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Farmácia 3º Semestre

Cristina Caleffi Alexandre – RA 351938115916


Larissa Souza Batista – RA 354399315916
Leonardo Canuto C. Paiva – RA 347364015916
Pedro Lucca de N. Theodoro – RA 352215315916
Vitória Campos – RA 346541515916

Tecidos do corpo humano

Guarulhos
2020
Desenvolvimento embrionário
O ovo, ou zigoto, é formado a partir da fecundação de espermatozoide e
óvulo, sofrendo diversas mitoses até se tornar um indivíduo propriamente dito.
Esses eventos de divisão celular são acompanhados, também, por
diferenciações nessas estruturas, permitindo a formação de tecidos específicos
e, a partir deles, órgãos e também sistemas.

De forma geral, existem três fases que compreendem esse processo:


segmentação, gastrulação e organogênese.

Segmentação

Na segmentação há uma primeira etapa, chamada mórula, na qual há


um aumento significativo de células, decorrente das mitoses. Nesta, o volume
total do embrião não se aumenta de forma considerável, já que tais divisões,
denominadas clivagens, ocorrem de forma bastante rápida. Assim, não permite
que as células, agora chamadas de blastômeros, tenham tempo para se
desenvolverem.

Na segunda etapa, blástula, o número de células aumenta ainda mais,


formando internamente uma cavidade cheia de líquido denominada blastocele.

Vale ressaltar que a quantidade de vitelo presente altera a velocidade da


segmentação: quanto mais vitelo, menor a taxa de divisões. Quando todo o
zigoto sofre segmentação, denominamos esta como do tipo holoblástica.
Quando não ocorre desta forma, temos a chamada segmentação meroblástica.

Gastrulação

Nesta etapa, há a diferenciação de blastômeros em folhetos


germinativos (ectoderma, mesoderma e endoderma). Tal evento ocorre a partir
da invaginação de blastômeros na região da blastocele, por meio de dobras e
movimentos celulares. Há a delimitação de uma cavidade chamada arquêntero,
que se comunica com o exterior por um orifício denominado blastóporo.

Arquêntero dará origem, mais tarde, ao tubo digestório; blastóporo ao


ânus (animais deuterostômios) ou boca (animais protostômios); e os folhetos,
em tecidos e órgãos.

Organogênese

Os folhetos embrionários, formados na fase anterior, se diferenciam em


tecidos e órgãos. O ectoderma dá origem à epiderme e anexos, sistema
nervoso e epitélios de revestimento das cavidades da boca, ânus e nariz; já o
mesoderma, em derme, músculos, tecidos conjuntivos, tecido sanguíneo,
tecido linfático e órgãos do sistema genital; além de delimitar o celoma.
Finalmente, o endoderma, epitélios de revestimento do sistema digestório,
fígado, pâncreas e sistema respiratório. A crista neural, formada a partir do
ectoderma, migra pelo corpo, dando origem a diversos tipos celulares distintos,
como células pigmentares e neurônios.

Os Folhetos Germinativos
O folheto germinativo é o tecido embrionário que origina os diversos
tecidos e órgãos de um animal adulto. Com exceção dos poríferos, sem
folhetos, portanto não havendo diferenciação tecidual, e dos cnidários com dois
folhetos germinativos (diblásticos ou diploblásticos), todos os demais grupos de
animais apresentam três folhetos germinativos (triblásticos ou triploblásticos).

Diblásticos - ectoderma e endoderma

Triblásticos - ectoderma, mesoderma e endoderma

Assim como os cordados, os três tipos de folhetos embrionários:


ectoderma, mesoderma e endoderma, surgem simultaneamente durante o
processo de gastrulação (fase de gástrula), inicialmente formado por duas
camadas de células: externamente o ectoderma e internamente o
mesentoderma. Essa última camada origina em seguida o mesoderma e o
endoderma.

Os destinos finais (organogênese) desses folhetos germinativos, na


formação dos tecidos e órgão humanos, são:

Ectoderma:

 Epiderme e anexos cutâneos (pêlos e glândulas mucosas);

 Todas as estruturas do sistema nervoso (encéfalo, nervos, gânglios


nervosos e medula espinhal);

 epitélio de revestimento das cavidades nasais, bucal e anal.

Mesoderma:

 Forma a camada interna da pele (derme).

