena e que possam assumir
a realidade do progresso inerente a todos os seres encarnados e desencarnados.
Não será justo manter esses Espíritos nas mesmas ilusões. E isso ajudará também
médiuns a se manterem na mistificação e animismo. Todavia, é dever do Esclarecedor, assim
como de todos os Espíritas em reuniões, atenderem essas entidades fraternalmente, sem
preconceitos, conscientes de que sem a permissão das leis divinas, elas não teriam como se
comunicarem nas reuniões.
54 - A mudança no timbre de voz do médium deve ser visto pelo Esclarecedor como
uma prova de que existe aí, na verdade, um Espírito comunicante?
A mudança de timbre da voz em comunicação é apenas um fato frequente, embora
a rigor, isto não tenha uma importância maior que a mensagem em si. É como a mudança
da caligrafia. Uma comunicação escrita que não deve significar mais do que seu conteúdo,
porque é através do seu pensamento que identificai a natureza do Espírito em comunicação.
O timbre de voz e tipos de letras podem ser imitados, mas o plágio das ideias e sobretudo
de emoções, são muito difíceis de imitar.
Nesse caso, o Espírito pode sobre o órgão fonador do médium, construir uma
garganta ectoplásmica que lhe permite comunicar quase por voz direta.
Como podemos ver, nem sempre a forma, mas a essência da comunicação é que
melhor identifica a presença e a natureza do Espírito comunicante.

55 - Como o Esclarecedor deve conduzir o diálogo quando o Espírito se comunica


com a ideia fixa?
Se o Espírito demonstra que está dominado por uma ideia fixa, sem conseguir sair
dela, o médium Esclarecedor deve tomar a iniciativa de tentar quebrar esse monólogo. Há
casos em que o Espírito repete de tal forma o objeto, causa de sua fixação mental, que não
consegue ouvir o Esclarecedor. Cabe ao Esclarecedor fazer perguntas oportunas e com
sentimento fraterno, tentando chamar a atenção do Espírito para algo diferente, entrar em
assuntos que possam atrair seu interesse e descongestionar o seu campo mental.
Como exemplo: em uma sessão apresentou-se um Espírito que gritava: “Eu quero a
minha farda! Eu quero a minha farda!”
De nada adiantava o esforço de esclarecer-lhe. O Espírito continuava gritando com a
ideia fixa: “Eu quero a minha farda! Não posso ficar sem a minha farda!”
Então o Esclarecedor conduziu com firmeza, dizendo-lhe: “Você está com toda a
razão, meu irmão, um militar não pode ficar sem a sua farda!” E concluiu: “Está aí sua farda
amigo! Agora está tudo bem?”
Deve de imediato acalmar o espírito. Não adianta nessa situação teimar com o
espírito. É preciso, primeiramente, remover da fixação para depois então, iniciar o diálogo
Esclarecedor.
56 - Como deve encaminhar um diálogo com Espírito que se comunica se julgando
protetor de determinado paciente, sem que na verdade o seja?
Nessa condição, não há nenhuma maldade do Espírito. Há mais de ignorância quanto
o seu verdadeiro estado. Eles acreditam que estão ajudando as pessoas as quais se mantém
vinculados. Muitos desses Espíritos têm parentesco, mas na verdade, involuntariamente,
estão prejudicando-as. Compete ao Esclarecedor chamar esses espíritos, esclarecendo suas
intenções, fazendo-os ver a necessidade de se melhorarem para poderem ter condições
reais de ajudar as pessoas pelas quais demonstram afeição, se assim forem permitidos. E
que no momento deverão se ater ao tratamento de si mesmos. Se esses Espíritos forem
embusteiros, mistificadores, terão de ser desmascarados e devem reformular a sua conduta
moral. Aí deve o Esclarecedor usar de outra psicologia doutrinária.

57 - Que orientação o Esclarecedor deverá dar a Espíritos que chegam dizendo que
estão sofrendo porque não pagaram promessas a determinados santos, feitos em vida,
que pedem para celebrar missa, rezar ladainha ou rezar terço?
Esses casos são inevitáveis. Muitos Espíritos são almas de homens que estavam
habituados a tradições de cultos, rituais e místicas que aperfeiçoaram nas experiências
religiosas. Retornam do além-túmulo fazendo esses pedidos e recomendações, às vezes
absurdos, baseadas em dogmas e fórmulas exteriores.
O Esclarecedor não deve alimentar essas ilusões no espirito inconsciente, mas
conduzi-lo quanto aos deveres e responsabilidades de verdadeiro crente. Mas procure fazer
esse diálogo fraternalmente e não com sentimento de presunção.

