Você está na página 1de 14

TEMA:

-PERTINÊNCIA DA CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO DOS


DOCUMENTOS

-BREVE HISTORIAL SOBRE O SURGIMENTO DO PAPEL


1. PERTINÊNCIA DA CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO DOS DOCUMENTOS

É importante que o profissional de informação (Bibliotecário, Documentalista e Arquivista
conserve e preserve os documentos pelas seguintes razões:
 Conservar e preservar documentos de qualquer tipo ou género representa conservar o
património histórico e cultural da sociedade em geral;

 Evita o processo de degradação fazendo prolongar o tempo de vida do suporte


informacional garantindo sua integridade onde está registada a informação;

 Criar um meio ambiente favorável, visto que a maioria das edificações em muitos
casos são antigas e sua própria estrutura pode favorecer o surgimento de pragas ou até
mesmo facilitar um sinistro caso as adaptações eléctricas e hidráulicas não sejam
planeadas correctamente;
• Portanto, fazer a preservação dos documentos é de suma importância por que ele sofre
com as acções externa provocado pelos agentes físicos e biológicos;

Manter a memória do arquivo e da sociedade que vivemos;

A preservação do património cultural representa a ligação intrínseca entre o presente e o


passado, bem como representa aquilo que fomos, daquilo que somos e o que seremos;

Permite conhecer o nosso passado para compreendermos o presente e planearmos o


futuro;

Possibilita a não repetição dos mesmos erros e equívocos cometidos no passado;


Efectivamente, todo registo, qualquer que seja o seu suporte, expressa valores,
experiências vividas, contradições, ambiguidades e significados. Igualmente, estes
registos evidenciam uma história, uma qualidade que os distingue dos demais,
tornando-os únicos e insubstituíveis.
2. CONCEITO DE PAPEL:

O papel é uma pasta de constituição complexa produzida


através de materiais fibrosos como eucalipto, pinheiro,
algodão, linho, entre outros vegetais. Portanto, o papel é
produzido através de uma suspensão aquosa de fibras,
que são entrelaçadas artificialmente e posteriormente
desaguadas através de processos mecânicos e
térmicos.
2. 1BREVE HISTORIAL SOBRE O SURGIMENTO DO PAPEL

Algum tempo atrás, o homem utilizava diversas formas para se expressar


através da escrita. Com o passar dos anos a trajectória da escrita
desenvolveu novos caminhos para a comunicação no mundo todo e até a
descoberta do papel e sua fabricação em larga escala.

A palavra papel etimologicamente vem de origem do latim “papyrus”,


nome esse dado a um vegetal da família “Cepareas” (Cyperuapapyrus). A
maioria da literatura converge ao referir que, a invenção do papel teria
sido obra do ministro chinês da agricultura Tsai-Lun, no dia 11 de Março
no ano de 105.
2.1 BREVE HISTORIAL SOBRE O SURGIMENTO DO PAPEL
(Contin.)
Mas Foi na Idade Média que o papel faz sua aparição na Europa, através de
uma fábrica na Espanha, em 1144 e na Itália surge em 1276. Assim, em
1320 o papel deu a sua aparição na Alemanha, em 1494 na Inglaterra,
e 1620 nos Estados Unidos.
No Brasil, as primeiras fábricas de papel surgiram entre 1808 e 1810, com
figuras como Henrique Nunes Cardoso e Joaquim José da Silva, e mais
tarde com a de André Gaillard em 1837.
Neste contexto, nos meados do séc. XIX, com o advento da alfabetização e
expansão da forma escrita dos documentos e troca da informação, houve a
necessidade de uma demanda crescente de papel e suas múltiplas
aplicações. Actualmente, a celulose é a principal substância usada na
fabricação do papel, pois o seu aspecto branco e leproso é insolúvel em
água.
2.3 Constituintes do papel

O principal componente do papel é a celulose, um composto


orgânico que pode ser extraída de diversas fontes. No entanto,
existem papéis que podem deteriorar-se rapidamente e outros que
que podem ter mais tempo de vida. E tudo isto deve-se a qualidade
de fibra usada na fabricação dos mesmos. Importa destacar que a
maioria dos papéis fabricados até finais do século XVIII eram feitos
de fibras de celulose nobres, longas e resistentes como: o algodão e o
linho, através dos processos artesanais de manufacturas, isentos de
aditivos químicos
2.3 Constituentes do Papel (Contin.)