 Músculos lisos e esqueléticos;

 Sistema circulatório (coração, vasos sangüíneos, tecido linfático, tecido


conjuntivo);

 Sistema esquelético (ossos e cartilagem);

 Sistema excretor e reprodutor (órgãos genitais, rins, uretra, bexiga e


gônadas).
Endoderma:

 Epitélio de revestimento e glândulas do trato digestivo, com exceção da


cavidade oral e anal;

 Sistema respiratório (pulmão);

 Fígado e pâncreas.
Tecido conjuntivo adiposo

Nesse tecido a substância intracelular é reduzida, e as células, ricas em


lipídios, são denominadas células adiposas.
Ocorre principalmente sob a pele, exercendo funções de reserva de
energia, proteção contra choques mecânicos e isolamento térmico. Ocorre
também ao redor de alguns órgãos como os rins e o coração.
As células adiposas possuem um grande vacúolo central de gordura,
que aumenta ou diminui, dependendo do metabolismo: se uma pessoa come
pouco ou gasta muita energia, a gordura das células adiposas diminui; caso
contrário, ela se acumula. O tecido adiposo atua como reserva de energia para
momentos de necessidade.
A formação do tecido adiposo ocorre com base nas células do
mesênquima (tecido embrionário) indiferenciadas. Como sabemos, os
adipócitos são capazes de armazenar gordura em seu citoplasma, sendo
observado no início de sua formação o acúmulo dessa substância em
pequenas gotículas. Essas podem fusionar-se e formar uma única grande gota
ou então permanecerem separadas
É constituído predominantemente por células adiposas, ou adipócitos,
envoltas por uma lâmina basal e fibras reticulares. Os adipócitos encontram-se
distribuídos de forma isolada, podendo também ser encontrados formando
pequenos aglomerados pelo tecido conjuntivo frouxo ou formando grandes
agregados, constituindo, assim, o tecido adiposo.

Classificação do tecido adiposo

O tecido adiposo pode ser classificado em dois tipos,

1. Tecido adiposo unilocular, amarelo ou comum


Apresenta uma cor que varia entre o branco e o amarelo, estando essa
coloração relacionada com a concentração de carotenos dissolvidos nas gotas
de gorduras presentes em suas células.
As células desse tecido são grandes e esféricas, medindo entre 50 µm e
150 µm de diâmetro, e apresentam uma gota única de gordura, que se forma
após a fusão de inúmeras gotículas, ocupando a maior parte do citoplasma da
célula desenvolvida. O tecido adiposo unilocular apresenta septos de tecido
conjuntivo contendo vasos e nervos.
O acúmulo de tecido adiposo unilocular em determinadas regiões do
corpo está relacionado com a dieta e idade do indivíduo. No indivíduo adulto,
praticamente todo o tecido adiposo é do tipo unilocular. No recém-nascido, ele
é encontrado em uma camada sob a pele (panículo adiposo) e, com o passar
do tempo, desaparece em determinadas regiões e passa a acumular-se em
outras. Esse processo é regulado pela ação de hormônios.
Dentre as funções desse tecido, podemos citar a reserva de energia e a
secreção de substâncias, como a leptina, um hormônio que atua na regulação
da ingestão de alimentos e no acúmulo de tecido adiposo no organismo.
O importante papel que o tecido adiposo pode interpretar na economia
hídrica de um organismo é bem exemplificado pelas gibas do camelo e
dromedário, nos quais o citoplasma das células adiposas é um local de
armazenamento de água.

2. Tecido adiposo multilocular


Apresenta uma coloração parda devido à grande quantidade de
mitocôndrias (ricas em citocromos, que lhes confere uma cor avermelhada) e
vasos presente nesse tecido. Suas células são menores que as do tecido
unilocular, apresentam uma forma poligonal e inúmeras gotículas de gordura
em seu citoplasma. Essas células podem ser encontradas formando
aglomerados compactos associados a vasos sanguíneos.
Diferentemente do tecido unilocular, o multilocular apresenta uma
quantidade reduzida nos indivíduos adultos e encontra-se em regiões mais
delimitadas, como a região do pescoço e o entorno dos rins. No entanto,
apresenta-se em maior quantidade em fetos e recém-nascidos, bem como em
animais que hibernam, sendo que nestes recebia a designação inapropriada de
glândula hibernante.
O tecido multilocular é especializado na produção de calor. Isso ocorre
devido ao processo de oxidação dos ácidos graxos que produz calor e
transmite-o ao restante do corpo através do sangue aquecido na rede de
capilares presentes nesse tecido. Esse processo é estimulado pela ação do
hormônio norepinefrina e é de extrema importância, principalmente para os
animais hibernantes e indivíduos recém-nascidos.

