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PC-RN

Plano de Leitura
16 Dias

Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Norte


Agente e Escrivão
Pós-edital
2021
SUMÁRIO

D i a 1 ............................................................................................................................................... 5
Constituição Federal: Art. 5º
Código Penal: Arts. 1º - 31
Código de Processo Penal: Arts. 4º - 23
Lei nº 12.850/2013 (Crime Organizado)

D i a 2 ............................................................................................................................................. 22
Constituição Federal: Arts. 6º - 17
Código Penal: Arts. 32 - 58
Código de Processo Penal: Arts. 155 – 200
Lei nº 13.869/2019 (Nova Lei de Abuso de Autoridade)

D i a 3 .............................................................................................................................................. 39

D i a 4 .............................................................................................................................................................................. 56

D i a 5 .............................................................................................................................................................................. 73

D i a 6 .............................................................................................................................................................................. 91

D i a 7 ............................................................................................................................................................................107

D i a 8 ............................................................................................................................................ 122

D i a 9 ............................................................................................................................................ 136

D i a 1 0 ......................................................................................................................................... 156

ID:
2
D i a 1 1 ......................................................................................................................................... 171

D i a 1 2 ......................................................................................................................................... 188

D i a 1 3 ......................................................................................................................................... 204

D i a 1 4 ......................................................................................................................................... 223

D i a 1 5 ......................................................................................................................................... 236

D i a 1 6 ......................................................................................................................................... 257

O Plano de Leitura - Legislação Facilitada - é uma ferramenta indispensável para quem deseja aumentar o rendimento nos
estudos e alcançar a tão sonhada aprovação. Abordamos toda a legislação exigida pelo edital do concurso PCRN - Agente e Escrivão -
publicado em 25 de novembro de 2020, selecionando somente os dispositivos que poderão ser objeto de cobrança, com o intuito de
implementar um estudo direcionado e objetivo.

Cada dia de leitura contempla leis e dispositivos diversos, de modo a tornar o estudo mais agradável e diversificado. Incorporamos,
ainda, diversas ferramentas para facilitar o estudo da legislação:

• Marcações
• Súmulas
• Comentários Pontuais

Os recursos empregados variam de acordo com a legislação exigida.

Data de fechamento: 03.12.2020

Esse material é protegido por direito autorais, sendo vedada a sua reprodução, distribuição ou comercialização.
Lei de Direitos Autorais (Lei 9.610/89)

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Horário Semanal
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STJ: Súmula 37 - São cumuláveis as indenizações por dano
Constituição da República Federativa material e dano moral oriundos do mesmo fato.
do Brasil de 1988 VI - é inviolável a liberdade de consciência e de
crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos
locais de culto e a suas liturgias;
TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação
CAPÍTULO I de assistência religiosa nas entidades civis e militares de
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E internação coletiva;
COLETIVOS VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política,
Direitos Fundamentais são cláusulas pétreas e normas abertas,
sendo permitida a inclusão de novos direitos não previstos pelo salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a
constituinte originário. todos imposta e recusar-se a cumprir prestação
alternativa, fixada em lei;
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: Escusa de Consciência. Norma constitucional de eficácia contida.
Imprescritibilidade: Não desaparece com o tempo IX - é livre a expressão da atividade intelectual,
Inalienabilidade: Não é transferível a outra pessoa artística, científica e de comunicação,
Irrenunciabilidade: Não pode sofrer renúncia independentemente de censura ou licença;
Inviolabilidade: Autoridades e disposições infraconstitucionais Veda-se qualquer censura de natureza política, artística e
devem observá-los ideológica, não se podendo exigir licença de autoridade para
Universalidade: Abrange a todos veiculação de publicações.
Efetividade: Poder público deve garantir sua aplicação X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a
Interdependência: Há diversas ligações entre os Direitos honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
fundamentais indenização pelo dano material ou moral decorrente de
Complementariedade: Devem ser interpretados de forma sua violação;
conjunta STJ: Súmula 227 - Pessoa jurídica pode sofrer dano moral.
Relatividade: Direitos fundamentais não são absolutos STF: Admite-se biografias não‐autorizadas, não se excluindo a
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, Direito Constitucional Descomplicado. possibilidade de indenização por dano material ou moral.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo,
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre,
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: determinação judicial;
STF: O estrangeiro em trânsito também está resguardado pelos STF: Casa é um termo amplo, consagrando consultório, escritório
direitos individuais, podendo, inclusive, utilizar-se de remédios e qualquer lugar privado não aberto ao público. Contudo, não é
constitucionais. Contudo, ele não poderá fazer uso de todos os um direito absoluto.
direitos, a exemplo da ação popular, que é privativa de brasileiro. XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
I - homens e mulheres são iguais em direitos e comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
obrigações, nos termos desta Constituição; telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
Princípio da Isonomia. Determina que seja dado igual hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
tratamento aos que estão em situação equivalente, e tratamento investigação criminal ou instrução processual penal;
desigual os desiguais, na medida de suas desigualdades. STF: É lícita a gravação de conversa telefônica realizada por um
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer dos interlocutores, ou com sua autorização, sem ciência do outro,
alguma coisa senão em virtude de lei; quando há investida criminosa deste último.

Princípio da Legalidade. Para o particular, somente a lei pode XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho,
criar obrigações, assim, a inexistência de lei proibitiva implica em ofício ou profissão, atendidas as qualificações
permissão. Para o Poder Público, por sua vez, não é permitido profissionais que a lei estabelecer;
atuar na ausência de lei.
Norma de eficácia contida. O STF decidiu pela
III - ninguém será submetido a tortura nem a inconstitucionalidade da exigência de diploma de jornalismo para
tratamento desumano ou degradante; o exercício da profissão de jornalista e pela constitucionalidade
do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo
considerar que o exercício da advocacia traz um risco coletivo.
vedado o anonimato;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação
STF: A defesa da legalização de drogas em espaços públicos
constitui legítimo exercício do direito à livre manifestação do
e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
pensamento. exercício profissional;
V - é assegurado o direito de resposta, XV - é livre a locomoção no território nacional em
proporcional ao agravo, além da indenização por dano tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da
material, moral ou à imagem; lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

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XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem distintivos, tendo em vista o interesse social e o
armas, em locais abertos ao público, desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
independentemente de autorização, desde que não Os inventos industriais, diferentemente do direito autoral, são
frustrem outra reunião anteriormente convocada para o privilégios temporários.
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
XXX - é garantido o direito de herança;
autoridade competente;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros
XVII - é plena a liberdade de associação para fins
situados no País será regulada pela lei brasileira em
lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";
a de cooperativas independem de autorização, sendo
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a
vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
defesa do consumidor;
XIX - as associações só poderão ser
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos
compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades
públicos informações de seu interesse particular, ou de
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo
caso, o trânsito em julgado;
da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas
Atividades Suspensas: Decisão Judicial cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade
Compulsoriamente Dissolvidas: Decisão Judicial + Trânsito em e do Estado;
Julgado
XXXIV - são a todos assegurados,
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se independentemente do pagamento de taxas:
ou a permanecer associado;
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em
XXI - as entidades associativas, quando defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
expressamente autorizadas, têm legitimidade para poder;
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
Representação Processual: Exige expressa autorização do para defesa de direitos e esclarecimento de situações de
associado para que seja válida, não podendo ser substituída por
interesse pessoal;
autorização genérica prevista em estatutos da entidade.
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder
XXII - é garantido o direito de propriedade; Judiciário lesão ou ameaça a direito; (Princípio da
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; Inafastabilidade de Jurisdição)
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para Como regra, qualquer pessoa poderá acessar o Poder Judiciário
desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou sem a necessidade de esgotar as esferas administrativas,
por interesse social, mediante justa e prévia indenização ressalvadas as questões relativas à Justiça Desportiva e ao
em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Habeas Data.
Constituição; XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido,
XXV - no caso de iminente perigo público, a o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
autoridade competente poderá usar de propriedade Direito Adquirido: direitos que o seu titular, ou alguém por ele,
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha
se houver dano; termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio
de outrem.
Requisição administrativa da propriedade. A autoridade será Ato Jurídico Perfeito: consumado segundo a lei vigente ao
competente para utilizar temporariamente o imóvel. Não haverá tempo em que se efetuou.
indenização se não ocorrer dano. Coisa Julgada: decisão judicial de que já não caiba recurso.
XXVI - a pequena propriedade rural, assim
LINDB – Art. 6º (Decreto-Lei nº 4.657)
definida em lei, desde que trabalhada pela família, não ---------------------------------------------------------------------------------------
será objeto de penhora para pagamento de débitos STF: Súmula 654 - A garantia da irretroatividade da lei, prevista
decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei no art. 5º, XXXVI, da Constituição da República, não é invocável
sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; pela entidade estatal que a tenha editado.
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
utilização, publicação ou reprodução de suas obras, (Princípio do Juiz Natural)
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a
O Direito Autoral configura-se como um privilégio vitalício,
organização que lhe der a lei, assegurados:
transmissível aos herdeiros apenas pelo prazo que a lei a) a plenitude de defesa;
determinar. Após o prazo estipulado, será de domínio público. b) o sigilo das votações;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: c) a soberania dos veredictos;
a) a proteção às participações individuais em obras d) a competência para o julgamento dos crimes
coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, dolosos contra a vida;
inclusive nas atividades desportivas;
STF: Súmula Vinculante 45 - A competência constitucional do
b) o direito de fiscalização do aproveitamento Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função
econômico das obras que criarem ou de que participarem estabelecido exclusivamente pela Constituição estadual
aos criadores, aos intérpretes e às respectivas STF: Súmula 603 - A competência para o processo e julgamento
representações sindicais e associativas; de latrocínio é do juiz singular, e não do Tribunal do Júri.
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina,
industriais privilégio temporário para sua utilização, bem nem pena sem prévia cominação legal;
como proteção às criações industriais, à propriedade das O Princípio da Legalidade desdobra-se em dois: Princípio da
marcas, aos nomes de empresas e a outros signos Reserva Legal e Princípio da anterioridade.

