Você está na página 1de 20

CENTRO EDUCACIONAL EM SAÚDE GARRA - CESG

ÀREA DAS CIÊNCIAS DA SAÚDE


CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM

GISELE VALERIO DA ROSA

DEMONSTRAR A IMPORTÂNCIA DOS CUIDADOS PALIATIVOS

Laguna - SC
2020
GISELE VALERIO DA ROSA

DEMONSTRAR A IMPORTÂNCIA DOS CUIDADOS PALIATIVOS

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado como


requisito parcial para aprovação no Curso Técnico em
Enfermagem do Centro Educacional em Saúde Garra –
CESG, Área das Ciências da Saúde.

Orientador: Prof. Abiatar Goulart Siqueira, Bel.

Laguna - SC
2020
GISELE VALERIO DA ROSA

DEMONSTRAR A IMPORTÂNCIA DOS CUIDADOS PALIATIVOS.

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi


julgado adequado à obtenção do título de
Técnico de Enfermagem, e aprovado em sua
forma final pelo Curso Técnico em
Enfermagem do Centro Educacional em Saúde
Garra.

Laguna, 16 de março de 2020.

______________________________________________________
Professore orientador Abiatar Goulart Siqueira, Bel.
Centro Educacional em Saúde Garra

______________________________________________________
Prof. Nome do Professor, Dr./Ms./Bel./Lic
Escola ou Instituição

______________________________________________________
Prof. Nome do Professor, Dr./Ms./Bel./Lic
Centro Educacional em Saúde Garra
Dedico este trabalhoá minha mãe Albertina e
ao meu pai Jose Ramos, fonte de inspiração da
minha vida, que me acompanham em todos os
meus desafios, e sempre estão do meu lado, á
meu filho Gabriel, presente de Deus, á meu
Esposo Jerfferson, pelo companherismo neste
dois anos e meio de curso, á meu sobrinho
Leonardo, exemplo de dedicação e persistênia.
AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, á Deus, que me deu paciências e força para concluir todo
esse o trabalho.
Agradeço aos meus professores que sempre estiveram dispostos a ajudar e contribuir
para um melhor aprendizado no decorrer do curso.
Agradeço meu orientador por toda orientações e dedicação na construção desse
trabalho.
Agradeço o Centro Educacional em Saúde Garra, por ter me proporcionado os
melhores ensinamentos da minha vida.
Agradeço meus pais, meu marido, meu filho Gabriel e meu sobrinho Leonardo, por
todo carinho, incentivo e paciência que tiveram comigo no decorrer no curso.
Enfim, agradeço a todas as pessoas que fizeram parte dessa decisiva fase em minha
vida.
“Comprimidos aliviam a dor, mas só o amor alivia o sofrimento” (PATCH ADAMS, 1998).
RESUMO

Os cuidados paliativos têm como objetivo confortar aos pacientes e seus familiares que estão
convivendo com a doença e com prognósticos em fase terminal ou estágio avançado. Esses
cuidados não são somente o dos sintomas da doença, mais sim no apoio emocional, social e
espiritual. Este artigo demonstra a importância dos cuidados paliativos. Trata-se de uma
pesquisa bibliográfica, considerando as contribuições de autores como Arantes (2020),
Bettega (2020) e Reis (2020), entre outros autores. Assim, apresentaram-se conceitos de
cuidados paliativos, descrevendo os princípios de cuidados paliativos. Posteriormente
identificou-se o papel da equipe multidisciplinar com os cuidados paliativos. Concluiu-se que
os cuidados paliativos devem ter o início precoce e unir esforços para compreender a
situação do paciente.