Tecido conjuntivo frouxo

O tecido conjuntivo frouxo preenche espaços não ocupados por outros


tecidos, apoia e nutre células epiteliais, envolve nervos, músculos e vasos
sanguíneos linfáticos.
Além disso, faz parte da estrutura de muitos órgãos e desempenha
importante papel em processos de cicatrização.
É o tecido de maior distribuição no corpo humano. Sua substância
fundamental é viscosa e muito hidratada. Essa viscosidade representa, de
certa forma, uma barreira contra a penetração de elementos estranhos no
tecido. É constituído por três componentes principais: células de vários tipos,
três tipos de fibras e matriz.

Tipos de fibras
As fibras presentes no tecido conjuntivo frouxo são de três tipos:
colágenas, elásticas e reticulares.
As fibras colágenas são constituídas de colágeno, talvez a proteína mais
abundante no reino animal. São grossas e resistentes, distendendo-se pouco
quando tensionadas. As fibras colágenas presentes na derme conferem
resistência a nossa pele, evitando que ela se rasgue, quando esticada.
As fibras elásticas são longos fios de uma proteína chamada elastina.
Elas conferem elasticidade ao tecido conjuntivo frouxo, completando a
resistência das fibras colágenas. Quando você puxa e solta à pele da parte de
cima da mão, são as fibras elásticas que rapidamente devolvem à pele sua
forma original. A perda da elasticidade da pele, que ocorre com o
envelhecimento, deve-se ao fato de as fibras colágenas irem, com a idade, se
unindo umas às outras, tornando o tecido conjuntivo mais rígido.
As fibras reticulares são ramificadas e formam um trançado firme que
liga o tecido conjuntivo aos tecidos vizinhos.

Tipos de células

O tecido conjuntivo frouxo contém dois principais de células: fibroblastos


e macrófagos.
Os fibroblastos têm forma estrelada núcleo grande. São eles que
fabricam e secretam as proteínas que constituem as fibras e a substância
amorfa.
Os macrófagos são grandes e ameboides, deslocando-se continuamente
entre as fibras à procura de bactérias e restos de células. Sua função é limpar
o tecido, fagocitando agentes infecciosos que penetram no corpo e, também,
restos de células mortas. Os macrófagos, além disso identificam
substâncias,potencialmente perigosas ao organismo, alertando o sistema de
defesa do corpo.
Outros tipos celulares presentes no tecido conjuntivo frouxo são as
células mesenquimatosas e os plasmócitos. As células mesenquimatosas são
dotadas de alta capacidade de multiplicação e permitem a regeneração do
tecido conjuntivo, pois dão origem a qualquer tipo de célula nele presente. Os
plasmócitos são células especializadas em produzir os anticorpos que
combatem substâncias estranhas que penetram no tecido.

Tecido conjuntivo denso

No tecido conjuntivo denso há predomínio de fibroblastos e fibras


colágenas.
Dependendo do modo de organização dessas fibras, esse tecido pode
ser classificado de diferentes formas:

Classificações:
Não modelado: formado por fibras colágenas entrelaçadas, dispostas
em feixes que não apresentam orientação fixa, o que confere resistência e
elasticidade. Esse tecido forma as cápsulas envoltórias de diversos órgãos
internos, e forma também um a derme, tecido conjuntivo da pele;

Modelado: formado por fibras colágenas dispostas em feixes com


orientação fixa, dando ao tecido características de maior resistência à tensão
do que a dos tecidos não-modelados e frouxo; ocorre nos tendões, que ligam
os músculos aos ossos, e nos ligamentos, que ligam os ossos entre si.
Tecido Nervoso
O tecido nervoso é um tecido de comunicação, capaz de receber,
interpretar e responder aos estímulos.

As células do tecido nervoso são altamente especializadas no


processamento de informações.

Os neurônios transmitem os impulsos nervosos e as células da glia


atuam junto com eles.