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XL - a lei penal não retroagirá, salvo para LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus
beneficiar o réu; bens sem o devido processo legal; (Princípio do devido
processo legal - Due process of law)
STF: Súmula 711 - A lei penal mais grave aplica-se ao crime
continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior LV - aos litigantes, em processo judicial ou
à cessação da continuidade ou da permanência. administrativo, e aos acusados em geral são assegurados
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória o contraditório e ampla defesa, com os meios e
dos direitos e liberdades fundamentais; recursos a ela inerentes;
XLII - a prática do racismo constitui crime STF: Súmula Vinculante 5 - A falta de defesa técnica por
advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, Constituição.
nos termos da lei; STF: Súmula Vinculante 14 - É direito do defensor, no interesse
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que,
insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o já documentados em procedimento investigatório realizado por
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por exercício do direito de defesa.
STF: Súmula Vinculante 21: É inconstitucional a exigência de
eles respondendo os mandantes, os executores e os que, depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para
podendo evitá-los, se omitirem; (Memorize: 3TH não tem Graça) admissibilidade de recurso administrativo.
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a STF: Súmula Vinculante 28 - É inconstitucional a exigência de
ação de grupos armados, civis ou militares, contra a depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação
ordem constitucional e o Estado Democrático; judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito
tributário.
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do
condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, obtidas por meios ilícitos;
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até Para a Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada (Fruits of the
o limite do valor do patrimônio transferido; (Princípio da Poisonous Tree), uma prova ilícita contamina todas as outras que
intranscendência das penas) dela derivam. Essa teoria é denominada pela doutrina como
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e ilicitude por derivação.
---------------------------------------------------------------------------------------
adotará, entre outras, as seguintes: (Princípio da
individualização da pena)
STJ: Não se aplica a Teoria da Árvore dos Frutos Envenenados
quando a prova considerada como ilícita é independente dos
a) privação ou restrição da liberdade; demais elementos de convicção coligidos nos autos, bastantes
b) perda de bens; para fundamentar a condenação.
c) multa; LVII - ninguém será considerado culpado até o
d) prestação social alternativa; trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
(Princípio da presunção de inocência)
e) suspensão ou interdição de direitos;
LVIII - o civilmente identificado não será submetido
Rol não-exaustivo, podendo a lei criar novos tipos de a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em
penalidades. lei;
XLVII - não haverá penas: LIX - será admitida ação privada nos crimes de
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;
nos termos do art. 84, XIX; LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos
b) de caráter perpétuo; atos processuais quando a defesa da intimidade ou o
c) de trabalhos forçados; interesse social o exigirem;
d) de banimento; LXI - ninguém será preso senão em flagrante
delito ou por ordem escrita e fundamentada de
e) cruéis;
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de
Quanto ao caráter perpétuo, o máximo penal legalmente transgressão militar ou crime propriamente militar,
exequível, no ordenamento positivo nacional, é de 40 (quarenta) definidos em lei;
anos. (2019)
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde
XLVIII - a pena será cumprida em se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza competente e à família do preso ou à pessoa por ele
do delito, a idade e o sexo do apenado; indicada;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à LXIII - o preso será informado de seus direitos,
integridade física e moral; entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
L - às presidiárias serão asseguradas condições assegurada a assistência da família e de advogado;
para que possam permanecer com seus filhos durante o (Direito ao silêncio e à não-autoincriminação)
período de amamentação; LXIV - o preso tem direito à identificação dos
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório
naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes policial;
da naturalização, ou de comprovado envolvimento em LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da pela autoridade judiciária;
lei; LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela
LII - não será concedida extradição de estrangeiro mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com
por crime político ou de opinião; (Concessão de asilo político) ou sem fiança;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo
senão pela autoridade competente; (Princípio do Juiz Natural) a do responsável pelo inadimplemento voluntário e

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inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo,
infiel; são assegurados a razoável duração do processo e os
O Brasil tornou-se signatário da Convenção Americana de meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
Direitos Humanos - Pacto de San Jose da Costa Rica, que § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias
somente permite a prisão civil pelo não pagamento de obrigação fundamentais têm aplicação imediata.
alimentícia. Embora a Constituição continue prevendo a
possibilidade de prisão do depositário infiel, a referida § 2º Os direitos e garantias expressos nesta
convenção, por possuir status supralegal, suspendeu a eficácia Constituição não excluem outros decorrentes do regime e
de toda legislação infraconstitucional que regia essa prisão civil, dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
tornando-a inaplicável. internacionais em que a República Federativa do Brasil
--------------------------------------------------------------------------------------- seja parte.
STF: Súmula Vinculante 25 - É ilícita a prisão civil do
§ 3º Os tratados e convenções internacionais
depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito.
sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que Casa do Congresso Nacional, em 2 (dois) turnos, por 3/5
alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência (três quintos) dos votos dos respectivos membros, serão
ou coação em sua liberdade de locomoção, por equivalentes às emendas constitucionais.
ilegalidade ou abuso de poder;
Os tratados e convenções internacionais de direitos humanos
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança que não forem aprovados de acordo com os critérios acima
para proteger direito líquido e certo, não amparado mencionados terão hierarquia supralegal, situando-se abaixo
por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável da Constituição e acima da legislação interna. Os tratados
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública internacionais que não versem sobre direito humanos terão
ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições status de leis ordinárias.
do Poder Público; § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado
impetrado por: adesão.
a) partido político com representação no Congresso
Nacional; Direitos e garantias fundamentais
b) organização sindical, entidade de classe ou STF: Súmula vinculante 25 - É ilícita a prisão civil de depositário
associação legalmente constituída e em funcionamento infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.
há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus STF: Súmula 654 - A garantia da irretroatividade da lei, prevista
membros ou associados; no art. 5º, XXXVI, da Constituição da República, não é invocável
pela entidade estatal que a tenha editado.
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção
sempre que a falta de norma regulamentadora torne STJ: Súmula 444 - É vedada a utilização de inquéritos policiais e
ações penais em curso para agravar a pena-base.
inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à STJ: Súmula 2 - Não cabe o habeas data (CF, art. 5º, LXXII,
letra "a") se não houve recusa de informações por parte da
nacionalidade, à soberania e à cidadania; autoridade administrativa.
LXXII - conceder-se-á habeas data: STJ: Súmula 419 - Descabe a prisão civil do depositário infiel.
a) para assegurar o conhecimento de informações STJ: Súmula 280 - O art. 35 do Decreto-Lei n° 7.661, de 1945,
relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros que estabelece a prisão administrativa, foi revogado pelos incisos
ou bancos de dados de entidades governamentais ou de LXI e LXVII do art. 5° da Constituição Federal de 1988.
caráter público; STJ: Súmula 403 - Independe de prova do prejuízo a
b) para a retificação de dados, quando não se indenização pela publicação não autorizada da imagem de
prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou pessoa com fins econômicos ou comerciais.
administrativo;
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para
propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e
ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
da sucumbência;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica
integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de _____________________________________
01

recursos;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro _____________________________________
02

judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo


_____________________________________
03
fixado na sentença;
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente _____________________________________
04

pobres, na forma da lei:


a) o registro civil de nascimento; _____________________________________
05

b) a certidão de óbito; _____________________________________


06

LXXVII - são gratuitas as ações de habeas


corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos _____________________________________
07

necessários ao exercício da cidadania.


