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ADMINISTRAÇÃO

Há pouco tempo, a palavra “Administração” era a mais utilizada nas empresas e


instituições de ensino superior. No entanto, atualmente, a expressão “Gestão
Empresarial” vem ganhando força. Então, você deve estar se perguntando: qual
a diferença entre Gestão Empresarial e Administração?

Apesar de a maioria das pessoas acreditar que são a mesma coisa, são termos
que representam conceitos distintos. Estão massivamente presentes no universo
corporativo, mas existem particularidades que os definem separadamente.

O post de hoje visa esclarecer as diferenças entre gerir e administrar, em seus


mínimos detalhes. Você tem dúvidas sobre esses termos? Então, acompanhe as
explicações a seguir!

O acto de administrar engloba planejar, organizar, coordenar e controlar todos


os recursos físicos, virtuais e intangíveis que estão à disposição da empresa. É
quando organizamos tempo, pessoas, dinheiro, insumos e tecnologia para
desenvolver a estratégia de negócios.

O famoso Jules Henri Fayol, fundador da Teoria Clássica da Administração,


explica, em seus livros, que o administrador assume a responsabilidade direta
por conduzir o negócio, tendo como objetivo mais importante o alcance das
metas da empresa.

Mais recentemente, as atividades também são vistas a partir da construção,


controle e melhoria de sistemas. O administrador não é alguém que a todo
momento diz faça isso ou aquilo. É quem organiza as partes do negócio ou
departamento para que, ao final de um processo, chegue-se a um resultado
previsível.

As funções do administrador estão muito ligadas ao nível de atuação — se


estratégico, tático ou operacional. Por exemplo, o profissional da diretoria terá
uma função mais voltada para o planejamento do que o gerente de uma loja, que
controla diretamente a execução por parte do time.

Planejamento

A primeira das atividades é a projeção de cenários e definição de objetivos,


metas, estratégias e ações. Nesse sentido, o administrador é quem domina a
técnica para elaborar os planos, ainda que o corpo técnico, contadores, analistas
de RH, advogados, economistas entre outros, seja ouvido.

Também é comum que os processos internos sejam estruturados pelo


administrador. Por trás de como a empresa compra, vende, produz, entrega e
organiza suas finanças, há o uso dos conhecimentos de Administração para
definir as etapas, funções, tarefas etc.
Direcção e controle

O administrador é, ainda, o responsável por garantir a boa execução dos planos


e processos. Isto é, o trabalho precisa ser acompanhado para que as diretrizes
sejam aplicadas na prática. Ademais, é preciso mensurar os resultados e
verificar o cumprimento de metas.

Documentação

Outra parte significativa do trabalho diz respeito à produção de informações


sobre o negócio. A imagem do profissional com uma planilha aberta é um
reflexo disso. Ele seleciona quais são os dados relevantes sobre a empresa para
que, posteriormente, seja possível tomar decisões e prestar contas.

Tomada de decisões

Esse profissional geralmente é quem, diante de opções com ganhos e perdas,


escolhe o que será feito. Sua atuação ocorre quando se define como serão
alocados pessoas, recursos e tempo, bem como quais serão as prioridades
dentro do universo de coisas que podem ou precisam ser feitas.

Execução

Um último ponto é que o administrador, muitas vezes, participa diretamente da


execução das tarefas, principalmente quando atua nos departamentos
especializados. Por exemplo, é comum a participação do gerente de RH no
recrutamento e seleção de pessoas.

Vale ressaltar que a função sofreu mudanças com os avanços tecnológicos.


Como uma parcela considerável das rotinas é realizada automaticamente, o
perfil do profissional passou a englobar questões como capacidade de
empreender, inovar, pensar como dono, liderar, muito mais do que a habilidade
para lidar com ações burocráticas.

Os cursos de Administração de Empresas são preparações amplas para o


mercado profissional. Neles, o profissional estuda não apenas os assuntos
típicos da área, mas todo tópico que possa auxiliar o desempenho de suas
atividades.

A Gestão costuma ser um dos itens do programa, assim como Recursos


Humanos, Finanças e Contabilidade. Isto é, a Administração é a base e, por isso,
exige conhecimentos e carga horária mais amplos, mas ela não dispensa os
demais itens, que são auxiliares.

Público-alvo

A graduação em Administração é indicada para aqueles que desejam se tornar


empreendedores e alcançar os patamares mais altos no mundo corporativo,
mantendo o foco nos objetivos financeiros e na qualidade dos produtos e
serviços oferecidos ao mercado.

Também é uma excelente segunda graduação. Por exemplo, advogados,


engenheiros, contadores, médicos, fisioterapeutas e outros profissionais podem
usar a graduação para exercer a função de sócio-gerente em seus negócios ou
assumir um cargo de diretor de departamento caso sejam empregados.