Palavras-chave: Cuidados Paliativos. Paciente. Multidisciplinar.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 12
2 APRESENTAR O CONCEITO DE CUIDADOS PALIATIVOS ............................... 13
3 DESCREVER OS PRINCÍPIOS DE CUIDADOS PALIATIVOS .............................. 16
4 IDENTIFICAR O PAPEL DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR COM OS
CUIDADOS PALIATIVOS ................................................................................................... 19
5 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 21
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 22
12

1 INTRODUÇÃO

Os cuidados paliativos visam uma forma de ofertar ao pacientes, um tratamento e uma


qualidade de vida digna, proporcionando a prevenção, o alivio da dor além do sofrimento.
Tem como objetivo confortar os pacientes, seus familiares que estão convivendo com a
doença e com prognósticos em fase terminal ou estágio avançado.
Esses cuidados não são somente o dos sintomas da doença, mas sim no apoio
emocional, social e espiritual. Os cuidados paliativos devem ter o início precoce e unir
esforços para compreender a situação do paciente, pois tal prática pode proporcionar mais
tempo de vida, não que prolongará o tempo, mas visa um cuidado com melhores resultados.
Acredita-se que esses cuidados só devem ser oferecidos em fase terminal, sua
eficiência seria de melhor valia, se fosse oferecido desde seu diagnóstico inicial, pois durante
tratamento o quadro do paciente passa por diversas alterações. Para o enfermeiro que
exerce sua profissão os cuidados paliativos não devem ser aplicados apenas como uma técnica
assistencial ou intervenções terapêuticas.
É preciso acima de tudo ter sensibilidade, empatia, compreensão, afeto e amor pelo
que faz, para oferecer um tratamento humanizado. De acordo com Mezomo (2001),
humanização é tudo que seja necessário para tornar a instituição adequada à pessoa humana e
a salvaguarda de seus direitos fundamentais, ou seja, pode-se dizer que a humanização é um
movimento de ação solidária em prol de uma produção de saúde digna para todos, cooperando
com as pessoas, buscando reciprocidade e ajuda mútua.
Deste raciocínio, formula-se a seguinte pergunta de pesquisa: Qual a importância dos
cuidados paliativos? Isto posto, estabeleceu-se como objetivo geral: Demonstrar a
importância dos cuidados paliativos.
A fim de alcançar o objetivo proposto, definiram-se como objetivos específicos:
 Apresentar o conceito de cuidados paliativos;
 Descrever os princípios de cuidados paliativos;
 Identificar o papel da equipe multidisciplinar com os cuidados paliativos.
Para auferir os objetivos propostos, utilizou-se como recurso metodológico a pesquisa
bibliográfica. Vergara (2014, p. 43) menciona que “essa pesquisa é o estudo sistematizado
desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas,
isto é, material acessível ao público em geral”.
13

2 APRESENTAR O CONCEITO DE CUIDADOS PALIATIVOS

A Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1990, conceituou cuidados paliativos


como o cuidado ativo e total de pacientes cuja doença não responde mais ao tratamento
curativo, sendo prioritário o controle da dor e de outros sintomas e problemas de ordem
psicológica, social e espiritual, tendo como objetivo proporcionar a melhor qualidade de vida
para pacientes e família (SILVA; SUDIGURSKY, 2020).
Para Gomes e Othero (2020), os Cuidados Paliativos surgiram oficialmente como
prática distinta na área da atenção em saúde na década de 1960, no Reino Unido, tendo como
pioneira a médica Cicely Saunders. O trabalho dessa médica (que também era assistente
social e enfermeira) inicia o movimento dos cuidados paliativos, que inclui a assistência, o
ensino e a pesquisa. A criação do St. Christophers Hospice, em Londres, em 1967, é um
marco nesta trajetória.
De acordo com Maciel (2008), a abordagem voltada para o ser humano em sua
integralidade, a necessidade de intervenção em sintomas de natureza física, social, emocional
e espiritual transformam a prática dos Cuidados Paliativos em um trabalho necessariamente
de equipe, de caráter interprofissional, que conta com médicos, enfermeiros, técnicos de
enfermagem, assistentes sociais, psicólogos, farmacêuticos, fisioterapeutas, terapeutas
ocupacionais, nutricionistas e assistentes espirituais de caráter ecumênico ou da religião
escolhida pelo paciente.
O conceito de cuidado paliativo segundo Reis (2020), é designado para toda e
qualquer doença que não tenha possibilidade de cura como câncer, AIDS, hipertensão ou
diabetes, doenças degenerativas neurológicas como alzheimer, parkinson, esclerose múltipla
ou esclerose lateral amiotrófica; Outras doenças degenerativas crônicas, como artrite grave;
doenças que levam à falência de órgãos, como doença renal crônica, cardiopatas terminais,
pneumopatas, hepatopatas, dentre outras, quaisquer outras situações ameaçadoras à vida,
como traumatismo craniano grave, coma irreversível, doenças genéticas ou doenças
congênitas incuráveis.O cuidado paliativo objetiva aliviar a dor, por meio de um suporte que
permite uma vida ativa dentro do possível, conferindo dignidade ao paciente frente ao óbito
um processo inevitável e inerente à vida. Dentre os procedimentos realizados, nenhum é
empregado para acelerar ou adiar a morte, garantindo assistência de maneira ética. O
enfermeiro é responsável pelo controle sistemático dos pacientes, desde a administração
medicamentosa para dor até o cuidado de outros sintomas estressantes, como astenia e
dispneia.
14

