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A sociedade em comum (art. 986/CC) é justamente aquela que não apresenta os seus atos
constitutivos arquivados no registro competente.
Toda sociedade é uma pessoa jurídica? Não, pois a sociedade em comum, a despeito de ser
uma sociedade, não pode ser considerada uma pessoa jurídica, pois ela não tem
personificação jurídica, justamente por esse fato enunciado no seu conceito.
Art. 987/CC –> O legislador optou por fazer uma facilitação da prova da existência da
sociedade em comum para terceiros; eles podem provar de qualquer modo (ex: testemunha,
documento); porém, os sócios só podem se valer de prova escrita. –> dificuldade de prova da
existência da sociedade em comum: é um tipo de restrição que o legislador põe para os sócios
que não registraram a sociedade devidamente
Outras restrições que são impostas à sociedade empresária irregular (mais evidentes nas
sociedades empresárias):
As sociedades em comum não podem requerer recuperação judicial (art. 48 da Lei n°
11.101/2005) e nem a homologação de plano de recuperação extrajudicial. Entretanto, elas
podem ter a sua falência decretada; mas, por outro lado, não tem legitimidade para requerer a
falência de um terceiro.
Não tem proteção ao nome empresarial e tão pouco, poderiam postular a proteção da marca.
Não podem ser enquadrada como microempresa e empresa de pequeno porte. Não pode
contratar com a Administração Pública.
Art. 990/CC –> responsabilidade solidária e ilimitada imposta aos sócios pelas obrigações
sociais
Benefício de ordem (art. 1.024/CC): os bens particulares dos sócios não podem ser executados
por dívidas da sociedade senão depois de executados os bens sociais.
No entendimento do professor, o benefício de ordem perde o sentido quando estamos diante
de uma sociedade de fato, pois não há uma pessoa jurídica e, conseqüentemente, não há
distinção entre a personalidade da sociedade e a dos sócios (a sociedade de fato não tem
patrimônio próprio). Para o professor, o legislador deveria ter determinado uma
responsabilidade pessoal e direta nesse caso. Entretanto, ele determinou o benefício de ordem
para os sócios, salvo para aquele que contratou em nome da sociedade.
Há dois tipos de sócios (art. 991, caput/CC): o sócio participante/ oculto e o sócio ostensivo.
Esse segundo é quem tem a “expertise” sobre o negócio e está disposto a ficar na linha de
frente do negócio, se apresentar perante terceiros.
Na verdade, a sociedade só existe entre os sócios, não existe para terceiros; não há nome
empresarial (ela não se apresenta perante terceiros, quem se apresenta é o sócio ostensivo
com o seu próprio nome).
Liquidação –> art. 996/CC (remissão aos arts. 914 a 919 /CPC)
Art. 966/CC: “Aplica-se à sociedade em conta de participação, subsidiariamente e no que com
ela for compatível, o disposto para a sociedade simples, e a sua liquidação rege-se pelas
normas relativas à prestação de contas, na forma da lei processual.”
Como ela não é uma pessoa jurídica, ela não está sujeita à figura da falência, quem pode ir à
falência (no caso de empresário/ sociedade empresária)/ insolvência (no caso de sociedade
simples ou pessoa física) são os sócios ostensivos e participantes. –> O CC faz remissão á
falência, porque na realidade, o sócio ostensivo costuma ser uma sociedade empresária. Pode
haver mais de um sócio ostensivo e um sócio participante.
A falência do sócio ostensivo (art. 994, § 2º/CC) pode ser requerida por terceiros e até o sócio
participante. Nesse caso, haverá a resolução do contrato (não é correto dizer que houve
dissolução da sociedade nesse caso).
OBS: O credor quirografário é o que não tem garantia nenhuma, é o penúltimo na ordem de
pagamento (art. 83, Lei n° 11.101/05).
Já no caso da falência do sócio participante (art. 994, § 3º/CC –> art. 117 da Lei n° 11.101/05),
não haverá uma resolução de pleno direito; o administrador judicial é que vai avaliar a
situação e informar ao sócio ostensivo se aquele contrato será mantido ou não, salvo no caso
em que haja cláusula expressa no contrato prevendo a sua resolução no caso de falência de
sócio participante, então a resolução opera de pleno direito.
Ex: Os médicos têm a “expertise” e o Hospital tem o espaço. Então, o hospital entra como
sócio participante e os médicos exercem o objeto, se obrigando perante terceiro,