Você está na página 1de 2

Referência Bibliográfica:

MENDES, Aluisio Gonçalves de Castro. A legitimação, a representatividade adequada e a


certificação nos processos coletivos e as ações coletivas passivas. Revista de Processo. vol.
209/2012, p. 243 – 264, Julho/2012. DTR\2012\44846
Informações do autor:
Aluisio Gonçalves de Castro Mendes é Pós-Doutor pela Universidade de Regensburg,
Alemanha. Doutor em Direito pela UFPR. Mestre em Direito pela UFPR. Mestre em
Direito pela Johann Wolfgang Goethe Universität (Frankfurt am Main, Alemanha).
Especialista em Direito Processual Civil pela UnB. Professor nos cursos de graduação e
pós-graduação da UERJ e da Unesa. Membro do IBDP, do Instituto Ibero-americano de
Direito Processual e da Associação
Internacional de Direito Processual. Ex-Promotor de Justiça. Juiz Federal.

A legitimação, a representatividade adequada e a certificação nos


processos coletivos e as ações coletivas passivas.

O autor apresenta breve histórico do atual sistema de legitimação ativa nas


ações coletivas brasileiras, cenário dominado amplamente pelo Ministério Público, mas
que se alterou nos últimos anos em razão da previsão legislativa de legitimidade ativa
para as defensorias públicas.
Após o autor analisa a questão da legitimidade ativa do Parquet no tocante aos
direitos individuais homogêneos, em decisões das cortes superiores, as quais passaram a
exigir a cláusula de direito relevante socialmente, como no caso dos planos de saúde.
Após, o autor aborda a legitimidade ativa das associações e sindicatos e
Defensoria Pública.
REPRESENTATIVIDADE ADEQUADA E CERTIFICAÇÃO
A representação adequada é centrada no Brasil de acordo com o sistema ope
legis, havendo algum espaço para o sistema ope judicis. Enfim, o rol de legitimados está
previsto em lei. Assim, o sistema brasileiro difere em muito do sistema norte-
americano, no qual o Juiz procurar aferir se tal postulante possui condições técnicas
para representar a coletividade que se propõe defender.
O autor observa que há certos temperos para a representatividade adequada no
Brasil, principalmente, quanto às associações.
AÇÕES COLETIVAS PASSIVAS
Inicia o autor da seguinte forma:
“No direito processual brasileiro, as ações coletivas foram pensadas,
inicialmente, sob o prisma da atuação da defesa dos interesses coletivos no âmbito do
polo passivo da demanda. Isso fica claro, por exemplo, no próprio texto constitucional
vigente, quando se menciona que “qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
popular”, nos termos do art. 5.º, LXXIII, da Carta Magna (LGL\1988\3), ou, conforme
inc. LXX, que “o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por”, bem como,
no art. 129, III, ao dispor, como função institucional do Ministério Público, “promover
o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social,
do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos”. A redação refletia, por
certo, o estado ainda embrionário da doutrina em torno dos processos coletivos nos idos
do final da década de oitenta do século passado, quando ainda se davam os primeiros
passos no sentido da afirmação da possibilidade de legitimação extraordinária para a
defesa de interesses coletivos, em sentido lato”.
O autor passa a tentar justificar a existência de ações passivas coletivas,
citando os mesmos exemplos refutados por Edilson Vitorelli, incorrendo na confusão
corrente brasileira entre relação matéria e relação processual das coletividades, como se
vê abaixo:
“Em primeiro lugar, há um grupo de ações coletivas passivas que podem ser
denominadas de derivadas ou decorrentes da própria ação coletiva ativa, em razão da
inversão dos polos. Isso porque, no curso ou em razão de processo coletivo em que
figurava inicialmente um legitimado coletivo como autor, são propostas demandas
incidentais ou mesmo como meios de impugnação. São exemplos deste tipo de ações
coletivas passivas os embargos à execução ou de terceiros, as reconvenções e ações
declaratórias incidentais em geral e mandados de segurança e ações rescisórias como
meios impugnativos”.

Comentários pessoais:

O autor confunde posições processuais com situações materiais das


coletividades. O conceito de ação passiva coletiva derivada trata-se de um arremedo
processual, uma vez que todos os sistemas coletivos internacionais preveem formas
processuais de defesa das coletivas em seus procedimentos.

A tão propalada Rule 23 nos EUA é silente em seus termos quanto à previsão
das ações passivas coletivas. Ora, trata-se de silêncio eloquente. Enfim, é temerária a
empolgação com certos temas em direitos coletivos, considerando o desmonte que vem
acontecendo na legislação desde a década de 1990.

Nome: Francisco Saldanha Lauenstein.

Você também pode gostar