Função

A função do tecido nervoso é fazer as comunicações entre os órgãos do


corpo e o meio externo.

Tudo acontece de forma muito rápida. Através dos neurônios, o sistema


nervoso recebe estímulos, decodifica as mensagens e elabora respostas.

Por exemplo: o frio (estímulo externo) é recebido pelos receptores da


pele, transmitido por neurônios sensitivos e interpretado no sistema nervoso
central.

Células Nervosas

As células do tecido nervoso podem ser de dois tipos: neurônios e


células gliais.

Neurônios

Os neurônios transmitem informações através de mediadores químicos,


os neurotransmissores, e de impulsos elétricos.

Podemos identificar três regiões na maioria dos neurônios, são elas:

• Corpo celular: nele se localizam o núcleo e as organelas, por exemplo,


mitocôndrias.

• Axônio: é um prolongamento longo do corpo celular, geralmente único,


de espessura constante. É envolvido por macroglias de dois tipos:
Oligodendrócitos e Células de Schwann.

• Dendritos: são prolongamentos curtos do corpo celular, com muitas


ramificações que se afinam nas pontas.

Podem ser de vários tipos e classificados da seguinte maneira:

• Segundo a forma: Neurônios Multipolares, Bipolares e Unipolares


• Segundo a função: Neurônios Sensitivos, Motores e Integradores

Células da Glia

As células da glia, ou neuróglias, são muito mais numerosas do os


neurônios. Sua função é nutrir e proteger o sistema nervoso.

Além disso, ajudam na regulação das sinapses e transmissão dos


impulsos elétricos.

Existem dois tipos de células gliais, a saber:

• Microglias: protegem o sistema nervoso, agindo de forma semelhante


aos macrófagos.

• Macroglias: há quatro subtipos, cada uma com função específica,


ajudando na transmissão dos impulsos nervosos. São elas: os
astrócitos, os oligodendrócitos, os ependimócitos e as células de
Schwann.

Sistema Nervoso Central


Formado pelo encéfalo, que fica dentro da caixa craniana, e pela medula
espinhal.

No cérebro e cerebelo, que compõem o encéfalo, os corpos celulares


dos neurônios se concentram na região mais externa (córtex) formando a
substância cinzenta.

Os prolongamentos (axônios) formam a região mais interna chamada


substância branca.

Enquanto que na medula espinhal, a substância branca é mais externa e


a cinzenta é interna.

Sistema Nervoso Periférico


Formado pelos nervos e gânglios. Os nervos são compostos de fibras
nervosas.

As fibras, por sua vez, são constituídas pelos axônios e pelas células de
Schwann, que os revestem.

Os gânglios são porções dilatadas dos nervos, onde se concentram


corpos celulares dos neurônios.

Impulsos Nervosos e Sinapses


A transmissão do impulso nervoso é a forma de comunicação dos
neurônios. Os impulsos são fenômenos de natureza eletroquímica, uma vez
que envolvem substâncias químicas e a propagação de sinais elétricos.

As sinapses ocorrem entre os prolongamentos dos neurônios (axônio de


uma célula e dendritos da vizinha). Ocorrem devido a substâncias químicas, os
mediadores chamados neurotransmissores.

Os sinais elétricos geram um potencial de ação nas membranas dos


neurônios, isso quer dizer, que há mudança de cargas elétricas.
Tecido conjuntivo cartilaginoso

O tecido cartilaginoso, ou simplesmente cartilagem, apresentam


consistência firme, mas não é rígido como o tecido ósseo.
Tem função de sustentação, reveste superfícies articulares facilitando os
movimentos e é fundamental para o crescimento dos ossos longos.
Nas cartilagens não há nervos nem vasos sanguíneos. A nutrição das células
desse tecido é realizada por meio dos vasos sanguíneos do tecido conjuntivo
adjacente.
A cartilagem é encontrada no nariz, nos anéis da traquéia e dos
brônquios, na orelha externa (pavilhão auditivo), na epiglote e em algumas
partes da laringe. Além disso, existem discos cartilaginosos entre as vértebras,
que amortecem o impacto dos movimentos sobre a coluna vertebral. No feto, o
tecido cartilaginoso é muito abundante, pois o esqueleto é inicialmente formado
por esse tecido, que depois é em grande parte substituído pelo tecido ósseo.
O tecido cartilaginoso forma o esqueleto de alguns animais vertebrados, como
os cações, tubarões e raias, que são, por isso, chamados de peixes
cartilaginosos.
Há dois tipos de células nas cartilagens: os condroblastos (do grego
chondros, cartilagem, e blastos, “célula jovem”), que produzem as fibras
colágenas e a matriz, com consistência de borracha. Após a formação da
cartilagem, a atividade dos condroblastos diminui e eles sofrem uma pequena
retração de volume, quando passam a ser chamados de condrócitos (do grego
chondros, cartilagem, e kytos, célula). Cada condrócito fica encerrado no
interior de uma lacuna ligeiramente maior do que ele, moldada durante a
deposição da matriz intercelular.
As fibras presentes nesse tecido são as colágenas e as reticulares.