Por fim, o curso funciona, ainda, como uma forma de inserção na carreira. A
partir do bacharelado, o profissional pode pleitear um cargo de supervisor ou
gerente, buscando, posteriormente, uma especialização para subir na hierarquia
do negócio.

As graduações e pós-graduações também permitem que a lacuna entre a


estratégia e a execução seja reduzida — um problema recorrente e que promove
falhas. Nas aulas, são aprendidas filosofias, técnicas e ferramentas que podem
ser aplicadas com eficácia no dia a dia.

O mercado de trabalho para o administrador de empresa

Há um vasto mercado para o administrador, que pode atuar em empresas de


diferentes tamanhos (micro, pequena ou grande) e segmentos de atuação. Isso
ocorre porque o curso oferece competências que são transversais em um
negócio, ou seja, em todos os setores existe a necessidade de conhecimentos da
área.

A adaptação, não à toa, é uma das qualidades mais importantes. Por exemplo, se
o administrador faz a gerência do setor operacional, os conhecimentos sobre o
produto, métodos de trabalho, processos produtivos são indispensáveis. Já se
ele é posicionado no setor financeiro, a vez é dos demonstrativos, juros, custos,
fluxo de caixa etc.

Uma grande dúvida está relacionada ao salário. Os dados do IPEA, baseados no


último censo demográfico, revelam que os graduados em Comércio ou
Administração recebem R$ 3.454,00, em média.

Os ganhos mensais, no entanto, podem variar bastante. Por exemplo, o guia


salarial da consultoria Robert Half registra que um analista de tesouraria júnior
recebe em média R$ 3.100,00; o sênior, R$ 6.300,00 e o gerente de tesouraria,
R$ 15.050,00. Já o diretor financeiro (CFO) inicia com R$ 48.100,00,
considerando grandes empresas.

Consequentemente, como se trata de um mercado competitivo, até mesmo com


a concorrência com profissionais de outras áreas, é importante se qualificar
continuamente, especialmente por meio de cursos de pós-graduação. Assim,
você tem mais chance de ser promovido e alcançar as posições que remuneram
acima da média.
Há, também, a possibilidade de iniciar o próprio negócio. Como o profissional
sai da faculdade com uma visão holística do mercado e das empresas, existem
grandes possibilidades de ser bem-sucedido no próprio empreendimento, mas
isso envolve a tomada de risco

O conceito de Gestão Empresarial

Agora que você já entendeu bem o conceito de Administração, é mais fácil


compreender o que é Gestão Empresarial. Trata-se da área que cuida, mais
especificamente, da otimização dos recursos existentes para geração de valor
dentro da organização.

Anteriormente, mencionamos que Recursos Humanos, Finanças e


Contabilidade dão suporte à Administração e são abordados na graduação,
também é o que acontece com a Gestão. Seus conhecimentos gerais são
fundamentais para o administrador, mas isso não impede o estudo específico e
aprofundado, como acontece naquelas três áreas.

Outro ponto interessante é que a Gestão é segmentada conforme o objetivo.


Quando se busca o aumento do capital humano, fala-se em Gestão de Pessoas;
quando o foco é a otimização dos recursos consumidos pela tributação, Gestão
Fiscal e assim por diante.

A Gestão Empresarial, nesse sentido, busca a otimização e geração de valor na


empresa como um todo ou em parte dela. Basicamente, o foco da Gestão
Empresarial é a organização e manutenção de pessoas, processos e recursos,
bem como a obediência às definições político-administrativas da companhia.

Para isso, o gestor empresarial frequentemente atua influenciando e motivando


o envolvimento das pessoas com o negócio. Isso se desenvolve por meio de um
modelo que fornece as diretrizes para processos e atividades. Alguns dos
principais são os seguintes:

 gestão por competências — o foco é o desenvolvimento de conhecimentos,


habilidades e atitudes, que, uma vez obtidos, possam contribuir para a
estratégia de negócios, otimização de recursos e geração de valor;
 gestão por resultados — o gestor dá mais autonomia para as pessoas
escolherem os meios empregados e qualificação necessária, cobrando por
realizações;
 gestão por processos — o líder enfatiza a importância de seguir o “como
fazer” estabelecido pela empresa e a melhoria contínua dos modelos de
trabalho;
 gestão participativa — a ideia-base é inserir os colaboradores nos processos
decisórios da empresa;
 gestão híbrida — o gestor aplica combinações entre metodologias, sendo a
mais comum, porque dificilmente uma empresa utilizará apenas um tipo.
De todo modo, a área tem como objetivo ajudar o empreendimento a alcançar
suas metas e objetivos com a máxima eficiência — sem descuidar da valorização
e do reconhecimento do fator humano no processo. Perceba que é uma função
que, embora tenha sinergia com a Administração, é mais focada na questão de
como gerar valor e otimizar recursos.