_____________________________________
08

ID:
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_____________________________________
09 mercantes ou de propriedade privada, que se achem,
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em
_____________________________________
10 alto-mar.
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes
_____________________________________
11 praticados a bordo de aeronaves ou embarcações
estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas
_____________________________________
12
em pouso no território nacional ou em voo no espaço
aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial
_____________________________________
13
do Brasil.
_____________________________________
14
Lugar do crime
_____________________________________
15 Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em
que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte,
bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado. (Teoria da ubiguidade)
Decreto-Lei nº 2.848 / 1940 Extraterritorialidade
Código Penal Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora
cometidos no estrangeiro:
I - os crimes: (Extraterritorialidade incondicionada)
PARTE GERAL a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da
TÍTULO I República;
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do
Anterioridade da Lei Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de
empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina.
ou fundação instituída pelo Poder Público;
Não há pena sem prévia cominação legal.
c) contra a administração pública, por quem está a
Princípio da Reserva Legal. Dispositivo semelhante ao art. 5º,
XXXIX, CF.
seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou
domiciliado no Brasil;
II - os crimes: (Extraterritorialidade condicionada)
Lei penal no tempo
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei
a reprimir;
posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude
b) praticados por brasileiro;
dela a execução e os efeitos penais da sentença
c) praticados em aeronaves ou embarcações
condenatória. (Abolitio criminis)
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer
em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores,
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido
ainda que decididos por sentença condenatória transitada
segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou
em julgado. (Novatio legis in mellius)
condenado no estrangeiro
STF: Súmula 611 - Transitada em julgado a sentença § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei
condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei
mais benigna.
brasileira depende do concurso das seguintes
condições:
a) entrar o agente no território nacional;
Lei excepcional ou temporária b) ser o fato punível também no país em que foi
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora praticado;
decorrido o período de sua duração ou cessadas as c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a
circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato lei brasileira autoriza a extradição;
praticado durante sua vigência. d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou
não ter aí cumprido a pena;
Tempo do crime e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou,
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento por outro motivo, não estar extinta a punibilidade,
da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do segundo a lei mais favorável.
resultado. (Teoria da atividade) § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime
STF: Súmula 711 - A lei penal mais grave aplica-se ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil,
continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior se, reunidas as condições previstas no parágrafo
à cessação da continuidade ou da permanência.
anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
Territorialidade b) houve requisição do Ministro da Justiça.
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de
convenções, tratados e regras de direito internacional, ao Pena cumprida no estrangeiro
crime cometido no território nacional. (Princípio da Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a
territorialidade temperada)
pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como
diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
extensão do território nacional as embarcações e
aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do
Eficácia de sentença estrangeira
governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem
como as aeronaves e as embarcações brasileiras,

ID:
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Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação Superveniência de causa independente
da lei brasileira produz na espécie as mesmas § 1º - A superveniência de causa relativamente
consequências, pode ser homologada no Brasil para: independente exclui a imputação quando, por si só,
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto,
restituições e a outros efeitos civis; imputam-se a quem os praticou. (Teoria da causalidade
II - sujeitá-lo a medida de segurança adequada)
Parágrafo único - A homologação depende: Relevância da omissão
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o
parte interessada; omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de dever de agir incumbe a quem: (Crime omissivo impróprio ou
comissivo por omissão)
extradição com o país de cuja autoridade judiciária
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou
emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição
vigilância;
do Ministro da Justiça.
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de
Compete ao STJ processar e julgar, originariamente, a
impedir o resultado;
homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de
exequatur às cartas rogatórias. c) com seu comportamento anterior, criou o risco da
ocorrência do resultado.
Contagem de prazo
Art. 14 - Diz-se o crime:
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do
Crime consumado
prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo
I - consumado, quando nele se reúnem todos os
calendário comum. (Prazo de direito material)
elementos de sua definição legal;
Tentativa
Frações não computáveis da pena
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de
consuma por circunstâncias alheias à vontade do
liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e,
agente. (Conatus)
na pena de multa, as frações de cruzeiro.
Pena de tentativa
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário,
Legislação especial
pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se consumado, diminuída de 1/3 a 2/3 (um a dois terços).
aos fatos incriminados por lei especial, se esta não
Infrações que não admitem a tentativa:
dispuser de modo diverso.
- Contravenções penais
As regras gerais do Código Penal possuem aplicação - Crimes culposos
subsidiária em relação às leis especiais. - Crimes preterdolosos
- Crimes unissubsistentes
- Crimes omissivos próprios
TÍTULO II - Crimes condicionados
DO CRIME - Crimes habituais
De acordo com o Conceito Analítico de Crime, o delito - Crimes de atentado
constitui-se de um fato típico, ilícito e culpável.
CONCEITO TRIPARTIDO DE CRIME
 FATO TÍPICO - Conduta
Desistência voluntária e arrependimento eficaz
- Resultado Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de
- Nexo de causalidade prosseguir na execução ou impede que o resultado se
- Tipicidade
produza, só responde pelos atos já praticados
 ILÍCITO É a relação de contrariedade entre a
conduta e a norma. Essa ilicitude poderá ser Arrependimento posterior
afastada por causas excludentes de Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou
antijuridicidade, quando o agente, por grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída
exemplo, pratica o fato: a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por
-- em estado de necessidade; ato voluntário do agente, a pena será reduzida de 1/3 a
-- em legítima defesa; 2/3 (um a dois terços).
-- em estrito cumprimento de dever legal
-- em exercício regular de direito
Crime impossível
 CULPÁVEL - Imputabilidade
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por
- Potencial consciência da ilicitude
ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade
- Exigibilidade de conduta diversa
do objeto, é impossível consumar-se o crime.
STF: Súmula 145 - Não há crime, quando a preparação do
Relação de causalidade flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência STJ: Súmula 567 - Sistema de vigilância realizado por
do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna
resultado não teria ocorrido. (Teoria da equivalência dos impossível a configuração do crime de furto.
antecedentes causais – conditio sine qua non)
A teoria da equivalência dos antecedentes causais possui Art. 18 - Diz-se o crime:
extensão muito ampla, permitindo o regresso infinito das causas. Crime doloso
Para evitar a responsabilização de determinadas condutas
existentes na cadeia do regresso, deve-se buscar limites e
I - doloso, quando o agente quis o resultado (Dolo
complementos na legislação e na doutrina, como os critérios de direto) ou assumiu o risco de produzi-lo (Dolo eventual).
imputação objetiva e a análise do dolo e da culpa. Crime culposo

ID:
10
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o
por imprudência, negligência ou imperícia. fato:
Imprudência – Atitude realizada sem a devida ponderação, de I - em estado de necessidade;
forma perigosa e precipitada; II - em legítima defesa
Negligência – Ausência de precaução. Deixar de fazer algo III - em estrito cumprimento de dever legal ou no
imposto; exercício regular de direito
Imperícia – Conduta realizada com inaptidão para o exercício de Excesso punível
arte ou profissão.
Parágrafo único - O agente, em qualquer das
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso
ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, ou culposo
senão quando o pratica dolosamente.
Princípio da excepcionalidade do tipo culposo: Os tipos Estado de necessidade
penais culposos devem ser previstos de forma expressa. Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade
quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não
Agravação pelo resultado provocou por sua vontade, nem podia de outro modo
Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas
pena, só responde o agente que o houver causado ao circunstâncias, não era razoável exigir-se.
menos culposamente. § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem
tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
Erro sobre elementos do tipo § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de 1/3 a
legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por 2/3 (um a dois terços).
crime culposo, se previsto em lei.
O erro sobre elementos do tipo, conhecido como Erro de Tipo Legítima defesa
Essencial, é a representação errônea da realidade. O agente Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem,
acredita não estar presente um dos elementos essenciais que usando moderadamente dos meios necessários, repele
compõem o tipo penal. injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de
ERRO DE TIPO ESSENCIAL outrem.
Escusável ou Inevitável: Inescusável ou Evitável:
Exclui o dolo e a culpa Exclui o dolo, mas permite a Parágrafo único. Observados os requisitos
punição por crime culposo, a previstos no caput deste artigo, considera-se também em
título de culpa imprópria. legítima defesa o agente de segurança pública que
repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida
Descriminantes putativas (Erro de tipo permissivo) refém durante a prática de crimes. (2019)
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente
justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato TÍTULO III
que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há DA IMPUTABILIDADE PENAL
isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é Inimputáveis
punível como crime culposo Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença
mental ou desenvolvimento mental incompleto ou
Erro determinado por terceiro retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão,
§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato
o erro. ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
(Critério biopsicológico)
Erro sobre a pessoa (Error in persona) Redução de pena
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de 1/3 a
praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste 2/3 (um a dois terços), se o agente, em virtude de
caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento
pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. mental incompleto ou retardado não era inteiramente
capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
Erro sobre a ilicitude do fato (Erro de proibição) determinar-se de acordo com esse entendimento
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O
erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de Menores de dezoito anos
pena; se evitável, poderá diminuí-la de 1/6 a 1/3 (um Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são
sexto a um terço). penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o estabelecidas na legislação especial. (Critério biológico)
agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do
fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou Emoção e paixão
atingir essa consciência. Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:
I - a emoção ou a paixão;
Coação irresistível e obediência hierárquica Embriaguez
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool
ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ou substância de efeitos análogos
ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da § 1º - É isento de pena o agente que, por
coação ou da ordem embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou
força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão,
Exclusão de ilicitude inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento

