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INTRODUÇÃO

O senso de Responsabilidade Social Coorporativa se apresenta, na atualidade, como


intrínseco às ações das empresas que, cada vez mais, buscam agir sob a ótica da
responsabilidade social e da ética.

As transformações sócio-econômicas dos últimos 20 anos têm afetado profundamente


o comportamento de empresas até então acostumadas à pura e exclusiva maximização do
lucro. Se por um lado o setor privado tem cada vez mais lugar de destaque na criação de
riqueza; por outro lado, sabemos que com grande poder, vem grande responsabilidade.

A sociedade, ao longo da história, tornou-se mais exigente no que concerne à escolha


das empresas, também pelo seu desempenho, enquanto instituição socialmente justa.

O investimento social passa a merecer um tratamento semelhante aos outros, em que é


preciso investir e obter resultados, sendo que o empresariado deve primar por uma postura
verdadeiramente ética e transparente, visando o resgate da cidadania e o respeito ao meio
ambiente do qual depende.

O presente relatório é proveniente da nossa experiência em campo de estágio, na


empresa Coteminas S.A – unidade – Campina Grande – PB, no período de 09 de janeiro a 06
de julho de 2007, no horário de 7:30h às 11:30H e 13:30 às 15:30h, sob a supervisão do
Coordenador da Escola Coteminas Formare Roberto Torreão Viana de Melo.

O relatório está estruturado em três capítulos, respectivamente intitulados de:

I - Responsabilidade Social Coorporativa: breves considerações

II-Coteminas S.A : aspectos estruturais e organizacionais

III-Projeto Social Formare

Por fim, apresentamos as considerações finais que implicam nos resultados obtidos e
na nossa percepção acerca da presente experiência de estágio supervisionado.

Responsabilidade Social Coorporativa: breves considerações

Nos anos 80, o contexto brasileiro foi marcado por grandes manifestações populares
em busca da democratização do país retida pela ditadura militar nas décadas de 60 e 70.
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Várias lutas sociais foram desencadeadas por alguns segmentos da sociedade, junto ao Estado,
o que culminou com a promulgação da Constituição de 1988.

Concomitante à esses acontecimentos, emerge, gradativamente, um conjunto de


iniciativas privadas de caráter público, sem fins lucrativos, sem discurso partidário, conhecido
como “terceiro setor”. O Estado encontrava-se permeado de problemas econômicos e o
empresariado começava a entender o seu papel social.

Na década de 90 estruturam-se ações a partir de redes associativas compostas por


atores coletivos remanescentes de alguns movimentos sociais dos anos 80, ONGS
(Organizações não-governamentais) de variados tipos, entidades que apoiam os setores
populares, departamentos específicos das universidades e de alguns órgãos públicos que
desenvolvem trabalhos em parceria com entidades populares, pequenas empresas organizadas
sob a forma de cooperativas, etc.

No decorrer da referida década desenvolve-se um movimento crescente da sociedade


civil que inclui setores do empresariado preocupados com a ajuda mútua, realizada por
entidades sem fins lucrativos, capazes de estabelecer novas formas de complementaridade na
troca, indução e geração de bens e serviços em diversos campos do desenvolvimento social,
cultural, meio ambiente, envolvendo solidariedade e eficácia de custos em relação a
benefícios transferidos à comunidade. Portanto, o movimento de responsabilidade social
empresarial, nos últimos anos, vêm ganhando mais espaço no cenário organizacional, bem
como no cenário da sociedade brasileira.

Configura-se, então, o início de uma política de responsabilidade social dentro das


empresas, em que o segundo setor tornou-se então, parceiro e co-responsável pelo
desenvolvimento social com projetos em diversas áreas: educação e cultura, saúde e
prevenção, promoção social e capacitação, ecologia e preservação.

O investimento social passa a merecer um tratamento semelhante aos outros, em que é


preciso investir e obter resultados, sendo que o empresariado deve primar por uma postura
verdadeiramente ética e transparente, visando o resgate da cidadania e o respeito ao meio
ambiente do qual depende. Portanto, basicamente, três pilares constituem a responsabilidade
social empresarial: o socialmente justo, economicamente viável e ecologicamente correto.