Reticulares → fibras com reduzida espessura, formada pela proteína


chamada reticulina, análoga ao colágeno.
Portanto, além da função de preenchimento dos espaços entre os órgãos e
manutenção, toda a diversidade do tecido conjuntivo em um organismo
desempenha importante função de defesa e nutrição.

Constituição do tecido cartilaginoso

O tecido cartilaginoso possui dois tipos celulares, os condrócitos e os


condroblastos, e uma matriz. A matriz é constituída por colágeno, além de
macromoléculas de proteoglicanos, ácido hialurônico e glicoproteínas. A matriz
também apresenta uma grande quantidade de moléculas de água ligadas a
glicosaminoglicanos, denominadas água de solvatação, atuando na absorção
de choques.
O tecido cartilaginoso é constituído por dois tipos celulares e uma matriz.
Os condroblastos são células precursoras dos condrócitos e secretoras
da matriz cartilaginosa. Eles são alongados, suas membranas apresentam
curtos microvilos, possuem um grande núcleo, além de um retículo
endoplasmático rugoso e complexo golgiense bem desenvolvidos. Eles
se originam a partir de células mesenquimáticas que se diferenciam, passando
a secretar a matriz cartilaginosa. Quando essas células encontram-se
circundadas pela matriz, eles passam a ser chamados de condrócitos. O
espaço entre a célula e a matriz é denominado lacuna.
Os condrócitos são células arredondadas, com um núcleo ovoide,
apresentam retículo endoplasmático e complexo golgiense bem desenvolvidos
e poucas mitocôndrias. Além disso, suas membranas também apresentam
microvilos. Em seu citoplasma, podem ser observados também acúmulo de
lipídios e reserva de glicogênio. Essas células podem dividir-se e formar grupos
com até oito células dentro da lacuna, denominados grupos isógenos.
O tecido cartilaginoso não apresenta vasos sanguíneos, linfáticos ou
nervos. Como o tecido cartilaginoso não é vascularizado, sua nutrição,
oxigenação e remoção de resíduos metabólicos são realizadas pelo
pericôndrio, uma camada de tecido conjuntivo que envolve as cartilagens
(exceto as cartilagens fibrosas e articulares).
O pericôndrio apresenta nervos e vasos sanguíneos, bem como células
semelhantes a fibroblastos, os quais se diferenciam em condroblastos,
permitindo um crescimento da cartilagem (crescimento aposicional). Nas
cartilagens de ossos presentes em articulações móveis, a nutrição ocorre por
meio do líquido sinovial.

Classificação do tecido cartilaginoso


O tecido cartilaginoso pode ser classificado, de acordo com sua
constituição, em três tipos:

1. Cartilagem hialina:
É a cartilagem mais comum no organismo. Ela apresenta cor branco-
azulada e translúcida e sua matriz é constituída principalmente por colágeno
tipo II, além de ácido hialurônico, glicoproteínas e proteoglicanos. A cartilagem
hialina é encontrada constituindo o esqueleto de embriões e, no adulto, é
encontrada na traqueia, fossas nasais, brônquios, articulação de ossos longos
e extremidade das costelas. É importante destacar a sua presença no disco
epifisário, responsável pelo crescimento dos ossos longos.