Na visão de Gomes e Othero (2020), os serviços de Cuidados Paliativos podem ser


providos em diferentes modelos: hospitais particulares e SUS, enfermarias, equipe
multidisciplinares, Ambulatório, assistência domiciliar e casa de repouso, recomenda que não
há um modelo único e ideal para a prestação dos cuidados, devendo esse ser determinado com
base nas necessidades e recursos locais. Entretanto, a existência de equipes de referência e de
equipes de apoio ou suporte é fundamental, bem como a necessidade de formação de todos os
profissionais de saúde para prestar medidas paliativas básicas, denominadas ações paliativas.
Para Arantes (2020), Cuidados Paliativos são todos os cuidados oferecidos na
assistência dos pacientes que têm doenças graves incuráveis que ameaçam a continuidade da
vida. O objetivo é aliviar o sofrimento e também prevenir esse sofrimento ao longo de todo
trajeto da doença, desde o diagnóstico até a morte do paciente, inclusive abrangendo o suporte
ao luto aos familiares e amigos da pessoa que faleceu.
Segundo Bettega (2020), existe um tripé de cuidados paliativos, que é: paciente,
equipe e família. A equipe deve ter formação adequada e a família é essencial para o processo
e precisa estar bem instruída sobre tudo. A família é parte fundamental do processo do
Cuidado Paliativo. Ela é quase o objeto e também membro da equipe de Cuidado Paliativo.
Vamos ter a família como objeto de cuidados, como objetivo de cuidados familiares no alívio
do sofrimento deles diante do sofrimento da pessoa querida e também vamos tornar essa
família parceira sendo parte do cuidado oferecido a esse paciente (ARANTES, 2020).
Arantes (2020), há quatro níveis de Cuidados Paliativos: sofrimento físico, sofrimento
emocional, sofrimento social e sofrimento espiritual.Quanto às dimensões do sofrimento, nós
vamos ter a condição de oferecer alívio do sofrimento físico, que diz respeito a todas as
condições biológicas, ou seja, físicas, que a doença traz ou que o tratamento traz: dor, falta de
ar, problema gastrointestinal, anorexia, sintomas psiquiátricos etc. Tudo que vai levar ao
sofrimento físico desse paciente é cuidado na dimensão física. Na dimensão emocional, temos
o medo, a angústia, o sentimento de culpa, arrependimentos, todos esses sentimentos que vêm
à tona quando o paciente se dá conta de que sua vida está terminando. Já a dimensão familiar,
evidentemente pelo fato de que não se fica doente sozinho, a nossa família sofre junto e
muitas vezes a impressão é que a família sofre mais que o próprio paciente, especialmente
quando estamos falando de pediatria. Vamos ter o sofrimento social com as perdas sociais,
perdas de papéis sociais, todas as dificuldades profissionais, os direitos que esse paciente tem
e em geral não sabe. E a dimensão espiritual aparece, uma vez que, quando uma pessoa tem
uma doença grave incurável que ameaça o tempo de sua vida, uma das perguntas que ficam a
15