As transformações sócio-econômicas dos últimos 20 anos têm afetado profundamente


o comportamento de empresas até então acostumadas à pura e exclusiva maximização do
lucro. Se por um lado o setor privado tem cada vez mais lugar de destaque na criação de
riqueza; por outro lado, sabemos que com grande poder, vem grande responsabilidade. Em
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função da capacidade criativa já existente, e dos recursos financeiros e humanos já
disponíveis, empresas têm uma intrínseca responsabilidade social.

A idéia de responsabilidade social incorporada aos negócios é, portanto, relativamente


recente. Com o surgimento de novas demandas e maior pressão por transparência nos
negócios, empresas se vêem forçadas a adotar uma postura mais responsável em suas ações.

Infelizmente, muitos ainda confundem o conceito com filantropia, mas as razões por
trás desse paradigma não interessam somente ao bem estar social, mas também envolvem
melhor postura nos negócios e, conseqüentemente, maior lucratividade.

Muito do debate sobre a responsabilidade social empresarial já foi desenvolvido


mundo afora, mas o Brasil tem dado passos largos no sentido da profissionalização do setor e
da busca por estratégias de inclusão social através do setor privado.

Empresas não devem satisfações apenas aos seus acionistas. Muito pelo contrário, o
mercado deve agora prestar contas aos funcionários, à mídia, ao governo, ao setor não-
governamental e ambiental e, por fim, às comunidades com que se relaciona. Empresas só têm
a ganhar na inclusão de novos parceiros sociais em seus processos decisórios. Um diálogo
mais participativo não apenas representa uma mudança de comportamento da empresa, mas
também significa maior legitimidade social.

A responsabilidade social nos negócios é um conceito que se aplica a toda a cadeia


produtiva. Não somente o produto final deve ser avaliado por fatores ambientais ou sociais,
mas o conceito é de interesse comum e, portanto, deve ser difundido ao longo de todo e
qualquer processo produtivo. Assim como consumidores, empresas também são responsáveis
por seus fornecedores e devem fazer valer seus códigos de ética aos produtos e serviços
usados ao longo de seus processos produtivos.

Responsabilidade social anda de mãos dadas com o conceito de desenvolvimento


sustentável. Uma atitude responsável em relação ao ambiente e à sociedade, não só garante a
não escassez de recursos, mas também amplia o conceito a uma escala mais ampla. O
desenvolvimento sustentável não só se refere ao ambiente, mas por via do fortalecimento de
parcerias duráveis, promove a imagem da empresa como um todo e por fim leva ao
crescimento orientado. Uma postura sustentável é por natureza preventiva e possibilita a
prevenção de riscos futuros, como impactos ambientais ou processos judiciais.

O processo de globalização traz consigo demandas por transparência. Empresas são


gradualmente obrigadas a divulgar seu desempenho social e ambiental, os impactos de suas
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atividades e as medidas tomadas para prevenção ou compensação de acidentes. Nesse sentido,
serão obrigadas a publicar relatórios anuais, onde sua performance é aferida nas mais
diferentes modalidades possíveis.

Coteminas S.A : aspectos estruturais e organizacionais

A Companhia de Tecidos Norte de Minas – COTEMINAS, atual COTEMINAS S.A,


foi fundada por José de Alencar da Silva que possuía vasta experiência como atacadista no
ramo de tecidos e Luiz de Paula Ferreira, auxiliando na compra e beneficiamento de algodão.
Ambos possuíam o ideal de construir uma fábrica de tecidos.

Em 1967, se deu a construção da 1ª unidade fabril da COTEMINAS na cidade de


Montes Claros - MG, utilizando os incentivos da Superintendência para Desenvolvimento do
Nordeste - SUDENE e a disponibilidade de mão-de-obra e matéria-prima abundantes na
região.

A COTEMINAS S.A se expandiu e cresceu vitoriosa em qualidade e preço. Hoje são


16 unidades que fabricam e distribuem produtos que ostentam conceituadas marcas de
sucesso no mercado. São fios, tecidos, malhas, camisetas, meias, toalhas de banho e de rosto,
roupões e lençóis para o mercado interno e externo.

A COTEMINAS S.A consome anualmente 100 mil toneladas de fibras de algodão.