A principal dificuldade de estabelecer a diferença entre Gestão Empresarial e


Administração diz respeito a muitas tarefas combinarem conhecimentos de
ambas as áreas. No entanto, é possível destacar algumas ações típicas:

 reconhecer e premiar os colaboradores pelos seus esforços e resultados


atingidos;
 resolver conflitos entre profissionais internos e com clientes;
 buscar o aprimoramento das técnicas de produção;
 identificar e corrigir erros na execução dos processos e atividades;
 estimular a proatividade dos colaboradores;
 aplicar treinamentos aos funcionários;
 manter as atividades alinhadas com os planos de negócios;
 mediar as demandas das partes interessadas;
 tomar decisões pontuais.

Outra tarefa muito importante e que deve ser destacada é o levantamento das
métricas e indicadores correlacionados à sua área de atuação. Isto é, a coleta de
dados variados e verídicos que subsidiem decisões rápidas e estratégicas ao
longo do expediente.

Nesse sentido, se os cargos de Gestão e Administração forem separados no


organograma, esses profissionais frequentemente terão de se reunir para revisar
planos e processos. Nessa hora, o gestor dará uma importante contribuição com
seu conhecimento sobre pessoas, qualidade, economia e demais aspectos
relacionados à geração de valor.

O curso de Gestão Empresarial

Com relação à formação, a Gestão Empresarial normalmente é oferecida como


curso de pós-graduação ou como MBA (Master of Business Administration)
pelas universidades e instituições de ensino especializadas. Como visto, é uma
área mais focada.

O curso de MBA em Gestão Empresarial é indicado para os profissionais que


almejam novos desafios na carreira e desejam atingir maiores níveis de
formação acadêmica. Com ele, é possível reciclar os conhecimentos, desenvolver
uma capacidade empreendedora ou alcançar uma função executiva, além de ser
um diferencial para promoções.

Há também cursos relacionados a outros segmentos da Gestão, como


controladoria, saúde e pessoas. Como visto, cada um deles corresponde ao
assunto em que ocorrerá a aplicação das ferramentas e técnicas.
As diferenças entre Gestão Empresarial e Administração em relação ao mercado
são muito pequenas, porque existe uma relação de especialidade entre as áreas.
Isto é, são formações complementares, em que o conhecimento das técnicas e
ferramentas de gestão pode funcionar como diferencial competitivo.

Imagine um engenheiro que almeja a chefia de um departamento de produção.


A questão é entender quais são as necessidades. Se o ponto-chave é o
desperdício de recursos, a qualidade e afins, a Gestão pode ser o ideal. Se falta
organização, os processos são burocráticos ou os planos são ineficientes, a
Administração pode mudar o cenário.

A reflexão também ocorre para os bacharéis em Administração. Afinal, o


profissional precisa decidir se aprofunda os conhecimentos já obtidos ou se foca
nas ferramentas de gestão. É uma decisão similar a saber se é melhor cursar
uma especialização em Finanças, Contabilidade, RH, Economia etc., conforme
as perspectivas profissionais.

Nas empresas atuais, como o ponto central são as competências, muitos cargos
mesclaram os saberes de ambas as áreas. Isto é, o que interessa é se os
conhecimentos, habilidades e atitudes são compatíveis com as demandas da
estratégia de negócios.

No entanto, é importante encerrar este conteúdo comparando as características


e pontuando as diferenças. Assim, você poderá priorizar a qualificação na área
que faça mais sentido conforme as suas perspectivas profissionais. Vejas as
diferenças abaixo.

Pirâmide organizacional

Nessa situação, os conhecimentos de Gestão Empresarial podem ser


determinantes para alcançar cargos de chefia e funções executivas. Logo, dentro
da pirâmide organizacional, pode haver alguma variação conforme o tipo de
formação.

No entanto, o mais comum é a Gestão Empresarial não ser usada como curso
superior. Em geral, objetivo é se tornar um profissional mais completo e
requisitado pelo mercado, com uma pós-graduação ou um MBA em Gestão.

Objeto e finalidade

A Administração e Gestão são áreas complementares. A primeira cuida da


organização da empresa, departamento ou unidade operacional como um todo,
enquanto a segunda é mais focada na otimização de recursos e geração de valor.

Além disso, a Administração dedica mais tempo ao planejamento, desenho de


processos, construção de sistemas e documentação. Já a Gestão pode, como
ocorre em muitas áreas, seguir um plano já estabelecido e cuidar apenas das
atividades em andamento.

Por fim, a preocupação com a conformidade e a qualidade é mais comum entre


os gestores. Fale-se, até mesmo, em maturidade para definir o nível de controle
sobre os processos, sendo o patamar máximo a completa padronização e
capacidade de melhoria contínua.

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