ID:
11
§ 2º - A pena pode ser reduzida de 1/3 a 2/3 (um a _____________________________________
05

dois terços), se o agente, por embriaguez, proveniente de


caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da _____________________________________
06

ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o


caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com _____________________________________
07

esse entendimento.
EMBRIAGUEZ _____________________________________
08

VOLUNTÁRIA Imputável

(Dolosa ou Culposa)
_____________________________________
09

PREORDENADA Imputável / Agravante


• _____________________________________
10
• ACIDENTAL Completa: Inimputável
Parcial: Imputável / _____________________________________
11
Diminuição de pena
• PATOLÓGICA Comparável à doença mental, _____________________________________
12
podendo excluir a
imputabilidade. _____________________________________
13

TÍTULO IV _____________________________________
14

DO CONCURSO DE PESSOAS
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o _____________________________________
15

crime incide nas penas a este cominadas, na medida de


sua culpabilidade.
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a
pena pode ser diminuída de 1/6 a 1/3 (um sexto a um Decreto-Lei nº 3.689 / 1941
terço). Código de Processo Penal
A minorante de 1/6 a 1/3 aplica-se somente ao partícipe, que
não realiza diretamente a conduta típica nem possui o domínio
final do fato. O partícipe concorre para o crime induzindo,
instigando ou auxiliando o autor. TÍTULO II
DO INQUÉRITO POLICIAL
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de
crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa Inquérito policial “é um procedimento preparatório da ação penal,
pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido de caráter administrativo, conduzido pela polícia judiciária e
voltado à colheita preliminar de provas para apurar a prática de
previsível o resultado mais grave. (Cooperação dolosamente
distinta)
uma infração penal e sua autoria. Seu objetivo precípuo é a
formação da convicção do Ministério Público, mas também a
colheita de provas urgentes, que podem desaparecer, após o
Circunstâncias incomunicáveis cometimento do crime”.
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as (Guilherme de Souza Nucci, 2008, p. 143)

condições de caráter pessoal, salvo quando elementares Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas
do crime. autoridades policiais no território de suas respectivas
ELEMENTARES - essentialia delicti: Constituem o tipo circunscrições e terá por fim a apuração das infrações
penal, os elementos constitutivos do crime. São comunicáveis. penais e da sua autoria.
CIRCUNSTÂNCIAS - accidentalia delicti: são acessórios ao Parágrafo único. A competência definida neste
crime, dispensáveis para a configuração da figura típica. artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a
-- Objetivas: São comunicáveis, quando houver quem por lei seja cometida a mesma função.
conhecimento do outro agente
-- Subjetivas: São incomunicáveis, exceto quando Polícia Judiciária: Possui caráter repressivo, atuando após a
elementares e de conhecimento do outro agente. prática da infração penal. Polícia Civil (âmbito estadual), Polícia
Federal (âmbito federal)
Polícia Administrativa: Possui caráter preventivo ou ostensivo,
Casos de impunibilidade busca evitar a prática de infrações penais. Polícia Militar
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o
auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são
puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito
tentado. policial será iniciado:
I - de ofício;
II – mediante requisição da autoridade judiciária
ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido
ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá
sempre que possível:
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais
característicos e as razões de convicção ou de presunção
de ser ele o autor da infração, ou os motivos de
01 _____________________________________ impossibilidade de o fazer;
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de
02 _____________________________________ sua profissão e residência.
03 _____________________________________ § 2o Do despacho que indeferir o requerimento de
abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de
04 _____________________________________ Polícia.

ID:
12
§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois
conhecimento da existência de infração penal em que do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que
caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, contribuírem para a apreciação do seu temperamento e
comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a caráter.
procedência das informações, mandará instaurar X - colher informações sobre a existência de filhos,
inquérito. respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o
STF: Nada impede a deflagração da persecução penal pela nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados
chamada ‘denúncia anônima’, desde que esta seja seguida de dos filhos, indicado pela pessoa presa. (2016)
diligências realizadas para averiguar os fatos nela noticiados.
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a
pública depender de representação, não poderá sem infração sido praticada de determinado modo, a
ela ser iniciado. autoridade policial poderá proceder à reprodução
§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a
policial somente poderá proceder a inquérito a moralidade ou a ordem pública.
requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
Art. 8o Havendo prisão em flagrante, será
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL: observado o disposto no Capítulo II do Título IX deste
- Administrativo: É uma fase pré-processual, possui caráter
Livro.
administrativo
- Sigiloso: Não haverá publicidade do inquérito, protegendo-se a
intimidade do investigado. Contudo, não será sigiloso para o juiz, Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão,
Ministério Público e advogado. num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas
- Escrito: Todo o procedimento deve ser escrito e os atos orais e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
reduzidos a termo.
- Inquisitivo: Não há contraditório nem ampla defesa na fase Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10
inquisitorial, uma vez que o inquérito possui natureza pré- (dez) dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou
processual, não havendo acusação ainda.
estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta
- Indisponível: A autoridade policial, após instaurar o inquérito,
não poderá proceder o seu arquivamento, atribuição exclusiva do hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de
Poder Judiciário, após o requerimento do titular da ação penal. prisão, ou no prazo de 30 (trinta) dias, quando estiver
- Discricionário na condução: Não há padrão pré-estabelecido solto, mediante fiança ou sem ela.
para a condução do inquérito. Assim, a autoridade responsável STF: Salvo quando o investigado se encontrar preso
poderá praticar as diligências da maneira que considerar mais cautelarmente, a inobservância dos lapsos temporais
frutíferas. estabelecidos para a conclusão de inquéritos policiais ou
- Dispensabilidade: O inquérito policial será dispensável quando investigações deflagradas no âmbito do Ministério Público não
o titular da ação já possuir elementos suficientes para o possui repercussão prática, já que se cuidam de prazos
oferecimento da ação penal. impróprios.
- Oficiosidade: Incumbe à autoridade policial o dever de
proceder a apuração dos delitos de ofício, nos crimes cuja ação § 1o A autoridade fará minucioso relatório do que
penal seja pública incondicionada. tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente.
- Oficialidade: É o órgão oficial do Estado (Polícia Judiciária) § 2o No relatório poderá a autoridade indicar
que deverá presidir o inquérito policial. testemunhas que não tiverem sido inquiridas,
- Inexistência de nulidades: Por ser um procedimento mencionando o lugar onde possam ser encontradas.
meramente informativo, é incabível a anulação de processo penal § 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o
em razão de suposta irregularidade em inquérito policial. Os
vícios ocorridos durante a fase pré-processual não afetarão a
indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao
ação penal. juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências,
que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os
infração penal, a autoridade policial deverá: objetos que interessarem à prova, acompanharão os
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não autos do inquérito.
se alterem o estado e conservação das coisas, até a
chegada dos peritos criminais; Art. 12. O inquérito policial acompanhará a
II - apreender os objetos que tiverem relação com o denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma
fato, após liberados pelos peritos criminais; ou outra.
III - colher todas as provas que servirem para o
esclarecimento do fato e suas circunstâncias; Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:
IV - ouvir o ofendido; I - fornecer às autoridades judiciárias as
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for informações necessárias à instrução e julgamento dos
aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste processos;
Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou
testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura; pelo Ministério Público;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e III - cumprir os mandados de prisão expedidos
coisas e a acareações; pelas autoridades judiciárias;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a IV - representar acerca da prisão preventiva.
exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts.
processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do
autos sua folha de antecedentes; Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de
ponto de vista individual, familiar e social, sua condição 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o membro