12,5% de todo o consumo nacional de algodão. Suas fábricas ocupam uma área coberta e
climatizada de 940.254 metros quadrados. Os terrenos onde estão as 16 unidades têm
3.853.560 metros quadrados, sendo a área urbanizada de 1.847.190 metros quadrados. Sendo
assim, suas unidades empregam mais de 16 mil brasileiros.

Todo este sucesso é fruto da qualidade e competitividade obtidas através de uma


equipe técnica de alto valor e modernos equipamentos, operando com base em tecnologia de
ponta. Para isso, a COTEMINAS S.A buscou e obteve o apoio do SENAI, primeiramente
através do Centro Regional de Tecnologia e Têxtil (CERTTEX), de Recife, e, depois, do
Centro Tecnológico da Indústria Química e Têxtil (CETIQT), do Rio de Janeiro, um dos mais
avançados institutos de tecnologia têxtil do mundo.

É cabível salientar sua aguçada preocupação com o bem-estar humano. A atuação da


empresa no campo fez dela maiúscula referência na busca, em que a sociedade tanto se
empenha, de modelos capazes de promover a integração do capital com o trabalho.

O Grupo COTEMINAS é composto pelas seguintes unidades Fabris:


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1) COTEMINAS S.A. - Unidade Campina Grande - PB;

2) COTEMINAS S.A. - Unidade TOALIA em João Pessoa - PB;

3) COTEMINAS S.A. - Unidade COTENE e WENTEX em São Gonçalo do Amarante - RN;

4) COTEMINAS S.A. - Unidade CONFECÇÕES em Macaíba - RN;

5) COTEMINAS S.A. - Unidade MATRIZ, COTENOR e LENÇÓIS em Montes Claros -


MG;

6) COTEMINAS S.A. - Unidade SANTANENSE em Montes Claros - MG;

7) COTEMINAS S.A. - Unidade ARTEX em Blumenal - SC;

8) COTEMINAS S.A. - Unidade Argentina.

2.1 Histórico da COTEMINAS S.A. - Unidade Campina Grande - PB

Devido a modernização implementada em algumas etapas do processo produtivo têxtil


mundial, surgiu o crescimento da produção de fios. Para atender as demandas de mercado
interno e externo do grupo COTEMINAS, nasceu a COTEMINAS S.A- Unidade Campina
Grande - PB, com a finalidade de suprir as demandas geradas por outras unidades do Grupo,
situadas em diversos estados do país.

No entanto, isto ocorreu pelo fato de em São Gonçalo do Amarante - RN e em Montes


Claros - MG existirem fábricas em processos produtivos integrados, este necessita, desde a
matéria-prima até o acabamento, de constantes investimentos tecnológicos para tomar o
produto final competitivo. Além disso, pode-se citar que os investimentos em modernização
de tecelagem possuem tempo de retorno de investimento bem mais curto que os de fiação.
Dessa forma é possível produzir tecidos e malhas com preços bastantes competitivos no
mercado interno e externo.

Antes da COTEMINAS S.A - Unidade Campina Grande - PB, o Grupo tinha apenas
como produtos finais tecidos tintos e estampados, porém, o incremento da produção de fio nas
Unidades Embratex/Wentex, o Grupo passou a confeccionar camisetas de malhas, lençóis,
etc., diversificando sua produção. Sendo assim, o grupo entrou no mercado varejista. Nesta
época, adquiriu a marca ARTEX, permitindo desta forma implementar duas aquisições
(TOALIA - João Pessoa e ARTEX - Blumenal, a qual passou a denominar-se TOALIA -
Blumenal respectivamente). A empresa passou a trabalhar novos produtos tais como cuecas,
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meias e, principalmente, felpudos, e entrar firme no mercado varejista interno e alavancar
suas exportações para Argentina e Estados Unidos da América.

Por tudo isso, era necessário investir em uma fábrica destinada ao abastecimento de
suas unidades. A cidade escolhida foi a de Campina Grande - PB, tendo a sua localização
geográfica como a principal razão para viabilização de sua unidade neste município. O início
de sua implantação se deu em Maio de 1995 com a limpeza do terreno para início da
terraplenagem, sendo primeira bobina de fio, foi produzida em Março de 1997. De lá pra cá, a
COTEMINAS S.A já passou por sete ampliações aumentando em 62% seu projeto original.