58 - Como o Esclarecedor deve tratar Espíritos que se identificam como padres,


freiras, pastores ou outros tipos de religiosos, quando os mesmos vêm unicamente a
combater o espiritismo, mantendo-se com a mesma postura de quando eram encarnados?
Quando esses Espíritos se apresentam em reuniões, querendo discutir sobre
interpretações evangélicas, o Esclarecedor deve convidá-los a orar a Jesus. Embora se
julguem superiores, são Espíritos necessitados de ajuda e de esclarecimento. Sendo
acolhidos com sinceridade e amor, são facilmente esclarecidos . Mas são raras vezes essas
manifestações. Porém, caso venham a ocorrer nas sessões, é preciso ajudar esses irmãos a
se libertarem do passado, integrando-se na realidade espiritual que não atingiram na vida
terrena, enleados nos enganos de nas ilusões das falsas doutrinas.

59 - Como deve agir o Esclarecedor quando as entidades chegarem ameaçando as


sessões, demonstrando poder, dizendo ser o diabo?
Esses tipos de Espíritos costumam se manifestar fazendo estardalhaço e às vezes
roncando como bicho. São mais a aparência de perversos. Mas o Esclarecedor com paciência
e calma não terá dificuldade em afastá-los. Sabendo que nos planos inferiores os Espíritos
encontram situações favoráveis à continuidade de suas atividades terrenas, mas o
esclarecimento tem o duplo poder da verdade e do amor a que eles não podem resistir por
muito tempo. Cabe ao Esclarecedor, compreender bem esses problemas, lendo, estudando
e se fortalecendo moralmente para ajuda-los da libertação.
A tarefa de Esclarecimento na Doutrina Espírita, sendo equilibrada e amorosa,
modifica o Esclarecedor e aos outros, abre as mentes para a percepção da realidade real que
vos escapa quando se apegam a ilusão de vossas pretensões individuais e mesquinhas. Por
isso, o trabalho maior é realizado pelos espíritos incumbidos dessas tarefas no mundo
espiritual.

60 - Os dirigentes de sessões mediúnicas devem prolongá-las quando nenhum


Médium recebe comunicação dentro do horário normal, mesmo contando com sessão
séria e tendo Médiuns desenvolvidos?
Os dirigentes da sessão não são obrigados a prolongá-la em nenhuma circunstância,
mas a conduzi-la com equilíbrio para produzir resultados benéficos a que ela se destina.
A razão é o método utilizado pela Doutrina Espírita. O que for racional em uma
atividade mediúnica, nada tem a temer. Se o bom senso indica que uma sessão mediúnica
deve ser prolongada por necessidade real dos trabalhos e nunca para atender a interesses
particulares ou curiosidades não recomendáveis, o dirigente pode prolongar além do horário
habitual, desde que com isso não se torne uma rotina.
Analisando esta orientação do livro Desobsessão: “Terminada a prece final, o
presidente conclui com uma frase breve e dará encerrada a reunião. Vale esclarecer que a
reunião pode terminar antes do prazo marcado de duas horas, a contar da prece inicial,
evitando exceder esse limite de tempo”.
Podemos concluir que os espíritos conhecem as necessidades e por isso, orientam a
respeito, deixando os dirigentes o dever de discernir.

61 - As sessões mediúnicas só podem ser realizadas em recintos fechados e


totalmente escuros?
Em recintos fechados, sim, mas totalmente escuro, não. O recinto fechado é
necessário pelo recolhimento, meditação e profundo silêncio, o que não será possível em
ambiente aberto. A penumbra é necessária também para uma boa concentração dos
Médiuns e também dos assistentes. A iluminação normal no ambiente pode provocar
distrações e quebrar o recolhimento. Não recomendamos o escuro excessivo e muito menos
completo, mas com penumbra.
Além dessas razões citadas, o excesso de luz exerce influência inibitória sobre os
médiuns e da emanação fluídica do ectoplasma. Porém, não significam que as sessões não
possam ser realizadas em ambiente público e sob plena luz, já que os Espíritos superiores
não se preocupam com formalidade, mas sim com sentido justo da assistência. Mas devemos
lembrar que a organização e a disciplina são recursos inerentes à boa qualidade e eficácia
de um bom trabalho.
As sessões em ambiente público com a presença de pessoas estranhas têm como
inconvenientes a curiosidade, e em atendimento de obsessões, pode acontecer o risco de
ficarem impressionados com as manifestações dos obsessores.
Por um princípio básico da Doutrina que tem por fundamento a moral de Jesus à luz
da caridade, é que as sessões de desobsessão devem ser realizadas em casa Espírita, em
ambiente fechado e sob penumbra.

