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Traduzido do original em Inglês

Saved By Grace,
O R,
A Discourse of the Grace of God Showing,
I. What it is to be saved.
II. What it is to be saved by grace.
III. Who they are that are saved by grace.
IV. How it appears that they are saved by grace.
V. What should be the reason that God should choose
to save sinners by grace rather than by any other means.
Por John Bunyan

O texto deste eBook consiste no trecho final do capítulo 4


da tradução do livro supracitado, Salvos pela Graça.

Publicado em português pela editora


O Estandarte de Cristo

Tradução: William e Camila Rebeca Teixeira


Revisão e Capa: William Teixeira

1ª Edição: Junho de 2020

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão
Almeida Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica
Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, sob a li-


cença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International
Public License.

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formato, desde que informe o autor, as fontes originais e o(s) tradutor(es), e que tam-
bém não altere o seu conteúdo nem o utilize para quaisquer fins comerciais.
Como Deus
Salva um Pecador
(O texto deste eBook consiste na parte final do capítulo 4
do livro, Salvos pela Graça).

Iniciaremos pelo primeiro dia em que ele começa a lidar com as suas almas até
ao momento em que eles serão levados para o céu.
1. Geralmente Deus começa a tratar com os pecadores quando lhes con-
vence de seus pecados através de sua Palavra, e então os pecadores começam a
se comportar de modo estranho! Eles odeiam ter suas consciências tocadas e não
gostam de refletir sobre o que têm sido, o que são no momento ou o que será
deles no futuro. Eles consideram que pensamentos como esses são inapropria-
dos, dolorosos e prejudiciais; por isso, Deus diz a respeito deles: “Não quiseram
escutar, deram-me o ombro rebelde e ensurdeceram os seus ouvidos para que
não ouvissem” (Zacarias 7:11). Eles se interessam por qualquer coisa que não
seja a Palavra: um bar, um bordel, uma casa de jogos, esportes, prazeres, sono,
o mundo — e tudo isso buscando evitar o poder da Palavra de Deus.
2. Quando Deus se aproxima deles e começa a conceder convicção às suas
consciências — embora essa convicção seja o primeiro passo para a fé e o arre-
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pendimento e, consequentemente, para a vida eterna — que tentativas eles fa-


zem para esquecê-las e se livrarem delas! E, embora, agora comecem a ver que
precisam ser transformados, ainda assim, passar a pensar em como evitarão a
conversão imediata. Eles põem como desculpa o fato de que ainda são muito
jovens para se converterem e tentam adiar a sua conversão para dali a sete anos,
quando forem mais velhos ou quando se encontrarem em um leito de enfermi-
dade. Como o homem é inimigo de sua própria salvação! Estou persuadido de
que muitas vezes Deus visitou alguns de vocês com a sua Palavra e inflamou suas
consciências, e então vocês jogaram água sobre elas tão depressa quanto ele, pela
Palavra, lançava fogo.
Cristão, o que teria sido de você, se Deus tivesse aceitado a sua negação
como resposta e tivesse dito: “Então, levarei a palavra da salvação a outro que a
ouvirá”?
— Pecador, converta-se, Deus diz.
— Senhor, eu não consigo, diz o pecador.
— Converta-se ou você será condenado, Deus diz.
— Eu tentarei, diz o pecador.
— Converta-se e você será salvo, diz Deus.
— Eu não consigo deixar os meus prazeres, diz o pecador, meus pecados
são muito prazerosos.
Quão grande graça há em Deus para ele que se importe com o pecador!
Como é grande a paciência divina para com um miserável pecador! E se Deus
dissesse agora: Então, fique com os seus pecados e com os seus prazeres, e que
eles sejam a sua porção e o único céu e felicidade que você conhecerá?
3. Mas, Deus vem outra vez e mostra ao pecador a necessidade de que ele
se converta imediatamente, de uma vez por todas. Ele faz com que o pecador
fique tão fortemente convicto disso, que já não consegue adiar sua conversão.