2.2 Dados da Empresa

a) Razão Social: COTEMINAS S.A. Unidade Campina Grande - PB

b) CNPJ: 07.665.140/0006-01

c) Inscrição Estadual: 16.146.986-8

d) Endereço: Alça Sudoeste, BR 230 - Km 155, Distrito Industrial do Ligeiro S/N.

e) CEP: 58.100-000, Caixa Postal: 63

f) Telefone: 83. 2102-4700

g) Fax: 83. 2102-4713

2.2.1 Atividade Principal

O ramo de atividade do Complexo Industrial COTEMINAS S.A. unidade Campina


Grande – PB é o Têxtil. A empresa tem como principal atividade a produção e
comercialização de fios de algodão e poliéster, bem como de tecido plano, destinados as
outras unidades do Grupo, ao excedente comércio nacional e internacional.

2.2.2 Área Total da Empresa

Área Total do Terreno: 670.640 m²

Área Construída: 132.531 m²

Área Destinada às Futuras Instalações: 10.080 m²

Área Destinada à Estação de Tratamento de Esgoto: 1.300 m²

2.2.3 Número de Funcionários e Horário de Funcionamento


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O Complexo Industrial COTEMINAS S.A. Unidade Campina Grande - PB possui em
suas instalações aproximadamente 1.600 colaboradores diretos.

No tocante ao horário, o regime de trabalho é 4x2 e funciona 24 horas/dia, durante 7


dias da semana, percorrendo um total de 365 dias/ano (por dissídio coletivo há quatro feriados
para os colaboradores que trabalham nos turnos A e B: 01 de Janeiro, Sexta-Feira da Paixão,
01 de Maio e 24 de Dezembro).

O turno A corresponde ao Setor de Produção e Manutenção, com carga horária de


06:00h às 18:00h, sendo 10 horas trabalhadas (adicionando duas horas de descanso), e folgas
alternadas, baseada no regime de quatro dias trabalhados, seguidos de dois dias de folgas.

O turno B diz respeito ao Setor de Produção e Manutenção, com carga horária de


18:00h às 06:00h semanais, sendo 10 horas trabalhadas - adicionando duas horas de descanso
durante o turno), e folgas alternadas, baseada no regime de quatro dias trabalhados, seguidos
se dois dias de folgas.

Por fim, o turno E que corresponde aos Setores de Administração e também de


Manutenção. Nestes, os funcionários trabalham das 07:30h às 12:00h e das 13:00 às 17:18h,
de Segunda à Sexta-feira.

2.3 Caracterização do Processo de Produção Industrial

As diversificações industriais da COTEMINAS S.A. Unidade Campina Grande - PB,


estão limitadas à fabricação e comercialização de fios, destinando-se à obtenção de fios 100%
algodão e mistura, algodão e poliéster, os quais com o incremento de produtos auxiliares,
constituem os produtos auxiliares, constituem os produtos acabados, ou fios. Após a
conferência do peso e de todos os lotes recebidos por amostragem, a matéria-prima,
proveniente de fornecedores nacionais e internacionais, é conduzida para o depósito.

Porém, antes da entrada da matéria-prima nos depósitos, a empresa efetua um rigoroso


controle na mesma. São colhidas amostras representativas sendo encaminhadas ao laboratório
físico de análise existente na própria unidade. Estando as amostras dentro dos padrões pré-
estabelecidos pelas normas internacionais vigentes e após autorização por parte do controle de
processo, os fardos de algodão e poliéster são recebidos pelo almoxarifado e encaminhados
aos respectivos depósitos.

Em seguida, estes fardos são descarregados com o auxílio de empilhadeiras e pesados


em uma balança de plataforma, com o objetivo de determinar o peso individual dos mesmos.
Então, são transportados à sala de abertura, cuja finalidade é a abertura de fardos para
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obtenção de flocos de algodão e poliéster, além da eliminação de resíduos (impurezas). Este
processo inicia-se com antecedência de 24 horas, a fim de homogeneizar a unidade da
matéria-prima com a do setor de abertura de fardos, para propiciar uma melhor qualidade ao
material a ser processado.