ID:
13
do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá VI - polícias penais federal, estaduais e distrital.
requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de
empresas da iniciativa privada, dados e informações CP
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o
cadastrais da vítima ou de suspeitos. (2016)
fato:
Parágrafo único. A requisição, que será atendida I - em estado de necessidade;
no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá: (2016) II - em legítima defesa;
I - o nome da autoridade requisitante; (2016) III - em estrito cumprimento de dever legal ou no
II - o número do inquérito policial; e (2016) exercício regular de direito.
III - a identificação da unidade de polícia judiciária Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses
deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
responsável pela investigação. (2016)
§ 1º Para os casos previstos no caput deste
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à artigo, o investigado deverá ser citado da instauração
repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, do procedimento investigatório, podendo constituir
o membro do Ministério Público ou o delegado de defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a
polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, contar do recebimento da citação. (2019)
às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações § 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo
e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os com ausência de nomeação de defensor pelo investigado,
meios técnicos adequados – como sinais, informações e a autoridade responsável pela investigação deverá intimar
outros – que permitam a localização da vítima ou dos a instituição a que estava vinculado o investigado à época
suspeitos do delito em curso. (2016) da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48
§ 1o Para os efeitos deste artigo, sinal significa (quarenta e oito) horas, indique defensor para a
posicionamento da estação de cobertura, setorização e representação do investigado. (2019)
intensidade de radiofrequência. (2016) § 3º (VETADO). (2019)
§ 2o Na hipótese de que trata o caput, o sinal: (2016) § 4º (VETADO). (2019)
I - não permitirá acesso ao conteúdo da § 5º (VETADO). (2019)
comunicação de qualquer natureza, que dependerá de § 6º As disposições constantes deste artigo se
autorização judicial, conforme disposto em lei; (2016) aplicam aos servidores militares vinculados às
II - deverá ser fornecido pela prestadora de instituições dispostas no art. 142 da Constituição
telefonia móvel celular por período não superior a 30 Federal, desde que os fatos investigados digam respeito a
(trinta) dias, renovável por uma única vez, por igual missões para a Garantia da Lei e da Ordem. (2019)
período; (2016)
III - para períodos superiores àquele de que trata o Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á
inciso II, será necessária a apresentação de ordem nomeado curador pela autoridade policial.
judicial. (2016) - Dispositivo tacitamente revogado.
§ 3o Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito
policial deverá ser instaurado no prazo máximo de 72 Art. 16. O Ministério Público não poderá
(setenta e duas) horas, contado do registro da respectiva requerer a devolução do inquérito à autoridade
ocorrência policial. (2016) policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao
§ 4o Não havendo manifestação judicial no prazo oferecimento da denúncia.
de 12 (doze) horas, a autoridade competente requisitará
às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar
e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os arquivar autos de inquérito.
meios técnicos adequados – como sinais, informações e STF: O sistema processual penal brasileiro não prevê a figura do
outros – que permitam a localização da vítima ou dos arquivamento implícito de inquérito policial.
suspeitos do delito em curso, com imediata comunicação STF: Súmula 524 - Arquivado o Inquérito Policial, por despacho
ao juiz. (2016) do Juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação
penal ser iniciada, sem novas provas.
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o
indiciado poderão requerer qualquer diligência, que Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do
será realizada, ou não, a juízo da autoridade. inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para
a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas
Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
às instituições dispostas no art. 144 da Constituição
Federal figurarem como investigados em inquéritos Art. 19. Nos crimes em que não couber ação
policiais, inquéritos policiais militares e demais pública, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo
procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou
investigação de fatos relacionados ao uso da força letal de seu representante legal, ou serão entregues ao
praticados no exercício profissional, de forma consumada requerente, se o pedir, mediante traslado.
ou tentada, incluindo as situações dispostas no art. 23 do
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o
Penal), o indiciado poderá constituir defensor. (2019) sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo
CF /1988 interesse da sociedade.
Art. 144. (...) Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes
I - polícia federal; que lhe forem solicitados, a autoridade policial não poderá
II - polícia rodoviária federal; mencionar quaisquer anotações referentes a instauração
III - polícia ferroviária federal; de inquérito contra os requerentes.
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.

ID:
14
STF: Súmula Vinculante 14 - É direito do defensor, no interesse _____________________________________
14

do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que,


já documentados em procedimento investigatório realizado por _____________________________________
15
órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao
exercício do direito de defesa.

Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado Lei nº 12.850 / 2013


dependerá sempre de despacho nos autos e somente Crime Organizado
será permitida quando o interesse da sociedade ou a
conveniência da investigação o exigir.
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não Define organização criminosa e dispõe sobre a
excederá de três dias, será decretada por despacho investigação criminal, os meios de obtenção da prova,
fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade infrações penais correlatas e o procedimento criminal;
policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em altera o Decreto-Lei no2.848, de 7 de dezembro de 1940
qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do (Código Penal); revoga a Lei no 9.034, de 3 de maio de
Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n. 4.215, 1995; e dá outras providências.
de 27 de abril de 1963)
Artigo não recepcionado pela CF/88 CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em Art. 1o Esta Lei define organização criminosa e
que houver mais de uma circunscrição policial, a dispõe sobre a investigação criminal, os meios de
autoridade com exercício em uma delas poderá, nos obtenção da prova, infrações penais correlatas e o
inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências procedimento criminal a ser aplicado.
em circunscrição de outra, independentemente de § 1o Considera-se organização criminosa a
precatórias ou requisições, e bem assim providenciará, associação de 4 (quatro) ou mais pessoas
até que compareça a autoridade competente, sobre estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de
qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter,
circunscrição. direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza,
mediante a prática de infrações penais cujas penas
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que
ao juiz competente, a autoridade policial oficiará ao sejam de caráter transnacional.
Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição § 2o Esta Lei se aplica também:
congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido I - às infrações penais previstas em tratado ou
distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à convenção internacional quando, iniciada a execução
pessoa do indiciado. no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no
estrangeiro, ou reciprocamente;
II - às organizações terroristas, entendidas como
aquelas voltadas para a prática dos atos de terrorismo
legalmente definidos. (2016)
Deve-se atentar para a diferença entre a Organização Criminosa
e a Associação Criminosa (Prevista no art. 288 do Código Penal).
A associação Criminosa é composta por 3 (três) ou mais
pessoas,
com o fim específico de cometer crimes.
A organização criminosa, por sua vez, exige a participação de 4
_____________________________________
01
(quatro) ou mais pessoas, além das seguintes características:
ordenamento estrutural, divisão de tarefas, com objetivo de obter,
_____________________________________
02
direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza,
mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas
_____________________________________
03
sejam superiores a 4 anos ou possuam caráter transnacional.

_____________________________________
04
Art. 2o Promover, constituir, financiar ou
_____________________________________
05 integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa,
organização criminosa:
_____________________________________
06 Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa,
sem prejuízo das penas correspondentes às demais
_____________________________________
07
infrações penais praticadas.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem impede ou,
_____________________________________
08
de qualquer forma, embaraça a investigação de infração
penal que envolva organização criminosa.
_____________________________________
09
§ 2o As penas aumentam-se até a metade se na
_____________________________________
10
atuação da organização criminosa houver emprego de
arma de fogo.
_____________________________________
11 § 3o A pena é agravada para quem exerce o
comando, individual ou coletivo, da organização
_____________________________________
12 criminosa, ainda que não pratique pessoalmente atos de
execução.
_____________________________________
13