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Entretanto, o pecador ainda tem uma centelha de inimizade contra Deus. E,


caso ele veja a necessidade de se converter agora, então ele deixará um pecado
por outro, os grandes pelos pequenos, os muitos pelos poucos ou todos por um
— e para por aí. E, talvez, suas convicções nem o levem a fazer isso. Pois, então,
ele se voltará da profanação para a lei de Moisés e, assim, continuará enquanto
Deus o deixar apegado à bondade própria que ele supõe possuir. Ele se torna
um grande defensor do cumprimento da lei; agora, ele será um bom vizinho,
pagará a cada homem o que lhe é devido, abandonará seus palavrões, o bar, os
jogos e os seus prazeres carnais. Ele lerá, orará, falará das Escrituras e será um
homem muito envolvido com a religião. Ele desejará agradar a Deus e corrigir
todas as ofensas que cometeu contra ele e, então, fará orações, promessas, votos
e muitas outras ações semelhantes, buscando persuadir a si mesmo de que agora
ele precisa ser justo para chegar até o céu e também passa a imaginar que serve
a Deus tanto quanto qualquer outro homem o serve.
Porém, ele faz tudo isso enquanto permanece tão ignorante de Cristo como
o banco em que ele se senta e não está mais perto do céu do que o fariseu cego;
ele apenas chegará ao inferno mais limpo do que o restante dos seus conhecidos.
“Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas que nunca foi lavada
da sua imundícia” (Provérbios 30:12).
Deus não poderia abandonar esse pecador e expulsá-lo de diante da sua
presença, não deveria entrega-lo a si mesmo, iludido e caído em sua justiça pró-
pria, pelo fato de que ele “confia nela e comete iniquidade”?1 Mas a graça sus-
tentadora preserva esse pecador. É verdade, como eu já disse, que essa conversão
do pecador ainda é uma “conversão” sem Cristo; mas,
4. Deus ainda continuará lidando com esse pecador em sua misericórdia e
lhe mostrará a insuficiência de suas obras, a nulidade da observância de seus

1
Ezequiel 33:13.

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deveres e a imundícia da sua justiça (Isaías 28:20, 64:6). Digo isso a respeito do
pecador cuja salvação da alma é graciosamente pretendida e operada por Deus;
pois ele precisará ser despojado de tudo diante da luz do Evangelho.
Tal pecador verá a vaidade de tudo e verá também que a justiça pessoal de
Jesus Cristo é a única que foi designada por Deus para salvar o pecador da con-
denação que ele merecia por seus pecados. Mas o pecador, ao ver e sentir a sua
própria nulidade, cai em uma espécie de desespero; pois embora ele possua uma
opinião tão boa sobre si mesmo a ponto de presumir ilusoriamente que é salvo,
contudo, ele não possui uma boa opinião sobre a graça de Deus manifesta na
justiça de Cristo e, portanto, ele conclui que, se a salvação é somente pela graça
de Deus e pela justiça de Cristo, e se toda a justiça de um homem é totalmente
rejeitada no que diz respeito à justificação de sua pessoa diante Deus, então ele
está rejeitado.
O motivo desse quebrantamento de coração é a visão que Deus lhe deu —
uma visão da imundícia de seu melhor desempenho. A sua visão anterior das
suas imoralidades o angustiou de alguma forma e o fez se dedicar à prática de
boas obras para aliviar a sua consciência — a sua motivação para isso estava nele
esmo e ele se apegava isso. Mas Deus o faz cair e agora ele vê que mesmo as suas
melhores obras evaporam como o orvalho da manhã, ou voam como um pás-
saro, ou são como o joio que, ao ser peneirado, é lançado fora pelo vento e como
a fumaça que se desfaz após sair de uma chaminé (Oséias 9:11, 13:3). Além
disso, essa revelação da inutilidade da sua justiça própria também traz consigo
mais uma descoberta da maldade do seu coração, de suas hipocrisias, de seu
orgulho, de sua incredulidade, da sua dureza, de que ele está morto e em desa-
cordo com todo o Evangelho e com a obediência requerida na Nova Aliança, os
quais passam a ser considerados por ele como grandes pedras sobre os seus om-
bros que os afundam ainda mais em dúvidas e temores de condenação.