Após esta etapa, os fardos são alimentados em forma de flocos diretamente nos
abridores, extraindo-se as impurezas maiores e mais pesadas, sendo transportados
pneumaticamente em duas linhas distintas - uma para as cargas de algodão e outra para as de
poliéster - obtendo-se assim fitas cardadas de poliéster e algodão. Neste período dá-se início
ao processo de paralelização das fibras, no qual as fitas são acondicionadas em latas com
rodízio e transportadas para os pré-passadores e unilap´s. Em seguida, as fitas cardadas são
reunidas em rolos de mantas e transportadas automaticamente através de um dispositivo
SERVOLAP para as penteadeiras, estas penteiam as mantas e por estiramento transformam
novamente as mantas em fitas penteadas, sendo eliminadas neste processo as fibras curtas, a
fim de melhorar a qualidade de paralelização das fibras, onde estas são acondicionadas
novamente em latas com rodízio, com a finalidade de serem misturadas com o poliéster na
etapa seguinte do processo.

As fitas de algodão e poliéster, após a penteagem, são transportadas para duas linhas
de passadores, sendo de primeira e segunda passagens. Esta última com regulagem automática
de peso/metro. Neste processo, as fitas de algodão e poliéster são misturadas na primeira e
segunda passagem nos passadores, propiciando uma gama considerável de misturas, sendo,
por exemplo, 67% de poliéster e 33% de algodão; 33% de poliéster e 67% de algodão; 50%
de poliéster e 50% de algodão ou 100% algodão, entre outras, até a obtenção do fio no título
necessário, originados através de filatórios à rotor OPEN-END, que por estiramento e torção
transformam as fitas penteadas em fios de títulos e misturas diversas, de acordo com as
necessidades dos clientes. No próprio filatório OPEN-END, os fios são bobinados e
acondicionados em tubetes e conduzidos ao setor de embalagem, onde são acondicionados em
caixas de papelão ou pallet´s, a fim de serem embalados e empilhados em lotes.

Finalizando, os fios embalados em caixas ou pallet´s, são encaminhados para o setor


de expedição e consequentemente direcionados ao abastecimento de todas as unicades da
COTEMINAS S.A., bem como a comercialização dirigida à terceiros, a fim de serem
encaminhados às outras etapas do processo, visando a obtenção de tecidos, malhas, camisetas,
etc.

O consumo de matéria-prima no processo produtivo é de 3.000 ton/mês de algodão e


3.000 ton/mês de poliéster. Os produtos fabricados são fios de algodão e algodão/poliéster,
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sendo a produção de fios de 6.000 ton/mês com títulos variando de Ne 8 à Ne 41. Os
subprodutos gerados são resíduos compostos das impurezas existentes nas fibras, bem como
fibras curtas rejeitadas no processo de fabricação dos fios. Fora do ramo têxtil, ainda participa
a COTEMINAS S.A.:

 Fazendas: Vale Verde e Canta Galo;

 Cachaças Artesanais: Sagarana, Maria da Cruz e Porto Estrela;

 Há uma parceria com CEMING e Cia Vale do Rio Doce, o grupo constitui a
Hidrelétrica de Porto Estrela para assegurar-se do abastecimento de energia, com isso
para baixar os custos de um dos seus principais insumos.

2.4 COTEMINAS S.A e a norte-americana Springs Industries: breve relato sobre a


fusão

A nova companhia, a Springs Global, criada formalmente no início de 2006, nasceu


com uma receita anual na casa dos US$ 2,4 bilhões, patrimônio líquido de US$ 1 bilhão e 36
fábricas nos Estados Unidos, Canadá, México, Argentina e Brasil. É dona de 7% do mercado
mundial e tem como principal cliente a varejista americana Wal-Mart. O negócio foi
anunciado no Brasil e nos Estados Unidos como uma "fusão de iguais", segundo as palavras
de Josué Gomes da Silva, controlador e diretor-presidente da COTEMINAS S.A. Isso porque
a ela teve 50% do capital total e votante da Springs Global e os atuais acionistas da americana
Springs deterão a outra metade - cerca de 25% com a família Bowles, fundadora da empresa,
e cerca de 25% com o fundo de Private Equity Heartland Industrial Partners.

