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Avaliação 2 – Estudo de Casos

Ana Paula, arquiteta contratada como pessoa jurídica, MEI

Ana Paula relata um caso comum no cenário brasileiro, em que os elementos


necessários para configurar relação de trabalho (retratados no artigo 2° e artigo 3° da CLT)
estão todos presentes menos a existência de pessoa física, pois é usado o CNPJ MEI. Quando
provado que a pessoa jurídica é usada como mera roupagem para esconder a pessoa física,
configura-se fraude a qual é desconstituída e o vínculo empregativo deve ser reconhecido,
incidindo também todas as obrigações jurídicas cabíveis, nesse caso vale o princípio da
primazia da realidade sobre a forma. A real natureza de trabalho de Ana Paula é a relação de
emprego devido a presença dos elementos exigidos para caracterizar tal, sendo eles pessoa
física (mascarada por PJ), pessoalidade, onerosidade, não-eventualidade e subordinação –
evidenciada por ela quando conta que a chefe (empregadora) ordena o modo de prestação de
serviços a ser realizado por ela.

Marco Antônio, estagiário de escritório de advocacia há quase 3 anos

Marco Antônio, ainda que se sinta estar aprendendo e tenha seu trabalho sempre
supervisionado, alguns dos requisitos que estabelecem uma relação de trabalho de estágio, não
mais ser considerado estagiário porque de acordo com o artigo 11 a duração do estágio em um
mesmo local não poderá exceder o período de 2 anos, exceto quando se trata de um estagiário
portador de deficiência. Ele pode ter expectativas quanto a contratação como advogado
associado mas o estágio não estabelece nenhum vínculo empregativo de nenhuma natureza,
mesmo que cumpridos os cinco elementos, o que é evidenciado na atual Lei do Estágio, Lei
11.788 de setembro de 2008.

Douglas, voluntário em associação filantrópica

A lei 9.608/98, Lei do Voluntariado, em seu artigo 3° permite que o voluntário seja
ressarcido pelas despesas realizadas no desempenho das atividades voluntárias desde que haja
devida autorização, com isso Douglas exerce uma função de forma regular, desde que a ajuda
recebida seja proporcional aos gastos tidos no exercício da função, caso contrário poderia ser
considerado remuneração e ensejar reclamações trabalhistas. Para não haver complicações é
indicado que as despesas sejam bem discriminadas e documentadas.

Gorete, trabalhadora na limpeza e conservação de um edifício, duas vezes por semana

Nesse contexto Gorete vive como trabalhadora autônoma (diarista), o que quer dizer
que trabalha sem o elemento da subordinação. Tal relação está incorreta por alguns motivos,
primeiramente por não se tratar de prestação de serviço em ambiente de condomínio (não em
âmbito familiar) e o fato de só ser aceitável a figura de diarista na seara doméstica, entre
pessoas físicas; além disso para aferir a subordinação do autônomo é preciso verificar três
elementos: de certeza, de indício e de excludentes, havendo a presença de algum desses
elementos a relação de trabalho configura-se como vínculo empregativo e no caso de Gorete
existem elementos de indício - recebimento de quantia mensal fixa e pessoalidade na prestação.
Assim Gorete deveria estar em uma relação de emprego, em que são válidas todas as normas e
regras desse tipo de relação.

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