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Ordene-o agora a receber a Cristo e ele responde que não pode, ele não
ousa. Pergunte-lhe por que não pode, ele responderá que não tem fé e nem
esperança em seu coração. Diga-lhe que a graça é oferecida livremente e ele dirá
que seu coração não pode recebê-la. Além disso, ele não encontra, como pensa,
qualquer disposição graciosa em sua alma e, portanto, conclui que não é um
participante da misericórdia de Deus nem no sangue de Cristo e, assim, não
ousa crer. Por isso, como eu disse, seu coração afunda, ele morre em seus pen-
samentos, duvida, se desespera e conclui que nunca será salvo.
5. Mas o Deus de toda a graça não o deixa nessa angústia, ao contrário,
agora ele se aproxima dele mais do que nunca e envia-lhe o Espírito de adoção,
o bendito Consolador, para lhe dizer: “Deus é amor” e, por isso, não rejeita os
quebrantados de coração. O Espírito Santo pede que ele clame e ore por uma
evidência da misericórdia de Deus para com a sua alma, ele diz: “Porventura,
você será guardado no dia da ira do Senhor”. Assim, o pecador recebe algum
encorajamento, mas não pode obter mais do que aquilo que tende a uma mera
probabilidade, a qual é completamente destruída pela próxima dúvida que surge
em seu coração. Então a alma é deixada novamente em seu estado anterior ou
em pior sofrimento, ela se queixa e se lamenta acerca de sua miserabilidade e é
atormentada com mil temores da morte, pois ela não ouve uma palavra do céu,
talvez, por muitas semanas seguidas. Por conseguinte, a incredulidade começa a
operar e remove o espírito de oração e a inclinação para ouvir a Palavra. O Diabo
se alegra com isso e diz que todas as orações que ela fez, todos os sermões que
ouviu, todos os livros que leu e todas as companhias piedosas que teve, final-
mente, se levantarão em julgamento contra a alma e, consequentemente, ela já
está condenada e já pode começar a escolher um lugar no inferno.
A alma, assim desanimada, pensa em fazer o que lhe foi ensinado e com
pensamentos lúgubres começa a desfalecer quando ora ou ouve a Palavra. Po-

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rém, quando toda a esperança parece ter desaparecido e a alma conclui que mor-
rerá e então será condenada, de repente, o Espírito de Deus vem novamente e
lhe comunica uma boa palavra de Deus que a alma jamais havia pensado ante-
riormente, uma palavra de Deus que tranquiliza a alma, faz com que a incredu-
lidade seja dissipada, encoraja a esperança em Deus novamente. Talvez o Espí-
rito conceda à alma alguma visão de Cristo e da sua obra bendita em favor dos
pecadores. Porém, assim que as coisas dessa vida começam a preocupar o seu
coração, o pecador cede à incredulidade, questiona a misericórdia de Deus e,
novamente, teme ser condenado. Ele também alimenta pensamentos severos so-
bre Deus e sobre Cristo, passa a pensar que os encorajamentos passados foram
ilusões ou meros delírios. E por que agora Deus não lança esse pecador no in-
ferno por abusar assim da sua misericórdia e de sua graça? Não! “Ele terá mise-
ricórdia de quem tiver misericórdia e terá compaixão de quem tiver compaixão”,
por isso, “bondade e misericórdia o seguirão todos os dias da sua vida, para que
habite na casa do Senhor para sempre” (Salmos 23:6).
6. Depois de todas essas provocações, Deus vem até a alma novamente,
através de seu Espírito, e traz a graça que põe um selo sobre ela e comunica o
perdão para a consciência, ele testemunha que os seus pecados estão perdoados
gratuitamente por causa do sangue de Cristo. E agora o pecador tem uma tal
visão da graça de Deus em Cristo que amavelmente derrete o seu coração de
com tanta alegria e consolo; agora a alma sabe o que é se deleitar com as pro-
messas; sabe também o que é comer e beber a carne e o sangue de Jesus Cristo
pela fé; ela é levada pelo poder da graça de Deus a cair de joelhos e a agradecer
a Deus pelo perdão dos pecados e pela esperança de uma herança entre os que
são santificados pela fé que há em Cristo Jesus. Agora, ela desfruta de calma e
dos raios do sol, ela “lava os seus passos na manteiga e da rocha lhe correm
ribeiros de azeite” (Jó 29:6).

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7. Porém, depois disso, talvez a alma volte a se esfriar, a esquecer da graça