A instalação da sede da Springs Global é no Brasil em São Paulo, aproveitando o forte


potencial do Mercosul para os produtos, particularmente as linhas mantidas pela Springs que a
COTEMINAS S.A não tem como edredons, travesseiros, cortinas e tapetes. A estrutura
operacional da empresa, entretanto, foi revistada para promover sinergias entre as operações.
A Springs racionalizou os negócios para adequar a estrutura de custos. Essa ação beneficiou a
COTEMINAS S.A que aumentou as exportações para o mercado norte-americano.

De acordo com Gomes da Silva, a segunda maior empresa do segmento terá 40% do
tamanho da nova companhia. Com a associação, marcas da COTEMINAS S.A serão
projetadas internacionalmente, como a Artex. Além desta, a empresa brasileira mantém as
marcas Santista e Calfat. Já a Springs trabalha com as marcas Springmaid, Wamsutta, Graber
e Nanik. Porém, a Springs Global iniciou trabalhando com as marcas Artex, Springmaid,
Wamsutta e Regal.
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Para a COTEMINAS S.A, a fusão garantiu a base industrial que lhe faltava no
mercado externo. Com a liderança consolidada em território brasileiro, Silva conduziu, nos
últimos anos, um forte processo de internacionalização de seu grupo. Hoje, 50% de suas
receitas vêm do exterior, e os EUA são um de seus principais clientes. Mas desde o final de
2005, com o fim das cotas para produtos têxteis no país, abriu-se uma oportunidade e uma
ameaça para a COTEMINAS S.A. De um lado, livre dos limites impostos pela cotas, suas
vendas ganharam novo alento. Mas o mesmo vale para os chineses, seus grandes adversários
globais. A união lhe deu uma vontagem extra, graças a força das marcas controladas pela
Springs, sobretudo a Springmaid e a Graber.

Projeto Social – Formare

O Formare se constitui um espaço capaz de promover a construção, transmissão e


ampliação de conhecimentos em todas as dimensões da vida daqueles que integram esse
projeto.

O grupo empresarial Iochpe – Maxion S.A foi instituído em 1989. Operando nos
segmentos de autopeças e equipamentos ferroviários, a fundação desenvolve programas nas
áreas de Educação, Cultura e Bem-Estar Social realizando parcerias com entidades públicas e
privadas.

Mantendo a educação de crianças e adolescentes como prioridade, a Fundação Iochpe


apóia projetos educacionais, ações de investimento social e atividades culturais, beneficiando
mais de cento e vinte mil pessoas em vários estados.

Os programas educacionais da Fundação Iochpe, nos vários níveis de ensino, objetivam


promover o desenvolvimento integral de crianças e jovens capacitando-os a exercer uma
profissão, ampliando suas habilidades de expressão e comunicação, estimulando sua
criatividade e reforçando, assim, sua formação como cidadãos.

Em 1995, a Fundação Iochpe estabeleceu um convênio com o CEFET - PR, atual,


UniversidadeTecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e juntos passaram a construir propostas
pedagógicas para os cursos e certificação para os alunos, o Formare. A partir de 1999, outras
empresas se interessaram pelo projeto e a Fundação Iochpe, transformou o Formare na
primeira franquia social do País.

Em 2000, com o apoio do PROEP, a Fundação elaborou Manuais Orientadores para


facilitar a expansão de escolas no setor empresarial e a partir deste ano a Rede Formare
iniciou seu crescimento com a elaboração de novos cursos e materiais de apoio pedagógico.
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Na busca pelo primeiro emprego, jovens, em especial de famílias de baixa renda,
deparam-se com um problema que os insere num círculo vicioso: não conseguir trabalho por
falta de experiência e não adquirir experiência por falta de trabalho. Segundo o relatório da
Organização Internacional do Trabalho (OIT), emitido em 2006, 13,3% dos jovens
trabalhadores da América Latina vivem abaixo da linha de pobreza, com um dólar por dia.

Um consistente programa de capacitação profissional associado a condições básicas como


alimentação, bolsa auxílio, transporte, entre outras, podem dar aos jovens a oportunidade de
saírem de uma condição alarmante e se prepararem para o mercado de trabalho. Os bons
resultados passam a ser evidentes para toda a sociedade.