2. Cartilagem elástica:
Apresenta uma cor amarelada e é constituída por uma grande
quantidade de fibras elásticas e poucas fibrilas colágenas do tipo II. A
cartilagem elástica é encontrada no pavilhão auditivo, tuba auditiva, laringe e
epiglote.
3. Cartilagem fibrosa:
É constituída por fibras colágenas do tipo I, apresenta menos ácido
hialurônico, proteoglicanos e glicoproteínas, além de ser a cartilagem mais
resistente. Suas fibras colágenas formam feixes, e seus condrócitos
apresentam-se dispostos em fileiras. Diferentemente das cartilagens anteriores,
essa não apresenta pericôndrio. Assim, sua nutrição ocorre por meio do tecido
conjuntivo denso ao qual ela está ligada. A cartilagem fibrosa pode ser
encontrada em pontos de inserção entre tendões e ligamentos nos ossos, na
sínfise púbica e nos discos intervertebrais.

COLÁGENO
O colágeno é uma proteína fibrosa, estrutural e de origem animal,
encontrada na matriz extracelular formando fibras resistentes. O colágeno é
uma das proteínas mais abundantes do reino animal, estando presente,
principalmente, nos tecidos conjuntivo e ósseo. No corpo humano, o colágeno
corresponde a cerca de 40% das proteínas.
O colágeno é constituído por três polipeptídeos helicoidais associados em uma
tripla-hélice.

Estrutura e função do colágeno


O colágeno é uma proteína constituída por três polipeptídeos helicoidais
associados em uma tripla-hélice. Essa proteína forma fibras que ficam
embebidas em uma rede de proteoglicanos (moléculas constituídas por uma
proteína central e cadeias de carbono).
Tais fibras são bastante resistentes, o que configura a sua função estrutural,
dando sustentação, resistência e elasticidade aos locais onde se encontram,
como tecidos conjuntivos e ósseos, músculo liso, tendões, entre outros locais.
O colágeno é sintetizado com base nos aminoácidos.
Algumas doenças, como a esclerose sistêmica, podem causar o acúmulo de
colágeno nos tecidos, esse acúmulo é denominado fibrose e pode desencadear
transtornos na funcionalidade dos órgãos em que ocorre.

Síntese do colágeno
O colágeno é sintetizado com base em, principalmente, três
aminoácidos: glicina, prolina e hidroxiprolina. Como dito, as proteínas, em
geral, são constituídas por polipeptídeos organizados em estruturas
tridimensionais específicas.
No colágeno não é diferente. Na sequência de aminoácidos que formam as
suas cadeias polipetídicas, a presença de glicina é observada repetidamente a
cada terceira posição. A glicina é um dos aminoácidos mais presentes no
colágeno (cerca de 33%). A diferença na estrutura química dessas cadeias é
que caracteriza os diversos tipos dessa proteína.
Tecido Ósseo

O tecido ósseo tem como funções a sustentação, suporte as partes


moles do corpo, proteção de órgãos vitais, locomoção e como reservatório de
cálcio pra o organismo.

As células ósseas possuem uma matriz celular rica em fosfato de cálcio,


íons, fosforo, magnésio que fazem a estrutura ser rígida e o colágeno que
permite a flexibilidade do osso.

Os ossos também são ricos em vasos sanguíneos, além disso possuem


outros tipos tecido como reticular, nervoso, adiposo e cartilaginoso.

Por serem estruturas inervada e irrigada, possuem sensibilidade, alto


metabolismo e capacidade de regeneração.

O osso é formado por duas partes: uma sem cavidade chamada de osso
compacto e a outra com diversas cavidades que se comunicam chamada de
osso esponjoso.

A ossificação (formação) de tecido ósseo pode se dar por dois


processos: ossificação intramembranosa e ossificação endocondral.

A ossificação intramembranosa, o tecido ósseo surge aos poucos em


uma membrana de natureza conjuntiva, não cartilaginosa.

Na ossificação endocondral, uma peça de cartilagem, com formato de


osso, serve de molde para a confecção de tecido ósseo. Nesse caso, a
cartilagem é gradualmente destruída e substituída por tecido ósseo. É nesse
tipo de ossificação que que são formados os ossos longos, como os das
pernas e braços.

Quanto a classificação do tecido ósseo podemos dizer que as células


são caracterizadas por 3 tipos, sendo eles: Osteoblastos, osteócitos e
osteoclastos.

Os osteoblastos localizam-se periferia do osso e possuem longos


prolongamentos citoplasmáticos que tocam os osteoblastos vizinhos.
São responsáveis pela produção da matriz óssea que se deposita ao
seu redor. Quando aprisionados pela matriz recém-sintetizada, passam a ser
chamados de osteócitos.