ID:
15
§ 4o A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 técnicos especializados, aquisição ou locação de
(dois terços): equipamentos destinados à polícia judiciária para o
I - se há participação de criança ou adolescente; rastreamento e obtenção de provas previstas nos incisos
II - se há concurso de funcionário público, valendo- II e V.
se a organização criminosa dessa condição para a prática § 2o No caso do § 1o, fica dispensada a publicação
de infração penal; de que trata o parágrafo único do art. 61 da Lei nº 8.666,
III - se o produto ou proveito da infração penal de 21 de junho de 1993, devendo ser comunicado o órgão
destinar-se, no todo ou em parte, ao exterior; de controle interno da realização da contratação.
IV - se a organização criminosa mantém conexão
com outras organizações criminosas independentes; Seção I
V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a Da Colaboração Premiada
transnacionalidade da organização.
Art. 3º-A. O acordo de colaboração premiada é
§ 5o Se houver indícios suficientes de que o
negócio jurídico processual e meio de obtenção de
funcionário público integra organização criminosa,
prova, que pressupõe utilidade e interesse públicos.
poderá o juiz determinar seu afastamento cautelar do (2019)
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração,
quando a medida se fizer necessária à investigação ou Art. 3º-B. O recebimento da proposta para
instrução processual. formalização de acordo de colaboração demarca o início
§ 6o A condenação com trânsito em julgado das negociações e constitui também marco de
acarretará ao funcionário público a perda do cargo, confidencialidade, configurando violação de sigilo e
função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para quebra da confiança e da boa-fé a divulgação de tais
o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 tratativas iniciais ou de documento que as formalize, até o
(oito) anos subsequentes ao cumprimento da pena. levantamento de sigilo por decisão judicial. (2019)
§ 7o Se houver indícios de participação de policial § 1º A proposta de acordo de colaboração
nos crimes de que trata esta Lei, a Corregedoria de premiada poderá ser sumariamente indeferida, com a
Polícia instaurará inquérito policial e comunicará ao devida justificativa, cientificando-se o interessado. (2019)
Ministério Público, que designará membro para § 2º Caso não haja indeferimento sumário, as
acompanhar o feito até a sua conclusão. partes deverão firmar Termo de Confidencialidade para
§ 8º As lideranças de organizações criminosas prosseguimento das tratativas, o que vinculará os órgãos
armadas ou que tenham armas à disposição deverão envolvidos na negociação e impedirá o indeferimento
iniciar o cumprimento da pena em estabelecimentos posterior sem justa causa. (2019)
penais de segurança máxima. (2019) § 3º O recebimento de proposta de colaboração
§ 9º O condenado expressamente em sentença para análise ou o Termo de Confidencialidade não
por integrar organização criminosa ou por crime praticado implica, por si só, a suspensão da investigação,
por meio de organização criminosa não poderá progredir ressalvado acordo em contrário quanto à propositura de
de regime de cumprimento de pena ou obter medidas processuais penais cautelares e assecuratórias,
livramento condicional ou outros benefícios prisionais bem como medidas processuais cíveis admitidas pela
se houver elementos probatórios que indiquem a legislação processual civil em vigor. (2019)
manutenção do vínculo associativo. (2019) § 4º O acordo de colaboração premiada poderá
ser precedido de instrução, quando houver necessidade
CAPÍTULO II de identificação ou complementação de seu objeto, dos
DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS DE OBTENÇÃO DA fatos narrados, sua definição jurídica, relevância, utilidade
PROVA e interesse público. (2019)
Art. 3o Em qualquer fase da persecução penal, § 5º Os termos de recebimento de proposta de
serão permitidos, sem prejuízo de outros já previstos em colaboração e de confidencialidade serão elaborados pelo
lei, os seguintes meios de obtenção da prova: celebrante e assinados por ele, pelo colaborador e pelo
I - colaboração premiada; advogado ou defensor público com poderes específicos.
II - captação ambiental de sinais eletromagnéticos, (2019)
ópticos ou acústicos; § 6º Na hipótese de não ser celebrado o acordo
III - ação controlada; por iniciativa do celebrante, esse não poderá se valer
IV - acesso a registros de ligações telefônicas e de nenhuma das informações ou provas apresentadas
telemáticas, a dados cadastrais constantes de bancos de pelo colaborador, de boa-fé, para qualquer outra
dados públicos ou privados e a informações eleitorais ou finalidade. (2019)
comerciais;
V - interceptação de comunicações telefônicas e Art. 3º-C. A proposta de colaboração premiada
telemáticas, nos termos da legislação específica; deve estar instruída com procuração do interessado com
VI - afastamento dos sigilos financeiro, bancário e poderes específicos para iniciar o procedimento de
fiscal, nos termos da legislação específica; colaboração e suas tratativas, ou firmada pessoalmente
VII - infiltração, por policiais, em atividade de pela parte que pretende a colaboração e seu advogado ou
investigação, na forma do art. 11; defensor público. (2019)
VIII - cooperação entre instituições e órgãos § 1º Nenhuma tratativa sobre colaboração
federais, distritais, estaduais e municipais na busca de premiada deve ser realizada sem a presença de
provas e informações de interesse da investigação ou da advogado constituído ou defensor público. (2019)
instrução criminal. § 2º Em caso de eventual conflito de interesses, ou
de colaborador hipossuficiente, o celebrante deverá
§ 1o Havendo necessidade justificada de manter
solicitar a presença de outro advogado ou a participação
sigilo sobre a capacidade investigatória, poderá ser
de defensor público. (2019)
dispensada licitação para contratação de serviços

ID:
16
§ 3º No acordo de colaboração premiada, o Ministério Público, ou, conforme o caso, entre o
colaborador deve narrar todos os fatos ilícitos para os Ministério Público e o investigado ou acusado e seu
quais concorreu e que tenham relação direta com os fatos defensor.
investigados. (2019) § 7º Realizado o acordo na forma do § 6º deste
§ 4º Incumbe à defesa instruir a proposta de artigo, serão remetidos ao juiz, para análise, o respectivo
colaboração e os anexos com os fatos adequadamente termo, as declarações do colaborador e cópia da
descritos, com todas as suas circunstâncias, indicando as investigação, devendo o juiz ouvir sigilosamente o
provas e os elementos de corroboração. (2019) colaborador, acompanhado de seu defensor,
oportunidade em que analisará os seguintes aspectos na
Art. 4o O juiz poderá, a requerimento das partes, homologação: (2019)
conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois I - regularidade e legalidade; (2019)
terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la por II - adequação dos benefícios pactuados àqueles
restritiva de direitos daquele que tenha colaborado previstos no caput e nos §§ 4º e 5º deste artigo, sendo
efetiva e voluntariamente com a investigação e com o nulas as cláusulas que violem o critério de definição do
processo criminal, desde que dessa colaboração advenha regime inicial de cumprimento de pena do art. 33 do
um ou mais dos seguintes resultados: Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
I - a identificação dos demais coautores e Penal), as regras de cada um dos regimes previstos no
partícipes da organização criminosa e das infrações Código Penal e na Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984
penais por eles praticadas; (Lei de Execução Penal) e os requisitos de progressão de
II - a revelação da estrutura hierárquica e da regime não abrangidos pelo § 5º deste artigo; (2019)
divisão de tarefas da organização criminosa; III - adequação dos resultados da colaboração aos
III - a prevenção de infrações penais decorrentes resultados mínimos exigidos nos incisos I, II, III, IV e V
das atividades da organização criminosa; do caput deste artigo; (2019)
IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do IV - voluntariedade da manifestação de vontade,
proveito das infrações penais praticadas pela organização especialmente nos casos em que o colaborador está ou
criminosa; esteve sob efeito de medidas cautelares. (2019)
V - a localização de eventual vítima com a sua § 7º-A O juiz ou o tribunal deve proceder à
integridade física preservada. análise fundamentada do mérito da denúncia, do perdão
§ 1o Em qualquer caso, a concessão do benefício judicial e das primeiras etapas de aplicação da pena,
levará em conta a personalidade do colaborador, a nos termos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão 1940 (Código Penal) e do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de
social do fato criminoso e a eficácia da colaboração. outubro de 1941 (Código de Processo Penal), antes de
§ 2o Considerando a relevância da colaboração conceder os benefícios pactuados, exceto quando o
prestada, o Ministério Público, a qualquer tempo, e o acordo prever o não oferecimento da denúncia na forma
delegado de polícia, nos autos do inquérito policial, com a dos §§ 4º e 4º-A deste artigo ou já tiver sido proferida
manifestação do Ministério Público, poderão requerer ou sentença. (2019)
representar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao § 7º-B. São nulas de pleno direito as previsões
colaborador, ainda que esse benefício não tenha sido de renúncia ao direito de impugnar a decisão
previsto na proposta inicial, aplicando-se, no que couber, homologatória. (2019)
o art. 28 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 § 8º O juiz poderá recusar a homologação da
(Código de Processo Penal). proposta que não atender aos requisitos legais,
§ 3o O prazo para oferecimento de denúncia ou o devolvendo-a às partes para as adequações necessárias.
processo, relativos ao colaborador, poderá ser suspenso (2019)
por até 6 (seis) meses, prorrogáveis por igual período, até § 9o Depois de homologado o acordo, o
que sejam cumpridas as medidas de colaboração, colaborador poderá, sempre acompanhado pelo seu
suspendendo-se o respectivo prazo prescricional. defensor, ser ouvido pelo membro do Ministério Público
§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput deste artigo, ou pelo delegado de polícia responsável pelas
o Ministério Público poderá deixar de oferecer investigações.
denúncia se a proposta de acordo de colaboração § 10. As partes podem retratar-se da proposta,
referir-se a infração de cuja existência não tenha caso em que as provas autoincriminatórias produzidas
prévio conhecimento e o colaborador: (2019) pelo colaborador não poderão ser utilizadas
I - não for o líder da organização criminosa; exclusivamente em seu desfavor.
II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos § 10-A Em todas as fases do processo, deve-se
termos deste artigo. garantir ao réu delatado a oportunidade de manifestar-se
§ 4º-A. Considera-se existente o conhecimento após o decurso do prazo concedido ao réu que o
prévio da infração quando o Ministério Público ou a delatou. (2019)
autoridade policial competente tenha instaurado § 11. A sentença apreciará os termos do acordo
inquérito ou procedimento investigatório para homologado e sua eficácia.
apuração dos fatos apresentados pelo colaborador. (2019) § 12. Ainda que beneficiado por perdão judicial ou
§ 5o Se a colaboração for posterior à sentença, a não denunciado, o colaborador poderá ser ouvido em
pena poderá ser reduzida até a metade ou será admitida juízo a requerimento das partes ou por iniciativa da
a progressão de regime ainda que ausentes os requisitos autoridade judicial.
objetivos. § 13. O registro das tratativas e dos atos de
§ 6o O juiz não participará das negociações colaboração deverá ser feito pelos meios ou recursos de
realizadas entre as partes para a formalização do acordo gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica
de colaboração, que ocorrerá entre o delegado de polícia, similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior
o investigado e o defensor, com a manifestação do fidelidade das informações, garantindo-se a