Formare propõe condições para o desenvolvimento das habilidades dos alunos em


diferentes níveis, combinando formação geral e específica, com aulas teóricas, aulas práticas e
vivência profissional, de acordo com as especificidades de cada escola.

Os cursos não formam especialistas, mas desenvolvem habilidades e conhecimentos


básicos para que o aluno possa trabalhar tanto em sua área de formação como em áreas afins.
A definição dos cursos leva em conta o potencial da empresa, em conjunto com uma análise
das demandas profissionais da região onde a unidade está instalada.

De acordo com a coordenação da Fundação Iochpe, aproximadamente 85% dos jovens


egressos do Formare estão, atualmente no mercado de trabalho.

A orientação pedagógica baseia-se nas recomendações do Ministério da Educação que


prevê o desenvolvimento de competências e habilidades, obtidas sempre através da associação
entre teoria e prática.

A proposta pedagógica do Formare propõe condições para que os alunos desenvolvam as


seguintes habilidades:

• Comunicabilidade (capacidade de expressão oral e escrita);

• Trabalho em equipe (capacidade de levar seu grupo a atingir os objetivos propostos);

• Solução de problemas (raciocínio lógico; capacidade de analisar situações, relacionar


informações e resolver problemas);

• Visão de futuro (criatividade; capacidade de planejar, prever possibilidades e


alternativas para realizar; acreditar que é capaz de aprender e de realizar);
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• Cidadania (capacidade de defender direitos individuais e coletivos; capacidade de
analisar e julgar com ética e justiça).

A maioria das mais de 60 escolas Formare está instalada nas unidades industriais das
empresas parceiras. Atualmente, a Rede conta também com procedimentos de gestão e
administração informatizados e vem recebendo diversos reconhecimentos.

Na região Nordeste, a empresa Coteminas S.A foi pioneira na adesão à Rede Formare
com a implantação da Escola na unidade de São Gonçalo do Amarante/Macaíba - Natal. No
ano de 2003, a unidade de Campina Grande implementou a segunda Escola Coteminas
Formare no Nordeste.

No ano de 2006 a Escola Coteminas Formare, unidade Campina Grande, realizou a


formatura de sua 3ª turma, concomitante ao ingresso de mais 20 alunos no projeto,
constituindo a 4ª turma da escola.

A referida escola possui cerca de 50 educadores voluntários, funcionários da empresa


que disponibilizam seus conhecimentos para os alunos tornando-se parte integrante do
projeto que se constitui espaço social capaz de promover a construção, transmissão e
ampliação de conhecimentos em todas as dimensões da vida daqueles que integram esse
projeto.

O Formare proporciona benefícios para todos que se configuram parte integrante desse
projeto: empresa, funcionário (educador voluntário), aluno e comunidade.

No tocante à empresa:

• Fácil implantação, com métodos e processos já experimentados;

• Responsabilidade Social envolvendo todos os funcionários;

• Colaboradores em aprendizado contínuo;

• Humanização do ambiente de trabalho;

• Imagem empresarial reforçada;

No que se refere ao funcionário:

• Percepção que seu conhecimento pode ser compartilhado;

• Retorno a sua própria formação;


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• Aumento de sua auto-estima, envolvimento comunitário e lealdade para com a
empresa;

• Visão de mundo ampliada e desenvolvimento de competência e liderança;

No que concerne ao aluno e à comunidade:

• Preparação adequada para o mercado;

• Desenvolvimento do senso de responsabilidade;

• Disseminação do aprendizado nos círculos de relacionamento;

• Resgate social;

3.1 Integração na Rede Formare

Alguns requisitos são necessários para a empresa adentrar na Rede do projeto


social Formare. Deve ser destinado um espaço físico de cerca de 60m2 com estrutura
escolar padrão, bem como definir um coordenador e contribuir com uma taxa mensal
destinada ao Fundo de Desenvolvimento da Metodologia Formare.