62 - Se nas reuniões manifestarem Espíritos suicidas, como devem ser


encaminhados pelos Esclarecedores?
Nesses irmãos é tão intenso sofrimento que eles se apresentam enlouquecidos pelo
infortúnio e estão tão dementados que os orientadores não têm como lhes oferecer algum
esclarecimento nos primeiros contatos. Já não estão necessitados tanto de esclarecimentos
quando de consolo, cabe-lhe apenas socorrê-los, aliviando-lhes com aplicação do passe.
Deve ser aplicado o passe pelo dirigente ou solicitar aos seus auxiliares aplicadores
de passe. O esclarecimento deve ser feito em uma próxima reunião, à medida que vai sendo
atendido e esclarecido pelos benfeitores espirituais. Todo o grupo de participantes das
reuniões devem vibrar com muito amor por esse irmão, dirigindo-lhes pensamentos de
bondade, otimismo e caridade para ajudar o irmão na sua reabilitação.
63 - Como devem ser avaliados pelos dirigentes e Esclarecedores os médiuns
repetitivos em comunicações que ao longo das sessões se revelam improdutivos?
Se os médiuns de psicofonia, durante um certo período, não realizam progressos,
devem ser solicitados a passar a controlar suas manifestações, sendo convidados a outras
atividades, colaborando como médium de caridade, socorrendo pelas preces, ajudando na
mentalização ou vibração mental. Toda sessão para o bom êxito resulta do grupo de
servidores passivos e ativos.

64 - O que devem os dirigentes de uma sessão entender por compulsão em


fenômeno mediúnico?
Compulsão é o envolvimento do médium por fatores externos que o levam para
determinada direção.
Para a compreensão: na mistificação, são os Espíritos que engendram ao engano. Na
fraude, são os próprios médiuns. Na compulsão, pode ocorrer o desejo dos médiuns obterem
comunicações espetaculares ou envolvimento político, além de outros fatores de ordem
cultural. O médium é levado por esses conjuntos de influências externas e direcionam suas
manifestações. Por esses fatores, os Esclarecedores devem evitar conduzir os médiuns para
determinado rumo de comunicação, ao tratar com eles, antes do início das reuniões, sobre
assuntos que possam influenciar a sua conduta sensitiva nos trabalhos.

65 - Quando acontecer manifestações de Espíritos na condição de crianças que


apresentam em quadros obsessivos de crianças encarnadas, conduzindo-lhes as posturas
agressivas, brincadeiras extravagantes, conduzindo-lhes a acidentes fatais, proezas
diversas em outros casos conduzindo as mesmas até o suicídio?
A obsessão na infância existe, é uma realidade. E estão por toda parte em todas as
épocas. Lembrando o Evangelho, a passagem em que Jesus expulsa um Espírito que
atormentava menino. Fazia com o menino de acordo com o relato do pai: “cai hora no fogo,
ora na água”.
Muitos desses Espíritos foram seus desafetos em vidas passadas.
Recomenda-se: Oração, Evangelho no lar, buscar auxílio recorrendo ao espiritismo
para que esse irmão seja conduzido as sessões de desobsessão, até que possam ceder aos
sentimentos que o levaram ao processo de obsessão.

66 - O que fazer o Esclarecedor quando um médium iniciante já começa


transmitindo manifestações bombásticas ou já inicia atribuindo as manifestações a
Espíritos-guias, mentores ou Espíritos ilustres que podem causar impactos ou
curiosidades?
Deve ser acompanhado com interesses, critério e observação, tendo muito cuidado
para não o desestimular com opiniões precipitadas, mas deve avaliar se o médium está
sendo vítima de animismo ou de mistificação. Mas também pode esse médium estar sendo
treinado pelos Espíritos para tarefas mediúnicas de maiores alcances. Por isso, esses
médiuns iniciantes devem ser orientados a participarem de estudos, caso não tenham
conhecimento do curso sobre Mediunidade.
No início, a mediunidade percorre fases sucessivas de desenvolvimento inicial. O
médium é assistido por espíritos de ordem inferior, cujos fluidos ainda impregnados de
matérias, se adaptam melhor aos seus e são apropriados a esse trabalho mais ou menos
prolongado a que toda a faculdade mediúnica está sujeita.
O bom senso, portanto, deve preceder. Todos devem se prepararem com estudo e
esclarecimentos se quiserem servir o bem.

67 - O que o presidente deve considerar em um grupo nas tarefas de desobsessão,


como sendo produtiva?
É quando o grupo se apresenta bem harmonizado e que por isso, mantém um bom
desempenho, contribuindo para a eficácia das tarefas socorristas.
É preciso que todo o grupo se confundam num só, com os pensamentos, vibrando
em uníssono em torno de um mesmo objetivo. É preciso evitar o personalismo e
principalmente a curiosidade.
68 - Além das preces de abertura e encerramento é conveniente o presidente fazer
outras preces, no curso da reunião de desobsessão?
O presidente pode recorrer a prece qualquer hora da reunião, mas apenas quando
necessário, para que não conduza em ambiente cansativo e de rogativas ladainhas.
O ambiente de reunião de desobsessão deve ser de profundo silêncio. O grupo em
prece decorrente da força do pensamento, pode funcionar como um sedativo benéfico, para
certas entidades e principalmente para o êxito da sessão e ao socorro espiritual. Não deve
ser utilizada prece mecanizada, que não ajudam, quando às vezes, irritam e agravam o
estado de perturbação do Espírito comunicante.

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