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17
disponibilização de cópia do material ao colaborador. autorização judicial, ressalvados os referentes às
(2019) diligências em andamento.
§ 14. Nos depoimentos que prestar, o § 3º O acordo de colaboração premiada e os
colaborador renunciará, na presença de seu defensor, depoimentos do colaborador serão mantidos em sigilo
ao direito ao silêncio e estará sujeito ao compromisso até o recebimento da denúncia ou da queixa-crime,
legal de dizer a verdade. sendo vedado ao magistrado decidir por sua publicidade
§ 15. Em todos os atos de negociação, em qualquer hipótese. (2019)
confirmação e execução da colaboração, o colaborador DELAÇÃO PREMIADA E SIGILO.
deverá estar assistido por defensor. O sigilo sobre o conteúdo de colaboração premiada deve
§ 16. Nenhuma das seguintes medidas será perdurar, no máximo, até o recebimento da denúncia.
Inq 4435 AgR/DF, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 12.9.2017. Informativo
decretada ou proferida com fundamento apenas nas STF 877.
declarações do colaborador: (2019) ---------------------------------------------------------------------------------------
I - medidas cautelares reais ou pessoais; COLABORAÇÃO PREMIADA. ENCONTRO FORTUITO DE
II - recebimento de denúncia ou queixa-crime; PROVAS. AUTORIDADE COM PRERROGATIVA DE FORO.
III - sentença condenatória. COMPETÊNCIA PARA HOMOLOGAÇÃO DO ACORDO.
§ 17. O acordo homologado poderá ser rescindido TEORIA DO JUIZ APARENTE.
em caso de omissão dolosa sobre os fatos objeto da A homologação de acordo de colaboração premiada por juiz de
primeiro grau de jurisdição, que mencione autoridade com
colaboração. (2019) prerrogativa de foro no STJ, não traduz em usurpação de
§ 18. O acordo de colaboração premiada competência desta Corte Superior.
pressupõe que o colaborador cesse o envolvimento em Rcl 31.629-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 20/09/2017
conduta ilícita relacionada ao objeto da colaboração, sob
pena de rescisão. (2019) Seção II
Da Ação Controlada
Art. 5o São direitos do colaborador: Art. 8o Consiste a ação controlada em retardar a
I - usufruir das medidas de proteção previstas na intervenção policial ou administrativa relativa à ação
legislação específica; praticada por organização criminosa ou a ela vinculada,
II - ter nome, qualificação, imagem e demais desde que mantida sob observação e acompanhamento
informações pessoais preservados; para que a medida legal se concretize no momento
III - ser conduzido, em juízo, separadamente dos mais eficaz à formação de provas e obtenção de
demais coautores e partícipes; informações.
IV - participar das audiências sem contato visual § 1o O retardamento da intervenção policial ou
com os outros acusados; administrativa será previamente comunicado ao juiz
V - não ter sua identidade revelada pelos meios de competente que, se for o caso, estabelecerá os seus
comunicação, nem ser fotografado ou filmado, sem sua limites e comunicará ao Ministério Público.
prévia autorização por escrito; § 2o A comunicação será sigilosamente distribuída
VI - cumprir pena ou prisão cautelar em de forma a não conter informações que possam indicar a
estabelecimento penal diverso dos demais corréus ou operação a ser efetuada.
condenados. (2019) § 3o Até o encerramento da diligência, o acesso
aos autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao
Art. 6o O termo de acordo da colaboração delegado de polícia, como forma de garantir o êxito das
premiada deverá ser feito por escrito e conter: investigações.
I - o relato da colaboração e seus possíveis § 4o Ao término da diligência, elaborar-se-á auto
resultados; circunstanciado acerca da ação controlada.
II - as condições da proposta do Ministério Público
ou do delegado de polícia; Art. 9o Se a ação controlada envolver transposição
III - a declaração de aceitação do colaborador e de de fronteiras, o retardamento da intervenção policial ou
seu defensor; administrativa somente poderá ocorrer com a
IV - as assinaturas do representante do Ministério cooperação das autoridades dos países que figurem
Público ou do delegado de polícia, do colaborador e de como provável itinerário ou destino do investigado, de
seu defensor; modo a reduzir os riscos de fuga e extravio do produto,
V - a especificação das medidas de proteção ao objeto, instrumento ou proveito do crime.
colaborador e à sua família, quando necessário.
Seção III
Art. 7o O pedido de homologação do acordo será Da Infiltração de Agentes
sigilosamente distribuído, contendo apenas informações Art. 10. A infiltração de agentes de polícia em
que não possam identificar o colaborador e o seu objeto. tarefas de investigação, representada pelo delegado de
§ 1o As informações pormenorizadas da polícia ou requerida pelo Ministério Público, após
colaboração serão dirigidas diretamente ao juiz a que manifestação técnica do delegado de polícia quando
recair a distribuição, que decidirá no prazo de 48 solicitada no curso de inquérito policial, será precedida de
(quarenta e oito) horas. circunstanciada, motivada e sigilosa autorização judicial,
§ 2o O acesso aos autos será restrito ao juiz, ao que estabelecerá seus limites.
Ministério Público e ao delegado de polícia, como forma § 1o Na hipótese de representação do delegado de
de garantir o êxito das investigações, assegurando-se ao polícia, o juiz competente, antes de decidir, ouvirá o
defensor, no interesse do representado, amplo acesso Ministério Público.
aos elementos de prova que digam respeito ao exercício § 2o Será admitida a infiltração se houver indícios
do direito de defesa, devidamente precedido de de infração penal de que trata o art. 1o e se a prova não
puder ser produzida por outros meios disponíveis.