ser respondidas é: qual o sentido da minha vida? Por que isso está acontecendo comigo? O
sofrimento espiritual é um dos mais complexos que podemos enfrentar no final da vida.
Na visão de Reis (2020), existe uma diferença entre cuidados paliativos e eutanásia,
enquanto a eutanásia propõe antecipar a morte, os cuidados paliativos não apóiam esta prática,
que é ilegal no Brasil. Entretanto, também não desejam adiar a morte, e sim, propõem permitir
que a doença incurável siga o seu percurso natural, e para isso, oferece todo o apoio para que
qualquer sofrimento seja evitado e tratado, gerando um fim de vida com dignidade.
16

3 DESCREVER OS PRINCÍPIOS DE CUIDADOS PALIATIVOS

Souza (2020), Baseados no princípio bioética da autonomia do paciente através do


consentimento informado, possibilitando que ele tome suas próprias decisões, no princípio da
beneficência e da não maleficência, os Cuidados Paliativos desenvolvem o cuidado ao
paciente visando à qualidade de vida e à manutenção da dignidade humana no decorrer da
doença, na morte e no período de luto. O Cuidado Paliativo nunca pode estar isolado da
cadeia de serviços de saúde que caracterizam a atenção global ao paciente.
Promover o alívio da dor e outros sintomas desagradáveis: Desta forma é
necessário conhecimento específico para a prescrição de medicamentos, adoção de medidas
não farmacológicas e abordagem dos aspectos psicossociais e espirituais que caracterizam o
“sintoma total”, plagiando o conceito de dor total, criado por Dame Cicely Saunders, onde
todos estes fatores podem contribuir para a exacerbação ou atenuação dos sintomas, devendo
ser levados em consideração na abordagem.
Afirmar a vida e considerar a morte como um processo normal da vida: Bernard
Lown em seu livro “A arte perdida de curar” afirma: “As escolas de medicina e o estágio nos
hospitais os preparam (os futuros médicos) para tornarem-se oficiais maiores da Ciência e
gerentes de biotecnologias complexas. Muito pouco se ensina sobre a arte de ser médico. Os
médicos aprendem pouquíssimos a lidar com moribundos. A realidade mais fundamental é
que houve uma revolução biotecnológica que possibilita o prolongamento interminável do
morrer”. O Cuidado Paliativo resgata a possibilidade da morte como um evento natural e
esperado na presença de doença ameaçadora da vida, colocando ênfase na vida que ainda
pode ser vivida.
Não acelerar nem adiar a morte: Enfatiza-se desta forma que Cuidado Paliativo
nada tem a ver com eutanásia, como muitos ainda querem entender. Esta relação ainda causa
decisões equivocadas quanto à realização de intervenções desnecessárias e a enorme
dificuldade em prognosticar paciente portador de doença progressiva e incurável e definir a
linha tênue e delicada do fazer e do não fazer. Um diagnóstico objetivo e bem embasado, o
conhecimento da história natural da doença, um acompanhamento ativo, acolhedor e
respeitoso e uma relação empática com o paciente e seus familiares nos ajudarão nas decisões.
Desta forma erraremos menos e nos sentiremos mais seguros;
Integrar os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado ao paciente: A doença,
principalmente aquela que ameaça a continuidade da vida, costuma trazer uma série de
perdas, com as quais o paciente e família são obrigados a conviver, quase sempre sem estarem
17

preparados para isto. As perdas da autonomia, da autoimagem, da segurança, da capacidade