que recebeu e venha a se tornar carnal e a se inclinar novamente para o mundo;
talvez ela venha a perder o desejo e o deleite pelas coisas celestiais, entristeça o
Espírito de Deus e então retroceda lamentavelmente, abandone completamente
seus deveres ou então passe a praticar esses deveres por mera formalidade e, por
causa de tudo isso, torne-se uma vergonha para o Evangelho, entristeça o cora-
ção dos que estão despertados e profane o nome de Deus etc.
Mas o que Deus fará agora? Ele aproveitará essa oportunidade para destruir
o pecador? Não. Ele o deixará em paz em sua apostasia? Não. Ele o entregará a
si mesmo para que ele se levante pela força de suas próprias graças agora enfra-
quecidas? Não. Então o que Deus fará? Ora, ele buscará esse homem até o en-
contrar, o tomará para si e o trará de volta para casa: “Porque assim diz o Senhor
DEUS: Eis que eu, eu mesmo, procurarei pelas minhas ovelhas, e as buscarei...
Como o pastor busca o seu rebanho, no dia em que está no meio das suas ovelhas
dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas; e livrá-las-ei de todos os lugares por
onde andam espalhadas... A perdida buscarei, e a desgarrada tornarei a trazer, e
a quebrada ligarei, e a enferma fortalecerei...” (Ezequiel 34:11-16). Foi assim
que Deus tratou o homem que desceu de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos
de salteadores; e foi assim também que ele lidou com o filho pródigo (Lucas
10:30-35; 15:20).
Não falarei detalhadamente sobre o modo como geralmente Deus busca
os desviados, a saber, se ele sempre faz com que sintam como se seus ossos esti-
vessem quebrados, como fez com Davi; ou se ele fará com que vivam o resto de
seus dias sob o peso da culpa e, por causa disso, andem em trevas; ou se ele os
matará agora para que não sejam condenados no futuro, no dia do juízo, como
ele fez com os coríntios (1 Coríntios 11:30-32). Deus é sábio e pode tornar
amargas as coisas que o desviado ama. Ele pode fazer com que eles sintam como
se seus ossos estivessem quebrados e então salvá-los; pode colocá-los no abismo

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mais profundo e escuro e então salvá-los; pode matá-los nesta vida e ainda salvá-
los. E assim, novamente, a maravilhosa graça de Deus é manifestada, a saber,
que “Israel não é abandonado, nem Judá do seu Deus, embora a sua terra tenha
sido cheia de pecado contra o Santo de Israel” (Jeremias 51:5).
8. Mas suponhamos que Deus não lide de nenhuma dessas maneiras com
o desviado, mas que o ilumine novamente e confirme a remissão dos seus peca-
dos uma segunda vez, dizendo: “Eu sararei a sua infidelidade, eu voluntaria-
mente os amarei”, o que a alma fará agora? Certamente caminhará em humil-
dade e santidade em todos os seus dias. Ele nunca mais voltará a se desviar? Isso
pode ou não acontecer. Ela não retrocederá enquanto o seu Deus a guardar, pois
embora os seus pecados sejam devidos a si mesma, a sua permanência em pé
vem de Deus bem como a sua restauração, caso caia. Portanto, se Deus deixar o
homem por um instante, ele logo cairá novamente. Deus diz: “Porque o meu
povo é inclinado a desviar-se de mim”. Quantas vezes Davi se desviou assim
como Jeosafá e Pedro! (2 Samuel 11:24; 2 Crônicas 19:1-3, 20:1-5; Mateus
26:69-71; Gálatas 2:11-13). Como está escrito: “Ora, tu te prostituíste com
muitos amantes; mas ainda assim, torna para mim, diz o SENHOR” (Jeremias
3:1). Aqui está a graça! Quantas vezes a alma retrocede, tais são as vezes que
Deus a traz de novo — digo isso a respeito da alma que será salva pela graça.
Deus renova os seus perdões e os multiplica. “Eis que tudo isto é obra de Deus,
duas e três vezes para com o homem” (Jó 33:29).
9. Entretanto, veja ainda mais graça. Falarei sobre as vagueações do coração
e sobre os erros diários. Refiro-me àquelas fraquezas comuns que ocorrem até
mesmo no melhor dos santos e que estão presentes em suas melhores obras. Não
que eu pretenda, pois não posso, mencionar cada uma delas, isso seria uma tarefa
impossível. Esses cristão transgridem muitas vezes por incorrer em pensamentos
mundanos, impuros e vis sobre Deus, sobre Cristo e sobre o Espírito bem como
sobre a Palavra, os caminhos e as ordenanças de Deus. Não posso afirmar com