Nesse aspecto, a nobreza da celulose está relacionada com a sua quantidade


percentual em massa. A planta que mais possui celulose é o algodoeiro com 98% em
massa. Com advento com a revolução industrial, a procura por papel aumentou,
obrigando a indústria a buscar uma nova fonte de celulose que fosse ao mesmo
tempo abundante e barata. Assim, na segunda metade do século XIX, celulose de
madeira era a principal matéria-prima utilizada na fabricação do papel.

A partir dessa época começou a produção de papéis modernos de baixa qualidade,


comprometidos pela queda na qualidade da celulose e pelo processo de fabricação
que utilizava aditivos químicos tanto para a extracção de celulose da madeira como
para o acabamento exigido pelo mercado consumidor. a. A opção encontrada foi
principalmente a madeira (eucalipto) e o pinho.
2.4 Principais Características do Papel

O conhecimento das principais características do papel, independente


do seu tipo, ajuda a detectar e determinar eventuais problemas e, a
escolher em cada caso o procedimento e os materiais mais adequados
para seu tratamento.
1. 1 A gramatura

Está directamente relacionada ao peso do papel. Quanto maior a


gramatura maior é o peso e a espessura do papel. Diferentes tipos de
papéis podem apresentar uma enorme variedade de gramaturas, desde
as mais baixas (papéis quase transparentes e finos) até gramaturas
muito elevadas (papéis espessos e compactos).
2.4 Principais Características do Papel (Contin.)

1. A direcção da fibra
• No processo de fabricação do papel, a fibra em suspensão adapta-se ao
movimento da água. Desde modo, a direcção das fibras no papel
determina o seu sistema de fabricação, apresentando os papéis
fabricados mecânica ou industrialmente uma única direcção das fibras.
Quando se rasga um papel industrial na direcção da fibra obtém-se um
corte contínuo e recto. Por outro lado, quando se rasga um papel
industrial na direcção contrária a da fibra, o corte produzido é
descontínuo e irregular. Assim, o papel cortado na direcção da fibra
apresenta mais flexibilidade do que o cortado na direcção contrária de
maior resistência.
2.4 Principais Características do Papel (Contin.)
3. Ph
O ph é o valor que se usa para indicar o grau de acidez ou alcalinidade de uma
substância, que é determinado pelo cálculo de iões de hidrogénio presente nela.
Mede-se numa escala de 0 a 14, sendo o meio 7 a neutralidade. Os valores de 0 a 6.9
indicam o grau de acidez, a partir do 7.1 até o 14, o grau de alcalinidade. Os valores
do ph podem variar com a temperatura. Assim, torna-se importante que o papel
passe por um tratamento específico convista a sua desacidificação.

4. Marcas d’água
Também chamadas de filigranas, são os desenhos (ocasionalmente acompanhados
de letras), que se observam no papel em contraluz. As marcas d’água são
características dos papéis artesanais, mas hoje em dia, há papéis industriais com
imitações de marcas d’água.
2.4 Principais Características do Papel (Contin.)

• 5. Papéis Industriais
Os papéis industriais, de fabricação mecanizada, são os mais utilizados para
a produção de livros, ou como suporte de documentos. Os mais utilizados
são os produzidos directamente a partir de fibras procedentes da madeira
(convenientemente tratadas e refinadas).

6. Papel de jornal
O papel destinado a fabricação de jornal tem sua composição a base de
madeira desfibradas mecanicamente e branqueada, razão pela qual
apresenta uma grande quantidade de lignina. Com o tempo tende a tornar-se
ácido, amarelece e passa a ser quebradiço.
2.4 Principais Características do Papel (Contin.)

7. Papel permanente

O papel permanente é aquele que possui características físicas e


químicas que lhe garantem maior durabilidade. É formado a partir
da manutenção em baixas concentrações, ou total eliminação de
alguns produtos como a lignina e de alguns aditivos como
branqueadores, colas, etc. Trata-se de um papel alcalino, resistente a
oxidação e ao rasgamento, o que o torna particularmente adequado
como suporte para a documentação arquivística. É identificado pelo
símbolo matemático de infinito inscrito num círculo com referência
à norma internacional de qualidade.

Você também pode gostar