física, do respeito, sem falar das perdas concretas, materiais, como de emprego, de poder
aquisitivo e consequentemente de status social, podem trazer angústia, depressão e
desesperança, interferindo objetivamente na evolução da doença, na intensidade e frequência
dos sintomas que podem apresentar maior dificuldade de controle. A abordagem desses
aspectos sob a ótica da psicologia se faz fundamental.
Oferecer um sistema de suporte que possibilite o paciente viver tão ativamente
quanto possível, até o momento da sua morte: Não devemos nos esquecer que qualidade de
vida e bem-estar implica a observância de vários aspectos da vida. Problemas sociais,
dificuldades de acesso a serviços, medicamentos e outros recursos podem ser também motivos
de sofrimento e devem ser incluídos entre os aspectos a serem abordados pela equipe
multiprofissional. Viver ativamente, e não simplesmente viver, nos remete à questão da
sobrevida “a qualquer custo”, que esperamos combater. Sermos facilitadores para a resolução
dos problemas do nosso paciente é nosso dever e nossa responsabilidade.
Oferecer sistema de suporte para auxiliar os familiares durante a doença do
paciente e a enfrentar o luto: Nunca estamos completamente sós. O ser humano é por
natureza um ser gregário. Todo o núcleo familiar e social do paciente também “adoece”.
Segundo Dra. Maria Helena Pereira Franco, “a unidade de cuidados paciente-família se
coloca como una e específica ao mesmo tempo. A célula de identidade do ser humano é a
família, respeitadas todas as condições que fazem dela um universo cultural próprio, muitas
vezes distante ou até mesmo alheio ao universo cultural dos profissionais da saúde”. A
família, tanto a biológica como a adquirida (amigos, parceiros, etc.), pode e deve ser nossa
parceira e colaboradora. Essas pessoas conhecem melhor do que nós o paciente, suas
necessidades, suas peculiaridades, seus desejos e angústias, muitas vezes não verbalizados
pelo próprio paciente. Da mesma forma, essas pessoas também sofrem e seu sofrimento deve
ser acolhido e paliado.
Abordagem multiprofissional para focar as necessidades dos pacientes e seus
familiares, incluindo acompanhamento no luto: Na prática do cuidado ao paciente,
frequentemente iremos nos deparar com inúmeros fatores que atuarão concomitantemente na
modificação da resposta terapêutica medicamentosa, na evolução da própria doença e na
relação com o paciente e a família. A integração sugerida pelo Cuidado Paliativo é uma forma
de observarmos o paciente sob todas as suas dimensões e a importância de todos estes
aspectos na composição do seu perfil para elaborarmos uma proposta de abordagem. Ignorar
qualquer dessas dimensões significará uma avaliação incompleta e consequentemente uma
18

abordagem menos efetiva e eficaz dos sintomas. O sujeito da ação é sempre o paciente,
respeitado na sua autonomia. Incluir a família no processo do cuidar compreende estender o
cuidado no luto, que pode e deve ser realizado por toda a equipe e não somente pelo
psicólogo. A equipe multiprofissional com seus múltiplos “olhares” e percepção individual
pode realizar este trabalho de forma abrangente.
Melhorar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso da doença: Com
uma abordagem holística, observando este paciente como um ser biográfico mais que um ser
simplesmente biológico, poderemos, respeitando seus desejos e necessidades, melhorar sim o
curso da doença e, segundo a experiência de vários serviços de Cuidados Paliativos, também
prolongar sua sobrevida. Vivendo com qualidade, ou seja, sendo respeitado, tendo seus
sintomas impecavelmente controlados, seus desejos e suas necessidades atendidas, podendo
conviver com seus familiares, resgatando pendências, com certeza nossos pacientes também
viverão mais.
Pela própria definição de Cuidados Paliativos da OMS, esses devem ser iniciados
desde o diagnóstico da doença potencialmente mortal. Desta forma iremos cuidar do
paciente em diferentes momentos da evolução da sua doença, portanto não devemos privá-lo
dos recursos diagnósticos e terapêuticos que o conhecimento médico pode oferecer. Devemos
utilizá-los de forma hierarquizada, levando-se em consideração os benefícios que podem
trazer e os malefícios que devem ser evitados.
Para Serrano (2020), Os cuidados paliativos de qualidade se baseiam em quatro
pilares: a boa comunicação, o controle adequado dos sintomas, ações para alívio do
sofrimento e apoio à família no processo de morte e posteriormente durante o luto. Os
princípios fundamentais1 dos cuidados paliativos são: Promover o alívio da dor e de outros
sintomas angustiantes; Reafirmar a vida e ver a morte como um processo natural; Não
pretender antecipar ou postergar a morte; Integrar aspectos psicossociais e espirituais do
cuidado; Oferecer um sistema de apoio para ajudar os pacientes a viver tão ativamente quanto
possível até a morte; Oferecer um sistema de apoio e abordagem de equipe para identificar
necessidades clínicas e psicossociais da família e do paciente, incluindo suporte ao luto, se
indicado; Melhorar a qualidade de vida e também influenciar positivamente o curso da
doença; Ser aplicável no início do curso da doença, em conjunto com outras terapias que
visam prolongar a vida, como quimioterapia ou radioterapia e Incluir as investigações
necessárias para melhor compreender e gerir as complicações clínicas angustiantes.
19