Os osteócitos são as células mais abundantes do tecido ósseo. Ao


ficarem retidos na matriz celular, as projeções citoplasmáticas de cada célula
diminuem. Assim, os canais onde esses prolongamentos estavam situados
servem de comunicação entre uma lacuna e outra.

É através destes canais que substâncias nutritivas e o gás oxigênio


chegam as células ósseas, também constituem uma rede complexa, que é
responsável pela manutenção e vitalidade da matriz óssea.

Já os osteoclastos são células volumosas e multinucleadas (6 a 50


núcleos). Originam-se da fusão das células do sangue, os monócitos. Entram
em atividade na fase de reabsorção óssea, pois podem se mover nas
superfícies ósseas e destruir áreas lesadas ou envelhecidas.
Com isto, permitem a atividade dos osteoblastos que continuam a
produção da matriz óssea. A ação dos osteoblastos e osteoclastos faz com que
os ossos estejam em contínua remodelação.

Remodelação Óssea

Depois que o osso atinge seu tamanho e forma adultos, o tecido ósseo
antigo é constantemente destruído e um novo tecido é formado em seu lugar,
em um processo conhecido como remodelação. A remodelação ocorre em
diferentes velocidades nas várias partes do corpo.

O papel da remodelação é permitir que os tecidos já gastos ou que


tenham sofrido lesões sejam trocados por tecidos novos e sadios. Ela também
permite que o osso sirva como reserva de cálcio para o corpo.

O crescimento e a remodelação irão depender de alguns fatores como,


suficientes quantidades de cálcio e fósforo devem estar presentes na dieta
alimentar do indivíduo; deve-se obter suficiente quantidade de vitaminas,
principalmente vitamina D, que participa na absorção do cálcio ingerido; o
corpo precisará produzir os hormônios responsáveis pela atividade do tecido
ósseo, sendo esses hormônios somatotroina, calcitonina, paratormônio e os
hormônios sexuais.

Com o envelhecimento, o sistema esquelético sofre a perda de cálcio.


Ela começa geralmente aos 40 anos nas mulheres e continua até que 30% do
cálcio nos ossos seja perdido, por volta dos 70 anos. Nos homens, a perda não
ocorre antes dos 60 anos. Essa condição é conhecida como osteoporose.

Tecido Sanguíneo

O sangue, ou tecido sanguíneo, é formado no tecido hemocitopoético.


Mais conhecido como medula óssea vermelha, ele está localizado no interior
de alguns ossos, como os localizados na região pélvica, esterno, clavícula e
costelas.

As funções do tecido sanguíneo incluem o transporte de hormônios até


seu local de atuação; transporte de gás oxigênio e nutrientes às células;
captura de gás carbônico e excreções celulares; e defesa a agentes estranhos.

O tecido conjuntivo sanguíneo é um tecido especial cuja matriz se


encontra no estado líquido. Essa substância se chama plasma, nele estão
as células sanguíneas: glóbulos vermelhos (hemácias) e glóbulos
brancos (leucócitos) e as plaquetas (fragmentos celulares).

Plaquetas:

Plaquetas são restos celulares originados da fragmentação de células


gigantes da medula óssea, conhecidas como megacariócitos. Possuem
substâncias ativas no processo de coagulação sanguínea, sendo, por isso,
também conhecidas como trombócitos, que impedem a ocorrência de
hemorragias.

Glóbulos vermelhos:

Glóbulos vermelhos, hemácias ou eritrócitos são anucleados, possuem


aspecto de disco bicôncavo e diâmetro de cerca de 7,2 mm. São ricos em
hemoglobina, a proteína responsável pelo transporte de oxigênio, a importante
função desempenhada pelas hemácias.

Glóbulos Brancos:
Glóbulos brancos, também chamados de leucócitos são células
sanguíneas envolvidas com a defesa do organismo.

Essa atividade pode ser exercida por fagocitose ou por meio da


produção de proteínas de defesa, os anticorpos.

Costuma-se classificar os glóbulos brancos de acordo com a presença


ou ausência, em seu citoplasma, de grânulos específicos e agranulócitos, os
que não contêm granulações específicas, comuns a qualquer célula.

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