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certeza, mas esses erros podem ocorrer centenas de vezes por dia. Até onde sei,
há alguns santos que, antes de entrarem na vida, viveram o bastante para preci-
sarem de milhões de perdões de Deus por falhas como essas. E todo perdão é
um ato da graça realizado através da redenção que há no sangue de Cristo.
Há dias em que pecamos contra o nosso irmão setenta vezes sete, mas
quantas vezes pecamos contra Deus hoje? Senhor, “quem pode entender os seus
erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos”, disse Davi. E também: “Se tu,
Senhor, observares as iniquidades, Senhor, quem subsistirá? Mas contigo está o
perdão, para que sejas temido” (Mateus 18:21-22; Salmos 19:12, 130:3-4).
Embora eu não possa descrever cada um desses maus pensamentos, con-
tudo mencionarei alguns deles. Às vezes, ele questionam a própria existência de
Deus ou insensatamente cogitam sobre como ele veio a existir inicialmente; ou-
tras vezes, eles questionam a verdade da sua Palavra e suspeitam da harmonia
dela porque seus corações cegos e suas cabeças estúpidas não conseguem recon-
ciliá-la algumas partes dela, assim, todas as verdades fundamentais são, por ve-
zes, passíveis de sua descrença e ateísmo. Chegam a pensar se realmente existe
alguém como Cristo, algo como o dia do juízo ou se haverá um céu ou inferno
— e Deus perdoa tudo isso por sua graça. Mesmo que creiam nessas coisas, eles
ainda pecam por não terem pensamentos reverentes, elevados e santos sobre elas,
como deveriam. Eles pecam também por terem pensamentos bons demais sobre
si mesmos, sobre o pecado e sobre o mundo. Permita-me dizer que muitas vezes
flertam com um pecado conhecido e não lamentam como deveriam a respeito
das fraquezas da carne. Muitas vezes, eles não se arrependem das inclinações
para a vaidade que encontram em seus corações. Não direi que não se arrepen-
dem de modo algum, mas que, quando o fazem, é de modo superficial. Ah,
quantas vezes Deus perdoa todas essas coisas através das riquezas da sua graça!
Eles pecam por não andarem de modo correspondente às misericórdias
recebidas. Eles são falhos em seus agradecimentos a Deus por elas, mesmo

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quando sinceramente reconhecem quão indignos são de recebê-las. Além disso,


quão pouco da força que Deus lhes deu é gasta para o louvor dele — porém, de
todos esses pecados, eles são salvos pela graça. Eles pecam em seu desempenho
mais zeloso e espiritual dos deveres; eles não oram, não ouvem, não leem, não
ofertam, não vêm à mesa do Senhor ou observam outros santos compromissos
de Deus, senão com muita frieza, indiferença, distração, ignorância etc. Eles se
esquecem de Deus mesmo enquanto oram a ele; se esquecem de Cristo mesmo
enquanto estão à sua mesa; e se esquecem da sua Palavra mesmo enquanto a
leem.
Quantas vezes eles fazem promessas a Deus e depois as quebram! Sim, ou
se eles mantêm as promessas exteriormente, o seu coração se enfurece ao cumpri-
las. Como eles se esquivam da cruz e como não estão dispostos a entregar o
pouco que têm por causa Deus, embora tudo o que lhes foi dado seja para glo-
rificá-lo.
Todas estas coisas, e mil outras, habitam na carne do homem e podem, a
qualquer momento, se manifestar neles por meio de muitas corrupções, pois é
muito mais fácil para eles cortar sua própria carne do que controlar esses impul-
sos do pecado que habita neles. Essas corrupções e impulsos do pecado estão
presentes em todos os seus deveres — em uns mais que em outros — e em todas
as suas ações à medida em que olham, pensam, ouvem ou falam. E esses males
estão presentes especialmente quando o homem pretende fazer o bem, como
Paulo diz: “Quando quero fazer o bem, o mal está comigo”. E o próprio Deus
se queixa que “toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má” e
isso “continuamente” (Romanos 7:21; Gênesis 6:5).
Logo, nós nos contaminamos continuamente com essas coisas em cada
uma de nossas ações — digo isso considerando o veredito da lei — misturando
a iniquidade até mesmo com aquelas coisas que santificamos ao Senhor: “Porque
do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as

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fornicações, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a disso-


lução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem
de dentro e contaminam o homem” (Marcos 7:21- 23). Ora, o que pode livrar
a alma dessas coisas senão a graça? “Pela graça sois salvos”.

ORE para que O ESPÍRITO SANTO use este eBook para trazer muitos ao
Conhecimento salvífico de JESUS CRISTO para glória de DEUS PAI.

Sola Scriptura!
Sola Gratia!
Sola Fide!
Solus Christus!
Soli Deo Gloria!

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O Estandarte de Cristo

2 Coríntios 4
1
Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;
2
Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem
falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,
3
na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se ainda o nosso evangelho
4
está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século
cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho
5
da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos,
6
mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus.
Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nos-
sos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo.
7
Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de
8
Deus, e não de nós. Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não
9 10
desanimados. Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; Tra-
zendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a
11
vida de Jesus se manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que vivemos, esta-
mos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste
12
também na nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a
13
vida. E temos portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós
14
cremos também, por isso também falamos. Sabendo que o que ressuscitou o Senhor
15
Jesus nos ressuscitará também por Jesus, e nos apresentará convosco. Porque tudo isto
é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação
16
de graças para glória de Deus. Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem
17
exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e
18
momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não
atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem
são temporais, e as que se não veem são eternas.

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