4 IDENTIFICAR O PAPEL DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR COM OS


CUIDADOS PALIATIVOS

Para Marinho (2020), uma equipe de Cuidados Paliativos é, essencialmente,


multiprofissional. Embora a composição mínima da equipe, de acordo com instituições
mundiais, inclua médico, enfermeiro e assistente social, na prática dos pacientes oncológicos
é inviável oferecer assistência de qualidade sem o envolvimento de outros profissionais, como
psicólogo, terapeuta ocupacional, nutricionista, fisioterapeuta e equipes de apoio (como
Cirurgia e Radioterapia, por exemplo). Essa necessidade mais ampla se deve à imensa
heterogeneidade das necessidades individuais dos pacientes e familiares. Nenhuma formação
profissional é suficientemente ampla para abordar todos os aspectos da complexidade
humana.
A presença de um coordenador médico faz-se essencial para que a organização da equipe
transcorra de forma adequada. O profissional deve ter conhecimento das patologias que
acometem os pacientes, sendo também imprescindível que tenha formação avançada em
Cuidados Paliativos, compreendendo seus conceitos e dominando as técnicas e procedimentos
inerentes ao alívio dos sintomas. Todos os demais médicos envolvidos com a equipe devem
estar familiarizados com os conceitos em Cuidados Paliativos, preferencialmente através de
formação específica na área.
A equipe de Enfermagem desempenha papel essencial na equipe, atuando como elo entre
os pacientes, familiares e demais profissionais da saúde. É importante que pelo menos parte
dos enfermeiros e técnicos em enfermagem tenham formação em Cuidados Paliativos,
garantindo assim a compreensão da abordagem oferecida, bem como as técnicas relacionadas
à sua atuação (como hipodermóclise, por exemplo).
A participação ativa de assistentes sociais é ponto crucial para garantir o suporte
domiciliar dos pacientes, acesso aos medicamentos necessários, bem como auxílio em
procedimentos burocráticos (como direitos do paciente ou documentações). A abordagem
social perfaz a base indispensável para a execução adequada das estratégias da equipe.
O envolvimento efetivo de psicólogos também é indispensável. O impacto emocional de
doenças e situações que ameacem a vida (e/ou sua qualidade) pode trazer consequências
danosas tanto para o paciente quanto para seus familiares, podendo chegar a impedir o
controle adequado dos sintomas e até mesmo limitar seu tempo de vida. A abordagem
adequada dos aspectos emocionais mais complexos é ferramenta-chave para o sucesso
terapêutico.
Os terapeutas ocupacionais desempenham papel importante nas equipes de Cuidados
Paliativos. Através do resgate de atividades significativas, escolhidas de acordo com o perfil
20

individual de cada paciente, é possível aperfeiçoar a autonomia deles, melhorando


consideravelmente sua qualidade de vida. Além disso, a abordagem da T.O. Auxilia os
familiares a construir um ambiente mais acolhedor e estimulante ao paciente, proporcionando
melhor convivência e evitando desgaste nos relacionamentos.
O suporte de fisioterapeutas com formação em reabilitação pode ser peça-chave na
recuperação da autoestima e autonomia dos pacientes. Sua atuação proporciona melhora física
significativa, podendo ser o ponto de partida básico para a plena recuperação dos outros
aspectos da existência do paciente.
Da mesma forma que a fisioterapia, a intervenção nutricional também é capaz de fazer a
diferença na recuperação física do paciente e, quando isso não é possível, permite
significativa melhora de sintomas, inclusive emocionais.
A atuação de outros profissionais, como farmacêuticos, musicoterapeutas, terapeutas
reikianos, capelães, entre outros, é altamente desejável, se disponível. O suporte amplo e
irrestrito para todas as dimensões do ser humano é sempre o objetivo primordial da equipe.
21

