Universidade Federal de Goiás

Escola de Engenharia Civil e Ambiental

Memorial de Barragem de terra e enrocamento

Rafael Mota de Castro - 201708945

Goiania – GO
2021
 1. Objetivo
O presente memorial tem como o objetivo apresentar um projeto de uma barragem de terra com
20 (vinte) metros de altura e borda livre de 1 (um) metro. Em relação a seção utilizada foi considerado
o material hipotético com parâmetros funcionais e típicos, advindos de bibliografias de geotecnia.

Foi construído sob uma fundação de 5 (cinco) metros de argila acima de uma rocha sã, com todos
os parâmetros fornecidos anteriormente, com um cut-off na fundação para regularizar a percolação de
água na fundação com o mesmo material do núcleo.

Figura 1. Seção transversal

Figura 2. Solos considerados para projeto

Figura 3. Parâmetros dos solos

2. Percolação de água
Foi aplicado condições de fronteira para analisar como a água percola no maciço da barragem.
Foi colocado no espaldar e fundação a montante carga hidráulica de 19 (dezenove) metros de água. Já a
jusante foi colocada uma carga hidráulica de 2 (dois) metros de água e acima dele tem uma condição de
revisão para que fosse possível ver onde a água possa nascer no talude.
 Figura 4. Condições de fronteira

Figura 5. Representação das fronteiras

Na figura abaixo está mostrado a percolação da água na barragem:

Figura 6. Análise de percolação de água

Figura 7. Análises de cargas hidráulicas

3. Estabilidade dos taludes

A seguir estão apresentados os valores de fatores de segurança para cada tipo de ensaio de
cisalhamento e para cada fase de carregamento.
 Figura 8. Parâmetros de projeto

Para cada carregamento foi testado com o método GLE e Bishop, através do Cuckoo Search e
referência circular, composta e não circular. Das três referências foi escolhido a circular, pois fornece
menor fator de segurança.

3.1. Final de construção

Figura 9. Parâmetros de resistência dos solos (ensaio UU)

Para primeira análise, não se aplica a poropressão da água. Foram analisado o talude esquerdo e
o direto.
 Figura 10. Fator de segurança à direita

Figura 11. Fator de segurança á direita

3.2. Operação

Figura 12. Parâmetros de resistência dos solos (ensaio CD)

Na operação são avaliados os valores a jusante da barragem, pois a mesma é simetrica.

 Figura 13. Barragem com poropressão

Figura 14. Fator de segurança no período de operação

3.3. Rebaixamento

Figura 15. Parâmetros de resistência dos solos (ensaio CU)

Figura 16. Fator de segurança no rebaixamento de água da barragem

Por ser um rebaixamento baixo, os valores de fator de segurança tendem a ser menores, porém
nesse ponto ele atinge o ideal.
 3.4. Discussão

Os valores que foram retirados do programa estão acima dos ideais. Mas como não se tem os
parâmetros ideais dos solos os quais constituem a barragem, usa-se eles por terem uma melhor segurança
na barragem.

4. Ensaios complementares
Nota-se que com os resultados obtidos, o projeto se encontra a favor da segurança.

Determinado o local da barragem deverá haver ensaios em relação aos materiais presentes na
região e fazer o planejamento da obra, na questão de custos e de cronograma. Ensaios para definir qual
a granulometria, peso especifico, valores de entrada de ar, entre outros. Tais valores são retirados os
parâmetros da fundação a qual vai construir a estrutura.

Faz-se também ensaios de cisalhamento direto do tipo UU, CD e CU, para posteriormente, como
foi mostrar acima, conseguir estudar a estabilidade dos taludes.

Para areias deve-se observar ensaios de compacidade máxima e mínima, associando a

permeabilidade a carga variável. Para rochas o ensaio de abrasão Los Angeles e de compressão simples,
a fim de determinar a capacidade da rocha de resistir ao carregamento e seu potencial de desagregação.

5. Instrumentação
Este tipo de estrutura está sujeito a uma grande variação de nível de água, por isso é indicado o uso de
piezômetros no corpo da barragem, afim de avaliar as poropressões internas para evitar a ocorrência de
pipping..

O cut-off é essencial nas fundações argilosas, pois ajuda na estabilidade da barragem, na regularização
da percolação do solo e na concentração de cargas hidráulicas no núcleo da barragem.

Sensores de deslocamentos também se fazem imprescindíveis, visto que esses podem avisar com uma
certa antecedência se o maciço estiver com movimentações excessivas, podendo indicar uma possível
ruptura.

6. Bibliografia
Cruz, P.T. da, 1996. 100 Barragens Brasileiras, 1st ed.

GITIRANA, Gilson; FREDLUND, Delwyn D. Statistical Assessment of Hydraulic Properties of

Unsaturated Soils. Soils and Rocks, São Paulo, p. 81-95, 2016.