Uma vez integrando a Rede Formare, a empresa se compromete com os


seguintes benefícios para os alunos:

• Bolsa auxílio;

• Alimentação;

• Transporte;

• Seguro de vida em grupo;

• Assistência médica e odontológica;

• Uniforme;

• Material escolar;

• Assistência social e psicológica.

3.1.2 Desenvolvimento das Atividades no Campo de Estágio


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O estágio foi realizado no período de 09 de janeiro a 06 de julho de 2007, no horário
de 7:30h às 11:30h e 13:30h às 15:30h, no setor Gestão da Qualidade, no projeto social
Formare. As atividades desenvolvidas consistem, basicamente, no gerenciamento da Escola
Coteminas Formare que envolve:

 Organização da Formatura-Turma Formare-2006;

 Providências acerca do início das aulas Formare-2007;

 Acompanhamento diário das referidas aulas;

 Acompanhamento diário dos alunos no cotidiano da sala de aula, bem como de

possíveis saídas do ambiente da empresa;

 Pesquisa bibliográfica para a Fundamentação Teórica do Relatório de Estágio;

 Organização de eventos alusivos ao Formare;

 Organização de reuniões periódicas, bem como elaboração das atas referentes as

mesmas;

 Auxílio aos alunos no desenvolvimento de atividades;

 Elaboração de relatórios mensais;

 Elaborar apresentação – Power Point- para o Formare;

 Participação como Educadora Voluntária, ministrando aula da disciplina de

Qualidade e Meio Ambiente;

 Elaboração de atividades para as reuniões de avaliação do estágio;

 Controle acerca do material existente no Formare;


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 Cd’s, DVD’s, VHS;

 Livros;

 Material de Expediente;

 Cópias;

 Diários de classe;

 Chec-list das ações desenvolvidas diariamente no Formare;

 Ações Propostas:

- Programação para aula-extra

- Programação para Semana Cultural do Formare;

- Ação Formare;

 Elaboração do controle diário das aulas ministradas no Formare;

 Acompanhamento dos alunos na inscrição do Vestibular 2008;

 Acompanhamento das alunas em consulta médica;

 Leituras acerca do tema Responsabilidade Social Coorporativa;

 Preenchimento dos questionários sobre habilidades interpessoais, de equipe e


eficácia no trabalho;

 Participação em reunião do setor Gestão da Qualidade para apresentação e


confirmação de regras referentes à empresa;

 Atualização das medidas dos alunos para entrega do novo fardamento;

 Elaboração do relatório de estágio;

 Reunião para avaliação do estágio supervisionado;

 Elaboração da tabela referente às Habilidades de Eficácia no Trabalho.


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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A oportunidade de atuação profissional oferecida pelo estágio supervisionado se


constitui num momento singular para o corpo discente que busca espaço no mercado de
trabalho antes de concluírem seus respectivos cursos.

Percebemos que a presente experiência de estágio na empresa Coteminas S.A –


unidade Campina Grande – PB, configura-se de grande relevância no tocante à possibilidade
de colocarmos em prática os conhecimentos adquiridos durante nossa trajetória acadêmica,
ora enriquecidos por meio de nossa prática de estágio.

Inferimos também que, atualmente, as ações das empresas calcadas na


responsabilidade social coorporativa, são, mais do que nunca, imprescindíveis para todos os
que, direta e indiretamente estão envolvidos: empresa, comunidade e meio ambiente.

Constatamos, portanto, a importância do investimento em projetos sociais como o


Formare, uma vez que, proporcionam benefícios imensuráveis para os segmentos sociais
contemplados por esses projetos.

EFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMOROSO, Sérgio. Responsabilidade Social: menos marketing e mais ações. Disponível


no site: http://www.filantropia.org/artigos.

Conceito de Responsabilidade Social Empresarial. Disponível no site:


http://www.ethos.org.br/conceitos_práticas.

GOHN, Maria da Glória. Teoria dos Movimentos Sociais: paradigmas clássicos e


contemporâneos. São Paulo, 3 ed. Loyola, 2002.

. Terceiro Setor e Movimentos Sociais. São Paulo, Cortez,


1998.

MONTAÑO, Carlos. Das “Lógicas do Estado” às “Lógicas da Sociedade Civil”: Estado e


terceiro setor em questão. São Paulo, Cortez, 1998.

www.coteminas.com.br

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