5 CONCLUSÃO

Este trabalho de conclusão de curso teve como pergunta de pesquisa: Qual a


importância dos cuidados paliativos? Para responder a pergunta de pesquisa traçou-se como
objetivo geral: Demonstrar a importância dos cuidados paliativos.
Os objetivos deste presente trabalho foram atingidos, apresentando-se os conceitos de
cuidados paliativos, indicações, tripé, os quatro pilares e suas dimensões, ambiente aonde
pode ser prestado essa assistência, a diferença de cuidados paliativos e eutanásia. Acredita-se
que esse cuidado não visa somente tratar a doença, mais sim o sofrimento: físico, emocional,
social e espiritual do paciente e seus familiares.
Demonstrou-se que os princípios de cuidados paliativos são de grande importância
quando é consentido pelo paciente, proporcionando uma qualidade de vida, um tratamento
digno no decorrer da doença e no apoio familiar.
Identificou-se o papel da equipe multidisciplinar de cuidados paliativos que é grande
necessidade no acompanhamento do paciente desde o seu diagnóstico, pois esta equipe
prestara assistência que visa reduzir o sofrimento e promover o conforto.
Ressalta-se que diante dos dados apresentados os objetivos do presente artigo foram
atingidos.
22

REFERÊNCIAS

ARANTES, Ana Claudia Quinta. Cuidados paliativos. Disponível em:


<http://www.conass.org.br/consensus/ana-claudia-quintana-arantes/>. Acesso em: 10 mar
2020.

BOTTEGA, Roberto. Cuidados paliativos focam em qualidade de vida em momento


delicado. Disponível em:
<https://googleweblight.com/i?u=https://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/saude-e-bem-
estar/cuidados-paliativos-focam-em-qualidade-de-vida-em-momento-delicado/&hl=pt-BR>.
Acesso em: 07 mar 2020.

GOMES, Ana Luisa Zamboni; OTHERO, Marília Bense.Cuidados Paliativos. Disponível


em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142016000300155>.
Acesso em: 28fev 2020.

MACIEL, M. G. S. Definições e princípios de cuidado paliativo. São Paulo: CREMESP,


2008.

MARINHO, Bruno de Souza.A equipe multiprofissional. Disponível em:


<https://nofinaldocorredor.com/a-equipe-multiprofissional/>. Acesso em: 11 mar 2020.

MEZOMO, J. C. Gestão da qualidade na saúde: princípios básicos. 1. ed. São Paulo:


Loyola, 2001.

REIS, Manuel. Cuidados paliativos: o que são e quando são indicados.Disponível em:
<https://www.tuasaude.com/o-que-e-cuidados-paliativos/>. Acesso em: 10 mar 2020.

SERRANO, Sandra Caíres. Abordagens precoces minimizam sofrimento físico e


emocional.Disponível em: <http://revistaonco.com.br/wp-content/uploads/2017/07/Artigo-
Sandra.pdf>. Acesso em: 03 mar 2020.

SILVA, Ednamare Pereira da; SUDIGURSKY, Dora.Concepções sobre cuidados


paliativos: revisão bibliográfica.Disponível em:
<HTTP://WWW.SCIELO.BR/SCIELO.PHP?PID=S010321002008000300020&SCRIPT=SC
I_ARTTEXT&TLNG=PT>. Acesso em: 25 fev 2020.

SOUZA, Natele.Princípios dos cuidados paliativos em saúde. Disponível em:


<https://www.pontodosconcursos.com.br/artigo/14640/natale-souza/principios-dos-cuidados-
paliativos-em-saude>. Acesso em: 05 mar 2020.

VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração.12. ed.


São Paulo: Atlas, 2014.
23

Você também pode gostar