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§ 3o A infiltração será autorizada pelo prazo de até colher indícios de autoria e materialidade dos crimes
6 (seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações, previstos no art. 1º desta Lei. (2019)
desde que comprovada sua necessidade. Parágrafo único. O agente policial infiltrado que
§ 4o Findo o prazo previsto no § 3o, o relatório deixar de observar a estrita finalidade da investigação
circunstanciado será apresentado ao juiz competente, que responderá pelos excessos praticados. (2019)
imediatamente cientificará o Ministério Público.
§ 5o No curso do inquérito policial, o delegado de Art. 10-D. Concluída a investigação, todos os atos
polícia poderá determinar aos seus agentes, e o Ministério eletrônicos praticados durante a operação deverão ser
Público poderá requisitar, a qualquer tempo, relatório da registrados, gravados, armazenados e encaminhados ao
atividade de infiltração. juiz e ao Ministério Público, juntamente com relatório
circunstanciado. (2019)
Art. 10-A. Será admitida a ação de agentes de Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados
polícia infiltrados virtuais, obedecidos os requisitos citados no caput deste artigo serão reunidos em autos
do caput do art. 10, na internet, com o fim de investigar apartados e apensados ao processo criminal
os crimes previstos nesta Lei e a eles conexos, praticados juntamente com o inquérito policial, assegurando-se a
por organizações criminosas, desde que demonstrada sua preservação da identidade do agente policial infiltrado e a
necessidade e indicados o alcance das tarefas dos intimidade dos envolvidos. (2019)
policiais, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas
e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais Art. 11. O requerimento do Ministério Público ou a
que permitam a identificação dessas pessoas. (2019) representação do delegado de polícia para a infiltração de
§ 1º Para efeitos do disposto nesta Lei, agentes conterão a demonstração da necessidade da
consideram-se: medida, o alcance das tarefas dos agentes e, quando
I - dados de conexão: informações referentes a possível, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas
hora, data, início, término, duração, endereço de e o local da infiltração.
Protocolo de Internet (IP) utilizado e terminal de origem da Parágrafo único. Os órgãos de registro e cadastro
conexão; (2019) público poderão incluir nos bancos de dados próprios,
II - dados cadastrais: informações referentes a mediante procedimento sigiloso e requisição da
nome e endereço de assinante ou de usuário registrado autoridade judicial, as informações necessárias à
ou autenticado para a conexão a quem endereço de IP, efetividade da identidade fictícia criada, nos casos de
identificação de usuário ou código de acesso tenha sido infiltração de agentes na internet. (2019)
atribuído no momento da conexão. (2019)
§ 2º Na hipótese de representação do delegado de
Art. 12. O pedido de infiltração será sigilosamente
polícia, o juiz competente, antes de decidir, ouvirá o
distribuído, de forma a não conter informações que
Ministério Público. (2019)
possam indicar a operação a ser efetivada ou identificar o
§ 3º Será admitida a infiltração se houver indícios
agente que será infiltrado.
de infração penal de que trata o art. 1º desta Lei e se as
§ 1o As informações quanto à necessidade da
provas não puderem ser produzidas por outros meios
operação de infiltração serão dirigidas diretamente ao juiz
disponíveis. (2019)
competente, que decidirá no prazo de 24 (vinte e quatro)
§ 4º A infiltração será autorizada pelo prazo de até
horas, após manifestação do Ministério Público na
6 (seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações,
hipótese de representação do delegado de polícia,
mediante ordem judicial fundamentada e desde que o
devendo-se adotar as medidas necessárias para o êxito
total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja
das investigações e a segurança do agente infiltrado.
comprovada sua necessidade. (2019)
§ 2o Os autos contendo as informações da
§ 5º Findo o prazo previsto no § 4º deste artigo, o
operação de infiltração acompanharão a denúncia do
relatório circunstanciado, juntamente com todos os atos
Ministério Público, quando serão disponibilizados à
eletrônicos praticados durante a operação, deverão ser
defesa, assegurando-se a preservação da identidade do
registrados, gravados, armazenados e apresentados ao
agente.
juiz competente, que imediatamente cientificará o
§ 3o Havendo indícios seguros de que o agente
Ministério Público. (2019)
infiltrado sofre risco iminente, a operação será sustada
§ 6º No curso do inquérito policial, o delegado de
mediante requisição do Ministério Público ou pelo
polícia poderá determinar aos seus agentes, e o Ministério
delegado de polícia, dando-se imediata ciência ao
Público e o juiz competente poderão requisitar, a qualquer
Ministério Público e à autoridade judicial.
tempo, relatório da atividade de infiltração. (2019)
§ 7º É nula a prova obtida sem a observância
Art. 13. O agente que não guardar, em sua
do disposto neste artigo. (2019)
atuação, a devida proporcionalidade com a finalidade da
investigação, responderá pelos excessos praticados.
Art. 10-B. As informações da operação de
Parágrafo único. Não é punível, no âmbito da
infiltração serão encaminhadas diretamente ao juiz
infiltração, a prática de crime pelo agente infiltrado no
responsável pela autorização da medida, que zelará por
curso da investigação, quando inexigível conduta diversa.
seu sigilo. (2019)
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação,
Art. 14. São direitos do agente:
o acesso aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério
I - recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada;
Público e ao delegado de polícia responsável pela
II - ter sua identidade alterada, aplicando-se, no
operação, com o objetivo de garantir o sigilo das
que couber, o disposto no art. 9o da Lei no 9.807, de 13 de
investigações. (2019)
julho de 1999, bem como usufruir das medidas de
proteção a testemunhas;
Art. 10-C. Não comete crime o policial que
oculta a sua identidade para, por meio da internet,

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19
III - ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal),
sua voz e demais informações pessoais preservadas observado o disposto no parágrafo único deste artigo.
durante a investigação e o processo criminal, salvo se Parágrafo único. A instrução criminal deverá ser
houver decisão judicial em contrário; encerrada em prazo razoável, o qual não poderá exceder
IV - não ter sua identidade revelada, nem ser a 120 (cento e vinte) dias quando o réu estiver preso,
fotografado ou filmado pelos meios de comunicação, sem prorrogáveis em até igual período, por decisão
sua prévia autorização por escrito. fundamentada, devidamente motivada pela complexidade
da causa ou por fato procrastinatório atribuível ao réu.
Seção IV
Do Acesso a Registros, Dados Cadastrais, Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser
Documentos e Informações decretado pela autoridade judicial competente, para
Art. 15. O delegado de polícia e o Ministério garantia da celeridade e da eficácia das diligências
Público terão acesso, independentemente de autorização investigatórias, assegurando-se ao defensor, no
judicial, apenas aos dados cadastrais do investigado que interesse do representado, amplo acesso aos elementos
informem exclusivamente a qualificação pessoal, a filiação de prova que digam respeito ao exercício do direito de
e o endereço mantidos pela Justiça Eleitoral, empresas defesa, devidamente precedido de autorização judicial,
telefônicas, instituições financeiras, provedores de internet ressalvados os referentes às diligências em andamento.
e administradoras de cartão de crédito. Parágrafo único. Determinado o depoimento do
investigado, seu defensor terá assegurada a prévia vista
Art. 16. As empresas de transporte possibilitarão, dos autos, ainda que classificados como sigilosos, no
pelo prazo de 5 (cinco) anos, acesso direto e permanente prazo mínimo de 3 (três) dias que antecedem ao ato,
do juiz, do Ministério Público ou do delegado de polícia podendo ser ampliado, a critério da autoridade
aos bancos de dados de reservas e registro de viagens. responsável pela investigação.

Art. 17. As concessionárias de telefonia fixa ou Art. 24. O art. 288 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
móvel manterão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, à dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a
disposição das autoridades mencionadas no art. 15, seguinte redação:
registros de identificação dos números dos terminais de “Associação Criminosa
origem e de destino das ligações telefônicas Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o
internacionais, interurbanas e locais. fim específico de cometer crimes:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Seção V Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a
Dos Crimes Ocorridos na Investigação e na Obtenção associação é armada ou se houver a participação de
da Prova criança ou adolescente.
Art. 18. Revelar a identidade, fotografar ou filmar o
colaborador, sem sua prévia autorização por escrito:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de


colaboração com a Justiça, a prática de infração penal a
pessoa que sabe ser inocente, ou revelar informações
sobre a estrutura de organização criminosa que sabe
inverídicas:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
multa.
_____________________________________
01

_____________________________________
02
Art. 20. Descumprir determinação de sigilo das
investigações que envolvam a ação controlada e a _____________________________________
03

infiltração de agentes:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e _____________________________________
04

multa.
_____________________________________
05

Art. 21. Recusar ou omitir dados cadastrais,


registros, documentos e informações requisitadas pelo _____________________________________
06

juiz, Ministério Público ou delegado de polícia, no curso


de investigação ou do processo:
_____________________________________
07

Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, _____________________________________


08
e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, de _____________________________________
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forma indevida, se apossa, propala, divulga ou faz uso


dos dados cadastrais de que trata esta Lei. _____________________________________
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CAPÍTULO III _____________________________________


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DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 22. Os crimes previstos nesta Lei e as _____________________________________
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infrações penais conexas serão apurados mediante


procedimento ordinário previsto no Decreto-Lei nº 3.689,
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ID:
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ID:
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